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MANUAL DE FORMAÇÃO ANIMAÇÃO TURÍSTICO - CULTURAL
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ACICS_Casas de Aldeia[Animação Turístico-cultural]

Feb 04, 2016

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Chiponge Silva

animação
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MANUAL DE FORMAÇÃO

ANIMAÇÃO TURÍSTICO - CULTURAL

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Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia

Índice

1 - CONCEITO DE ANIMAÇÃO...................................................................................................12 - O ANIMADOR......................................................................................................................... 53 -CONCEITO DE COMUNICAÇÃO (importância, elementos e obstáculos).............................11

3.1 - Barreiras à comunicação...............................................................................................143.2 - Princípios de escuta activa............................................................................................17

4 - ANIMAR UM GRUPO, COMO?............................................................................................185 - TURISMO DE MONTANHA INSERIDO NO TURISMO NATUREZA....................................20

5.1 - Actividades de Animação Ambiental..............................................................................205.2 -Tipologias de Alojamento em Turismo de Natureza.......................................................215.3 - Programa Nacional de Turismo Natureza:.....................................................................23

6 – ACTIVIDADES DE ANIMAÇÃO AMBIENTAL......................................................................246.1 - Pedestrianismo..............................................................................................................246.2 - Montanhismo................................................................................................................. 246.3 – Escalada....................................................................................................................... 256.4 - Rappel........................................................................................................................... 266.5 - Orientação..................................................................................................................... 266.6 - BTT................................................................................................................................ 276.7 - Hipismo.......................................................................................................................... 276.8 - Espeleologia..................................................................................................................286.9 - Balonismo...................................................................................................................... 286.10 - Voo Livre...................................................................................................................... 286.11 - Mergulho...................................................................................................................... 296.12 - Vela.............................................................................................................................. 306.13 - Windsurf....................................................................................................................... 306.14 - Surf.............................................................................................................................. 306.15 - Canoagem...................................................................................................................316.16 - Remo........................................................................................................................... 326.17 - Rafting.......................................................................................................................... 326.18 - Hidrospeed...................................................................................................................326.19 - Canyonning.................................................................................................................. 326.20 - Kitesurf......................................................................................................................... 326.21 - Paintball....................................................................................................................... 336.22 - Cordas......................................................................................................................... 336.23 - Ponting ou Salto de Pêndulo........................................................................................33

7 - ORGANIZAÇÃO E REALIZAÇÃO DE ACÇÕES DE ANIMAÇÃO DESPORTIVA.................337.1 - Como tirar o máximo partido dos jogos.........................................................................347.2 - Tipos de jogos................................................................................................................357.3 - Dinâmicas de grupo.......................................................................................................38

8 - ORGANIZAÇÃO DO EVENTO..............................................................................................39REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:..........................................................................................46

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1 - CONCEITO DE ANIMAÇÃO

Evolução Histórica

O termo Animação surge e começa a generalizar-se com as experiências e práticas ligadas, à educação

popular, à dinâmica de grupos e aos projectos da Animação Global.

Na 19ª Conferência Geral da UNESCO na recomendação sobre o desenvolvimento dos adultos foi definido o

seguinte: “A animação Social é o processo que visa a tomada de consciência participante e criadora da

população, método de intervenção destinado a estimular as pessoas e os grupos para o auto-

desenvolvimento, através da mobilização das suas faculdades.

Origem da Animação

Sociologicamente a Animação tem a sua origem no surgimento das sociedades industriais e na

desintegração e declínio das chamadas sociedades tradicionais.

Expressão utilizada inicialmente na Europa desde meados dos anos 60, particularmente em França e

Bélgica, para designar um conjunto de acções dirigidas a gerar processos de participação da gente

tendentes à dinamização do corpo social.

A Animação sociocultural nasce como uma forma de promoção de actividades destinadas a encher

criativamente o tempo livre.

O tempo livre

“ o tempo livre não deverá constituir convite à ociosidade, de onde resultam efeitos exactamente opostos aos

desejados, mas ocasião para o enriquecimento físico e espiritual do indivíduo”

(Sobral, 1985: 46)

Origem etimológica da Animação

A palavra Animação surgiu primeiramente numa reunião da UNESCO que se realizou na Áustria em 1950.

Etimologicamente, o termo Animação tem dupla raiz latina:

Anima: dar vida, dar sentido, dar alento e vitalidade.

Animus: motivação, dinamismo.

A Animação é a vida, é a acção de permitir a vida, para pôr vida, ou mais vida, para organizar e desenvolver

a vida, para integrar o desenvolvimento que é crescente.”

(Ambles, 1974)

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Simpson (1974) define a Animação como um estímulo proporcionado à vida mental e afectiva, para incitar as

pessoas a empreender diversas actividades que contribuam para a sua evolução, que lhes permitam

expressar-se, melhor e lhes dê o sentido de pertencerem a uma comunidade de cuja evolução podem

participar.

Para a Escola Sociológica, representada por M. SIMONOT:

A Animação é um sector da vida social, na qual, os seus agentes têm por objectivo uma certa transformação

das atitudes e das relações inter-individuais e colectivas, através de uma acção directa sobre os indivíduos.

Tal acção exerce-se habitualmente pela mediação realizada através de diversas actividades, com a ajuda de

uma pedagogia que apela aos métodos não directivos ou aos métodos activos.

H. THERY, da Escola Psicológica afirma que a Animação implica três processos conjuntos:

Processo de revelação – ao criar condições para que todo o grupo e todo o indivíduo se revele a si

mesmo;

Processo de relacionamento – de grupos;

Processo de criatividade – pelo questionamento dos indivíduos e dos grupos relativamente ao

envolvimento da sua capacidade de iniciativa.

O colectivismo de J.P.IMNOF da Escola Ideológica considera que a Animação é toda a acção realizada

dentro ou sobre o grupo, tendo em vista o desenvolvimento da comunidade e da estruturação da vida social,

recorrendo a métodos não directivos.

Trata-se de um método de integração e de participação do indivíduo no grupo.

A função da Animação é a adaptação de novas formas de vida social.

Por sua vez R. Toraylle diz: “Animação é a acção de dar vida, de imprimir vivacidade e movimento (…) não é

uma atitude intelectual, baseada na teoria, mas que é antes tudo uma vontade de estabelecer laços entre os

Homens, de favorecer a comunicabilidade e de acolher os outros numa reciprocidade de comunicação”.

A Animação tem por finalidade:

Despertar a consciência cívica;

Proporcionar uma educação social;

Superar a passividade;

Desenvolver o espírito de grupo;

Estimular a comunicação;

Contribuir para o desenvolvimento integral e racional do individuo no grupo.

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Ander-Egg (1999) define a animação como a «Acção de estímulo e mobilização de indivíduos, grupos e

colectividades. Forma de infundir ânimo e insuflar dinamismo e entusiasmo. Dar vida e movimento a um

conjunto de pessoas».

Para isso a animação pode englobar diferentes tipos de actividades:

Formação – actividades que favorecem a aquisição de conhecimentos e o desenvolvimento do uso

crítico da razão:

– Jornadas;

– Ateliers;

– Cursos;

– Seminários;

– Debates;

– Ciclos de conferência;

– Educação de adultos;

– Círculos de cultura.

Difusão – actividades que favorecem o acesso a determinados bens:

– Ao património herdado;

– À cultura viva.

Artísticas (não profissionais) – actividades que favorecem expressão e constituem formas de iniciação ou de

desenvolvimento de novas formas expressivas:

artes visuais (pintura, escultura, gravação, desenho artístico, serigrafia, litografia, bricolage,

ilustração de livros, etc.);

Artes cénicas (teatro, mímica, marionetas, jograis e trovadores);

Dança (ballet, danças folclóricas, expressão corporal, dança moderna, jazz, dança educacional,

dança livre);

Música e canto (música folclórica, música moderna, grupos musicais, tunas);

Novas formas de cultura (filmes, audiovisuais, fotografia, meios de comunicação, multimédia);

Artesanato ou artes populares (cerâmica, trabalhos com pedra, trabalho com barro, tecido bordado,

trabalhos com gesso, mesas redondas, debates, educação de adultos, reuniões de trabalhos e

círculos de cultura).

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Linguagem e literatura (periódico popular e rural, ateliers literários, produção de folhetos e revistas);

Desportivas – actividades físicas, lúdicas e de ar livre que favorecem fundamentalmente o

desenvolvimento físico e corporal:

Descontracção (movimento ao ar livre);

Educação física;

Recreio (excursões e jogos);

Desportos;

Jogos pré-desportivos e para-desportivos;

Ioga;

Ginástica;

Desportos ao ar livre.

Sociais – actividades que favorecem a vida associativa e que respondem a necessidades de

determinado conjunto de problemas colectivos:

– Festas;

– Realização de encontros;

– Mobilização de bairros;

– Acções nos movimentos sociais.

Dado que a improvisação é uma das características principais da animação, no futuro será necessário ter

uma grande capacidade de adaptação e imaginação para encontrar estruturas e materiais móveis e

manipuláveis de modo a desenvolver e enriquecer diferentes actividades.

2 - O Animador

Facilita os meios (físicos, materiais, comunicativos e humanos) para a participação/integração,

tornando as situações de Animação mais atractivas.

O Perfil do Animador

Dimensão cognitiva: espírito reflexivo;

Dimensão Afectiva: equilíbrio emocional;

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Dimensão Social e relacionamento: empatia e motivação;

Dimensão Moral: Honestidade.

Saber

Saber fazer

Saber estar

São pilares em que se deve basear o modelo formativo actual. São ensinamentos significativos que

englobam uma linha de competências e capacidades.

Os três elementos entrecruzam-se e completam-se. O primeiro saber refere-se ao saber cientifico, o

segundo ao tecnológico, e o terceiro refere-se às capacidades pessoais e sociais de cada individuo.

Sem um desenvolvimento harmónico e integrado pelos três âmbitos não se poderá assegurar um

bom resultado a nível profissional, e por isso fica clara a relação dos três saberes com as

mencionadas atitudes e amplitudes de toda a profissão.

Tipologia de Animadores

Campo da Animação é muito amplo

Campos de actuação dos Animadores são muito diversos

Classificação em dois níveis:

– Em função do trabalho que realizam;

– Suas características pessoais.

Tipologia do “grupo de trabalho da Animação” (H. Thery, 1966)

Tipologia que parte de diferentes critérios com a finalidade de cobrir todos os conjuntos possíveis da

Animação sem limitar apenas ao sócio-cultural. Tem em conta as seguintes variáveis:

– Situações profissionais;

– Pessoas a que se dedica;

– O tipo de colectividade em que actuam;

– Qualificação técnicas.

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Animadores dirigentes e coordenadores;

Animadores especializados.

Desempenham tarefas de: coordenação, direcção e gestão.

Exercem uma responsabilidade de conjunto baseada em títulos variados: presidente, secretário geral,

director e chefe de estabelecimento.

Classe de Animadores que se define por a actividade e por a especialidade de que são

responsáveis.

Vários tipos de Animadores:

– Animadores especializados numa actividade física ou desportiva;

– Animadores especializados em diferentes campos: em música; teatro; dança; pintura; leitura;

artes plásticas; expressão corporal, etc.

– Animadores especializados em técnicas referentes a actividades manuais;

– Animadores especializados em educação cívica ou formação económica ou social;

– Animadores especializados em educação sanitária;

– Animadores especializados segundo as “idades” com que se vai trabalhar: infância,

adolescência, juventude, 3ª idade;

– Animadores especializados para certas categorias de “diferentes ou inadaptados”.

Tipologia segundo M.Imhof, 1972

Animação centra-se na expressão e na difusão dando lugar aos seguintes tipos de Animadores:

O animador difusor (a sua acção consiste em facilitar o acesso a conteúdos culturais, função esta

que exige um conhecimento profundo do sector cultural e em conhecimentos teóricos e práticos dos

métodos de pedagogia activa);

Os Animadores Monitores (centram a sua atenção sobre conteúdos concretos. Favorecem o

desenvolvimento por meio da expressão pessoal. Monitores desportivos e monitores de técnicas

artísticas podem ser classificados nesta categoria);

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Os Animadores centrados sobre o grupo (baseiam a sua acção no grupo estando à sua disposição.

Esforçam-se por resolver as suas necessidades e atender aos seus problemas. Incluem-se nesta

categoria: animadores de crianças, adolescentes, jovens, adultos, marginalizados… devem por isso

ter conhecimentos psicológicos adequados ao nível a que se dirigem);

Os Animadores coordenadores (devem ter uma formação especial relativa a problemas de

planificação e organização administrativa).

Tipologia segundo E. Limbos, 1974

Propõe uma tipologia de Animadores de jovens partindo de três elementos: o Animador, a acção e

os membros.

Estilo centrado sobre a acção. O Animador quer obter um resultado e ser eficaz.

Animador Acção

Estilo centrado sobre a acção e sobre os membros. Tem-se em conta as relações. Actuando juntos

estabelecem-se laços de Amizade e Simpatia.

Animador Acção = Amizade

Membros

Estilo centrado sobre a autoridade. O Animador deve fazer-se respeitar; o importante são as

estruturas, a ordem, a disciplina e o respeito pelo líder.

Animador Autoridade

Animador centrado sobre os membros. O Animador preocupa-se pouco com a acção a realizar, são

os jovens que decidem a acção a empreender.

Animador Membros Acção

Estilo centrado sobre a equipa pedagógica. O Animador e seus colegas consideram que a equipa,

pela sua competência e suas atribuições, devem intervir constantemente nas acções que vão

realizar com os membros do grupo. O objectivo final é a formação dos membros, pelo que é a equipa

pedagógica que toma conta das actividades e programa, considerando ambos como válidos.

(Animador) Equipa Acção Membros

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Estilo centrado sobre a cooperação, o Animador e os membros decidem o que convém empreender,

em plano de igualdade.

Animador Acção

Membros

Estilo centrado sobre a autonomia. O Animador toma uma posição do que retiram da iniciativa dos

membros.

Membros Acção

(Animador)

Tipologia dos animadores segundo Mª Monera (1985)

Quanto ao nível profissional:

Monitor: Técnico que intervém directamente na comunidade;

Coordenador: Gestor de programas e organizador de equipas;

Responsável: Gestor de área ou de serviço.

Quanto ao modo como se comporta perante as suas funções, o Animador pode caracterizar-se como:

Animador oportunista: Apenas actua em situações que possam favorecer o seu prestígio ou a sua

conta bancária;

Animador indeciso: Não sabe o que quer e como tal deixa-se influenciar pelas circunstâncias;

Animador professor: Serve-se das suas funções para dar contínuas lições;

Animador funcionário: Apenas se implica em actuações previamente autorizadas;

Animador ocasional: dedica-se à animação enquanto não surge uma oportunidade mais favorável;

Animador tecnocrata: procura eficácia mediante uma metodologia, uma receita;

Animador manipulador: utiliza a sua posição social e as suas funções para conseguir que os

elementos do grupo pensem exactamente segundo a sua vontade;

Animador estético: actua em função da beleza do acto; procede como o orador que se escuta a si

próprio;

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Animador narcisista: quer praticar a Animação tal como a sente e pensa; segundo a sua vontade do

momento;

Animador desanimado: tem boa vontade mas desiste facilmente;

Animador egocêntrico: actua, inconscientemente para satisfazer o seu ego;

Animador idealista: luta por alcançar um ideal sem atender às circunstâncias;

Animador compensador: busca o esclarecimento pessoal de modo a atenuar o sentimento de

inferioridade

Categorias de animadores

Segundo as áreas em que desenvolvem a sua actividade:

Culturais;

Sociais;

Tempos livres;

Formativas;

Informativas;

Recreativas;

Marginalizados;

Etc.

Segundo as idades dos elementos do colectivo:

Crianças;

Jovens;

Adultos;

Famílias;

Idosos;

Deficientes.

Segundo o âmbito territorial:

Local;

Municipal;

Regional.

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Educação para todos

A educação para todos supõe que todas as pessoas, qualquer que seja a sua idade, tenham uma

oportunidade, individual e colectivamente, de realizar o seu potencial. Não é só um direito, se não

também um dever e uma responsabilidade para com os outros e com a sociedade no seu conjunto.

O direito de aprender é:

O direito de ler e de escrever;

O direito de questionar e de reflectir;

O direito de imaginar e de criar;

O direito de ler o meio e de escrever a história;

O direito de acesso aos recursos educativos;

O direito de desenvolver competências individuais e colectivas.

3 -Conceito de comunicação (importância, elementos e obstáculos)

Originária do termo latim “communs” que significa pôr em comum, a comunicação pode ser definida

como o conjunto de processos através dos quais se põem em relação duas ou mais pessoas, para

troca de informações.

Comunicar, em termos gerais, é estabelecer uma relação de compreensão entre quem emite uma

ideia, uma informação, e quem a recebe.

Hoje em dia, o êxito de qualquer empresa depende em grande medida da eficiência, oportunidade e

racionalização dos seus canais de comunicação externa e interna, exigidos pelo número crescente

de interlocutores e pela variedade de tipos de situações vividas.

Todo o processo de comunicação envolve:

O Emissor – sujeito que envia a mensagem

O Receptor – sujeito que recebe a mensagem

Código – conjunto de sinais e regras que permite transformar o pensamento em informação, capaz

de ser entendida na sua globalidade pelo receptor. O emissor serve-se do código para construir a

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sua mensagem – operação de codificação – enquanto o receptor utiliza o código para compreender

a mensagem – operação de descodificação.

O Canal – é o suporte onde a mensagem é levada do emissor ao receptor e vice-versa.

O Contexto – é o conjunto das variáveis que rodeiam e influenciam a situação de comunicação.

O Feedback – informação de retorno que permite ajustar a mensagem, tendo em vista a eficácia da

comunicação.

Essenciais à comunicação, os elementos só são suficientes quando o emissor é conhecido pelo

receptor. Este aspecto é determinante para que a relação de compreensão exista.

A comunicação pode realizar-se por diferentes vias, utilizando os meios mais diversificados e

concretizando-se de formas diversas.

Para comunicar de forma eficaz deve:

Ter o melhor conhecimento de si próprio

Ter o melhor conhecimento dos interlocutores (comportamentos, reacções)

Ter o desenvolvimento da capacidade de adaptação à situação

A comunicação pode ser:

Verbal – oral ou escrita

Não verbal – gestos, sinais, postura, expressões faciais

Aspectos a ter em conta na comunicação não verbal:

Expressão facial – não é fácil avaliar as emoções de alguém apenas a partir da sua expressão

fisionómica. Por vezes os rostos transmitem espontaneamente os sentimentos, mas muitas pessoas

tentam inibir a expressão emocional.

Movimento dos olhos – desempenha um papel muito importante na comunicação. Um olhar fixo nos

olhos durante alguns segundos pode ser entendido como prova de interesse, mas noutro contexto

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pode significar ameaça, provocação. Desviar os olhos quando o emissor fala é uma atitude que tanto

pode transmitir a ideia de submissão como a de desinteresse.

Movimentos da cabeça – tendem a reforçar e sincronizar a emissão de mensagens.

Postura e movimentos do corpo – os movimentos corporais podem fornecer pistas mais seguras do

que a expressão facial para se detectar determinados estados emocionais. Por ex.: os colaboradores

de determinada secção adoptam posturas atenciosas e mais rígidas comparativamente às suas

chefias, que tendem a mostrar-se descontraídas.

A voz: a entoação (qualidade, velocidade e ritmo da voz) revela-se importante no processo de

comunicação. Uma voz calma geralmente transmite mensagens mais claras do que uma voz

agitada.

Aparência – a aparência de uma pessoa reflecte normalmente o tipo de imagem que ela gostaria de

passar. Através do vestuário, penteado, maquilhagem, apetrechos pessoais, postura, gestos, modo

de falar, etc., as pessoas criam uma projecção de como são e de como gostariam de ser tratadas. As

relações interpessoais serão menos tensas se a pessoa fornecer aos outros a sua projecção

particular e se os outros respeitarem essa projecção.

Comunicação Interpessoal

A comunicação interpessoal é um processo transaccional e activo que origina novos tipos de

comportamento e desencadeia possibilidades de actuação. Utilizam-se uma infinidade de canais que

operam a dois níveis: a nível racional (as ideias) e a nível emocional (os sentimentos e as emoções).

Não é fácil dissociarmos o que é dito, de quem o diz, porque o nosso discurso está sempre presente,

de forma manifesta ou latente, naquilo que somos.

Cada indivíduo é uma entidade complexa, resultante da combinação de factores biológicos e

psicológicos, e dos resultados das experiências por que passa e, que lhe deixam marcas positivas e

negativas, mais superficiais ou mais profundas.

Não existem dois sujeitos iguais e isso vai obviamente influenciar os processos de comunicação.

Deste modo, torna-se indispensável que os sujeitos, num processo de comunicação, partilhem o

mesmo código, para poderem codificar e descodificar as mensagens.

As nossas atitudes e o nosso comportamento vão ter efeitos no receptor e este irá actuar e

responder em função do significado dos sinais e índices comportamentais que lhe transmitimos. O

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modo como nos comportamos, quando estamos em relação com o outro influencia o modo como ele

se relaciona connosco, mesmo que não tenhamos intenção ou consciência deste processo.

3.1 - Barreiras à comunicação

A eficácia da comunicação implica fundamentalmente que os destinatários interpretem

correctamente as mensagens que se pretendem transmitir. De contrário, os objectivos da

organização não são perfeitamente entendidos pelos seus clientes.

O que pensamos dizer, isto é, o que estruturamos ao nível do pensamento, não é exactamente

aquilo que reproduzimos verbalmente quando expressamos determinada mensagem.

Na captação e na assimilação da mensagem pelo receptor também existe perda de informação.

O QUE SE QUER DIZER …………………100%

O QUE SE DIZ……………………………..80%

O QUE ELE ESCUTA ……………………..60%

O QUE ELE COMPREENDE……………..40%

O QUE ELE RETÉM………………………30%

O QUE SE REPERCUTE………………….20%

Através da reacção do interlocutor, podemos simultaneamente testar a qualidade da recepção, a

conservação da mensagem, o grau de compreensão e as intenções do receptor, verificando se a

comunicação estabelecida foi completa e eficaz.

Chamamos barreiras à comunicação a todos aqueles impedimentos que podem ocorrer em qualquer

fase do processo de comunicação e que se traduzem num obstáculo à pretendida transmissão das

ideias ou conhecimento.

As barreiras à comunicação podem classificar-se em três grandes grupos:

As barreiras físicas

As barreiras físicas resultam de aspectos exteriores aos intervenientes no processo de comunicação e

podem ser inventariadas do seguinte modo:

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A iluminação: luz em demasia/insuficiente

A temperatura da sala: demasiado quente/fria

O arejamento da sala: demasiado abafada

A vista: através da janela

O mobiliário: desconfortável

O canal versus ruído: interno/externo

As barreiras psicológicas/emocionais

As barreiras psicológicas/emocionais envolvem várias formas de distorção das informações,

afectando o relacionamento entre as pessoas, constituindo, assim, o maior entrave ao normal

funcionamento das comunicações.

As barreiras psicológicas/emocionais mais importantes são:

A falta de confiança, preconceitos a favor ou contra algo

A tendência para ouvir apenas o que se pretende ouvir

As diferenças de percepção e uso de má sintaxe

A fadiga e o stress

O medo/receio

A desmotivação

Os sentimentos recíprocos

As expectativas

A frustração

A utilização de linguagem imprópria

O recurso a piadas que não “caem bem”

O recurso a palavras ou imagens que evocam situações desagradáveis.

As barreiras de linguagem

Este tipo de barreiras resulta sobretudo do vocabulário utilizado e da semântica, isto é, o significado

das palavras utilizadas na comunicação.

As barreiras de linguagem mais comuns são:

O vocabulário utilizado pelo emissor

A utilização de siglas

Os termos técnicos

A possibilidade de existirem diferentes significados para a mesma palavra

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As expressões de calão

A pronúncia

A complexidade da mensagem

O contexto

Ser-se monocórdico

Técnicas para uso na comunicação falada com os outros

fale de modo a ser ouvido

Não mastigue as palavras

Faça com que as pessoas se concentrem na mensagem e não na voz

Fale clara e distintamente

Não grite

Fale com naturalidade

Não adopte malabarismos estudados

Não se afaste do seu assunto

Organize os seus pensamentos

Escolha as palavras certas

Utilize palavras curtas e simples

Não empregue termos técnicos a não ser que o assunto e o ouvinte o exijam

Seja breve

Vá direito ao assunto

Não aborreça os seus ouvintes com uma introdução muito longa

3.2 - Princípios de escuta activa

Seja bom ouvinte (saber deixar falar)

Descontraia-se

Olhe o interlocutor nos olhos

Faça o interlocutor sentir-se à vontade consigo (empatia)

Escute com completa atenção

Não escute só metade do que é dito

Seja todo ouvidos

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Mostre interesse e compreensão

Deixe que a sua expressão facial traduza o seu interesse

Evite maneirismos que distraiam o orador

Nunca revele sinais de cólera ou enfado

Tome em atenção a linguagem corporal

Resistir ao efeito de Halo/estereotipagem

Deve concentrar-se no que é dito independentemente daquilo que pensa eliminando juízos

precipitados. Não se esqueça que temos tendência para achar que as pessoas com quem

não simpatizamos dizem sempre coisas desinteressantes e que as pessoas com quem

simpatizamos só dizem coisas interessantes.

Não interrompa

Faça perguntas ocasionais que ajudem a outra pessoa a pensar

Demonstre disponibilidade e interesse para escutar

Não tenha receio dos silêncios

Resuma o que a outra pessoa disse

Os resumos fazem com que as outras pessoas saibam que você está a segui-las

Não pratique repetições desnecessárias

4 - Animar um grupo, como?

Segundo Mário Vilché (citado por Ander-Egg, 1999:72)

“Animar é fazer participar a população no aumento da sua vitalidade; devolver-lhe a alma, um espírito de

equipa, um impulso, despertar o espírito de pioneiro num clima de liberdade… é fazer que cada um tome

o seu destino nas suas mãos”.

Grupo

É um conjunto limitado de pessoas que interagem, unidas por objectivos e características comuns.

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O grupo humano tem:

Uma estrutura

Uma durabilidade no tempo

Uma certa coesão

Um conjunto de normas

Os membros do grupo são coesos porque:

Existe uma interdependência entre si, trabalham em conjunto para um objectivo comum e este é

conseguido com o trabalho de todos.

Existe alguma semelhança entre os membros do grupo, o que faz com que eles executem as

actividades do grupo.

Existe a oportunidade de todos participarem nas decisões.

A coesão do grupo permite:

Que os seus membros permaneçam juntos;

Que os seus membros confiem e sejam leais entre si;

Que os seus membros se sintam seguros;

Que os seus membros se deixem influenciar pelo grupo, em si.

O grupo apresenta:

Vantagens:

Tomada de decisão de maior risco

Maior rapidez e eficácia na concretização dos objectivos.

Enriquecimento das decisões.

Divisão de tarefas.

Criação de laços de amizade.

Segurança

Poder e influência face ao exterior.

Desvantagens:

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Tomada de decisão empobrecida

Pensamento do grupo

Transformação do eu em nós

São regras de um trabalho em grupo:

1. Possibilitar a expressão de cada membro do grupo:

– Permitindo a apresentação do seu próprio ponto de vista.

– Dando oportunidade para que cada um se sinta escutado.

2. Criar espaço às posições dos diferentes elementos:

– Aceitando as informações de todos

– Evitando posições extremas de “vencedores” e “vencidos”

– Tornando possível a ultrapassagem sadia de conflitos

– Não pressionando decisões e acordos rápidos

3. Procurar o consenso no grupo:

– Tentar encontrar a solução mais aceitável para todos

– Ponderar os argumentos apresentados

– Estimular a participação de todos

Com a dinâmica criada visa-se:

Motivar

Melhorar a integração de novos conhecimentos e atitudes na prática profissional

Criar um quadro de referências comuns

Criar hábitos de trabalho em equipa

Familiarizar os formandos com métodos e técnicas de revolução de problemas.

5 - Turismo de Montanha inserido no Turismo Natureza

O que é o Turismo Natureza?

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Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia

O Turismo de Natureza é o produto turístico composto por estabelecimentos, actividades e serviços de

alojamento e animação turística e ambiental realizados e prestados em zonas integradas na rede

nacional de áreas protegidas.

Desenvolve-se segundo diversas modalidades de hospedagem, de actividades e serviços

complementares de animação ambiental, que permitam contemplar e desfrutar o património natural,

arquitectónico, paisagístico e cultural, tendo em vista a oferta de um produto turístico integrado e

diversificado.

Compreende, pois, serviços de hospedagem e actividades de animação ambiental.

5.1 - Actividades de Animação Ambiental

Entende-se por animação ambiental, a animação que é desenvolvida tendo como suporte o conjunto de

actividades, serviços e instalações para promover a ocupação dos tempos livres dos turistas e visitantes,

através do conhecimento e da fruição dos valores naturais e culturais próprios da área protegida

• As actividades de animação ambiental podem assumir as seguintes formas:

• Animação

É o conjunto de actividades que se traduzem na ocupação dos tempos livres dos turistas e visitantes,

permitindo a diversificação da oferta turística, através da integração dessas actividades e outros recursos

das áreas protegidas, contribuindo para a divulgação da gastronomia, do artesanato, dos produtos e das

tradições da região onde se inserem, desenvolvendo-se com o apoio das infra-estruturas e dos serviços

existentes no âmbito do turismo natureza.

• Interpretação Ambiental

É toda actividade que permite ao visitante o conhecimento global do património que caracteriza a área

protegida, através da observação, no local, das formações geológicas, da flora, fauna e respectivos

habitats, bem como de aspectos ligados aos usos e costumes das populações, com recurso às

instalações, sistemas e equipamentos do turismo natureza.

• Desporto de Natureza

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Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia

São todas as actividades praticadas em contacto directo com a natureza e que, pelas suas

características, possam ser praticadas de forma não nociva para a conservação da natureza.

5.2 -Tipologias de Alojamento em Turismo de Natureza

Turismo no espaço rural

Esta forma de alojamento turístico só é considerada como hospedagem em turismo de natureza quando

as unidades sejam situadas dentro de áreas protegidas.

Turismo de Habitação

É um serviço de hospedagem de natureza familiar prestado a turistas em casas antigas particulares que,

pelo seu valor arquitectónico, histórico ou artístico, sejam representativos de uma determinada época,

nomeadamente os solares e casa apalaçadas. Esta modalidade só pode ser explorada por pessoas

singulares ou sociedades familiares que sejam proprietárias e que nela residam durante o período de

exploração.

Turismo Rural

É um serviço de hospedagem de natureza familiar prestado a turistas em casas rústicas particulares, que

pela sua traça materiais construtivos e demais características, se integrem na arquitectura típica regional.

O turismo rural só pode ser explorado por pessoas singulares ou sociedades familiares que sejam

proprietárias, possuidoras ou legítimas detentoras da casa e que nela residam durante o período de

exploração.

Agro-Turismo

É um serviço de hospedagem de natureza familiar prestado em casas particulares integradas em

explorações agrícolas, que permitam aos hóspedes o acompanhamento e conhecimento da actividade

agrícola ou a participação nos trabalhos aí desenvolvidos, de acordo com as regras desenvolvidas pelo

seu responsável.

O agro-turismo só pode ser explorado por pessoas singulares ou sociedades familiares que sejam

proprietárias, possuidoras ou legítimas detentoras da casa ou que nela residam.

Casas de Campo

É um serviço de hospedagem prestado em casas particulares situadas em zonas rurais, quer sejam ou

não utilizadas como habitação própria dos seus proprietários, possuidores ou legítimos detentores,

devendo a sua traça, materiais de construção e demais características, integrar-se na arquitectura e

ambiente rústico da zona e local onde se situam.

Turismo de aldeia

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Cristina Henriques Gestão e Animação de Casas de Aldeia

É um serviço de hospedagem prestado num conjunto de, no mínimo, cinco casas particulares situadas

numa aldeia e exploradas de forma integrada, quer sejam ou não utilizadas como habitação própria dos

seus proprietários, possuidores ou legítimos detentores. No entanto, a sua exploração deve ser realizada

por uma única entidade.

As casas afectas a turismo de aldeia devem pela sua traça, materiais de construção e demais

características, integrar-se na arquitectura típica local.

O turismo de aldeia pode ser explorado em aldeias históricas, centros rurais ou aldeias que mantenham

no seu conjunto, o ambiente urbano, estético e paisagístico tradicional da região onde se inserem.

Hotéis Rurais

São estabelecimentos hoteleiros situados em zonas rurais e fora das sedes de concelho cuja população,

de acordo com o último censo realizado seja superior a 20 000 habitantes, destinados a proporcionar,

mediante remuneração, serviços de alojamento e outros serviços acessórios ou de apoio, com

fornecimento de refeições.

Os hotéis rurais devem, pela sua traça arquitectónica, materiais de construção, equipamentos e

mobiliário, respeitar as características dominantes da região onde se inserem.

Parques de Campismo Rural

São terrenos destinados permanentemente ou temporariamente à instalação de acampamentos,

integrados ou não em explorações agrícolas, cuja área não seja superior a 5000 m2.

Casas de Natureza

São casas integradas em áreas protegidas, destinadas a proporcionar, mediante remuneração, serviços

de hospedagem e que, pela sua implantação e características arquitectónicas, contribuam decisivamente

para a criação de um produto integrado de valorização turística e ambiental das regiões onde se insiram.

Casas de Abrigo

Designa-se por casas-abrigo o serviço de hospedagem prestado a turistas em casas recuperadas a partir

do património do Estado cuja função original foi desactivada, quer sejam ou não utilizadas como

habitação própria do seu proprietário, possuidor ou legítimo detentor.

Centros de Acolhimento

Designam-se por centros de acolhimento as casas construídas de raiz ou adaptadas a partir de edifício

existente, que permitam o alojamento de grupos, com vista à educação ambiental, visitas de estudo e de

carácter científico.

Casas de Retiro

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Designam-se por casas de retiro as casas recuperadas, mantendo o carácter genuíno da sua

arquitectura, a partir de construções rurais tradicionais ou de arquitectura tipificada, quer sejam ou não

utilizadas como habitação própria do seu proprietário, possuidor ou legítimo detentor.

5.3 - Programa Nacional de Turismo Natureza:

Visa regular estas actividades, na rede Nacional de Áreas Protegidas de forma ambiental, social, cultural

e economicamente sustentável, através de:

• Sensibilização da actividade turística, das populações locais e de outras organizações interessadas;

• Promoção da criação de estruturas adequadas;

• Criação de legislação específica, nomeadamente assente nos seguintes vectores:

Conservação da natureza;

Desenvolvimento local;

Qualificação da oferta turística;

Diversificação da actividade turística.

6 – Actividades de Animação Ambiental

6.1 - Pedestrianismo

O Pedestrianismo é a actividade de percorrer distâncias a pé, de forma a desfrutar de tudo o que o rodeia a

um ritmo tranquilo. No Pedestrianismo, o caminho não é um fim mas um meio, pelo que as rotas são

habitualmente estabelecidas tendo em conta o interesse paisagístico, cultural ou histórico. Situa-se, assim,

entre o desporto e o turismo. Idealmente, pratica-se em caminhos bem definidos, sinalizados com marcas e

códigos internacionalmente aceites (percursos pedestres homologados), embora haja ainda vastas zonas do

nosso país onde se pratica o Pedestrianismo e onde esse trabalho não foi ainda feito.

Na selecção dos percursos a seguir, para além do interesse turístico, devem ser evitadas as estradas

asfaltadas ou vias de comunicação transitáveis por veículos motorizados. Pelo contrário, a passagem por

núcleos populacionais, sejam casas rurais isoladas, aldeias ou cidades, não é necessariamente de evitar,

dado o potencial interesse cultural e arquitectónico que possam representar.

6.2 - Montanhismo

O Montanhismo consiste em subir uma montanha utilizando diversas técnicas, consoante o percurso e os

obstáculos vão surgindo. Assim, pode incluir o próprio pedestrianismo, a escalada, a orientação, ou mesmo o

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alpinismo. Relativamente ao pedestrianismo, o montanhismo procura montanhas e trilhos informais e por

vezes extremamente difíceis, exigindo boa forma física e conhecimentos técnicos específicos, por vezes só

acessíveis a praticantes de alto nível.

O Trekking um termo técnico para designar a marcha de montanha, e pode envolver passagens por

pequenos rios e escalada simples, em trilhos na montanha. Situando-se entre o Pedestrianismo e o

Montanhismo, o Trekking é precisamente o percurso pedestre em montanha.

Quanto aos níveis de Montanha, o Montanhismo pode subdividir-se da seguinte forma:

Baixa Montanha – aproximadamente 500 até 1000 m de altitude;

Média Montanha – aproximadamente 1000 até 2500 m de altitude;

Alta Montanha – aproximadamente 2500 até 8850m de altitude;

Não são considerados desportos de Montanhismo todos aqueles que, apesar de praticados na montanha,

recorram a equipamentos mecânicos ou de tracção animal para o deslocamento do praticante.

6.3 – Escalada

Fazer Escalada consiste em chegar ao cimo de uma parede mais ou menos vertical utilizando apenas o

próprio corpo para progredir, mas sempre com material de protecção (cordas e outros meios). Destreza,

agilidade, flexibilidade, equilíbrio e força são os principais requisitos para a prática desta modalidade.

A Escalada pode ser praticada em contacto com a natureza, escalando rochas e falésia ou paredes

artificiais.

Na generalidade das disciplinas de Escalada, a segurança é feita de uma das seguintes formas:

Escalada em Top Rope (corda no topo)

A corda de segurança encontra-se no topo da via (itinerário de subida), e agarrada ao escalador. O

escalador progride sempre com a corda acima do nível da máxima deslocação vertical que possa realizar.

Caso sofra uma queda, e se o assegurador realizar correctamente a segurança, o escalador cairá apenas

alguns centímetros. É a forma mais segura e a mais indicada para iniciantes. O Assegurador pode estar no

solo, controlando a corda, denominando-se de top rope em sistema molinete, ou com este junto à reunião do

topo onde se encontra também unida a corda de segurança.

Escalada “à frente”

É o escalador (primeiro da cordada) que, ao progredir verticalmente tem que fazer passar a sua corda de

segurança em pontos intermédios existentes na rocha, previamente fixos, permanentes ou que ele próprio

coloca, denominadas protecções móveis, de rápida colocação e extracção (entaladores). Esta medida faz

com que, caso o escalador caia, em conjunto com o controlo efectuado pelo assegurador, a corda se

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detenha no último ponto colocado, evitando assim a queda do escalador no solo. O assegurador, com um

aparelho específico para esta função, controla a corda, cedendo, recuperando ou detendo-a, conforme a

progressão ou solicitação do escalador.

Existem duas técnicas de Escalada:

Escalada Livre

Escalada utilizando apenas as extremidades do corpo em contacto directo com a superfície a escalar, ou

seja, agarrando e pressionando saliências (presas) na rocha.

Escalada Artificial

Recorrendo a equipamento para facilitar a progressão. Usada geralmente quando a textura da rocha não

permite a escalada em livre (escassa quantidade ou dimensão das presas). Questões de incapacidade física,

técnica ou psicológica podem igualmente impedir a progressão utilizando apenas as presas existentes.

6.4 - Rappel

O Rappel é uma actividade em que o participante desce uma parede rochosa mais ou menos vertical,

suportado numa corda presa no topo, controlando assim a velocidade da descida. Mais do que um desporto,

é uma técnica de escalada, que derivou do alpinismo, originalmente usada na exploração de grutas e

cavernas ou em resgates.

O rappel é utilizado muitas vezes para descer da via de Escalada.

Podendo igualmente ser praticado em paredes artificiais, em ambiente natural o rappel costuma ser

praticado em:

Paredes Rochosas Naturais;

Paredes de Barragens;

Pontes.

6.5 - Orientação

Orientação é um desporto em que os praticantes visitam vários pontos de controlo, marcados num mapa, por

uma ordem previamente definida. É o desafio de interpretar o mapa em movimento e escolher o melhor

itinerário entre os pontos de controlo. Como poucos desportos, a Orientação é um desafio para o corpo e

para a mente.

A Orientação não requer estruturas permanentes e não há grandes custos para organizar uma competição,

sendo necessário um mapa desenhado especificamente para a Orientação, onde são marcados os

percursos.

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A Orientação pode ser praticada individualmente ou em grupo. No entanto os escalões de competição são

sempre individuais.

6.6 - BTT

O BTT (Mountain Bike) compreende as actividades praticadas em bicicletas todo-o-terreno ou bicicletas de

montanha, que, como o próprio nome indica, possibilitam percursos em bicicleta por terrenos mais

acidentados ou fora da estrada, o que, na natureza, pode possibilitar percursos mais interessantes e

inesperados.

Enquanto desporto de natureza, e em termos de competição, importa salientar duas vertentes interessantes

do BTT:

O downhill – descida de montanha, normalmente em terreno muito acidentado, requer maior perícia e atinge

velocidades mais elevadas;

O crosscountry – em circuitos fechados, desenhados para o efeito, geralmente em terrenos mais planos,

permite percorrer maiores distâncias e em percursos mais diversificados.

6.7 - Hipismo

O Hipismo é o desporto que pressupõe a relação do homem e do cavalo, nos mais variados moldes, de uma

forma harmoniosa e prazerosa para ambos.

Define-se como desporto equestre todo o desporto que implique a utilização de uma montada, atrelada ou

não, com ou sem carácter competitivo, promovendo passeios, corridas, gincanas, raids, etc.

Entende-se por passeios equestres a realização de passeios a cavalo sem fins competitivos, podendo ser

guiados em percursos sinalizados ou não. Não exigem muito esforço por parte do cavaleiro e os percursos

podem ser os mais variados, desde caminhos de montanha podem incluir a transposição de algumas

barreiras naturais, como a travessia de rios com pouca profundidade ou subida e descida de montes,

conferindo um maior grau de aventura à actividade. O Trec – variante da disciplina federada desde princípios

de 2004, designada por Turismo Equestre – é igualmente praticado em percursos na natureza, previamente

preparados para o efeito, e alia obstáculos naturais a outros artificiais para a realização de diversas provas

específicas, como é o caso da orientação.

Para além dos passeios a cavalo, outras actividades equestres podem ser aproveitadas pelo Turismo de

Natureza, nomeadamente:

Horse papers;

Raids;

Cavalhadas (provas de equitação populares de tradição portuguesa);

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Gincanas;

Jogos Medievais.

6.8 - Espeleologia

A Espeleologia é o estudo das cavidades naturais (grutas, cavernas, fontes, é uma ciência complementar de

outras como a geologia, a antropologia, a arqueologia, a biologia, é actualmente encarada por muitos como

um desporto extremamente exigente. Requer conhecimentos técnicos multidisciplinares, nomeadamente de

escalada e montanha, e uma condição física que permita enfrentar situações de grande esforço (longos

períodos sob a luz de lanternas, transposição de obstáculos, extensos percursos, etc.).

No âmbito das actividades de ar livre, designa-se esta actividade por Espeleísmo, onde se inclui qualquer

actividade desportiva e de lazer desenvolvida em meio espeleológico.

Para além da espeleologia “clássica”, existe a Espeleologia Subaquática ou Mergulho em Grutas, que se

desenrola em grutas cheias de água com recurso a escafandro.

6.9 - Balonismo

O Balonismo é a prática de voo em balão, permitindo a contemplação de um vasto horizonte num silêncio

quase absoluto. Apesar de extremamente relaxante, esta actividade transporta consigo toda a emoção de

voar num cesto de verga.

Lembrando o facto de que o ar quente é mais leve que o ar frio, os balões são cheios com ar frio, através de

um ventilador. Depois de cheio o balão, o ar é aquecido por um maçarico, alimentado por gás propano, que

controla o voo dos balões. Accionando-o ou não, o piloto pode controlar com precisão a altitude do balão.

Quem define a direcção a tomar é o vento. O piloto apenas escolhe as correntes de ar nas diferentes

altitudes em que coloca o balão, podendo voar rente ao solo ou a até 16 mil metros. Segundo os balonistas,

a melhor altitude para se voar é 330 metros e o vento ideal é de 12 nós por hora, o que dá uma velocidade

de 24 km/hora. A autonomia de um voo é de duas horas e meia, já que um balão leva normalmente 80 kg de

gás e consome cerca de 25 a 30 kg por hora.

O voo cativo, que consiste em manter o balão preso à terra por uma corda, permitindo que a subida e

descida se façam sempre a partir de um ponto fixo;

O voo livre, em que a orientação se faz através do arremesso do lastro (normalmente sacos de areia) ou

então, aquecendo o ar contido no balão de maneira a fazê-lo subir até à altura de uma corrente de ar que se

desloque na direcção desejada.

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6.10 - Voo Livre

O voo livre agrupa um conjunto de disciplinas cujo objectivo comum é voar utilizando as forças da natureza

(gravidade para descer e térmicas ou de vento para subir) e recorrendo à capacidade física do próprio piloto

para descolar e aterrar. Os longos anos de evolução por que passaram estas disciplinas, o crescente

aumento do conhecimento científico neste domínio e o surgimento de novos materiais de alta tecnologia têm

consolidado estas disciplinas como as das mais divulgadas da aviação.

Voo com Asa Delta – é uma aeronave fabricada com alumínio, fibra de carbono e tecido. O piloto voa

deitado suspenso sob a aeronave que é dirigida pela deslocação de seu corpo (centro de gravidade) no

interior do trapézio.

Esta é controlada pela mudança de peso do piloto em relação à asa. O piloto fica suspenso por uma cinta na

estrutura da Asa Delta. Com movimentos pendulares do corpo para ambos os lados,, empurrando ou

recolhendo a barra do triângulo, o piloto vai alterando o centro de gravidade do conjunto. Isso faz com que

esta se incline na direcção do movimento do piloto e permite o controlo da direcção e da velocidade. A

velocidade de voo em ar calmo pode variar entre os 26 e os 120 km/h.

A asa delta tem a vantagem de ser mais rápida, por isso consegue descolar e voar numa gama mais larga de

ventos (o-50 km/h), e possuir maior coeficiente de planeio (até 1:19) o que lhe permite percorrer maiores

distâncias por cada metro perdido relativamente ao solo.

Voo com Parapente – o parapente é um derivado longínquo do pára-quedas, mas que encontra ar

ascendente. Todo o material necessário para o voo é arrumado dentro de um saco que facilmente se

transporta às costas.

Um parapente tem uma parte superior e uma parte inferior que são ligadas interiormente por nervuras.

Constituindo como que uns sacos dispostos uns a seguir aos outros. O ar é “pressionado” pelas aberturas do

bordo de ataque (parte da frente) e como não tem por onde sair, mantém uma certa pressão interna, criando

uma falsa estrutura rígida. Para voar são necessárias condições de ascensão de ar. São fáceis de encontrar

junto às falésias de algumas das nossas praias e na montanha, onde poderão atingir altitudes até 5.000

metros ou mais, consoante as condições atmosféricas. A velocidade do parapente, em ar calmo, pode variar

entre 25 e 65 km/h.

O parapente tem a vantagem de ser leve e de fácil arrumação, a sua aprendizagem é rápida, desloca e

aterra mais lentamente e em locais mais pequenos.

6.11 - Mergulho

O mergulho é a actividade que envolve a submersão total debaixo de água, a profundidade variável, por

determinado tempo, como forma de usufruir da observação e interacção com o mundo subaquático, sua

fauna, flora, recursos minerais ou outros.

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Mergulho Amador, Desportivo, Autónomo, com Garrafa ou com Escafandro – o mergulhador conta com

equipamento que lhe permite respirar autonomamente por longos períodos;

Mergulho Livre ou Apneia – o mergulhador conta apenas com a suspensão da sua respiração.

Ambas estas modalidades se distinguem do mergulho profissional por consistir num fim em si mesmo, não

sendo encarado como uma técnica que constitua o principal instrumento de trabalho, mas como uma

actividade lúdica (ou eventualmente acessória, como no caso dos fotógrafos sub-aquáticos, por exemplo);

Existem ainda especializações dentro do mergulho, como por exemplo:

- Mergulho nocturno;

- Orientação subaquática.

6.12 - Vela

A Vela é uma modalidade desportiva náutica, praticada em qualquer plano de água que reúna as dimensões

e profundidade mínimas necessárias. Para a sua prática, são necessárias “embarcações à vela”, cujo

elemento propulsor é o vento.

Podemos diferenciar vários níveis de prática, nomeadamente da competição ao lazer, nos quais se realizam

regatas com os mais variados percursos, sendo que alguns destes são delineados por balizas, outros

constituem até travessias marítimas.

6.13 - Windsurf

O windsurf (Prancha à Vela) é a actividade de navegar de pé, através da utilização de uma prancha e de

uma vela. Ao contrário do surf, o windsurf não exige grande preparação física, podendo ser praticado por

pessoas de qualquer idade.

Na escolha do local ideal para praticar windsurf há que ter em conta dois factores: o vento e as marés. O

vento mareiro ou do mar é o mais seguro porque, se surgir algum problema ele empurra na direcção de terra.

O vento de terra, pelo contrário, é perigoso já que vai afastando a prancha de terra. No que respeita às

marés, estas podem ser consideradas perigosas, pois a subida e descida da água provoca correntes.

6.14 - Surf

Surfar consiste, basicamente, em vir do mar para a terra utilizando o impulso criado pela inclinação da onda,

com a ajuda de uma prancha e de algumas manobras. O surf exige boa preparação física por parte do

praticante, que além da actividade em si, tem que estar em constante deslocação no mar para procurar

novas ondas. São essenciais atributos como a força, o equilíbrio, a coordenação e a resistência. As ondas

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mais favoráveis à prática do surf variam entre dois e três metros de altura, da base à crista. Esta altura é

influenciada por vários factores, como o vento, a direcção das marés, a forma do banco de areia ou de

pedra, etc.

Surf – no surf o praticante tem como objectivo colocar-se de pé em cima da prancha e deslocar-se com a

onda pelo máximo de tempo e executando manobras que dificultam esse objectivo;

Longboard – O longboard assemelha-se em tudo ao surf, excepto na prancha que é mais longa, adequando-

se mais a outro tipo de ondas, mais pequenas e manobras mais clássicas. Por esse motivo, o longboard é

muitas vezes praticado por iniciantes ou pessoas de menor preparação física;

Kneeboard – praticado com uma prancha semelhante à do surf, mais pequena, difere no facto de o

praticante permanecer de joelhos, e não em pé sobre a prancha;

Bodyboard – o bodyboard consiste na execução de manobras mais ou menos elaboradas ao descer ondas

marítimas numa prancha flutuante sobre o qual o praticante se coloca deitado de bruços, ficando com as

pernas livres para, através de barbatanas, controlar e impulsionar a prancha.

6.15 - Canoagem

A canoagem é um desporto que pode ser praticado em rios, mares e lagoas. Consiste na descida de cursos

de água, mais ou menos agitados, usando para tal uma canoa ou um caiaque. As ancas e a cintura do

remador é que ditam as ordens e controlam a direcção. Por isso, a zona onde o remador se senta é mais

larga. A diferença entre remar em águas lisas ou bravas é que as primeiras a força e o ritmo da papaia é que

contam, enquanto em águas bravas o remador tem que possuir boa técnica para manobrar o banco na

perfeição e assim conseguir melhores resultados.

Quando praticada em águas calmas, a canoagem é uma actividade ideal para os apreciadores de passeios

tranquilos, que proporciona um contacto efectivo com a natureza ao longo do curso de água.

A canoagem pode ser praticada por qualquer pessoa de todas as idades, de preferência a partir dos 12 anos,

desde que tenham uma capacidade física normal e saibam nadar.

6.16 - Remo

O remo é uma modalidade desportiva de grupo, em que a deslocação da embarcação é motivada pela força

sincronizada dos participantes por meio de remos. Esta actividade proporciona um exercício físico muito

completo, aliando resistência física, força muscular, elevada coordenação de movimentos, capacidade de

concentração e um forte espírito de grupo.

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6.17 - Rafting

A actividade de rafting é um desporto de equipa, que consiste em descer um rio, numa embarcação

pneumática, o raft (“jangada” em inglês), e vencer os diversos obstáculos que possam surgir, como árvores,

rochas, remoinhos, quedas, etc. os rafts estão devidamente preparados para o efeito, nomeadamente com

saídas para escoar constantemente a água que entra. A velocidade atingida varia consoante as condições e

os participantes, não ultrapassando os 18 kms/hora.

6.18 - Hidrospeed

O Hidrospeed consiste na descida de um rio rápido ou de águas bravas em que o participante desce o rio

deitado sobre uma pequena prancha específica para a modalidade, equipado com barbatanas e conduzindo

com o bater das pernas que estão fora da prancha, em contacto directo com a água, de forma a evitar os

obstáculos que vão surgindo (pedras, troncos, etc).

6.19 - Canyonning

Esta modalidade algo recente nasceu do desenvolvimento de técnicas para o reconhecimento de rios,

abertura de paredes e exploração de grutas por alguns aventureiros. O canyonning consiste na descida de

canyons, desfiladeiros, ou rios de fraco caudal mas com elevado desnível, seguindo o curso do rio, com

recurso a diversas técnicas de progressão. Entre estas técnicas, podemos encontrar o rappel (para a descida

de cascatas), a espeleologia (para a passagem por grutas), a natação (para atravessar lagoas e piscinas

naturais), escalada (para subida de pequenos trechos em rocha), trekking ou saltos. É fundamental conhecer

bem o rio em causa, já que súbitas variações do caudal não programadas podem prejudicar o percurso ou

mesmo oferecer situações de grande perigo. Existe uma escalada de níveis de dificuldade para os percursos

de canyonning, de 1 a 6, que os destinam a diversos utilizadores, respectivamente entre principiantes e

especialistas.

6.20 - Kitesurf

O Kitesurf é um dos mais recentes desportos aquáticos. Mistura o surf e o parapente. O Kitesurf proporciona

momentos únicos no mar.

6.21 - Paintball

O paintball é um jogo de estratégia, trabalho de equipa e coordenação, onde, na sua versão mais clássica,

duas equipas se defrontam tentando invadir o terreno adversário por forma a conquistar a bandeira da outra

equipa sem perder a sua. Cada jogador encontra-se munido de um marcador (semelhante a uma arma) que

dispara pequenas bolas que contêm tinta solúvel e biodegradável. Os jogadores atingidos vão abandonando

o jogo.

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6.22 - Cordas

Originalmente, as actividades com cordas serviam apenas para complementar outras modalidades, como a

escalada. Hoje devido ao elevado número de participantes tornaram-se independentes. As actividades com

cordas são, entre outras: rappel (descida vertical por cabo), tirolesa (percorrer a corda apenas com a força

dos braços), ponte Himalaia (percorrer a corda em pé apoiado em duas cordas ao mesmo nível, uma para

cada mão; a terceira serve de apoio para os pés), paralelas (duas cordas, a inferior para os pés e a superior

para apoio das mãos), o deslizamento ventral (um cabo onde o corpo desliza horizontalmente) e por fim o

slide (consiste em deslizar de um ponto elevado até ao nível do chão através de um cabo de aço; apenas as

mãos estão seguras à roldana que efectua o deslizamento). O objectivo desta modalidade é o

desenvolvimento da destreza, do equilíbrio, da agilidade, da concentração, do auto-domínio e da auto-

confiança.

6.23 - Ponting ou Salto de Pêndulo

Consiste em saltar de uma ponte do lado oposto àquele onde se fixam as cordas dinâmicas (i.e. cordas

específicas de escalada com capacidade de amortecimento). Com esta técnica o saltador mantém em quase

todos os momentos uma trajectória pendular e não sente puxões bruscos. Após o primeiro pêndulo, é

possível alargar ligeiramente as cordas prolongando assim os instantes em que se experimenta a sensação

de queda livre. Os saltos em pêndulo são efectuados essencialmente em antigas pontes de caminho de

ferro, sempre enquadrado em ambientes naturais que valorizem ainda mais emoção desta actividade.

7 - ORGANIZAÇÃO E REALIZAÇÃO DE ACÇÕES DE ANIMAÇÃO DESPORTIVA

Processo de organização:

Definição da acção

Definição dos objectivos

Programação da acção

Realização da acção

Avaliação da acção

7.1 - Como tirar o máximo partido dos jogos

É importante planear os jogos que pretende utilizar e compreender bem porque razão tenciona

utilizar um determinado tipo de jogo.

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É muito fácil entrar numa rotina e utilizar sempre os mesmos jogos, semana após semana. É

importante apresentar jogos novos aos participantes regularmente, mas a pouco e pouco, de modo a

assegurar que eles compreendem bem o que se pretende deles.

Quando os participantes estão a aprender um jogo novo, não faça descrições muito complicadas,

porque o mais provável é distraírem-se e começarem a conversar uns com os outros. Demonstre

aquilo que eles têm de fazer, porque dessa maneira compreenderão mais depressa o que se

pretende.

Quando chamar as crianças ou os jovens para um jogo, ponha-os a jogá-lo imediatamente: “Quem é

que quer ficar a apanhar?” – “Tu, tu e tu, para aqui” – “Vamos”. Não os obrigue a esperar para não

perder impacte além disso, conseguirá atrair mais depressa a sua atenção se os fizer sentir que não

podem perder nada do que se está a passar.

Se precisar de escolher uma personagem principal para os jogos descritos, procure assegurar que

todos os participantes tenham uma oportunidade de ser a personagem principal.

Se algumas crianças ou jovens chegarem quando o jogo já estiver a decorrer, não os deixe ficar de

lado – ponha-os a participar no jogo imediatamente.

Se um jogo não estiver a resultar, não receie interrompê-lo e começar outro.

Tente apreender o estado de espírito das crianças ou dos jovens e saber quando deve escolher um

jogo sossegado e quando é que eles precisam de gastar energia com um jogo mais movimentado.

Procure fazer com que os jogos sejam divertidos, evitando regras desnecessárias. Não interrompa o

jogo.

É importante que os participantes ajudem a tomar decisões. Há muitas maneiras de fazer isso, por

exemplo, fazendo uma lista de jogos e pedindo-lhes para marcarem aqueles que gostam mais.

No fim da sessão de jogos, é importante sentar-se com os participantes e explicar-lhes claramente

qual era a sua finalidade a fim de determinar se a sua experiência corresponde ao que se pretendia.

Por último, há um aspecto muito importante: os adultos devem participar nos jogos. As crianças e os

jovens gostam imenso de tentar apanhar e ser apanhados por adultos, portanto, não se ponha de

lado a conversar.

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7.2 - Tipos de jogos

Ramos e Muñoz (1998) definem uma classificação mais diversificada dos jogos de animação,

classificando-os em:

Jogos de Apresentação – têm como principal objectivo o estabelecimento do primeiro contacto

entre os participantes, de forma a que eles conheçam os nomes e algumas características dos

elementos que compõem o grupo.

Jogos de conhecimento – procuram que haja entre os participantes trocas de informações que

permitam um conhecimento mais profundo entre todos.

Jogos de afirmação – caracterizam-se pelo desenvolvimento do perfil de cada participante e da sua

posição no grupo.

Jogos de comunicação – caracterizam-se pelo desenvolvimento da comunicação verbal e não

verbal para exprimir necessidades e sentimentos. Estas formas são importantes para o

fortalecimento das relações do grupo.

Jogos de confiança – têm como objectivo a criação de um clima positivo no seio do grupo, de forma

a estabelecer-se um bom relacionamento entre todos.

Jogos de cooperação – têm como finalidade ultrapassar as situações que possam envolver uma

certa competitividade entre os participantes. São importantes para o desenvolvimento da capacidade

de compartilhar ideias e experiências.

Jogos de resolução de conflitos – caracterizam-se pelo desenvolvimento, no seio do grupo, da

capacidade de analisar situações de conflito e apresentar soluções.

Actividades/Jogos de Interior

As actividades ou jogos de interior são uma das muitas ferramentas utilizadas em campos de férias,

nomeadamente para a animação e desinibição de grupos.

É nestas actividades que se inserem os jogos de quebra gelo, sendo estes a porta de entrada no

campo de férias, por serem utilizados na primeira noite de actividades de grupo, tendo como

objectivo principal, e como o próprio nome indica “quebrar o gelo” entre todos os intervenientes, quer

sejam participantes ou animadores.

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Permitem ao animador desde o primeiro momento uma observação directa de todos os participantes.

Observação directa

Num primeiro instante identificamos:

Lideranças

Medos

Susceptibilidades

Domínio da actividade

Outros.

Existem diversos exemplos de actividades de quebra-gelo, umas simples, outras mais complexas, no

entanto utilizam-se desde o início ao fim do campo de férias por serem um instrumento de trabalho

privilegiado, sendo sempre uma mais valia para o animador.

Regras essenciais para o animador:

Um perfeito conhecimento do jogo em causa

Nunca levar a efeito com os participantes, uma actividade que não tenha ele próprio

vivenciado

Não permitir da parte de quem já conheça a actividade que a prejudique

As actividades de quebra-gelo são por si, jogos sem muita dinâmica o que provoca normalmente

desinteresse, assim que a motivação do animador do jogo seja fundamental para o seu bom

funcionamento.

Exemplos Práticos

Jogo de Apresentação

Material necessário – cadeiras em número igual ao numero de participantes e corda.

Deve o animador pedir que se faça um círculo de cadeiras e dando ele próprio inicio à actividade

apresentando-se e em seguida dar uma volta com a corda a um dos pés da sua cadeira e enviar a corda

para outro dos participantes.

No final de todas as apresentações teremos uma teia formada e terá a corda de voltar a ser enrolada o que

permitirá um conhecimento quase imediato dos nomes dos participantes.

Jogo do Apito

Material necessário – um apito

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O animador senta todos os participantes numa roda, retira da sala dois ou mais participantes, prende o apito

na parte de trás das calças e explica ao restante grupo que sempre que passe pelos elementos do grupo,

eles devem apitar.

Jogo dos Nomes “eu sou e tu és…”

Material necessário – um peluche

Também numa roda o animador dá inicio ao jogo imaginando que dá um beijinho no peluche, identificando o

sitio do corpo onde dá o beijo e no fim diz o seu nome e pergunta ao participante ao lado o seu nome.

“Eu dou um beijinho no pescoço do peluche, sou o Zé Pedro e tu és…?”

Objectivos:

Ser o outro, conhecermo-nos através de perguntas directas, desenvolver a interacção dos participantes.

Jogos de exterior

Os jogos de exterior são o resultante do decorrer do campo de férias, ou seja, são actividades

desenvolvidas numa componente mais física e que proporciona nos participantes diversos tipos de

sentimentos.

Medos

Lideranças

Conflitos de grupo

Conflitos entre grupos

Estimulo de competição (nem sempre aconselhável em campos de férias)

Medos

Normalmente identificados em participantes numa faixa etária mais nova (6-10), resultantes de uma

actividade exterior nocturna onde tiveram por companhia o escuro ou um local deserto.

Lideranças

Facilmente identificadas em qualquer faixa etária, em qualquer tipo de actividade seja ela de interior ou de

exterior.

Conflitos de grupo

Resultante da participação de todos os elementos do grupo em determinada actividade, uma vez que uns

podem se esforçar mais que outros causando isto mal-estar no grupo.

Conflitos entre grupos

Identificados normalmente na simples acusação “tu fizeste batota”

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Estimulo da competição

Nem sempre aconselhado em campos de férias, uma vez que nem sempre os participantes estão

preparados para perder e casos há em que a equipa dominante abusa do seu estatuto, ou seja, ao ganhar

várias actividades um só grupo, pode este grupo envergonhar os restantes.

Deve então haver um espírito de competição sim, mas sempre de uma forma desportiva.

Exemplos:

Jogo dos Contrabandistas

Jogo do Assalto ao Castelo

7.3 - Dinâmicas de grupo

A utilização de actividades de dinâmicas de grupo num contexto de campos de férias é um conceito

fundamental na animação de grupos, uma vez que este tipo de actividades permite uma grande

flexibilidade de abordagem, de programação e de objectivos.

Devem sempre ser praticadas de forma construtiva e integrada e não de uma forma isolada para o

simples preenchimento de espaços vazios, postas em prática com um objectivo, eficácia e

entusiasmo, são jogos que despertam um enorme interesse e podem transformar-se no ponto de

partida para o desenvolvimento de um conjunto de outras actividades.

De uma forma geral as actividades de dinâmicas de grupo incidem sobre temáticas bem concretas, o

que nos permite desenvolver os jogos tendo presente o resultado que esperamos obter.

Podemos incidir as dinâmicas de grupo em 5 temáticas num contexto de campo de férias:

Eu

Como chegar ao outro

O que vou sentir

Grupos

Risco

Aplicação

Em campos de férias, brincar é uma actividade essencial, tendo sempre presente o efeito pedagógico que se

pretende em todas as actividades desenvolvidas.

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Ao participar num jogo, iniciamos a descoberta de algo mais em nós e nos outros e o que juntos podemos

alcançar.

Este tipo de actividades permitem descobrir uma enorme cadeia de emoções e sentimentos, medos e

seguranças, ansiedades e certezas, dando como resultado final um

enorme padrão de sociabilização. Ao aplicarmos uma dinâmica de grupo estamos a facilitar uma relação e

estabelecer um ambiente de confiança, atingindo assim diversas formas de confrontar os participantes com

uma diversidade de situações e até mesmo de problemas sem o peso da realidade.

8 - ORGANIZAÇÃO DO EVENTO

Planeamento

– Escolher local e data adequada ao tipo de evento e público alvo;

– Fixar os temas que serão abordados e o calendário onde são especificadas todas as

actividades do evento por datas e horas;

– Identificar e analisar os participantes/visitantes;

– Definição da estratégia de comunicação (mensagem e meios a utilizar);

– Planeamento financeiro;

– Planeamento de recursos audiovisuais se necessários para o evento;

– Planear materiais, serviços e equipamentos;

– Transportes para participantes;

– Alojamento de participantes;

– Refeições de acordo com a característica do evento;

– Actividades extra-evento;

– Envio de convites e confirmação de presenças por telefone com antecedência;

– Seleccionar e convidar Órgãos de Comunicação Social;

– Recepção, acompanhamento e conclusão do evento.

Afectação e Gestão de Recursos

Recursos Financeiros

Subsídios públicos

Doações de entidades privadas

Contribuições particulares

Programas especiais (rifas, leilões…)

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Venda de bilhetes

Mercadorias (livros, bonés, vídeos…)

Taxas (stands, licenças, direitos de transmissão,…)

Patrocínio

Mecenato

Apoio/parceria

Recursos Humanos (Sucesso do Evento)

Estabelecimento de estratégias e objectivos de orientação

Determinação de necessidades de pessoal (anexo)

Realização de análise e descrição de funções

Definição de políticas e procedimentos:

Salários e benefícios

Condições de trabalho

Relações de trabalho

Registo de empregados

Elaboração de orçamento (custos de recrutamento)

Recrutamento e selecção de pessoal

Formação do Pessoal

Supervisão e avaliação de desempenho

Dispensa, recolocação e recontratação

Avaliação do processo

Pessoal Especializado :

Tradutor/interprete

Hospedeira

Empregado de Mesa

Fotografo

Motorista

Operador de som/luz

Guia turístico

Secretária

Baby – sitter

Monitor

Segurança/vigilante

– Medico

– Enfermeiro

– Porteiro

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– Electricista

– Decorador

– Musico

– Conjunto musical

– Mestre de cerimónias/locutor

– Jornalista

– Auxiliar de limpeza

Recursos Materiais

Compreende a aquisição de materiais impressos (menus, programas, pastas, cartas,…), materiais

audiovisuais (monitores de TV, retroprojectores, écrans, gravadores, mesa de som, amplificador, microfones,

fax, fotocopiadora, maq. Fotografica, ar condicionado, tela, urnas para votação, cofre,…), equipamentos

(cestos do lixo, telefone, estacionamento, canetas, papel, estrado, tenda, palco, púlpito, mesas, cadeiras,

berços e cadeias para criança,…) e serviços (catering, decoração, transportes especiais,…)

Recursos Legais e de Risco

Familiarização com contratos, registo de marcas e patentes, seguros, policiamento, serviços de emergência,

etc.

Planeamento Logístico

– Ordenar de forma lógica todas as actividades que devem ser realizadas

– Atribuir responsabilidades e tarefas

– Fixar alternativas

Listas

Grelhas onde são registados todos

Check lists os itens a verificar

Cronogramas

Mapas

Exemplos de algumas actividades relacionadas com a organização e gestão do evento que deverão ser

incluídas no cronograma deste:

– Reunião com todos os envolvidos e responsáveis pelas diversas áreas de forma a dar a

conhecer a programação geral e o cronograma sectorial de actividades.

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– Reunião com todos os envolvidos de forma a discutir a sistemática de funcionamento dos

trabalhos, principalmente os horários de abertura e encerramento de sessões e reuniões.

– Confirmar orçamentos dos serviços, forma de cobrança, tratamentos especiais, cortesias,

permutas.

– Promover reuniões periódicas com supervisores e funcionários de cada área de serviços.

– Confirmar o número de participantes e sua composição.

– Confirmar reservas e a chegada dos participantes.

– Experimentar o acesso e a movimentação das pessoas e veículos nos locais previstos.

– Planear os serviços especiais incluídos nos programas de eventos (coffee break, recepção

de autoridades, convidados VIP, etc.)

– Rever o programa de recepção, credenciação dos participantes e entrega de crachás de

identificação.

– Verificar o número de inscrições e confirmações dos eventos especiais.

– Providenciar os transportes e traslados dos participantes, acompanhantes e funcionários.

– Coordenar o funcionamento das áreas de estacionamento e portaria.

– Coordenar a montagem e instalação das secretarias dos congressistas e palestrantes, sala

VIP, sala de coordenação, auditórios, etc.

– Providenciar os serviços de colocação de bandeiras, faixas, placas, painéis.

– Confirmar equipas, horários, programas e sistemas que serão utilizados na limpeza geral das

áreas internas, externas, corredores, piscina, estacionamento e especialmente os utensílios

e materiais utilizados.

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– Rever a disposição e condições das mesas, cadeiras e móveis nas salas de reuniões.

– Verificar as condições e o funcionamento de telefones públicos, multibanco.

– Providenciar a sinalização interna e externa dos locais (placas, indicadores de circulação,

cordões de isolamento, alertas,…)

– Organizar a sala de imprensa com os equipamentos exigidos.

– Verificar a necessidade e tipos de microfones para as sessões (de mesa, de tribuna, de

pedestal, sem fio, de lapela,…)

– Contratar/alugar serviços e equipamentos a terceiros.

– Verificar a necessidade de instalação de equipamentos audiovisuais.

– Definir e programar os tipos de serviços do restaurante (cardápios, horários, serviços de

atendimento etc.)

– Confirmar o número de pessoas a serem atendidas nos serviços de alimentação.

– Verificar stock e necessidade de compra de alimentos e bebidas.

– Programar os serviços de alimentação especial para participantes que deverão receber

tratamento diferenciado.

– Elaborar o mapa das mesas da sala de refeições.

– Verificar as condições de hospedagem dos participantes.

– Verificar o vestuário do pessoal (tipos, apresentação, controle de stock, lavandaria,

comprovativos de despesa e recibos de entrega ou devolução de fardas, ferramentas e

utensílios).

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– Estabelecer as escalas do pessoal.

– Programar a alimentação dos funcionários e contratados para serviços eventuais.

– Verificar os materiais a serem adquiridos para as competições (troféus, medalhas, presentes,

brindes.)

– Negociar com fornecedores condições especiais de compras, entregas e pagamentos.

– Conferir o stock de utensílios e materiais de uso.

– Rever a programação de lazer e diversões.

– Verificar a aplicação de normas de segurança e protecção patrimonial.

– Contratar os autocarros/veículos para tours e traslados.

– Obter o alvará de licença nos órgãos de fiscalização oficial.

– Providenciar a compra de medicamentos de emergência e pronto-socorro, ensinado o

pessoal quanto ao uso e guarda.

– Planear as cerimoniais dos eventos.

– Definir a decoração dos ambientes e locais e providenciar a compra de materiais.

Financiamento dos Eventos

– Patrocínio – financiamento com troca comercial. Por exemplo, patrocinador oficial, alto

patrocínio ou outros tipos. Pode ser em capital, bens ou serviços.

– Apoio/Parceria – Relação que implica cedência de recursos. Por exemplo, parceiro ou apoio

institucional, apoio media, apoio técnico, apoio à divulgação.

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– Mecenato – contribuição sem objectivos promocionais mas com retorno fiscal.

– Doação – trata-se de um apoio desinteressado (projectos sociais).

– Permuta – trocas visando interesses recíprocos, sem recurso a dinheiro.

– Receita de Bilheteiras – venda de bilhetes, merchandising e afins.

Avaliação

É dos momentos mais importantes da organização de eventos, pois permite detectar falhas e

fazer correcções.

– Durante o Evento (observações, registo de ocorrências)

– Final do evento (questionários, sondagens de opinião, reuniões, etc.)

– Nível Interno (organização anfitriã)

– Nível Externo (participantes, espectadores, patrocínios, expositores, oradores, etc.)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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LANÇA, Rui.2003. Animação Desportiva e Tempos Livres – Perspectivas de Organização. Editorial Caminho.

S.A.

MATA, Américo. 2003. Front Office – Operação e Gestão. Prefácio – Edição de Livros e Revistas, Lta.

PUERTAS, Xavier.2004. Animación en el Âmbito Turístico”. Editorial Sintesis

VICENTINA - Associação para o Desenvolvimento do Sudoeste, Manual para o Investidor em Turismo

Natureza. 2005. Edição Vicentina

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Sites:

www.icn.pt

www.dgt.pt

www.itp.pt

www.min-economia.pt

www.iefp.pt

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