1 Estratégia Mensal 02/11/2015 Outubro 2015 Ibovespa 1,8% -8,3% Dow Jones 8,5% -0,9% S&P 500 8,3% 1,0% FTSE 100 4,9% -3,1% PCAC 9,9% 14,6% DAX 12,3% 10,7% Fonte: Bloomberg Outubro 2015 Dólar (R$/US$) -2,3% 45,1% Euro (US$/€) -1,6% -9,1% Fonte: Bloomberg Índices Performance Moedas Performance Estratégia Mensal - Novembro Mercado brasileiro tem sólida recuperação em outubro. No mês, o índice Bovespa subiu 1,8% em reais (R$) e aproximadamente 4% em dólares (US$). A variação foi abaixo da média de 5 anos para outubro, de + 2,9%. As ações que se desvalorizaram no período (44) superam as que se valorizaram (20). O setor com melhor desempenho foi de telecomunicações (+ 10%), enquanto o segmento de bens de consumo foi o mais fraco (-3,2%). Por capitalização de mercado, o melhor desempenho foram as mid caps (+ 5%), enquanto as large caps subiram menos (+ 1,6%). No acumulado do ano, o Ibovespa registra queda de 8% em R$ e de 37% em US$. Múltiplos marginalmente abaixo dos níveis históricos, em função das previsões de lucros mais fracas. O Ibovespa é negociado a P/L de 10,4x para os próximos 12 meses e 6,5x EV/ Ebitda, apenas ligeiramente abaixo da média de 5 anos de 10,8x e 6,7x, respectivamente. Curiosamente, olhando as estimativas para 2016, o múltiplo médio para large caps (mais de R$ 10 bilhões em capitalização de mercado) é 9,3x, bem abaixo das mid caps (R$ 2-10 bilhões) de 13,5X, e das small caps (abaixo dos R$ 2 bilhões ) de 11,3x. O cenário persiste desafiador. Em outubro, não tivemos um avanço consistente em relação às medidas fiscais no Congresso, as expectativas de inflação permaneceram em alta, as perspectivas de crescimento em queda, enquanto as taxas de juros futuros e o câmbio ficaram relativamente estáveis - ajudados pela liquidez global. A situação política brasileira, juntamente com o possível aumento dos juros pelo Fed em dezembro poderia reintroduzir alguma volatilidade na Bovespa. Várias grandes empresas no Brasil continuam a lidar com endividamento elevado trazendo algum desconforto ao mercado. Notamos que novembro não é normalmente um período favorável para a Bovespa em uma base sazonal. Continuamos a acreditar que bons resultados surgirão provavelmente nas melhores alocações entre risco e retorno. Mas existem aspectos positivos. Enquanto múltiplos de mercado se mantém próximos aos níveis históricos, os fundamentos estão deprimidos (estima-se para 2015, queda do lucro de 20% desde o início do ano), de forma que o mercado provavelmente deve reagir com mais vigor a medida que vislumbrar a perspectiva de números melhores no futuro. A liquidez global pode continuar a ser um catalisador positivo, especialmente à luz de uma indicação de alta de juros mais suave por parte do FED. Consolidação e aquisições / também são possíveis variáveis positivas do mercado. Notamos que o consenso das projeções para o Ibovespa nos próximos 12 meses apontam para potencial de valorização de cerca de 25% em média. Performance Histórica Fonte: Bradesco Corretora e Ágora Corretora José Cataldo* *Analista responsável principal pelo conteúdo do relatório e pelo cumprimento do disposto no Art.16 da Instrução CVM 483/10. 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 out/15 Ibovespa 32,9% 43,6% -41,1% 82,7% 1,0% -18,1% 7,4% -15,5% -2,9% -8,3% 1,8% Arrojada 33,3% 41,6% -55,7% 124,4% 19,0% -13,6% 17,7% 17,4% 11,9% -15,0% 3,6% Dividendos 37,2% 47,2% -19,3% 52,0% 39,0% 26,8% 20,2% 3,5% 11,1% -22,9% 2,3% Top 10 - - - 123,2% 28,5% -13,6% 33,7% 15,3% 4,5% -0,6% 7,4%
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Fonte: Bloomberg; Ágora Corretora e Bradesco Corretora
Empresa Ticker RecomendaçãoPeso na carteira
Preço P/L EV/EBITDA
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Estratégia Mensal 02/11/2015
Ambev (ABEV3)
Recomendação: MANTER
Preço-alvo: R$ 22,00
A Ambev possui posição de liderança e marcas bem estabelecidas. Acreditamos
que ainda existe um espaço considerável para o crescimento dos lucros em razão
do aumento de produtos Premium. Entre os principais direcionadores para as ações,
podemos destacar: (i) apesar dos desafios de volume, a companhia deve apresentar
crescimento do lucro da ordem de 15% em 2015, por meio da expansão de margem; (ii) a
empresa está disposta a pagar mais dividendos e reativou o programa de recompra de
ações; (iii) a ação tem sido ajudada pela fuga para a qualidade para “nomes defensivos”.
Os principais riscos são: (i) o possível aumento do ICMS no Estado de São Paulo; (ii) uma
piora na situação macroeconômica; e (iii) aumento dos custos das matérias-primas.
Cetip (CTIP3)
Recomendação: COMPRA
Preço-alvo: R$ 42,00
A despeito do atual cenário macroeconômico, os dados operacionais da Cetip
permanecem robustos, nos deixando confiantes que a empresa será capaz de entregar
crescimento de receitas na casa de dois dígitos em 2015, impulsionado pelos registros de
CDBs abaixo de R$ 50 mil, novos estados ingressando no sistema Sircof Light e receitas
em elevação em outros segmentos de negócios. Além disso, acreditamos que mais
detalhes poderão se tornar disponíveis a respeito da formalização eletrônica e registro de
hipotecas, gerando potencial de valorização adicional no nosso preço-alvo para a ação no
futuro. Tudo considerado, vemos Cetip como uma interessante alternativa defensiva. Como
fatores de risco, podem ser citadas a competição com a BM&FBovespa e a possível
desaceleração da atividade de crédito, além de eventuais mudanças na linha de negócios
de controle de gravames de financiamentos de veículos.
Cielo(CIEL3)
Recomendação: MANTER
Preço-alvo: R$ 48,00
Trata-se de uma empresa sólida e com ótimo histórico de resultados. Além disso, a
Cielo vem se beneficiando com o seu posicionamento estratégico adequado, o que
proporciona a obtenção de resultados sólidos, mesmo em um ambiente desafiador, tanto
no aspecto macroeconômico quanto setorial (competição forte). Isto faz com que o ativo
tenha características defensivas, daí sua escolha para compor esta carteira. Entre os
pontos positivos destacamos: (i) melhorias no mix de clientes; (ii) resultados robustos nas
subsidiárias impulsionados pelo dólar; e (iii) aumento nos preços dos aluguéis dos POS
(maquininhas) utilizadas pelos lojistas. Como fatores de risco podem ser consideradas a
questão regulatória e concorrencial.
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Estratégia Mensal 02/11/2015
Smiles (SMLE3)
Recomendação: COMPRA
Preço-alvo: R$ 51,00
A Smiles tem se mostrado preparada estrategicamente para o ambiente
competitivo, com o objetivo de ganhar fatia de mercado. A empresa tem sido
eficiente na determinação de preços, apresentando opções inovadoras para o resgate de
milhas, sendo comercialmente agressiva no relacionamento com parceiros financeiros e
mantendo os esforços na área de marketing. Sua performance operacional e financeira tem
melhorado, o que nos parece representar uma tendência e, por consequência, um
direcionador positivo para a ação. Entretanto, seu desempenho em Bolsa desde o mês de
setembro repercutiu preocupações do mercado com a empresa controladora (Gol), além da
própria forte desvalorização cambial, a nosso ver penalizando excessivamente a ação da
empresa de milhagem e, por consequência, oferecendo um bom ponto de entrada, já
considerados os fatores que interferem no seu balanço de riscos.
Telefônica Brasil (VIVT4)
Recomendação: COMPRA
Preço-alvo: R$ 52,00
A Telefônica Brasil é a opção mais atraente em nosso universo de cobertura de
telecomunicações em termos de risco-retorno, oferecendo fundamentos sólidos,
considerando o recente incremento no potencial de valorização após o aumento
dos ganhos de sinergia com a aquisição da GVT, e valorização atraente. A
operação móvel da empresa tem mostrado bom crescimento de receita, com expansão
de 5% nos últimos doze meses, enquanto as vendas líquidas de outros participantes do
mercado caíram cerca de 3%, em média. Além disso, a Telefônica Brasil apresentou
melhoria consistente em sua operação de telefonia fixa, que conseguiu parar
praticamente de perder receitas (-0,3% no 2T15 na comparação anual, vs.
aproximadamente 4,0% de queda na comparação anual tanto no 1T15, quanto no ano
de 2014). Os principais direcionadores das ações são: (i) entrega de sinergias da GVT;
(ii) os rumores de consolidação da telefonia móvel no Brasil e (iii) aumento de preços.
Entre os riscos, destacamos: (i) possível remoção do benefício fiscal dos juros sobre o
capital próprio; (ii) não entrega das sinergias da GVT; (iii) a inflação e a atividade
econômica impactando o crescimento da receita liquida; (ii) aumento da inflação e
apreciação do câmbio e seus impactos nas despesas operacionais (OPEX) e no programa
de investimento (CAPEX), respectivamente; (iv) potencial aumento do ICMS em alguns
Estados.
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Estratégia Mensal 02/11/2015
-3,8%
0,7%1,8%
3,6% 3,7% 3,7%
14,5%
-4%
-2%
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
Performance Arrojada
Outubro
Fonte: Broadcast
Carteira Arrojada
Constituída por cinco ações, é a carteira que normalmente apresenta o maior nível de risco e também o maior potencial de valorização em um cenário positivo para a bolsa.
Na Carteira Arrojada, no mês de outubro, os ativos não tiveram um viés único. Os ativos da SLC Agrícola recuaram, conforme explicado anteriormente neste relatório.
Para o mês de novembto, optamos por
retirar as ações da Cetip (CTIP3). Em
seu lugar, incluímos EDP Energias do
Brasil (ENBR3).
Vol. Méd Potencial de Yield3m R$ mn Último Alvo Valorização 2015 2016 2015 2016 2015E
Fonte: Bloomberg; Ágora Corretora e Bradesco Corretora
Empresa Ticker RecomendaçãoPeso na carteira
Preço P/L EV/EBITDA
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Estratégia Mensal 02/11/2015
VISÃO MACROECONÔMICA
Nas últimas semanas, os mercados têm adotado uma abordagem benigna em relação ao Brasil. Embora não tenhamos
observado, essencialmente, progressos relacionado ao ajuste fiscal, sem mencionar que as expectativas de inflação
permaneceram em ascensão e as expectativas para o crescimento continuaram reduzindo, as taxas dos juros futuros e o
câmbio permaneceram relativamente estáveis no mês de outubro. Isto provavelmente como reposta a comunicados
mais suaves vindos do Fed, que ainda não iniciou o processo de elevação dos juros por conta dos números mais fracos
do mercado de trabalho. No entanto, se a perspectiva de uma maior liquidez global foi a razão para mercados mais
favoráveis em outubro, a situação deve tornar-se mais frágil em novembro, uma vez que aumentaram as expectativas
de elevação de juros nos EUA em dezembro, enquanto os fundamentos brasileiros ainda precisam mostrar melhora.
Na verdade, o mês de novembro começa com uma nova redução das metas fiscais para 2015. Agora, para o resultado
primário é esperado um déficit que pode variar entre R$ 49,8 bilhões e R$ 100 bilhões. Mesmo assim, a princípio, estes
números não alteram a dinâmica esperada das contas fiscais (um resultado pior este ano não altera nossa expectativa de
um déficit de 0,8% em 2016). No entanto, tais mudanças implicam que a dívida bruta/PIB deve ficar 1,2 p.p. acima da
nossa expectativa inicial. Além disso, devemos notar que esta última revisão na meta fiscal de 2015 foi essencialmente
impulsionada por atrasos nas votações de medidas no Congresso, cujos impactos ainda eram esperados para 2015 (tal
como o projeto que regulariza a repatriação de recursos no exterior). Ou seja, a aprovação de algumas medidas
estruturais, essenciais para colocar o país fora do déficit fiscal em 2016, permanece longe de ser uma tarefa fácil.
No cenário puramente econômico, o principal ponto a ser observado refere-se à inflação. Em sua última reunião, o Banco
Central sinalizou que não espera a convergência da inflação para 4,5% já em 2016, sugerindo que o aumento das
expectativas para o IPCA ainda não é um direcionador para as taxas de juros mais elevadas. Implícita nesta estratégia
está a suposição de que a inflação vai começar a cair de forma evidente no início de 2016, o que parece ser a condição
suficiente para a manutenção da taxa de juros no nível atual de 14,25%. Na verdade, a desaceleração nos mercados de
crédito e dos agregados monetários sugere que a inflação deve ficar perto do topo da meta. No entanto, em um cenário
alternativo em que a inflação não mostre sinais claros de que está começando um processo de desaceleração no 1T16, o
Banco Central pode ser forçado a aumentar as taxas de juros novamente, impactando as esperanças remanescentes de
recuperação da atividade no 2S16.
Projeções Econômicas
Indicador 2011 2012 2013 2014 2015E 2016E
Crescimento Real do PIB (%) 2,7 1,0 2,5 0,1 -3,3 -1,5
Taxa de câmbio - Final (R$/US$) 1,88 2,04 2,34 2,66 3,95 4,30
IPCA (% aa) 6,50 5,84 5,90 6,40 10,00 6,90
Meta SELIC - Final (%) 11,00 7,25 10,00 11,75 14,25 14,25Fonte: Bradesco e Ágora Corretoras
Projeções Econômicas
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Estratégia Mensal 02/11/2015
Este relatório foi preparado pelas equipes de análise de investimentos da Ágora Corretora de Títulos e Valores Mobiliários S.A. (“Ágora”) bem como da Bradesco S.A. Corretora de Títulos e Valores Mobiliários (“Bradesco Corretora”), sociedades controladas pelo Banco Bradesco BBI S.A. (“BBI”). O presente relatório se destina ao uso exclusivo do destinatário, não podendo ser, no todo ou em parte, copiado, reproduzido ou distribuído a qualquer pessoa sem a expressa autorização da Ágora e da Bradesco Corretora.
Este relatório é distribuído somente com o objetivo de prover informações e não representa uma oferta de compra e venda ou solicitação de compra e venda de qualquer instrumento financeiro. As informações contidas neste relatório são consideradas confiáveis na data de sua publicação. Entretanto, as informações aqui contidas não representam por parte da Ágora ou da Bradesco Corretora garantia de exatidão dos dados factuais utilizados. As opiniões, estimativas, projeções e premissas relevantes contidas neste relatório são baseadas em julgamento do(s) analista(s) de investimento envolvido(s) na sua elaboração (“analistas de investimento”) e são, portanto, sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado.
O Relatório Estratégia Mensal, contendo as Carteiras Recomendadas por analistas da Ágora e Bradesco Corretora e que é divulgado no último dia útil de cada mês, contém ativos financeiros que poderão ser utilizados por gestores de carteiras do Grupo Bradesco ou por gestores de clubes de investimentos administrados por empresas do grupo Bradesco, no próximo dia útil subsequente à sua divulgação. Destacamos que todas as informações presentes nos relatórios seguem políticas internas de compliance, e portanto são divulgadas simultaneamente para toda a base de clientes, incluindo clubes de investimento ou empresas do Grupo Bradesco.
Declarações dos analistas de investimento envolvidos na elaboração deste relatório nos termos do art. 17 da Instrução CVM 483:
O(s) analista(s) de investimento declara(m) que as opiniões contidas neste relatório refletem exclusivamente suas opiniões pessoais sobre a companhia e seus valores mobiliários e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Ágora, à Bradesco Corretora, ao BBI e demais empresas do Grupo Bradesco.
A remuneração do(s) analista(s) de investimento está, direta ou indiretamente, influenciada pelo resultado proveniente dos negócios e operações financeiras realizadas pela Ágora, Bradesco Corretora e BBI.
Declarações nos termos do art. 18 da Instrução CVM 483:
O Banco Bradesco S.A. tem participação acionária indireta, por meio de suas subsidiárias, acima de 5% nas empresas: Cielo S.A., Fleury S.A., IRB Brasil Re. A BRADESPAR S.A., cujo grupo controlador é composto pelos mesmos acionistas que controlam o Bradesco, tem participação acima de 5% na VALE S.A..
Ágora, Bradesco Corretora, Bradesco BBI e demais empresas do grupo Bradesco têm interesses financeiros e comerciais relevantes em relação ao emissor ou aos valores mobiliários objeto de análise.
O Bradesco BBI está participando como coordenador na oferta de distribuição pública de debêntures da Concessionária do Sistema Anhanguera Bandeirantes S.A. – AutoBan e da Petróleo Brasileiro S.A - Petrobrás, assim como, na oferta de distribuição pública de ações da IRB Brasil Re e Caixa Seguridade Participações S.A.. A Ágora e a Bradesco Corretora estão participando como instituições intermediárias na oferta de debêntures da Petróleo Brasileiro S.A. - Petrobrás.
Nos últimos 12 meses, o Bradesco BBI participou como coordenador nas ofertas públicas de distribuição de títulos e valores mobiliários das companhias: Somos Educação, Concessionária do Aeroporto Internacional de Guarulhos, Concessionária do Sistema Anhanguera-Bandeirantes, Telefônica, Vale, FPC Par Corretora e Valid.
Nos últimos 12 meses, a Ágora e/ou a Bradesco Corretora participaram, como instituições intermediárias, das ofertas públicas de títulos e valores mobiliários das companhias: Concessionária do Aeroporto Internacional de Guarulhos, Concessionária do Sistema Anhanguera-Bandeirantes, Telefônica, Vale, FPC Par Corretora e EDP Energias do Brasil.
A Bradesco Corretora recebe remuneração por serviços prestados como formador de mercado de ações da Alpargatas (ALPA4), General Shopping (GSHP3) e Helbor (HBOR3) . O Bradesco recebe remuneração por serviços prestados como formador de mercado de debêntures da USIMINAS e BNDESPAR, e cotas do Fundo Imobiliário BB Progressivo II.