Actualização do Diagnóstico Social Concelhio – 2010 – Relatório dos Dados Quantitativos 1 2.1. Estrutura e Dinâmica da População e Famílias O Diagnóstico Social Concelhio, enquanto ferramenta essencial para o conhecimento e caracterização da realidade local, assume particular importância na delineação de estratégias passíveis de impulsionar o desenvolvimento social do Município de Loures. A tradução operativa deste instrumento materializou-se no Plano de Desenvolvimento Social (2008-2010), o qual define as directrizes de vários eixos estratégicos com tipos de intervenção prioritários. Neste sentido, a actualização do Diagnóstico Social do Concelho de Loures afigura-se imperiosa, na medida em que permitirá ter acesso a dados mais actuais do território municipal. Só através do conhecimento das necessidades e problemas locais será possível definir áreas de intervenção capazes de garantir mais e melhor qualidade de vida à população. O conhecimento espacializado da dinâmica demográfica é de manifesta importância quando se pretende desenvolver um plano de acção territorial. Por forma a caracterizar o substrato demográfico do Concelho recorreu-se às Estimativas Anuais da População Residente (2001- 2008/2009) 1 , elaboradas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), sendo esta a principal fonte de dados quantitativos. Esta opção metodológica acaba por condicionar a selecção de determinadas variáveis, uma vez que nem todos os indicadores trabalhados pelo INE são alvo de avaliações anuais, daí a necessidade de relativizar a sua leitura, decorridos nove anos desde os Censos de 2001. A necessidade de aprofundar conhecimentos teóricos e metodológicos, referentes à temática das projecções demográficas, surge no âmbito da 1ª revisão do Plano Director Municipal de Loures, a qual preconiza uma visão de desenvolvimento sustentável, assente na conciliação entre o respeito e valorização do meio ambiente e o desenvolvimento económico e social. A construção do exercício prospectivo para o Município de Loures 2 teve como alicerce a tendência de evolução registada no período entre 1991 e 2001, ou seja, uma variação populacional positiva decorrente não tanto dos fluxos migratórios mas principalmente do saldo fisiológico também ele positivo. 1 No Diagnóstico Social Concelhio anterior, o Recenseamento Geral da População e da Habitação (INE/2001) foi uma das fontes de dados, pelo que procurar-se-á, sempre que possível, efectuar a actualização dos seus dados. 2 Estas questões têm sido analisadas na Direcção de Projecto do Plano Director Municipal (DPPDM). A este propósito ver Elisa Santos, Perspectivas Demográficas para o Município de Loures (2001-2021), Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação (ISEGI), Universidade Nova de Lisboa, Junho de 2010. Trata-se de um estudo realizado no âmbito da Revisão do PDM de Loures, que teve como principal objectivo a construção de cenários de evolução demográfica para o Município de Loures, no período temporal de 2001-2021.
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Actualização do Diagnóstico Social Concelhio – 2010 – Relatório dos Dados Quantitativos
1
2.1. Estrutura e Dinâmica da População e Famílias
O Diagnóstico Social Concelhio, enquanto ferramenta essencial para o conhecimento e
caracterização da realidade local, assume particular importância na delineação de estratégias
passíveis de impulsionar o desenvolvimento social do Município de Loures. A tradução
operativa deste instrumento materializou-se no Plano de Desenvolvimento Social (2008-2010),
o qual define as directrizes de vários eixos estratégicos com tipos de intervenção prioritários.
Neste sentido, a actualização do Diagnóstico Social do Concelho de Loures afigura-se
imperiosa, na medida em que permitirá ter acesso a dados mais actuais do território municipal.
Só através do conhecimento das necessidades e problemas locais será possível definir áreas
de intervenção capazes de garantir mais e melhor qualidade de vida à população.
O conhecimento espacializado da dinâmica demográfica é de manifesta importância quando se
pretende desenvolver um plano de acção territorial. Por forma a caracterizar o substrato
demográfico do Concelho recorreu-se às Estimativas Anuais da População Residente (2001-
2008/2009)1, elaboradas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), sendo esta a principal
fonte de dados quantitativos. Esta opção metodológica acaba por condicionar a selecção de
determinadas variáveis, uma vez que nem todos os indicadores trabalhados pelo INE são alvo
de avaliações anuais, daí a necessidade de relativizar a sua leitura, decorridos nove anos
desde os Censos de 2001.
A necessidade de aprofundar conhecimentos teóricos e metodológicos, referentes à temática
das projecções demográficas, surge no âmbito da 1ª revisão do Plano Director Municipal de
Loures, a qual preconiza uma visão de desenvolvimento sustentável, assente na conciliação
entre o respeito e valorização do meio ambiente e o desenvolvimento económico e social.
A construção do exercício prospectivo para o Município de Loures2 teve como alicerce a
tendência de evolução registada no período entre 1991 e 2001, ou seja, uma variação
populacional positiva decorrente não tanto dos fluxos migratórios mas principalmente do saldo
fisiológico também ele positivo.
1 No Diagnóstico Social Concelhio anterior, o Recenseamento Geral da População e da Habitação (INE/2001) foi uma das fontes de dados, pelo que procurar-se-á, sempre que possível, efectuar a actualização dos seus dados. 2 Estas questões têm sido analisadas na Direcção de Projecto do Plano Director Municipal (DPPDM). A este propósito ver Elisa Santos, Perspectivas Demográficas para o Município de Loures (2001-2021), Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação (ISEGI), Universidade Nova de Lisboa, Junho de 2010. Trata-se de um estudo realizado no âmbito da Revisão do PDM de Loures, que teve como principal objectivo a construção de cenários de evolução demográfica para o Município de Loures, no período temporal de 2001-2021.
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A projecção demográfica para o Concelho de Loures, baseada no método das componentes
por coortes, teve em conta as componentes da dinâmica populacional – mortalidade,
fecundidade e migrações, permitindo uma análise prospectiva de cada uma delas através da
construção de cenários: cenário de tendência natural pesada; cenário de repulsão; cenário de
atracção. Dado que a Proposta Plano da revisão do Plano Director Municipal de Loures se
encontra em fase final, e atendendo a que a mesma terá de ser alvo de análise e parecer
favorável por parte da CCDRLVT, considera-se que não é oportuno avançar com os dados
finais resultantes das projecções elaboradas.
Qualquer que seja o quadro demográfico futuro do Município, importa estabelecer objectivos
estratégicos de modo a fixar populações, aumentar a sua qualidade de vida e promover a
coesão social. Sublinhe-se que, enquanto a nível nacional, as tendências futuras dependerão
da sustentação dos fluxos migratórios, na medida em que poderão influenciar a fecundidade e,
consequentemente, o crescimento natural, a nível municipal, dependerão essencialmente da
estratégia de desenvolvimento socio-económico e territorial adoptada.
A sustentabilidade do desenvolvimento de um dado território está, cada vez mais, indissociável
da sustentabilidade demográfica, pelo que no equacionamento das estratégias de
desenvolvimento, e no caso particular, de desenvolvimento social, o estudo sobre a evolução
da população (dinâmica populacional) e a construção de cenários prospectivos populacionais
revelam-se de maior importância e acuidade.
De um modo geral, pode referir-se que o Município de Loures, integrado na Área Metropolitana
de Lisboa, exibe algumas tendências gerais que são comuns à demografia portuguesa. Sabe-
se que a evolução da população residente em Portugal acabou por ser fortemente influenciada
pela componente migratória, o que também se fez sentir na Área Metropolitana de Lisboa e no
interior do próprio Município de Loures. Em oposição à evolução das taxas de crescimento
migratório, as taxas de natalidade sofreram um decréscimo nas últimas décadas e as taxas de
mortalidade têm registado valores inferiores aos das taxas de natalidade, o que significa um
aumento da longevidade da população portuguesa.
Este comportamento demográfico acaba por induzir consequências na alteração da estrutura
etária da população: menor proporção de jovens e aumento da percentagem de população
idosa (65 e mais anos), o que se reflecte no envelhecimento populacional. Tal tendência não
passou de forma despercebida pelo Município, pois se, em 2001, o índice de envelhecimento
Actualização do Diagnóstico Social Concelhio – 2010 – Relatório dos Dados Quantitativos
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era de 77,4 em 2009 já atinge os 101,603, muito embora seja menor em comparação ao que se
verifica em Portugal (117,6).
Dados de Caracterização Geral
Período: 1991 e 2001
Âmbito Geográfico: Freguesias
Quadro nº. - População no Concelho e Freguesias em 1991 e 2001
São João da Talha 15 511 17 970 15,9 São Julião do Tojal 3 403 3 600 5,8 Unhos 9 818 10 531 7,3
CONCELHO DE LOURES
192 143 199 059 3,6
� Variação populacional ocorrida entre 1991 e 2001 foi positiva (3,6%), o que corresponde ao acréscimo de 1 916
habitantes;
3 Índice de Envelhecimento = (Pop. 65 e+ anos)/Pop.0-14 anos)*100. Valor calculado de acordo com as Estimativas Anuais da População Residente em 2009 (INE).
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� Freguesias de Apelação, Frielas e Prior Velho foram as que apresentaram o maior crescimento populacional
(variação de 76,7%, 67,6% e 52,6%, respectivamente);
� Freguesias que manifestaram maiores decréscimos populacionais foram Santo António dos Cavaleiros,
Moscavide e Camarate (variação de -16,4%, -16% e -9,5%).
As 18 freguesias que compõem o Concelho de Loures apresentam, em termos de densidade populacional, características
bem diferenciadas4, conforme se pode observar na seguinte Figura Nº1 - Densidade Populacional por Freguesia em 2001.
� Freguesias situadas mais a norte do Concelho encontra-se uma população residente, dispersa pelo vasto
território e caracterizada por uma muito baixa densidade;
� Das freguesias da zona oriental emerge um importante contínuo urbano de elevado número de alojamentos que
polarizam uma parte significativa da população residente no Concelho;
� Não estando situada na parte oriental do Concelho, mas com uma densidade populacional alta encontra-se a
freguesia de Santo António dos Cavaleiros, e a mais elevada concentra-se nas freguesias de Moscavide e
Portela.
Figura Nº1 - Densidade Populacional por Freguesia em 2001
4 Revisão do Plano Director Municipal de Loures, Relatório de Enquadramento e Avaliação – Adenda ao Capítulo II – População, CMLoures, Direcção de Projecto do Plano Director Municipal (DPPDM), 2008.
Fonte: I.N.E., Estimativas Anuais da População Residente
� Até 2003, estima-se um ligeiro crescimento da população residente no Concelho (mais 654 habitantes em comparação à
população recenseada em 2001);
� A partir de 2004, tendência para o decréscimo populacional: diferencial de 5 429 residentes (2001-2009);
� Superioridade das mulheres em relação aos homens;
� A maioria da população é adulta e em idade activa;
� Tendência para o envelhecimento da população: o escalão etário dos 0-14 anos tende a reduzir-se ao passo que a
população idosa (65 e mais anos) aumenta (mais 6 771 indivíduos em comparação com os recenseados pelos censos
de 2001).
5 De acordo com os Censos de 2001 (à data de Março), o total de população residente era o seguinte: 199 059, dos quais 31 510 dos 0-14 anos; 29 392 dos 15-24 anos; 113 763 dos 25-64 anos; 24 394 dos 65 e mais anos.
Actualização do Diagnóstico Social Concelhio – 2010 – Relatório dos Dados Quantitativos
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Nascimentos e óbitos
Importa ainda analisar algumas características dos designados movimentos da população,
nomeadamente a natalidade e mortalidade.
As sociedades dos últimos tempos têm registado níveis médios de natalidade mais reduzidos,
para os quais contribuíram factores como os casamentos tardios, a crescente
profissionalização das mulheres, o próprio aumento do custo de vida. Concomitantemente, a
melhoria das condições de vida das populações, nomeadamente das condições médico-
sanitárias, têm conduzido a um aumento da esperança média de vida, pelo que morrem hoje
menos crianças e os idosos chegam ao fim da vida com idades cada vez mais avançadas.
Período: 2001 a 2009
Âmbito Geográfico: Concelho
Quadro nº. - Nascimentos e Óbitos (HM) entre 2001-2009
Ano
Nº Nados - Vivos
Nº Óbitos
Nº óbitos < 1
ano 2001 2 320 1 518 15
2002 2 377 1 577 14
2003 2 343 1 477 11
2004 2 236 1 534 8
2005 2 351 1 590 9
2006 2 204 1 616 11
2007 2 176 1 552 13
2008 2 266 1 633 11
2009 2 136 1 595 14
Fonte: I.N.E., Censos 2001; Estatísticas Demográficas
� Os quantitativos de nascimentos são sempre superiores aos óbitos;
� De 2001 a 2009, o número de nados-vivos, por ano, tem assumido alguma estabilidade, não se registando grandes
oscilações, mantendo-se um quantitativo que ultrapassa sempre os 2 000 nascimentos anuais;
� Número de óbitos de crianças com menos de 1 ano situa-se entre os 15 e os 8 casos.
Atendendo à idade da mãe, é possível assinalar, em 2009, 3 nascimentos cujas mães possuíam idade compreendida entre os
10-14 anos. Em 2001, registaram-se 5 nascimentos. Todos estes nascimentos ocorreram fora da situação de casamento. A faixa
etária considerada fértil é dos 15-49 anos, sendo precisamente nestas idades que ocorrem a quase totalidade de nascimentos.
Não se contabilizaram nascimentos de mães com 50 e mais anos. Todavia, o INE aponta alguns casos de nascimentos em que a
Actualização do Diagnóstico Social Concelhio – 2010 – Relatório dos Dados Quantitativos
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idade das mães é ignorada, como por exemplo 21 casos em 2008.
Taxas Brutas de Natalidade e Mortalidade
Período: 2001, 2005 e 2009
Âmbito Geográfico: Concelho
Quadro nº. - Taxas Brutas de Natalidade e Mortalidade, concelho de Loures (‰)
Taxa Bruta Natalidade (‰)
Taxa Bruta Mortalidade (‰)
2001
11,70
7,60
� Evolução da taxa de natalidade a decrescer, mas com valores ligeiramente superiores aos apresentados a nível
nacional (11,0‰), em 2001;
� Tendência nacional caminha para um decréscimo mais acentuado – 9,40‰, em 2009, ao passo que Loures consegue
manter uma TBN nos 11‰);
� Em 2001, registaram-se, em média, 7,60‰ óbitos por cada mil habitantes, estando abaixo da média nacional (10,2‰);
� Do cruzamento da evolução destas variáveis demográficas, verifica-se que as taxas de natalidade são sempre
superiores às taxas de mortalidade, resultando numa taxa de crescimento natural positiva.
Ao nível da Taxa de Mortalidade Infantil (TMI)6é possível avançar com os seguintes dados para o Município de Loures:
� Ano de 1991 – 5,9‰ (aproxima-se dos 6 óbitos inferiores a 1 ano por cada 1000 nascimentos);
� Ano de 2001 – 6,4‰ (aproxima-se dos 6 óbitos inferiores a 1 ano por cada 1000 nascimentos);
� Ano 2005 – 3,8‰ (aproxima-se dos 4 óbitos inferiores a 1 ano por cada 1000 nascimentos);
� Ano 2008 – 4,8‰ (aproxima-se dos 5 óbitos inferiores a 1 ano por cada 1000 nascimentos).
Ainda que com algumas oscilações, a tendência vai no sentido da contínua redução da TMI, à semelhança do que se regista no
território nacional. A redução deste tipo de taxa é um dos factores que mais tem contribuído para o aumento da esperança média
de vida à nascença
(E0)7. Trata-se de um indicador que tende a espelhar a melhoria das condições de vida (cuidados de saúde e bem-estar social)
da população residente numa dada região.
6 Taxa Mortalidade Infantil = (óbitos<1médios/nascimentos)*1000 7 Número médio de anos que uma pessoa à nascença pode esperar viver, mantendo-se as taxas de mortalidade por idades observadas no momento. Em 2001, a E0 era de 70,8 anos para os homens e 78,2 anos para as mulheres.
Actualização do Diagnóstico Social Concelhio – 2010 – Relatório dos Dados Quantitativos
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Taxa de Fecundidade
Período: 2001, 2005 e 2009
Âmbito Geográfico: Concelho
Quadro nº – Taxa de Fecundidade Geral (‰)
Fonte: I.N.E. Indicadores Demográficos
Taxa de Fecundidade
Geral (‰)
2001
44,60
2005
47,50
2009
45,60
Se a Taxa de Fecundidade Geral8 é obtida a partir da divisão dos nascimentos pela população feminina em período fértil num
dado período, ao multiplicar a TFG pela população feminina em idade fértil obtêm-se os nascimentos para um determinado
ano9. O número de nascimentos é determinado aplicando a taxa de fecundidade ao efectivo médio da população feminina dos
15-49 anos. A desagregação por sexo do total de nascimentos é feita considerando a relação de masculinidade à nascença:
0,488 – mulheres e 0,512 – homens, ou seja, por cada 1000 nascimentos, 488 são mulheres e 512 são homens.
Taxas Brutas de Nupcialidade e Divórcio
Período: 2001, 2005 e 2009
Âmbito Geográfico: Concelho
Quadro nº. - Taxas Brutas de Nupcialidade e Divórcio (‰)
Actualização do Diagnóstico Social Concelhio – 2010 – Relatório dos Dados Quantitativos
9
� Diminuição do número de casamentos (em média 3,30 por 1000 habitantes, em 2009);
� Aumento do número de divórcios (em média 3 por 1000 habitantes, em 2008).
Como alguns autores referem, o facto de se dispor, ao longo do tempo, de diversas informações acerca do volume de uma
população, a primeira análise que normalmente se executa é a do cálculo do ritmo de crescimento. Esse ritmo deve
proporcionar um resultado anual médio em ordem a se poder comparar períodos de diferente amplitude10. O crescimento total
de uma população é a consequência directa do movimento natural e migratório, ou seja, da evolução da natalidade, mortalidade
e dos movimentos migratórios.
Taxas de Crescimento Efectivo, Natural e Migratório
Período: 2001, 2005 e 2009
Âmbito Geográfico: Concelho
Quadro nº. - Taxas de Crescimento Efectivo, Natural e Migratório (%)
Fonte: I.N.E., Indicadores Demográficos
Taxa Crescimento Efectivo
Taxa Crescimento Natural
Taxa Crescimento
Migratório
2001
0,44 0,40 0,04
2005
- 0,22
0,38
- 0,60
2009
- 0,72
0,28
-1,0
� Diminuição da taxa de crescimento efectivo (saldo total) do Município de Loures: de 2001 a 2009 estima-se a perda
de 5 596 indivíduos. Na década anterior (1991-2001) registou-se, por cada ano e cada 100 pessoas, um
crescimento de 0,35%, traduzido em 6 916 pessoas;
� Diminuição da taxa de crescimento natural em 12%. O Saldo Natural ou Fisiológico é a diferença entre o número de
nados-vivos e de óbitos, num dado período de tempo. No período inter-censitário de 1991-2001 essa diferença
situava-se nos 7 875 habitantes. De 2001 a 2009, essa desigualdade situa-se nos 6 317 indivíduos;
� A taxa de crescimento migratório é igual à diferença entre a taxa de crescimento total e a taxa de crescimento
natural. De acordo com os Indicadores Demográficos (INE), Loures manifesta uma tendência para a redução da
taxa de crescimento migratório, o que revela que se está perante um território que não está a atrair população. No
decénio anterior (1991-2001) o saldo migratório foi negativo, muito embora apenas de -959 migrantes, ao passo
que no período entre 2001 e 2009 este saldo já se situa em -1 320 migrantes.
10 A este propósito ver J. Manuel Nazareth, Princípios e Métodos de Análise Demográfica, Lisboa, Editorial Presença, 1988, p.164.
Actualização do Diagnóstico Social Concelhio – 2010 – Relatório dos Dados Quantitativos
10
Índices Resumo – 2001 / 2005 / 2009
Período: 2001, 2005 e 2009
Âmbito Geográfico: Concelho
Quadro nº. - Alguns Índices Resumo – 2001/2005/2009
Fonte: I.N.E., Censos 2001; Estimativas Anuais da População Residente
* Ano de 2008
Índice
2001
2005
2009
Envelhecimento 77,42 90,40 101,60
Dependência dos Jovens 27,70 22,40 22,90*
Dependência dos Idosos 21,44 20,20 23,60
Dependência Total 49,14 42,60 46,90
Longevidade 57,22 36,80 38,50
� Progressivo envelhecimento11populacional: em 2009, por cada 100 jovens existiam 101 idosos12. Em 2001 este
índice era muito mais baixo (77 idosos por cada 100 jovens);
� Os Índices de Dependência13 mostram que, em 2009, por cada 100 indivíduos potencialmente activos 22 são
jovens e 23 idosos;
� O Índice de Dependência Total que representa o somatório das anteriores (RDJ e RDI) era, em 2009, de 46,90;
� Relacionado com a esperança média de vida encontra-se o Índice de Longevidade14, o qual confirma a tendência
para o envelhecimento demográfico. Este indicador de medida do envelhecimento compara o peso dos idosos mais
jovens com o peso dos idosos menos jovens;
� A percentagem de jovens15 é, em 2009, inferior à percentagem de idosos16 (15,84 para 16,09).
Caracterização das Estruturas Familiares
11 Índice de envelhecimento (Pop. 65 e + anos/0 – 14)*100 12 De acordo com as Estimativas Anuais da População Residente (INE) o Índice de Envelhecimento em Portugal é de 117,6. 13 Índice de dependência de jovens = (População 0-14 anos/Pop.15-64 anos)*100; Índice de dependência de idosos = (População 65 e + anos/Pop. 15-64 anos)*100. 14 Índice de longevidade (População com 75 e + anos/População com 65 e + anos)*100 15 População com 0-14/população total*100 16 População com 65 e + anos/população total*100
Actualização do Diagnóstico Social Concelhio – 2010 – Relatório dos Dados Quantitativos
11
É do conhecimento geral, que a família tem estado associada a factores e mudanças culturais
e sociais, com reflexos evidentes nas suas estruturas e dimensão, dando origem a processos
de recomposição familiar. Algumas tendências actuais podem ser identificadas: mutações nos
papéis femininos e masculinos, novos valores familiares, taxas mais elevadas de divórcio e de
recasamento, subida dos valores da coabitação, descida da fecundidade e aumento da
esperança de vida, maior autonomia dos indivíduos e dos casais em relação aos laços de
parentesco17. O importante é perceber se estas transformações estão a alterar a estrutura da
família: reduzindo a sua dimensão e complexidade, estimulando novas formas de viver em
casal, fazendo crescer formas de família anteriormente menos frequentes (famílias
monoparentais, famílias recompostas) ou, ainda, aumentando o número de indivíduos que, ao
longo do percurso de vida, vivem sozinhos18.
Indicadores Resumo – 2001 / 2005 / 2009
Período: 2001
Âmbito Geográfico: Concelho
Quadro nº. - Alguns Indicadores Resumo – 2001
Estruturas Familiares Nº
Famílias clássicas19 – estrutura etária
Famílias clássicas 70 949
Famílias clássicas cujos elementos têm menos de 20 anos 233
Famílias clássicas cujos elementos têm entre 20-39 anos 19 874
Famílias clássicas cujos elementos têm entre 40-59 anos 30 601
Famílias clássicas cujos elementos têm entre 60-74 anos 15 670
Famílias clássicas cujos elementos têm 75 e mais anos 4 571
Famílias clássicas – dimensão
Famílias clássicas com 1 pessoa 11 349
Famílias clássicas com 2,3 e 4 pessoas 54 142
Famílias clássicas com 5,6 e7 pessoas 5 125
Famílias clássicas com mais de 8 pessoas 333
Famílias Institucionais20 68
Famílias clássicas – tipos de Família (com base nos núcleos familiares)
Família com uma só pessoa 11 349
Família só com pessoas aparentadas 924
Outros tipos de família sem núcleos 608
Casal de “direito” sem filhos 14 940
Casal de “direito” com filhos 28 682
Casal de “facto” sem filhos 1 977
17 Karin Wall, Famílias no Censo 2001, Estruturas domésticas em Portugal, Sociologia Problemas e Práticas, Set. 2003, Nº43, p.9-11. 18 Ibdem
Actualização do Diagnóstico Social Concelhio – 2010 – Relatório dos Dados Quantitativos
12
Fonte: I.N.E.,
Censos 2001
Pais com filhos 1 052
Mães com filhos 5 708
Avós com netos 513
Famílias com dois núcleos 1 431
Famílias com três núcleos 67
Núcleos Familiares21
Núcleos Familiares 59 642
Proporção de núcleos familiares monoparentais22 (%) 12,97
Pais com filhos 1 211
Mães com filhos 6 585
A presente tabela resume alguns traços das estruturas familiares no Município de Loures, à data do
Recenseamento Geral da População e da Habitação (2001):
� 43,1% de famílias clássicas, cujos elementos têm sobretudo entre 40-59 anos
� 6,4% de famílias clássicas, cujos elementos têm 75 e mais anos
� 76,3% de famílias clássicas com 2,3 e 4 pessoas;
� 7,7% de famílias com 5 e mais pessoas;
� 16% de famílias clássicas com 1 pessoa;
� 44,4% de famílias constituídas por casal de “direito” com filhos;
� 21% de famílias constituídas por casal de “direito” sem filhos;
� 9,5% de famílias monoparentais, com maior relevo de mães com filhos;
� 0,7% de famílias constituídas por avós com netos.
SÍNTESE CONCLUSIVA:
Estrutura e Dinâmica da População e das Famílias:
A variação populacional ocorrida entre 1991 e 2001 foi positiva (3,6% - correspondendo a um
acréscimo de 1.916 habitantes), as freguesias da Apelação (76,7%), Frielas (67,6%) e Prior
Velho (52,6%) foram as que apresentaram o maior crescimento populacional e Santo António
19 Conjunto de pessoas que residem no mesmo alojamento e que têm relações de parentesco (de direito ou de facto) entre si, podendo ocupar a totalidade ou parte do alojamento. Considera-se também como família clássica qualquer pessoa independente que ocupe uma parte ou a totalidade de uma unidade de alojamento (INE). 20 Conjunto de pessoas residentes num alojamento colectivo que, independentemente da relação de parentesco entre si, observam uma disciplina comum, são beneficiários dos objectivos de uma instituição e são governados por uma entidade interior ou exterior ao grupo (INE). 21
Conjunto de duas ou mais pessoas pertencentes à mesma família clássica mantendo uma relação de cônjuges, parceiros numa união de facto ou progenitor e descendentes e que pode traduzir-se em casal sem filhos, casal com um ou mais filhos ou pai ou mãe com um ou mais filhos (INE). 22 Núcleo familiar que integra apenas um dos progenitores, pai ou mãe, com filhos (INE).
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dos Cavaleiros (-16,4%), Moscavide (-16,4%) e Camarate (-9,5%), foram as freguesias que
apresentaram maiores decréscimos populacionais.
As 18 freguesias que compõem o Concelho de Loures apresentam, em termos de densidade
populacional, características bem diferenciadas: As freguesias situadas mais a norte do
Concelho encontra-se uma população residente, dispersa pelo vasto território e caracterizada
por uma muito baixa densidade, enquanto que as da zona oriental emerge um importante
contínuo urbano de elevado número de alojamentos que polarizam uma parte
significativa da população residente no Concelho.
Não estando situada na parte oriental do Concelho, mas com uma densidade populacional alta
encontra-se a freguesia de Santo António dos Cavaleiros, e a mais elevada concentra-se nas
freguesias de Moscavide e Portela.
Relativamente ao crescimento da população residente no Concelho, até 2003 estimou-se um
ligeiro crescimento e a partir de 2004 a tendência é para o decréscimo com um diferencial de
5.429 residentes (2001-2009), existindo uma superioridade das mulheres em relação aos
homens e a maioria da população é adulta e em idade activa.
Verifica-se uma tendência para o envelhecimento da população: o escalão etário dos 0-14 anos
tende a reduzir-se ao passo que a população idosa (65 e mais anos) aumenta (mais 6 771
indivíduos em comparação com os recenseados pelos censos de 2001).
O número de nascimentos é sempre superior aos óbitos, sendo que o número de óbitos de
crianças com menos de 1 ano situa-se entre os 15 e os 8 casos.
De 2001 a 2009, o número de nados-vivos, por ano, tem assumido alguma estabilidade, não se
registando grandes oscilações, mantendo-se um quantitativo que ultrapassa sempre os 2 000
nascimentos anuais. A evolução da taxa de natalidade a decrescer, mas com valores
ligeiramente superiores aos apresentados a nível nacional (11%), em 2001, a tendência
nacional caminha para um decréscimo mais acentuado de 9,40‰ em 2009, ao passo que
Loures consegue manter-se nos 11‰. Em 2001, registaram-se em média, 7,60‰ óbitos por
cada mil habitantes, estando abaixo da média nacional que é de 10,2‰.
Conclui-se que, do cruzamento da evolução destas variáveis demográficas, verifica-se
que as taxas de natalidade são sempre superiores às taxas de mortalidade, resultando
numa taxa de crescimento natural positiva.
Ao nível da Taxa de Mortalidade Infantil (TMI)23é possível avançar com os seguintes dados
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� Ano de 1991 – 5,9‰ (aproxima-se dos 6 óbitos inferiores a 1 ano por cada 1000
nascimentos);
� Ano de 2001 – 6,4‰ (aproxima-se dos 6 óbitos inferiores a 1 ano por cada 1000
nascimentos);
� Ano 2005 – 3,8‰ (aproxima-se dos 4 óbitos inferiores a 1 ano por cada 1000
nascimentos);
� Ano 2008 – 4,8‰ (aproxima-se dos 5 óbitos inferiores a 1 ano por cada 1000
nascimentos).
Ainda que com algumas oscilações, a tendência vai no sentido da contínua redução da TMI, à
semelhança do que se regista no território nacional. A redução deste tipo de taxa é um dos
factores que mais tem contribuído para o aumento da esperança média de vida à nascença
(E0)24. Trata-se de um indicador que tende a espelhar a melhoria das condições de vida
(cuidados de saúde e bem-estar social) da população residente numa dada região.
Por cada 1000 nascimentos, 488 são mulheres e 512 são homens.
Diminuição do número de casamentos (em média 3,30 por 1000 habitantes, em 2009);
Aumento do número de divórcios (em média 3 por 1000 habitantes, em 2008).
O crescimento total de uma população é a consequência directa do movimento natural e
migratório, ou seja, da evolução da natalidade, mortalidade e dos movimentos migratórios.
Assim, temos uma diminuição da taxa de crescimento efectivo (saldo total) do Município de
Loures: de 2001 a 2009 estima-se a perda de 5 596 indivíduos. Na década anterior (1991-
2001) registou-se, por cada ano e cada 100 pessoas, um crescimento de 0,35%, traduzido em
6 916 pessoas e uma diminuição da taxa de crescimento natural em 12%.
O Saldo Natural ou Fisiológico é a diferença entre o número de nados-vivos e de óbitos, num
dado período de tempo. No período inter-censitário de 1991-2001 essa diferença situava-se
nos 7 875 habitantes. De 2001 a 2009, essa desigualdade situa-se nos 6 317 indivíduos;
De acordo com os Indicadores Demográficos (INE), Loures manifesta uma tendência para a
redução da taxa de crescimento migratório, o que revela que se está perante um
território que não está a atrair população. No decénio anterior (1991-2001) o saldo
migratório foi negativo, muito embora apenas de -959 migrantes, ao passo que no período
entre 2001 e 2009 este saldo já se situa em -1 320 migrantes.
24 Número médio de anos que uma pessoa à nascença pode esperar viver, mantendo-se as taxas de mortalidade por idades observadas no momento. Em 2001, a E0 era de 70,8 anos para os homens e 78,2 anos para as mulheres.
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Progressivo envelhecimento25populacional: em 2009, por cada 100 jovens existiam 101
idosos26. Em 2001 este índice era muito mais baixo (77 idosos por cada 100 jovens);
Os Índices de Dependência27 mostram que, em 2009, por cada 100 indivíduos potencialmente
activos 22 são jovens e 23 idosos;
Relacionado com a esperança média de vida encontra-se o Índice de Longevidade28, o qual
confirma a tendência para o envelhecimento demográfico. Este indicador de medida do
envelhecimento compara o peso dos idosos mais jovens com o peso dos idosos menos jovens;
A percentagem de jovens29 é, em 2009, inferior à percentagem de idosos30 (15,84 para
16,09).
43,1% de famílias clássicas, cujos elementos têm sobretudo entre 40-59 anos;
6,4% de famílias clássicas, cujos elementos têm 75 e mais anos;
76,3% de famílias clássicas com 2,3 e 4 pessoas;
7,7% de famílias com 5 e mais pessoas;
16% de famílias clássicas com 1 pessoa;
44,4% de famílias constituídas por casal de “direito” com filhos;
21% de famílias constituídas por casal de “direito” sem filhos;
9,5% de famílias monoparentais, com maior relevo de mães com filhos;
0,7% de famílias constituídas por avós com netos.
25 Índice de envelhecimento (Pop. 65 e + anos/0 – 14)*100 26 De acordo com as Estimativas Anuais da População Residente (INE) o Índice de Envelhecimento em Portugal é de 117,6. 27 Índice de dependência de jovens = (População 0-14 anos/Pop.15-64 anos)*100; Índice de dependência de idosos = (População 65 e + anos/Pop. 15-64 anos)*100. 28 Índice de longevidade (População com 75 e + anos/População com 65 e + anos)*100 29 População com 0-14/população total*100 30 População com 65 e + anos/população total*100