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Aula 06 RETA FINAL - Questões Comentadas de Português p/ TCU - Técnico Professor: Ludimila Lamounier
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  • Aula 06

    RETA FINAL - Questes Comentadas de Portugus p/ TCU - Tcnico

    Professor: Ludimila Lamounier

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    AULA 06 LNGUA PORTUGUESA

    Ol, amigos do Estratgia Concursos!

    Preparado para a nossa Aula 06 de Lngua Portuguesa para o concurso do TCU Tcnico Federal de Controle Externo? Nesta aula, veremos alguns tpicos relativos Redao oficial e adequao de linguagem e formato textual documental. Quero ressaltar que, para alm das regras e conhecimentos especficos do assunto, a reunio de todos os conhecimentos vistos at aqui fundamental para o domnio completo do tema. Muitas provas de concurso, ao avaliar o conhecimento do candidato em relao Redao Oficial, exigem o correto emprego das regras gramaticais em sua totalidade. Dessa maneira, no hesite em revisar os principais conceitos de ortografia, acentuao, sintaxe, emprego da crase e dos pronomes, entre outros.

    A outra parte da aula ser dedicada a determinadas particularidades lxicas que so fundamentais, como o uso das SDODYUDV TXH VHH FRPRAlm disso, achei interessante incluir outros assuntos que caem em concursos, so eles: estrutura e formao de palavras; funes da linguagem e variao lingustica. Apesar desses temas no aparecerem explicitamente no edital, julgo fundamental para uma compreenso melhor da Lngua Portuguesa e realizao do concurso.

    Vamos l?

    SUMRIO PGINA Lista de Questes 02 - 32 Gabarito 33 -34 Questes Comentadas 35 - 126 Redao Oficial: um pouco de teoria 127 - 146 Particularidades Lxicas e Gramaticais: um pouco de teoria

    147 156 Estrutura e formao das palavras: um pouco de teoria 157 161 Funes da linguagem: um pouco de teoria 162 Variao Lingustica: um pouco de teoria 163 - 165

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    LISTA DE QUESTES

    Questo 01 (CESPE) Tcnico Judicirio TJ-SE/2014

    Com relao s caractersticas gerais da redao oficial, julgue o item que se segue.

    A redao oficial consiste na comunicao tanto do poder pblico quanto do particular, com o objetivo de transmitir mensagem de interesse pblico relevante.

    Questo 02 (CESPE) Todos os Cargos TJ-SE/2014

    luz das orientaes presentes no Manual de Redao da Presidncia da Repblica, julgue o prximo item.

    Nas comunicaes oficiais dirigidas a ministros de tribunais superiores, deve-se empregar a forma de tratamento Vossa Excelncia. Caso possua o ttulo de doutor, o ministro destinatrio pode, ainda, ser designado como doutor.

    Questo 03 (CESPE) Conhecimentos Bsicos TJSE/2014

    luz das orientaes presentes no Manual de Redao da Presidncia da Repblica, julgue o prximo item.

    Embora aviso e ofcio sigam o mesmo padro formal o padro ofcio , as funes desses documentos so distintas.

    Questo 04 (CESPE) Auditor Governamental CGE-PI/2015 (Texto para as questes 04, 05, 06 e 07)

    Mem. 15/2014-CGE/PI Teresina, 10 de outubro de 2014. Ao Sr. Jos Alves Andr Assunto: Reunio sobre Gesto de Convnios 1. Informo que, no prximo dia 25, s 9 horas, na sala de treinamento, ser promovida reunio em que se tratar dos convnios celebrados por este rgo.

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    2. Solicito o comparecimento dos servidores dessa unidade, munidos dos relatrios anuais a serem discutidos com o diretor financeiro e o coordenador do setor, de forma a sanar possveis questionamentos e dvidas. 3. Esclarecimentos adicionais podem ser obtidos pelo ramal 678. Atenciosamente, [espao para a assinatura] [Nome] Controlador-Geral do Estado

    Considerando as disposies do Manual de Redao da Presidncia da Repblica, julgue o item que se segue, a respeito da adequao, do formato e da linguagem da comunicao oficial hipottica Mem. 15/2014-CGE/PI.

    Seriam mantidas a correo e a adequao da linguagem se fosse inserido o complemento a Vossa Senhoria imediatamente aps a forma verbal ,QIRUPR

    Questo 05 (CESPE) Auditor Governamental CGE-PI/2015

    Considerando as disposies do Manual de Redao da Presidncia da Repblica, julgue o item que se segue, a respeito da adequao, do formato e da linguagem da comunicao oficial hipottica Mem. 15/2014-CGE/PI.

    Para se adequar ao padro exigido para memorando, a referncia ao destinatrio deveria ter sido feita pelo cargo ocupado por Jos Alves Andr.

    Questo 06 (CESPE) Auditor Governamental CGE-PI/2015

    Considerando as disposies do Manual de Redao da Presidncia da Repblica, julgue o item que se segue, a respeito da adequao, do formato e da linguagem da comunicao oficial hipottica Mem. 15/2014-CGE/PI.

    No pargrafo introdutrio, exige-se, alm da apresentao do assunto que motivou a comunicao oficial, a insero de formas indiretas como recurso de polidez &XPSUH-PHLQIRUPDUTXHSRUH[HPSOR, expresso essa que poderia substituir RWUHFKR,QIRUPRTXH

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    Questo 07 (CESPE) Auditor Governamental CGE-PI/2015

    Considerando as disposies do Manual de Redao da Presidncia da Repblica, julgue o item que se segue, a respeito da adequao, do formato e da linguagem da comunicao oficial hipottica Mem. 15/2014-CGE/PI. Como o memorando uma forma de comunicao interna, o emprego da sigla do rgo expedidor ao lado do tipo e nmero do expediente facultativo.

    Questo 08 (CESPE) Analista Judicirio TRE-GO/2014 (Texto para as questes 08 e 09)

    Xxx. 1032/SeTec

    Goinia, 15 de janeiro de 2015.

    Ao Senhor Chefe do Setor de Documentao

    Assunto: Oficinas de apresentao do novo sistema operacional

    1. Como sabido, recentemente adquirimos um novo sistema operacional. Como se trata de um sistema muito diferente do anterior, informo a Vossa Senhoria que o Setor de Tecnologia (SeTec) oferecer, entre os dias 26 e 30 de janeiro deste ano, uma srie de oficinas prticas para apresentao desse novo sistema aos funcionrios.

    2. Por essa razo, solicito que, no perodo acima indicado, Vossa Senhoria libere todos os funcionrios do seu setor duas horas antes do fim do expediente para que eles possam frequentar as oficinas.

    3. Devo mencionar, por fim, que a participao dos funcionrios nas oficinas obrigatria, pois o novo sistema j entrar em funcionamento no dia 20 de julho do corrente ano. Nessa data, todos j devero conhec-lo e saber como oper-lo.

    Atenciosamente,

    (espao para assinatura)

    [nome do signatrio]

    Chefe do Setor de Tecnologia

    Com base no disposto no Manual de Redao da Presidncia da Repblica, julgue o item que se seguem, a respeito da correspondncia oficial hipottica Xxx. 1032/SeTec, anteriormente apresentada, na qual o remetente e o destinatrio so funcionrios de igual nvel hierrquico de um mesmo rgo da administrao pblica.

    De acordo com as informaes apresentadas, correto afirmar que essa FRPXQLFDomRpXPPHPRUDQGR3RUHVVHPRWLYRHPOXJDUGH;[[QRLQtFLRGRexpediente, deveria constar a abreviao Mem.

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    Questo 09 (CESPE) Analista Judicirio TRE-GO/2014

    Com base no disposto no Manual de Redao da Presidncia da Repblica, julgue o item que se segue, a respeito da correspondncia oficial hipottica Xxx. 1032/SeTec, anteriormente apresentada, na qual o remetente e o destinatrio so funcionrios de igual nvel hierrquico de um mesmo rgo da administrao pblica.

    A numerao dos trs pargrafos que compem o texto opcional.

    Questo 10 (CESPE) Agente de Polcia Federal Polcia Federal/2014

    Julgue o item que segue, relativo a aspectos gerais da redao oficial.

    Quando se utiliza o memorando, os despachos devem ser dados no prprio documento. Nesse caso, se o espao disponvel for insuficiente para todos os despachos, devem-se usar folhas de continuao.

    Questo 11 (CESPE) Agente de Polcia Federal Polcia Federal/2014

    Julgue o item que segue, relativo a aspectos gerais da redao oficial.

    As comunicaes oficiais podem ser remetidas em nome do servio pblico ou da pessoa que ocupa determinado cargo dentro do servio pblico.

    Questo 12 (CESPE) Agente de Polcia Federal Polcia Federal/2014

    Julgue o item que segue, relativo a aspectos gerais da redao oficial.

    Os expedientes que seguem o padro ofcio so documentos que compartilham as mesmas partes e a mesma diagramao, como, por exemplo, o aviso, o memorando e a mensagem.

    Questo 13 (CESPE) Agente de Polcia Federal Polcia Federal/2014

    Julgue o item que segue, relativo a aspectos gerais da redao oficial.

    A identificao do signatrio em expediente no remetido pelo presidente da Repblica deve ser feita pelo nome e pelo cargo da autoridade expedidora do documento.

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    Questo 14 (CESPE) Nvel Superior - ANTAQ/2014

    Considerando aspectos estruturais e lingusticos das correspondncias oficiais, julgue o item que se segue, de acordo com o Manual de Redao da Presidncia da Repblica.

    Procedimentos rotineiros incorporados ao longo do tempo, como as formas de tratamento e de cortesia, o emprego de jarges tcnicos especficos, a estrutura dos expedientes e a fixao dos fechos, definem um padro oficial para a linguagem a ser empregada na redao das comunicaes oficiais.

    Questo 15 (CESPE) Nvel Superior - ANTAQ/2014

    Considerando aspectos estruturais e lingusticos das correspondncias oficiais, julgue o item que se segue, de acordo com o Manual de Redao da Presidncia da Repblica.

    Uma mensagem de correio eletrnico s tem valor documental se houver confirmao de recebimento ou de leitura da mensagem pelo destinatrio e se existir certificao digital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.

    Questo 16 (CESPE) Nvel Superior - ANTAQ/2014

    Considerando aspectos estruturais e lingusticos das correspondncias oficiais, julgue o item que se segue, de acordo com o Manual de Redao da Presidncia da Repblica.

    A conciso uma qualidade dos textos oficiais intimamente relacionada ao princpio da economia lingustica, que visa eliminar do texto redundncias e passagens que nada acrescentem ao que j tenha sido dito.

    Questo 17 (CESPE) Nvel Superior - ANTAQ/2014

    Considerando aspectos estruturais e lingusticos das correspondncias oficiais, julgue o item que se segue, de acordo com o Manual de Redao da Presidncia da Repblica.

    O tratamento Dignssimo deve ser empregado para todas as autoridades do poder pblico, uma vez que a dignidade tida como qualidade inerente aos ocupantes de cargos pblicos.

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    Questo 18 (CESPE) Nvel Superior - ANTAQ/2014

    Considerando aspectos estruturais e lingusticos das correspondncias oficiais, julgue o item que se segue, de acordo com o Manual de Redao da Presidncia da Repblica.

    A estrutura da exposio de motivos varia conforme sua finalidade: h uma estrutura prpria para exposio de motivos cuja finalidade seja unicamente informar e outra estrutura prpria para a exposio de motivos cujo objetivo seja propor alguma medida ou submeter projeto de ato normativo.

    Questo 19 (CESPE) Nvel Superior - MEC/2014

    Nenhuma ao educativa pode prescindir de uma reflexo sobre o homem e de uma anlise sobre suas condies culturais. No h educao fora das sociedades humanas e no h homens isolados. O homem um ser de razes espaotemporais. De forma que ele , na expresso feliz de Marcel, um ser VLWXDGRHWHPSRUDOL]DGRA instrumentao da educao algo mais que a simples preparao de quadros tcnicos para responder s necessidades de desenvolvimento de uma rea GHSHQGHGDKDUPRQLDTXHVHFRQVLJDHQWUHDYRFDomRRQWROyJLFDGHVVHVHUVLWXDdo H WHPSRUDOL]DGR H DV FRQGLo}HV HVSHFLDLV GHVVD WHPSRUDOLGDGH H GHVVDsituacionalidade.

    Se a vocao ontolgica do homem a de ser sujeito e no objeto, ele s poder desenvolv-la se, refletindo sobre suas condies espaotemporais, introduzir-se nelas de maneira crtica. Quanto mais for levado a refletir sobre sua VLWXDFLRQDOLGDGH VREUH VHX HQUDL]DPHQWR HVSDoRWHPSRUDO PDLV HPHUJLUi GHODFRQVFLHQWHPHQWHFDUUHJDGRGHFRPSURPLVVRFRPVXDUHDOLGDGHGDTXDOporque sujeito, no deve ser simples espectador, mas na qual deve intervir cada vez mais.

    Paulo Freire. Educao e mudana. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979, p. 61 (com adaptaes).

    Julgue o item seguinte, referente s ideias e a aspectos lingusticos do texto acima.

    2 WHUPR SRUTXH VXEOLQKDGR QR WH[WR SRGHULD VHP SUHMXt]R SDUD D FRUUHomRgramatical e o sentido do texto, ser substitudo por por que.

    Questo 20 (CESPE) Mdico do Trabalho - CAIXA/2014

    Campos achava grande prazer na viagem que amos fazendo em trem de ferro. Eu confessava-lhe que tivera maior gosto quando ali ia em caleas tiradas a burros, umas atrs das outras, no pelo veculo em si, mas porque ia vendo, ao longe, c embaixo, aparecer a pouco e pouco o mar e a cidade com tantos aspectos pinturescos. O trem leva a gente de corrida, de afogadilho, desesperado, at a prpria estao de Petrpolis. E mais lembrava as paradas, aqui para beber caf, ali

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    para beber gua na fonte clebre, e finalmente a vista do alto da serra, onde os elegantes de Petrpolis aguardavam a gente e a acompanhavam nos seus carros e cavalos at a cidade; alguns dos passageiros de baixo passavam ali mesmo para os carros onde as famlias esperavam por eles.

    Campos continuou a dizer todo o bem que achava no trem de ferro, como prazer e como vantagem. S o tempo que a gente poupa! Eu, se retorquisse dizendo-lhe bem do tempo que se perde, iniciaria uma espcie de debate que faria a viagem ainda mais sufocada e curta. Preferi trocar de assunto e agarrei-me aos derradeiros minutos, falei do progresso, ele tambm, e chegamos satisfeitos cidade da serra.

    Machado de Assis, Memorial de Aires. RJ. Ed. Nova Aguilar. 1994 (com adaptaes).

    Acerca dos sentidos e das estruturas lingusticas do texto acima, julgue o seguinte item.

    1RWUHFKR(XVHUHWRUTXLVVHGL]HQGR-OKHEHPGRWHPSRTXHVHSHUGHVXEOLQKDGRQRWH[WRDSDUWtFXODVHUHFHEHFODVVLILFDomRGLVWLQWDHPFDGDRFRUUrQFLD

    Questo 21 (CESPE) Analista Judicirio MJ/2013

    Com base no Manual de Redao da Presidncia da Repblica (MRPR), julgue o item seguinte, acerca do tipo de linguagem e das caractersticas das comunicaes oficiais.

    Telegrama e correio eletrnico tm em comum a flexibilidade em sua forma estrutural, a celeridade da transmisso de informao e o baixo custo. Esses meios diferenciam-se, principalmente, pelo fato de que o correio eletrnico prescinde de certificao digital que ateste a identidade do remetente, conforme determina a lei.

    Questo 22 (CESPE) Diplomata Instituto Rio Branco/2011 (Adaptada)

    Poucos depoimentos eu tenho lido mais emocionantes que o artigo-reportagem de Oscar Niemeyer sobre sua experincia em Braslia. Para quem conhece apenas o arquiteto, o artigo poder passar por uma defesa em causa prpria o revide normal de um pai que sai de sua mansido costumeira para ir brigar por um filho em quem querem bater. Mas, para quem conhece o homem, o artigo assume propores dramticas. Pois Oscar no s o avesso do causdico, como um dos seres mais antiautopromocionais que j conheci em minha vida.

    Sua modstia no , como de comum, uma forma infame de vaidade. Ela no tem nada a ver com o conhecimento realista que Oscar tem de seu valor profissional e de suas possibilidades. a modstia dos criadores verdadeiramente integrados com a vida, dos que sabem que no h tempo a perder, preciso construir a beleza e a felicidade no mundo, por isso mesmo que, no indivduo, tudo to frgil e precrio.

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    Oscar no acredita em Papai do Cu, nem que estar um dia construindo braslias anglicas nas verdes pastagens do Paraso. Pe ele, como um verdadeiro homem, a felicidade do seu semelhante no aproveitamento das pastagens verdes da Terra; no exemplo do trabalho para o bem comum e na criao de condies urbanas e rurais, em estreita intercorrncia, que estimulem e desenvolvam este nobre fim: fazer o homem feliz dentro do curto prazo que lhe foi dado para viver.

    Eu acredito tambm nisso, e quando vejo aquilo em que creio refletido num depoimento como o de Oscar Niemeyer, velho e querido amigo, como no me emocionar?

    Vinicius de Moraes. Para viver um grande amor. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1982, p. 134-5 (com adaptaes)

    Julgue (C ou E) o item a seguir, relativo s estruturas lingusticas do texto.

    No texto, a linguagem foi empregada predominantemente em suas funes emotiva e potica.

    Questo 23 (CESPE) Analista de Correios Correios/2011 (Adaptada)

    Com o extraordinrio desenvolvimento cientfico e tecnolgico experimentado na segunda metade do sculo XX, estabeleceram-se as condies e o cenrio para a convergncia entre a informtica, a eletrnica e a comunicao. Esse fato leva o computador a centralizar funes que antes eram apresentadas por diversos meios GH FRPXQLFDomR $V WHFQRORJLDV GLJLWDLV VHJXQGR 3LHUUH /pY\ VXUJLUDP FRP Dinfraestrutura do ciberespao, novo espao de comunicao, de sociabilidade, de organizao e de transao, mas tambm novo mercado da informao e do FRQKHFLPHQWR 2 FLEHUHVSDoR DEUH FDPLQKRV SDUD D FLEHUFXOWXUD SHOD TXDO Dproduo e a disseminao de informaes so pautadas pelo dispositivo de comunicao todos-todos. Assim, no h apenas um emissor, mas milhares. De acordo com Lvy, a sociedade passou por trs etapas: as sociedades fechadas, voltadas cultura oral; as sociedades civilizadas, imperialistas, com uso da escrita; e, por ltimo, a cibercultura, relativa globalizao das sociedades. A cibercultura Forresponde ao momento em que nossa espcie, pela globalizao econmica, pelo adensamento das redes de comunicao e de transporte, tende a formar uma nica comunidade mundial, ainda que essa comunidade seja e quanto! desigual e FRQIOLWDQWHGL]/pY\

    Jorge K. Ijuim e Tas M. Tellaroli. Comunicao no mundo globalizado: tendncias no sculo XXI. In: Revista Ciberlegenda. UFF, ano 10, n. 20, jun./2008. Internet: (com

    adaptaes).

    Com relao organizao das ideias do texto, julgue o item a seguir.

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    $ H[FODPDomR H TXDQWR HP QHJULWR QR WH[WR FRQVWLWXL XPD PDQLIHVWDomRinformal de linguagem, associada ao discurso falado.

    Questo 24 (CESPE) Psiclogo SEDUC-AM/2011 (Adaptada)

    Uma aula como comida. O professor o cozinheiro. O aluno quem vai comer. Se a criana se recusa a comer, pode haver duas explicaes. Primeira: a criana est doente. A doena lhe tira a fome. Quando se obriga a criana a comer quando ela est sem fome, h sempre o perigo de que ela vomite o que comeu e acabe por odiar o ato de comer. assim que muitas crianas acabam por odiar as escolas. O vmito est para o ato de comer como o esquecimento est para o ato de aprender. Esquecimento uma recusa inteligente da inteligncia. Segunda: a comida no a comida que a criana deseja comer: nabo ralado, jil cozido, salada de espinafre... O corpo um sbio: no come tudo o que jogam para ele, mas opera com um delicado senso de discriminao. Algumas coisas ele deseja. Prova. Se so gostosas, ele come com prazer e quer repetir. Outras no lhe agradam, e ele recusa. A eu SHUJXQWR 2 TXH VH GHYH ID]HU SDUD TXH DV FULDQoDV WHQKDP YRQWDGH GH WRPDUVRUYHWH" 3HUJXQWD ERED 1XQFD YL FULDQoD TXH QmR HVWLYHVVH FRP YRQWDGH GHtomar sorvete. Mas eu no conheo nenhuma mgica que seja capaz de fazer que uma criana seja motivada a comer salada de jil com nabo. Nabo e jil no provocam sua fome.

    (...)

    As crianas tm, naturalmente, um interesse enorme pelo mundo. Os olhinhos delas ficam deslumbrados com tudo o que veem. Devoram tudo. Lembro-me da minha neta de um ano, agachada no gramado encharcado, encantada com uma minhoca que se mexia. Que coisa fascinante uma minhoca aos olhos de uma criana que a v pela primeira vez! Tudo motivo de espanto. Nunca esteve no mundo. Tudo novidade, surpresa, provocao curiosidade. Quando visitei uma reserva florestal no Esprito Santo, a biloga encarregada de educao ambiental me contou que era um prazer trabalhar com as crianas. No era necessrio nenhum artifcio de motivao. As crianas queriam comer tudo o que viam. Tudo provocava a fome dos seus olhos: insetos, pssaros, ninhos, cogumelos, cascas de rvores, folhas, bichos, pedras. (...) Os olhos das crianas tm fome de coisas que esto perto. (...) So brinquedos para elas. Esto naturalmente motivadas por eles. Querem com-los. Querem conhec-los.

    Rubem Alves. Por uma educao romntica. Campinas: Papirus, 2002, p. 82-4 (com adaptaes).

    A respeito das ideias veiculadas no texto acima e de suas estruturas lingusticas, julgue o item seguinte.

    Ao utilizar formas tpicas da linguagem oral e coloquial, produzindo um texto com tom predominantemente informal, o autor aproxima-se do leitor.

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    Questo 25 (CESPE) Analista de Correios - Letras Correios/2011 (Adaptada)

    Sr. Leitor

    No fui, e no sou, um escrevedor de cartas. Acredito que, no momento em que voc estiver lendo esta mensagem, meus sentimentos a respeito dela e, muitas vezes, em relao a voc podem ter mudado e isto me obrigaria a escrever outra mensagem para explicar a mudana e assim sucessivamente, em uma troca de correspondncia absurda.

    Com o telefone, a comunicao ficou mais fcil, mais direta. No gosto de falar ao telefone, mas, em minha juventude, contaminado por uma timidez excessiva que me impedia as investidas ao vivo, confesso um pouco envergonhado, j o utilizei para conquistas, cantadas, declaraes de amor.

    O tempo passou e, agora me dou conta, passo dias sem pegar no telefone e, na maioria das vezes, nem o atendo quando toca. Ele coisa do passado. Em compensao surgiu o email, isto , a volta s cartas. So cartas virtuais, mas, como nas de antigamente, sempre podemos escrever um pargrafo, parar, tomar um caf, recordar um fato, uma conversa, uma declarao de amor. Tudo isto com a vantagem de deixar o texto descansando at que a emoo acabe, ou diminua; e podemos corrigir os erros de portugus e de ansiedades. Estar voltando a epistolografia?

    O maior epistolgrafo (que palavra horrvel!) de todos os tempos foi, sem dvida, So Paulo. H quem diga que suas epstolas deram origem Educao a Distncia, j que ele difundia o cristianismo por meio de cartas para seus discpulos que moravam em cidades distantes como feso, Corinto, Roma etc.

    No passado, a carta era tema de obras literrias, msicas etc., etc. Temos vrios e belos contos e romances que so epistolares. Dostoievski e Goethe usaram este mtodo que j foi dado como acabado e agora volta com fora total via Internet. E aqui abro um parntese para dizer que epistolar um dos mais belos, vigorosos e cruis romances que li ultimamente, A Caixa Preta, do escritor israelense Amoz Oz.

    Na msica, em minha adolescncia, me comovia com a voz de Dalva de Oliveira cantando 4XDQGR R FDUWHLUR FKHJRXH PHX QRPH JULWRXFRP XPD FDUWD na PmRDQWHVXUSUHVDWmRUXGHQmRVHLFRPRSXGHFKHJDUDRSRUWmR.

    Braz Chediak. Internet: (com adaptaes).

    Deve-se a Roman Jakobson a discriminao das seis funes da linguagem na expresso e na comunicao humanas, conforme o realce particular que cada um dos componentes do processo de comunicao recebe no enunciado. Por isso mesmo, raro encontrar em uma nica mensagem apenas uma dessas funes, ou todas reunidas em um mesmo texto. O mais frequente elas se superporem, apresentando-se uma ou outra como predominante. No que se refere presena das funes da linguagem no texto acima apresentado, julgue o item seguinte.

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    A funo ftica se manifesta, no texto, nos versos transcritos nas linhas sublinhadas, nos quais se evidencia um trabalho de construo da linguagem para produzir sonoridades, ritmo e rimas, recursos caractersticos da produo de letras de composies musicais.

    Questo 26 (CESPE) Analista de Correios - Letras Correios/2011 (Adaptada)

    Deve-se a Roman Jakobson a discriminao das seis funes da linguagem na expresso e na comunicao humanas, conforme o realce particular que cada um dos componentes do processo de comunicao recebe no enunciado. Por isso mesmo, raro encontrar em uma nica mensagem apenas uma dessas funes, ou todas reunidas em um mesmo texto. O mais frequente elas se superporem, apresentando-se uma ou outra como predominante. No que se refere presena das funes da linguagem no texto acima apresentado, julgue o item seguinte.

    A funo emotiva, centrada no destinador ou emissor da mensagem, est presente no texto, o que se comprova pelo emprego de verbos na primeira pessoa, de segmentos com julgamentos subjetivos e de pronomes de primeira pessoa.

    Questo 27 (CESPE) Analista de Correios - Letras Correios/2011 (Adaptada)

    Deve-se a Roman Jakobson a discriminao das seis funes da linguagem na expresso e na comunicao humanas, conforme o realce particular que cada um dos componentes do processo de comunicao recebe no enunciado. Por isso mesmo, raro encontrar em uma nica mensagem apenas uma dessas funes, ou todas reunidas em um mesmo texto. O mais frequente elas se superporem, apresentando-se uma ou outra como predominante. No que se refere presena das funes da linguagem no texto acima apresentado, julgue o item seguinte.

    Presente no ato de falar sobre a linguagem, a funo metalingustica manifesta-se QRVHQXQFLDGRVTXHSDODYUDKRUUtYHOHPQHJULWRQRWH[WRH+iTXHPGLJDTXHsuas epstolas deram origem Educao a Distncia, j que ele difundia o FULVWLDQLVPR SRU PHLR GH FDUWDV SDUD VHXV GLVFtSXORV HP QHJULWR QR WH[WR QRVquais o autor tomou o prprio cdigo de comunicao como assunto da mensagem.

    Questo 28 (CESPE) Oficial da Polcia Militar PM-CE/2013

    Quem diria? A velha e dilapidada NASA, que nem possui mais meios prprios de mandar pessoas para o espao, acaba de mostrar que ainda tem esprito pico.

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    A prova o pouso perfeito do jipe-rob Curiosity em uma cratera de Marte recentemente. A saga de verdade comea agora, contudo. O Curiosity , disparado, o artefato mais complexo que terrqueos j conseguiram botar no cho de outro planeta. Com dezessete cmeras, a primeira sonda interplanetria capaz de fazer imagens em alta definio. Pode percorrer at dois quilmetros por dia.

    Trata-se de um laboratrio sobre rodas, equipado, entre outras coisas, com canho laser para pulverizar pedaos de rocha e sistemas que medem parmetros do clima marciano, como velocidade do vento, temperatura e umidade... A lista grande. Tudo para tentar determinar se, afinal de contas, Marte j foi hospitaleiro para formas de vida ou quem sabe at ainda o seja.

    Hoje se sabe que o subsolo marciano, em especial nas calotas polares, abriga enorme quantidade de gua congelada. E h pistas de que gua salgada pode escorrer pela superfcie do planeta durante o vero marciano, quando, em certos lugares, a temperatura fica entre 25 oC e 25 oC.

    Mesmo na melhor das hipteses, so condies no muito amigveis para a vida como a conhecemos. Mas os cientistas tm dois motivos para no serem to pessimistas, ambos baseados no que se conhece a respeito dos seres vivos na prpria Terra.

    O primeiro que a vida parece ser um fenmeno to teimoso, ao menos na sua forma microscpica, que aguenta todo tipo de ambiente inspito, das presses esmagadoras do leito marinho ao calor e s substncias txicas dos giseres. Alm disso, se o nosso planeta for um exemplo representativo da evoluo da vida Cosmos afora, isso significa que a vida aparece relativamente rpido quando um planeta se forma no caso da Terra, mais ou menos meio bilho de anos depois que ela surgiu (hoje o planeta tem 4,5 bilhes de anos).

    2XVHMDWHULDKDYLGRWHPSRQDIDVHPROKDGDGRSDVVDGRGH0DUWHSara que ao menos alguns micrbios aparecessem antes de serem destrudos pela deteriorao do ambiente marciano. Ser que algum deles no deu um jeito de se esconder no subsolo e ainda est l, segurando as pontas?

    Reinaldo Jos Lopes. In: Revista Serafina, 26/8/2012. Internet: (com adaptaes).

    Julgue o item a seguir, considerando a estrutura e os aspectos gramaticais do texto apresentado, bem como as ideias nele veiculadas.

    A expresso coloquial que encerra o texto VHJXUDQGR DV SRQWDV pode ser substituda, sem prejuzo para o sentido do texto, pela palavra subsistindo.

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    Questo 29 (CESPE) Analista Judicirio STM/2011

    Poeminha Dodi

    Quando os caras to doente, Vm a mim; Eu olho eles, espeto eles, Corto eles. Eles curam ou no curam, Vivem ou vo pro alm. Qu queu acho? Eu cobro, E tudo bem.

    Millr Fernandes. Poemas. Porto Alegre: L&PM, 2001, p. 166

    Com relao aos sentidos do poema acima e ao nvel de formalidade da linguagem nele empregada, julgue o item a seguir.

    2WHUPRDodiQR WtWXORGRSRHPDSHUWHQFHj OLQJXDJHPRUDO LQIDQWLOSRU LVVRconfigura-se como vocbulo coloquial e informal, sendo um recurso para conferir humor ao texto.

    Questo 30 (CESPE) Nvel Superior TRE-BA/2009

    A pluralidade tnica dos brasileiros impressionava vivamente os estrangeiros que, desde 1808, se avolumavam como viajantes, naturalistas ou comerciantes no pas. Apesar disso, para alm do espanto dos viajantes, so raros os registros dessa convivncia intertnica do sculo passado fora da clssica relao senhor-escravo.

    Em um processo-crime de 1850, ocorrido no municpio fluminense de Rio Claro, encontramos um raro flagrante de tal convivncia e das tenses do dia a dia dos brasileiros oitocentistas.

    Antnio Ramos foi processado pelo assassinato do negociante Feliciano Lisboa e de VXDFDVHLUDDPiVLD,VDEHO/HPH7RGDVDVWHVWHPXQKDVTXHGHSXVHUDPFRQWUDele no processo acreditavam que o motivo do crime fora uma vingana pelo fato de Isabel t-lo chamado de negro aps um jantar na casa das vtimas.

    O que verdadeiramente interessa no caso que, no processo, a indignao de Ramos, apesar de ele ter sido considerado um homem violento, pareceu compreensvel aos depoentes. Ainda que ele no tivesse justificado seu ato extremo, nenhuma das testemunhas negou-lhe razo por ter raiva de Isabel, que, afinal, o recebera em casa. rara, na documentao, referncia to explcita convivncia intertnica no nvel privado bem como s normas de comportamento e tenses que implicava, consubstanciadas no sentido pejorativo que a qualificao negro, dada por Isabel ao seu convidado, tinha para os que conviviam com eles, ou seja, no foi o convite de Lisboa e Isabel para que Ramos jantasse em sua casa um homem livre, ao que tudo indica, descendente de africanos que causou estranheza s testemunhas, mas o fato de que, nessa situao, a anfitri o tivesse chamado de negro, desqualificando-o, desse modo, como hspede mesa do casal.

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    Como regra geral, o que se depreende da leitura desse processo bem como da de outros documentos similares que a palavra negro foi utilizada na linguagem coloquial, por quase todo o sculo XIX, como uma espcie de sinnimo de escravo ou ex-escravo, com variantes que definiam os diversos tipos de cativos, como o africano comumente chamado de preto at meados do sculo ou o cativo nascido no Brasil conhecido como crioulo , entre outras variaes locais ou regionais. Apesar disso, 41% da populao livre do Imprio, recenseada em 1872, era formada por descendentes de africanos.

    Hebe M. Mattos de Castro. Laos de famlia e direitos no final da escravido. In: Histria da vida privada no Brasil: Imprio. Coordenador-geral Fernando A. Novais; organizador do

    volume Luiz Felipe de Alencastro. vol. 2. So Paulo: Companhia das Letras, 1997, p. 341-3 (com adaptaes)

    Julgue o item que se segue, relativo a aspectos gramaticais do texto.

    Na convivncia diria no decorrer do sculo XIX, a linguagem coloquial admitia YDULDQWHVGDSDODYUDQHJURSDUDGHVLJQDURVGLYHUVRVWLSRVGHFDWLYRVTXHYLYLDP no Brasil, conforme atestam documentos como o processo-crime citado no texto.

    Questo 31 (CESPE) Tcnico de tecnologia da informao FUB/2008

    Da utilidade dos animais

    Terceiro dia de aula. A professora um amor. Na sala, estampas coloridas mostram DQLPDLVGHWRGRVRVIHLWLRVeSUHFLVRTXHUHUEHPDHOHVGL]DSURIHVVRUDFRPXPsorriso que envolve toda a fauna, protegendo-D(OHVWrPGLUHLWRjYLGDFRPRQyValm disso so muito teis. Quem no sabe que o cachorro o maior amigo da gente? Cachorro faz muita falta. Mas 4 no s ele no. A galinha, o peixe, a YDFD7RGRVDMXGDP Aquele cabeludo ali, professora, tambm ajuda?

    Aquele? o iaque, um boi da sia Central. Aquele serve de montaria e de burro de carga. Do plo se fazem perucas 7 bacaninhas. E a carne, dizem que gostosa.

    Mas se serve de montaria, como que a gente vai comer ele?

    Bem, primeiro serve para uma coisa, depois para outra. Vamos adiante. Este o texugo. Se vocs quiserem pintar a parede do quarto, escolham pincel de texugo. Parece que timo.

    Ele faz pincel, professora?

    Quem, o texugo? No, s fornece o plo. Para pincel de barba tambm, que o Arturzinho vai usar quando crescer. Arturzinho afirmou que pretende usar barbeador eltrico. Alm do mais, no gostaria de pelar o texugo, uma vez que devemos gostar dele, mas a professora j explicava a utilidade do canguru:

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    Bolsas, malas, maletas, tudo isso o couro do canguru d pra gente. No falando na carne. Canguru utilssimo.

    Vivo, fessora?

    A vicunha, que vocs esto vendo a, produz... produz maneira de dizer, ela fornece, ou por outra, com o plo dela ns preparamos ponchos, mantas, cobertores etc.

    Depois a gente come a vicunha, n, fessora?

    Daniel, no preciso comer todos os animais. Basta retirar a l da vicunha, que torna a crescer...

    E a gente torna a cortar? Ela no tem sossego, tadinha.

    Vejam agora como a zebra camarada. Trabalha no circo, e seu couro listrado serve para forro de cadeira, de almofada e para tapete. Tambm se aproveita a carne, sabem?

    A carne tambm listrada? pergunta que desencadeia riso geral.

    No riam da Betty, ela uma garota que quer saber direito as coisas. Querida, eu nunca vi carne de zebra no aougue, mas posso garantir que no listrada. Se fosse, no deixaria de ser comestvel por causa disto. Ah, o pingim? Este vocs j conhecem da praia do Leblon, onde costuma aparecer, trazido pela correnteza. Pensam que s serve para brincar? Esto 28 enganados. Vocs devem respeitar o bichinho. O excremento no sabem o que ? O coc do pingim um adubo maravilhoso: guano, rico em nitrato. O leo feito com a gordura do pingim...

    A senhora disse que a gente deve respeitar. Claro. Mas o leo bom.

    Do javali, professora, duvido que a gente lucre alguma coisa. Pois lucra. O plo d escovas de tima qualidade.

    E o castor? Pois quando voltar a moda do chapu para homens, o castor vai prestar muito servio. Alis, j presta, com a pele usada para agasalhos. o que se pode chamar um bom exemplo.

    Eu, hem?

    Dos chifres do rinoceronte, Bel, voc pode encomendar um vaso raro para o living de sua casa. Do couro da girafa, Lus Gabriel pode tirar um escudo de verdade, deixando os plos da cauda para Teresa fazer um bracelete genial. A tartarugamarinha, meu Deus, de uma utilidade que vocs no calculam. Comem-se os ovos e toma-se a sopa: uma de-l-cia. O casco serve para fabricar pentes, cigarreiras, tanta coisa... O bigu engraado.

    Engraado, como? Apanha peixe pra gente.

    Apanha e entrega, professora?

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    No bem assim. Voc bota um anel no pescoo dele, e o bigu pega o peixe mas no pode engolir. Ento voc tira o peixe da goela do bigu.

    Bobo que ele .

    No. til. Ai de ns se no fossem os animais que nos ajudam de todas as maneiras. Por isso que eu digo: devemos amar os animais, e no maltrat-los de jeito nenhum. Entendeu, Ricardo?

    Entendi. A gente deve amar, respeitar, pelar e comer os animais, e aproveitar bem o plo, o couro e os ossos.

    Carlos Drummond de Andrade. De notcias & no-notcias faz-se a crnica. Rio de Janeiro: Record, 1993, p. 113-5 (com adaptaes).

    A respeito das ideias e da tipologia do texto, julgue o item a seguir.

    'HYLGRjSUHVHQoDGHFRQVWUXo}HVFRPRIHVVRUDHPQHJULWRQRWH[WRHWDGLQKD(em negrito no texto), percebe-se que o autor reproduz pela escrita a forma como as personagens falam.

    Questo 32 (CESPE) Diplomata Instituto Rio Branco/2010

    A poesia ao meu alcance s podia ser a humilde nota individual; mas, como eu disse, no encontrei em mim a tecla do verso, cuja ressonncia interior no se confunde com a de nenhum timbre artificial. Quando mesmo, porm, eu tivesse recebido o dom do verso, teria naufragado, porque no nasci artista. Acredito ter recebido como escritor, tudo relativo, um pouco de sentimento, um pouco de pensamento, um pouco de poesia, o que tudo junto pode dar, em quem no teve o verso, uma certa medida de prosa rtmica; mas da arte no recebi seno a aspirao por ela, a sensao do rgo incompleto e no formado, o pesar de que a natureza me esquecesse no seu coro, o vcuo da inspirao que me falta... Ustedes PHHQWLHQGHQ2DUWLVWD disse Novalis deve quHUHUHSRGHUUHSUHVHQWDUWXGRDessa faculdade de representar, de criar a menor representao das coisas quanto mais uma realidade mais alta do que a realidade, como queria Goethe fui inteiramente privado. Nem todos os que tm o dom do verso so por natureza artistas, e nem todos os artistas tm o dom do verso; a prosa os possui como a poesia; a mim, porm, no coube em partilha nem o verso nem a arte.

    singular como, entre ns, se distribui o ttulo de artista. Muitas vezes, tenho lido e ouvido falar de Rui Barbosa como de um artista, pelo modo por que escreve a prosa. No mesmo sentido, poder-se-ia chamar a Krupp artista: a fundio , de alguma forma, uma arte, uma arte ciclpica, e de Rui Barbosa no exagerado dizer, pelos blocos de ideias uns sobre os outros e pelos raios que funde, que verdadeiramente um ciclope intelectual. Mas o artista? Existir nele a camada da arte? Se existe, e bem natural, ainda jaz desconhecida dele mesmo por baixo das superposies da erudio e das leituras. Eu mesmo j insinuei uma vez: ningum sabe o diamante que ele nos revelaria, se tivesse a coragem de cortar, sem piedade, a montanha de luz, cuja grandeza tem ofuscado a Repblica, e de reduzi-la a uma pedra.

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    Joaquim Nabuco. Minha formao. Braslia: Editora Universidade de Braslia, 1981, p. 64-65.

    Assinale a opo que apresenta o trecho do texto em que foi empregada apenas linguagem denotativa.

    a) "no encontrei em mim a tecla do verso, cuja ressonncia interior no se confunde com a de nenhum timbre artificial" (sublinhado no texto).

    b) "Quando mesmo, porm, eu tivesse recebido o dom do verso, teria naufragado, porque no nasci artista" (sublinhado no texto).

    c) "mas da arte no recebi seno a aspirao por ela, a sensao do rgo incompleto e no formado" (sublinhado no texto).

    d) "Nem todos os que tm o dom do verso so por natureza artistas, e nem todos os artistas tm o dom do verso" (sublinhado no texto).

    e) "ningum sabe o diamante que ele nos revelaria, se tivesse a coragem de cortar, sem piedade, a montanha de luz" (sublinhado no texto).

    Questo 33 (CESPE) Professor SAEB-BA/2011

    HISTRIA MANJADA

    GAL CANASTRO

    TIROS E PERSEGUIES

    EFEITOS GRATUITOS

    MAIS TIROS E PERSEGUIES

    FINAL PREVISVEL

    Conhea outro jeito de fazer cinema.

    Cine Conhecimento.

    No canal PLUS.

    Alm de exibir filmes de diversos pases, o programa traz anlises, comentrios, curiosidades e detalhes da produo.

    No perca! Tem sempre um bom filme para voc!

    Revista Monet. n.o 91, out./2010, contracapa (com adaptaes).

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    Pelos sentidos e pelas estruturas lingusticas do texto, correto concluir TXH R HPSUHJR GH &RQKHoD HP QHJULWR QR WH[WR H 1mR SHUFD HPnegrito no texto) indica que a funo da linguagem predominante no texto a

    a) metalingustica.

    b) potica.

    c) conativa.

    d) expressiva.

    Questo 34 (CESPE) Diplomata Instituto Rio Branco/2009 (Texto para as questes 34 e 35)

    Texto 5

    Em sucessivos relatrios do ministro da Fazenda em meados da dcada de 1880, aludia-se ao fato de vrias assembleias provinciais estabelecerem impostos sobre a exportao, uma parte da receita dos quais podiam reter, e tambm sobre a importao, o que era expressamente vedado pela Constituio. Sob presso de associaes comerciais e dos delegados regionais da Fazenda, diversas assembleias foram foradas a votar a supresso desses impostos. O Visconde Paranagu, em seu relatrio para 1883, informava que apenas Pernambuco, Bahia e Maranho ainda resistiam. A questo da repartio dos impostos e das competncias de cada ente federativo parece, portanto, mais antiga que a prpria Repblica.

    Gustavo H. B. Franco (organizao, introduo e comentrios). A economia em Machado de Assis: o olhar oblquo do acionista. Rio de Janeiro: Zahar, 2007, p. 59 (com adaptaes).

    Texto 6

    Impostos inconstitucionais...

    Ontem, ao voltar uma esquina, dei com os impostos inconstitucionais de Pernambuco. Conheceram-me logo, eu que, ou por falta de vista, ou porque realmente eles estejam mais gordos, no os conheci imediatamente. Conheci-os pela voz, vox clamantis in deserto. Disseram-me que tinham chegado no ltimo paquete. O mais velho acrescentou at que agora ho de repetir com regularidade estas viagens corte.

    A gente, por mais inconstitucional que seja, concluiu ele, no h de morrer de aborrecimento na cela das probabilidades. Uma chegadinha corte, de quando em quando, no faz mal a ningum, exceto...

    Exceto...?

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    Isso agora querer perscrutar os nossos pensamentos ntimos. Exceto o diabo que o carregue, est satisfeito? No h coisa nenhuma que no possa fazer mal a algum, seja quem for. Falei de um modo geral e abstrato. (...)

    So todos inconstitucionais?

    Todos.

    Vamos aqui para calada. E agora, que tencionam fazer?

    Agora temos de ir ao imperador, mas confesso, meu amigo, receamos perder tempo. Voc conhece a velha mxima que diz que a histria no se repete?

    Creio que sim.

    Ora bem, o nosso caso. Receamos que o imperador, ao dar conosco, fique aborrecido de ver as mesmas caras e, por outro lado, como a histria no se repete... Voc, se fosse imperador, que que faria?

    Eu, se fosse imperador? Isso agora mais complicado. Eu, se fosse imperador, a primeira coisa que faria era ser o primeiro ctico do meu tempo. Quanto ao caso de que se trata, faria uma coisa singular, mas til: suprimiria os adjetivos.

    Os adjetivos?

    Vocs no calculam como os adjetivos corrompem tudo, ou quase tudo; e, quando no corrompem, aborrecem a gente, pela repetio que fazemos da mais nfima galanteria. Adjetivo que nos agrada est na boca do mundo.

    Mas que temos ns outros com isso?

    Tudo; vocs como simples impostos so excelentes, gorduchos e corados, cheios de vida. O que os corrompe e faz definhar o epteto de inconstitucionais. Eu, abolindo por um decreto todos os adjetivos de Estado, resolvia de golpe esta velha questo, e cumpria esta mxima que tudo o que tenho colhido da histria e da poltica, que a dou por dois vintns a todos os que governam o mundo: os adjetivos passam, e os substantivos ficam.

    Machado de Assis. In: Gazeta de notcias (18811900). Balas de Estalo. Rio de Janeiro, 16/5/1885.

    Acerca das ideias e dos sentidos do texto 6, assim como de suas estruturas lingusticas e organizao textual, julgue (C ou E) o item subsequente.

    O narrador recorreu funo metalingustica da linguagem para formular, ao final da crnica, sua mxima, carregada de arbitrariedade.

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    Questo 35 (CESPE) Diplomata Instituto Rio Branco/2009 Com relao ao texto 5 e ao texto 6, julgue (C ou E) o item a seguir.

    No texto 5, narrativa de cunho histrico acerca de tema da economia brasileira, o autor emprega predominantemente linguagem referencial e objetiva.

    Questo 36 (CESPE) Tcnico de Atividade Judiciria TJ-RJ/2008

    O princpio de que o Estado necessita de instrumentos para agir com rapidez em situaes de emergncia est inscrito no arcabouo jurdico brasileiro desde a primeira Constituio, de 1824, dois anos aps a Independncia, ainda no Imprio. A figura do decreto-lei, sempre disposio do Poder Executivo, ficou marcada no regime militar, quando a caneta dos generais foi acionada a torto e a direito, ao largo do Congresso, cujos poderes eram sufocados pela ditadura. Com a redemocratizao, sacramentada pela Constituio de 1988, sepultou-se o decreto-lei, mas no o seu esprito, reencarnado na medida provisria.

    No se discute a importncia de o Poder Executivo contar com dispositivos legais que permitam ao governo baixar normas, sem o crivo imediato do Congresso, que SUHHQFKDPRVUHTXLVLWRVGDUHOHYkQFLDHXUJrQFLD2SUREOHPDHVWiQDGRVDJHPque, se exagerada, como ocorre atualmente, sufoca o Poder Legislativo.

    O Globo, 19/3/2008 (com adaptaes)

    A funo da linguagem predominante no texto

    a) metalingustica.

    b) potica.

    c) expressiva.

    d) apelativa.

    e) referencial.

    Questo 37 (CESPE) Diplomata Instituto Rio Branco/2003

    Mistura lingustica

    Muita gente, em vrios pases, fala um pouco de ingls todo dia sem perceber. Sem FRQWDU R LQIRUPDWLTXrV FXMRV YHUEHWHV como megabyte, browser, hard disk, software so expresses do mais puro ingls, muitas outras palavras do dia-a-dia de brasileiros, franceses, alemes e, principalmente, japoneses tm origem no idioma breto. Futebol (football), sanduche (sandwich) e deletar (verbo criado a partir de to delete, suprimir) so exemplos conhecidos de anglicismo (uso de

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    expresses em ingls ou originadas dele) no portugus. Os alemes apertam o resetknopf (reset button ou boto de reset) para iniciar o computador. E os franceses, conhecidos por sua ojeriza a estrangeirismos, despedem-se dos colegas de trabalho na sexta-feira dizendo bon weekend.

    A situao do japons particularmente curiosa. Estima-se que cerca de vinte mil palavras do vocabulrio moderno tenham origem no ingls. Sorvete aisukurimu, de ice cream. Ar condicionado eacon, de air conditioner. E banheiro deixou de ser obenjyo para se tornar toir, de toillet.

    A histria dessa imposio lingustica certamente desperta animosidades. Na ndia, por exemplo, onde o ingls uma das lnguas oficiais, ele no muito ouvido nas ruas. Falar ingls ainda lembra um passado de opresso.

    Galileu, fev./2002, p. 37 (com adaptaes).

    Julgue o item a seguir, que se refere s ideias e s estruturas do texto acima.

    A seleo de argumentos e do vocabulrio mostra o grau de engajamento do autor em face do assunto: paralelamente s funes referencial e metalingustica, que veiculam informaes objetivas, h marcadores lingusticos que deixam entrever elementos subjetivos.

    Questo 38 (CESPE) Policial Rodovirio Federal PRF/2008

    No tempo de andarilho

    Prospera pouco no Pantanal o andarilho. Seis meses, durante a seca, anda. Remi caminhos e descaminhos. Abastece de perna as distncias. E, quando as estradas somem, cobertas por guas, arrancha.

    O andarilho um antipiqueteiro por vocao. Ningum o embuala. No tem nome nem relgio. Vagabundear virtude atuante para ele. Nem um idiota programado, como ns. O prprio esmo que o erra.

    Chega em geral com escuro. No salva os moradores do lugar. Menos por deseducado. Seno por alheamento e fastio. Abeira-se do galpo, mais dois cachorros, magros, pede comida, e se recolhe em sua vasilha de dormir armada no tempo. Cedo, pela magrez dos cachorros que esto medindo o ptio, toda a fazenda VDEHTXH%HUQDUGmRFKHJRX9HQKRGRRFRGRPXQGR9RXSDUDRRFRGRPXQGR a nica coisa que ele adianta. O que no adianta.

    (...)

    Enquanto as guas no descem e as estradas no se mostram, Bernardo trabalha pela bia. Claro que resmunga. Est com raiva de quem inventou a enxada. E vai assustando o mato como um feiticeiro.

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    Os hippies o imitam por todo o mundo. No faz entretanto braso de seu pioneirismo. Isso de entortar pente no cabelo intratvel ele pratica de velho. A adeso pura natureza e a inocncia nasceram com ele. Sabe plantas e peixes mais que os santos. No sei se os jovens de hoje, adeptos da natureza, conseguiro restaurar dentro deles essa inocncia. No sei se conseguiro matar dentro deles a centopia do consumismo. Porque, j desde nada, o grande luxo de Bernardo ser ningum. Por fora galalau. Por dentro no arredou de criana. ser que no conhece ter. Tanto que inveja no se acopla nele.

    Manoel de Barros. Livro de pr-coisas: roteiro para uma excurso potica no Pantanal. 2.a ed. Rio de Janeiro: Record, 1997, p. 47-8.

    Utilizando a funo potica da linguagem, o autor do texto

    a) faz apologia do modo de vida do andarilho e, conseqentemente, de todos aqueles que desprezam o trabalho.

    b) critica os valores de indivduos que compem a sociedade atual ao contrapor-lhes a beleza que percebe na figura do andarilho.

    c) apresenta a figura idealizada do andarilho, buscando convencer o leitor a se solidarizar com pessoas margem da sociedade e a lhes oferecer emprego.

    d) descreve um andarilho cujo objetivo " ser ningum", para ressaltar a influncia desse tipo social no movimento tanto de jovens que romperam com os valores sociais estabelecidos quanto dos jovens consumistas.

    e) desaprova o modo de vida do andarilho, como comprova o trecho "Vagabundear virtude atuante para ele".

    Questo 39 (CESPE) Diplomata - Instituto Rio Branco/2010 27H[WR9pYiOLGRSDUDDVTXHstes 39, 40, 41 e 42)

    (Adaptada)

    Texto V

    As turmas povoadoras que para l [Acre] seguiam deparavam com um estado social que ainda mais lhes engravecia a instabilidade e a fraqueza. Aguardava-as, e ainda as aguarda, a mais imperfeita organizao do trabalho que ainda engenhou o egosmo humano.

    Repitamos: o sertanejo emigrante realiza, ali, uma anomalia sobre a qual nunca demasiado insistir: o homem que trabalha para escravizar-se. Ele efetua, sua custa e de todo em todo desamparado, uma viagem difcil, em que os adiantamentos feitos pelos contratadores insaciveis, inados de parcelas fantsticas e de preos inauditos, o transformam as mais das vezes em devedor para sempre insolvente.

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    A sua atividade, desde o primeiro golpe de machadinha, constringe-se para logo num crculo vicioso inaturvel: o debater-se exaustivo para saldar uma dvida que se avoluma, ameaadoramente, acompanhando-lhe os esforos e as fadigas para sald-la. E v-se completamente s na faina dolorosa. A explorao da seringa, neste ponto pior que a do caucho, impe o isolamento. H um laivo siberiano naquele trabalho. Dostoivski sombrearia as suas pginas mais lgubres com esta tortura: a do homem constrangido a calcar durante a vida inteira a mesma HVWUDGD GH TXH HOH p R ~QLFR WUDQVHXQWH WULOKD REVFXUHFLGD HVWUHLWtVVLPD Hcirculante, ao mesmo ponto de partida. Nesta empresa de Ssifo a rolar em vez de um bloco o seu prprio corpo partindo, chegando e partindo nas voltas constritoras de um crculo demonaco, no seu eterno giro de encarcerado numa priso sem muros, agravada por um ofcio rudimentar que ele aprende em uma hora para exerc-lo toda a vida, automaticamente, por simples movimentos reflexos se no o enrija uma slida estrutura moral, vo-se-lhe, com a inteligncia atrofiada, todas as esperanas, e as iluses ingnuas, e a tonificante alacridade que o arrebataram quele lance, ventura, em busca da fortuna.

    Euclides da Cunha, 1866-1909. Um clima caluniado (fragmento). In: Um paraso perdido: reunio de ensaios amaznicos. Seleo e coordenao de Hildon Rocha. Petrpolis: Vozes,

    Braslia, INL (coleo Dimenses do Brasil, v.1), 1976, p. 131-2 (com adaptaes).

    Texto VI

    Sobretudo naturalista e positivista, Euclides foi rejeitado pelo Modernismo. A retrica do excesso, o registro grandloquo, o tom altssono s poderiam ser avessos ao esprito modernista. Acrescente-se a isso sua preocupao com o uso de uma lngua portuguesa castia e at arcaizante, ao tempo em que Mrio de Andrade ameaava todo mundo com seu projeto de escrever uma Gramatiquinha da fala brasileira.

    No entanto, mal sabiam os modernistas que, em Euclides, contavam com um abridor de caminhos. As numerosas emendas a que submeteu as sucessivas edies de Os Sertes, enquanto viveu, apontam para um progressivo abrasileiramento do discurso. No longo processo de emendar seu prprio texto, a prosdia ia, aos poucos, sobrepujando a ortoepia, esta, sim, portuguesa, mostrando que o ouvido do autor ia desautorizando sua sintaxe e, principalmente, sua colocao de pronomes anterior. Ainda mais, o Modernismo daria continuidade a algumas das preocupaes de Euclides com os interiores do pas e com a repulsa macaqueao europeia nos focos populacionais litorneos. Partilharia igualmente com ele a reflexo sobre a especificidade das condies histricas do pas, na medida em que, j em Os Sertes, Euclides realizara um mapeamento de temas que se tornariam centrais na produo intelectual e artstica do sculo XX, ao analisar o negro, o ndio, os pobres, os sertanejos, a condio colonizada, a religiosidade popular, as insurreies, o subdesenvolvimento e a dependncia. A fincaram suas razes no s o Modernismo, mas tambm o romance regionalista de 1930 e o nascimento das cincias sociais no pas na dcada de 40 do sculo passado. Muitas dessas preocupaes no eram, evidentemente, exclusivas de Euclides, mas comuns s elites ilustradas nas quais ele se integrava e das quais se destacou ao escrever Os Sertes.

    Walnice Nogueira Galvo. Polifonia e paixo (fragmento). In: Euclidiana: ensaios sobre Euclides da Cunha. So Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 28-9 (com adaptaes).

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    Com base nos textos V e VI, julgue o item subsequente.

    Por serem trechos de ensaios, os textos V e VI apresentam-se em linguagem desprovida de informalidade, predominando, no texto V, a funo potica da linguagem e, no texto VI, a funo conativa.

    Questo 40 (CESPE) Diplomata - Instituto Rio Branco/2010

    Acerca de aspectos morfolgicos e semnticos de vocbulos do texto V, julgue C ou E.

    Os vocbulos "instabilidade" (sublinhado no texto), "imperfeita" (sublinhado no texto), "inados" (sublinhado no texto) e "impe" (sublinhado no texto) so formados por prefixo cujo valor semntico denota privao ou negao.

    Questo 41 (CESPE) Diplomata - Instituto Rio Branco/2010

    Acerca de aspectos morfolgicos e semnticos de vocbulos do texto V, julgue C ou E.

    O vocbulo "inaturvel" (em negrito no texto) formado por derivao e tem o mesmo radical do vocbulo desnaturado.

    Questo 42 (CESPE) Diplomata - Instituto Rio Branco/2010

    Acerca de aspectos morfolgicos e semnticos de vocbulos do texto V, julgue C ou E.

    Denomina-se prefixao o processo de formao dos seguintes vocbulos: "anomalia" (sublinhado no texto), "alacridade" (sublinhado no texto) e "arrebataram" (sublinhado no texto).

    Questo 43 (CESPE) Diplomata Instituto Rio Branco/2007

    Frente tradio hindu que h 2.500 anos divide a sociedade indiana em mais de 2.000 castas, os 60 anos dos ideais liberais de Gandhi e os 10 anos da legalizao do casamento entre castas revelam-se impotentes para transformar a organizao hierrquica da sociedade. Em confronto direto com o costume milenar, o governo da ndia oferece uma recompensa de R$ 2.400 para homens e mulheres de diferentes grupos sociais que formalizem sua unio.

    O dinheiro equivale ao dobro da renda per capita anual do pas. O governo justifica que a medida um passo para a reacomodao das desigualdades. Para grande parte da sociedade, um passo no escuro.

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    O governo que j enfrenta protesto contra cotas em universidades v-se, agora, diante de um desafio maior. O esquema est sob ataque de todos os lados. Os conservadores alegam que a medida gatilho para o caos social. Os liberais sustentam que poucos vo receber a oferta porque o dinheiro vai desaparecer no bolso de autoridades corruptas.

    Indianos de castas mais baixas dizem que rejeitariam a recompensa, pois perderiam o acesso preferencial s universidades, garantido pelas j controversas cotas. Hoje, o governo oferece 22,5% das vagas aos intocveis, os ltimos na hierarquia hindu, mas pretende aument-las para 50%.

    6HLTXHHVWDQmRpD~QLFDPDQHLUDGHS{UXPILPjGLVFULPLQDomRPDVpSUHFLVRcomear GH DOJXP OXJDU GHIHQGH D PLQLVWUD GD -XVWLoD 6RFLDO 3DUD D VRFLyORJDRadhika Chopra, a oferta uma forma de sinalizar que esses casamentos no GHYHP VHU FRQGHQDGRV &RP D PHGLGD R JRYHUQR DSyLD RV LQGLYtGXRV TXHtransgrediram barreiras sociais e mosWUD TXH SRGHP IXQFLRQDU FRPR H[HPSORVacrescenta a sociloga.

    Jornal do Brasil, 17/12/2006 (com adaptaes).

    No que se refere a funes da linguagem, predomina, no texto, a funo

    a) ftica, visto que o autor do texto busca, de forma sutil, convencer os leitores dos benefcios do projeto que visa incentivar o casamento entre pessoas pertencentes a castas diferentes.

    b) referencial, dado que a nfase recai nas informaes a respeito de determinado assunto.

    c) emotiva, dado que so as falas das autoridades entrevistadas que direcionam a forma como as informaes so apresentadas.

    d) conativa, visto que as opinies expressas esto devidamente referenciadas, no havendo, portanto, perda de objetividade na transmisso das informaes.

    e) metalingustica, haja vista o foco em aspectos intertextuais, como demonstram as diversas vozes que acompanham a informao divulgada.

    Questo 44 (CESPE) Analista Judicirio STM/2010

    Entre os crimes propriamente militares aqueles tipificados no Cdigo Penal Militar (CPM) e que somente podem ser cometidos por militares no exerccio de suas atribuies funcionais , tem aqui destaque aquele de maior repercusso na tropa e de srias consequncias para a manuteno da disciplina e da operacionalidade das Foras Armadas: a desero. Esse delito definido no CPM como o ato de DXVHQWDU-se o militar, sem licena, da unidade em que serve, ou do lugar em que GHYHSHUPDQHFHUSRUPDLVGHRLWRGLDV&30DUW

    No que se refere gravidade do delito em questo, alguns estudiosos entendem haver excessivo rigor no tratamento dispensado ao desertor, como, por exemplo, a

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    priso imediata, aps sua captura ou apresentao voluntria, por perodo de at sessenta dias, conforme previsto no Cdigo de Processo Penal Militar (CPPM). Entretanto, para o militar responsvel pela manuteno da operacionalidade do efetivo que lhe confiado como comandante de frao, subunidade ou unidade, a desero apresenta elevado grau de potencial ofensivo. O militar treinado para cumprir misses por vezes arriscadas e que podem trazer em seu mago perigo tambm para os outros integrantes do grupo que comanda. A nao nele investe e dele espera a retribuio de sua misso constitucional. Sua ausncia representar um vcuo no organismo a que pertence.

    Assim, a desero um crime gravssimo para as instituies militares, porquanto atinge diretamente um de seus 28 pilares bsico: a disciplina. Tanto verdadeira essa afirmao que a prpria lei substantiva castrense estabelece para esse tipo de delito criminal, em tempo de guerra e em presena de 31 inimigo, sanes que podem ir de um mnimo de vinte anos de recluso pena capital.

    Max Hoertel. Crimes propriamente militares: a desero. In: STM em Revista, ano 3, n.o 4, jul./dez./ 2006. P. 16-7. Internet: (com adaptaes)

    Com relao s ideias e estruturas morfossintticas do texto acima, julgue o prximo item.

    $VSDODYUDVGHVHUWRU VXEOLQKDGRQR WH[WRHLQWHJUDQWHVVXEOLQKDGRQR WH[WRso ambas formadas por processo de derivao sufixal em que os respectivos sufixos evidenciam o sentido de agente.

    Questo 45 (CESPE) Diplomacia Instituto Rio Branco/2010

    A questo de uma identidade latino-americana tornou-se no apenas atual, mas premente, sobretudo ao longo do sculo XX. Sua origem est em uma experincia marcante de contraste e de contradio com a memria do regime colonial, com os projetos nacionais e liberais decorrentes dos processos de autonomia poltica, com os mecanismos de dependncia econmica e financeira e, principalmente, com a pluralidade da composio social de suas populaes.

    Uma das caractersticas do esforo de autodefinio das sociedades latino-americanas desenvolve-se mais particularmente na segunda metade do sculo, com a grande variedade de ensaios de cunho literrio e com os resultados das cincias sociais obtidos por latino-americanos, que passam a desempenhar papel relevante no cenrio mundial. A Amrica que vinha sendo dita latina por terceiros quer proclamar-se Amrica e latina por si prpria. A simples contraposio com a Europa (em especial com as antigas metrpoles coloniais) ou com a Amrica de lngua inglesa tem grandes lacunas. O sentimento generalizado de pertencimento histria da expanso da cultura europeia necessrio, mas no suficiente para consolidar a legitimidade social e cultural da composio e da pluralidade social na Amrica de fala espanhola e portuguesa. E isso mesmo se essas Amricas receberam significativa contribuio de correntes migratrias renovadas. Os caminhos percorridos nos Estados Unidos da Amrica (EUA) e no Canad foram e so bem distintos dos que percorrem as Amricas latinas.

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    Assim, so os prprios latino-americanos ou brasileiros que procuram ser latino-americanistas ou brasilianistas, no apenas por sorte de ousadia poltica, mas por fora de abordagem cientfica da constituio eventual de uma latino-americanidade alada dos traos de formao social e cultural de suas sociedades. O objetivo de conceber e redigir uma histria em que o tom fosse dado por latinoamericanos, no em uma espcie de etnocentrismo que substitua outros etnocentrismos, como o europeu ou o norte-americano, mas que sirva de substrato a uma sntese da pluralidade real das Amricas Latinas, uma contribuio relevante para a concepo, a construo e a consolidao de uma identidade macrorregional latino-americana.

    E. C. R. Martins. Amrica Latina: cultura histrica e identidade. In: C. B. Carmona e H. Sewierski (Orgs.). Heranas e desafios da Amrica Latina: Brasil e Chile. Braslia:

    Universidade de Braslia, Oficina Editorial do Instituto de Letras: Plano Editora, 2003. p. 29-30 (com adaptaes).

    No que se refere aos aspectos lingusticos do texto, julgue o item que se segue.

    $VSDODYUDVSUHPHQWHVXEOLQKDGDQRWH[WRGHFRUUHQWHVVXEOLQKDGDQRWH[WRFRUUHQWHVVXEOLQKDGDQRWH[WRHUHOHYDQWHVXEOLQKDGDQRWH[WRVmRIRUPDGDV pela adio de um sufixo a uma forma verbal e so usadas, no texto, como adjetivos.

    Questo 46 (CESPE) Diplomata Instituto Rio Branco/2008

    Receita de casa

    Ciro dos Anjos escreveu, faz pouco tempo, uma de suas pginas mais belas sobre as antigas fazendas mineiras. Ele d os requisitos essenciais a uma fazenda bastante lrica, incluindo, mesmo, uma certa menina de vestido branco. Nada sei dessas coisas, mas juro que entendo alguma coisa de arquitetura urbana, embora Caloca, Aldari, Jorge Moreira e Ernni, pobres arquitetos profissionais, achem que no.

    Assim vos direi que a primeira coisa a respeito de uma casa que ela deve ter um poro, um bom poro com entrada pela frente e sada pelos fundos. Esse poro deve ser habitvel porm inabitado; e ter alguns quartos sem iluminao alguma, onde se devem amontoar mveis antigos, quebrados, objetos desprezados e bas esquecidos. Deve ser o cemitrio das coisas. Ali, sob os ps da famlia, como se fosse no subconsciente dos vivos, jazero os leques, as cadeiras, as fantasias do carnaval do ano de 1920, as gravatas manchadas, os sapatos que outrora andaram em caminhos longe.

    Quando acaso descerem ao poro, as crianas ho de ficar um pouco intrigadas; e como crianas so animais levianos, preciso que se intriguem um pouco, tenham uma certa perspectiva histrica, meditem que, por mais incrvel e extraordinrio que parea, as pessoas grandes tambm j foram crianas, a sua av j foi a bailes, e outras coisas instrutivas que so um pouco tristes mas ho de restaurar, a seus olhos, a dignidade corrompida das pessoas adultas.

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    Convm que as crianas sintam um certo medo do poro; e embora pensem que medo do escuro, ou de aranhas-caranguejeiras, ser o grande medo do Tempo, esse bicho que tudo come, esse monstro que ir tragando em suas fauces negras os sapatos da criana, sua roupinha, sua atiradeira, seu canivete, as bolas de vidro, e afinal a prpria criana. O nico perigo que o poro faa da criana, no futuro, um romancista introvertido, o que se pode evitar desmoralizando periodicamente o poro com uma limpeza parcial para nele armazenar gneros ou utenslios ou mais facilmente tijolo, por exemplo; ou percorrendo-o com uma lanterna eltrica bem possante que transformar hienas em ratos e cadafalsos em guarda-louas.

    Ao construir o poro deve o arquiteto obter um certo grau de umidade, mas providenciar para que a porta de uma das entradas seja bem fcil de arrombar, porque um poro no tem a menor utilidade se no supomos que dentro dele possa estar escondido um ladro assassino, ou um cachorro raivoso, ou ainda anarquistas blgaros de passagem por esta cidade.

    Um poro supe um alapo aberto na sala de jantar. Sobre a tampa desse alapo deve estar um mvel pesado, que fique exposto ao sol ao menos duas horas por dia, de tal modo que noite estale com tanto gosto que do quarto das crianas d a impresso exata de que o alapo est sendo aberto, ou o terrvel meliante j esteja no interior da casa.

    Rubem Braga. Um p de milho. 4. ed. Rio de Janeiro: Record, 1982, p. 129-31 (com adaptaes).

    Julgue o item a seguir.

    O recurso a processos de formao de palavras derivadas pode ser exemplificado em "habitvel porm inabitado" (sublinhado no texto).

    Questo 47 (CESPE) Oficial Bombeiro CBM-ES/2011

    Antes da criao do Corpo de Bombeiros, o servio de extino de incndio do Rio de Janeiro era realizado por sees dos Arsenais de Guerra da Marinha, da Casa de Correo e da Repartio de Obras Pblicas. Quando havia um incndio na cidade, os bombeiros eram avisados por trs disparos de canho, partidos do Morro do Castelo, e por toques de sinos da igreja de So Francisco de Paula, correspondendo o nmero de badaladas ao nmero da freguesia onde se verificava o sinistro. Esses toques eram, ento, reproduzidos pela igreja matriz da freguesia.

    Em 2 de julho de 1856, pelo decreto imperial n. 1.775, foi criado o Corpo de Bombeiros Provisrio da Corte. Quando recebiam aviso de incndio, os praas saam puxando o corrico, que tinha de seis a oito mangueiras, pela via pblica e procuravam debelar o fogo, solicitando os reforos necessrios conforme a extenso do sinistro. Os condutores de veculos passantes eram obrigados a prestar os servios que deles fossem exigidos, bem como entregar seus animais. Em 1856, foi fornecida instituio a primeira bomba de incndio a vapor e, 19 em 1880, o grupo passou a ter organizao militar.

    Internet: (com adaptaes).

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    Com base no texto acima, julgue os prximos itens.

    2V YRFiEXORV 5HSDUWLomR VXEOLQKDGR QR WH[WR UHSURGX]LGRV VXEOLQKDGR QRWH[WRHUHFHELDPVXEOLQKDGRQRWH[WRVmRIRUPDGRVSRUSUHIL[DomR

    Questo 48 (CESPE) Diplomacia Instituto Rio Branco/2008

    A Organizao dos Estados Americanos (OEA) naufraga em um mar de alternativas regionais, cujo acento maior a excluso dos EUA. o caso da proposta de uma nova organizao de pases da Amrica Latina e Caribe, que se junta a outras iniciativas do mesmo teor, como o Grupo do Rio e a UNASUL. O poder de Washington j fora avisado por instituies acadmicas norte-americanas de que a OEA corre o risco de perder vigncia. Seria a quebra do mais importante elo da cadeia de aes coletivas envolvendo Amrica Latina e EUA, com a predominncia histrica dos norte-americanos.

    O primeiro golpe foi dado com o Grupo do Rio, inspirado no fracassado Grupo de Contadora. Em 1984, pases latino-americanos se reuniram na ilha panamenha de Contadora com o objetivo de encontrar solues para a guerra na Amrica Central, que se tornara sangrenta, com aberta interveno norte-americana. Contadora chegou a concluir um texto de proposta de paz. Mas sofreu operao de bloqueio, conduzido por Constantine Menge, o encarregado da Amrica Latina no Conselho de Segurana Nacional dos EUA na poca. A revista Current History divulgou GRFXPHQWRV TXH HVWDEHOHFLDP FRPR HVWUDWpJLD GR JRYHUQR 5HDJDQ LPSHGLUnegociaes de paz na Amrica Central. A nica coisa que importava era derrubar os sandinistas na Nicargua e, com isso, na viso reaganianaWUDoDUXPDOLQKDGHconteno do comunismo em territrio norte-DPHULFDQR

    Newton Carlos. Folha de S.Paulo, 18/12/2008 (com adaptaes).

    Julgue o item que se segue, relativos ao texto acima.

    $V SDODYUDV SDQDPHQKD VXEOLQKDGR QR WH[WR H UHDJDQLDQD VXEOLQKDGR QRtexto) so palavras estrangeiras adaptadas lngua portuguesa por derivao com o acrscimo de sufixos.

    Questo 49 (FGV) Analista Judicirio TJ-RJ/2014

    TEXTO 1 BEM TRATADA, FAZ BEM Srgio Magalhes, O Globo

    2DUTXLWHWR-DLPH/HUQHUFXQKRXHVWDIUDVHSUHPRQLWyULD2FDUURpRFLJDUURGRIXWXUR4XHPSRGHULD LPDJLQDUD UHYHUVmR FXOWXUDOTXH VHGHXQRFRQVXPRGRtabaco?

    Talvez o automvel no seja descartvel to facilmente. Este jornal, em uma srie de reportagens, nestes dias, mostrou o privilgio que os governos do ao

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    uso do carro e o desprezo ao transporte coletivo. Surpreendentemente, houve entrevistado que opinou favoravelmente, valorizando Los Angeles um caso tpico de cidade rodoviria e dispersa.

    Ainda nestes dias, a ONU reafirmou o compromisso desta gerao com o futuro da humanidade e contra o aquecimento global para o qual a emisso de CO2 do rodoviarismo agente bsico. (A USP acaba de divulgar estudo advertindo que a poluio em So Paulo mata o dobro do que o trnsito.)

    O transporte tambm esteve no centro dos protestos de junho de 2013. Lembremos: ele est interrelacionado com a moradia, o emprego, o lazer.

    Como se v, no faltam razes para o debate do tema.

    $863DFDEDGHGLYXOJDUHVWXGRDGYHUWLQGRTXHDSROXLomRem So Paulo mata o GREUR GR TXH R WUkQVLWR QHVVH WUHFKR GR WH[WR R VHJPHQWR DFDED GHGLYXOJDU HVWXGR SRGHULD VHU VXEVWLWXtGR SRU XP WHUPR PHQRV H[WHQVR FRP DDMXGDGH XPSUHIL[R RX VXIL[R HVWXGR UHFpP-GLYXOJDGR A frase abaixo em que esse mesmo processo foi feito de forma INADEQUADA :

    a) Os estudos esto sendo lidos de novo / relidos;

    b) A passeata carregava uma faixa contrria ao transporte pblico / antitransporte pblico;

    c) Os automveis foram valorizados acima do normal / hipervalorizados;

    d) As autoridades precisam fazer anlises de si mesmas / retroanlises;

    e) O Congresso votou um projeto a favor de carros eltricos / pr-carros eltricos.

    Questo 50 (FGV) Fiscal de Servios Pblicos Prefeitura de Florianpolis/2014

    TEXTO 4 POR QUE SO ASSIM? Mariana Sgarioni

    Daniel Blair tem 4 aninhos e achou que seu cachorrinho de apenas uma semana de vida estava muito sujo. O melhor jeito encontrado para um banho rpido foi atirar o animal na gua do vaso sanitrio e dar descarga. Por sorte, a me descobriu a tempo, e bombeiros resgataram o animalzinho ainda vivo no esgoto. O caso aconteceu no incio de junho, na Inglaterra, e chamou a ateno das cmeras do mundo inteiro. Muitos perguntaram: ser que Daniel seria um psicopata divertindo-se com o sofrimento do bicho?

    Provavelmente no. Nesses casos, o que pode existir o transtorno de conduta comportamento que viola regras sociais importantes.

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    A palavra do texto 4 que apresenta um processo de formao diferente dos demais :

    a) cachorrinho;

    b) descarga;

    c) bombeiro;

    d) sofrimento;

    e) sanitrio.

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    1. E 2. C 3. C 4. C 5. C 6. E 7. E 8. C 9. E 10. C 11. E 12. E 13. C 14. E 15. E 16. C 17. E 18. C 19. E 20. C 21. E 22. C 23. C 24. C 25. E 26. C 27. E 28. C 29. C 30. C 31. C 32. D 33. C 34. C 35. C 36. E

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    37. C 38. B 39. E 40. E 41. E 42. E 43. B 44. C 45. E 46. C 47. E 48. E 49. D 50. B

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    QUESTES COMENTADAS

    Questo 01 (CESPE) Tcnico Judicirio TJ-SE/2014 Com relao s caractersticas gerais da redao oficial, julgue o item que se segue.

    A redao oficial consiste na comunicao tanto do poder pblico quanto do particular, com o objetivo de transmitir mensagem de interesse pblico relevante.

    Comentrios

    Esta questo do CESPE exige o conhecimento literal do texto do Manual de Redao da Presidncia da Repblica, que FRQFHLWXDDUHGDomRRILFLDOFRPRDPDQHLUDSHODTXDOR3RGHU3~EOLFRUHGLJHDWRVQRUPDWLYRVHFRPXQLFDo}HV Desse modo, o item, ao conceituar a redao oficial como a comunicao tambm do particular, torna-se incorreto. Apenas o Poder Pblico vale-se da comunicao oficial para transmitir as suas mensagens; o particular mero destinatrio, que no figurar no polo emissor da mensagem. a Administrao Pblica quem expede o documento oficial, o qual pode ter como destinatrio tanto o Poder Pblico quanto o particular.

    Gabarito: ERRADO

    Questo 02 (CESPE) Todos os Cargos TJ-SE/2014 luz das orientaes presentes no Manual de Redao da Presidncia da Repblica, julgue o prximo item.

    Nas comunicaes oficiais dirigidas a ministros de tribunais superiores, deve-se empregar a forma de tratamento Vossa Excelncia. Caso possua o ttulo de doutor, o ministro destinatrio pode, ainda, ser designado como doutor.

    Comentrios

    Vamos iniciar a resoluo da questo pela anlise da primeira parte GD DVVHUWLYD Nas comunicaes oficiais dirigidas a ministros de

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    tribunais superiores, deve-se empregar a forma de tratamento Vossa Excelncia. O pronome de tratamento Vossa Excelncia tem o seu uso consagrado para o trato com autoridades dos trs poderes, veja:

    - autoridades do Poder Executivo: Presidente da Repblica; Vice-Presidente da Repblica; Ministros de Estado; Secretrios-Executivos de Ministrios e demais ocupantes de cargos de natureza especial; Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; Secretrios de Estado dos Governos Estaduais; Oficiais-Generais das Foras Armadas; Prefeitos Municipais; Embaixadores.

    - autoridades do Poder Legislativo: Deputados Estaduais, Distritais e Federais; Senadores; Ministros do Tribunal de Contas da Unio; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Presidentes das Cmaras Legislativas Municipais.

    - autoridades do Poder Judicirio: Juzes; Auditores da Justia Militar; Membros de Tribunais; Ministros dos Tribunais Superiores.

    Desse modo, podemos perceber que est correta a afirmao da questo acima. Cabe-QRV DJRUD DQDOLVDU R VHJXQGRDVSHFWR Caso possua o ttulo de doutor, o ministro destinatrio pode, ainda, ser designado como doutor. Vamos ver o que preceitua o Manual de Redao da Presidncia da Repblica sobre o assunto?

    $FUHVFHQWH-se que doutor no forma de tratamento, e sim ttulo acadmico. Evite us-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em comunicaes dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concludo curso universitrio de doutorado. costume designar por doutor os bacharis, especialmente os bacharis em Direito e em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada IRUPDOLGDGHjVFRPXQLFDo}HV Assim, podemos inferir que no h proibio, no caso concreto apresentado na questo, em tratar o ministro destinatrio como doutor, se ele possuir o ttulo.

    Gabarito: CERTO

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    Questo 03 (CESPE) Conhecimentos Bsicos TJSE/2014 luz das orientaes presentes no Manual de Redao da Presidncia da Repblica, julgue o prximo item.

    Embora aviso e ofcio sigam o mesmo padro formal o padro ofcio , as funes desses documentos so distintas. Comentrios

    (VWD TXHVWmR H[LJH TXH R FDQGLGDWR GRPLQH R DVVXQWR tipos de documentos GR 0DQXDO GH 5HGDomR GD Presidncia da Repblica. Primeiro, importante lembrar que o Padro Oficial engloba os seguintes tipos documentais: aviso, ofcio e memorando. Para analisar a razo pela qual o item est correto, vamos destacar um trecho do Manual que trata do tema: Embora sejam modalidades de comunicao oficial praticamente idnticas, ofcio e aviso diferenciam-se pelo fato de que o aviso expedido exclusivamente por ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, enquanto o ofcio expedido pelas demais autoridades. Ambos destinam-se ao tratamento de assuntos oficiais pelos rgos da administrao pblica entre si e, no caso do ofcio, tambm com particulares. Gabarito: CERTO

    Questo 04 (CESPE) Auditor Governamental CGE-PI/2015 (Texto para as questes 04, 05, 06 e 07)

    Mem. 15/2014-CGE/PI Teresina, 10 de outubro de 2014. Ao Sr. Jos Alves Andr Assunto: Reunio sobre Gesto de Convnios 1. Informo que, no prximo dia 25, s 9 horas, na sala de treinamento, ser promovida reunio em que se tratar dos convnios celebrados por este rgo. 2. Solicito o comparecimento dos servidores dessa unidade,

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    munidos dos relatrios anuais a serem discutidos com o diretor financeiro e o coordenador do setor, de forma a sanar possveis questionamentos e dvidas. 3. Esclarecimentos adicionais podem ser obtidos pelo ramal 678. Atenciosamente, [espao para a assinatura] [Nome] Controlador-Geral do Estado

    Considerando as disposies do Manual de Redao da Presidncia da Repblica, julgue o item que se segue, a respeito da adequao, do formato e da linguagem da comunicao oficial hipottica Mem. 15/2014-CGE/PI.

    Seriam mantidas a correo e a adequao da linguagem se fosse inserido o complemento a Vossa Senhoria imediatamente aps a IRUPDYHUEDO,QIRUPR Comentrios

    Esta questo uma boa oportunidade para estudarmos os pronomes de tratamento.

    Os pronomes de tratamento referem-se 2 pessoa do discurso, ou seja, so utilizados quando se estiver falando com a pessoa reverenciada. Apesar disso, exigem a concordncia do verbo e dos demais elementos complementares na 3 pessoa.

    Exemplos:

    Vossa Excelncia poderia, por obsquio, disponibilizar o seu recurso?

    Vossas Majestades fizeram excelentes discursos, parabns!

    Emprega-se SUA QR OXJDU GH 9266$ quando se fizer referncia pessoa, ou seja, ao se falar da pessoa, e no com a pessoa.

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    Exemplo:

    Avise-me quando Sua Excelncia chegar.

    Observao:

    2V WHUPRVDFLPDVHGHVSURYLGRVGRVHOHPHQWRV 9266$RX68$deixam de ser considerados pronomes de tratamento.

    Ateno!

    Os adjetivos que se referem aos pronomes de tratamento realizaro sua concordncia com base no gnero da pessoa a quem se refere.

    Exemplos:

    Vossa Excelncia est ocupado? (se homem)

    Vossa Excelncia est ocupada? (se mulher)

    Os pronomes de tratamento so aqueles pronomes pessoais usados em reverncia a autoridades ou em contextos comunicativos cuja formalidade os exige.

    Abaixo, temos um quadro-resumo com os principais pronomes de tratamento, bem como seus respectivos usos.

    Pronome de tratamento Abreviatura Emprego

    voc, vocs v. tratamento informal senhor, senhora Sr. Sra. tratamento respeitoso Vossa Alteza V. A. prncipes, duques e

    arquiduques Vossa Eminncia ou Vossa Eminncia Reverendssima

    V. Ema. ou V. Ema. Revma.

    cardeais

    Vossa Excelncia* V. Exa. altas autoridades (presidentes, juzes, deputados, senadores, governadores etc.)

    Vossa Magnificncia V. Maga. reitores de universidades

    Vossa Majestade V.M. reis e rainhas, imperadores

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    Vossa Excelncia Reverendssima

    V. Exa. Revma. bispos e arcebispos

    Vossa Reverendssima ou Vossa Senhora Reverendssima

    V. Revma. monsenhores, cnegos e superiores religiosos

    Vossa Reverncia V.Reva. sacerdotes em geral, clrigos e demais religiosos

    Vossa Santidade V.S. papa Vossa Senhoria** V.Sa. pessoas que exercem

    cargos importantes

    Observao:

    Os pronomes de tratamento para religiosos, vistos acima, so empregados de acordo com a hierarquia eclesistica.

    *O pronome de tratamento Vossa Excelncia tem o seu uso consagrado para o trato com autoridades dos trs poderes. Veja:

    - autoridades do Poder Executivo: Presidente da Repblica; Vice-Presidente da Repblica; Ministros de Estado; Secretrios-Executivos de Ministrios e demais ocupantes de cargos de natureza especial; Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; Secretrios de Estado dos Governos Estaduais; Oficiais-Generais das Foras Armadas; Prefeitos Municipais; Embaixadores.

    - autoridades do Poder Legislativo: Deputados Estaduais, Distritais e Federais; Senadores; Ministros do Tribunal de Contas da Unio; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Presidentes das Cmaras Legislativas Municipais.

    - autoridades do Poder Judicirio: Juzes; Auditores da Justia Militar; Membros de Tribunais; Ministros dos Tribunais Superiores.

    **O pronome de