MANUAL DE FORMAÇÃO ANIMAÇÃO TURÍSTICO - CULTURAL
MANUAL DE FORMAÇÃO
ANIMAÇÃO TURÍSTICO - CULTURAL
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
Índice
1 - CONCEITO DE ANIMAÇÃO...................................................................................................12 - O ANIMADOR......................................................................................................................... 53 -CONCEITO DE COMUNICAÇÃO (importância, elementos e obstáculos).............................11
3.1 - Barreiras à comunicação...............................................................................................143.2 - Princípios de escuta activa............................................................................................17
4 - ANIMAR UM GRUPO, COMO?............................................................................................185 - TURISMO DE MONTANHA INSERIDO NO TURISMO NATUREZA....................................20
5.1 - Actividades de Animação Ambiental..............................................................................205.2 -Tipologias de Alojamento em Turismo de Natureza.......................................................215.3 - Programa Nacional de Turismo Natureza:.....................................................................23
6 – ACTIVIDADES DE ANIMAÇÃO AMBIENTAL......................................................................246.1 - Pedestrianismo..............................................................................................................246.2 - Montanhismo................................................................................................................. 246.3 – Escalada....................................................................................................................... 256.4 - Rappel........................................................................................................................... 266.5 - Orientação..................................................................................................................... 266.6 - BTT................................................................................................................................ 276.7 - Hipismo.......................................................................................................................... 276.8 - Espeleologia..................................................................................................................286.9 - Balonismo...................................................................................................................... 286.10 - Voo Livre...................................................................................................................... 286.11 - Mergulho...................................................................................................................... 296.12 - Vela.............................................................................................................................. 306.13 - Windsurf....................................................................................................................... 306.14 - Surf.............................................................................................................................. 306.15 - Canoagem...................................................................................................................316.16 - Remo........................................................................................................................... 326.17 - Rafting.......................................................................................................................... 326.18 - Hidrospeed...................................................................................................................326.19 - Canyonning.................................................................................................................. 326.20 - Kitesurf......................................................................................................................... 326.21 - Paintball....................................................................................................................... 336.22 - Cordas......................................................................................................................... 336.23 - Ponting ou Salto de Pêndulo........................................................................................33
7 - ORGANIZAÇÃO E REALIZAÇÃO DE ACÇÕES DE ANIMAÇÃO DESPORTIVA.................337.1 - Como tirar o máximo partido dos jogos.........................................................................347.2 - Tipos de jogos................................................................................................................357.3 - Dinâmicas de grupo.......................................................................................................38
8 - ORGANIZAÇÃO DO EVENTO..............................................................................................39REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:..........................................................................................46
2
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
1 - CONCEITO DE ANIMAÇÃO
Evolução Histórica
O termo Animação surge e começa a generalizar-se com as experiências e práticas ligadas, à educação
popular, à dinâmica de grupos e aos projectos da Animação Global.
Na 19ª Conferência Geral da UNESCO na recomendação sobre o desenvolvimento dos adultos foi definido o
seguinte: “A animação Social é o processo que visa a tomada de consciência participante e criadora da
população, método de intervenção destinado a estimular as pessoas e os grupos para o auto-
desenvolvimento, através da mobilização das suas faculdades.
Origem da Animação
Sociologicamente a Animação tem a sua origem no surgimento das sociedades industriais e na
desintegração e declínio das chamadas sociedades tradicionais.
Expressão utilizada inicialmente na Europa desde meados dos anos 60, particularmente em França e
Bélgica, para designar um conjunto de acções dirigidas a gerar processos de participação da gente
tendentes à dinamização do corpo social.
A Animação sociocultural nasce como uma forma de promoção de actividades destinadas a encher
criativamente o tempo livre.
O tempo livre
“ o tempo livre não deverá constituir convite à ociosidade, de onde resultam efeitos exactamente opostos aos
desejados, mas ocasião para o enriquecimento físico e espiritual do indivíduo”
(Sobral, 1985: 46)
Origem etimológica da Animação
A palavra Animação surgiu primeiramente numa reunião da UNESCO que se realizou na Áustria em 1950.
Etimologicamente, o termo Animação tem dupla raiz latina:
Anima: dar vida, dar sentido, dar alento e vitalidade.
Animus: motivação, dinamismo.
A Animação é a vida, é a acção de permitir a vida, para pôr vida, ou mais vida, para organizar e desenvolver
a vida, para integrar o desenvolvimento que é crescente.”
(Ambles, 1974)
3
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
Simpson (1974) define a Animação como um estímulo proporcionado à vida mental e afectiva, para incitar as
pessoas a empreender diversas actividades que contribuam para a sua evolução, que lhes permitam
expressar-se, melhor e lhes dê o sentido de pertencerem a uma comunidade de cuja evolução podem
participar.
Para a Escola Sociológica, representada por M. SIMONOT:
A Animação é um sector da vida social, na qual, os seus agentes têm por objectivo uma certa transformação
das atitudes e das relações inter-individuais e colectivas, através de uma acção directa sobre os indivíduos.
Tal acção exerce-se habitualmente pela mediação realizada através de diversas actividades, com a ajuda de
uma pedagogia que apela aos métodos não directivos ou aos métodos activos.
H. THERY, da Escola Psicológica afirma que a Animação implica três processos conjuntos:
Processo de revelação – ao criar condições para que todo o grupo e todo o indivíduo se revele a si
mesmo;
Processo de relacionamento – de grupos;
Processo de criatividade – pelo questionamento dos indivíduos e dos grupos relativamente ao
envolvimento da sua capacidade de iniciativa.
O colectivismo de J.P.IMNOF da Escola Ideológica considera que a Animação é toda a acção realizada
dentro ou sobre o grupo, tendo em vista o desenvolvimento da comunidade e da estruturação da vida social,
recorrendo a métodos não directivos.
Trata-se de um método de integração e de participação do indivíduo no grupo.
A função da Animação é a adaptação de novas formas de vida social.
Por sua vez R. Toraylle diz: “Animação é a acção de dar vida, de imprimir vivacidade e movimento (…) não é
uma atitude intelectual, baseada na teoria, mas que é antes tudo uma vontade de estabelecer laços entre os
Homens, de favorecer a comunicabilidade e de acolher os outros numa reciprocidade de comunicação”.
A Animação tem por finalidade:
Despertar a consciência cívica;
Proporcionar uma educação social;
Superar a passividade;
Desenvolver o espírito de grupo;
Estimular a comunicação;
Contribuir para o desenvolvimento integral e racional do individuo no grupo.
4
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
Ander-Egg (1999) define a animação como a «Acção de estímulo e mobilização de indivíduos, grupos e
colectividades. Forma de infundir ânimo e insuflar dinamismo e entusiasmo. Dar vida e movimento a um
conjunto de pessoas».
Para isso a animação pode englobar diferentes tipos de actividades:
Formação – actividades que favorecem a aquisição de conhecimentos e o desenvolvimento do uso
crítico da razão:
– Jornadas;
– Ateliers;
– Cursos;
– Seminários;
– Debates;
– Ciclos de conferência;
– Educação de adultos;
– Círculos de cultura.
Difusão – actividades que favorecem o acesso a determinados bens:
– Ao património herdado;
– À cultura viva.
Artísticas (não profissionais) – actividades que favorecem expressão e constituem formas de iniciação ou de
desenvolvimento de novas formas expressivas:
artes visuais (pintura, escultura, gravação, desenho artístico, serigrafia, litografia, bricolage,
ilustração de livros, etc.);
Artes cénicas (teatro, mímica, marionetas, jograis e trovadores);
Dança (ballet, danças folclóricas, expressão corporal, dança moderna, jazz, dança educacional,
dança livre);
Música e canto (música folclórica, música moderna, grupos musicais, tunas);
Novas formas de cultura (filmes, audiovisuais, fotografia, meios de comunicação, multimédia);
Artesanato ou artes populares (cerâmica, trabalhos com pedra, trabalho com barro, tecido bordado,
trabalhos com gesso, mesas redondas, debates, educação de adultos, reuniões de trabalhos e
círculos de cultura).
5
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
Linguagem e literatura (periódico popular e rural, ateliers literários, produção de folhetos e revistas);
Desportivas – actividades físicas, lúdicas e de ar livre que favorecem fundamentalmente o
desenvolvimento físico e corporal:
Descontracção (movimento ao ar livre);
Educação física;
Recreio (excursões e jogos);
Desportos;
Jogos pré-desportivos e para-desportivos;
Ioga;
Ginástica;
Desportos ao ar livre.
Sociais – actividades que favorecem a vida associativa e que respondem a necessidades de
determinado conjunto de problemas colectivos:
– Festas;
– Realização de encontros;
– Mobilização de bairros;
– Acções nos movimentos sociais.
Dado que a improvisação é uma das características principais da animação, no futuro será necessário ter
uma grande capacidade de adaptação e imaginação para encontrar estruturas e materiais móveis e
manipuláveis de modo a desenvolver e enriquecer diferentes actividades.
2 - O Animador
Facilita os meios (físicos, materiais, comunicativos e humanos) para a participação/integração,
tornando as situações de Animação mais atractivas.
O Perfil do Animador
Dimensão cognitiva: espírito reflexivo;
Dimensão Afectiva: equilíbrio emocional;
6
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
Dimensão Social e relacionamento: empatia e motivação;
Dimensão Moral: Honestidade.
Saber
Saber fazer
Saber estar
São pilares em que se deve basear o modelo formativo actual. São ensinamentos significativos que
englobam uma linha de competências e capacidades.
Os três elementos entrecruzam-se e completam-se. O primeiro saber refere-se ao saber cientifico, o
segundo ao tecnológico, e o terceiro refere-se às capacidades pessoais e sociais de cada individuo.
Sem um desenvolvimento harmónico e integrado pelos três âmbitos não se poderá assegurar um
bom resultado a nível profissional, e por isso fica clara a relação dos três saberes com as
mencionadas atitudes e amplitudes de toda a profissão.
Tipologia de Animadores
Campo da Animação é muito amplo
Campos de actuação dos Animadores são muito diversos
Classificação em dois níveis:
– Em função do trabalho que realizam;
– Suas características pessoais.
Tipologia do “grupo de trabalho da Animação” (H. Thery, 1966)
Tipologia que parte de diferentes critérios com a finalidade de cobrir todos os conjuntos possíveis da
Animação sem limitar apenas ao sócio-cultural. Tem em conta as seguintes variáveis:
– Situações profissionais;
– Pessoas a que se dedica;
– O tipo de colectividade em que actuam;
– Qualificação técnicas.
7
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
Animadores dirigentes e coordenadores;
Animadores especializados.
Desempenham tarefas de: coordenação, direcção e gestão.
Exercem uma responsabilidade de conjunto baseada em títulos variados: presidente, secretário geral,
director e chefe de estabelecimento.
Classe de Animadores que se define por a actividade e por a especialidade de que são
responsáveis.
Vários tipos de Animadores:
– Animadores especializados numa actividade física ou desportiva;
– Animadores especializados em diferentes campos: em música; teatro; dança; pintura; leitura;
artes plásticas; expressão corporal, etc.
– Animadores especializados em técnicas referentes a actividades manuais;
– Animadores especializados em educação cívica ou formação económica ou social;
– Animadores especializados em educação sanitária;
– Animadores especializados segundo as “idades” com que se vai trabalhar: infância,
adolescência, juventude, 3ª idade;
– Animadores especializados para certas categorias de “diferentes ou inadaptados”.
Tipologia segundo M.Imhof, 1972
Animação centra-se na expressão e na difusão dando lugar aos seguintes tipos de Animadores:
O animador difusor (a sua acção consiste em facilitar o acesso a conteúdos culturais, função esta
que exige um conhecimento profundo do sector cultural e em conhecimentos teóricos e práticos dos
métodos de pedagogia activa);
Os Animadores Monitores (centram a sua atenção sobre conteúdos concretos. Favorecem o
desenvolvimento por meio da expressão pessoal. Monitores desportivos e monitores de técnicas
artísticas podem ser classificados nesta categoria);
8
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
Os Animadores centrados sobre o grupo (baseiam a sua acção no grupo estando à sua disposição.
Esforçam-se por resolver as suas necessidades e atender aos seus problemas. Incluem-se nesta
categoria: animadores de crianças, adolescentes, jovens, adultos, marginalizados… devem por isso
ter conhecimentos psicológicos adequados ao nível a que se dirigem);
Os Animadores coordenadores (devem ter uma formação especial relativa a problemas de
planificação e organização administrativa).
Tipologia segundo E. Limbos, 1974
Propõe uma tipologia de Animadores de jovens partindo de três elementos: o Animador, a acção e
os membros.
Estilo centrado sobre a acção. O Animador quer obter um resultado e ser eficaz.
Animador Acção
Estilo centrado sobre a acção e sobre os membros. Tem-se em conta as relações. Actuando juntos
estabelecem-se laços de Amizade e Simpatia.
Animador Acção = Amizade
Membros
Estilo centrado sobre a autoridade. O Animador deve fazer-se respeitar; o importante são as
estruturas, a ordem, a disciplina e o respeito pelo líder.
Animador Autoridade
Animador centrado sobre os membros. O Animador preocupa-se pouco com a acção a realizar, são
os jovens que decidem a acção a empreender.
Animador Membros Acção
Estilo centrado sobre a equipa pedagógica. O Animador e seus colegas consideram que a equipa,
pela sua competência e suas atribuições, devem intervir constantemente nas acções que vão
realizar com os membros do grupo. O objectivo final é a formação dos membros, pelo que é a equipa
pedagógica que toma conta das actividades e programa, considerando ambos como válidos.
(Animador) Equipa Acção Membros
9
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
Estilo centrado sobre a cooperação, o Animador e os membros decidem o que convém empreender,
em plano de igualdade.
Animador Acção
Membros
Estilo centrado sobre a autonomia. O Animador toma uma posição do que retiram da iniciativa dos
membros.
Membros Acção
(Animador)
Tipologia dos animadores segundo Mª Monera (1985)
Quanto ao nível profissional:
Monitor: Técnico que intervém directamente na comunidade;
Coordenador: Gestor de programas e organizador de equipas;
Responsável: Gestor de área ou de serviço.
Quanto ao modo como se comporta perante as suas funções, o Animador pode caracterizar-se como:
Animador oportunista: Apenas actua em situações que possam favorecer o seu prestígio ou a sua
conta bancária;
Animador indeciso: Não sabe o que quer e como tal deixa-se influenciar pelas circunstâncias;
Animador professor: Serve-se das suas funções para dar contínuas lições;
Animador funcionário: Apenas se implica em actuações previamente autorizadas;
Animador ocasional: dedica-se à animação enquanto não surge uma oportunidade mais favorável;
Animador tecnocrata: procura eficácia mediante uma metodologia, uma receita;
Animador manipulador: utiliza a sua posição social e as suas funções para conseguir que os
elementos do grupo pensem exactamente segundo a sua vontade;
Animador estético: actua em função da beleza do acto; procede como o orador que se escuta a si
próprio;
10
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
Animador narcisista: quer praticar a Animação tal como a sente e pensa; segundo a sua vontade do
momento;
Animador desanimado: tem boa vontade mas desiste facilmente;
Animador egocêntrico: actua, inconscientemente para satisfazer o seu ego;
Animador idealista: luta por alcançar um ideal sem atender às circunstâncias;
Animador compensador: busca o esclarecimento pessoal de modo a atenuar o sentimento de
inferioridade
Categorias de animadores
Segundo as áreas em que desenvolvem a sua actividade:
Culturais;
Sociais;
Tempos livres;
Formativas;
Informativas;
Recreativas;
Marginalizados;
Etc.
Segundo as idades dos elementos do colectivo:
Crianças;
Jovens;
Adultos;
Famílias;
Idosos;
Deficientes.
Segundo o âmbito territorial:
Local;
Municipal;
Regional.
11
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
Educação para todos
A educação para todos supõe que todas as pessoas, qualquer que seja a sua idade, tenham uma
oportunidade, individual e colectivamente, de realizar o seu potencial. Não é só um direito, se não
também um dever e uma responsabilidade para com os outros e com a sociedade no seu conjunto.
O direito de aprender é:
O direito de ler e de escrever;
O direito de questionar e de reflectir;
O direito de imaginar e de criar;
O direito de ler o meio e de escrever a história;
O direito de acesso aos recursos educativos;
O direito de desenvolver competências individuais e colectivas.
3 -Conceito de comunicação (importância, elementos e obstáculos)
Originária do termo latim “communs” que significa pôr em comum, a comunicação pode ser definida
como o conjunto de processos através dos quais se põem em relação duas ou mais pessoas, para
troca de informações.
Comunicar, em termos gerais, é estabelecer uma relação de compreensão entre quem emite uma
ideia, uma informação, e quem a recebe.
Hoje em dia, o êxito de qualquer empresa depende em grande medida da eficiência, oportunidade e
racionalização dos seus canais de comunicação externa e interna, exigidos pelo número crescente
de interlocutores e pela variedade de tipos de situações vividas.
Todo o processo de comunicação envolve:
O Emissor – sujeito que envia a mensagem
O Receptor – sujeito que recebe a mensagem
Código – conjunto de sinais e regras que permite transformar o pensamento em informação, capaz
de ser entendida na sua globalidade pelo receptor. O emissor serve-se do código para construir a
12
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
sua mensagem – operação de codificação – enquanto o receptor utiliza o código para compreender
a mensagem – operação de descodificação.
O Canal – é o suporte onde a mensagem é levada do emissor ao receptor e vice-versa.
O Contexto – é o conjunto das variáveis que rodeiam e influenciam a situação de comunicação.
O Feedback – informação de retorno que permite ajustar a mensagem, tendo em vista a eficácia da
comunicação.
Essenciais à comunicação, os elementos só são suficientes quando o emissor é conhecido pelo
receptor. Este aspecto é determinante para que a relação de compreensão exista.
A comunicação pode realizar-se por diferentes vias, utilizando os meios mais diversificados e
concretizando-se de formas diversas.
Para comunicar de forma eficaz deve:
Ter o melhor conhecimento de si próprio
Ter o melhor conhecimento dos interlocutores (comportamentos, reacções)
Ter o desenvolvimento da capacidade de adaptação à situação
A comunicação pode ser:
Verbal – oral ou escrita
Não verbal – gestos, sinais, postura, expressões faciais
Aspectos a ter em conta na comunicação não verbal:
Expressão facial – não é fácil avaliar as emoções de alguém apenas a partir da sua expressão
fisionómica. Por vezes os rostos transmitem espontaneamente os sentimentos, mas muitas pessoas
tentam inibir a expressão emocional.
Movimento dos olhos – desempenha um papel muito importante na comunicação. Um olhar fixo nos
olhos durante alguns segundos pode ser entendido como prova de interesse, mas noutro contexto
13
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
pode significar ameaça, provocação. Desviar os olhos quando o emissor fala é uma atitude que tanto
pode transmitir a ideia de submissão como a de desinteresse.
Movimentos da cabeça – tendem a reforçar e sincronizar a emissão de mensagens.
Postura e movimentos do corpo – os movimentos corporais podem fornecer pistas mais seguras do
que a expressão facial para se detectar determinados estados emocionais. Por ex.: os colaboradores
de determinada secção adoptam posturas atenciosas e mais rígidas comparativamente às suas
chefias, que tendem a mostrar-se descontraídas.
A voz: a entoação (qualidade, velocidade e ritmo da voz) revela-se importante no processo de
comunicação. Uma voz calma geralmente transmite mensagens mais claras do que uma voz
agitada.
Aparência – a aparência de uma pessoa reflecte normalmente o tipo de imagem que ela gostaria de
passar. Através do vestuário, penteado, maquilhagem, apetrechos pessoais, postura, gestos, modo
de falar, etc., as pessoas criam uma projecção de como são e de como gostariam de ser tratadas. As
relações interpessoais serão menos tensas se a pessoa fornecer aos outros a sua projecção
particular e se os outros respeitarem essa projecção.
Comunicação Interpessoal
A comunicação interpessoal é um processo transaccional e activo que origina novos tipos de
comportamento e desencadeia possibilidades de actuação. Utilizam-se uma infinidade de canais que
operam a dois níveis: a nível racional (as ideias) e a nível emocional (os sentimentos e as emoções).
Não é fácil dissociarmos o que é dito, de quem o diz, porque o nosso discurso está sempre presente,
de forma manifesta ou latente, naquilo que somos.
Cada indivíduo é uma entidade complexa, resultante da combinação de factores biológicos e
psicológicos, e dos resultados das experiências por que passa e, que lhe deixam marcas positivas e
negativas, mais superficiais ou mais profundas.
Não existem dois sujeitos iguais e isso vai obviamente influenciar os processos de comunicação.
Deste modo, torna-se indispensável que os sujeitos, num processo de comunicação, partilhem o
mesmo código, para poderem codificar e descodificar as mensagens.
As nossas atitudes e o nosso comportamento vão ter efeitos no receptor e este irá actuar e
responder em função do significado dos sinais e índices comportamentais que lhe transmitimos. O
14
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
modo como nos comportamos, quando estamos em relação com o outro influencia o modo como ele
se relaciona connosco, mesmo que não tenhamos intenção ou consciência deste processo.
3.1 - Barreiras à comunicação
A eficácia da comunicação implica fundamentalmente que os destinatários interpretem
correctamente as mensagens que se pretendem transmitir. De contrário, os objectivos da
organização não são perfeitamente entendidos pelos seus clientes.
O que pensamos dizer, isto é, o que estruturamos ao nível do pensamento, não é exactamente
aquilo que reproduzimos verbalmente quando expressamos determinada mensagem.
Na captação e na assimilação da mensagem pelo receptor também existe perda de informação.
O QUE SE QUER DIZER …………………100%
O QUE SE DIZ……………………………..80%
O QUE ELE ESCUTA ……………………..60%
O QUE ELE COMPREENDE……………..40%
O QUE ELE RETÉM………………………30%
O QUE SE REPERCUTE………………….20%
Através da reacção do interlocutor, podemos simultaneamente testar a qualidade da recepção, a
conservação da mensagem, o grau de compreensão e as intenções do receptor, verificando se a
comunicação estabelecida foi completa e eficaz.
Chamamos barreiras à comunicação a todos aqueles impedimentos que podem ocorrer em qualquer
fase do processo de comunicação e que se traduzem num obstáculo à pretendida transmissão das
ideias ou conhecimento.
As barreiras à comunicação podem classificar-se em três grandes grupos:
As barreiras físicas
As barreiras físicas resultam de aspectos exteriores aos intervenientes no processo de comunicação e
podem ser inventariadas do seguinte modo:
15
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
A iluminação: luz em demasia/insuficiente
A temperatura da sala: demasiado quente/fria
O arejamento da sala: demasiado abafada
A vista: através da janela
O mobiliário: desconfortável
O canal versus ruído: interno/externo
As barreiras psicológicas/emocionais
As barreiras psicológicas/emocionais envolvem várias formas de distorção das informações,
afectando o relacionamento entre as pessoas, constituindo, assim, o maior entrave ao normal
funcionamento das comunicações.
As barreiras psicológicas/emocionais mais importantes são:
A falta de confiança, preconceitos a favor ou contra algo
A tendência para ouvir apenas o que se pretende ouvir
As diferenças de percepção e uso de má sintaxe
A fadiga e o stress
O medo/receio
A desmotivação
Os sentimentos recíprocos
As expectativas
A frustração
A utilização de linguagem imprópria
O recurso a piadas que não “caem bem”
O recurso a palavras ou imagens que evocam situações desagradáveis.
As barreiras de linguagem
Este tipo de barreiras resulta sobretudo do vocabulário utilizado e da semântica, isto é, o significado
das palavras utilizadas na comunicação.
As barreiras de linguagem mais comuns são:
O vocabulário utilizado pelo emissor
A utilização de siglas
Os termos técnicos
A possibilidade de existirem diferentes significados para a mesma palavra
16
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
As expressões de calão
A pronúncia
A complexidade da mensagem
O contexto
Ser-se monocórdico
Técnicas para uso na comunicação falada com os outros
fale de modo a ser ouvido
Não mastigue as palavras
Faça com que as pessoas se concentrem na mensagem e não na voz
Fale clara e distintamente
Não grite
Fale com naturalidade
Não adopte malabarismos estudados
Não se afaste do seu assunto
Organize os seus pensamentos
Escolha as palavras certas
Utilize palavras curtas e simples
Não empregue termos técnicos a não ser que o assunto e o ouvinte o exijam
Seja breve
Vá direito ao assunto
Não aborreça os seus ouvintes com uma introdução muito longa
3.2 - Princípios de escuta activa
Seja bom ouvinte (saber deixar falar)
Descontraia-se
Olhe o interlocutor nos olhos
Faça o interlocutor sentir-se à vontade consigo (empatia)
Escute com completa atenção
Não escute só metade do que é dito
Seja todo ouvidos
17
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
Mostre interesse e compreensão
Deixe que a sua expressão facial traduza o seu interesse
Evite maneirismos que distraiam o orador
Nunca revele sinais de cólera ou enfado
Tome em atenção a linguagem corporal
Resistir ao efeito de Halo/estereotipagem
Deve concentrar-se no que é dito independentemente daquilo que pensa eliminando juízos
precipitados. Não se esqueça que temos tendência para achar que as pessoas com quem
não simpatizamos dizem sempre coisas desinteressantes e que as pessoas com quem
simpatizamos só dizem coisas interessantes.
Não interrompa
Faça perguntas ocasionais que ajudem a outra pessoa a pensar
Demonstre disponibilidade e interesse para escutar
Não tenha receio dos silêncios
Resuma o que a outra pessoa disse
Os resumos fazem com que as outras pessoas saibam que você está a segui-las
Não pratique repetições desnecessárias
4 - Animar um grupo, como?
Segundo Mário Vilché (citado por Ander-Egg, 1999:72)
“Animar é fazer participar a população no aumento da sua vitalidade; devolver-lhe a alma, um espírito de
equipa, um impulso, despertar o espírito de pioneiro num clima de liberdade… é fazer que cada um tome
o seu destino nas suas mãos”.
Grupo
É um conjunto limitado de pessoas que interagem, unidas por objectivos e características comuns.
18
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
O grupo humano tem:
Uma estrutura
Uma durabilidade no tempo
Uma certa coesão
Um conjunto de normas
Os membros do grupo são coesos porque:
Existe uma interdependência entre si, trabalham em conjunto para um objectivo comum e este é
conseguido com o trabalho de todos.
Existe alguma semelhança entre os membros do grupo, o que faz com que eles executem as
actividades do grupo.
Existe a oportunidade de todos participarem nas decisões.
A coesão do grupo permite:
Que os seus membros permaneçam juntos;
Que os seus membros confiem e sejam leais entre si;
Que os seus membros se sintam seguros;
Que os seus membros se deixem influenciar pelo grupo, em si.
O grupo apresenta:
Vantagens:
Tomada de decisão de maior risco
Maior rapidez e eficácia na concretização dos objectivos.
Enriquecimento das decisões.
Divisão de tarefas.
Criação de laços de amizade.
Segurança
Poder e influência face ao exterior.
Desvantagens:
19
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
Tomada de decisão empobrecida
Pensamento do grupo
Transformação do eu em nós
São regras de um trabalho em grupo:
1. Possibilitar a expressão de cada membro do grupo:
– Permitindo a apresentação do seu próprio ponto de vista.
– Dando oportunidade para que cada um se sinta escutado.
2. Criar espaço às posições dos diferentes elementos:
– Aceitando as informações de todos
– Evitando posições extremas de “vencedores” e “vencidos”
– Tornando possível a ultrapassagem sadia de conflitos
– Não pressionando decisões e acordos rápidos
3. Procurar o consenso no grupo:
– Tentar encontrar a solução mais aceitável para todos
– Ponderar os argumentos apresentados
– Estimular a participação de todos
Com a dinâmica criada visa-se:
Motivar
Melhorar a integração de novos conhecimentos e atitudes na prática profissional
Criar um quadro de referências comuns
Criar hábitos de trabalho em equipa
Familiarizar os formandos com métodos e técnicas de revolução de problemas.
5 - Turismo de Montanha inserido no Turismo Natureza
O que é o Turismo Natureza?
20
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
O Turismo de Natureza é o produto turístico composto por estabelecimentos, actividades e serviços de
alojamento e animação turística e ambiental realizados e prestados em zonas integradas na rede
nacional de áreas protegidas.
Desenvolve-se segundo diversas modalidades de hospedagem, de actividades e serviços
complementares de animação ambiental, que permitam contemplar e desfrutar o património natural,
arquitectónico, paisagístico e cultural, tendo em vista a oferta de um produto turístico integrado e
diversificado.
Compreende, pois, serviços de hospedagem e actividades de animação ambiental.
5.1 - Actividades de Animação Ambiental
Entende-se por animação ambiental, a animação que é desenvolvida tendo como suporte o conjunto de
actividades, serviços e instalações para promover a ocupação dos tempos livres dos turistas e visitantes,
através do conhecimento e da fruição dos valores naturais e culturais próprios da área protegida
• As actividades de animação ambiental podem assumir as seguintes formas:
• Animação
É o conjunto de actividades que se traduzem na ocupação dos tempos livres dos turistas e visitantes,
permitindo a diversificação da oferta turística, através da integração dessas actividades e outros recursos
das áreas protegidas, contribuindo para a divulgação da gastronomia, do artesanato, dos produtos e das
tradições da região onde se inserem, desenvolvendo-se com o apoio das infra-estruturas e dos serviços
existentes no âmbito do turismo natureza.
• Interpretação Ambiental
É toda actividade que permite ao visitante o conhecimento global do património que caracteriza a área
protegida, através da observação, no local, das formações geológicas, da flora, fauna e respectivos
habitats, bem como de aspectos ligados aos usos e costumes das populações, com recurso às
instalações, sistemas e equipamentos do turismo natureza.
• Desporto de Natureza
21
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
São todas as actividades praticadas em contacto directo com a natureza e que, pelas suas
características, possam ser praticadas de forma não nociva para a conservação da natureza.
5.2 -Tipologias de Alojamento em Turismo de Natureza
Turismo no espaço rural
Esta forma de alojamento turístico só é considerada como hospedagem em turismo de natureza quando
as unidades sejam situadas dentro de áreas protegidas.
Turismo de Habitação
É um serviço de hospedagem de natureza familiar prestado a turistas em casas antigas particulares que,
pelo seu valor arquitectónico, histórico ou artístico, sejam representativos de uma determinada época,
nomeadamente os solares e casa apalaçadas. Esta modalidade só pode ser explorada por pessoas
singulares ou sociedades familiares que sejam proprietárias e que nela residam durante o período de
exploração.
Turismo Rural
É um serviço de hospedagem de natureza familiar prestado a turistas em casas rústicas particulares, que
pela sua traça materiais construtivos e demais características, se integrem na arquitectura típica regional.
O turismo rural só pode ser explorado por pessoas singulares ou sociedades familiares que sejam
proprietárias, possuidoras ou legítimas detentoras da casa e que nela residam durante o período de
exploração.
Agro-Turismo
É um serviço de hospedagem de natureza familiar prestado em casas particulares integradas em
explorações agrícolas, que permitam aos hóspedes o acompanhamento e conhecimento da actividade
agrícola ou a participação nos trabalhos aí desenvolvidos, de acordo com as regras desenvolvidas pelo
seu responsável.
O agro-turismo só pode ser explorado por pessoas singulares ou sociedades familiares que sejam
proprietárias, possuidoras ou legítimas detentoras da casa ou que nela residam.
Casas de Campo
É um serviço de hospedagem prestado em casas particulares situadas em zonas rurais, quer sejam ou
não utilizadas como habitação própria dos seus proprietários, possuidores ou legítimos detentores,
devendo a sua traça, materiais de construção e demais características, integrar-se na arquitectura e
ambiente rústico da zona e local onde se situam.
Turismo de aldeia
22
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
É um serviço de hospedagem prestado num conjunto de, no mínimo, cinco casas particulares situadas
numa aldeia e exploradas de forma integrada, quer sejam ou não utilizadas como habitação própria dos
seus proprietários, possuidores ou legítimos detentores. No entanto, a sua exploração deve ser realizada
por uma única entidade.
As casas afectas a turismo de aldeia devem pela sua traça, materiais de construção e demais
características, integrar-se na arquitectura típica local.
O turismo de aldeia pode ser explorado em aldeias históricas, centros rurais ou aldeias que mantenham
no seu conjunto, o ambiente urbano, estético e paisagístico tradicional da região onde se inserem.
Hotéis Rurais
São estabelecimentos hoteleiros situados em zonas rurais e fora das sedes de concelho cuja população,
de acordo com o último censo realizado seja superior a 20 000 habitantes, destinados a proporcionar,
mediante remuneração, serviços de alojamento e outros serviços acessórios ou de apoio, com
fornecimento de refeições.
Os hotéis rurais devem, pela sua traça arquitectónica, materiais de construção, equipamentos e
mobiliário, respeitar as características dominantes da região onde se inserem.
Parques de Campismo Rural
São terrenos destinados permanentemente ou temporariamente à instalação de acampamentos,
integrados ou não em explorações agrícolas, cuja área não seja superior a 5000 m2.
Casas de Natureza
São casas integradas em áreas protegidas, destinadas a proporcionar, mediante remuneração, serviços
de hospedagem e que, pela sua implantação e características arquitectónicas, contribuam decisivamente
para a criação de um produto integrado de valorização turística e ambiental das regiões onde se insiram.
Casas de Abrigo
Designa-se por casas-abrigo o serviço de hospedagem prestado a turistas em casas recuperadas a partir
do património do Estado cuja função original foi desactivada, quer sejam ou não utilizadas como
habitação própria do seu proprietário, possuidor ou legítimo detentor.
Centros de Acolhimento
Designam-se por centros de acolhimento as casas construídas de raiz ou adaptadas a partir de edifício
existente, que permitam o alojamento de grupos, com vista à educação ambiental, visitas de estudo e de
carácter científico.
Casas de Retiro
23
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
Designam-se por casas de retiro as casas recuperadas, mantendo o carácter genuíno da sua
arquitectura, a partir de construções rurais tradicionais ou de arquitectura tipificada, quer sejam ou não
utilizadas como habitação própria do seu proprietário, possuidor ou legítimo detentor.
5.3 - Programa Nacional de Turismo Natureza:
Visa regular estas actividades, na rede Nacional de Áreas Protegidas de forma ambiental, social, cultural
e economicamente sustentável, através de:
• Sensibilização da actividade turística, das populações locais e de outras organizações interessadas;
• Promoção da criação de estruturas adequadas;
• Criação de legislação específica, nomeadamente assente nos seguintes vectores:
Conservação da natureza;
Desenvolvimento local;
Qualificação da oferta turística;
Diversificação da actividade turística.
6 – Actividades de Animação Ambiental
6.1 - Pedestrianismo
O Pedestrianismo é a actividade de percorrer distâncias a pé, de forma a desfrutar de tudo o que o rodeia a
um ritmo tranquilo. No Pedestrianismo, o caminho não é um fim mas um meio, pelo que as rotas são
habitualmente estabelecidas tendo em conta o interesse paisagístico, cultural ou histórico. Situa-se, assim,
entre o desporto e o turismo. Idealmente, pratica-se em caminhos bem definidos, sinalizados com marcas e
códigos internacionalmente aceites (percursos pedestres homologados), embora haja ainda vastas zonas do
nosso país onde se pratica o Pedestrianismo e onde esse trabalho não foi ainda feito.
Na selecção dos percursos a seguir, para além do interesse turístico, devem ser evitadas as estradas
asfaltadas ou vias de comunicação transitáveis por veículos motorizados. Pelo contrário, a passagem por
núcleos populacionais, sejam casas rurais isoladas, aldeias ou cidades, não é necessariamente de evitar,
dado o potencial interesse cultural e arquitectónico que possam representar.
6.2 - Montanhismo
O Montanhismo consiste em subir uma montanha utilizando diversas técnicas, consoante o percurso e os
obstáculos vão surgindo. Assim, pode incluir o próprio pedestrianismo, a escalada, a orientação, ou mesmo o
24
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
alpinismo. Relativamente ao pedestrianismo, o montanhismo procura montanhas e trilhos informais e por
vezes extremamente difíceis, exigindo boa forma física e conhecimentos técnicos específicos, por vezes só
acessíveis a praticantes de alto nível.
O Trekking um termo técnico para designar a marcha de montanha, e pode envolver passagens por
pequenos rios e escalada simples, em trilhos na montanha. Situando-se entre o Pedestrianismo e o
Montanhismo, o Trekking é precisamente o percurso pedestre em montanha.
Quanto aos níveis de Montanha, o Montanhismo pode subdividir-se da seguinte forma:
Baixa Montanha – aproximadamente 500 até 1000 m de altitude;
Média Montanha – aproximadamente 1000 até 2500 m de altitude;
Alta Montanha – aproximadamente 2500 até 8850m de altitude;
Não são considerados desportos de Montanhismo todos aqueles que, apesar de praticados na montanha,
recorram a equipamentos mecânicos ou de tracção animal para o deslocamento do praticante.
6.3 – Escalada
Fazer Escalada consiste em chegar ao cimo de uma parede mais ou menos vertical utilizando apenas o
próprio corpo para progredir, mas sempre com material de protecção (cordas e outros meios). Destreza,
agilidade, flexibilidade, equilíbrio e força são os principais requisitos para a prática desta modalidade.
A Escalada pode ser praticada em contacto com a natureza, escalando rochas e falésia ou paredes
artificiais.
Na generalidade das disciplinas de Escalada, a segurança é feita de uma das seguintes formas:
Escalada em Top Rope (corda no topo)
A corda de segurança encontra-se no topo da via (itinerário de subida), e agarrada ao escalador. O
escalador progride sempre com a corda acima do nível da máxima deslocação vertical que possa realizar.
Caso sofra uma queda, e se o assegurador realizar correctamente a segurança, o escalador cairá apenas
alguns centímetros. É a forma mais segura e a mais indicada para iniciantes. O Assegurador pode estar no
solo, controlando a corda, denominando-se de top rope em sistema molinete, ou com este junto à reunião do
topo onde se encontra também unida a corda de segurança.
Escalada “à frente”
É o escalador (primeiro da cordada) que, ao progredir verticalmente tem que fazer passar a sua corda de
segurança em pontos intermédios existentes na rocha, previamente fixos, permanentes ou que ele próprio
coloca, denominadas protecções móveis, de rápida colocação e extracção (entaladores). Esta medida faz
com que, caso o escalador caia, em conjunto com o controlo efectuado pelo assegurador, a corda se
25
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
detenha no último ponto colocado, evitando assim a queda do escalador no solo. O assegurador, com um
aparelho específico para esta função, controla a corda, cedendo, recuperando ou detendo-a, conforme a
progressão ou solicitação do escalador.
Existem duas técnicas de Escalada:
Escalada Livre
Escalada utilizando apenas as extremidades do corpo em contacto directo com a superfície a escalar, ou
seja, agarrando e pressionando saliências (presas) na rocha.
Escalada Artificial
Recorrendo a equipamento para facilitar a progressão. Usada geralmente quando a textura da rocha não
permite a escalada em livre (escassa quantidade ou dimensão das presas). Questões de incapacidade física,
técnica ou psicológica podem igualmente impedir a progressão utilizando apenas as presas existentes.
6.4 - Rappel
O Rappel é uma actividade em que o participante desce uma parede rochosa mais ou menos vertical,
suportado numa corda presa no topo, controlando assim a velocidade da descida. Mais do que um desporto,
é uma técnica de escalada, que derivou do alpinismo, originalmente usada na exploração de grutas e
cavernas ou em resgates.
O rappel é utilizado muitas vezes para descer da via de Escalada.
Podendo igualmente ser praticado em paredes artificiais, em ambiente natural o rappel costuma ser
praticado em:
Paredes Rochosas Naturais;
Paredes de Barragens;
Pontes.
6.5 - Orientação
Orientação é um desporto em que os praticantes visitam vários pontos de controlo, marcados num mapa, por
uma ordem previamente definida. É o desafio de interpretar o mapa em movimento e escolher o melhor
itinerário entre os pontos de controlo. Como poucos desportos, a Orientação é um desafio para o corpo e
para a mente.
A Orientação não requer estruturas permanentes e não há grandes custos para organizar uma competição,
sendo necessário um mapa desenhado especificamente para a Orientação, onde são marcados os
percursos.
26
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
A Orientação pode ser praticada individualmente ou em grupo. No entanto os escalões de competição são
sempre individuais.
6.6 - BTT
O BTT (Mountain Bike) compreende as actividades praticadas em bicicletas todo-o-terreno ou bicicletas de
montanha, que, como o próprio nome indica, possibilitam percursos em bicicleta por terrenos mais
acidentados ou fora da estrada, o que, na natureza, pode possibilitar percursos mais interessantes e
inesperados.
Enquanto desporto de natureza, e em termos de competição, importa salientar duas vertentes interessantes
do BTT:
O downhill – descida de montanha, normalmente em terreno muito acidentado, requer maior perícia e atinge
velocidades mais elevadas;
O crosscountry – em circuitos fechados, desenhados para o efeito, geralmente em terrenos mais planos,
permite percorrer maiores distâncias e em percursos mais diversificados.
6.7 - Hipismo
O Hipismo é o desporto que pressupõe a relação do homem e do cavalo, nos mais variados moldes, de uma
forma harmoniosa e prazerosa para ambos.
Define-se como desporto equestre todo o desporto que implique a utilização de uma montada, atrelada ou
não, com ou sem carácter competitivo, promovendo passeios, corridas, gincanas, raids, etc.
Entende-se por passeios equestres a realização de passeios a cavalo sem fins competitivos, podendo ser
guiados em percursos sinalizados ou não. Não exigem muito esforço por parte do cavaleiro e os percursos
podem ser os mais variados, desde caminhos de montanha podem incluir a transposição de algumas
barreiras naturais, como a travessia de rios com pouca profundidade ou subida e descida de montes,
conferindo um maior grau de aventura à actividade. O Trec – variante da disciplina federada desde princípios
de 2004, designada por Turismo Equestre – é igualmente praticado em percursos na natureza, previamente
preparados para o efeito, e alia obstáculos naturais a outros artificiais para a realização de diversas provas
específicas, como é o caso da orientação.
Para além dos passeios a cavalo, outras actividades equestres podem ser aproveitadas pelo Turismo de
Natureza, nomeadamente:
Horse papers;
Raids;
Cavalhadas (provas de equitação populares de tradição portuguesa);
27
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
Gincanas;
Jogos Medievais.
6.8 - Espeleologia
A Espeleologia é o estudo das cavidades naturais (grutas, cavernas, fontes, é uma ciência complementar de
outras como a geologia, a antropologia, a arqueologia, a biologia, é actualmente encarada por muitos como
um desporto extremamente exigente. Requer conhecimentos técnicos multidisciplinares, nomeadamente de
escalada e montanha, e uma condição física que permita enfrentar situações de grande esforço (longos
períodos sob a luz de lanternas, transposição de obstáculos, extensos percursos, etc.).
No âmbito das actividades de ar livre, designa-se esta actividade por Espeleísmo, onde se inclui qualquer
actividade desportiva e de lazer desenvolvida em meio espeleológico.
Para além da espeleologia “clássica”, existe a Espeleologia Subaquática ou Mergulho em Grutas, que se
desenrola em grutas cheias de água com recurso a escafandro.
6.9 - Balonismo
O Balonismo é a prática de voo em balão, permitindo a contemplação de um vasto horizonte num silêncio
quase absoluto. Apesar de extremamente relaxante, esta actividade transporta consigo toda a emoção de
voar num cesto de verga.
Lembrando o facto de que o ar quente é mais leve que o ar frio, os balões são cheios com ar frio, através de
um ventilador. Depois de cheio o balão, o ar é aquecido por um maçarico, alimentado por gás propano, que
controla o voo dos balões. Accionando-o ou não, o piloto pode controlar com precisão a altitude do balão.
Quem define a direcção a tomar é o vento. O piloto apenas escolhe as correntes de ar nas diferentes
altitudes em que coloca o balão, podendo voar rente ao solo ou a até 16 mil metros. Segundo os balonistas,
a melhor altitude para se voar é 330 metros e o vento ideal é de 12 nós por hora, o que dá uma velocidade
de 24 km/hora. A autonomia de um voo é de duas horas e meia, já que um balão leva normalmente 80 kg de
gás e consome cerca de 25 a 30 kg por hora.
O voo cativo, que consiste em manter o balão preso à terra por uma corda, permitindo que a subida e
descida se façam sempre a partir de um ponto fixo;
O voo livre, em que a orientação se faz através do arremesso do lastro (normalmente sacos de areia) ou
então, aquecendo o ar contido no balão de maneira a fazê-lo subir até à altura de uma corrente de ar que se
desloque na direcção desejada.
28
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
6.10 - Voo Livre
O voo livre agrupa um conjunto de disciplinas cujo objectivo comum é voar utilizando as forças da natureza
(gravidade para descer e térmicas ou de vento para subir) e recorrendo à capacidade física do próprio piloto
para descolar e aterrar. Os longos anos de evolução por que passaram estas disciplinas, o crescente
aumento do conhecimento científico neste domínio e o surgimento de novos materiais de alta tecnologia têm
consolidado estas disciplinas como as das mais divulgadas da aviação.
Voo com Asa Delta – é uma aeronave fabricada com alumínio, fibra de carbono e tecido. O piloto voa
deitado suspenso sob a aeronave que é dirigida pela deslocação de seu corpo (centro de gravidade) no
interior do trapézio.
Esta é controlada pela mudança de peso do piloto em relação à asa. O piloto fica suspenso por uma cinta na
estrutura da Asa Delta. Com movimentos pendulares do corpo para ambos os lados,, empurrando ou
recolhendo a barra do triângulo, o piloto vai alterando o centro de gravidade do conjunto. Isso faz com que
esta se incline na direcção do movimento do piloto e permite o controlo da direcção e da velocidade. A
velocidade de voo em ar calmo pode variar entre os 26 e os 120 km/h.
A asa delta tem a vantagem de ser mais rápida, por isso consegue descolar e voar numa gama mais larga de
ventos (o-50 km/h), e possuir maior coeficiente de planeio (até 1:19) o que lhe permite percorrer maiores
distâncias por cada metro perdido relativamente ao solo.
Voo com Parapente – o parapente é um derivado longínquo do pára-quedas, mas que encontra ar
ascendente. Todo o material necessário para o voo é arrumado dentro de um saco que facilmente se
transporta às costas.
Um parapente tem uma parte superior e uma parte inferior que são ligadas interiormente por nervuras.
Constituindo como que uns sacos dispostos uns a seguir aos outros. O ar é “pressionado” pelas aberturas do
bordo de ataque (parte da frente) e como não tem por onde sair, mantém uma certa pressão interna, criando
uma falsa estrutura rígida. Para voar são necessárias condições de ascensão de ar. São fáceis de encontrar
junto às falésias de algumas das nossas praias e na montanha, onde poderão atingir altitudes até 5.000
metros ou mais, consoante as condições atmosféricas. A velocidade do parapente, em ar calmo, pode variar
entre 25 e 65 km/h.
O parapente tem a vantagem de ser leve e de fácil arrumação, a sua aprendizagem é rápida, desloca e
aterra mais lentamente e em locais mais pequenos.
6.11 - Mergulho
O mergulho é a actividade que envolve a submersão total debaixo de água, a profundidade variável, por
determinado tempo, como forma de usufruir da observação e interacção com o mundo subaquático, sua
fauna, flora, recursos minerais ou outros.
29
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
Mergulho Amador, Desportivo, Autónomo, com Garrafa ou com Escafandro – o mergulhador conta com
equipamento que lhe permite respirar autonomamente por longos períodos;
Mergulho Livre ou Apneia – o mergulhador conta apenas com a suspensão da sua respiração.
Ambas estas modalidades se distinguem do mergulho profissional por consistir num fim em si mesmo, não
sendo encarado como uma técnica que constitua o principal instrumento de trabalho, mas como uma
actividade lúdica (ou eventualmente acessória, como no caso dos fotógrafos sub-aquáticos, por exemplo);
Existem ainda especializações dentro do mergulho, como por exemplo:
- Mergulho nocturno;
- Orientação subaquática.
6.12 - Vela
A Vela é uma modalidade desportiva náutica, praticada em qualquer plano de água que reúna as dimensões
e profundidade mínimas necessárias. Para a sua prática, são necessárias “embarcações à vela”, cujo
elemento propulsor é o vento.
Podemos diferenciar vários níveis de prática, nomeadamente da competição ao lazer, nos quais se realizam
regatas com os mais variados percursos, sendo que alguns destes são delineados por balizas, outros
constituem até travessias marítimas.
6.13 - Windsurf
O windsurf (Prancha à Vela) é a actividade de navegar de pé, através da utilização de uma prancha e de
uma vela. Ao contrário do surf, o windsurf não exige grande preparação física, podendo ser praticado por
pessoas de qualquer idade.
Na escolha do local ideal para praticar windsurf há que ter em conta dois factores: o vento e as marés. O
vento mareiro ou do mar é o mais seguro porque, se surgir algum problema ele empurra na direcção de terra.
O vento de terra, pelo contrário, é perigoso já que vai afastando a prancha de terra. No que respeita às
marés, estas podem ser consideradas perigosas, pois a subida e descida da água provoca correntes.
6.14 - Surf
Surfar consiste, basicamente, em vir do mar para a terra utilizando o impulso criado pela inclinação da onda,
com a ajuda de uma prancha e de algumas manobras. O surf exige boa preparação física por parte do
praticante, que além da actividade em si, tem que estar em constante deslocação no mar para procurar
novas ondas. São essenciais atributos como a força, o equilíbrio, a coordenação e a resistência. As ondas
30
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
mais favoráveis à prática do surf variam entre dois e três metros de altura, da base à crista. Esta altura é
influenciada por vários factores, como o vento, a direcção das marés, a forma do banco de areia ou de
pedra, etc.
Surf – no surf o praticante tem como objectivo colocar-se de pé em cima da prancha e deslocar-se com a
onda pelo máximo de tempo e executando manobras que dificultam esse objectivo;
Longboard – O longboard assemelha-se em tudo ao surf, excepto na prancha que é mais longa, adequando-
se mais a outro tipo de ondas, mais pequenas e manobras mais clássicas. Por esse motivo, o longboard é
muitas vezes praticado por iniciantes ou pessoas de menor preparação física;
Kneeboard – praticado com uma prancha semelhante à do surf, mais pequena, difere no facto de o
praticante permanecer de joelhos, e não em pé sobre a prancha;
Bodyboard – o bodyboard consiste na execução de manobras mais ou menos elaboradas ao descer ondas
marítimas numa prancha flutuante sobre o qual o praticante se coloca deitado de bruços, ficando com as
pernas livres para, através de barbatanas, controlar e impulsionar a prancha.
6.15 - Canoagem
A canoagem é um desporto que pode ser praticado em rios, mares e lagoas. Consiste na descida de cursos
de água, mais ou menos agitados, usando para tal uma canoa ou um caiaque. As ancas e a cintura do
remador é que ditam as ordens e controlam a direcção. Por isso, a zona onde o remador se senta é mais
larga. A diferença entre remar em águas lisas ou bravas é que as primeiras a força e o ritmo da papaia é que
contam, enquanto em águas bravas o remador tem que possuir boa técnica para manobrar o banco na
perfeição e assim conseguir melhores resultados.
Quando praticada em águas calmas, a canoagem é uma actividade ideal para os apreciadores de passeios
tranquilos, que proporciona um contacto efectivo com a natureza ao longo do curso de água.
A canoagem pode ser praticada por qualquer pessoa de todas as idades, de preferência a partir dos 12 anos,
desde que tenham uma capacidade física normal e saibam nadar.
6.16 - Remo
O remo é uma modalidade desportiva de grupo, em que a deslocação da embarcação é motivada pela força
sincronizada dos participantes por meio de remos. Esta actividade proporciona um exercício físico muito
completo, aliando resistência física, força muscular, elevada coordenação de movimentos, capacidade de
concentração e um forte espírito de grupo.
31
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
6.17 - Rafting
A actividade de rafting é um desporto de equipa, que consiste em descer um rio, numa embarcação
pneumática, o raft (“jangada” em inglês), e vencer os diversos obstáculos que possam surgir, como árvores,
rochas, remoinhos, quedas, etc. os rafts estão devidamente preparados para o efeito, nomeadamente com
saídas para escoar constantemente a água que entra. A velocidade atingida varia consoante as condições e
os participantes, não ultrapassando os 18 kms/hora.
6.18 - Hidrospeed
O Hidrospeed consiste na descida de um rio rápido ou de águas bravas em que o participante desce o rio
deitado sobre uma pequena prancha específica para a modalidade, equipado com barbatanas e conduzindo
com o bater das pernas que estão fora da prancha, em contacto directo com a água, de forma a evitar os
obstáculos que vão surgindo (pedras, troncos, etc).
6.19 - Canyonning
Esta modalidade algo recente nasceu do desenvolvimento de técnicas para o reconhecimento de rios,
abertura de paredes e exploração de grutas por alguns aventureiros. O canyonning consiste na descida de
canyons, desfiladeiros, ou rios de fraco caudal mas com elevado desnível, seguindo o curso do rio, com
recurso a diversas técnicas de progressão. Entre estas técnicas, podemos encontrar o rappel (para a descida
de cascatas), a espeleologia (para a passagem por grutas), a natação (para atravessar lagoas e piscinas
naturais), escalada (para subida de pequenos trechos em rocha), trekking ou saltos. É fundamental conhecer
bem o rio em causa, já que súbitas variações do caudal não programadas podem prejudicar o percurso ou
mesmo oferecer situações de grande perigo. Existe uma escalada de níveis de dificuldade para os percursos
de canyonning, de 1 a 6, que os destinam a diversos utilizadores, respectivamente entre principiantes e
especialistas.
6.20 - Kitesurf
O Kitesurf é um dos mais recentes desportos aquáticos. Mistura o surf e o parapente. O Kitesurf proporciona
momentos únicos no mar.
6.21 - Paintball
O paintball é um jogo de estratégia, trabalho de equipa e coordenação, onde, na sua versão mais clássica,
duas equipas se defrontam tentando invadir o terreno adversário por forma a conquistar a bandeira da outra
equipa sem perder a sua. Cada jogador encontra-se munido de um marcador (semelhante a uma arma) que
dispara pequenas bolas que contêm tinta solúvel e biodegradável. Os jogadores atingidos vão abandonando
o jogo.
32
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
6.22 - Cordas
Originalmente, as actividades com cordas serviam apenas para complementar outras modalidades, como a
escalada. Hoje devido ao elevado número de participantes tornaram-se independentes. As actividades com
cordas são, entre outras: rappel (descida vertical por cabo), tirolesa (percorrer a corda apenas com a força
dos braços), ponte Himalaia (percorrer a corda em pé apoiado em duas cordas ao mesmo nível, uma para
cada mão; a terceira serve de apoio para os pés), paralelas (duas cordas, a inferior para os pés e a superior
para apoio das mãos), o deslizamento ventral (um cabo onde o corpo desliza horizontalmente) e por fim o
slide (consiste em deslizar de um ponto elevado até ao nível do chão através de um cabo de aço; apenas as
mãos estão seguras à roldana que efectua o deslizamento). O objectivo desta modalidade é o
desenvolvimento da destreza, do equilíbrio, da agilidade, da concentração, do auto-domínio e da auto-
confiança.
6.23 - Ponting ou Salto de Pêndulo
Consiste em saltar de uma ponte do lado oposto àquele onde se fixam as cordas dinâmicas (i.e. cordas
específicas de escalada com capacidade de amortecimento). Com esta técnica o saltador mantém em quase
todos os momentos uma trajectória pendular e não sente puxões bruscos. Após o primeiro pêndulo, é
possível alargar ligeiramente as cordas prolongando assim os instantes em que se experimenta a sensação
de queda livre. Os saltos em pêndulo são efectuados essencialmente em antigas pontes de caminho de
ferro, sempre enquadrado em ambientes naturais que valorizem ainda mais emoção desta actividade.
7 - ORGANIZAÇÃO E REALIZAÇÃO DE ACÇÕES DE ANIMAÇÃO DESPORTIVA
Processo de organização:
Definição da acção
Definição dos objectivos
Programação da acção
Realização da acção
Avaliação da acção
7.1 - Como tirar o máximo partido dos jogos
É importante planear os jogos que pretende utilizar e compreender bem porque razão tenciona
utilizar um determinado tipo de jogo.
33
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
É muito fácil entrar numa rotina e utilizar sempre os mesmos jogos, semana após semana. É
importante apresentar jogos novos aos participantes regularmente, mas a pouco e pouco, de modo a
assegurar que eles compreendem bem o que se pretende deles.
Quando os participantes estão a aprender um jogo novo, não faça descrições muito complicadas,
porque o mais provável é distraírem-se e começarem a conversar uns com os outros. Demonstre
aquilo que eles têm de fazer, porque dessa maneira compreenderão mais depressa o que se
pretende.
Quando chamar as crianças ou os jovens para um jogo, ponha-os a jogá-lo imediatamente: “Quem é
que quer ficar a apanhar?” – “Tu, tu e tu, para aqui” – “Vamos”. Não os obrigue a esperar para não
perder impacte além disso, conseguirá atrair mais depressa a sua atenção se os fizer sentir que não
podem perder nada do que se está a passar.
Se precisar de escolher uma personagem principal para os jogos descritos, procure assegurar que
todos os participantes tenham uma oportunidade de ser a personagem principal.
Se algumas crianças ou jovens chegarem quando o jogo já estiver a decorrer, não os deixe ficar de
lado – ponha-os a participar no jogo imediatamente.
Se um jogo não estiver a resultar, não receie interrompê-lo e começar outro.
Tente apreender o estado de espírito das crianças ou dos jovens e saber quando deve escolher um
jogo sossegado e quando é que eles precisam de gastar energia com um jogo mais movimentado.
Procure fazer com que os jogos sejam divertidos, evitando regras desnecessárias. Não interrompa o
jogo.
É importante que os participantes ajudem a tomar decisões. Há muitas maneiras de fazer isso, por
exemplo, fazendo uma lista de jogos e pedindo-lhes para marcarem aqueles que gostam mais.
No fim da sessão de jogos, é importante sentar-se com os participantes e explicar-lhes claramente
qual era a sua finalidade a fim de determinar se a sua experiência corresponde ao que se pretendia.
Por último, há um aspecto muito importante: os adultos devem participar nos jogos. As crianças e os
jovens gostam imenso de tentar apanhar e ser apanhados por adultos, portanto, não se ponha de
lado a conversar.
34
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
7.2 - Tipos de jogos
Ramos e Muñoz (1998) definem uma classificação mais diversificada dos jogos de animação,
classificando-os em:
Jogos de Apresentação – têm como principal objectivo o estabelecimento do primeiro contacto
entre os participantes, de forma a que eles conheçam os nomes e algumas características dos
elementos que compõem o grupo.
Jogos de conhecimento – procuram que haja entre os participantes trocas de informações que
permitam um conhecimento mais profundo entre todos.
Jogos de afirmação – caracterizam-se pelo desenvolvimento do perfil de cada participante e da sua
posição no grupo.
Jogos de comunicação – caracterizam-se pelo desenvolvimento da comunicação verbal e não
verbal para exprimir necessidades e sentimentos. Estas formas são importantes para o
fortalecimento das relações do grupo.
Jogos de confiança – têm como objectivo a criação de um clima positivo no seio do grupo, de forma
a estabelecer-se um bom relacionamento entre todos.
Jogos de cooperação – têm como finalidade ultrapassar as situações que possam envolver uma
certa competitividade entre os participantes. São importantes para o desenvolvimento da capacidade
de compartilhar ideias e experiências.
Jogos de resolução de conflitos – caracterizam-se pelo desenvolvimento, no seio do grupo, da
capacidade de analisar situações de conflito e apresentar soluções.
Actividades/Jogos de Interior
As actividades ou jogos de interior são uma das muitas ferramentas utilizadas em campos de férias,
nomeadamente para a animação e desinibição de grupos.
É nestas actividades que se inserem os jogos de quebra gelo, sendo estes a porta de entrada no
campo de férias, por serem utilizados na primeira noite de actividades de grupo, tendo como
objectivo principal, e como o próprio nome indica “quebrar o gelo” entre todos os intervenientes, quer
sejam participantes ou animadores.
35
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
Permitem ao animador desde o primeiro momento uma observação directa de todos os participantes.
Observação directa
Num primeiro instante identificamos:
Lideranças
Medos
Susceptibilidades
Domínio da actividade
Outros.
Existem diversos exemplos de actividades de quebra-gelo, umas simples, outras mais complexas, no
entanto utilizam-se desde o início ao fim do campo de férias por serem um instrumento de trabalho
privilegiado, sendo sempre uma mais valia para o animador.
Regras essenciais para o animador:
Um perfeito conhecimento do jogo em causa
Nunca levar a efeito com os participantes, uma actividade que não tenha ele próprio
vivenciado
Não permitir da parte de quem já conheça a actividade que a prejudique
As actividades de quebra-gelo são por si, jogos sem muita dinâmica o que provoca normalmente
desinteresse, assim que a motivação do animador do jogo seja fundamental para o seu bom
funcionamento.
Exemplos Práticos
Jogo de Apresentação
Material necessário – cadeiras em número igual ao numero de participantes e corda.
Deve o animador pedir que se faça um círculo de cadeiras e dando ele próprio inicio à actividade
apresentando-se e em seguida dar uma volta com a corda a um dos pés da sua cadeira e enviar a corda
para outro dos participantes.
No final de todas as apresentações teremos uma teia formada e terá a corda de voltar a ser enrolada o que
permitirá um conhecimento quase imediato dos nomes dos participantes.
Jogo do Apito
Material necessário – um apito
36
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
O animador senta todos os participantes numa roda, retira da sala dois ou mais participantes, prende o apito
na parte de trás das calças e explica ao restante grupo que sempre que passe pelos elementos do grupo,
eles devem apitar.
Jogo dos Nomes “eu sou e tu és…”
Material necessário – um peluche
Também numa roda o animador dá inicio ao jogo imaginando que dá um beijinho no peluche, identificando o
sitio do corpo onde dá o beijo e no fim diz o seu nome e pergunta ao participante ao lado o seu nome.
“Eu dou um beijinho no pescoço do peluche, sou o Zé Pedro e tu és…?”
Objectivos:
Ser o outro, conhecermo-nos através de perguntas directas, desenvolver a interacção dos participantes.
Jogos de exterior
Os jogos de exterior são o resultante do decorrer do campo de férias, ou seja, são actividades
desenvolvidas numa componente mais física e que proporciona nos participantes diversos tipos de
sentimentos.
Medos
Lideranças
Conflitos de grupo
Conflitos entre grupos
Estimulo de competição (nem sempre aconselhável em campos de férias)
Medos
Normalmente identificados em participantes numa faixa etária mais nova (6-10), resultantes de uma
actividade exterior nocturna onde tiveram por companhia o escuro ou um local deserto.
Lideranças
Facilmente identificadas em qualquer faixa etária, em qualquer tipo de actividade seja ela de interior ou de
exterior.
Conflitos de grupo
Resultante da participação de todos os elementos do grupo em determinada actividade, uma vez que uns
podem se esforçar mais que outros causando isto mal-estar no grupo.
Conflitos entre grupos
Identificados normalmente na simples acusação “tu fizeste batota”
37
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
Estimulo da competição
Nem sempre aconselhado em campos de férias, uma vez que nem sempre os participantes estão
preparados para perder e casos há em que a equipa dominante abusa do seu estatuto, ou seja, ao ganhar
várias actividades um só grupo, pode este grupo envergonhar os restantes.
Deve então haver um espírito de competição sim, mas sempre de uma forma desportiva.
Exemplos:
Jogo dos Contrabandistas
Jogo do Assalto ao Castelo
7.3 - Dinâmicas de grupo
A utilização de actividades de dinâmicas de grupo num contexto de campos de férias é um conceito
fundamental na animação de grupos, uma vez que este tipo de actividades permite uma grande
flexibilidade de abordagem, de programação e de objectivos.
Devem sempre ser praticadas de forma construtiva e integrada e não de uma forma isolada para o
simples preenchimento de espaços vazios, postas em prática com um objectivo, eficácia e
entusiasmo, são jogos que despertam um enorme interesse e podem transformar-se no ponto de
partida para o desenvolvimento de um conjunto de outras actividades.
De uma forma geral as actividades de dinâmicas de grupo incidem sobre temáticas bem concretas, o
que nos permite desenvolver os jogos tendo presente o resultado que esperamos obter.
Podemos incidir as dinâmicas de grupo em 5 temáticas num contexto de campo de férias:
Eu
Como chegar ao outro
O que vou sentir
Grupos
Risco
Aplicação
Em campos de férias, brincar é uma actividade essencial, tendo sempre presente o efeito pedagógico que se
pretende em todas as actividades desenvolvidas.
38
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
Ao participar num jogo, iniciamos a descoberta de algo mais em nós e nos outros e o que juntos podemos
alcançar.
Este tipo de actividades permitem descobrir uma enorme cadeia de emoções e sentimentos, medos e
seguranças, ansiedades e certezas, dando como resultado final um
enorme padrão de sociabilização. Ao aplicarmos uma dinâmica de grupo estamos a facilitar uma relação e
estabelecer um ambiente de confiança, atingindo assim diversas formas de confrontar os participantes com
uma diversidade de situações e até mesmo de problemas sem o peso da realidade.
8 - ORGANIZAÇÃO DO EVENTO
Planeamento
– Escolher local e data adequada ao tipo de evento e público alvo;
– Fixar os temas que serão abordados e o calendário onde são especificadas todas as
actividades do evento por datas e horas;
– Identificar e analisar os participantes/visitantes;
– Definição da estratégia de comunicação (mensagem e meios a utilizar);
– Planeamento financeiro;
– Planeamento de recursos audiovisuais se necessários para o evento;
– Planear materiais, serviços e equipamentos;
– Transportes para participantes;
– Alojamento de participantes;
– Refeições de acordo com a característica do evento;
– Actividades extra-evento;
– Envio de convites e confirmação de presenças por telefone com antecedência;
– Seleccionar e convidar Órgãos de Comunicação Social;
– Recepção, acompanhamento e conclusão do evento.
Afectação e Gestão de Recursos
Recursos Financeiros
Subsídios públicos
Doações de entidades privadas
Contribuições particulares
Programas especiais (rifas, leilões…)
39
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
Venda de bilhetes
Mercadorias (livros, bonés, vídeos…)
Taxas (stands, licenças, direitos de transmissão,…)
Patrocínio
Mecenato
Apoio/parceria
Recursos Humanos (Sucesso do Evento)
Estabelecimento de estratégias e objectivos de orientação
Determinação de necessidades de pessoal (anexo)
Realização de análise e descrição de funções
Definição de políticas e procedimentos:
Salários e benefícios
Condições de trabalho
Relações de trabalho
Registo de empregados
Elaboração de orçamento (custos de recrutamento)
Recrutamento e selecção de pessoal
Formação do Pessoal
Supervisão e avaliação de desempenho
Dispensa, recolocação e recontratação
Avaliação do processo
Pessoal Especializado :
Tradutor/interprete
Hospedeira
Empregado de Mesa
Fotografo
Motorista
Operador de som/luz
Guia turístico
Secretária
Baby – sitter
Monitor
Segurança/vigilante
– Medico
– Enfermeiro
– Porteiro
40
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
– Electricista
– Decorador
– Musico
– Conjunto musical
– Mestre de cerimónias/locutor
– Jornalista
– Auxiliar de limpeza
Recursos Materiais
Compreende a aquisição de materiais impressos (menus, programas, pastas, cartas,…), materiais
audiovisuais (monitores de TV, retroprojectores, écrans, gravadores, mesa de som, amplificador, microfones,
fax, fotocopiadora, maq. Fotografica, ar condicionado, tela, urnas para votação, cofre,…), equipamentos
(cestos do lixo, telefone, estacionamento, canetas, papel, estrado, tenda, palco, púlpito, mesas, cadeiras,
berços e cadeias para criança,…) e serviços (catering, decoração, transportes especiais,…)
Recursos Legais e de Risco
Familiarização com contratos, registo de marcas e patentes, seguros, policiamento, serviços de emergência,
etc.
Planeamento Logístico
– Ordenar de forma lógica todas as actividades que devem ser realizadas
– Atribuir responsabilidades e tarefas
– Fixar alternativas
Listas
Grelhas onde são registados todos
Check lists os itens a verificar
Cronogramas
Mapas
Exemplos de algumas actividades relacionadas com a organização e gestão do evento que deverão ser
incluídas no cronograma deste:
– Reunião com todos os envolvidos e responsáveis pelas diversas áreas de forma a dar a
conhecer a programação geral e o cronograma sectorial de actividades.
41
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
– Reunião com todos os envolvidos de forma a discutir a sistemática de funcionamento dos
trabalhos, principalmente os horários de abertura e encerramento de sessões e reuniões.
– Confirmar orçamentos dos serviços, forma de cobrança, tratamentos especiais, cortesias,
permutas.
– Promover reuniões periódicas com supervisores e funcionários de cada área de serviços.
– Confirmar o número de participantes e sua composição.
– Confirmar reservas e a chegada dos participantes.
– Experimentar o acesso e a movimentação das pessoas e veículos nos locais previstos.
– Planear os serviços especiais incluídos nos programas de eventos (coffee break, recepção
de autoridades, convidados VIP, etc.)
– Rever o programa de recepção, credenciação dos participantes e entrega de crachás de
identificação.
– Verificar o número de inscrições e confirmações dos eventos especiais.
– Providenciar os transportes e traslados dos participantes, acompanhantes e funcionários.
– Coordenar o funcionamento das áreas de estacionamento e portaria.
– Coordenar a montagem e instalação das secretarias dos congressistas e palestrantes, sala
VIP, sala de coordenação, auditórios, etc.
– Providenciar os serviços de colocação de bandeiras, faixas, placas, painéis.
– Confirmar equipas, horários, programas e sistemas que serão utilizados na limpeza geral das
áreas internas, externas, corredores, piscina, estacionamento e especialmente os utensílios
e materiais utilizados.
42
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
– Rever a disposição e condições das mesas, cadeiras e móveis nas salas de reuniões.
– Verificar as condições e o funcionamento de telefones públicos, multibanco.
– Providenciar a sinalização interna e externa dos locais (placas, indicadores de circulação,
cordões de isolamento, alertas,…)
– Organizar a sala de imprensa com os equipamentos exigidos.
– Verificar a necessidade e tipos de microfones para as sessões (de mesa, de tribuna, de
pedestal, sem fio, de lapela,…)
– Contratar/alugar serviços e equipamentos a terceiros.
– Verificar a necessidade de instalação de equipamentos audiovisuais.
– Definir e programar os tipos de serviços do restaurante (cardápios, horários, serviços de
atendimento etc.)
– Confirmar o número de pessoas a serem atendidas nos serviços de alimentação.
– Verificar stock e necessidade de compra de alimentos e bebidas.
– Programar os serviços de alimentação especial para participantes que deverão receber
tratamento diferenciado.
– Elaborar o mapa das mesas da sala de refeições.
– Verificar as condições de hospedagem dos participantes.
– Verificar o vestuário do pessoal (tipos, apresentação, controle de stock, lavandaria,
comprovativos de despesa e recibos de entrega ou devolução de fardas, ferramentas e
utensílios).
43
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
– Estabelecer as escalas do pessoal.
– Programar a alimentação dos funcionários e contratados para serviços eventuais.
– Verificar os materiais a serem adquiridos para as competições (troféus, medalhas, presentes,
brindes.)
– Negociar com fornecedores condições especiais de compras, entregas e pagamentos.
– Conferir o stock de utensílios e materiais de uso.
– Rever a programação de lazer e diversões.
– Verificar a aplicação de normas de segurança e protecção patrimonial.
– Contratar os autocarros/veículos para tours e traslados.
– Obter o alvará de licença nos órgãos de fiscalização oficial.
– Providenciar a compra de medicamentos de emergência e pronto-socorro, ensinado o
pessoal quanto ao uso e guarda.
– Planear as cerimoniais dos eventos.
– Definir a decoração dos ambientes e locais e providenciar a compra de materiais.
Financiamento dos Eventos
– Patrocínio – financiamento com troca comercial. Por exemplo, patrocinador oficial, alto
patrocínio ou outros tipos. Pode ser em capital, bens ou serviços.
– Apoio/Parceria – Relação que implica cedência de recursos. Por exemplo, parceiro ou apoio
institucional, apoio media, apoio técnico, apoio à divulgação.
44
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
– Mecenato – contribuição sem objectivos promocionais mas com retorno fiscal.
– Doação – trata-se de um apoio desinteressado (projectos sociais).
– Permuta – trocas visando interesses recíprocos, sem recurso a dinheiro.
– Receita de Bilheteiras – venda de bilhetes, merchandising e afins.
Avaliação
É dos momentos mais importantes da organização de eventos, pois permite detectar falhas e
fazer correcções.
– Durante o Evento (observações, registo de ocorrências)
– Final do evento (questionários, sondagens de opinião, reuniões, etc.)
– Nível Interno (organização anfitriã)
– Nível Externo (participantes, espectadores, patrocínios, expositores, oradores, etc.)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
IGNARRA, Luiz Renato, Fundamentos do Turismo, 2ª Edição. Thomsom.
LANÇA, Rui.2003. Animação Desportiva e Tempos Livres – Perspectivas de Organização. Editorial Caminho.
S.A.
MATA, Américo. 2003. Front Office – Operação e Gestão. Prefácio – Edição de Livros e Revistas, Lta.
PUERTAS, Xavier.2004. Animación en el Âmbito Turístico”. Editorial Sintesis
VICENTINA - Associação para o Desenvolvimento do Sudoeste, Manual para o Investidor em Turismo
Natureza. 2005. Edição Vicentina
45
Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia
Sites:
www.icn.pt
www.dgt.pt
www.itp.pt
www.min-economia.pt
www.iefp.pt
46