CONCEITOS INTRODUTRIOS
CONCEITOS INTRODUTRIOS
1. Unidade
Atividades empresariais = Obteno Lucro
Os recursos aplicados pelos empresrios e credores das
organizaes, encontram-se investidos em ativos utilizados na produo
e comercializao de B e S.
LUCRO = Fluxo econmico de resultados
Pgto. de dividendos/reinverso lucro
Funo Financeira: conjunto de atividades motivadas pela gesto de
ativos em todas as reas da empresa.
Suprir recursos necessrios
Estratgias para tornar eficientes os recursos.
Empresas Privadas - INVESTIMENTOS
Retorno compatvel com risco assumido
Empresas Pblicas - INVESTIMENTOS
Reflete eficincia gerencial/melhoria servios.
1. Conceituao de Adm. Financeira
Est estreitamente ligada econ. e contabilidade
vista como uma forma de economia aplicada
Baseia-se amplamente em conceitos econmicos
Aproveita certos dados da contabilidade
Administrao Financeira e Economia
A importncia da economia para o desenvolvimento do ambiente
financeiro e teoria financeira pode ser melhor descrita em funo de
suas reas mais amplas
a) Macroeconomia: ambiente global, institucional
A adm. fin. precisa estar ciente da estrut. institucion.
Alerta sobre os diferentes nveis atividade econmica
Nas mudanas da poltica econ. afetam o ambiente
Deve compreender o ambiente econmico para obter sucesso
financeiro para as empresas.
b) Microeconomia: estratgias operacionais timas
Definir aes para obteno do sucesso da empresa
Oferta e Demanda / Maximizao do lucro
Composio dos fatores produtivos / Nvel de preos
Administrao Financeira e Contabilidade
Muitas pessoas consideram como sendo virtualmente a mesma.
melhor visualizada como um insumo a funo fin.
A org. tradicional das ativ. de uma empresa tm trs reas bsicas:
Produo / Finanas / Mercadologia
- H duas diferenas bsicas:
1.) Tratamento de recursos
A funo contbil desenvolve e fornece dados para avaliar o
desempenho da empresa, apurar a situao financeira e pagar
impostos.
A funo contbil prepara demonstraes financeiras
A funo financeira est preocupada em manter a solvncia da
empresa. Proporciona fluxos de caixa necessrios para honrar
compromissos, adquirir e financiar os ativos circulantes e fixos,
necessrios para atingir as metas da empresa.
2.) Tomada de deciso
Contador: Coleta de dados financ/Dados consistentes
Finanas: Avaliar as demonst./dados ajustes/anlises
Funo Financeira:
Para melhor compreenso preciso examinar detalhadamente o seu
papel dentro da empresa, as funes-chave do adm. financeira e seu
objetivo global.
O papel do adm. financeira na empresa depende do tamanho da
empresa.
Normalmente o tesoureiro responsvel por conduzir atividades
financeiras, tais como:
Administrao de Caixa
Elaborao de planos e decises sobre investimentos
Adm. das ativ. de crditos / carteira de investimentos
As funes: Podem ser avaliadas em relao s demonstraes financeiras
bsicas, que so:
1) Anlise e planejamento financeiro: utiliza os dados para
orientar a posio financeira e avalia a necessidade de aumento da
capacidade produtiva e determina o tipo de financiamento
adicional.
2) Adm. da estrutura de ativo da empresa:
Determina a composio e os tipos de ativos encontrados no balano.
Melhores ativos fixos a serem adquiridos. Determinar a melhor
estrutura de ativo para a empresa.
3) Adm. da sua estrutura financeira: relacionada com o lado
direito do balano, sua composio mais adequada de financiamento de
curto prazo, quais as melhores fontes de financiamento de curto
prazo.
As metas da administrao financeira: Visa atingir os objetivos
dos proprietrios da empresa - (Acionistas / Quotistas)
Maximizao dos lucros
Maximizao da riqueza
Retorno realizvel / Perspectiva L.P.
poca de retorno > retorno / Risco
Distribuio dos retornos
2. Objetivos da Administrao Financeira:
Liquidez e Rentabilidade LIQUIDEZ As empresas necessitam de
crditos concedidos por fornecedores e pelas instituies
financeiras.
Deixando de honrar compromissos a empresa sofrer restries de
crdito e ter dificuldades na manuteno do ritmo operacional
A insolvncia de uma empresa pode surgir devido ao excesso de
imobilizaes ou de estoques, concesso aos clientes de prazos muito
longos para pagamentos. Utilizao de fontes de financiamentos
inadequadas (MP; Produto; Duplicatas; Salrios; Fluxo de Caixa.
Deste modo a manuteno da liquidez da empresa representa a
preocupao mais imediata da Administrao Financeira.
RENTABILIDADE O lucro ou prejuzo de cada perodo resulta da
confrontao de receitas e despesas, observando-se o regime de
competncia de exerccios.
Ser mais elucidativo comparar o lucro com o investimento
realizado para sua obteno.
Rentabilidade o grau de xito econmico obtido por uma empresa em
relao ao capital investido.
Para medir a rentabilidade das operaes, deve-se relacionar o
lucro operacional com o valor do ativo operacional
Relao entre o lucro lquido e o capital prprio que indica a
remunerao alcanada pelos proprietrios durante o exerccio social da
empresa.
Avaliao: Deve-se cotejar a rentabilidade com as expectativas dos
acionistas que consideram o risco assumido e as demais
oportunidades de ganho
Risco: Possibilidade de queda nas vendas; aumento da
concorrncia, rentabilidades das operaes; taxa de oportunidade -
TMA|.
LIQUIDEZ x RENTABILIDADE O equilbrio entre a liquidez adequada e
a rentabilidade satisfatria constitui constante desafio enfrentado
pela Administrao Financeira.
A preservao de liquidez da empresa implica na necessidade de ser
mantido certo volume de recursos sob forma de disponibilidades que
representa a manuteno de recursos ociosos.
O que se indica um relacionamento bancrio amistoso para que a
empresa possa contar com linhas de crditos permanentes e de baixo
custo.
CONTABILIDADE A NVEL GERAL DE PREOS - CNGP
1) - Efeitos inflacionrios sobre as demonstraes financeiras.
2) - Demonstrao de Resultado
3) - Tratamentos das Distores Inflacionrias.
4) - Procedimentos pela CNGP.
5) - Correo Integral das Demonstraes Financeiras.
6) - Decises Financeiras:
1. Anlise Financeira;
2. Planejamento a Curto Prazo;
3. Oramento de Capital.
7) - Consideraes.
1). Efeitos no Balano Patrimonial
Ativo: (AM e PM); Passivo: (ANM e PNM)
AM e PM - aufere ganhos e sofre perdas com o processo
inflacionrio.
ANM e PNM - No provocam ganhos/perdas inflacionrias. Correo do
custo histrico.
P.L. - Elemento no monetrio de categ. especial. Obteno de
lucro.
Os elementos patrims. podem apresentar uma das seguintes
configuraes:
1. AM > PM ou ANM < PNM: Perdas inflacionrias superiores
aos ganhos, motivado pelo maior AM sobre o PM.
2. AM = PM ou ANM = PNM: Efeitos da inflao estariam
neutralizados.
3. AM < PM ou ANM > PNM: Ganhos superiores as perdas
inflacionrias, motivado pelo maior PM sobre o AM.
2). Demonstrao de Resultado
Contabilizao tradicional produz distores pela inflao;
Distorcido por somar moedas heterogneas quanto ao seu poder de
compra;
Preo de venda vista = poder de compra atual;
Preo de venda a prazo = pode agrupar moedas com poder de compra
do presente e do futuro.
As despesas operacionais so contabilizadas pelo regime de
competncia e a sua acumulao mensal provoca distores;
Diferenas no poder de compra da moeda entre a data da
contabilizao e data do pagamento.
DMPL - Vr. histrico c/moedas de diferentes meses.
DOAR - Vr. Histrico ocorridas no CCL.
3). Tratam.das Distores Inflacionrias CNGP: ndice que reflete a
inflao geral brasileira.
SLCM: ndice OTN/UFIR.
4). Procedimentos pela CNGP
Base mensal pelo regime de competncia.
5). Correo Integral das Demonstraes Financeiras
Limitaes do SLCM - CVM - determinou: demonstraes contbeis
complementares registradas em um nico padro monetrio.
observao das prticas e princpios fundamentais que regem a
escriturao mercantil. (no cria direitos ou obrigaes)
6). Decises Financeiras em Inflao
Altas taxas de inflao (provocam):
perdas do referencial monetrio dos elem. econ. reais
Aumento do risco e da incerteza na tomada decises.
1. Anlise Financeira: Valores contbeis com mesmo poder de
compra. Indexador utilizado (IPC/IGP-DI).
2. Planejamento a Curto Prazo: Empregadas diversas estimativas
de taxas de reajustes de preos.
3. Oramento de Capital: Nas decises de LP, a inflao amplia
significativamente o risco e a incerteza.
Os fluxos de caixa das propostas de investim. devem contemplar a
desvalorizao da moeda e o custo de capital deve expressar a taxa
nominal , incluindo a inflao prevista.
A seleo final das propostas depender:
Dos objetivos, das polticas e das condies de cada empresa -
minimizar o risco; maior prazo de retorno; maior VPL; maior ndice
de lucratividade ou TIR
7). Consideraes A inflao no impede o desenvolvimento da funo
financeira nas empresas, mas apenas a torna mais rdua e
complexa.
O profissional de finanas que estiver bem preparado consegue um
administrar a empresa c/ segurana nos caminhos repletos de
armadilhas inflacionrias.
PONTO DE EQUILBRIO (5. Unidade)
usado pela empresa para determinar o nvel de operaes necessrias
para cobrir todos os custos operacionais. Para a lucratividade
associada a vrios nveis de vendas.
No Ponto de Equilbrio (P.E.), os lucros antes de juros e
impostos, ou JAJIR, so iguais a ZERO.
Para encontrar o P.E. Operacional necessrio transformar o CMV e
despesas operacionais em custos fixos e variveis.
Custos Fixos: funo do tempo
Custos Variveis: funo do volume de produo.
Elementos envolvidos:
As anlises do PE requerem os seguintes elementos
1.) As qtdes. produzidas e vendidas e os preos.
2.) Os custos e despesas variveis e fixas:
Custos Variveis so aqueles que aumentam ou diminuem direta e
proporcionalmente com as flutuaes ocorridas na produo e vendas.
Custos Fixos permanecem constantes dentro de certo intervalo de
tempo, independentemente das variaes sofridas no volume de produo e
vendas.
Os custos semi-fixos ou semi-variveis contm elementos variveis e
fixos e a anlise do PE requer a separao desses elementos de forma a
agreg-los nas duas categorias, nos seguintes critrios:
Mtodo de estimao direta
Mtodo de pontos mximos e mnimos
Mtodo de correlao
Tipos de Ponto de Equilbrio
1.) nico Produto:
O P.E. Operacional (PEO), que corresponde ao nvel de atividades
em que as receitas de vendas so iguais ao total dos custos
operacionais, fixos e variveis. PEO - PxQ = CVxQ + CF -
LAJI=ZERO
O P.E. Global (PEG), em que as receitas de vendas se igualam aos
custos totais, operacionais e financeiros.
PEG - PxQ = CVxQ +(CFo + CFf) - LAIR=ZERO.
2. Diversos Produtos:
Ser vlida somente se:
todos os produtos apresentam idnticos valores;
as taxas das margens de contribuies unitrias forem iguais para
todos os produtos;
a participao da receita de vendas de cada produto permanecer
constante em qualquer nvel de atividade.
Limitaes de Anlise
a) Os CF s permanecem constantes para uma determinada fixa de
produo;
b) Os CV tambm s guardam estreita proporcionalidade com os
volumes de produo, certos limites.
c) O preo unitrio de venda, tende a baixar quando a produo
atinge volume elevado, pelo mecanismo da oferta e da demanda;
d) O esquema proposto, alm de s ter validade para uma
determinada faixa de produo ou de vendas, e tambm limitado no
tempo;
e) Assume hipteses simplificadora de que as qtdes. vendidas
correspondem s qtdes. produzidas, fato que raramente ocorre na
realidade;
f) Desconsidera a formao de estoques, pressupondo que toda a
produo seja vendida instantaneamente;
g) Nem sempre possvel decompor com preciso os custos
semivariveis;
h) Muitas concluses somente so possveis admitindo-se que os
elementos envolvidos se compor- tem linearmente, e isto nem sempre
corresponde a realidade.
ANLISE ECONMICO-FINANCEIRA
1. RETROSPECTIVA - ANLISE CONTBIL
A restruturao e interpretao das Demonstraes Contbeis compem,
obrigatoriamente, a Anlise Econmico-Financeira retrospectiva das
operaes e fazem parte de Relatrio de Anlise. A reestruturao e a
interpretao integram o prprio relatrio e constitui-se nas
seguintes:
a) Os Balanos Patrimoniais
b) Os Demonstrativos de Resultados do Exerccio
c) Notas Explicativas e parecer de auditores.
2. PREPARAO DAS DEMONSTRAES CONTBEIS
a) COLETA DE DADOS:
Devero ser obtidos pelo menos demonstrao de trs perodos mais
recentes.
b) AUTENTICIDADE DAS DEMONSTRAES:
O administrador financeiro deve certificar-se da autenticidade
das demonstraes contbeis exigindo documentos publicados ou que
contenham a identificao e assinatura do responsvel pela
contabilidade e do representante legal da empresa. No caso de
Sociedade Annima de capital aberto devero ser exigidos tambm o
parecer dos Auditores Independentes.
c) AJUSTES OU RECLASSIFICAES:
A Lei 6.404/76 trouxe uma padronizao das Demonstraes Contbeis
para as sociedades por aes facilitando dessa forma seu
enquadramento. Suas regras estendem-se as demais sociedades
sujeitas a tributao do imposto de renda, com base no lucro real.
Apesar disso, podero ser necessrios certos ajustes para se proceder
a uma anlise mais realista das peas contbeis.
Ex.: Estoques deteriorados, obsoletos ou com perda total de seu
valor intrnseco.
d) CONSOLIDAO DE BALANOS:
No caso de anlise de Grupo ou Agrupamentos Econmicos devem ser
analisados os Balanos Consolidados. Nos casos em que o Agrupamento
no possua Balanos Consolidados o administrador financeiro deve
proceder esta consolidao observando que:
I) - no o bastante, simplesmente somar saldos de todas as contas
entre as empresas de um mesmo Grupo, unificando os balanos;
II) - deve-se eliminar os saldos existentes das operaes entres
as empresas do Grupo;
e) TRANSFORMAO DOS BALANOS EM MOEDA CONSTANTE:
O impacto das flutuaes do poder aquisitivo da moeda demasiado
grande em pases com economia inflacionria, notadamente no Brasil
que vem apresentando, h muitos anos, altas taxas inflacionrias. por
essa razo que a CVM emitiu, em 1987, a Instruo n. 64 e posteriores
alteraes, cujo objetivo bsico corrigir as Demonstraes Contbeis das
Empresas de capital aberto, tornando essas demonstraes
verdadeiramente teis e comparveis, para finalidade de anlise
financeira de balano.
e.1) DISTORES RESIDUAIS
Atravs dos ajustes obtm-se uma srie histrica de balanos mais
comparvel do que os balanos reestruturados com base em preos
correntes, facilitando a anlise horizontal.Receita Operacional: Em
regra geral a empresa vende a prazo embutido no preo final a
expectativa inflacionria do momento da venda. Taxas de inflao
podero influenciar a Receita Operacional mesmo depois da
correo.
Custo dos Produtos Vendidos: influenciado pelas compras a prazo
que tambm so contabilizadas contendo a expectativa inflacionria do
fornecedor.
3) USO DE NDICES FINANCEIROS
Segundo Gitman, 1997:102, a anlise por meio de ndices usada para
comparar o desempenho e a situao de uma empresa com outras
empresas, ou consigo mesma ao longo do tempo.
A anlise por meio de ndices envolve os mtodos de clculo e a
interpretao dos ndices financeiros, para avaliar o desempenho e a
situao da empresa. Os insumos bsicos para a anlise baseada em
ndices so a demonstrao do resultado e o balano patrimonial da
empresa, referentes aos perodos a serem examinados.
Para Gitman, 1997:107, os ndices financeiros podem ser
subdivididos em quatro grupos ou categorias bsicas:
1. ndices de Liquidez - uma empresa lquida aquela que pode
facilmente satisfazer sua obrigaes de curto prazo, na data de
vencimento. A liquidez refere-se solvncia da situao financeira
global da empresa - a facilidade com a qual ela pode pagar suas
contas. As trs medidas bsicas de liquidez so: o capital circulante
lquido, o ndice de liquidez corrente e o ndice de liquidez
seco.
2. ndices de Atividade - podem ser usados para medir a rapidez
com que as contas circulantes - estoques, duplicatas a receber e a
pagar - so convertidas em caixa. As medidas de liquidez so
geralmente inadequadas, pois diferenas na composio dos ativos
circulantes e passivos circulantes podem afetar significativamente
a verdadeira liquidez da empresa. A anlise de atividade avaliada
atravs do giro dos estoques, do PMC, do PMP, do giro do ativo
permanente e do giro do ativo total.
3. ndices de Endividamento - pode ser aferido atravs tanto do
seu grau de endividamento como de sua capacidade para pagar as
dvidas e que indica o montante de recursos de terceiros que esto
sendo usados, na tentativa de gerar lucros.
Os ndices de endividamento so avaliados atravs das medidas de
endividamentos, do ndice de endividamento geral, do ndice exigvel a
longo prazo-patrimnio lquido, do ndice de cobertura de juros e do
ndice de cobertura de pagamentos fixos.
4. ndices de Lucratividade - poder ser avaliada em relao a suas
vendas, ativos, patrimnio lquido e ao valor da ao. Como um todo,
essas medidas permitem ao analista avaliar os lucros da empresa em
confronto com um dado nvel de vendas, um certo nvel de ativos, o
investimento dos proprietrios, ou o valor da ao. Esta anlise pode
ser avaliada atravs da demonstrao da composio percentual do
resultado, das margens bruta, operacional e lquida, da taxa de
retorno sobre o ativo total (ROA), da taxa de retorno sobre o
patrimnio lquido (ROE).
Os ndices de liquidez, de atividade e de endividamento medem,
fundamentalmente, risco; os ndices de lucratividade medem retorno.
Para prazo curtos, os elementos importantes so a liquidez, a
atividade e a lucratividade, visto que eles fornecem informaes que
so crticas para as operaes de curto prazo da empresa.
Como regra, os elementos necessrios para uma boa anlise
financeira incluem, no mnimo, a demonstrao do resultado e o balano
patrimonial.
4) ANLISE DAS DEMONSTRAES
a) ANLISE HORIZONTAL: sua finalidade principal avaliar a evoluo
de uma mesma conta ou massa patrimonial em diferentes perodos.A
comparao entre dois ou mais perodos pode ser efetuada em valores
absolutos ou atravs de percentuais. Em contextos inflacionrios,
importante que o administrador financeiro desenvolva seus estudos
dos principais itens patrimoniais e de resultados, baseado em suas
evolues reais, ou seja, em valores depurados da inflao, colocando
todos os valores que esto sendo analisados em moeda forte de forma
a torn-los a qualquer tempo comparveis.
b) ANLISE VERTICAL:
um processo comparativo, expresso em percentagem, aplicado ao se
relacionar uma conta ou um grupo de contas com um valor afim ou
relativo, identificado no mesmo demonstrativo.
Desta forma, dispondo-se os valores absolutos em forma vertical,
pode-se apreciar facilmente a participao relativa de cada item
contbil do Ativo, do Passivo ou da Demonstrao do Resultado do
Exerccio.
INDICADORES DE ENDIVIDAMENTO: Pode-se aferir o Grau de
Endividamento (GE) de duas maneiras:
Expressa a relao entre capitais de terceiros, como numerador e o
Ativo Total, como denominador, indicando a relao de dependncia da
empresa com relao aos capitais de terceiros.Significado: GE = 1 (
Ativo Total integralmente financiado com recursos de terceiros -
situao perigosissima e inaceitvel; GE > 1 ( Existncia de Passivo
a descoberto - situao inaceitvel; GE < 1 ( Existncia de Recursos
Prprios - estrutura de capitais prprios melhor a medida que o
coeficiente tende a zero.
4.1. Natureza e financ. do capital de giro
Corresponde ao recursos aplicados no ativo circulante, formado
basicamente pelas disponibilidades, contas a receber e
estoques.
Est relacionado com os problemas de gesto dos ativos e passivos
circulantes e com as inter-relaes entre esses grupos
patrimoniais.
Ativos Circulantes.
Passivos Circulantes:
1). Financiamentos - fontes onerosas de recursos;
2). Funcionamento - fontes no onerosas de recursos gerados pelas
atividades operacionais.
4.2. Necessidade de capital de giro:
Estrutura de seus investimentos.
Estr. de suas fontes de financiamentos.
RAZO PARA AVALIAR: maximizao da riqueza dos proprietrios.
Adm. dos ativos e passivos circulantes
Constitui uma das atividades mais importantes dos
administradores financeiros.
OBEJTIVO DA ADM. FINANCEIRA: (Curto Prazo)
- Gerir cada um dos ativos circulantes:
(caixa, ttulos, duplic. a receber e estoques)
- Gerir cada um dos passivos circulantes:
(duplic. a pagar, ttulos e contas a pagar)
Conforme Gitmann, 1997: 619, de forma geral, quanto maior a
margem pela qual os ativos circulantes de uma empresa cobrem suas
obrigaes a curto prazo (passivo circulante), tanto mais apta ela
estar para pagar suas contas nos vencimentos.
Segundo Braga, 1989:84, enquanto h exata determinao das pocas em
que devero ser efetuados os pagamentos, no ocorrendo o mesmo com os
recebimentos provenientes das atividades de produo, vendas e
cobrana. A falta de sincronismo entre pagtos. e rectos. dever ser
coberto pelo capital de giro lquido.
- Financiamento do capital de giro
Pode ser dividida em permanentes e sazonais: Permanentes -
parcela que permanece inalterada ao longo do ano; Sazonal - ativos
temporrios que variam ao longo do ano.
Muitas empresas esto sujeitas a fatores sazonais que afetam suas
atividades, provocando expanso e contrao do capital de giro.
De acordo com Gitmann, 1997:624, uma estratgia agressiva de
financiamento aquela em que a empresa financia suas necessidades
sazonais e, possivelmente, uma parcela das necessidades permanentes
com recursos de curto prazo, sendo o valor restante financiado com
fundos de longo prazo.
Conforme os mesmo autor, uma estratgia conservadora de
financiamento seria financiar todas as necessidades financeiras
projetadas com recursos a longo prazo e usar recursos a curto
prazo, no caso de uma emergncia.
4.3. Administrao de Duplicatas
- A receber: as empresas concedem crditos para ampliar seu nvel
de operaes, obter ganhos de escala, absorver melhor os custos fixos
e, assim, maximizar a rentabilidade.
- A concesso de prazo para pagamento favorece o escoamento da
produo.
- Os recursos aplicados em duplicatas a receber, geralmente tem
elevado grau de participao no CCL, e constitui-se num ativo de alta
liquidez porque podem ser descontadas nos bancos comerciais.
- Conceder crditos aos clientes representa assumir custos e
riscos que no existem nas vendas vista, tais como:
- anlise do potencial de crdito dos clientes;
- cobrana das duplicatas;
- risco de perdas com os crditos incobrveis;
- custo dos recursos;
- Perda de poder aquisitivo do valor dos crditos.
- Perda de poder aquisitivo do valor dos crditos.
Pode-se avaliar o desempenho da Gesto dos Recursos aplicados nas
duplicatas a receber atravs do clculo do seu giro ou rotao.
Um giro elevado representa maior eficincia na gesto dos recursos
aplicados no financiamento das vendas a prazo.
- Polticas de crditos e de cobrana:
A anlise de crdito envolve o levantamento de informaes sobre o
cliente, a saber:
CARTER - inteno do devedor em pagar suas dvidas;
CAPACIDADE - potencial de produo e de vendas da empresa;
CONDIES - fatores macroeconmicos;
CAPITAL - situao econmico-financiera da empresa;
GARANTIAS - reais ou pessoais oferecidas.
- Alteraes na poltica de crdito
Crdito liberal - Aumento de recursos e prazo mdio de
recebimentos.
- Descontos por antecipao pagto.: REDUZIR- o risco de
perdas;
- o ndice de duplicatas liquidadas com atraso;
- o prazo mdio de recebimento;
- os recursos aplicados em duplicatas a receber.
4.4. Administrao das disponibilidades
- caixa;
- bancos;
- aplicaes financeiras de liquidez imediata.
- Disponibilidades:
(Baixa) - reduz capacidade de solvncia;
(Alta) - prejudica a rentabilidade.
Equilbrio entre solvncia e rentabilidade no uma tarefa fcil
devido dinmica e aos descompassos dos fluxos de pagtos. e
rectos.
- Motivos da manuteno das disponibilidades
Pgtos e rectos. no so simultneos;
Dificuldades de preciso das entradas;
Motivos transao;
Motivos precauo;
Motivos especulao.
- Oramento e projees de caixa
Planejamento oramentrio da empresa;
Pagtos e rectos. ms a ms evidenciam S. e D;
A gesto de curtssimo prazo demanda a elaborao de projees dirias
e semanais.
- Ciclo Operacional corresponde ao intervalo de tempo entre a
compra das mercadorias at o recto. das vendas.
C. Operac. = PME + PMC
- Ciclo financeiro p prazo que se inicia a partir dos pagamentos
dos fornecedores e termina com o recto. das vendas.
C. Financ.= PME + PMC - PMP
- Estratgias para reduzir o ciclo financeiro
1.) Retardar os pagamentos aos fornecedores.
2.) Acelerar o recebimento das duplicatas.
3.) Elevar o giro dos estoques.
UNIJU - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RS
DEAd - DEPARTAMENTO DE ESTUDOS DA ADMINISTRAO
DISCIPLINA - ADMINISTRAO FINANCEIRA
ANLISE ECONMICO-FINANCEIRA1. RETROSPECTIVA - ANLISE CONTBIL
A restruturao e interpretao das Demonstraes Contbeis compem,
obrigatoriamente, a Anlise Econmico-Financeira retrospectiva das
operaes e fazem parte de Relatrio de Anlise. A reestruturao e a
interpretao integram o prprio relatrio e constitui-se nas
seguintes:
a) Os Balanos Patrimoniais
b) Os Demonstrativos de Resultados do Exerccio
c) Notas Explicativas e parecer de auditores.
2. PREPARAO DAS DEMONSTRAES CONTBEIS
a) COLETA DE DADOS:
Devero ser obtidos pelo menos demonstrao de trs perodos mais
recentes. Recomenda-se que a ltima pea contbil obtida refira-se a
perodo encerrado em prazo no superior a trs meses.
b) AUTENTICIDADE DAS DEMONSTRAES:
O administrador financeiro deve certificar-se da autenticidade
das demonstraes contbeis exigindo documentos publicados ou que
contenham a identificao e assinatura do responsvel pela
contabilidade e do representante legal da empresa. No caso de
Sociedade Annima de capital aberto devero ser exigidos tambm o
parecer dos Auditores Independentes.
c) AJUSTES OU RECLASSIFICAES:
A Lei 6.404/76 trouxe uma padronizao das Demonstraes Contbeis
para as sociedades por aes facilitando dessa forma seu
enquadramento. Suas regras estendem-se as demais sociedades
sujeitas a tributao do imposto de renda, com base no lucro real.
Apesar disso, podero ser necessrios certos ajustes para se proceder
a uma anlise mais realista das peas contbeis.
Ex.: Estoques deteriorados, obsoletos ou com perda total de seu
valor intrnseco e, conseqentemente, o valor de mercado, devendo,
nestes casos, serem lanados como despesas e no como ativo
realizvel. Financiamentos no corretamente atualizados com relao a
seus encargos financeiros, em desacordo com as taxas cambiais ou de
atualizao monetria vigentes na poca. Impostos e Contribuies Sociais
em atraso ou parcelados com atualizao monetria e multas no
contabilizados.
d) CONSOLIDAO DE BALANOS:
No caso de anlise de Grupo ou Agrupamentos Econmicos devem ser
analisados os Balanos Consolidados. Nos casos em que o Agrupamento
no possua Balanos Consolidados o administrador financeiro deve
proceder esta consolidao observando que:
I) - no o bastante, simplesmente somar saldos de todas as contas
entre as empresas de um mesmo Grupo, unificando os balanos;
II) - deve-se eliminar os saldos existentes das operaes entres
as empresas do Grupo;
III) - no caso de operaes de vendas efetuadas entre empresas do
mesmo Grupo, elimina-se, no balano, a conta duplicatas a receber
contra fornecedores e no Demonstrativo de Resultados a venda e o
custo das mercadorias vendidas, uma vez que efetivamente nada se
vendeu a terceiros;
IV) - mesmos nos casos em que as mercadorias foram
posteriormente vendidas a terceiros, torna-se necessria a eliminao
da duplicidade das vendas e do custo das vendas nas etapas
anteriores venda para terceiros;
V) - nas participaes deve-se eliminar o valor do investimento da
empresa participante contra o valor correspondente ao Patrimnio
Lquido da Empresa participada;
VI) - os adiantamentos, emprstimos e outros que geram contas
correntes em que uma tem direito a receber e a outra tem obrigaes a
pagar para aquela devem ser estornadas.
e) TRANSFORMAO DOS BALANOS EM MOEDA CONSTANTE:
O impacto das flutuaes do poder aquisitivo da moeda demasiado
grande em pases com economia inflacionria, notadamente no Brasil
que vem apresentando, h muitos anos, altas taxas inflacionrias. por
essa razo que a CVM emitiu, em 1987, a Instruo n. 64 e posteriores
alteraes, cujo objetivo bsico corrigir as Demonstraes Contbeis das
Empresas de capital aberto, tornando essas demonstraes
verdadeiramente teis e comparveis, para finalidade de anlise
financeira de balano. Nas anlises de operaes de empresas que
utilizam o Sistema de Correo Integral deve-se ser desprezados os
balanos baseados na Legislao Societria.
Nos casos em que a empresa apresenta balanos somente pela
legislao, os documentos devero ser transformados em moeda constante
atravs da utilizao da unidade monetria contbil (UFIR) e aps
convertidos pela unidade monetria do perodo de referncia.
Todos os demonstrativos sero corrigidos para uma mesma base
previamente escolhida e recomenda-se que a data-base para converso
seja o ltimo dia do ms correspondente ao encerramento da ltima pea
contbil apresentada.
e.1) DISTORES RESIDUAIS
Atravs dos ajustes obtm-se uma srie histrica de balanos mais
comparvel do que os balanos reestruturados com base em preos
correntes, facilitando a anlise horizontal. Contudo, deve-se
atentar para o fato de que os balanos corrigidos apresentaro ainda
distores notadamente nas seguintes contas:
Receita Operacional: Em regra geral a empresa vende a prazo
embutido no preo final a expectativa inflacionria do momento da
venda. Deve-se observar que as taxas de inflao verificadas em cada
exerccio podero influenciar significativamente a Receita
Operacional mesmo depois da correo.
Custo dos Produtos Vendidos: influenciado principalmente pelas
compras a prazo que tambm so contabilizadas contendo a expectativa
inflacionria do fornecedor.
Despesas Operacionais: Tambm sofrem a influncia do prazo de
pagamento de cada uma das contas que compem este grupo.
Duplicatas a Receber: Constitui-se em parte da Receita
Operacional que no foi recebida no exerccio e produz os seguintes
efeitos nos demonstrativos:
- Superavaliao do resultado do exerccio em que as receitas
correspondentes foram geradas;
- Reflexo nos resultados do exerccio seguinte, atravs do aumento
das despesas financeiras/saldo devedor da correo monetria.
Para neutralizar esses efeitos deve-se proceder da seguinte
forma:
- Reduo a Valor Presente;
- O valor ajustado deve ser acrescentado s despesas financeiras
lquidas reduzindo o lucro do exerccio;
- O valor ajustado deve ser deduzido das despesas financeiras do
exerccio seguinte aumentando o lucro do exerccio
correspondente.
Impostos faturados: Os ajustes reduziro os impostos faturados e
aumentaro as despesas financeiras lquidas, com manuteno dos
resultados.
Impostos a recuperar: (Se houver saldo credor): Os ajustes
aumentaro as despesas financeiras lquidas e reduziro o lucro do
exerccio em que foram geradas. No exerccio seguinte refletem de
forma contrria, isto , reduziro as despesas financeiras lquidas e
aumentaro o resultado.
Compras: O ajuste a valor presente apresentar reflexo inverso do
explicitado nas Receitas Operacionais. Os ajustes reduziro o valor
das compras e conseqentemente do CPV/CMV e aumentaro as despesas
financeiras lquidas sem alterao do lucro do exerccio.
Fornecedores: Representa a parte das compras de materiais
acrescidos dos impostos que no foram pagas no exerccio. Os ajustes
a serem feitos no exerccio em que foi gerada, reduziro as despesas
financeiras lquidas e aumentaro o lucro do exerccio.
Estoques: Deve ser reavaliado conforme o perodo de sua formao e
reduzido a valor presente j que foi contabilizado contendo a
expectativa inflacionria da ocasio da compra. Os ajustes da
decorrentes alteraro o CPV/CMV e o lucro dos exerccios
influenciados.
Para tornar mais transparentes e comparveis os balanos e
demonstrativos de resultados necessrio, ento, proceder-se a reduo a
valor presente, pelo menos, das contas mais significativas como
Receitas Operacionais, Compras, Clientes, Fornecedores e
Estoques.
3) USO DE NDICES FINANCEIROS
Segundo Gitman, 1997:102, a anlise por meio de ndices usada para
comparar o desempenho e a situao de uma empresa com outras
empresas, ou consigo mesma ao longo do tempo.
A anlise por meio de ndices envolve os mtodos de clculo e a
interpretao dos ndices financeiros, para avaliar o desempenho e a
situao da empresa. Os insumos bsicos para a anlise baseada em
ndices so a demonstrao do resultado e o balano patrimonial da
empresa, referentes aos perodos a serem examinados.
Conforme Gitman, 1997:102, as partes interessadas na anlises por
meio de ndices das demonstraes financeiras de uma empresa, so os
acionistas atuais e potenciais, os credores esto interessados na
liquidez de curto prazo e na habilidade da empresa para realizar
pagamentos de juros e do principal e da prpria administrao que
procuram atuar de forma a produzir ndices financeiros que sero
considerados favorveis por ambos, credores e proprietrios, e tambm
para monitorar o desempenho da empresa de um perodo para outro.
Ainda de acordo com o mesmo autor, a anlise por meio de ndices
no envolve meramente a aplicao de uma frmula a dados financeiros,
para se obter um determinado ndice. O mais importante a interpretao
do valor do ndice. Para responder a questes como: Est muito alto ou
muito baixo? bom ou ruim?, necessrio dispor de um padro
significativo ou base de comparao.
A anlise cross-sectional envolve a comparao dos ndices
financeiros de diferentes empresas (concorrentes) em um mesmo
instante, outra comparao feita em relao ao ndice mdio do setor e da
empresa, sendo que a comparao de um ndice especfico com um ndice
padro feita para detectarem quaisquer desvios em relao normal. Por
outro lado, a anlise de srie-temporal aplicada quando o analista
financeiro avalia o desempenho de empresa ao longo do tempo. Uma
comparao entre o desempenho atual e o desempenho passado,
utilizando a anlise por meio de ndices, permite determinar se a
empresa est progredindo conforme planejado. A formao de tendncias
pode ser visualizada atravs de comparaes plurianuais e o
conhecimento dessas tendncias deve ajudar a empresa no planejamento
das atividades futuras. A anlise combinada permite utilizar ambas
as anlises cross-sectional e sries-temporais para avaliar a
tendncia no comportamento do ndice com relao a tendncia tendncia da
empresa.
Para Gitman, 1997:107, os ndices financeiros podem ser
subdivididos em quatro grupos ou categorias bsicas:
1. ndices de Liquidez - uma empresa lquida aquela que pode
facilmente satisfazer sua obrigaes de curto prazo, na data de
vencimento. A liquidez refere-se solvncia da situao financeira
global da empresa - a facilidade com a qual ela pode pagar suas
contas. As trs medidas bsicas de liquidez so: o capital circulante
lquido, o ndice de liquidez corrente e o ndice de liquidez
seco.
2. ndices de Atividade - podem ser usados para medir a rapidez
com que as contas circulantes - estoques, duplicatas a receber e a
pagar - so convertidas em caixa. As medidas de liquidez so
geralmente inadequadas, pois diferenas na composio dos ativos
circulantes e passivos circulantes podem afetar significativamente
a verdadeira liquidez da empresa. A anlise de atividade avaliada
atravs do giro dos estoques, do perodo mdio de cobrana, do perodo
mdio de pagamento, do giro do ativo permanente e do giro do ativo
total.
3. ndices de Endividamento - pode ser aferido atravs tanto do
seu grau de endividamento como de sua capacidade para pagar as
dvidas e que indica o montante de recursos de terceiros que esto
sendo usados, na tentativa de gerar lucros. Em geral, o analista
financeiro est mais interessado nas dvidas de longo prazo da
empresa, uma vez que esses emprstimos comprometem a empresa com o
pagamento de juros a longo prazo, assim como com a devoluo do
principal. Os ndices de endividamento so avaliados atravs das
medidas de endividamentos, do ndice de endividamento geral, do
ndice exigvel a longo prazo-patrimnio lquido, do ndice de cobertura
de juros e do ndice de cobertura de pagamentos fixos.
4. ndices de Lucratividade - poder ser avaliada em relao a suas
vendas, ativos, patrimnio lquido e ao valor da ao. Como um todo,
essas medidas permitem ao analista avaliar os lucros da empresa em
confronto com um dado nvel de vendas, um certo nvel de ativos, o
investimento dos proprietrios, ou o valor da ao. Sem lucros, uma
empresa no atrair capital de terceiros e os seus atuais credores e
proprietrios podero ficar preocupados com o futuro da empresa e
tentar reaver seus fundos. Os credores, proprietrios e a
administrao esto sempre atentos ao incremento dos lucros da
empresa, devido sua grande importncia para o mercado. A anlise de
lucratividade pode ser avaliada atravs da demonstrao da composio
percentual do resultado, das margens bruta, operacional e lquida,
da taxa de retorno sobre o ativo total (ROA), da taxa de retorno
sobre o patrimnio lquido (ROE), do lucro por ao (LPA) e do ndice
preo/lucro (P/L).
Os ndices de liquidez, de atividade e de endividamento medem,
fundamentalmente, risco; os ndices de lucratividade medem retorno.
Para prazo curtos, os elementos importantes so a liquidez, a
atividade e a lucratividade, visto que eles fornecem informaes que
so crticas para as operaes de curto prazo da empresa.
Como regra, os elementos necessrios para uma boa anlise
financeira incluem, no mnimo, a demonstrao do resultado e o balano
patrimonial.
4) ANLISE DAS DEMONSTRAES
a) ANLISE HORIZONTAL:
A finalidade principal da anlise horizontal avaliar a evoluo de
uma mesma conta ou massa patrimonial em diferentes perodos.
A comparao entre dois ou mais perodos pode ser efetuada em
valores absolutos ou atravs de percentuais. Em contextos
inflacionrios, importante que o administrador financeiro desenvolva
seus estudos dos principais itens patrimoniais e de resultados,
baseado em suas evolues reais, ou seja, em valores depurados da
inflao, colocando todos os valores que esto sendo analisados em
moeda forte de forma a torn-los a qualquer tempo comparveis.
b) ANLISE VERTICAL:
um processo comparativo, expresso em percentagem, aplicado ao se
relacionar uma conta ou um grupo de contas com um valor afim ou
relativo, identificado no mesmo demonstrativo.
Desta forma, dispondo-se os valores absolutos em forma vertical,
pode-se apreciar facilmente a participao relativa de cada item
contbil do Ativo, do Passivo ou da Demonstrao do Resultado do
Exerccio.
Exemplo:
- Dos itens que formam o ativo sobre o Ativo total.
- Das duplicatas a Receber e dos Estoques sobre o Ativo
Circulante.
- Dos itens do Passivo sobre o Passivo Total.
- Dos Custos, Despesas e Lucros sobre as Vendas.
c) ANLISE POR QUOCIENTES:
O uso de quocientes permite ao administrador financeiro extrair
tendncias e comparar os quocientes com padres estabelecidos.
I - MARGEM DE GARANTIA (MG): Tambm chamada de solvncia geral,
uma medida de avaliao da capacidade financeira de longo prazo da
empresa.
Significado:
MG = 1 ( Ativo Total comprometido integralmente com capitais de
terceiros.
MG > 1 ( Ativo Total possui bens e direitos suficientes para
cobrir o Passivo Real.
MG < 1 ( Passivo Real a descoberto, com perspectiva negativa,
salvo se os bens, principalmente imveis, estejam sub-avaliados na
contabilidade. Situao mesmo assim delicada, o que exige extremo
cuidado por parte do administrador financeiro.
II - INDICADORES DE ENDIVIDAMENTO: Pode-se aferir o Grau de
Endividamento (GE) de duas maneiras:
Expressa a relao entre capitais de terceiros, como numerador e o
Ativo Total, como denominador, indicando a relao de dependncia da
empresa com relao aos capitais de terceiros.
Significado:
GE = 1 ( Ativo Total integralmente financiado com recursos de
terceiros - situao perigosissima e inaceitvel.
GE > 1 ( Existncia de Passivo a descoberto - situao
inaceitvel.
GE < 1 ( Existncia de Recursos Prprios - estrutura de
capitais prprios melhor a medida que o coeficiente tende a
zero.
Significado:
GE = 1 ( Capitais de Terceiros iguais aos Capitais Prprios
GE > 1 ( Maior dependncia de Capitais de Terceiros
GE < 1 ( Maior volume de Capitais Prprios - estrutura de
capitais prprios melhor a medida que o coeficiente tende a
zero.
O Grau de Endividamento (GE) um quociente que demonstra a
dependncia de recursos de terceiros.
Se este quociente ascentuadamente > 1, denota uma exagerada
dependncia de Capitais de Terceiros.
Convm verificar as causas desta situao, que poder ser:
- existncia de financiamento de longo prazo;
- impostos e contribuies sociais em atraso ou parceladas;
- crditos de coligadas/controladores;
- quando inexiste financiamento de longo prazo poder estar
ocorrendo:
a) financiamento de prejuzos com recursos de curto prazo;
b) financiamento de ativo permanente com recursos
inadequados.
III) INDICADORES DE IMOBILIZAO:
A frmula usual para verificao do Grau de Imobilizaes (GI)
demonstrada a seguir:
Significado:
GI = 1 ( Patrimnio Lquido integralmente imobilizado, o que
revela a inexistncia recursos prprios no Ativo Circulante. Deve ser
observado, contudo, a existncia financiamentos de longo prazo, o
que atenua esta situao.
GI > 1 ( O Patrimnio Lquido insuficiente para cobertura do
Ativo Permanente. Neste caso, so necessrios recursos de terceiros
para financiamento total do Ativo Circulante, Ativo Realizvel a
Longo Prazo e a parcela do Ativo Permanente no coberta pelos
Recursos Prprios. A situao atenuada se existirem Recursos de Longo
Prazo para financiamento do Ativo Permanente.
GI < 1 ( Patrimnio Lquido cobrindo totalmente o Ativo
Permanente e com o excesso aplicado no Ativo Circulante/ARLP. A
situao pode ser ainda melhor se existirem recursos de longo prazo
especficos financiando investimentos fixos efetuados.
Em princpio, considera-se que quanto menor o GI mais confortvel
a situao da empresa e quanto maior o GI maiores dificuldades a
empresa encontrar. Convm, contudo, examinar-se o indicador da
imobilizao dos recursos de LP e do PL (IILP + PL), a seguir:
Significado:
IILP+PL = 1 ( Os recursos de longo prazo somados ao patrimnio
lquido so suficientes, apenas, para cobrir o Ativo Permanente.
Neste caso, o Ativo Circulante e o Ativo realizvel a longo prazo so
totalmente financiados por recursos de terceiros, o que no
representa, em regra, uma situao confortvel.
IILP+PL > 1 ( Os recursos de LP + PL so insuficientes para
cobertura do Ativo Permanente. Os ativos realizveis (circulante +
ARLP) alm de parte do ativo permanente esto sendo financiados com
fundo provenientes do passivo circulante com reflexos negativos na
situao financeira e na rentabilidade, principalmente numa
conjuntura de juros altos. Quanto maior for o coeficiente mais
delicada ser a situao da empresa.
Observe-se que, numa projeo de capacidade de pagamento, nesses
casos, obrigatrio que, no mnimo o valor do Passivo Circulante
aplicado no permanente seja considerado como compromissos a
amortizar.
IILP+PL < 1 ( Os recursos de LP + PL so suficientes para
cobertura total do ativo permanente com as sobras aplicadas nos
ativos realizveis (circulante + ARLP). Quanto menor for o
coeficiente mais confortvel a situao para a empresa.
IV) INDICADORES DE LIQUIDEZ:
Significado:
LC = 1 ( Os compromissos de curto prazo (at 360 dias) so
totalmente cobertos pelo Ativo Circulante.
LC > 1 ( O Ativo Circulante (Disponibilidades, Duplicatas a
Receber, Estoques e Outras Contas a Receber) superior aos
compromissos de curto prazo, proporcionando uma situao confortvel
empresa. A situao tanto melhor quanto maior for o ndice.
LC < 1 ( O Passivo Circulante (Fornecedores, Contribuies
Sociais, Fiscais e Parafiscais, Salrios, emprstimos de curto prazo
e outras contas de curto prazo a pagar) coberto parcialmente pelo
Ativo Circulante. A situao tanto pior quanto menor for o ndice.
Notas:
As interpretaes dos ndices de liquidez podem variar em funo das
caractersticas de cada setor de atividade. Empresas que vendem
vista ou com prazo mdio de pagamentos baixo podem apresentar ndices
de liquidez baixo da unidade sem que isso represente
necessariamente dificuldades financeiras. Por outro lado, deve-se
levar em conta, sempre, os prazos de liquidao do passivo e os de
recebimentos do ativo que podero ser os mais diferenciados
possveis. Ex.: Uma empresa que apresente no seu passivo circulante,
obrigaes que vencero em mdia num prazo de 30 dias e no seu Ativo
Circulante, valores a receber que vencero num prazo mdio de 60
dias, certamente ter maiores dificuldades financeiras do que o seu
quociente de liquidez est a indicar.
Significado:
LC = 1 ( As Disponibilidades, Duplicatas a Receber e outras
Contas a Receber, integrantes do Ativo Circulante, somadas cobrem
integralmente os compromissos de Curto Prazo.
LC > 1 ( As contas a Receber a curto prazo so superiores aos
compromissos de curto prazo. Quanto maior for este ndice, mais
confortvel ser a situao financeira de curto prazo apresentada pela
empresa.
LC < 1 ( O Passivo Circulante superior as contas de Ativo
Circulante de maior liquidez.
Nota:
Como observado anteriormente, na interpretao desse ndice deve
ser levado em considerao o setor de atividade em que se enquadra a
empresa analisada. Atividades comerciais (supermercados e outros
estabelecimentos que vendem praticamente vista) tendem a
proporcionar ndices de liquidez seca muito baixos. Outros aspecto a
considerar que o quociente de liquidez seca (LS) uma variante
conservadora de avaliao da situao financeira de uma empresa.
Significado:
LG = 1 ( O realizvel (circulante + ARLP) cobre integralmente as
exigibilidades totais.
LG > 1 ( O realizvel superior s exigibilidades totais,
proporcionando uma situao financeira confortvel a longo prazo.
Quanto maior for este ndice melhor a situao.
LG < 1 ( Os valores a receber a curto prazo so insuficientes
para cobertura das exigibilidades totais.
Nota:
A anlise desse ndice, assim como dos demais ndices de liquidez
deve levar em conta, sempre, os prazos de liquidao do passivo e os
de recebimentos do ativo que podero ser os mais diferenciados
possveis. Um grande investimento feito adequadamente com
financiamentos de longo prazo determinar certamente num decrscimo
significativo desse ndice, mas poder gerar receitas, ao longo do
tempo, com conseqente lucro, aumentando o Ativo Circulante e
melhorando a capacidade de pagamento de curto e longo prazos.
V) INDICADORES DE ATIVIDADE
O Giro dos Estoques geralmente mede a atividade, ou liquidez,
dos estoques da empresa. O giro resultante significativo somente
quando comparado ao de outras empresas pertencentes ao mesmo ramo
de atividade, ou ao giro passado dos estoques da empresa. Segundo
Gitman, 1997: 113, um giro de estoque de 20,0 vezes no seria raro
para uma mercadoria, ao passo que o giro comum dos estoques para um
fabricante de avies seria de 4,0 vezes ao ano.
Significado:
Quanto maior o prazo, maior ser a necessidade de investimentos
em estoques e influencia sobre o retorno sobre o ativo da
empresa.
A verificao pelo administrador financeiro de ocorrncia de prazo
mdio de estoque muito elevado, combinado com observao da conta
estoques na anlise horizontal (evoluo) e na anlise vertical
(participao no ativo) deve ensejar a verificao da existncia de
problemas, tais como:
- dificuldades de mercado enfrentadas pela empresa.
- a empresa vem produzindo acima da sua capacidade de
vendas.
- a empresa conserva, na sua contabilidade, estoques
deteriorados ou inservveis para venda.
- supervalorizao de estoques com finalidade de mascarar os
balanos melhorando os resultados.
O perodo mdio de cobrana, ou idade mdia das duplicatas a
receber, til na avaliao das polticas de crdito e cobrana. De acordo
com Gitman, 1997: 113, em mdia, a empresa leva 58,9 dias para
cobrar uma duplicata. O perodo mdio de cobrana s significativo em
relao s condies de crdito da empresa.
Significado:
Quanto maior o prazo, maior o ciclo financeiro da empresa e
maiores necessidades de recursos de capital de giro.
A observao de ocorrncia de prazos de recebimentos muito
elevados, combinado com a anlise horizontal e vertical da conta
clientes enseja ao administrador financeiro verificar a existncia
de problemas, tais como:
- concesso de prazos elevados e em desacordo com os usos e
costumes do ramo de negcios visando o incremento s vendas, mas, sem
a competente contrapartida das fontes normais de financiamento.
- atrasos no recebimento de duplicatas causados por dificuldades
financeiras dos clientes, sem a correspondente proviso para
devedores duvidosos.
- atrasos no recebimento de duplicatas ocasionados por
ineficincia do servio de cobrana utilizado pela empresa.
O perodo mdio de pagamentos, ou idade mdia das duplicatas a
pagar, calculado do mesmo modo que o perodo mdio de cobrana. De
acordo com Gitman, 1997: 114, a dificuldade para calcular esse
ndice decorre da necessidade de se determinar as compras anuais, um
valor no disponvel nas demonstraes financeiras publicadas e o
resultado s significativo em comparao com as condies mdias de
crdito concedidas s empresas.
Significado:
Quanto maior o prazo menores sero as necessidades de capital de
giro demandadas pela empresa, desde que, este prazo seja o
efetivamente conseguido junto aos fornecedores.
Convm que estes prazos sejam analisados considerando os usos e
costumes do ramo de negcios a que pertence a empresa e seus
fornecedores, ensejando a deteco de possveis atrasos verificados
nesta conta.
O giro do ativo permanente mede a eficincia com a qual a empresa
tem usado seus ativos permanentes, ou lucrativos, para gerar
vendas. Na argumentao de Gitman, 1997: 114, uma precauo com
respeito ao uso desse ndice, decorre do fato de que os clculos usam
o custo histrico dos ativos permanentes. Uma vez que algumas
empresas possuem ativos significativamente mais novos ou mais
antigos que outras, a comparao do giro do ativo permanente dessas
empresas pode ser enganosa. Devido inflao e aos valores histricos
em que se baseia a contabilizao dos ativos, as empresas com ativos
mais recentes tendero a apresentar giros baixos que aquelas com
ativos mais velhos, registrados a valores contbeis baixos.
O giro do ativo total indica a eficincia com a qual a empresa
usa todos os seus ativos para gerar vendas. Geralmente, quanto
maior o giro do ativo total da empresa, mais eficientemente seus
ativos foram usados. De acordo com Gitman, 1997: 115, essa medida ,
provavelmente, de maior interesse para os administradores, j que
indica se as operaes da empresa foram ou no financeiramente
eficientes.
Significado:
QPR = 1 ( O prazo mdio de recebimento dos clientes igual ao
prazo mdio de pagamento aos fornecedores.
QPR > 1 ( O prazo mdio de recebimento maior que o prazo mdio
de pagamento. Esta a posio menos favorvel para a empresa que
necessitar mais capital de giro adicional para sustentao de suas
vendas.
QPR < 1 ( O prazo mdio concedido aos clientes menor que os
prazos mdios de pagamento. Desde que no existam atrasos com
fornecedores. Esta posio a mais confortvel para a empresa que
necessitar menos capital de giro adicional para sustentar suas
vendas.
CICLO FINANCEIRO (CF):
CF = Pe + Pv - Ppf, onde:
Pe = Prazo de estocagem
Pv = Prazo de vendas
Ppf = Prazo de fornecedores
Significado:
Os indicadores evidenciam qual o tempo que a empresa demora em
mdia para receber suas vendas, renovar seus estoques e pagar seus
fornecedores. Quanto maior for a velocidade de recebimento das
vendas e de renovao dos estoques, melhor, e quanto mais lento for o
pagamento dos fornecedores, desde que no signifique atrasos, mais
vantajoso ser para a empresa.
Em suma, quanto menor o ciclo operacional, menor o volume de
recursos necessrios para financiamento das atividades
operacionais.
Significado:
Este quociente de atividade expressa quantas vezes o ativo girou
ou se renovou pelas vendas. Pode ser desdobrado numa srie de
subquocientes, tais como: vendas/Ativo Circulante; Vendas/Ativo
Permanente, etc. Quanto maior o giro do ativo pelas vendas, maiores
chances de cobrir as despesas com uma boa margem de lucro.
Duas empresas que pratiquem a mesma margem sobre vendas (ex.:
10%), tero um retorno sobre o ativo completamente diferente se os
giros do ativo forem diferentes.
VI) INDICADORES DE LUCRATIVIDADE E RENTABILIDADE
A margem operacional mede o que, com freqncia, se denomina
lucros puros, obtidos em cada unidade monetria de venda. O lucro
operacional puro, no sentido de que ignora quaisquer despesas
financeiras ou obrigaes governamentais (juros e impostos de renda)
e considera somente os lucros auferidos pela empresa em suas
operaes.
Significado:
Este ndice compara o lucro operacional com a receita operacional
lquida. calculado por ocasio da anlise vertical do Demonstrativo de
resultados. Varia de acordo com o tipo de empreendimento ou
estratgia utilizada pela empresa. Deve-se observar que, em perodos
inflacionrios, este ndice apresenta-se totalmente distorcido se
obtido diretamente dos Demonstrativos de Resultados, elaborados com
base na legislao societria.
A margem lquida mede a percentagem de cada unidade monetria de
vendas que restou, depois da deduo de todas as despesas, inclusive
o imposto de renda. Segundo Gitman, 1997: 122, quanto maior for a
margem lquida da empresa, melhor. Sendo uma medida bastante citada
para indicar o sucesso da empresa em termos de lucratividade sobre
vendas.
Significado:
Da mesma forma que a margem operacional, este ndice j calculado
por ocasio da anlise vertical do Desmonstrativo de Resultados.
A taxa de retorno sobre o patrimnio lquido mede o retorno obtido
sobre o investimento dos proprietrios da empresa. Conforme Gitman,
1997: 123, geralmente, quanto mais alta for essa taxa de retorno,
melhor para os proprietrios.
Significado:
Este ndice mensura o retorno dos recursos aplicados na empresa
pelos seus proprietrios. A frmula apresentada algumas simplificaes
tais como:
- parte-se do princpio que o patrimnio lquido contm
integralmente o lucro lquido gerado no exerccio;
- no houve integralizaes de aumento de capital em dinheiro ou
bens, no decorrer do exerccio.
Dispondo de informaes, contudo, o administrador financeiro
poder, a seu critrio, ponderar no clculo os movimentos
extraordinrios de entrada de recursos prprios ou distribuio de
dividendos durante o exerccio.
VII) INDICADORES DE GESTO DOS RECURSOS
Segundo Braga, 1989, atravs de inter-relaes entre contas de
resultado e contas patrimoniais pode-se analisar os aspectos
financeiros das atividades operacionais das empresas.
Expressos pelo nmero de vezes que o numerador contm o
denominador, estes ndices so avaliados pelo critrio de quanto
maior, melhor.
A gesto ou giro dos recursos reflete o grau de utilizao dos
ativos na gerao das vendas. Como as receitas de vendas constituem a
principal fonte de lucros e de numerrios, quanto maior for a sua
proporo sobre os ativos, mais eficiente estaro sendo administrados
os fundos neles investidos, beneficiando a liquidez e a
rentabilidade da empresa.
Conforme o mesmo autor, tais indicadores tm carter dinmico, uma
vez que utilizam valores acumulados das receitas de vendas ou do
custo das vendas e os comparam com os saldos mdios dos ativos
observados no mesmo perodo. A melhor forma de calcular esses saldos
mdios consiste em somar todos os saldos mensais do perodo e dividir
esse total pelo nmero de saldos computados.
VII) OUTROS INDICADORES
A utilizao da Demonstrao de Origens e Aplicaes de Recursos -
DOAR pode dar muitas indicaes sobre como a empresa auferiu seus
recursos de capital de giro lquido e como os aplicou.
Pode-se verificar se as fontes de recursos so provenientes das
operaes (lucro + depreciaes), de emprstimos de longo prazo, da
venda de ativos permanentes ou de chamadas de capital.
Pode-se verificar tambm se a entidade pratica uma poltica de
distribuio de dividendos aos acionistas, se vem aplicando recursos
na modernizao e ampliao de suas instalaes e liquidao de dvidas de
longo prazo.
Sempre que possvel o analista deve utilizar-se de informaes em
quantidades e unidades fsicas que em certas ocasies so to ou mais
importantes do que em valores, ou pelo menos realam a utilidade dos
ndices quando relaciona-se quantidades com valores. Outro indicador
a ser observado a capacidade de gerao de recursos financeiros
(caixa) para saldar seus compromissos. Na falta de maiores
informaes o administrador financeiro dever extrair esse indicador a
partir da Demonstrao de Resultados, em conjugao com balanos
iniciais e finais e o DOAR, se este for disponvel.
5. INTERPRETAO E COMENTRIOS
No cabe em uma anlise econmico-financeira comentrios do tipo os
dados contbeis no representam a realidade sem o levantamento
estimativo e comentrios que proporcionem uma idia da real estrutura
patrimonial da empresa.
Deve-se considerar tambm que no existem frmulas prontas que
substituam o julgamento de cada administrador financeiro em cada
caso, desde que exista evidentemente equilbrio, ponderao e
sensibilidade do profissional.
A catalogao de exemplos e troca de experincias pode enriquecer
substancialmente a capacidade analtica do corpo tcnico, reduzindo o
risco de crdito e tornando a tarefa de anlise mais rpida e
atraente.
importante ter presente que a interpretao dos indicadores
econmico-financeiros dever ser sempre efetuado em conjunto com
outros indicadores e considerando-se a caracterstica de cada
empresa e seu setor de atividade, evitando assim concluses
descabidas.
Alm de algumas observaes j efetuadas na abordagem de cada
indicador especfico enumera-se a seguir alguns outros aspectos que
podero ser de utilidade na anlise contbil:
- alteraes para melhor ou para pior de determinados ndices
podero levar a concluses equivocadas;
Empresas, que em determinado momento, apresentam queda
significativa de faturamento podem apresentar inicialmente melhora
em seus ndices. Isto ocorre, uma vez que, com diminuio nas vendas,
as necessidades de giro passam a ser menores ocorrendo redues no
Ativo Circulante e Passivo Circulante e em conseqncia aumento da
Margem de Garantia e dos ndices de Liquidez e diminuio do Grau de
Endividamento.
Contudo, perdurando a situao de baixas vendas, poder ocorrer uma
reverso dessa melhora, face a tendncias de deteriorao dos
resultados.
Na situao inversa com vendas crescentes haver certamente maiores
necessidades de recursos para capital de giro, aumento do Ativo e
Passivo Circulante e aumento do Grau de Endividamento e reduo dos
ndices de Liquidez e Margem de Garantia. No entanto, a tendncia ser
de melhora no resultado, seguida de recuperao nos ndices
citados.
6) ANLISE DE MERCADO
Volume de vendas: aborde a evoluo das vendas, em quantidades e
valores.
Fatias: aborde a evoluo da fatia de mercado, considerando a
localizao das vendas e a segmentao de produtos quando cabvel.
Localizao do mercado: verifique onde a empresa comercializa seus
produtos e perspectivas de alteraes.
Segmentao: analise se a empresa pratica segmentao, ou seja, se
adota polticas mercadolgicas diferentes para mercados diferentes, e
se esta segmentao coerente.
Distribuio Logstica: Comente se a forma de distribuir os
produtos adequada.
Clientes: aborde o tipo e a qualidade da clientela da
empresa.
Conceito da marca: explique se a marca difundida e se est
associada a alguma qualidade (positiva ou negativa).
Preo/valor/promoo: analise se a poltica de preos est adequada ao
valor do produto (valor = funes + qualidade) e se a empresa promove
adequadamente esse valor.
Ciclo de vida dos produtos: analise se o tipo de produtos est em
fase de crescimento, maturidade ou se tende ao desuso, e se h
possibilidade de revigor-los. Existe uma gama de livros tratando do
assunto, como os livros do KOTLER. Para melhor compreenso, procure
captulos que tratem do MIX DE MERCADO.
7) FATORES DE COMPETITIVIDADE
recomendada a leitura do captulo 1, do livro Estratgia
Competitiva - Porter, para esclarecimentos de dvidas:
- Produtos substitutos: verifique se h possibilidade ou tendncia
de um concorrente ou potencial concorrente, lanar um tipo de
produto diferente ou revolucionrio, que possa vir a substituir o
produto da empresa e como ela pode reagir. Por exemplo, se tem
tecnologia ou flego financeiro para deter o concorrente ou
mudar.
- Entrantes potenciais: fornecedores e clientes podem
verticalizar e passar a concorrer com a empresa. Verifique a
possibilidade e quais as barreiras que a empresa possui:
tecnologia, bom produto, alta fatia, baixo custo de produo,
etc.
- Poder de barganha dos clientes: Se as vendas da empresa esto
concentradas em um cliente, e o produto representa um item de custo
significativo ao cliente, temos um caso de poder de barganha do
cliente que certamente pressionar sobre o preo do produto.
Verifique a situao, em caso de ocorrncia, verifique se no h uma
parceria que possa contrabalanar o poder de barganha. Se, ao
contrrio, for a empresa em anlise que tiver o poder de barganha,
pode estar incentivando o cliente a verticalizar o montante a
entrar no mercado.
- Poder de barganha dos fornecedores: Se o insumo que a empresa
compra tem um alto peso em seus custos e as compras estiverem
concentradas em empresas cujo produto represente boa parcela do
faturamento, ocorre um caso de poder de barganha do fornecedor que,
certamente, pressionar pelo aumento do preo do produto. Verifique a
situao, se ao contrrio, o poder estiver com a empresa em anlise,
pode estar incentivando o fornecedor a verticalizar a jusante e
passar a concorrer.
- Concorrncia: Se determinado produto ou negcio representar
grande parcela do faturamento da empresa, mas representar pequena
parcela do faturamento do concorrente, ocorre um caso de
concorrncia perigosa, e um indicador de mudana de estratgia.
Verifique a situao da empresa e suas armas de defesa: sade
financeira, tecnologia, bom produto, etc.
8) PERSPECTIVAS SETORIAIS- Evolues de Mercado e Produto: O
crescimento de mercado de um tipo de produto ou de um setor como um
todo um indicador de que convm ou no apostar no negcio ou produto.
Est associado curva de vida do produto (venda x tempo). A pergunta
se a empresa est em algum segmento capaz de contornar a etapa de
decrescimento da curva.
- Padro Tecnolgico: Verifique se as empresas do setor, em sua
categoria, possuem bom padro de tecnologia perante empresas lderes
internacionais. Como a empresa se situa?
- Situao Econmico-Financeira das Empresas: O reflexo de
problemas do setor, como falta de infra-estrutura adequada, falta
de tecnologia, escalas inadequadas, produtos ruins, fatores
conjunturais, etc., evidentemente refletiro no desempenho
econmico-financeiro do setor. Como os ndices do setor se apresentam
perante ndices de outros setores?
- Infra-Estrutura do Setor: Fatores como: disponibilidade de
insumos, energia, transporte, tecnologia, podem ajudar o setor a
ter competitividade internacional. Como est o setor na regio ou
pas?
- Competitividade Internacional: Alm dos custos e da
infra-estrutura, alguns fatores como: conjuntura, legislao,
impostos, qualidade, capacitao de produo; podem determinar se o
setor tem boas perspectivas de competio internacional. Verifique a
situao.
9). CAPACIDADE GERENCIAL, ORGANIZACIONAL E RECURSOS HUMANOS
Experincia dos Administradores: Verifique a experincia e a
capacidade dos administradores em relao ao tipo ou porte da
empresa.
Viso de Negcios: Verifique se os administradores esto evoluindo,
acompanhando a nova dinmica de gesto, especialmente a
internacionalizao da economia.
Riscos Societrios/Sucesso: Analise possibilidades de rompimentos
societrios ou proximidades de sucesso que possam causar rupturas
nos negcios.
Organizao da Empresa: Analise os processos, a estrutura de
chefias, o processo decisrio.
Informatizao: Verifique o estgio da informatizao da empresa e
seus planos. Ainda est nas fases iniciais de Sistemas de
Processamento de Dados (SPD) ou de Sistemas de Informaes Gerenciais
(SIG), ou j evoluiu para os Sistemas de Apoio Deciso (SAD). Quais
os Planos?
Atualizao da Contabilidade: A empresa est organizada, pode
conseguir informaes com rapidez? H contabilidade gerencial?
Sistema de Custos: A empresa conhece ou seus custos?
Estruturou-se ou tem planos para tal?
Gesto de RH.: Verifique se a empresa tem uma adequada poltica de
recursos humanos, e tente checar se d resultado, observando pontos
como limpeza, motivao, produtividade, etc.
10). REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS1). BRAGA, Roberto. Fundamentos e
tcnicas de administrao financeira.So Paulo: Atlas, 1989.
2). GITMAN, Lawrence J. Princpios de administrao financeira.
7.ed. So Paulo: Harbra, 1997.UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO
ALTO URUGUAIS E DAS MISSES
DEAd - DEPARTAMENTO DE CINCIAS SOCIAIS APLICADAS
DISCIPLINA ADM. FINANCEIRA E ORAMENTO EMPRESARIAL
4. ADMINISTRAO DO CAPITAL DE GIRO
4.1. Natureza e financiamento do capital de giro:
Corresponde ao recursos aplicados no ativo circulante, formado
basicamente pelas disponibilidades, contas a receber e
estoques.
Est relacionado com os problemas de gesto dos ativos e passivos
circulantes e com as inter-relaes entre esses grupos
patrimoniais.
Ativos Circulantes
Passivos Circulantes:
1). Financiamentos - fontes onerosas de recursos;
2). Funcionamento - fontes no onerosas de recursos gerados pelas
atividades operacionais.
4.2. Necessidade de capital de giro:
Estrutura de seus investimentos.
Estrutura de suas fontes de financiamentos.
RAZO PARA AVALIAR: maximizao da riqueza dos proprietrios.
Administrao dos ativos e passivos circulantes
Constitui uma das atividades mais importantes dos adm.
financeiros.
OBEJTIVO DA ADM. FINANCEIRA: (Curto Prazo)
- Gerir cada um dos ativos circulantes:
(caixa, ttulos, duplic. a receber e estoques)
- Gerir cada um dos passivos circulantes:
(duplic. a pagar, ttulos e contas a pagar)
Conforme Gitmann, 1997: 619, de forma geral, quanto maior a
margem pela qual os ativos circulantes de uma empresa cobrem suas
obrigaes a curto prazo (passivo circulante), tanto mais apta ela
estar para pagar suas contas nos vencimentos.
Segundo Braga, 1989:84, enquanto h exata determinao das pocas em
que devero ser efetuados os pagamentos, no ocorrendo o mesmo com os
recebimentos provenientes das atividades de produo, vendas e
cobrana. A falta de sincronismo entre pagtos. e rectos. dever ser
coberto pelo capital de giro lquido.
Financiamento do capital de giro
Pode ser dividida em permanentes e sazonais: Permanentes -
parcela que permanece inalterada ao longo do ano; Sazonal - ativos
temporrios que variam ao longo do ano.
Muitas empresas esto sujeitas a faotres sazonais que afetam suas
atividades, provocando expanso e contrao do capital de giro.
De acordo com Gitmann, 1997:624, uma estratgia agressiva de
financiamento aquela em que a empresa financia suas necessidades
sazonais e, possivelmente, uma parcela das necessidades permanentes
com recursos de curto prazo, sendo o valor restante financiado com
fundos de longo prazo.
Conforme os mesmo autor, uma estratgia conservadora de
financiamento seria financiar todas as necessidades financeiras
projetadas com recursos a longo prazo e usar recursos a curto
prazo, no caso de uma emergncia.
4.3. Administrao de Duplicatas
A receber: as empresas concedem crditos para ampliar seu nvel de
operaes, obter ganhos de escala, absorver melhor os custos fixos e,
assim, maximizar a rentabilidade.
A concesso de prazo para pagamento favorece o escoamento da
produo.
Os recursos aplicados em duplicatas a receber, geralmente tem
elevado grau de participao no CCL, e constitui-se num ativo de alta
liquidez porque podem ser descontadas nos bancos comerciais.
Conceder crditos aos clientes representa assumir custos e riscos
que no existem nas vendas vista, tais como:
- anlise do potencial de crdito dos clientes;
- cobrana das duplicatas;
- risco de perdas com os crditos incobrveis;
- custo dos recursos;
- Perda de poder aquisitivo do valor dos crditos.
Pode-se avaliar o desempenho da Gesto dos Recursos aplicados nas
duplicatas a receber atravs do clculo do seu giro ou rotao.
Um giro elevado representa maior eficincia na gesto dos recursos
aplicados no financiamento das vendas a prazo.
- Polticas de crditos e de cobrana:
A anlise de crdito envolve o levantamento de informaes sobre o
cliente, a saber:
CARTER - inteno do devedor em pagar suas dvidas;
CAPACIDADE - potencial de produo e de vendas da empresa;
CONDIES - fatores macroeconmicos;
CAPITAL - situao econmico-financiera da empresa;
GARANTIAS - reais ou pessoais oferecidas.
- Alteraes na poltica de crdito
Crdito liberal - Aumento de recursos e prazo mdio de
recebimentos.
- Descontos por antecipao de pagamento:
REDUZIR
- o risco de perdas;
- o ndice de duplicatas liquidadas com atraso;
- o prazo mdio de recebimento;
- os recursos aplicados em duplicatas a receber.
4.4. Administrao das disponibilidades
- caixa;
- bancos;
- aplicaes financeiras de liquidez imediata.
- Disponibilidades: (Baixa) - reduz capacidade de solvncia;
(Alta) - prejudica a rentabilidade.
Equilbrio entre solvncia e rentabilidade no uma tarefa fcil
devido dinmica e aos descompassos dos fluxos de pagtos. e
rectos.
- Motivos da manuteno das disponibilidades
Pgtos e rectos. no so simultneos;
Dificuldades de preciso das entradas;
Motivos transao
Motivos precauo
Motivos especulao
- Oramento e projees de caixa
Planejamento oramentrio da empresa;
Pagtos e rectos. ms a ms evidenciam S. e D;
A gesto de curtssimo prazo demanda a elaborao de projees dirias
e semanais.
- Ciclo Operacional: corresponde ao intervalo de tempo entre a
compra das mercadorias at o recto. das vendas
C. Operac. = PME + PMC
Ciclo financeiro p prazo que se inicia a partir dos pagamentos
dos fornecedores e termina com o recto. das vendas.
C. Financ.= PME + PMC - PMP
- Estratgias para reduzir o ciclo financeiro
Os prazos de:estocagem
cobrana
pagamentos
1.) Retardar os pagamentos aos fornecedores
2.) Acelerar o recebimento das duplicatas
3.) Elevar o giro dos estoques
6. DECISES DE INVESTIMENTO E FINANCIAMENTO
6.1. O valor do dinheiro no tempo
um alicerce, fundamental em muitas reas de finanas. Desempenha
um papel em muitos diferentes tipos de decises, no unicamente nas
finanas das empresas, mas tambm na anlise de investimentos e de
carteira, em finanas pblicas e em finanas pessoais.
, de certa forma, a linguagem das finanas, um denominador comum
para discutir transaes e oportunidades financeiras. Estabelece a
ponte entre o consumo e o investimento. O dinheiro pode ser
convertido em produtos tangveis e ser consumido agora, ou voc pode
investi-lo e adiar seu consumo. Adia-se a compra de produtos porque
espera-se que seu investimento no futuro tenha um valor maior
ainda.
A deciso de consumir versus investir envolve um tradeoff. Por
exemplo, sua escolha de adiar o trabalho e agora ir para a escola
um significativo tradeoff entre tempo e valor. Existe um custo de
oportunidade o salrio que voc estaria percebendo agora. Voc adia a
renda que obteria agora porque a educao universitria significa que
poder ganhar bem mais no futuro. Como equacionar o dinheiro que
poderia ganhar hoje com um ganho potencial mais elevado no futuro?
Essa uma verdadeira deciso de investimento, e voc usa os conceitos
do valor do dinheiro do tempo para decidir se deve abrir mao do
salrio atual em troca do estudo universitrio.
O valor do dinheiro no tempo pode ser um dos conceitos mais
difceis de captar, mas, em algum instante, o confronto entre tempo
e retorno torna-se evidente e conceitos tais como alternativas de
investimentos, risco e retorno, e crescimento composto comearo
todos a se encaixar.
Os administradores pensam em termos de retorno econmico, de
crescimento, de aumento e produtividade. Quando comparam decises
alternativas, eles escolhem aquela que fornece maior retorno para o
risco envolvido. Um julgamento acertado para tomar tais decises
requer habilidade tanto para entender como para aplicar tcnicas de
anlise financeira.
O papel do valor do tempo em finanas:
O administrador financeiro toma decises baseado nos fluxos de
caixa esperados em vrios instantes no tempo.
Uma vez que consideramos a continuidade de uma empresa, seu
valor e as decises do administrador financeiro devem ser avaliados
luz tanto dos fluxos de caixa presentes como futuros tanto entradas
como sadas. Uma vez que as empresas, assim como os indivduos,
sempre se deparam com oportunidades para obter taxas de retornos
positivos sobre seus fundos.
a) Valor futuro versus valor presente
Valores e decises podem ser avaliados, usando-se tanto tcnicas
de valor futuro como de valor presente. Tcnicas de valor futuro so
utilizadas para encontrar valores futuros, os quais so medidas
tpicas no final da vida do projeto, enquanto que as tcnicas de
valor presente so usadas para encontrar valores presentes, medidas
do incio da vida do projeto (tempo zero).
A linha do tempo, que uma reta horizontal sobre a qual o tempo
zero est no ltimo ponto esquerda e os perodos futuros so
apresentados medida que se movimente da esquerda para a direita,
pode ser usada para ilustrar os fluxos de caixa associados com um
dado investimento.
b) Recursos para facilitar os clculos
Clculos demorados e complicados so freqentemente envolvidos para
se encontrar valores presentes e futuros. Embora seja importante
entender os conceitos e fundamentos da matemtica envolvidos nesses
clculos, o uso de recursos para facilitar a aplicao dessas
importantes tcnicas de tempo-valor ajuda bastante.
TABELAS FINANCEIRAS: incluem vrios fatores de juros de valor
futuro e presente que podem ser facilmente desenvolvidos a partir
das frmulas apropriadas e usados para simplificar os clculos
tempo-valor.
CALCULADORAS FINANCEIRAS: calculadoras financeiras de bolso
sofisticadas, que incluem numerosos programas freqentemente com
menus de rotinas financeiras.
Valor futuro de um nico montante
O valor futuro de um montante encontrado pela aplicao de juros
compostos durante um perodo especfico de tempo.
a) O conceito de valor futuro: o termo principal refere-se a uma
quantia sobre a qual os juros so pagos, sendo que o valor futuro
resulta de um determinado perodo transcorrido a uma certa taxa de
juros.
b) O clculo do valor futuro: usando uma notao, uma equao geral
para o valor futuro no final do perodo n pode ser formulada:
VFn = VP x (1 + i)n onde,
VFn = valor futuro no final do perodo n
VP = principal inicial, ou valor presente
i = taxa de juros pagos
n = nmero de perodos geralmente ano em que os recursos
permanecem depositados.
Exemplo: Jos da Silva colocou $800 em uma caderneta de poupana
que paga 6% de juros compostos anualmente. Ele deseja determinar
quanto dinheiro ter em sua conta no final de cinco anos.
Substituindo VP = $800, i = 0,06 e n = 5 na equao anterior, obtm-se
o montante no final do ano 5.
VF5 = 800 x (1 + 0,06)5 = 1.070,40
c) Simplificao dos clculos de valor futuro: os referidos clculos
podem ser simplificados, pelo uso de tabela financeira e/ou com
auxlio da calculadora (HP).
Entradas: 800 CHS PV; 5n; 6i
Sadas: FV = 1.070,58
d) Capitalizao com freqncia maior do que anual: Os juros so,
geralmente, capitalizados com freqncia maior do que uma vez ao ano.
As instituies de poupana capitalizam juros em base semestral,
trimestral, mensal, etc.
capitalizao semestral = envolve dois perodos de capitalizao ao
ano.
Capitalizao trimestral = envolve quatro perodos de capitalizao
durante um ano. Uma Quarta parte dos juros determinados paga quatro
vezes ao ano.
Valor futuro de uma anuidade
uma srie de fluxos de caixa anuais. Esses fluxos de caixa podem
ser entradas de retornos ganhos sobre investimentos ou sadas de
recursos investidos para ganhar retornos futuros.
a) Tipos de anuidades: Em uma anuidade ordinria, os pagamentos
so efetuados no fim de cada perodo, enquanto na anuidade vencida,
so efetuados no incio de cada perodo.
b) Encontrando o valor futuro de uma anuidade ordinria: os
clculos necessrios para se encontrar o valor futuro de uma anuidade
ordinria sobre a qual os juros so pagos a uma taxa especfica,
capitalizados anualmente, podem ser ilustrados pelo seguinte
exemplo:
Jos da Silva deseja determinar quanto dinheiro ter no fim de
cinco anos, se depositar $1.000 anualmente, ao fim de cada um dos
prximos cinco anos, em uma conta de poupana que paga 7% de juros
anuais.
Na calculadora HP = Entradas: 1.000 CHS PMT; 5n; 5i
Sadas: VF = 5.750,739
Valor presente de um montante nico
o valor atual de um montante futuro em unidades monetrias o
montante de unidades monetrias que poderia ser investido hoje a uma
dada taxa de juros durante um perodo especificado para se igualar
ao montante futuro.
a) O conceito de valor presente: o processo que envolve a
determinao dos valores presentes freqentemente referido como
desconto de fluxos de caixa. Esse processo geralmente o inversos de
capitalizao de juros.
VP = VFn / (1 + i)n
Na calculadora HP: Entradas = 1.000 VF; 5n; 7i
Sadas = PV = 712,98
Valor presente de sries de fluxo de caixa
Geralmente, em finanas h a necessidade de se encontrar o valor
presente de uma srie de fluxos de caixa a serem recebidos em vrios
perodos futuros. A srie mista de fluxos de caixa no reflete um
padro preestabelecido. Uma anuidade um modelo de fluxos de caixa
anuais e iguais.
Exemplo: Jos da Silva, um pequeno produtor de brinquedos de
plstico, est tentando determinar o mximo que pode pagar para
comprar uma anuidade especfica. A empresa requer um retorno mnimo
de 8% em todos os investimentos, e a anuidade consiste de fluxos de
caixa de $700 por ano, durante cinco anos.
Na calculadora HP: Entradas = 700 CHS PMT; 8i; 5n
Sadas = PV = 2.794,90
UNIJUI UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RS
DEAd DEPARTAMENTO DE ESTUDOS DA ADMINISTRAO
CURSO ADMINISTRAO DE EMPRESAS - IJU
DISCIPLINA ADMINISTRAO FINANCEIRA
UNIVERSITRIO - ________________________________________ DATA:
19/11/1999.
Mtodo do Valor Anual Uniforme Equivalente:
Consiste em achar a srie uniforme anual equivalente ao fluxo de
caixa dos investimentos Taxa Mnima de Atratividade (TMA) , ou seja,
acha-se a srie uniforme equivalente a todos os custos e receitas
para cada projeto utilizando-se a TMA. O melhor projeto aquele que
tiver o maior saldo positivo.
Utilizao prtica:
Este mtodo adequado em anlises que envolvam atividades
operacionais da empresa, com investimentos que normalmente possam
repetir-se.
Uma empresa periodicamente apura resultados e o referencial
normalmente utilizado o ano. Portanto, a padronizao dos resultados
dos investimentos para valores anuais equivalentes os tornar mais
palpveis para uma tomada de deciso.
Uma das grandes utilidades do mtodo do valor anual a determinao
da vida econmica de veculos e equipamentos em geral.
Exerccio:
Uma empresa dispe de R$ 18.000,00 e conta com duas alternativas
de investimento em um tipo de equipamento industrial:
Equipamento A: exige um investimento inicial de R$ 14.000,00 e
proporciona um saldo lquido anual de R$ 5.000,00 por sete anos.
Equipamento B: investimento inicial de R$ 18.000,00 e saldo
lquido de R$ 6.500, por sete anos.
Calcule qual a alternativa mais econmica, sabendo que a Taxa
Mnima de Atratividade da empresa de 30% ao ano.
Fluxo de caixa das alternativas de investimento:
A:
5.000
0(
(
(1
7
14.000
6.500
B:0(
(
(1
7
18.000
V-se, portanto, que:
Alternativa A:
Considerando-se negativos os desembolsos de dinheiro e positivas
as entradas, o valor anual uniforme equivalente da alternativa
:
O clculo do VAUE consiste em determinar o que renderia o capital
empregado taxa mnima de atratividade e subtrair este valor, no caso
4.996,23, dos saldos lquidos anuais. A alternativaA , portanto,
economicamente vivel, pois o capital empregado rende 30% a.a. mais
um saldo lquido anual de R$ 3,77.
Alternativa B:
Mtodo do Valor Presente:
to simples quanto o VAUE. A nica diferena reside em que, em vez
de se distribuir o investimento inicial durante sua vida (custo de
recuperao de capital), deve-se agora calcular o valor presente dos
demais termos do fluxo de caixa para som-los ao investimento
inicial de cada alternativa. Escolhe-se a alternativaque apresentar
melhor valor Valor Presente. A taxa utilizada para descontar o
fluxo (trazer ao valor presente) a TMA.
Utilizao prtica:
Normalmente, este mtodo utilizado para anlise de investimento
isolados que envolvam o curto prazo ou que tenham baixo nmero de
perodos, de sorte que um valor anual teria pouco significado prtico
para uma tomada de deciso.
Exerccio:
Uma empresa de participao dispe de R$ 150.000 e conta com duas
oportunidades para investir alm de deixar seus recursos aplicados
em debntures. As debtures esto rendendo 10% ao ms e a empresa
considera sua TMA.
As duas oportunidades de investimento so lotes disponveis de
diversos ttulos bancrios que devero apresentar um rendimento mdio
da seguinte forma:
Corretora A:
737373
0(((
(
150Corretora B:
525252
0(((
(
130
O que deve a empresa deve fazer?
Alternativa A: (aplicar os R$ 150.000 em ttulos da corretora
A):
Alternativa B: (aplicar R$ 130.000 em ttulos da corretora B e
deixar R$ 20.000 TMA):
Alternativa C: (deixar R$ 150.000 TMA nas debntures)
VP = 0 (zero)
Neste caso, a alternativa A a mais vantajosa, pois oferece o
maior valor presente. A alternativa B ainda uma opo pior do que a
de deixar os recursos TMA.
Exemplo:
Considere-se a proposta de investimento que envolve investir R$
10.000,00 hoje para receber R$ 2.000,00 anuais, nos prximos 10
anos, conforme o diagrama de fluxo de caixa que se segue:
R$ 2.000,00
( ( ( ( ( ( ( ( ( (
R$ 10.000,00 ( 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
A taxa mnima de atratividade 10% a.a. atrativo o
investimento?
SOLUO:
R$ 10.000,00 + 2.000,00 x FVA (10%, 10) = R$ 2.288,00.
Conclui-se, pois, que o investimento atrativo.
No caso de considerarem alternativas de investimento com duraes
idnticas, escolhe-se a de maior valor atual.
Observe que toda vez que se consegue investir uma quantia
exatamente taxa de atratividade, o valor presente do projeto como
um todo ser nulo. Um valor atual positivo indica, pois, que est
investindo a uma taxa superior taxa de atratividade. O inverso
ocorre para valores presentes negativos.
Por outro lado, o valor presente de um fluxo de caixa indica a
diferena entre o valor atual das quantias futuras envolvidas e o
investimento inicial.
Mtodo da Taxa Interna de Retorno:
Requer o clculo da taxa que zera o valor presente dos fluxos de
caixa das alternativas . Os investimentos com TIR maior que a TMA
so considerados rentveis e so passveis de anlise.
Entretanto, a comparao entre a TIR de duas alternativas no
permite afirmar que se:TIRa ( TIRb
ento A deve ser preferido a B:
Considerem-se, por exemplo, as seguintes alternativas mutuamente
exclusivas:
0A2
0B15.000
(
(
(
1
(
1
1
10.000
No caso TIRa = 100% e TIRb = 50%, mas o projeto A envolve um
valor to baixo, rendendo, portanto, to pouco que, havendo
disponibilidade de recursos, a alternativa a ser escolhida B.
Para provar pelo mtodo da TIR que o projeto B melhor do que o
projeto A, deve-se utilizar um artifcio que consiste em supor que o
projeto maior B formado por duas partes:
A e (B - A)pois A + B (B - A) = B
Se provarmos que os dois projetos (ou as duas partes de B)
rendem mais do que a TMA, ento ambos deveriam ser realizados e isto
equivale a escolher B.
Exerccio:
Uma empresa, cuja TMA de 6% ao ano, dispe de duas alternativas
para introduzir uma linha de fabricao para um dos componentes de
seu principal produto. A alternativa A para um processo
automatizado que exigir um investimento de R$ 20.000 e propiciar
saldos anuais de R$ 3.116 durante dez anos. A alternativa B para um
processo semi-automatizado, com investimento mais baixo R$ 10.000,
mas, devido ao uso mais intenso de mo-de-obra, propiciar um saldo
anual de R$ 1.628, tambm durante dez anos. Qual a melhor
alternativa?
A
3.116
0((
(
(12
10
20.000
-20.000 + 3.116 x
B
1.628
0((
(
(12
10
10.000
-10.000 + 1.628
As duas alternativas apresentam TIR maior que a TMA e, portanto,
ambas seriam atrativas para a empresa. A alternativa B apresenta
taxa melhor, porm s ser possvel tomar uma deciso aps conhecer o que
ser feito com a diferena dos investimentos e o que ser feito com as
parcelas que retornaro do primeiro ao dcimo ano. o problema do
reinvestimento!
Pelo mtodo do valor presente tem-se:
Alternativa A:
Alternativa B:
o que demonstra que A a melhor alternativa e leva o analista a
um aparente impasse.
Esse impasse, no entanto, pode ser solucionado simplesmente
supondo que as diferenas no investimento e as parcelas que retornam
sejam aplicadas TMA (como nos mtodos VAUE e VP).
Aplicar R$ 20.000 em A equivale a aplicar R$ 10.000 em B e os
restantes R$ 10.000 em outro suposto investimento com taxa no
conhecida. Este suposto investimento chama-se investimento
incremental.
anoABA - B
Invest. inicial0-20.000-10.000-10.000
Economia anual1 a 103.1161.6281.488
TIR-.-.-9%10%8%
O investimento (A - B) o investimento incremental e apresenta
TIR de 8%.
Se a empresa optasse por B ela teria que aplicar a diferena num
investimento que rendesse no mnimo 8%, para equivaler a A. Como se
supe que a empresa s possui a alternativa de aplicar a diferena TMA
de 6%, kverifica-se facilmente que prefervel que ela opte por A. A
melhor alternativa, portanto, aplicar em A.
5) - Uma empresa tem programada a compra de 30 t de sua
matria-prima principal para daqui a um ms. O preo a vista de R$
500,00 a tonelada. O fornecedor oferece a opo de pagamento em 60
dias, a partir da data da com