A VOZ DA RAZÃO Blumenau/SC - 20/10/2010 7 22 anos ECONOMIA/GERAL/SEGURANÇA Foto: José Carlos Goes O reajuste salarial dos trabalhadores têxteis de Blumenau, Gaspar e Indaial será de 6%. A proposta foi aprovada na assembleia da categoria, na sede do Sintrafite. Depois de três rodadas de negociação entre os sindicatos dos trabalhadores e patronal, o acordo foi possível após a interferência da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, que mediou a negociação coletiva. Além do 6% de reajuste salarial, o piso inicial passa para R$ 680,00, e após 90 dias para R$ 750,00. Os trabalhadores conquistaram ainda auxílio-creche para crianças de até 40 meses após o retorno da licença maternidade (R$ 132 mediante comprovação e R$ 80 sem comprovação) e liberação de 40 horas para internamento ou acompanhamento de filho menor de 16 anos ao médico. Com a nova convenção coletiva, as férias individuais só podem começar dois dias antes de feriados e descansos semanais remunerados. O reajuste será retroativo a 1º setembro. As negociações coletivas do Sintrafite têm validade para o período de 2010 a 2011 e atingem os cerca de 30 mil trabalhadores que integram a categoria. A última greve dos têxteis foi em 2008, quando a categoria parou a produção na Hering, Cremer, Linhas Circulo, Tapajós e Sulfabril. Têxtes têm reajuste de 6 por cento Celesc tem prejuízo de R$ 30 mil mensais com postes derrubados Embriaguez, desatenção, enfim todo o tipo de imprudência, além de aumentarem as estatísticas de mortos e feridos no trânsito da região, trazem à tona um outro problema: prejuízo mensal de R$ 30 mil para a Celesc. São os carros desgovernados que derrubam postes da rede elétrica. De acordo com o gerente regional da Celesc Régis Evaloir é um poste por dia que vem ao chão, em toda a região. Ele informa que que para cada caso, em média o prejuízo é de R$ 2 mil. Somando as ocorrências diárias, o gasto para concerto é de R$ 60 mil por mês. - A metade dos motoristas foge do local e não conseguimos cobrar a despesas - comenta ele. Assim, pelo menos R$ 30 mil mensais ficam à cargo da Celesc. - Mas não é só nós que caímos no prejuízo. Também a comunidade, já que nas imediações, onde ocorrem esses acidentes, acontece a queda de energia elétrica. A nossa imagem também fica arranhada, porque a comunidade não entende porque em muitas ocasiões, amargam falta de energia, quando não há ventania ou chuva forte - acrescenta ao gerente regional da Celesc. Embriaguez O gerente da Guarda Municipal de Trânsito de Blumenau Ivonei Leite atribui os acidentes com postes a três fatores: embriaguez ao volante, desatenção e imprudência. - E a maioria dos acidentes acontece no final de semana, quando as pessoas relaxam não ficam atentas ao volante - observou. Um dado revelado pelo setor de estatística do Seterb demonstra que o sábado é o dia em que ocorrem a maioria dos acidentes com morte em Blumenau. Cita também que Rua Progresso é a campeã de acidente, seguida da Rua Bahia. Essas são vias onde os motoristas podem imprimir maior velocidade, mas ficam desatentos à sinalização, abusam da velocidade. Até o fechamento desta edição, 46 pessoas haviam morrido no trânsito de Blumenau este ano. A última vítima fatal tinha sido um jovem de 16 anos que estava na carona de uma moto na madrugada do último da 10 de outubro, um domingo.Ele havia sido internado com morte cerebral depois de ser atingido por um Corsa dirigido por um motorista de 39 anos que estava embriagado. O carro bateu na traseira da moto. Garrafa em local de acidente aponta: embriaguez é a principal causa Foto: José Carlos Goes Depois de celebrar missas na Catedral São Paulo Apóstolo e no Santuário Nossa Senhora Aparecida no Bairro Itoupava Norte, no último dia 12 de outubro, Dia de Nossa Senhora Aparecida, o padre João Bachmann cumpriu a tradição: sobrevoou de helicóptero a região nor te, com a imagem da santa nas mãos, abençoou os cinco mil fiéis que estavam no pátio do Santuário e toda a comunidade do entorno. A iniciativa visou atender o grande número de fiéis devotos de Nossa Senhora Aparecida. Ela se soma a outra ocorrida no ano passado: a vinda da imagem peregrina da santa direto de Aparecida do Norte. O padre João Bachmann tem levado a imagem da Padroeira do Brasil até o povo. No ano passado, ele e o bispo Dom José Negri levaram a imagem peregrina sobre a ponte do Bairro Itoupava Norte para abençoar as águas do Rio Itajaí-Açú, para que Nossa Senhora Aparecida protegesse a região das enchentes. A bênção que veio do alto Foto: Jaime Batista da Silva Pelo menos sete das 27 pessoas assassinadas este ano em Blumenau, até o fechamento desta edição estariam ligados ao tráfico de drogas que cresce no município. A maioria teve como palco da violência os locais mais carentes do município: ruas Pedro Kraus Senior e Coripós; Velha Grande e Nova Esperança. Um jovem de 17 anos, com três tiros, um na barriga, outro na cabeça e um terceiro próximo à boca, foi a terceira vítima de homicídio no Bairro Velha e a segunda no Morro Dona Edite. Antes dele, no dia 22 de junho morreu assassinado com sete tiros de pistola no Morro Dona Edite, um jovem de 25 anos. No mesmo local foi morto no último dia 13 de outubro um menor de 17 anos. Este ano, três dos 27 assassinatos foram provocados em decorrência de confronto com a polícia. No dia 12 de junho, às 5h30, um homem de 35 anos, que era foragido da Penitenciária de Chapecó, foi morto depois de trocar tiros com a polícia. Antes ele havia se envolvido num tiroteio com traficantes. E no dia 11 de outubro, um rapaz de 18 anos e outro de 20, foram mortos também pela polícia, depois que esta foi chamada na Rua Germano Groh, no Bairro Nova Esperança. Eles estariam armados em via pública ameaçando moradores. A violência cresce em Blumenau. A polícia e as autoridades de segurança pública apontam como principal causa a drogatição que atinge índices alarmantes. Para Mauro Medeiros, gerente do Conselho Municipal de Entorpecentes (Comen) o fato da violência estar enraizada nas áreas mais carentes do município, é uma questão puramente geográfica - Nesses locais eles tem condições de manterem-se escondidos. Nos morros, eles tem uma visão sobre a chegada da polícia - observa. Porém, nesses mesmo locais, o poder público dá condições, segundo ele de estrutura para as famílias. Cita que no Morro Dona Edite, por exemplo, além de escolas, postos de saúde, também o saneamento básico foi levado para local. - O que acontece é a escolha individual de cada um que optou pelo mundo das drogas - acrescenta. Medeiros cita que Blumenau é uma cidade que oferece oportunidades, é pujante, com herança germânica, cuja característica é o trabalho e a ordem. O problema com a juventude que se envolve com a violência, está ligado, segundo ele à escolha pessoal de cada um. - Tenho certeza que os pais desses jovens são trabalhadores e que lutaram para terem sua casa e darem educação para os filhos - completa Medeiros. Violência cresce nas áreas pobres do município No Bairro Nova Esperança, dois foram mortos em confronto com a polícia