Marcos Aurlio de Albuquerque Costa STRESS: UM DIAGNSTICO DOS
POLICIAIS MILITARES DA CIDADE DE NATAL - BRASILTese apresentada
Universidade Federal do RioGrandedoNorte,paraobtenodo
TtulodeDoutoremCinciasdaSade peloPrograma de Ps-graduao em Cincias
da Sade.Natal - RN 2007Marcos Aurlio de Albuquerque Costa STRESS:
UM DIAGNSTICO DOS POLICIAIS MILITARES DA CIDADE DE NATAL -
BRASILTese apresentada Universidade Federal do
RioGrandedoNorte,paraobtenodo TtulodeDoutoremCinciasdaSade
peloPrograma de Ps-graduao em Cincias da
Sade.Orientador:Prof.Dra.EulliaMariaChaves Maia
Co-Orientador:Prof.Dr.HorcioAccioly JniorNatal - RN 2007Diviso de
Servios TcnicosCatalogao da publicao na Fonte. UFRN/ Biblioteca
Setorial do CCSC837s Costa, Marcos Aurlio de Albuquerque STRESS: um
diagnstico dos policiais militares da cidade de Natal Brasil /
Marcos Aurlio de Albuquerque Costa -Natal (RN), 2007. 58 f.
Orientador: Eullia Maria Chaves Maia Co-orientador: Horcio Accioly
Jnior Tese (Doutorado)Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Centro de Cincias da Sade. Programa de Ps-graduao em Cincias da
Sade.
1.Stress-PolicialMilitarNatal,RNTese2.StressPsicolgico-Tese.3. Sade
Mental - Tese.4 . Sade Tese. I. Maia, Eullia Maria Chaves. II.
Accioly Jnior, Horcio. III.TtuloRN/UF/BS-CCSCDU
331.442:159.9(813.2)(043.2)UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO
NORTE CENTRO DE CINCIAS DA SADE PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM CINCIAS
DA SADE Coordenador do Programa de Ps-Graduao em Cincias da Sade:
Prof Dr. Aldo da Cunha Medeiros Marcos Aurlio de Albuquerque Costa
STRESS: UM DIAGNSTICO DOS POLICIAIS MILITARES DA CIDADE DE NATAL -
BRASILPresidente da banca:Profa. Dra. Eullia Maria Chaves Maia -
UFRNBANCA EXAMINADORAProf. Dr. Eduardo Luiz Lopes Montenegro -
UFALProf. Dra. Maria Goretti Fernandes - UNICAPProf. Dr. Horcio
Accioly Jnior - UFRNProf. Dr. Henio Ferreira de Miranda -
UFRNAprovado em: 19/06/2007DedicatriaAosmeusavs,Francisco
(inmemorian)eBeatriz(inmemorian),pela orientao no Doutorado da
Universidade da Vida; Aos meus pais, Iderval (in memorian) e Elci,
por terem estimulado meus estudos e por acreditarem em mim;
AosmeustiosPedro,IovaldoeSelma,todos(inmemorian),peloincentivode
sempre e por terem contribudo para minha formao como homem;
AminhaesposaDinara,eaosmeusfilhos,Bruno,TiegoeAnaCarolina,pelo
apoio, incentivo e pacincia nos meus momentos de stress; A todos os
policiais militares do Estado do Rio Grande do Norte, em particular
doComandoePoliciamentodaCapital,porterempermitidoefacilitadoa
realizaodesteestudo,bemcomopelaoportunidadedemelhorconhecero
funcionamento desta importante organizao
militar;Dedico.Agradecimentos A Deus, por ter me proporcionado este
momento; Aoprof.Dr.JosBrandoNeto,pelaamizade,apoioeincentivo,
durante todo o
curso;AProfa.Dra.EulliaMariaChavesMaia,pelaconfianaeorientao
fundamentais na realizao deste estudo; Ao Prof. Dr. Horcio Accioly
Jnior, pela co-orientao e por acreditar na nossa proposta de
estudo, a partir do momento da escolha do tema;
Aoprof.Dr.JosdeArimats,pelaamizade,ensinamentos,incentivo,apoioe
pela colaborao desde o incio do estudo;
Aoprof.Dr.HenioFerreiradeMiranda,pelaamizade,incentivoecolaborao
espontnea;
AosprofessoresDra.EulliaMariaChavesMaia,Dr.HorcioAcciolyJnior,Dr.
HenioFerreiradeMiranda, edemaismembros dabancaexaminadora,pela
honrosa participao na avaliao deste trabalho;
AosprofessoresJuarezdaCostaFerreira,DiretordoCentrodeCinciasda
SadeeJooBatistadoAmorim,Ex-ChefedoDepartamentodeEducao
FsicadaUniversidadeFederaldoRioGrandedoNorte,peloapoioe compreenso
nos meus momentos de
ausncia;AosmeusirmosTen.cel./PMRicardoLuizdeAlbuquerqueCostae
Ten.cel./PMPauloRobertodeAlbuquerqueCosta,porteremcolaboradoe
facilitado meu acesso s unidades da Polcia Militar/RN, para coleta
dos dados.
sfuncionriasdoProgramadePs-graduaoemCinciasdaSade,Nbia,Danielli,
WalquriaePatrcia,pelagentilezaeatenoquesempreme dispensaram;
AosfuncionriosdoCentrodeCinciasdaSade,Enodite, Sandra,
Goretti,Rosangela, Assis e Joo, pela colaborao e incentivo de
sempre;
Atodosque,deformadiretaouindireta,contriburamparaarealizaodeste
trabalho,Agradeo.SumrioDedicatria............................................................................................vAgradecimentos....................................................................................viResumo................................................................................................viii1
INTRODUO.....................................................................................12
REVISO DE
LITERATURA................................................................53
ANEXAO DOS ARTIGOS
PUBLICADOS.....................................154 COMENTRIOS,
CRTICAS E CONCLUSES................................385
ANEXOS............................................................................................476
REFERNCIAS..................................................................................53AbstractResumoObjetivos:
O presente estudo visa diagnosticar, nos policiais militares da
cidade de Natal-Brasil,onveleafasedestressemqueseencontramequala
sintomatologia prevalente (fsica ou mental).Metodologia: Estudo
descritivo, com corte transversal, no qual foi investigada uma
amostrade264indivduos,extradadeumapopulaode3.193militaresdo Comando
de Policiamento da Capital CPC, da cidade de Natal/RN Brasil. Os
dados foram coletados atravs do Inventrio de Sintomas de Stress
para Adultos
deLippISSL,sendosuaanliserealizadamediantetabulaes,clculos
percentuais,testetparaproporesetestedoqui-quadradodePearson,para
associaoentrestress,sintomatologiaepostosdosmilitares.Dadoscoletados
entre junho/2004 e janeiro/2005.Resultados: Constatou-se a
existncia de (52,6%) de policiais sem sintomas de stress e (47,4%)
com sintomatologia de stress, distribudos em todos os postos
hierrquicos, com destaque para os grupos de oficiais superiores e
intermedirios, bem como cabos e soldados, com predominncia na fase
de resistncia (36%) e prevalncia de sintomas psicolgicos (76%). Das
variveis investigadas, a nica que apresentou relao com estresse foi
o sexo (P =
0,0337).Concluses:Aanlisedosresultadospermiteconcluirpelaexistnciadestress
nospoliciaismilitaresdacidadedeNatal/RN,emtodosospostoshierrquicos,
comdestaqueparaosgruposdeoficiaissuperioreseintermedirios,cabose
soldados,comprevalnciadesintomaspsicolgicos,baixosnveisdesintomas
fsicos,compredominncianafasederesistncia.Apontamqueosnveisde
stressnodiferemmuitodosencontradosemhomensemulheresadultos
brasileiros e no indicaram um quadro de fadiga crtico.1 INTRODUO
Apopulaobrasileiraviveummomentodegrandeafliocomo
progressivoaumentodaviolnciaurbana,principalmentenosgrandescentros
populacionais. Esse sentimento provocado, no apenas por parte
daqueles que
vivemmargemdalei,mas,tambm,pelosquesoencarregadosdecoibira
criminalidade,mantendoaordemeaseguranadasociedadequeindiretamente
os
remunera.Aagressividadedemonstradapelospoliciaismilitares,quandono
desempenho de suas funes profissionais, os transforma em agentes
causadores
desensaesincompatveiscomosobjetivosaosquaissepropem.Medo,
desconfianaedescrditosoalgunsdossentimentosdemonstradospelosque
gostariamdet-losev-loscomoverdadeirosguardiesdapaz,daticaeda moral,
mantenedores de perene tranqilidade social.A insatisfao percebida
junto populao quanto s descabidas aes do
policialmilitarbrasileira,decorrentedasconstantesdennciasdecorrupo,
brutalidade,crueldade,dentreoutroscomportamentosconflitantescomsua
misso, denncias estas estampadas diariamente nos jornais e na mdia
em geral.
Somadoaessefator,encontra-seodesconhecimentodapopulaobrasileira
sobreaspolticasinternaslevadasaefeitonascorporaes,assimcomoda
culturaeprocedimentosinstrucionaisdesenvolvidoseutilizadosnodia-a-diada
formao do policial
militar.Taldesconhecimentorepresentaumgrandebicequeimpossibilitaa
sociedadedeperceberecompreenderoestadopsicolgicodeinsatisfao
dessespoliciais,comrelaoaalgunsaspectosdoseutrabalho.Essa
insatisfao,aliadaaodescrditodapopulao,geraumabaixaauto-estimanos
policiais, que se reflete na motivao e comprometimento dos mesmos,
quando no desempenhodesuasfunes.Esteprocessopodelev-losaagirdeforma
inadequada, servindo de elemento contributivo de tenses nas suas
relaes com
asociedade,oque,semdvida,podeestarcomprometendoaqualidadeda
segurana pblica
oferecida.Outrossim,nosepodeesquecerqueaatividadedopolicialmilitarse
classificacomoumaprofissodealtorisco,umavezqueomesmolida,noseu
cotidiano,comaviolncia,abrutalidadeeamorte,atitudeseconseqncia
comuns na sociedade moderna atual. Spielberger(1,2) e Collins(3),
mencionam que
ospoliciaisestoentreosprofissionaisquemaissofremdestress,poisesto
constantementeexpostosaoperigoeagresso,devendo,freqentemente,
intervir em situaes crticas de muito conflito e
tenso.Nestecontexto,nosepodeesquecerdemencionarumtipoespecficode
stresscrnico,oburnout(4-6), sndromequesecaracterizaporapresentar
sintomasesinaisdeexaustofsica,psquicaeemocional,emdecorrnciade
umamadaptaodoindivduoaumtrabalhoprolongado,muitoestressantee com
uma grande carga de
tenso.Comosepodever,opolicial,pelascaractersticasdasuaprofisso,um
fortecandidatoaoburnout,umavezqueenfrentafreqentemente,altosnveis
de stress, o que pode gerar problemas de sade fsica e mental,
influenciando de forma negativa no comportamento desse
profissional(7-9). Estudos tm constatado
quepoliciaiscomburnoutempregammaisousodeviolnciacontracivis,(7)comportamento
freqente na maioria dos polcias
brasileiros.Assimsendo,damesmamaneiraqueasociedadeexigeenecessitade
policiais competentes e honestos, comprometidos com os iderios da
organizao
aquepertencem,essesprofissionaisprecisam,tambm,seracompanhadose
melhoravaliadosnoquetangessuascondiesdesade,principalmentenos
aspectospsicossomticos,ondeavarivelstresstemumenormepoderde
destruio da capacidade laboral dos
indivduos.Apartirdessasconsideraes,bemcomodaescassezdepesquisasno
Brasil sobre o tema, espera-se que os resultados encontrados no
presente estudo,
propiciemaosgestoresdaorganizaopolicialmilitarpesquisada,asatenes
cabveisnosentidodemelhoraraqualidadedevidadosseusintegrantese,por
conseguinte, os servios prestados por esses profissionais
comunidade.1.1 Objetivos1. Diagnosticar, nos policiais militares da
cidade de Natal, RN - Brasil, a presena
eafasedestressemqueseencontrameasintomatologiaprevalente(fsica ou
mental), bem como realizar comparaes entre os resultados obtidos.2
REVISO DE LITERATURA 2.2 STRESS 2.2.1 Consideraes gerais sobre
stressO stress no um fenmeno que surgiu apenas a partir da era
moderna.Eleexistedesdeostemposmaisremotos,dohomemdacaverna.Aconteceque
atualmenteostressestudadodemaneiramaiscientfica,oquenospermite
afirmarseromesmo,umdosprincipaisfatoresdeterminantesnaetiologiade
algumasdoenas,bemcomooprincipalestimuladordereaesfsicase
psicolgicas que afetam diretamente a sade e a qualidade de vida do
indivduo.A palavra stress com o significado de aflio e adversidade
teve suas primeiras referncias no sculo XIV. No entanto, o seu
usoera espordico e no sistemtico(1).S no sculo XVII a palavra
stress, que tem origem no latim, passou a ser
usadaemingls,nosentidopsicolgico,paradesignaropresso,desconfortoe
adversidade(2).Anteriormente,apalavrastresserausadaamplamentenafsica
paraindicaratensogeradasobreumcorpoouumasuperfciepelaaode foras
sobre o
mesmo(2).Comosepodever,oconceitodestressnonovo,masfoiapenasno
inciodosculoXXqueestudiososdascinciasbiolgicasesociaisiniciarama
investigao de seus efeitos na sade fsica e mental das
pessoas.Oprimeirocientistaaestudarostresscomoconhecidohoje,foio
mdicoendocrinologistaaustraco,radicadonoCanad,HansSeley,apartirda
dcada de 20, ainda como
estudante.SeleyPublicouosseusprimeirosresultadosem1936.Osestudos
desenvolvidos por Selye(10), o levaram a descrever a condio de no
existir uma doenaespecficaesimacondiogeraldeestardoente,comosendoa
Sndrome de Adaptao Geral (SAG), uma resposta prpria, generalizada,
de todososorganismosaqualquerinfluencianocivadomeioambiente,comuma
srie de elementos comuns. Esta terminologia foi depois substituda
pelo prprio
pesquisador,pelapalavrastress,designandoumconjuntodereaes
fisiolgicasfrenteaosagentesestressores.SegundoSelye(10),essasreaes
fisiolgicas desdobram-se em trs fases sucessivas: Reao de Alarme ou
Alerta,
FasedeResistnciaeFasedeExausto,sendoquealtima,atingidaapenas nas
situaes mais graves e, normalmente,
persistentes.OstrabalhosdeSeleyforaminfluenciadospordoisfisiologistasque
produziramestudosdegranderepercussonapoca.Aprimeirainflunciaveio
deBernard,em1879,quandosugeriuqueoambienteinternodosorganismos
devepermanecerconstanteapesardasmudanasnoambienteexterno.A
segundainfluenciaveiodeCannon,em1939,quandopropsonome homeostase,
para designar o esforo dos processos fisiolgicos para manter um
estadodeequilbriointernonoorganismo(11).Seleyaproveitouaindaestes
conceitos e definiu o stress como uma quebra neste
equilbrio(10).Para Rossi(12), a definio do stress como qualquer
adaptao requerida
pessoa,facequebradahomeostase,dadapordeSelye,apresentaostress como
um agente neutro, capaz de tornar-se positivo ou negativo de acordo
com a percepo e a interpretao de cada
pessoa.AindasegundoRossi(12),ostresspositivo,chamadodeeustresse,assim
como o negativo, chamado de distresse, causam reaes fisiolgicas
similares: as extremidades (mos e ps) tendem a ficar suados e
frios, a acelerao cardaca e presso arterial tendem a subir, o nvel
de tenso muscular tende a aumentar, etc.
Nonvelemocional,noentanto,asreaesaostresssobastantediferentes.O
eustressemotivaeestimulaapessoaalidarcomasituao.Aocontrrio,o
distresse acovarda o indivduo, fazendo com que se intimide e fuja
da situao. Nesta linha de raciocnio, Weiss(13) registra que algumas
pessoas reagem com um stress de grande risco para a sade, a situaes
em que a maioria das outras as
receberiamprazerosamente.Elecitacomoexemploosasmticos,que
freqentemente tm dificuldades respiratrias s em pensar em algo
excitante ou
divertido.Seudesconfortoosassustaeelesacabamsofrendoumataque.O
eustresse ou tenso positiva se transforma em distresse ou tenso
negativa. ParaWeiss(13),
osacontecimentosemsisoneutros.Noentanto,todasas
pessoas,experimentameventosqueconsideramameaadores,notrabalhoou
fora dele. a nossa capacidade, ou falta dela, de lidar com os
acontecimentos e com as nossas reaes que gera o stress.
ParaAreias(14),otermostressutilizadoporSeleyemtrscondies:como
situao,comoreaoagudaecomoreaoalongoprazo.Nassituaesde
stress,osestmulosdomeioambientepodemfuncionarcomoelementos
estressoresquandoadotamcaractersticasdeadversidadee/oudepunio.
SegundoSilvaetal.(15),dependemdaintensidade,freqnciaequalidade(frio,
calor,rudo,cafena,nicotina,lcool,etc.)exageradas,paraessesestmulosse
tornaremestressores.Nasreaesagudasdestress,osestressorespodem
provocar uma reao orgnica em trs nveis distintos(15):1. Nvel Motor
relacionado tenso dos msculos estriados, constatvel pela
eletromiografia e, subjetivamente, pelas sensaes de tenso no rosto,
nuca, ombros, entre
outros;2.Nvelvegetativoatravsdaliberaodecatecolaminaseda
estimulaodosistemanervosoautnomo,compredomniodosimpticoe
conseqentetaquicardia,sudorese,aumentodeglicemia,aumentodasfunes
respiratrias,estimulaodatireideeoutrasreaes,queteriamcomoobjetivo
preparar o organismo para uma reao de ataque ou
fuga;3.Nvelsubjetivo-Cognoscitivoocorrequandoafetaaexperincia
subjetiva de uma situao com reaes emocionais como a vergonha,
ansiedade,
inseguranaoupnico,queinterferemnaconcentraomentalenamemriado
individuo.Nasreaesdestresscrnico,umasobrecargadeeventosestressores
podeocorre,nessecaso,asconseqnciasdependerodapredisposiodo
indivduo, de como ele percebee administra a situao.Poroutrolado,
Couto(16),aoidentificarosdoistiposdestress,agudoe
crnico,afirmaqueoprimeiroocorrequandoalgumagenteestressoratuasobo
individuo por um curto perodo de tempo, por exemplo, por uma ou
duas semanas.
Estetipodestressspassaaserumriscoparaasadequandoincideem indivduos
tensos, e de forma freqente. O segundo tipo de stress ocorre quando
o perodosobefeitodoagenteestressorperdurarpormaistempo,oquepode
acarretar srios danos para a sade do
individuo.Couto(16)dizexistirumagrandesemelhanasecompararmoso
comportamentohumano,comrelaoaostress,comocomportamentodeum
corpofsicoquesofrealgumtipodepressodotipo:toro,flexo,compresso
outrao.Nocaso,podemoscitarcomoexemploocomportamentodaspontes
frentestensesquesofrem.Nestasituao,essescorposestosobefeitode
stress, que em excesso, e por longo perodo, os levar fadiga, o que
no caso da ponte, provocar a sua queda. Com o homem, pode vir a
ocorrer uma debilitao do organismo (corpo), levando-o a adoecer,
fsico e emocionalmente.Lipp(11), chama ateno para a importncia de
se conceituar o stress como um processo e no como uma reao nica do
organismo. Lembra que um longo
processobioqumicoativado,inicialmente,provocandotaquicardia,sudorese
excessiva,tensomuscular,bocasecaeasensaodeestaralerta.Mastarde,
diferentesmanifestaesserogeradas,dependendodascaractersticas
genticas do
individuo.Lipp(11),defineostresscomosendoumareaodoorganismo,com
componentesfsicose/oupsicolgicos,causadapelasreaespsicofisiolgicasque
ocorre quando a pessoa se confronta com uma situao que, de um modo
ou de outro, a irrite, amedronte, excite, confunda, ou mesmo que a
faa imensamente
feliz.J,Vasconcellos(17),resumindoasteoriasdeLazarus,publicadasem
1975,destacaaimportnciadoscentroscognitivosdereconhecimentodaquilo
querepresentaaameaaparaasobrevivnciadoindivduo.Oreferidoautor
consideraesseprocessocomoprimeiraavaliao,porserfundamentale
essencialparaavidadoindivduo,colocandooconceitodeinterpretaodos
eventos,comoosverdadeirosestressores.Destacatambm,aimportnciada
avaliaosecundria,quesoaspossibilidadesdesuperaodostress coping, ou
seja, a estratgia que o indivduo antecipa como forma de controlar
ou reduzir o stress que
enfrenta.ParaLazarus&Folkman(18),onveldestresspercebidopeloindivduo
depende de sua anlise e interpretao do elemento estressor, da sua
capacidade
cognitivadeinterpretaoereaoacertostiposdeeventos.Assimsendo,a
partirdeumprocessodeavaliaocognitivaqueoindivduopoderjulgarseh
umadiscrepncia,realoupercebida,entreasdemandassituacionaiseos
recursospessoaisquedispeparaconfrontocomasituao.Aavaliao cognitiva
diz respeito a um processo mental atravs do qual possvel analisar e
reconhecer os estmulos e, ao mesmo tempo, configurar o tipo de
resposta.Como podemos observar, sob altos nveis de presso, de forma
constante por um longo perodo de tempo, nem a ponte nem o homem se
sustentar. bom lembrar que cada individuo reage de forma diferente
ao entrar em contato com agentes estressores
semelhantes.Comrefernciasfasesdostresseaosaspectosfisiolgicos,
Seley(10)identificou trs fases de stress: reao ou alarme,
resistncia e exausto.A fase de alarme como o susto inicial do
stress, predomina a atuao de
umapartedesteSNAchamadodeSistemaSimptico,oqualproporciona
descargasdeadrenalinadameduladaglndulasupra-renaledenoradrenalina
das fibras ps-ganglionares, para a corrente
sangunea(6,19).Greenberg(19),afirmaqueduranteessafasedeestimulaoagudado
stress,queumapartedoSistemaNervosoCentraldenominadoHipotlamo,ao
sentir um estressor, ativa os dois principais trajetos de reao ao
stress: o sistema
endcrinoeosistemanervosoautnomo.Paraativarosistemaendcrino,a
poroanteriordohipotlamoliberaofatordeliberaodecorticotropina(CRF),
que ativa a hipfise, na base do crebro, a secretar hormnio
adrenocorticotrpico (ACTH). O (ACTH) ento, ativa o crtex das
supra-renais ou adrenais para liberar hormnios corticides. Para
ativar o Sistema Nervoso Autnomo, uma mensagem enviada pela parte
posterior do hipotlamo, via sistema nervoso, para a medula
adrenal.Comosepercebe,todaaseqnciadeacontecimentostemorigemno
crebro,sendoohipotlamoqueacabadisparandoasucessodeeventos orgnicos
do stress. Ao mesmo tempo em que o hipotlamo est providenciando a
estimulao da hipfise para secreo do ACTH, tambm proporciona a
secreo
deoutrosneuro-hormnios(hormniosproduzidosnocrebro),taiscomoos
chamadospeptdeoscerebrais,comoocasodasendorfinas(quemodificamo
limiar para a dor), STH (que acelera o metabolismo), prolactina e
outros(6).Desaparecendo os agentes estressores, todas essas
alteraes tendem a se interromper e regredir. Se, no entanto, por
alguma razo o organismo continua
sendosubmetidoestimulaoestressante,portanto,sendoobrigadoamanter
seu esforo de adaptao, a fase seguinte surgir (Fase de
Resistncia).Quantofasederesistncia,caracteriza-sebasicamente,pela
hiperatividadedaglndulasupra-renalsobinflunciadoSNCatravsdo
Hipotlamo e Hipfise. uma fase que surge quando persiste a ao do
estmulo estressore,nesseperodo,humaumentonovolumedasupra-renal,
concomitanteaumaatrofiadobaoedasestruturaslinfticaseumcontinuado
aumentodosglbulosbrancosdosangue(leucocitose)(6,20).Lipp(20)registraque
nessafasequantomaioroesforoqueapessoafazparaseadaptare
restabeleceraharmoniainterior,maiorodesgastedoorganismo.Continuando
aindaoagenteestressoroorganismovaiterceirafasedaSndromeGeralde
Adaptao, a Fase de
Exausto.Nessafase,humaquebratotaldaresistnciaealgunssintomas
semelhantesaosdafasedealarme,surgem,commaiormagnitude(20).Hum
aumentodasestruturaslinfticas,aexaustopsicolgicasurgeemformade
depresso e exausto fsica. As doenas comeam a aparecer, podendo
ocorrer a morte do
indivduo(20).Comosesupe,aresistnciadoorganismonoilimitada.As
modificaesbiolgicasqueaparecemnessafaseseassemelhamquelasda
reaodealarmeemsuaetapadechoque,porm,aocontrriodesta,no esgotamento
o organismo j no capaz de equilibrar-se por si s e sobrevm a
falncia
adaptativa.Noquetangeaomodelotericodedesenvolvimentodostress,Lipp(20),duranteaPadronizaodoInventriodeSintomasdeStressparaAdultosem
2000,apsutilizarpormuitosanosemsuaspesquisasomodelotrifsico
preconizadoporSelyeem1952,identificou,tantoclnicocomoestatisticamente,
umanovafasedostress,queadenominoudeQuase-Exausto.Essanovafase
encontra-se entre a fase e de Resistncia e Exausto, sendo
caracterizada por um enfraquecimento da pessoa que no mais est
conseguindo se adaptar ou resistir ao estressor. As doenas comeam a
surgir, no entanto no so to graves como na fase de Exausto. A
pessoa apresenta desgaste e outros sintomas, mas ainda
conseguetrabalhar,decertamaneira,eterumavidasocial,diferentementeda
fasedeexausto,quandooindivduopradefuncionaradequadamente,no
conseguindo, na maioria das vezes trabalhar ou se
concentrar.Comaidentificaodessanovafase,foicriadoumnovomodeloterico
decomoostresssedesenvolve,quadrifsico,umaextensodomodelotrifsico
deSelye(20),sendoestemodeloutilizadoemvriosestudosnoBrasil(21-26),e
adotado no presente estudo.Em funo do exposto, podemos dizer que o
stress a causa de algumas
patologiasou,quandono,potencializadordasmesmas.Doenascomo:
acidentesvascularescerebrais,infartoagudodomiocrdio,hipertensoarterial,
criseasmticas,lcerapptica,vriasinfecesdapeleedoolho,entreoutras,
podemtersuagnesenostresscrnico.Porm,maisimportantequesabera
causadessaspatologias,trabalharostressnasuaprofilaxia.Issoenvolve
fatores no s individuais, psicolgicos e fsicos do indivduo, mas
acima de tudo,
umamudananaqualasociedadeparticipeeconcebaoserhumanocomoum
todo.2.2.2 Stress e o ambiente de trabalho No tocante ao stress
ocupacional, diferentes tipos de ocupaes tm sido pesquisadas no
Brasil. Os resultados tm apresentado nveis de stress diferentes,
chegadoa70%deprofissionaisestressadosemamostradeJuzesdo
Trabalho(27).Diagnosticou-setambmqueonveldestressempessoasque
ocupamcargosdechefiaemSoPaulo,subiude40%,em1996,para49%em2004(26).PesquisarealizadaemfuncionriosdaUniversidadeFederaldoRio
GrandedoNorteUFRN,em2004,diagnosticouemumaamostrade99
indivduos,participantesdeumprogramadequalidadedevida,que23,9%dos
homensnotinhamstress,porm,76,1%apresentavamstress,sendo34,3%na
fasedealertae65,7%nafasederesistncia,com54,3%depredominnciade
sintomaspsicolgicos.Apenas5,7%dasmulheresnoapresentavamstresse
94,3% tinham stress, sendo 10% na fase de alerta, 88% na fase de
resistncia e 2% na de quase exausto, com 74% de prevalncia de
sintomas
psicolgicos(25).SegundorecenteestudorealizadopelaInternationalStressManagement
Association (ISMA)(28), em nove pases, o stress dos trabalhadores
brasileiros s menor que o dos japoneses. Os nveis so alarmantes.
70% dos brasileiros sofrem
dealgumaconseqnciarelacionadaaostress.Entreosgruposmaisafetados
estoosprofissionaisdeseguranapblica.Emsegundolugarvmos
controladores de vo. Notrios recordistas de stress no mundo
inteiro. Em terceiro,
osprofissionaisdareadasade.Omaisgraveque30%dospesquisados
mostraramsintomasdasndromedeBurnout,significandoqueosmesmosse
encontram em um estado de exausto total, beira de uma
depresso.Essegraveproblemarefletediretamentenaeconomiadasempresase
pode comprometer boa parte dos gastos anuais por gerar queda na
produtividade
-devidosfaltasnotrabalho,pagamentosdehoras-extras,desperdciode
materialdetrabalho,almdecustoselevadoscomassistnciamdica(28).Nos
Estados Unidos, onde os ndices de stress so similares aos do
Brasil, estima-se
queUS$300bilhessejamempregadoscomosprejuzosanuaisdas
empresas(28).Arevisodaliteraturanosmostrouainexistnciaestudos,noBrasil,
voltados para diagnosticar o stress pessoal, clnico, bem como sua
sintomatologia
prevalente(fsicaoumental),empoliciaismilitares,dosoldadoaocoronel.Esta
constatao foi uma das motivaes do presente estudo.3 ANEXAO DO
ARTIGO PUBLICADOARTIGO 1: Costa M, Accioly Jr H, Oliveira J, Maia
E. Estresse: diagnstico de policiais militares em uma cidade
brasileira. Rev Panam Salud Publica. No prelo 2007.Estresse:
diagnstico dos policiais militares em uma cidade brasileiraRunnig
title: Estresse em policiais militares Marcos Costa1, Horcio
Accioly Jnior1, Jos Oliveira2 e Eullia Maia3Como citar: Costa
Marcos, Accioly Jnior Horcio, Oliveira Jos, Maia Eullia. Estresse:
diagnstico dos policiais militares em uma cidade brasileira. Rev
Panam Salud Publica.[peridico na Internet]. 2007Abr [citado
2007Jul13] ;21(4): 217-222. Disponvel em:
ttp://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1020-49892007000300004&lng=pt&nrm=iso.____________________________________1UniversidadeFederaldoRioGrandedoNorte,DepartamentodeEducao
Fsica,ProgramadePs-GraduaoemCinciasdaSade.Enviar correspondncia
para Marcos Costa no seguinte endereo: Rua Francisco Antnio Cruz
2285, CEP 59056-460, Nova Descoberta, Natal, RN, Brasil. E-mail:
[email protected],Departamentode
Administrao,Programa de Ps-Graduao em
Administrao.3UniversidadeFederaldoRioGrandedoNorte,Departamentode
Psicologia,Programa de Ps-Graduao em Cincias da Sade.
RESUMOObjetivos. Diagnosticar a ocorrncia e a fase de estresse em
policiais militares da Cidade de Natal, Brasil, alm de determinar a
prevalncia de sintomatologia fsica e mental. Mtodo. Estudo
descritivo, com corte transversal. Foi investigada uma amostra de
264indivduosextradadeumapopulaode3193militaresdoComandode
Policiamento da Capital. Os dados foram coletados entre junho de
2004 e janeiro de 2005 utilizando-se o Inventrio de Sintomas de
Stress para Adultos de Lipp. Foi
determinadaapresenadeestresse,afasedeestresse(alerta,resistncia,
quase-exausto,exausto),aprevalnciadesintomasfsicosementaisea
relaoentreestresseeunidadepolicial,postopolicial,sexo,hbitodebeber,
fumo, escolaridade, estado civil, idade, tempo de servio e faixa
salarial.
Resultados.Aproporodepoliciaissemsintomasdeestressefoide52,6%,
enquantoque47,7%apresentaramsintomatologia.Dospoliciaiscomestresse,
3,4%encontravam-senafasedealerta,39,8%nafasederesistncia,3,8%na
fase de quase-exausto e 0,4% na fase de exausto. Sintomas
psicolgicos foram registrados em 76% dos policiais com estresse, e
sintomas fsicos, em 24%. Das variveis investigadas, a nica que
apresentou relao com estresse foi o sexo (P= 0,0337). Concluses.
Osnveisdeestresseedesintomasnoindicaramumquadrode
fadigacrtico.recomendvelumaaopreventivaporpartedaorganizao
policial, que poderia incluir a aplicao de um programa de
diagnstico, orientao e controle do estresse. Palavras-chave
Estresse[stress/estrs],polcia[police/policia],sademental [mental
health/salud
mental].INTRODUOAprofissodepolicialmilitarumaatividadedealtorisco,umavezque
essesprofissionaislidam,noseucotidiano,comaviolncia,abrutalidadeea
morte.Aliteraturaapontaqueospoliciaisestoentreosprofissionaisquemais
sofrem de estresse, pois esto constantemente expostos ao perigo e
agresso,
devendofreqentementeinterviremsituaesdeproblemashumanosdemuito
conflito e tenso
(1-3).Pelascaractersticasdasuaprofisso,opolicialumfortecandidatoao
burnout,umtipoespecficodeestressecrnico.Asndromedeburnout se
caracterizaporapresentarsintomasesinaisdeexaustofsica,psquicae
emocionalquedecorremdeumamadaptaodoindivduoaumtrabalho prolongado e
com uma grande carga de tenso. O termo serve para designar um
estgiomaisacentuadodoestresse,queatingeprofissionaiscujasatividades
exigem um alto grau de contato interpessoal, a exemplo dos
policiais, enfermeiros
eassistentessociais,entreoutros(4,5).Essequadropropiciaosurgimentode
patologiasedisfunes,taiscomoahipertensoarterial,lceragastroduodenal,
obesidade,cncer,psoraseetensopr-menstrual,asmaisestudadasentre
aquelasrelacionadasaoestresse(6).Almdisso,estudosmostramqueos
policiais com burnout empregam mais o uso de violncia contra civis
(7).Assimsendo,damesmaformaqueasociedadeexigeenecessitade policiais
competentes e honestos, comprometidos com os iderios da organizao
aquepertencem,essesprofissionaisprecisam,tambm,seracompanhadose
melhoravaliadosnoquetangessuascondiesdesade,principalmenteaos
aspectospsicossomticos,ondeavarivelestressetemumenormepoderde
destruiodacapacidadedetrabalhodosindivduos.Apartirdessas
consideraes,bemcomodaescassezdepesquisasnoBrasilsobreotema,o
presenteestudotevecomoobjetivodiagnosticaronveleafasedeestresseem
queseencontramospoliciaismilitaresemumacidadebrasileira,almde
determinar a prevalncia de sintomatologia fsica e mental nesses
profissionais.MATERIAIS E MTODOS O presente estudo descritivo teve
corte transversal, uma vez que procurou descrever e produzir um
instantneo dos nveis de estresse nos policiais militares
daCidadedeNatal,capitaldoEstadodoRioGrandedoNorte,Brasil,combase
naavaliaoindividualdecadaumdosmembrosdessegrupo,produzindo
indicadores gerais para a comunidade investigada.
Apopulaodeinteresseeracompostade3193indivduosdivididosem
oitoconglomerados(unidadesmilitares),queeram,porsuavez,divididosem
quatrosubgruposhierrquicos.Apartirda,foidimensionadaumaamostra
aleatriaestratificadade264militares,proporcionalaopesodosestratos.
Dentro de cada estrato, os indivduos foram selecionados
proporcionalmente ao peso dos
conglomerados,garantindoarepresentatividadedecadaestrato.Onvelde
significncia foi de 5%.
Aamostrafoiestratificadadeacordocomosquatrograndesgrupos
hierrquicosexistentesnacorporao:oficiaissuperioreseintermedirios
(coronis, tenentes-coronis, majores e capites), oficiais
subalternos (primeiros e segundos-tenentes), praas (subtenentes e
sargentos) e cabos e soldados, todos
pertencentesaoComandodePoliciamentodaCapital(CPC).Osdadosforam
coletadospormeiodoInventriodeSintomasdeStress paraAdultosdeLipp
(ISSL) (8). Esse instrumento foi desenvolvido para medir o nvel de
estresse global e no ocupacional em jovens e adultos. Foi validado
em 1994 por Lipp e Guevara em populaes de diferentes regies do Pas
e padronizado por Lipp (8). O ISSL, utilizado em inmeras pesquisas
e trabalhos na rea do estresse no Brasil (9-12),
empregaummodeloquadrifsico,comcadafaserefletindoaintensidadedo
estresse: alerta, resistncia, quase-exausto e exausto. O modelo
baseado na sndrome geral de adaptao de Selye (13), tendo sido a
fase de quase-exausto acrescentada por Lipp
(8).OISSLcompostopor37itensdenaturezasomticae19denatureza
psicolgica,sendoalgunsrepetidos,diferenciadosapenasemtermosde
intensidade. Esses itens so organizados em trs quadros. O primeiro
quadro, que avalia a fase de alerta, inclui 12 sintomas fsicos e
trs psicolgicos. O participante marca os sintomas fsicos ou
psicolgicos que experimentou nas ltimas 24 horas. O segundo quadro
composto de 10 sintomas fsicos e cinco psicolgicos; nesse quadro, o
participante marca os sintomas que experimentou na ltima semana. J
a fase de quase-exausto diagnosticada com base em uma freqncia
maior de sintomas listados no quadro 2 do inventrio. Por fim, o
terceiro quadro, que avalia
afasedeexausto,apresenta12sintomasfsicose11psicolgicos,eo
participante marca aqueles que experimentou no ltimo ms.Os critrios
de incluso adotados para a amostra foram: estar no mnimo h
2anosnacorporao;concordnciaemparticipardoestudo,apsinformaes
detalhadas sobre os seus objetivos; assinatura do termo de
consentimento livre e
esclarecido;epertenceraoCPC.Foramexcludosospoliciaisemtratamentode
sadeequesenegaramaparticipardoestudo.Oprojetofoiaprovadopelo
ConselhodeticaePesquisadaUniversidadeFederaldoRioGrandedoNorte. Os
dados foram coletados entre junho de 2004 e janeiro de 2005, tendo
sido um dos autores (MC) o nico responsvel por todas as etapas da
pesquisa.Foideterminadaapresenadeestresse,afasedeestresse(alerta,resistncia,
quase-exausto,exausto),aprevalnciadesintomasfsicosementaisea
relaoentreestresseeunidadepolicial,postopolicial,sexo,hbitodebeber,
fumo,escolaridade,estadocivil,idade,tempodeservioefaixasalarial.Foram
aplicadosostestesestatsticosdoqui-quadrado(2)demximaverossimilhana
paraavaliaraexistnciadeassociaoentreestresseeasvariveisacima
citadas, bem como o teste t de Student para propores ao avaliar a
significncia na presena de hbitos ou caractersticas individuais.
RESULTADOS Emrelaoaosdadossociodemogrficos,foipossvelverificarquea
amostraseconstituiu,principalmente,porindivduosdosexomasculino(95,5%),
comidadeinferiora40anos(87,5%),casados(53,8%)ecomensinomdio
completo
(77,3%).Quantoaoshbitospessoais,constatou-seumpercentualsignificativode
nofumantes(86%;P