A convite do cirurgião Miroslau Bailak, o Pitoco acompanhou na manhã do último sábado uma cirurgia de implante capilar. Foi em uma bem equipada sala de cirurgia da Uopeccan. Para início de conversa, todos os rigores de um procedimento seguro: vestimos gorro, sapatilha descartável, jaleco, máscara. Tudo esterilizado. De um ponto para frente, todos são iguais, pelo menos visualmente, do renomado doutor ao estagiário, pois ninguém acessa a região da UTI sem aquele uniforme azul. De cara, percebo que a cirurgia estética de implante vai para além da vaidade pessoal: ela gera empregos qualificados e atua na fronteira do conhecimento humano. Um úni- co procedimento envolve até 12 profissionais. No caso específico, havia três médicos (Miguel Bailak, Michele Toccolini Barros e Rodrigo Oliveira). Completam a equipe, a enfermeira Rosane e as “cortadeiras”, profissionais de saúde que executam um trabalho delicado. Debruçadas sobre microscópios high tech, importados dos EUA e Inglaterra, elas separam as “mudinhas”, o bulbo, extraídas da faixa de enxerto. É algo minucioso e que pede muita paciência. Incrível que um “Seja solidário, adote meu carnê das Casas Bahia” (frase postada no Facebook) Hi, titio! O hit “Zumba – Caipirinha”, com quase 21 milhões de acessos no YouTube, tem uma pitadinha de Cascavel. A composi- tora é a cascavelense radicada na Florida (EUA), Juliana Bueno Sartori. Ela vem a ser sobrinha do prefeito Edgar. Tudo azul Em sintonia com as novas mídias, vídeo do xerife Pacheco, contrário aos 265 car- gos do Executivo, está postado na área paga do Facebook. O presidente larga com quase 4% das intenções de voto para de- putado na pesquisa CBN. Viés de alta de 400%. Ele tinha 1%. doutor de tão vistosos títulos, como Miguel Bailak, que ostenta no currículo – além da prolongada formação típica da profissão – onerosas especializações na terra do Obama e na Alemanha, escolha dedicar um sábado inteiro a implantar 8 mil fios de cabelos, um a um, na vasta área desértica daquele paciente. São 100 inserções por centímetro quadrado, o tal do mega-implante, a evolução da cirurgia plástica mais sonhada pelos “poucas-telhas” do planeta. O procedimento faz “milagres” em aplicação única, caso o paciente seja provido de uma boa área doadora e opte por profis- sionais capacitados, admitidos pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, entre outros requisitos que devem ser observados antes de enfrentar os bisturís. Bailak age no movimento inverso de uma esteticista que extrai fios da sobrancelha da madame. Ele introduz as “mudinhas”, uma por uma, com incrível precisão e habilidade. É cansativo. A equipe entrou às 7h30, e só concluiu o trabalho perto de 18 horas. O paciente? Dorme tranquilamente, enquanto seu “capacete” de escassos fios recebe milhares de sementinhas que alguns meses depois prometem lhe devolver a auto estima perdida. 11 horas e 8 mil fios depois... CASCAVEL, TERÇA-FEIRA, 02 DE JULHO DE 2013 - ANO XVI - Nº 1714 Acompanhamos uma sessão de mega-implante capilar Médicos da qualidade de um Bailak pode- riam perfeitamente dedicar seus fins de se- mana a atividades mais amenas. Afinal, se dinheiro fosse o objetivo final, restringiriam suas ações ao implante de próteses de sili- cone nas milhares de brasileiras ávidas pelo procedimento (bem menos trabalhoso que o mega-implante capilar, e igualmente bem remunerado). Mas o médico é um sujeito distinguido por natureza. É cientista. Busca a inovação, o diferente, aquilo que desafia. Foi essa busca que tirou a humanidade da caverna escura. E que trouxe alento para o sujeito que sempre desconfiou da frase: “é dos carecas que elas gostam mais...”.