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Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Rib.Pires e R.G.da Serra ANO 3 Nº 92 27 a 30 de março 2009 www. abcdmaior. com.br INFORMAÇÃO 24 HORAS POR DIA R$ 0,50 Alma sustentável Vanessa Selicani Sandro Vinícius Ortega Nicodemo, 28 anos, faz parte de uma geração que resolveu subver- ter os sonhos de quem vira “gente grande”. Nem mansão, nem carro impor- tado, nem muito dinheiro. Ele quer uma casa peque- na no meio do mato, pro- duzindo o que come e com uma bicicleta na garagem. Pendurada na bolsa, leva a canequinha plástica para to- mar água. Evita comer car- ne. “São dezenas de litros d’água para se produzir um quilo de carne”, justifica. Utiliza transporte público. Recicla papéis. Em 2001, Sandro cami- nhava para outra direção, cursando faculdade de En- genharia. Um ano em meio aos números foi suficiente para que percebesse estar perdido. Debaixo de protestos dos pais, que aguardavam a conclusão do curso, deci- diu tentar gestão ambiental. Mais pela curiosidade do que por qualquer vocação natural. Um acidente que se transformou num dos maio- res encontros dos vinte e poucos anos de Sandro. O ex-estudante de enge- nharia começava a receber a conversão verde. E absor- veu o que aqueles livros e professores falavam sobre consumo desenfreado, fim da água potável, destruição das áreas verdes e de todos aqueles valores invertidos. Sandro sabia, por expe- riência própria, que faltava apenas uma mudança de olhar, um novo ângulo sobre as coisas para que as outras pessoas percebessem o que para ele era religião. Dentro de ONGs (Orga- Amanda Perobelli Luciano Vicioni Irregularidade troca carne por ovo frito na merenda Criatividade culinária: merendeira de escola municipal em São Bernardo frita ovo porque não tem carne para servir Amanda Perobelli Dois contratos firmados na gestão do prefeito William Dib, em São Bernardo, deixaram mais de 90 mil crianças comendo ovo frito. O TCE (Tribunal de Contas do Estado) avaliou que houve irregularidade e cancelou os contratos, o que deixou as escolas da rede municipal sem carne bovina e de frango no cardápio. Os contratos foram assinados em 2004 e renovados sem licitação em 2006. Nesse periodo, dois secretários gerenciaram os contratos: Admir Ferro e Neide Felicidade. Sem ingredientes, as merendeiras apelaram para a criatividade para alimentar as crianças e serviram ovos, marcarrão com sardinha e verduras. Pág. 5 nizações Não-Governamen- tais) e movimentos sociais, o jovem ambientalista re- solveu optar por um ativis- mo mais burocrático. Caçar autoridades e políticos para “vender” suas idéias verdes. “Era a forma de mudar o planejamento das coisas de uma forma mais ampla.” Nesta caminhada, Sandro conseguiu o apoio de to- dos os candidatos a prefeito da Região no ano passado para a Agenda 21, docu- mento que estipula o papel de cada País para solucio- nar problemas sócio-am- bientais. “Queremos regio- nalizar estes compromissos para cada realidade dos mu- nicípios”, explica. Sandro é inquieto. A pai- xão pelos desafios trouxe vários empregos, projetos, pessoas e ideias novas. O ambientalista tem desejo de semear. E quando fala de sonhos, perde a subjetivida- de. “Queria mesmo perce- ber que o mundo caminha para a sustentabilidade.” Professores do MOVA, curso de alfabetização de adultos, dão aulas de graça em Santo André, desde que a Prefeitura suspendeu o repasse de verba. Alunos cirticam decisão do prefeito Aidan Ravin. Página 4 Alfabetização de adultos perde verba em Sto. André Na semana em que o presidente Lula anuncia um programa de construção de 1 milhão de casas populares, a nova superintendente da Caixa Econômica no ABCD, Marjori Oliveira, fala como pretende incentivar os programas habitacionais da Região e o acesso ao crédito. Em entrevista exclusiva, Marjori fala dos investimentos no ABCD. Página 3 Caixa Econômica investe na Região Sandro Vinícius Ortega Nicodemo: ‘Desejo de semear’ A não aprovação da Lei Específica da Billings, que está na Assembleia Legislativa desde outubro, atrasa o processo de regularização fundiária em áreas de manancial. O projeto criará diretrizes para regularizar a situação de 850 mil pessoas que vivem em ocupações irregulares nas margens da represa. Página 9 Atraso na aprovação da Lei Billings emperra projetos habitacionais O Tigre, que disputa a Série A2 do Paulista, promove mais uma edição de sua peneira; o atacante Raul (foto à esq.) foi revelado nas categorias de base. Página 12 Represa Billings, que banha cinco cidades do ABCD, completa 84 anos nesta sexta-feira O programa Banco do Povo - Crédito Solidário empresta dinheiro para quem não tem garantias, avalista ou fiador. Inadimplência é de 0,5%. Página 6 Banco do Povo tem crédito para pequenos comerciantes Luciano Vicioni
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ABCD MAIOR

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Page 1: ABCD MAIOR

santo andré, são Bernardo, são caetano, diadema, Mauá, rib.pires e r.g.da serra

ANO 3Nº 9227 a 30 de março 2009

www.abcdmaior.com.br

INFORMAÇÃO 24 HORAS POR DIA

r$ 0,50

Alma sustentávelVanessa Selicani

Sandro Vinícius Ortega Nicodemo, 28 anos, faz parte de uma geração que resolveu subver-ter os sonhos de quem

vira “gente grande”. Nem mansão, nem carro impor-tado, nem muito dinheiro. Ele quer uma casa peque-na no meio do mato, pro-duzindo o que come e com uma bicicleta na garagem. Pendurada na bolsa, leva a canequinha plástica para to-mar água. Evita comer car-ne. “São dezenas de litros d’água para se produzir um quilo de carne”, justifica. Utiliza transporte público. Recicla papéis.

Em 2001, Sandro cami-nhava para outra direção, cursando faculdade de En-genharia. Um ano em meio aos números foi suficiente para que percebesse estar perdido.

Debaixo de protestos dos pais, que aguardavam a conclusão do curso, deci-diu tentar gestão ambiental. Mais pela curiosidade do que por qualquer vocação natural. Um acidente que se transformou num dos maio-res encontros dos vinte e poucos anos de Sandro.

O ex-estudante de enge-nharia começava a receber a conversão verde. E absor-veu o que aqueles livros e professores falavam sobre consumo desenfreado, fim da água potável, destruição das áreas verdes e de todos aqueles valores invertidos.

Sandro sabia, por expe-riência própria, que faltava apenas uma mudança de olhar, um novo ângulo sobre as coisas para que as outras pessoas percebessem o que para ele era religião.

Dentro de ONGs (Orga-

Amanda Perobelli

Luciano Vicioni

Irregularidade troca carne por ovo frito na merenda

Criatividade culinária: merendeira de escola municipal em São Bernardo frita ovo porque não tem carne para servir

Amanda Perobelli

Dois contratos firmados na gestão do prefeito William Dib, em São Bernardo, deixaram mais de 90 mil crianças comendo ovo frito. O tCE (tribunal de Contas do Estado) avaliou que houve irregularidade e cancelou os contratos, o que deixou as escolas da rede municipal sem carne bovina e de frango no cardápio. Os contratos foram assinados em 2004 e renovados sem licitação em 2006. nesse periodo, dois secretários gerenciaram os contratos: Admir Ferro e neide Felicidade. Sem ingredientes, as merendeiras apelaram para a criatividade para alimentar as crianças e serviram ovos, marcarrão com sardinha e verduras. Pág. 5

nizações Não-Governamen-tais) e movimentos sociais, o jovem ambientalista re-solveu optar por um ativis-mo mais burocrático. Caçar autoridades e políticos para “vender” suas idéias verdes.

“Era a forma de mudar o planejamento das coisas de uma forma mais ampla.” Nesta caminhada, Sandro conseguiu o apoio de to-dos os candidatos a prefeito da Região no ano passado para a Agenda 21, docu-mento que estipula o papel

de cada País para solucio-nar problemas sócio-am-bientais. “Queremos regio-nalizar estes compromissos para cada realidade dos mu-nicípios”, explica.

Sandro é inquieto. A pai-xão pelos desafios trouxe vários empregos, projetos, pessoas e ideias novas. O ambientalista tem desejo de semear. E quando fala de sonhos, perde a subjetivida-de. “Queria mesmo perce-ber que o mundo caminha para a sustentabilidade.”

Professores do MOVA, curso de alfabetização de adultos, dão aulas de graça em Santo André, desde que a Prefeitura suspendeu o repasse de verba. Alunos cirticam decisão do prefeito Aidan Ravin. Página 4

Alfabetização de adultos perde verba em Sto. André

na semana em que o presidente Lula anuncia um programa de construção de 1 milhão de casas populares, a nova superintendente da Caixa Econômica no ABCD, Marjori Oliveira, fala como pretende incentivar os programas habitacionais da Região e o acesso ao crédito. Em entrevista exclusiva, Marjori fala dos investimentos no ABCD. Página 3

Caixa Econômica investe na Região

Sandro Vinícius Ortega Nicodemo: ‘Desejo de semear’

A não aprovação da Lei Específica da Billings, que está na Assembleia Legislativa desde outubro, atrasa o processo de regularização fundiária em áreas de manancial. O projeto criará diretrizes para regularizar a situação de 850 mil pessoas que vivem em ocupações irregulares nas margens da represa. Página 9

Atraso na aprovação da Lei Billings emperra projetos habitacionais

O Tigre, que disputa a Série A2 do Paulista, promove mais uma edição de sua peneira;

o atacante Raul (foto à esq.) foi revelado nas categorias de base. Página 12

Represa Billings, que banha cinco cidades do ABCD, completa 84 anos nesta sexta-feira

O programa Banco do Povo - Crédito Solidário empresta dinheiro para quem não tem garantias, avalista ou fiador. Inadimplência é de 0,5%. Página 6

Banco do Povo tem crédito para pequenos comerciantes

Luciano Vicioni

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ABCD MAIOR - Edição No 92 - 27 a 30 de março de 2009 - Pág. 02

Lei da Billings: responsabilidade de todos

Mulher negra: sujeito de lutaO debate sobre machismo e racismo tem no mês de março duas importantes

oportunidades: o Dia Internacional da Mulher (8) e o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial (21). A somatória dessas datas evidencia as múltiplas desigualdades sofridas pelas mulheres negras.

Embora no Brasil o racismo seja crime inafiançável e imprescritível, comumente os ‘lugares’ destinados à população negra são de sub-cidadania, estabelecendo-se uma ordem incontestável na escala econômica e social – homem branco, mulher branca, homem negro e mulher negra. Essa ordem é expressa na vida concreta das pessoas: no corpo; no trabalho; na cultura; nas oportunidades sociais, políticas e econômicas. No universo de 6 milhões de

empregados domésticos, por exemplo, 95% são mulheres e 57%, negras.

As mulheres negras se organizam nos mais variados espaços, pelo respeito à dignidade; oportunidades enquanto cidadãs e visibilidade como sujeitos políticos. Me chamou atenção o livro Mulheres Negras do Brasil, de Shuma Schumaher e Erico Vital Brazil. O livro recebeu em 2008 o Prêmio Jabuti (1o lugar na categoria Direitos Humanos). A pesquisa que embasou o livro provocou um profundo mergulho em contundentes silêncios da historiografia brasileira. Segundo os autores, com exceção dos escritos sobre o sistema escravocrata e, por vezes, uma ou outra alusão ao mito Chica da Silva, não se encontraram muitas outras informações sobre mulheres negras em nossos museus, currículos escolares, livros didáticos ou

Art

igo

narrativas oficiais.As buscas por justiça

social e racial das mulheres negras não podem ficar restritas apenas aos que de alguma maneira foram despertados para esse tema. Em nome da democracia, devemos reforçar essas lutas em nosso cotidiano, reforçar e ampliar os apoios e ações concretas dos movimentos sociais e das instituições públicas e privadas. A superação do racismo e do machismo deve ser cada vez mais uma responsabilidade de toda a sociedade, e não apenas das mulheres e dos homens que enfrentam diretamente seus efeitos no dia-a-dia.

* Ivete Garcia é socióloga, mestre em administração e militante feminista. Foi assessora dos Direitos da Mulher na Prefeitura de Santo André; vereadora, presidenta da Câmara e vice-prefeita da cidade.

Ivete Garcia*

Alex Manente*

Marcado historicamente como maior polo industrial do Brasil, o ABCD assistiu na década de 1950 ao desenvolvimento urbano, econômico e liderou a lista de oportunidades de empregos no país. São Bernardo, berço do setor automobilístico que aqueceu a economia regional, herdou não apenas o bônus por se tornar o município mais industrializado, mas o ônus por abrigar milhões de trabalhadores que migraram para suprir a demanda da mão-de-obra. Resultado: o crescimento populacional desordenado no entorno da Represa Billings.

Devido à falta de controle na ocupação da cidade de forma acelerada e irregular, a Billings tem um quadro preocupante. Embora protegida pela Lei de Proteção de Mananciais, estudo do ISA (Instituto Socioambiental) revelou que o maior reservatório de água da região metropolitana perdeu 6,6% da cobertura florestal nativa entre 1989 e 1999. A pesquisa também apontou que a represa sofreu adensamento urbano de quase 32% neste período.

Dez anos mais tarde, retomamos o debate sobre a necessidade de mobilizar o poder público e a sociedade civil para reverter essa situação.

Chegamos ao limite das discussões sobre a Lei Específica da Billings, a ser aprovada pela Assembleia Legislativa neste semestre. Em tramitação na Casa desde 2008, a medida trata da regulamentação fundiária no entorno da represa, a solução imediata para evitar a total destruição do principal tesouro natural de São Bernardo.

Na análise mais simples sobre a importância da legislação ressalta-se o poder que a Prefeitura terá para aumentar a fiscalização e evitar novas ocupações irregulares. O Executivo terá ainda a capacidade de medir o compromisso ambiental das empresas interessadas em investir na cidade. Será possível buscar parceiros que apóiam a causa, rumo ao desenvolvimento sustentável. Evoluir sem esgotar os recursos naturais para o futuro.

Aprovar a Lei Específica da Billings significa garantir às famílias a oportunidade de regularizar os imóveis em áreas de mananciais e torná-las responsáveis pela compensação ambiental. A partir daí, terão o direito de exigir tratamento e redirecionamento do esgoto jogado na represa e cobrar saneamento básico.

Levando o discurso

adiante, esbarramos na expansão urbana que provocará o Trecho Sul do Rodoanel. A via acelerará a urbanização da bacia e comprometerá ainda mais o manancial. Mais um motivo para insistir na aprovação da matéria antes da conclusão das obras, caso contrário, o avanço populacional não será contido e a Billings sofrerá as consequências.

Por conta de todos os pontos expostos, o cidadão terá deveres similares para a manutenção e aplicabilidade da lei, que só será concretizada com apoio da sociedade. Para isso, a criação de uma Escola de Educação Ambiental em São Bernardo também entra na pauta de discussões.

A conscientização é a melhor arma para garantir o sucesso de uma medida em favor do meio ambiente e da população. Tornar a Lei Específica da Billings real ao lado do beneficiado direto é a única forma de evitar a propagação de novas residências na área preservada, liquidar a poluição da bacia e salvar a represa.

* Alex Manente é deputado estadual pelo PPS e coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Represa Billings.

Edit

oria

l

Não ao desenvolvimentismoO ABCD MAIOR se propõe contribuir para que a Região encontre o caminho do cres-cimento econômico,

com democracia, justiça social e equilíbrio ambien-tal. Uma direção bastante distinta do desenvolvimen-tismo pregado por alguns, que só enxerga o cresci-mento econômico sem me-dir os meios utilizados para alcançá-lo.

Esta edição é particular-mente rica de conteúdos que mostram esta orienta-ção editorial: na pagina 3, a nova superintendente re-gional da Caixa Econômica Federal, Marjorie Soraia de Oliveira, explica a proposta do governo federal de cons-truir um milhão de casas; na página 9, e com artigo do deputado Alex Manente publicado nesta página, o ABCD MAIOR discute a lei

específica da Billings, cujo objetivo deveria ser a pre-servação de um dos princi-pais patrimônios ambientais da Região. Da mesma for-ma, discute também a falta de recursos para o Mova em Santo André (página 4).

O equilíbrio na cobertura de projetos para tirar a Re-gião e o País da crise e as preocupações com o social e o meio ambiente está no cerne da proposta editorial deste jornal.

Ao contrário de muitos veículos, o que importa é trazer ao leitor informações que possam ajudá-lo a en-tender os vários ângulos da realidade em que vive. Sem preconceitos, sem partida-rismo, sem encetar cam-panhas contra autoridades, como a que vem vitimando a Secretária de Educação de São Bernardo, Cleusa Repu-lho, também ouvida nesta

edição (página 5). A matéria sobre a crise da

merenda escolar, em São Bernardo, que trazemos em manchete, levanta um pouco do véu que esconde as verdadeiras razões des-ta campanha contra Cleusa Repulho. E a irrregularida-de na concorrência da me-renda escolar em São Ber-nardo, responsabilidade do governo Willian Dib, revela-da nesta edição é apenas a ponta de um iceberg.

Um iceberg que já mos-trou sua extensão em CPI realizada na Câmara Muni-cipal de São Paulo e nas vá-rias denúncias de corrupção registradas em torno desta questão. Responsável por contratos milionários em prefeituras de todo o País, ele também exige a atenção de quem quer pensar o de-senvolvimento regional com democracia e justiça social.

Prioridade - A Prefeitura de Sto. André reforma calçada da av. Perimetral para aumentar área de estacionamento dos carros. Mas esqueceu de olhar para os pedestres.

Antonio Ledes

ABCD Maior – MP Editora Ltda. Endereço: Travessa Monteiro Lobato, 95, Centro, SBC – CEP 09721-140 – Fone: 4127-3055. CTP/Impressão: Gráfica Folha da Manhã S/A – Fone: 3224-7712. Diretor e Jornalista Responsável: Celso Horta (Mtb 140002/51/66/SP) – Diretor de redação: Walter Venturini - Editoras: Juliana Finardi e Valéria Cabrera - Redação: Diego Sartorato, Júlio Gardesani, Liora Mindrisz, Renan Fonseca, Vanes-sa Selicani, Vinicius Morende e Walter Fernandes. Estagiários: Carol Scorce, Cinthia Isabel, Deise Cavignato, Fabiola Andrade, Gustavo Pinchiaro e Paula Cristina. Fotografia: Luciano Vicioni, Amanda Perobelli e Antonio Ledes- Diagramação e editoração: Guilherme Horta – Tratamento de imagem: Fabiano Ibidi - Secretaria: Jéssica D’Andréa - Comercial - Jader Reinecke - Fone 4128-1439 ou e-mail: [email protected]. Distribuição: Nadir Leonardi - Cepemi Sistema de Informações e Divulgação. Site: www.abcdmaior.com.br - e-mail: [email protected]. Os artigos são de responsabilidade dos autores e não expressam necessariamente a opinião deste jornal. Publicação bissemanal. Tiragem: 35 mil exemplares. Circulação em Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

Page 3: ABCD MAIOR

Caixa discute projetos e investimentos para a Região

PAC e habitação são prioridades da nova superintendente da Caixa Econômica Federal no ABCD

ABCD MAIOR - Edição No 92 - 27 a 30 de março de 2009 - Pág. 03

ABCD MAIOR – Em quais áreas a Caixa

Econômica Federal inves-tirá mais recursos no ABCD neste ano?

Marjori Soraia de Oli-veira – Principalmente nas áreas de saneamento, ha-bitação popular e nas áreas de mananciais por meio do PAC (Programa de Acele-ração do Crescimento). Na habitação, especialmente, pois é um ramo que aquece a economia e mantém em-pregos. Um pedido especí-fico que fiz para a Região é a implementação de ações voltadas para indústria vin-

culada às montadoras, se-tor com um cenário de risco grande. Nós estamos tra-balhando para fomentar o crédito e aquecê-lo. Já con-seguimos autorização para atuar nos feirões de veículos com uma linha bem simples de financiamento. Estes são os setores com mais aten-ção, mas todos vão receber. Não vamos deixar ninguém de fora.

ABCD – Quanto o PAC deve investir na Região?

Marjori – Só no ABCD, temos mais de R$ 500 milhões nas obras do PAC para todos os municípios. Lógico que as obras são proporcionais à base ter-ritorial, ao número de ha-bitantes e necessidades. Temos obras fantásticas para o ABCD. Você vê isso pelo número de famílias que vão auxiliar. Tenho muito interesse em ter-mos sociais e em termos ambientais. Tem muita verba do PAC para cuidar da área de mananciais e para regularizar a situa-ção fundiária. Tem tam-bém um setor que desen-volvemos muito no ABCD, que é a lucratividade da área comercial, que neste momento de crise é de ex-

Representantes da regional do ABCD da Caixa Econômica Federal devem se

reunir na próxima semana para discutir o programa Minha Casa, Minha Vida,

lançado esta semana pelo governo federal. O objetivo é disponibilizar o acesso ao

programa, que deverá construir um milhão de habitações em todo o País a partir de abril. O ABCD MAIOR antecipa o debate e traz a entrevista com a superintende

regional da Caixa no ABCD, Marjori Soraia Oliveira. Defensora de investimentos sociais e recém-empossada num dos cargos mais estratégicos para a Região, Marjori falou sobre o programa habitacional, acesso ao

crédito, crise financeira mundial e PAC. VInICIuS [email protected]

Marjorie Soraia de Oliveira: ‘Temos R$ 500 mi do PAC para o ABCD’

Fotos: Amanda Perobelli

‘Ações voltadas apar a indústria’

trema importância.

ABCD – A Caixa partici-pará do programa federal para a construção de 1 mi-lhão de residências (“Mi-nha Casa, Minha Vida”). Já há informações sobre o programa no ABCD?

Marjori – O que sei dizer é que as casas são para famí-lias com renda até R$1.370, com grande parte da verba subsidiada. As pessoas pa-garão mensalidades de cer-ca de R$ 20 ou R$ 25. Mas ainda não sabemos orça-mento para a Região, quan-tidades por municípios, se vai ser adequado ao déficit local etc. De qualquer ma-neira, como a habitação é uma de nossas prioridades, aumentamos o orçamento de R$ 19 milhões em 2008

para R$ 22 milhões neste ano. De acordo com nossos estudos, esta verba gera mais de 370 mil empregos. Mas o orçamento é ilimita-do. Aumenta conforme a demanda. No ano passado, oferecemos R$ 31 milhões. A expectativa para este ano é que o resultado será mui-to maior.

ABCD – Com a crise fi-nanceira mundial, ficou mais difícil acessar o cré-dito?

Marjori – Nós não altera-mos a configuração da aná-lise de risco do tomador. Na verdade, nem o Banco Cen-tral exige hoje uma capaci-dade maior em termos de garantias para as empresas. O que acho é que os ban-cos privados começaram a

fazer as mesmas exigências que o Banco Central e isto dificulta o crédito, principal-mente em alguns setores mais atingidos.

ABCD – Então o dinheiro chega às empresas?

Marjori – Não tivemos problema do dinheiro não chegar ao empresário. Desde que a gente per-ceba que é uma empresa idônea, mesmo em difi-culdade, e tem um projeto, o crédito chega nas mãos dela. Nós temos acompa-nhado esta evolução. Para isso, temos o Proger (Pro-grama de Geração de Em-prego e Renda) para apoiar projetos. Mas tem de ter a contrapartida de gerar os empregos que promete. Para segurar os efeitos da crise, não adianta colocar-mos um monte de crédito na praça e as pessoas não terem emprego para hon-rar o crédito. Então, ten-tamos manter este ciclo aquecido.

ABCD – Nestes últimos meses, a Caixa recebeu mais solicitações de cré-dito?

Marjori – Estamos anali-sando diversas solicitações de crédito para empresas da Região. Após o início da crise, houve uma procura maior por conta do aumento do risco de crédito nos ban-cos privados. Nós consegui-mos aplicar no ano passado R$ 50 milhões para pessoas jurídicas. Para o ABCD, isso é pouco. Podemos aplicar muito mais. Para este ano, temos orçamento de R$ 70 milhões, mas ele também não tem limite.

ABCD – Quais serão as prioridades de sua gestão na superintendência da Caixa no ABCD?

Marjori – Em qualquer regional, quem vai assu-

mir recebe diretrizes da vice-presidência e da su-perintendência nacional. No ABCD como nas outras regionais, nós temos de fomentar, principalmente, o desenvolvimento local em habitação, na área so-cial, fazer saneamento. São obras que não aparecem, mas que melhoram a saú-de dos moradores. Hoje temos o PAC (Programa de Aceleração do Cresci-mento) como facilitador. O programa mostrou para os prefeitos que é importante fazer estas obras, pois por meio do saneamento você vai economizar futuramen-te na saúde, por exemplo.

ABCD – Qual o papel da Caixa no PAC para a Re-gião?

Marjori – Além da supe-rintendência, a área técnica, de engenharia (ambiental, civil etc), está muito envol-vida. Funciona da seguinte maneira: o município apre-senta sua capacidade téc-nica e financeira, pois há a exigência de que dê con-trapartida do orçamento, e as obras são habilitadas. Então, o recurso chega e fica bloqueado. Os enge-nheiros da Caixa vão até as obras e verificam se está tudo em ordem, se a etapa foi cumprida. Para isso, há cronogramas físico e finan-ceiro. Caso cumpra a eta-pa, recebe o valor; se não, o dinheiro fica bloqueado. Nós ainda damos a chance para regularizar. Por exem-plo, em São Bernardo, não tinha nenhuma obra ini-ciada e agora já caminha-mos com dois projetos que priorizamos, o do ribeirão dos Couros, para evitar as enchentes na Anchieta, e o Três Marias, para transfe-rir 3 mil famílias de barra-cos em áreas de manancial para casas de alvenaria em outro lugar.

Page 4: ABCD MAIOR

ABCD MAIOR - Edição No 92 - 27 a 30 de março de 2009 - Pág. 04

Aidan corta verba, masMOVA resiste em Sto.André

número de alunos dosc cursos de alfabetização caiu pela metade; educadores mantêm aulas sem salários

JúLIO [email protected]

Desde que o prefei-to de Santo André,

Aidan Ravin (PTB), desistiu de pagar todos os contratos da Administração em seu 15º dia de governo, o MOVA (Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos) resiste para manter suas atividades no município. Sem o repas-se, o MOVA passou de 105 turmas em dezembro para menos de 50 em março. As que continuam, contam com o trabalho voluntário dos educadores, que decidiram manter as aulas mesmo sem receber salário.

Mensalmente, Aidan de-veria repassar R$ 45 mil ao MOVA-ABC, que possui con-trato com a Prefeitura até de-zembro deste ano. Sem o re-passe referente aos meses de janeiro e fevereiro (não existe sinalização de que a Adminis-tração pagará o contrato em março), quase 900 pessoas deixaram de receber a alfabe-tização. Até dezembro, cerca de 1.600 pessoas frequenta-vam as aulas; atualmente não chega a 800 alunos.

A verba deveria ser usa-da para o pagamento dos educadores, que recebiam R$ 618 por mês, compra de materiais escolares (canetas, lápis, cadernos e borrachas), manutenção das salas de aula e compra de lanches para as aulas realizadas nos bairros mais carentes. Além disso, o auxílio prestado pela Admi-nistração passada ao MOVA foi completamente cancela-do: os alunos deixaram de ter aulas de computação e os educadores não possuem

mais a assessoria da Secreta-ria de Educação.

Dulceli Aparecida Mou-ra, 39 anos, é um exemplo de educadora do MOVA que decidiu resistir. Mesmo sem receber um real, continua lecionando para cerca de 20 alunos, a maioria idosos, na sede da Sociedade Esportiva Colorado, na Vila Lutécia.

“Acredito que o Aidan está com uma política de gueto: todos os programas que o PT abraçou ele quer cortar. Mas o MOVA não é isso e por isso continuo dando minhas aulas como voluntária”, diz Dulceli.

Entre as alunas que assis-tem à aula de Dulceli, está Celina Rodrigues de Lima, 65 anos. Há um ano e três meses participa das aulas, aprendeu a ler, escrever e fazer contas no MOVA, mas está decep-cionada.

“Antes tinha lanche. Não tem mais. Não temos mais os cadernos, nem lápis, nem nada. Eu votei no Aidan, mas me arrependo. Fui pela ca-beça dos outros. O prefeito precisa saber que não somos burros. Ah, se eu pudesse fa-lar com esse homem!”, fala Celina, em tom desafiador.

Ao lado de Celina, Marta André Domingos, 64 anos, também se revolta. “Eles vie-ram falar que quem tem até 50 anos deve ir para escola municipal e quem tem mais de 60 deveria ficar em casa. Com 60 anos aprendi a ler, escrever, nadar e bordar. Não somos burros, senhor prefei-to”, desabafa.

A Prefeitura de Santo An-dré foi procurada, mas não respondeu à reportagem do ABCD MAIOR.

Aula do Mova em Santo André:professores dão aula sem recursos da Prefeitura

Fotos: Luciano Vicioni

Sex shop: endereço foi delcarado como sede da ONG que prestava serviços à Prefeitura de Mauá

Um dos coordenadores da Comissão Nacional do MOVA, Ionildo Gomes de Aragão, acredita que Aidan caminha na contramão dos demais municípios do ABCD ao suspender o repasse.

“Não havia a necessida-de de parar o atendimento e o repasse. O que acontece é que o Aidan tem o entendi-

mento que o MOVA é uma prática de partido, mas não é. As pessoas que estudam no MOVA não têm partido, são moradores que o elegeram”, afirmou Aragão.

Em São Bernardo, a nova Administração já deu início ao projeto e até o final do ano deverá firmar a parceria com a instituição. De acordo com

Aragão, existem 30 turmas em São Bernardo, mantidas pelo MOVA-ABC, que recebe verbas da iniciativa privada.

Em Diadema, são 70 salas mantidas com apoio da Pre-feitura. Mauá já deu início ao processo contratual: 30 salas serão abertas até o final do ano. Para 2009, a meta é au-mentar para 90. (JG)

Decisão caminha na contramão do ABCD

ONG recebeu de Damo tratamento privilegiadoEx-prefeito de Mauá encerrou mandato com dívidas, mas não deixou de pagar Instituto Sorrindo para a Vida

O ex-prefeito de Mauá Le-onel Damo (PV) encerrou o mandato em 2008 com R$ 217 milhões em dívidas, sendo R$ 17 milhões em contratos e convênios não pagos. Entre os débitos com terceiros, entretanto, o Ins-tituto Sorrindo para a Vida, uma ONG (Organização Não Governamental), foi o único a ser privilegiado, de acordo com o secretário de Saúde e vice-prefeito da Cidade, paulo Eugênio (PT). A instituição, que recebeu cerca de R$ 76 milhões da Prefeitura, teve todas as parcelas pagas.

A última parcela paga ao instituto foi na gestão do prefeito Oswaldo, sob pres-são de cortar os serviços na Saúde, caso o valor não fos-se acertado. O valor cobrado pelo instituto era de R$ 3,2 milhões. Questionada por

GuStAVO [email protected]

Paulo Eugênio, a entidade não teve como justificar to-dos os gastos. “Represen-tantes do instituto chegaram na Prefeitura com uma folha sulfite e justificaram apenas metade dos gastos”, contou o secretário.

De acordo com Paulo Eu-genio, ainda assim, o Sorrin-do para a Vida tentou receber os R$ 3,2 milhões, alegando que a metade do montante, não gasta, ficaria armazena-da em uma espécie de “fun-do”, para caso a Prefeitura quisesse executar outros projetos e programas. “Dis-seram que aquele dinheiro ficaria na reserva técnica. Sabendo da dificuldade fi-nanceira da nossa cidade, onde o ex-prefeito (Leonel Damo, PV) não pagou se-quer o salário de dezembro do funcionalismo, pagamos só a metade, os encargos, e mandamos um oficio dizen-

do que não tinha mais pro-jetos e programas”, explicou Paulo Eugenio.

Em 2007, Paulo Eugênio chegou a denunciar que o endereço declarado da ONG era, na verdade, um sex shop na Zona Leste da Capital.

Outra questão diferenciada dos demais contratos do Exe-cutivo foi o prazo de execu-ção dos serviços. De acordo com Paulo Eugenio, o Institu-to tinha compromisso com a Prefeitura por 24 meses e re-ceberia os R$ 76 milhões, no entanto, seis meses antes do final do contrato a verba paga pela Prefeitura já havia aca-bado. Com o fato, o contrato ficou oficialmente encerrado e não cancelado, como foi colocado pela oposição. “No dia 15 de fevereiro, o secretá-rio de Finanças me liga e fala o seguinte: ‘o empenho des-se contrato está esgotado’. Era um contrato de R$ 76 mi-

“Antes tinha lanche. Não

tem mais. Não temos mais os cadernos, nem lápis,

nem nada”.Celina Rodrigues de Lima, 65 anos

lhões para ser executado em 24 meses, mas em 18 meses já havia sido gasto tudo. De fevereiro a outubro, o valor desse contrato foi de R$ 5,07 milhões. A sobra permitiu pa-gar o mês de fevereiro”, de-talhou.

O Instituto Sorrindo para a Vida foi procurado para

esclarecer o caso, pelo tele-fone fixo da entidade, loca-lizada na Avenida São Luis, 112, República, São Paulo. De acordo com a funcioná-ria identificada pelo nome de Silvania, a entidade só forne-ce informações técnicas por meio de uma assessoria de imprensa. A assessoria ter-

ceirizada da empresa foi pro-curada diversas vezes pelo telefone, mas não retornou as ligações.

Já o ex-prefeito Leonel Damo apenas informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que esse não foi o único contrato honrado du-rante a gestão.

Com 60 anos aprendi a

ler, escrever, nadar e bordar.

Não somos burros, senhor

prefeito”.Marta André

Domingos, 64 anos

Para tentar impedir que as aulas sejam paralisadas em Santo André, o coordenador do MOVA-ABC, Francisco Duart de Lima, o Alemão, pretende buscar parcerias com a iniciativa privada atra-vés do programa de adoção de alunos ou salas.

“Estamos tentando, as-

sim como durante a gestão do ex-prefeito William Dib (PSB), em São Bernardo, que impediu a implementação do MOVA, verbas de empresas e comerciantes. É uma lásti-ma a decisão de Aidan. Para se ter uma idéia, a cidade de São Paulo tem 500 turmas do MOVA”, garantiu Alemão.

Um aluno adotado pode custar até R$ 72 mensais. Para adotar uma sala intei-ra, com toda a estrutura, são quase R$ 700 por mês; tam-bém existe a possibilidade de adotar uma sala por R$ 300, custeando apenas os mate-riais didáticos e um pequeno auxílio para o educador. (JG)

Iniciativa privada poderá ajudar projeto

Divulgação

Page 5: ABCD MAIOR

ABCD MAIOR - Edição No 92 - 27 a 30 de março de 2009 - Pág. 05

Merendeira frita ovo em escola municipal de São Bernardo: crianças não tiveram cardápio variado

Sem carne, alunos se viramcom ovo frito na merenda

Administração William Dib deixou como herança a São Bernardo contratos cancelados por irregularidades

DIEGO SARtORAtO e CAROL SCORCE

Os mais de 90 mil alunos da rede mu-

nicipal de ensino de São Bernardo, que conta com 155 escolas de 1ª a 8ª sé-ries, estão desde o início do ano letivo, em fevereiro, comendo ovo frito na me-renda por falta de carne. Isso porque dois contratos da Secretaria de Educa-ção para compra de carne bovina e de frango, feitos na gestão do ex-prefeito William Dib (PSB, 2002-2008), foram considerados irregulares pelo TCE (Tribu-nal de Contas do Estado) e tiveram de ser cancelados pela atual Administração. O o problema foi o critério de julgamento para avaliação dos preços, que teria prio-rizado o preço da arroba do boi do dia, e não um valor fixo como determina a lei de licitações.

Os contratos foram cele-brados em 2004 e renova-dos, sem nova licitação, em 2006, com a empresa New

Quality, de Varginha (Mi-nas Gerais). Ao longo des-se período, dois secretários de Educação passaram pela Pasta: Admir Ferro (PSDB), atualmente exercendo man-dato de vereador, e Neide Felicidade, considerada, à época, braço direito de Fer-ro na Prefeitura.

A reportagem tentou en-trar em contato com a em-presa, mas o único telefone encontrado estava fora de serviço. Neide Felicidade também não foi localizada para comentar o assunto. Já Ferro, que, como integrante da Comissão de Fiscaliza-ção de Contratos e Convê-nios da Câmara foi obriga-do a pedir esclarecimentos ao prefeito Luiz Marinho (PT) sobre o contrato que ele mesmo deixou irregular quando saiu da Administra-ção, preferiu desconversar: “Eu? Eu não era secretário nessa época. Não sei de nada disso”, resumiu.

De acordo com a atual se-cretária de Educação, Cleuza Repulho, há problemas de

fornecimento e reclamação por parte dos pais de alu-nos. “Estamos enfrentando essa dificuldade, sim. Rece-bemos a notificação do TCE e fomos obrigados a cortar a compra de carne e de fran-go. Já fizemos nova licitação e resolvemos o problema do frango, e agora faremos um novo contrato de com-pra de carne. Publicamos o edital e faremos o pregão na

sexta-feira (27/03). Se tudo der certo, em 15 dias a rede deve voltar a ter carne”, ex-plica a secretária. De acor-do com Cleuza, um acordo com os fornecedores de hortifrutigranjeiros garantiu aumento dos estoques de ovos e frutas para balancear a alimentação dos alunos. “Garantimos que, nutritiva-mente, os alunos não per-dessem nada”, avalia.

Quem não gostou do corte da carne na merenda foram pais e alunos. Uma das escolas que notificou reclamações para a Secre-taria foi a EMEB Graciliano Ramos, no Riacho Grande. A diretora da unidade, Ele-nir Fagundes Santos, disse que as cozinheiras arriscam a criatividade para driblar o problema. No lugar da carne bovina entram ovos, macar-

Fotos: Amanda Perobelli

rão de sardinha e verduras. “Nós nos viramos com o

que tem e não deixamos a quantidade de comida di-minuir, mas é claro que não substitui. No conselho de educação deixei claro aos pais o problema. Estamos todos ansiosos por mudan-ças”, conta a diretora, que serve oito refeições por dia nos três turnos da esco-la aos 362 alunos. Com o frango de volta à mesa, a alimentação dos alunos co-meça a retonar ao normal, mas a expectativa de pais, alunos e professores é que a situação seja regularizada o quanto antes.

A mesma empresa que teve o contrato cancelado em São Bernardo, a New Quality, também está envol-vida em uma irregularidade de licitação em Ribeirão Pi-res, de 2007, que ainda não foi julgada pelo TCE. A Pre-feitura de Ribeirão foi pro-curada para dar mais deta-lhes sobre o contrato, mas não deu resposta à reporta-gem sobre o assunto.

Fórum Social discutirásalários dos médicos

Encontro de movimentos sociais discutirá valorização do serviço público e do funcionalismo na Região

O encontro setorial de saúde do Fórum Social do ABCD, que acontece neste sábado (28/03), em Mauá, terá, entre os itens da pau-ta, os baixos salários pa-gos aos médicos na rede pública da Região. De acor-do com levantamento do Sindicato dos Servidores Públicos de São Bernardo (Sindserv), publicado com exclusividade pelo ABCD MAIOR na última terça-fei-ra (24/03), São Bernardo paga os piores salários para médicos da Região – o piso é de apenas R$ 22 por hora –, menos de metade do que paga Ribeirão Pires (R$ 50 por hora), apesar de ter um orçamento municipal 20 vezes maior que o da cida-de vizinha. Ainda assim, os salários das duas cidades estão bem abaixo do que se paga no setor privado. No Hospital Assunção, em São Bernardo, os médicos recebem cerca de R$ 68 por hora.

“Vou colocar essa ques-tão lá sim, já que discutire-mos qualidade de serviço e terceirização. É um espaço para lidar sobre a valoriza-ção do servidor também. Vemos, com os dados que levantamos, que o funcio-

DIEGO [email protected]

nário público ganha infi-nitamente menos que no setor privado. Isso causa um custo alto para a po-pulação nos convênios fe-chados pelas prefeituras e dificuldade em preencher as vagas no concurso pú-blico. Ninguém quer vir trabalhar por esse valor, aí falta atendimento”, resu-me o presidente do Sind-serv, Carlos Alberto da Sil-va, o Ketu.

A discussão que se ini-ciará no Fórum Social do ABCD sobre os baixos sa-lários será levada também à Mesa de Negociação Per-manente instituída pelo prefeito Luiz Marinho (PT) na próxima segunda-feira (30/03) e à comissão mu-nicipal de trabalhadores

da Saúde na quarta-feira (01/04), como forma de encontrar saída consensu-al e pacífica para a questão. “Vamos ver o que é que pode ser feito de uma for-ma que as coisas estejam menos tensionadas possí-vel”, avalia Ketu.

O encontro do Fórum Social do ABCD será no Teatro Municipal de Mauá, no Paço Municipal (aveni-da João Ramalho, 306, Vila Noêmia), a partir das 9h. Mais informações podem ser requisitadas pelo e-mail [email protected]. Participarão sindi-catos, movimentos sociais e secretários municipais de Saúde, como represen-tantes das prefeituras da Região.

Suspensão judicial nãointimida vereadores

Parlamentares de Diadema vão recorrer até últimas instâncias para garantir benefícios

Os 17 vereadores de Dia-dema não se intimidaram com a liminar da Justiça que suspende o pagamento do vale-refeição, de R$ 18 por dia e o 13º salário, de R$ 7.480, e vão recorrer, se ne-cessário, até o STF (Supremo Tribunal Federal). Os benefí-cios, mesmo sob protestos, foram aprovados nas primei-ras sessões deste ano.

A liminar é fruto de ação ci-vil pública proposta pelo pro-motor de Justiça de Diadema Jairo Edward De Luca. O pro-motor questiona a legalidade de os parlamentares aprova-rem benefícios para si mes-mos, já que os vereadores não têm direito a nenhuma

KAREn [email protected]

outra verba além do subsídio. De Luca ainda defende que a fixação do valor do subsídio somente vale para a legislatu-ra subseqüente.

A justificativa da Câmara foi embasada em artigos da Constituição e citou como exemplos outras cidades do País onde os vereadores re-cebem o 13º salário.

“Não posso fazer juízo de valor na justificativa apresen-tada pela Câmara. Posso di-zer que o Legislativo tem um posicionamento jurídico dife-rente do Ministério Público”, explicou o promotor.

O secretário de Assuntos Jurídico da Câmara, Roberto Viola, disse que depois de to-dos os vereadores serem no-tificados entrará com recurso

de agravo. Questionado se o processo na Justiça deverá demorar anos para chegar a uma conclusão, Viola foi enfático: “Geralmente, o re-curso de agravo não demora muito. Mas até o julgamento os vereadores não têm direi-to a nenhum dos benefícios”, avaliou.

Entretanto, a liminar da Justiça estabelece multa de R$ 1 mil para cada vale-re-feição pago a partir da noti-ficação. Provavelmente os parlamentares terão de pres-tar contas à Justiça, já que o presidente da Casa foi notifi-cado na última segunda-feira (23/03) e dois dias depois, alguns vereadores teriam re-carregado o cartão de vale-refeição.

Vereadores em Diadema: parlamentares vão recorrer pelo 13º salário e vale refeição de R$ 18,00

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ABCD MAIOR - Edição No 92 - 27 a 30 de março de 2009 - Pág. 06

Lena Célia Auto, coordenadora do Nós Mulheres

Luciano Vicioni

Para o grupo de quatro empreendedores do Nova Harmonia verba gera renda e novos negócios

Divulgação Nova Harmonia: cooperação bem-sucedidaEntre mais de uma cen-

tena de grupos solidários ligados ao Banco do Povo – Crédito Solidário, está o Nova Harmonia, de Santo André. Um dos quatro pe-quenos empreendedores, Rafael Chaves, vendia seus produtos na rua quando passou em frente da uni-dade Vila Luzita da institui-ção financeira, próxima ao terminal de ônibus. Entrou para ver se vendia algo e saiu com uma ideia. Pouco depois retirava o emprésti-mo de R$ 1,9 mil, que be-neficiou outros três conhe-cidos seus.

Na ocasião da reporta-

gem do ABCD MAIOR, o grupo acertava os detalhes do terceiro acordo, num total de R$ 8,4 mil em em-préstimos em pouco mais de 11 meses de união.

Além de Rafael, os ou-tros dois integrantes do Nova Harmonia, José Ma-ria de Moraes e Júlio Car-los dos Santos têm peque-nas lojas de variedades em seus bairros.

No caso de Moraes, que vendia produtos nas ruas antes de montar seu negó-cio, os empréstimos foram utilizados para capital de giro. “Hoje, compro mais mercadorias, vendo e ainda

sobram produtos”, afirma.Para o pintor Laerte An-

tonio da Silva, o dinheiro serviu para comprar um compressor para pintura com revólver, outros equi-pamentos e ferramentas. “Também montei um sho-wroom, no Jardim San-ta Cristina (Santo André). Agora fico na rua e minha esposa na loja”, contou.

Dono de uma mercearia, Rafael afirma ter sentido uma boa diferença depois dos empréstimos. “Espero que melhore mais ainda. Não tomo mais emprésti-mos em outros bancos”, afirmou.

Empreendedores da periferiatêm crédito no Banco do Povo

Modalidade de concessão de empréstimos, comum no nordeste brasileiro, reduz inadimplência

Uma modalidade bo-liviana de concessão

de crédito solidário, também muito comum no Nordes-te brasileiro, ajuda cada vez mais moradores das perife-rias do ABCD a melhorarem de vida. São os grupos soli-dários, formados geralmente por pequenos comerciantes informais que se unem para tomar empréstimos enquan-to cooperam entre si.

O programa é desenvol-vido pelo Banco do Povo - Crédito Solidário e a ideia é simples: emprestar dinheiro para quem não tem garan-tias, avalista ou fiador. O in-teressado, então, forma um grupo com outras pessoas com o mesmo objetivo e compartilha a responsabili-dade de quitar as parcelas da dívida em dia, nem que tenha de ser socorrido pe-los parceiros.

A instituição financeira aponta que, em pouco mais de um ano e meio de imple-mentação, os grupos soli-dários se tornaram a “meni-na dos olhos” do banco. Só em 2008, o Banco do Povo

VInICIuS [email protected]

– Crédito Solidário realizou 1.364 operações do tipo num total de R$ 1,06 mi-lhão emprestados, cerca de 43% das operações do ano passado.

Para o coordenador do banco, Almir Pereira, a ins-tituição deve reforçar a atu-ação com os grupos soli-dários nos próximos anos. “Pois, assim, temos certeza que estarmos atendendo os mais pobres”, afirma.

Como funcionaA concessão de crédito é

gradativa, de acordo com o histórico do credor, e res-trita aos empreendimentos com seis meses de ativi-dade. Os limites individuais são de R$ 50 e R$ 5 mil. Ao receber um pedido de finan-ciamento, o Banco do Povo realiza o levantamento do empreendimento. A com-paração das análises entre empréstimos fez a institui-ção verificar que a maioria das pessoas dobra a renda após tomar dinheiro em-prestado.

O gerente operacional do banco, Fábio Maschio, cita o caso de uma confeiteira que

vendia bolos para a comuni-dade e, com o apoio do gru-po, montou um estabeleci-mento aberto ao público, aumentando o movimento. “Isso melhora a autoestima das pessoas. Notamos que eles se alimentam melhor, comem melhor e investem melhor na educação dos fi-lhos”, afirmou.

EmpreendedoresDe acordo com o gerente

80% dos participantes dos grupos solidários são pro-prietários de pequenos co-mércios.

Um deles é Rafael Cha-ves, dono de mercearia no Jd. do Estado, em Santo André, que dobrou as ven-das com os empréstimos do Banco do Povo comprando mercadorias. “Vendo do-ces, sorvetes, gelinho, etc. Os empréstimos estão vin-do muito bem”, afirma.

InadimplênciaSe considerarmos que

os grupos do ABCD são formados por pessoas físi-cas, por serem informais, a inadimplência deles, cerca de 0,5%, é 14 vezes menor Para gerente do Banco do Povo crédito muda realidade da Região

Divulgação

Empréstimos de grupos solidários podem ser utilizados para compra de mercadorias e geram renda

Amanda Perobelli

do que a média do mercado. Ao levar em conta que são pessoas jurídicas, o resulta-do é que emprestar dinheiro para os grupos solidários é quatro vezes menos arris-cado que para pessoas jurí-dicas formais. Vale lembrar que a alta inadimplência de proprietários norte-ameri-canos desencadeou a crise financeira mundial.

Nós Mulheres concorre ao Prêmio SebraeProjeto de economia solidária gera renda para mulheres do Jardim Las Palmas, em São Bernardo; objetivo agora é exportar os produtos

O projeto Nós Mulheres, que conta com o trabalho de 25 artesãs, está concorren-do ao Prêmio Sebrae (Ser-viço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empre-sas). O concurso reune 100 entidades que trabalham com artesanato e está em fase de escolha das finalis-tas. O Nós Mulheres já está entre as 20 melhores.

A sede do Nós Mulheres é a a garagem da coorde-nadora Lena Célia Auto, no Jardim Las Palmas, em São Bernardo. “O objetivo deste ano é ter uma sede.

DEISE [email protected]

Há mais de dois anos que estamos guardando recur-sos, buscando verbas para comprar uma casa, porque aqui na garagem já não dá mais”, contou.

O Nós Mulheres come-çou em 2000 com um gru-po de amigas que ajuda-vam pessoas mais caren-tes. Algumas mulheres já faziam artesanato e ensina-vam outras a fazer fuxico, crochê, tricô, cestaria de jornal. Mais de 200 mulhe-res passaram pelo projeto. A artesã Ângela Maria de Araújo faz presilhas de cro-chê e acredita que cada um é uma obra de arte: “Fazer

objetos baratos e bonitos é o segredo”, falou.

A venda dos produtos é o sustento de algumas mulheres. Trinta por cen-to do que é vendido é des-tinado para a compra de matéria prima, mas o di-nheiro também serve para ajudar pessoas do bairro, como na compra de ces-tas básicas. “A gente cuida das mulheres que necessi-tam. Encaminhamos para o programa Brasil Alfabe-tizado, participamos do programa Jovem Dentista da APCD (Associação Pau-lista de Cirurgiões-Den-tistas) que dá tratamento

dentário gratuito e faze-mos captação de vagas de trabalho”, contou.

O Nós Mulheres não re-cebe ajuda financeira de nenhuma empresa, mas ganha matéria-prima como cola e lã. Caso consiga mais parceiros, um outro sonho poderá ser realizado no futuro. A coordenado-ra do projeto quer exportar as tiaras, os cachecóis, os broches, colares e blusas. Esse exemplo de economia solidária mudou até o dia a dia das pessoas do bairro. Quem quiser ajudar o pro-jeto pode ligar no telefone 4342-3136.

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ABCD MAIOR - Edição No 92 - 27 a 30 de março de 2009 - Pág. 07

Fotos: Amanda Perobelli

DEISE [email protected]

Greve na Petrobras deveterminar nesta sexta-feiraMovimento foi deflagrado na segunda-feira por tempo determinado; mais segurança é uma das reivindicações

A greve dos 650 funcionários da Re-

cap (Refinaria Capuava), em Mauá, e do Terminal de Distribuição de São Caetano deve terminar nesta sexta-feira (27/03). Os trabalhadores entra-ram em greve por tempo determinado (cinco dias) na segunda-feira (23/03) para protestar pela garan-tia dos postos de trabalho nas empresas contrata-das pela Petrobras, aca-bar com a precarização das condições de trabalho, garantir o pagamento das horas extras dos feriados trabalhados e estabelecer a distribuição justa da par-ticipação nos lucros e re-sultados.

“Precisamos principal-mente de segurança, pois desde 2000 aconteceram 165 mortes. São quase dois mortos por mês”, justificou o diretor do Sindicato Uni-ficado dos Petroleiros do Estado de São Paulo, Laér-cio Borges Longo.

Em São Caetano, o tra-balho é feito com opera-ção reduzida e por isso a fábrica não está totalmen-te parada. Na terça-feira (245/03), o juiz determi-nou que os trabalhadores da Recap fossem liberados após a emissão de habeas corpus.

Os funcionários que es-tavam dentro da compa-nhia foram considerados em cárcere privado e não podiam sair porque seria considerado abandono de

trabalho e daria demissão por justa causa.

“Entrei na empresa às 10h de domingo e sai às 22h da segunda-feira. Mi-nha pressão subiu e qua-tro colegas passaram mal, mas não puderam sair da fábrica”, contou o técnico de operação sênior Paulo Pessoa.

De acordo com informa-ções da Petrobras, os tra-balhadores da Recap foram liberados antes do habeas corpus.

Nesta sexta-feira (27/03) termina a eleição para a presidência do Sindicato dos Químicos do ABC. O atual presidente, Paulo Lage, encabeça a chapa única. Refinaria Capuava: greve começou na segunda-feira

Trabalhadores da construção civil foram flagrados nesta semana vivendo em condições sub-huma-nas e com salários atrasados em obra da CDHU, em São Bernardo. A denúncia partiu do Sintracon.

Divulgação

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ABCD MAIOR - Edição No 92 - 27 a 30 de março de 2009 - Pág. 08

REnAn [email protected]

Fundação Casa inicia obraem Diadema até dezembro

ABCD mantém 348 jovens internados em unidades espalhadas pelo Estado; só em Diadema são 86 menores

A Fundação Casa (an-tiga Febem) confir-

mou que começará a cons-truir uma unidade em Dia-dema até o fim deste ano. O município possui 86 jovens internados em unidades es-palhadas pelo Estado. De acordo com a assessoria de imprensa da instituição, no momento Prefeitura e Es-tado dialogam sobre o ter-reno escolhido para a obra. Na Região, a cidade está em terceiro lugar no ranking de municípios que mais pos-suem jovens infratores den-tro da Fundação.

A vinda de um novo inter-nato fará Diadema ter duas unidades da instituição. Atu-almente, o município com-porta a instalação de uma casa para jovens que cum-prem a semiliberdade, onde estão 19 garotos. O prédio foi inaugurado em agosto de 2007. A Prefeitura prefe-riu não comentar o assunto e enviou nota informando que “não vai se pronunciar neste momento, enquanto

aguarda o resultado de ne-gociações”. A nova unidade terá capacidade para 56 me-nores infratores.

Todas as cidades do ABCD possuem adolescen-tes que cumprem senten-ça em outras unidades de internação do Estado. São 348 jovens internados em várias unidades da Funda-ção. Liderando a lista, San-

Luciano Vicioni

Unidade da Fundação Casa em Mauá, única do ABCD: capacidade para atender 56 menores infratores

to André e São Bernardo, que possuem 91 menores infratores cada. Ribeirão Pires tem 11; São Caetano nove; e Rio Grande da Ser-ra, sete. Os dados foram atualizados este mês pela Fundação Casa. Na Região, apenas Mauá comporta um internato, com capacidade 56 jovens, inaugurado em agosto de 2006.

A ideia de uma unidade de internação sempre causa polêmica e divergência no diálogo entre os governos estadual e municipal. Des-de 2006, a Fundação tenta abrir um internato em Santo André. Depois de meses de discussão a respeito da área para iniciar as obras, foi fei-to um acordo para que a unidade ocupasse uma área

às margens da avenida dos Estados, próximo ao Com-plexo Cassaquera. Entretan-to, a Fundação aguarda um laudo sobre contaminação da área, que pode inviabili-zar a obra.

A princípio, em São Ber-nardo, o Estado ergueria duas unidades em um ter-reno na altura do km 23 da rodovia dos Imigran-tes, área de 15 mil metros quadrados na região do Alvarenga que pertence ao Estado. No começo deste mês, o prefeito Luiz Mari-nho apresentou outras áre-as à Fundação que consi-dera mais adequadas para receber as unidades. Uma definição poderá surgir na reunião entre a presidente da Fundação Casa, Bereni-ce Gianella, e integrantes do Consórcio Intermunici-pal, que ocorre nesta sex-ta-feira (27/03).

DescentralizaçãoPara o presidente da

Fundação Criança e São Bernardo, Ariel de Castro Alves, a descentralização

do atendimento é um dos pontos positivos de a ci-dade receber uma unidade de internato da Fundação Casa. “O adolescente infra-tor é fruto da sociedade e deve ser atendido pela co-munidade de onde veio”, defende Ariel.

No encontro desta sex-ta-feira no Consórcio Inter-municipal, que deve reunir secretários de Inclusão So-cial dos sete municípios do ABCD, Alves apresentará algumas ressalvas quan-to ao modelo da Fundação Casa. “Temos de discutir o projeto arquitetônico e pe-dagógico dos novos inter-natos”, disse

Na visão de Ariel, todas as cidades são favoráveis a instalação das novas unida-des. “Atualmente, todos os dirigentes públicos enten-dem a importância de aten-der o menor infrator dentro do município, mas é neces-sário que o Estado apre-sente projetos sociais que atendam os bairros que vão sediar as novas unidades de internação.”

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ABCD MAIOR - Edição No 92 - 27 a 30 de março de 2009 - Pág. 09

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Projetos habitacionais paramà espera da Lei Billings

Projeto daria mais agilidade em processos de regularização fundiária e desapropriações

A demora na aprova-ção da Lei Específica

da Billings, que desde outu-bro aguarda votação na As-sembleia Legislativa, atrasa o processo de regularização fundiária em áreas de ma-nancial nos municípios da Região. Tida pelos ambienta-listas mais críticos como a lei da anistia, o projeto irá criar diretrizes para regularizar a situação de cerca de 850 mil pessoas que vivem em ocu-pações irregulares nas mar-gens da Billings.

Diadema e São Bernardo trabalham em projetos que poderiam ser acelerados com a aprovação do marco legal. São Bernardo avança nesta sexta-feira (27/03) com a assinatura de um convênio com o Ministério das Cidades de R$ 145,5 milhões para a construção de um conjunto habitacional e urbanização de quatro bairros do Alvarenga. Serão 1.236 famílias remo-vidas para o futuro Conjunto Três Marias e outras 1.488 que terão as casas reurbani-zadas. “Tenho certeza de que se a lei já estivesse sido apro-vada, o processo de aprova-ção do projeto teria sido bem

A represa Billings completa 84 anos nesta sexta-feira (27/03) sem a aprovação da Lei Específica

Fotos: Luciano Vicioni

mais rápido. Tivemos de nos basear em legislação antigas. Para planejarmos novos pro-jetos, a nova lei será essen-cial”, afirmou a secretária de Habitação e Meio Ambiente de São Bernardo, Tássia de Menezes Regino.

Já a vizinha Diadema planeja um audacioso PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para áreas de manancial, com investimen-to de R$ 33 milhões, que vai

afetar quem vive no Sítio Jo-aninha, na rua Iguaçu e no Núcleo Caviuna. As 2 mil famílias que moram nestas áreas no entorno da Billin-gs serão removidas para um único local ainda não defini-do. O espaço deixado pelas antigas habitações será reflo-restado. Ainda sem licencia-mento, a aprovação também depende de leis anteriores e poderia ser agilizada pela Lei Específica. “Sem ela, temos

Ocupação irregular às margens da represa Billings: para MDV, Prefeituras são principais inimigos

de manter negociação com Ministério Público e Secre-taria de Meio Ambiente do Estado para ter certeza de não estar fazendo uma ur-banização ilegal”, lembrou o secretário de Habitação de Diadema, Márcio Vale.

VotaçãoA Lei Específica da Billings

encontra-se com a Comis-são de Constituição e Justiça da Assembleia para parecer

MDV vai aoMP contraprefeituras

O MDV (Movimento em Defesa a Vida) promete entrar nesta sexta-feira (27/03) com uma representação no Minis-tério Público Federal contra cinco prefeituras do ABCD e a Capital, municípios banhados pela Billings. O movimento acusa os gestores públicos do passado e atuais de arbi-trariedades e ilegalidades em ralação ao Código Florestal Brasileiro e pede a realização, em conjunto com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), de um levantamento da real situa-ção das áreas de preservação permanente.

O diagnóstico indicaria quais regiões estão preser-vadas ou poluídas. O pedido dos ambientalistas requer ainda a instauração de um

inquérito público que identifi-que e puna os poluidores.

A denúncia será a forma da ONG (Organização Não-Go-vernamental) lembrar os 84 anos da represa Billings. No ano passado, ambientalistas da Região entregaram uma carta para os representantes dos comitês de bacia com

pedidos de remuneração aos municípios e proprietários por serviços ambientais e amplia-ção de criação de parques. Mas não tiveram retorno.

O ambientalista Virgílio de Farias, do MDV, disse que tentou várias vezes uma reu-nião com os prefeitos da Re-gião, sem sucesso. Para ele,

São Bernardo ganha Base Ambiental da Guarda Civil

São Bernardo ganha nes-ta sexta-feira (27/03) uma Base Ambiental da Guarda Civil, no Riacho Grande. Se-rão disponibilizados inicial-mente 20 GCMs (Guardas Civis Municipais) para fisca-lizar as áreas de manancial da cidade, que contarão com cinco viaturas e uma lancha. No próximo semestre, uma segunda base será inaugura-da dentro do Parque Estoril, com mais 80 GCMs.

São Bernardo receberá ainda dois postos da Polícia Militar Florestal, que foram estipulados como compen-sação ambiental no EIA- Rima (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) do tre-cho Sul do Rodoanel. Uma delas ficará nas margens da via Anchieta, no lado opos-to da Estação de Tratamento da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Es-

tado de São Paulo). A outra deve ser instalada no Parque Los Angeles. Não há pre-visão de data para início da construção. “Nos preocupa-mos com as compensações do Rodoanel, porque a obra já está terminando e nada foi feito na cidade”, afirmou o futuro secretário de Meio Ambiente de São Bernardo, Giba Marson.

O aumento da fiscalização, com quatro futuras bases, deve auxiliar a reduzir as ocu-pações irregulares e degra-dações ao meio ambiente no entorno da represa Billings. “Queremos um projeto mo-derno de fiscalização. Serão 100 guardas ambientais com uniforme especial, lanchas e viaturas para que o trabalho seja eficiente. Negociamos agora com a Dersa também para as bases do Rodoanel ”, explicou Marson.

técnico. Precisa ainda passar pela Comissão de Defesa do Meio Ambiente antes de en-trar em votação. Foram suge-ridas 63 emendas. A expecta-tiva é que a lei seja aprovada até o fim deste semestre.

Apesar das diversas au-diências públicas, a Lei Es-pecífica da Billings ainda é uma grande desconhecida do grande público. O sogro

do comerciante Egídio Gas-par de Souza, 65 anos, tem um imóvel no Parque Los Angeles desde que a repre-sa nem existia. Às margens da Billings, Souza desco-nhece a lei, mas espera que venha para ajudar. “A gente vive há muito tempo aqui, mas se a lei disser que te-mos de sair, não tem pro-blema”, afirmou.

“Desconheço. Mas é preciso fazer alguma coisa para que o volume de água

da Billings volte a subir. Quando cheguei aqui,

tinha muito mais água. Além disso, será muito melhor se conseguirmos

a regularização”Irene Alves Ramos, 62 anos,

moradora do Las Palmas

os maiores inimigos da re-presa são as prefeituras. “Os municípios são os responsá-veis pelo uso do solo e indu-ziram a ocupação irregular. São eles quem desmatam e jogam esgoto na represa. Mas, como me disse uma vez um político, peixe e macaco não votam”, afirmou.

EntEnda a LEi EspEcífica da BiLLingsprincipais pontosDivide o entorno da represa em seis áreas: Área de Intervenção, Área de Restrição à Ocupação, Área de Ocupação Dirigida, Área de Recuperação Ambiental e Área de Estruturação Ambiental do RodoanelÁreas que forem regularizadas precisarão de programas de recuperação como coleta de esgoto, energia elétrica e abastecimento de águaImóveis regularizados, acima de 250 m², precisarão também apresentar compensação ambiental ou financeira de acordo com o tamanho do localEstipula metas de redução de fósforo na bacia (a substância é indicadora de poluição). As metas devem ser atendidas até 2015.Pede a elaboração de um PDPA (Plano de Desenvolvimento e Proteção Ambiental)Determina um programa de monitoramento da qualidade da águaDetermina ampliação do sistema de coleta de esgotoPermite que indústrias lancem líquidos orgânicos na represa, desde que se comprovada inviabilidade técnica de instalação de rede coletora e que não comprometa qualidade da água

“Não sei o que é. Espero que não nos tirem daqui. O bairro já está urbanizado, apesar de tão próximo da represa. Tem gente aqui há mais de 20 anos. Se regularizarem, podemos buscar nossos direitos”

Lucinéia de Souza Tenório, 29 anos, moradora do Parque Los Angeles

“Ouvi dizer alguma coisa sobre regularização dessa região, mas achei que era o projeto dos japoneses.

Se disserem que temos de sair daqui, paciência, a

gente sai. Mas gosto muito de viver perto do mato. Não queria ir embora”Egídio Gaspar de Souza,

65 anos, morador do Parque Los Angeles

Você sabe o que é a Lei Específica da Billings ?

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ABCD MAIOR - Edição No 92 - 27 a 30 de março de 2009 - Pág. 10

Luciano Vicioni

Sabores domundo emSão BernardoRestaurante e Bar Giramundo promove toda terça-feira a noite árabe, com prato exclusivo e dança do ventre

Wrap-árabe, prato feito com exclusividade às terças-feiras: frango, carne, calabresa, cogumelo ou queijo

KAREn [email protected]

O Restaurante e Bar Giramundo, em São

Bernardo, é um local para conhecer e degustar diver-sos sabores do mundo. Po-rém, todas as terças-feiras, a Casa organiza uma noite árabe. Neste dia é incluso no cardápio um prato típico: wrap-árabe.

A novidade na Região tem nome americano Wrap (em inglês significa embru-lho ou enrolado), mas na verdade é um prato das cul-turas Síria e Libanesa. O de-licioso petisco, ou pode-se chamar de um lanche, serve uma pessoa.

O sanduíche enrolado é feito com pão folha. São cinco opções de recheios: frango, carne, calabresa, co-gumelo e queijo. Entretanto, o chefe de cozinha da casa, Anderson Henrique, afirmou que o cliente pode incre-mentar o prato. “Com isso, o número de opções aumen-

ta. Por exemplo, o que apre-sentamos ao ABCD MAIOR é o tradicional, feito de carne moída, tomate e temperos árabes”, ressaltou.

De acordo com o chefe de cozinha, o wrap-árabe é assado em um forno típico do Líbano, conhecido como say. “A casa faz questão de manter a tradição. O cliente pode conferir o assar do san-duíche, que é uma novidade na Região”, acrescentou.

Às terças-feiras, além de conhecer um pouco da culi-nária árabe, os interessados podem apreciar dança do ventre e música ao vivo. “O Giramundo é mágico. É um pequeno lugar no paraíso. A casa é um espaço para os apaixonados, para a família e para os jovens. Todas as idades têm espaço e confor-to aqui”, disse o gerente Luiz Carlos Sanches.

A idéia de inaugurar um bar onde oferece pratos de todas as culturas do mundo surgiu de uma das viagens

ao exterior do proprietário Cristian El Chayb. O empre-sário trouxe idéias inovado-ras no cardápio e na decora-ção. Depois de seis anos de sucesso em São Bernardo, o Giramundo terá uma unida-de na rua das Figueiras, em Santo André, que deverá ser inaugurado no segundo se-mestre deste ano.

ServiçoO Giramundo, localiza-

do à rua Olegário Hercula-no, 235 (travessa da ave-nida Kennedy), abre todos os dias a partir das 18h. O wrap-árabe custa entre R$ 9 e R$ 22. A casa aceita to-dos os cartões de crédito e débito e oferece em seu car-dápio cervejas nacionais e importadas, além de chope e caipirinhas. De domingo a quinta-feira, a entrada cus-ta R$ 5; de sexta e sábado, mulher paga R$ 7 e homem paga R$ 10. O telefone para reservas e mais informa-ções é o 4123-3343.

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O programa ABCD MAIOR em Revista deste sábado (28/03) mostra os reflexos da ditadura militar brasileira na Região. Depoimentos de trabalhadores perseguidos fazem parte da reportagem. O ABCD MAIOR em Revista é exibido, às 20h, aos sábados no canal 48, Rede NGT (com reprise aos domingos, às 11h), e no canal 8, TV+. Também fica disponível no site www.abcdmaior.com.br .

ABCD MAIOR na TV

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Evento discuteCultura emSão Bernardo

Poder público quer ouvir os anseios dos produtores culturais da cidade e dos consumidores de cultura

LIORA [email protected]

São Bernardo pro-move neste domingo

(20/03) o 1º Encontro Muni-cipal de Cultura, que reunirá artistas, governantes e inte-ressados no tema. Será o pri-meiro passo na organização da Conferência Municipal de Cultura, que tem como prin-cipal objetivo ouvir os an-seios dos agentes e produto-res culturais da cidade. Além disso, na Conferência, que deve acontecer no fim deste ano, será instituído o novo Conselho de Cultura, forma-do por representantes da Ad-ministração e da comunidade civil. O evento deste domingo será no Pavilhão Vera Cruz, das 8h às 17h.

“O primeiro encontro tem basicamente três objetivos. O primeiro é tornar públicas as diretrizes da Secretaria de Cultura que foram formula-

das de acordo com o progra-ma de governo. A segunda é ouvir os atores sociais, saber quais os interesses e as su-gestões por meio do diálogo. E a última é preparar a rea-lização da Conferência Mu-nicipal”, explicou o diretor de Cultura, Júlio Mendonça. Desde o começo do novo governo, uma equipe come-çou a percorrer os bairros da cidade, levantando a produ-ção local. “Esses encontros por setor artístico também colaboram para a divulga-ção, embora não tenha ape-nas essa função. É o inicio de um diálogo”, disse.

Participam do encontro o prefeito Luiz Marinho, o se-cretário de Cultura, Celso Fra-teschi, vereadores, sindica-tos, grupos artísticos de São Bernardo e de outras cidades. “Também enviamos convites para as secretarias das ou-tras cidades do ABCD”, disse

Mendonça. “A participação é interessante porque os muni-cípios do ABCD são próximos e muitos dos problemas são comuns. Essa será uma for-ma de trocar experiências”, acrescentou o diretor

O evento começará às 8h com o credenciamento dos participantes. O período da manhã será reservado para a apresentação do Progra-ma de Governo, com espaço para perguntas e opiniões. À tarde, os participantes se dividirão em seis eixos: des-centralização e gestão par-ticipativa, memória e patri-mônio, cultura e educação, economia da cultura, desen-volvimento das artes e cultu-ra digital. Das 13h30 às 15h será feita a apresentação dos eixos orientadores e encami-nhamentos para as pré-con-ferências e Conferência Mu-nicipal. O encerramento do encontro será às 17h.

Comemoração – O Dia do Circo é celebrado no Brasil nesta sexta-feira (27/03) em homenagem ao nascimento do palhaço Piolim, que comandou o circo Piolim por mais de 30 anos. No ABCD, algumas comemorações estão programadas. O Sesc Santo André (rua Tamarutaca, 302, Vila Guiomar) apresenta neste domingo (29/03), às 15h, o espetáculo Le Cirque Magique, da Cia. dos Arlequins. Os ingressos custam R$ 2 e R$ 4. Em Diadema, o Circo Escola (avenida Afonso Monteiro da Cruz, 259, no Jardim Inamar) também festeja com apresentações. Nesta sexta, às 16h, a Companhia Tápias Voadores mostra seu espetáculo e ainda homenageia os personagens do mundo do circo, entre eles o palhaço Picolino, com mais de 90 anos. A entrada é franca. Ainda em Diadema, a Santa Casa (rua Dois de Julho, 465, Jardim Canhema) apresenta neste sábado (28/03), às 10h, o espetáculo Transformação, que mostra como a arte pode transformar a vida das pessoas. A apresentação faz parte do Projeto Trupe Santa Casa: Magia, Cidadania e Alegria.

Luciano Vicioni

Teatro – O espetáculo “O dono da videolocadora”, da Cia Grite de Teatro, encerra neste fim de se-mana a temporada no Teatro da Universidade Municipal de São Caetano (avenida Goiás, 3.400). As ultimas apresentações serão na sexta-feira (27/03) às 21h, no sábado (28/03), às 20h, e no do-mingo (29/03), às 19h. A comédia dramática tem como tema a dis-cussão sobre a crise de nossos valores culturais, como a falta de tempo e a desvalorização da arte. A montagem, em parceria com a universidade, dá inicio as come-morações de 15 anos da Compa-nhia. Os ingressos custam R$ 14 (inteira) e R$ 7 (meia).

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Música

O Teatro Clara Nunes (rua Graciosa, 300, Centro) rece-be nesta sexta-feira (27/03), às 20h, a Banda Jazz Sinfô-nica com sua apresentação mensal. O toque especial do show fica por conta da parti-cipação da cantora paulista-na Patty Ascher.Os músicos apresentam o show “Big Rock Band”, onde preten-dem reviver clássicos que marcaram o cenário do Rock Brasileiro nos anos 80 e con-sagraram compositores do gênero. A entrada é franca.

DiademaSanto AndréTeatro

Após passar por São Ber-nardo, o espetáculo “A Inven-ção de Loren”, da Cia. Delas de Teatro chega ao Sesi San-to André (praça. Dr. Armando de Arruda Pereira, 100, Santa Terezinha). A peça é inspira-do em A Invenção de Morel, do argentino Bioy Casares. A comédia é centrada numa empresa que “vende” ami-gos imaginários para pesso-as solitárias. As apresenta-ções acontecem neste sábado (28/03) e domingo (29/03), às 20h. A entrada é franca.

Música

A Cia. Filarmônica leva ao Teatro Paulo Machado de Carvalho (alameda Conde de Porto Alegre, 840, Santa Ma-ria) o espetáculo The Beatles’ Songs neste sábado (28/03), às 21h. Com nova formação, a Cia agita o público com mú-sicas como “Help, Hey Jude” e “I Wanna Hold Your Hand”. Os ingressos custam R$ 50 (inteira), R$ 40 (antecipado) e R$ 25 (meia entrada para estudantes, idosos acima de 60 anos, e professores da rede municipal e estadual).

São Caetano

Espetáculo de humor com improvisações em que a platéia interage na criação das cenas

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Fenômeno na internetchega ao ABCD

Com quatro sessões extras, o espetáculos Os Improváveis está neste fim de semana no teatro Lauro Gomes

Um show de improvisação que virou mania na internet chegou a São Bernardo como um furacão. A apresentação do espetáculo Os Imprová-veis, que ocorreria apenas neste sábado (28/03), teve os ingressos esgotados em três horas, e quatro sessões extras foram abertas para o público da Região.

“Essa vendagem tão gran-de, num período tão curto, é algo inédito no ABCD. É um recorde para a produtora na Região”, explicou Luana Maharyshe, umas das or-ganizadoras do evento. “Se pensarmos que são artistas

PAuLA [email protected]

da internet, e que não são tão conhecidos do grande pú-blico, o fenômeno torna-se maior ainda”, completou.

A peça teatral que inova com jogos de improvisa-ção sempre atrai o público. “Começamos na internet, sem muitos contratos com teatros, e agora temos uma agenda lotadíssima”, afirma Elídio Sanna, um dos prota-gonistas da peça.

De acordo com o ator, as quatro sessões extras aqui na Região não vão fazer com que o pique diminua. “Nós somos criativos e vamos nos esforçar para fazer todo mun-do rir bastante”, garante. Com a maior parte dos ingressos

esgotados, quem não conse-guir ir ao teatro pode acessar o site www.youtube.com/im-prováveis. Até o fechamento desta edição, havia entradas para a sessão desta sexta-fei-ra (27/03), às 21h, no teatro Lauro Gomes, no Rudge Ra-mos, em São Bernardo.

Criado, produzido e en-cenado pela Cia. Barbixas de Humor, o espetáculo “Os Improváveis” conta com im-provisações em que a platéia interage na criação das ce-nas. Com influência do pro-grama inglês “Whose Line is it Anyway?”, os improváveis já atingiram, em um portal da internet, a marca de 4 mi-lhões de acessos por mês.

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Tigre espera por 800 garotos em peneiras

Clube do ABCD tenta angariar novas promessas para as categorias sub-15 e sub-17WALtER [email protected]

Não é novidade al-guma que milhões

de garotos espalhados pelo Brasil têm o sonho de tor-nar-se jogador de futebol. Esses meninos buscam oportunidades nos princi-pais clubes profissionais e precisam de muita força de vontade, técnica e raça para conquistar um espaço neste seleto grupo.

O São Bernardo Futebol Clube, que disputa a Série A2 do Campeonato Paulista, re-aliza nos próximos dias mais uma edição de sua peneira, o que pode ser um impulso para o início da carreira des-ses garotos.

O Tigre promove a ava-liação nos dias 30 e 31 de março para a equipe sub-15 (nascidos em 1994 e 1995), e nos dias 5 e 6 de abril para o sub-17 (1991, 1992 e 1993). As peneiras serão realizadas no estádio do Ba-etão (avenida Armando Ítalo Setti, 901).

Os interessados devem comparecer ao local das 8h

às 12h ou das 14h às 18h. Os garotos precisam estar acompanhados dos pais ou responsáveis, levar docu-mento de identidade e ates-tado certificando que estão aptos para a prática espor-tiva. O clube aconselha que usem meiões, calção preto e camiseta branca.

O diretor de futebol do

O atacante Raul, revelado pelas categorias de base do São Bernardo: sonho de milhares de garotos

Luciano Vicioni

Série A2

Após garantir a reabilitação no Campeonato Paulista da Série A2, o Tigre, nono colocado com 19 pontos, tenta entrar no G8 na partida contra a Catanduvense, sábado (28/03), às 19h, em Catanduva.

NOTAS

Paulistão

Em busca do G4, o Santo André, sexto colocado com 27 pontos, joga em casa neste sábado (28/03), às 19h10, contra o Oeste. Já o São Caetano pega o Bragantino, às 20h30, do mesmo dia, no interior.

Vôlei

O Santander/São Bernardo tenta vaga nas semifinais da Superliga masculina de vôlei neste sábado (28/03) contra o Tigre/Unisul/Joinville, às 13h, no ginásio Poliesportivo, em São Bernardo.

São Bernardo, Edgar Mon-temor, acredita em uma pre-sença maciça de interessa-dos. “Acredito que venham cerca de 200 garotos por dia, cerca de 800 no total.” O dirigente afirma ainda que gostaria de escolher muitos meninos para as categorias de base, mas haverá uma seleção bastante criterio-

sa. “Teremos muitos aqui e precisamos analisar correta-mente”, pondera.

Dois ex-jogadores do Co-rinthians estão entre os res-ponsáveis pela seleção de novas promessas. Edson Boaro comanda as catego-rias de base do time da Re-gião, enquanto Juninho Fon-seca, que já dirigiu o Timão,

toma conta dos juniores que disputam a próxima edição da Copa São Paulo de Fute-bol Júnior.

Com vasta experiência na observação de jovens talentos, Airton Gonçalves, presidente da Sociedade Es-portiva Jardim do Lago, em São Bernardo, aconselha os garotos que disputarão a pe-neira a irem para o campo com uma chuteira bastante confortável. Outra dica é que mostrem versatilidade. “Se tiverem muitos atacantes, eles podem mostrar que sa-bem jogar também em ou-tras posições”, esclarece.

Gonçalves também reco-nhece uma nova jóia para ser lapidada. “A gente sabe quem é talentoso pela ma-neira como se posiciona em campo. Sabemos se vai ser um jogador ou simplesmen-te um atleta.”

No time profissional do Tigre, diversos jogadores sa-íram das categorias de base para integrar o elenco profis-sional. Destaques para o go-leiro Igor e para os atacantes Raul, Danielzinho e Diogo.