-
A VEGETAÇÃO NAS UNIDADES DE PAISAGEM NA PORÇÃO DA ESCARPA
DEVONIANA, PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS, PR
Karine Dalazoana, Tiago Augusto Barbosa, Rosemeri Segecin
Moro
Mestrado em Gestão do Território, Universidade Estadual de Ponta
Grossa, Ponta Grossa, PR. ([email protected])
Resumo O Parque Nacional dos Campos Gerais foi criado para a
preservação de vários ecossistemas, dos quais a estepe sobre a
Escarpa Devoniana é a mais ameaçada. Neste ambiente singular da
Formação Furnas, um mosaico de campos de altitude, relictos de
cerrado e capões de Floresta com Araucária refletem na paisagem o
equilíbrio atingido após a substituição de climas pleistocênicos
mais secos pelas condições atuais úmidas. Esse trabalho levanta
dados sobre o uso da terra na porção da Escarpa e a vegetação local
acervada em herbário, como subsídio ao plano de manejo da Unidade e
demais estratégias de conservação. A composição da paisagem inclui
as unidades: Mata (Floresta Ombrófila Mista), Silvicultura,
Agricultura, Campo Nativo e Campo com Afloramento de Rocha. A
análise do mapa de uso revelou a intensa fragmentação a qual os
campos nativos vêm sendo submetidos, bem como sua contaminação
biológica devido, principalmente, ao avanço do agronegócio. É
marcante a substituição das áreas nativas inaptas à agricultura por
monoculturas florestais (Pinus) e exploração da pecuária extensiva.
Em seis áreas inventariadas no Parque, obteve-se 707 táxons
pertencentes a 103 famílias botânicas, sendo mais abundantes as
famílias Asteraceae, Poaceae e Fabaceae. A análise de agrupamento
para similaridade florística distinguiu as áreas localizadas no
Primeiro Planalto Paranaense, do Grupo Castro, com predominância de
capões relativamente contínuos de floresta e estepes em menor
proporção. Um segundo e terceiro grupos constituem áreas no reverso
da Escarpa, com diferentes tipologias de estepe (stricto sensu,
rupestre e higrófila) e presença ou não de matas de galeria. Os
levantamentos mostram que a região exibe uma considerável
diversidade de espécies, mantendo ainda um excelente potencial
biótico dinâmico, respeitando-se as condições edáfico-geológicas
locais. É necessário o manejo destes remanescentes para a promoção
da regeneração natural. Apoio: Fundação Araucária; COPEL/ Depto de
Meio Ambiente. Palavras-chave: Campos Gerais, Estepe, Floresta
Ombrófila Mista, Escarpa Devoniana.
Abstract
The Nacional Park of Campos Gerais was established for the
preservation of various ecosystems, including the steppe on the
escarpment Devonian is the most threatened. In this unique training
environment Furnas, a mosaic of fields of altitude, relict of
savanna and woods of Araucaria forest in the landscape reflect the
balance achieved after the replacement of more dry weather for
Pleistocene wet conditions today. This work raises data on the land
use portion of the escarpment and location of existing vegetation
in the herbarium, as a subsidy to the unit management plan and
other strategies for conservation. The composition of the landscape
units include: forest (Araucaria Pine Forest), Forestry,
Agriculture, Countryside and Countryside with Native outcrop of
rock. The analysis of the map showed the intense use of
fragmentation to which the natives have been subject fields and
their biological contamination due to the advance of agribusiness.
It marked the replacement of native areas unfit for agriculture by
monoculture forest (Pinus) and exploitation of the extensive
livestock. In six areas surveyed in the Park, it was obtained 707
taxa belonging to 103 families, and more abundant the families
Asteraceae, Poaceae and Fabaceae. Cluster analysis distinguished
floristic similarity to the areas located in the First Paranaense
Plateau, Castro's group, with predominance of capons relatively
continuous forest and steppe in lower proportion. A second and
third groups are areas on the reverse of the escarpment, with
different types of steppe (strictly speaking, rock and higrófila)
and presence of gallery forests. The surveys show that the region
displays a considerable diversity of species, while still an
excellent dynamic biotic potential, while up to the soil and
geological sites. It is necessary to the management of these
remnants for the promotion of natural regeneration.
-
Key words: Campos Gerais, template forests, Grasslands, Devonian
Cuesta.
Introdução
Os Campos Gerais do Paraná constituem uma região fitogeográfica
com predomínio de
vegetação campestre, a estepe gramíneo-lenhosa (Veloso et al.,
1991), Caracterizam-se pela
predominância de espécies herbáceas cespitosas entremeadas por
arbustivas baixas, e suas várias
tipologias foram classificadas pelo IBGE (1992) como estepe
stricto sensu ou campo seco, estepe
higrófila ou campo brejoso e refúgio vegetacional rupestre, que
são os campos com afloramentos de
rocha. Apresentando alto potencial biótico, com uma exuberante
riqueza de espécies, apresentam-se
atualmente como um hotspot, que demanda estratégias emergenciais
para a sua conservação (PROBIO,
2002, p. 17).
Sabe-se que os campos possuem uma estrutura, função e dinâmica
muito particular e que
representam ecossistemas altamente interativos. Sua existência é
condicionada por fatores abióticos
(solo, relevo, dinâmica hidro-geomorfológica e principalmente
clima), pela ação antrópica (queimadas,
agricultura, fragmentação, alteração de hábitats, introdução de
espécies, etc.) e por perturbações ditas
naturais, como geadas, estiagem e especialmente o fogo (Pillar,
2006).
Embora o clima atual da região esteja em desacordo com a fácies
campestre, pode-se atribuir
essa condição devido aos fatores geomorfológicos do local. Solos
rasos, ácidos e relativamente pobres
em nutrientes e matéria orgânica são propícios ao
desenvolvimento de gramíneas e outras herbáceas.
Além disso, na grande maioria das vezes, essas áreas apresentam
exposição do substrato rochoso, o
que vem selecionar ainda mais fortemente as espécies aptas a se
desenvolver nessas condições
pedológicas estritas.
A dinâmica das formações florestais do Estado do Paraná tem sido
bastante estudada, todavia,
existem poucos trabalhos disponíveis sobre as formações
estépicas dos Campos Gerais. A maioria
deles é de cunho florístico, escassos trabalhos
fitossociológicos e, até o momento, nenhum envolvendo
a dinâmica dos ecossistemas campestres na ótica da Ecologia de
Paisagens. Para tanto, este trabalho
tem por objetivo fornecer dados que fomentem o uso sustentável
para a conservação dos recursos
biológicos da estepe gramíneo-lenhosa dos Campos Gerais do
Paraná, assim como subsidiar o plano de
manejo da UC.
A Escarpa Devoniana e situação atual dos Campos Gerais do
Paraná
Os Campos Gerais do Paraná estão distribuídos entre o primeiro e
o segundo planalto
paranaense, acompanhando os limites da Escarpa Devoniana,
entremeadas por relictos de Savanas
(cerrado) e formando um mosaico com capões de Floresta com
Araucária (Maack, 1968, p. 224).
A Escarpa Devoniana é uma formação resultante de um rebaixamento
crustal, apresentando um
relevo de cuesta (escarpamento assimétrico de origem erosiva não
tectônica), que limita o Primeiro e o
-
Segundo Planaltos Paranaenses. Sobre sua porção leste se
assentam os Campos Gerais, caracterizados
pelo mosaico vegetacional entre floresta e campos. “Nas
proximidades da cuesta da Escarpa
Devoniana as amplitudes [do relevo] são grandes, com freqüentes
encostas abruptas, verticalizadas,
com canyons e trechos de rios encaixados, com inúmeras
cachoeiras e corredeiras sobre o leito
rochoso” (MELO et al., 2007, p. 50).
Inserida numa Área de Proteção Ambiental, unidade de conservação
de uso sustentável, a
Escarpa Devoniana possui uma área de 392.363,38 ha, abrangendo
uma parcela significativa da região
dos Campos Gerais, englobando 10 municípios. Dentre os objetivos
em torno da sua criação citam-se,
conforme o decreto nº 1.231, de 27 de março de 1992:
...assegurar a proteção do limite natural entre o Primeiro e o
Segundo Planaltos Paranaenses, inclusive faixa de Campos Gerais,
que se constituem em ecossistema peculiar que alterna capões da
floresta de araucária, matas de galerias e afloramentos rochosos,
além de locais de beleza cênica como os "canyons" e de vestígios
arqueológicos e pré-históricos (D.O.E.PR. nº 1,231 de
27/03/1992).
O estado atual de conservação dos campos no Paraná resulta de
processos históricos de uso e
ocupação do solo, estando muito relacionado com a expansão
agropecuária, desde o ciclo do
tropeirismo.
Hoje, resta pouco mais de 9 % da vegetação original da estepe
gramíneo-lenhosa dos Campos
Gerais, sendo o restante convertido em outros usos (SOS Mata
Atlântica, 1998). Os remanescentes
desta vegetação encontram-se, na sua maioria, em áreas de relevo
acidentado onde a mecanização
agrícola não é possível, e em áreas de preservação como Reserva
Legal e Áreas de Proteção
Permanente, As porções menos fragmentadas e atualmente
conservadas encontram-se dentro de
Unidades de Conservação estaduais e federais.
A ameaça vigente aos ecossistemas de campo é efetivamente a ação
antrópica que culmina na
sua descaracterização por florestamento de exóticas, conversão
dos campos naturais em lavouras
plantadas, pecuária e o descontrole das queimadas. Ziller e
Galvão (2002) atentam para a questão da
perda da biodiversidade dos ecossistemas campestres por
contaminação biológica de espécies exóticas
e invasoras, uma vez que não há ainda dados suficientes que
subsidiem estratégias de restauração e
restituição das relações originais entre os elementos do
meio.
O Parque Nacional dos Campos Gerais
O Parque Nacional dos Campos Gerais (PNCG) é uma Unidade de
Conservação Federal criada
em 2006, situada no Estado do Paraná na borda da Escarpa
Devoniana, limite entre o Primeiro e
Segundo Planalto Paranaense (Fig. 1). O Parque abrange os
municípios de Ponta Grossa, Carambeí e
Castro, possuindo uma área aproximada de 21.288 ha dividida em
uma porção Norte (18.103 ha) e
porção Sul (3.138 ha), compreendidos entre as coordenadas UTM
7210000 e 7240000 de latitude sul;
590000 e 615000 de longitude oeste. Embora com altitudes que
variem de 700 a 1.000 metros, pela
-
presença da Cuesta, predomina o clima Cfb de Köppen, com
temperatura média anual de 17,6ºC,
variando entre 16 ºC no mês mais frio e 22ºC no mês mais
quente.
A criação do Parque teve como objetivo “preservar os ambientes
naturais ali existentes com
destaque para os remanescentes de Floresta Ombrófila Mista e de
Campos Sulinos, realizar pesquisas
científicas e desenvolver atividades de educação ambiental e
turismo ecológico (D.O.U. de
24/03/2006, p. 7)”.
Este trabalho caracteriza o uso da terra e vegetação da porção
da Escarpa compreendida entre
os Limites do PNCG, tendo em vista o fato de a mesma possuir
grande extensão, assim como
diversidade de habitats e peculiaridades diversas.
Figura 01. Mapa de localização do Parque Nacional dos Campos
Gerais em relação ao Estado do
Paraná e à Escarpa Devoniana.
Material e Método
Este trabalho desenvolve um estudo da paisagem atual da borda da
Escarpa Devoniana na
porção Norte do PNCG, baseada em imagens de satélite Cbers II,
do ano de 2008, fornecidas pelo
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e analisadas
pelo programa ArcView GIS® 3.3, com
tecnologia SIG (Sistemas de Informações Geográficas),
disponibilizado pelo Laboratório de
Geoprocessamento do Departamento de Geociências da Universidade
Estadual de Ponta Grossa.
Para subsidiar a carta de uso foram realizadas expedições a
campo, análise de imagens de
satélite, cartas topográficas e fotografias digitais.
-
Foi elaborada uma chave de interpretação para determinar as
classes para a identificação do uso
da terra e delimitação das unidades de paisagem. Os critérios
usados para a classificação dos diferentes
tipos de uso, os quais apresentam os elementos de identificação,
foram: forma, textura, tamanho,
padrão, tonalidade/cor e aspectos associados (tabela 1).
Com base nesses elementos combinados, a composição da paisagem
foi avaliada de acordo
com as seguintes unidades da paisagem: Mata (Floresta Ombrófila
Mista), Silvicultura, Agricultura
(cultivo agrícola), Campo Nativo e Campo com Afloramento de
Rocha.
Tabela 1: Chave de interpretação para confecção da carta de uso
das áreas da borda da Escarpa no PNCG.
A listagem florística de coletas anteriormente realizadas nas
áreas da Escarpa no PNCG foi
obtida por levantamento no acervo do herbário HUPG da
Universidade Estadual de Ponta Grossa. Foi
realizada também uma análise de agrupamento da similaridade
florística entre estas áreas através do
software Statistica for Windows®.
Unidade da
paisagem
Agricultura Mata Silvicultura Campo
Nativo
Campo
Rochoso
Forma Geométrico Irregular Regular Irregular Irregular
Textura Homogênea Heterogênea Homogênea Heterogênea
Heterogênea
Tamanho Pequeno a
médio
Médio a
grande
Pequeno a
grande
Médio a
grande
Médio a
grande
Padrão Desordenado Desordenado Ordenado Desordenado
Desordenado
Tonalidade Clara Média Média Média Média
Cor Esbraquiçada Verde-
brilhante a
verde-escuro
Verde-
escuro
Verde-pálido
a cinza
Verde-pálido
a
esbranquiçado
Aspectos
associados
Curvas de
nível,
estradas
Cursos
d’água,
falhamentos
Estradas Campos
higrófilos e
campos
secos
Afloramentos
de rocha
-
Resultados e discussão
Uso da terra das áreas da Escarpa no PNCG
As áreas em estudo ocupam a porção oeste do PNCG, onde pode-se
perceber, ao analisar o
mapa de uso, a intensa fragmentação que os campos nativos vêm
sofrendo (Fig. 2). Isso se estende não
apenas às áreas do PNCG, mas de toda região dos Campos Gerais. É
bastante significativa a parcela
de áreas de campo nativo hoje utilizadas para o cultivo do
agronegócio, com lavouras de inverno (trigo
e silagem) e verão (milho e soja). Isso se deve principalmente
aos avanços da mecanização agrícola e
constante aperfeiçoamento das técnicas de plantio direto e
correção dos solos, que permitem cultivar
hoje terras antes consideradas improdutivas, principalmente em
se tratando dos solos rasos e ácidos da
região. Em conseqüência, remanescentes fragmentários de campo
nativo restringem-se á áreas onde
afloram o arenito ou o lençol freático, constituindo as
tipologias refúgio vegetacional rupestre ou
estepe higrófila, respectivamente. São ecossistemas restritivos,
porém com elevada diversidade de
espécies (DALAZOANA et al., 2007), muitas delas endêmicas, raras
ou ameaçadas de extinção.
Embora a estepe higrófila constitua um ecossistema único, com
relação aos campos rochosos
ocorre “a falta de especificidade florística dos refúgios
rupestres como um ecossistema à parte dentro
da formação estépica” (DALAZOANA et al., 2007, p. 675). Desse
modo, o fato de não existem
diferenças florísticas marcantes entre as estepes stricto sensu
e os refúgios rupestres, faz com que uma
vez preservadas as áreas de campo em afloramentos rochosos,
indiretamente estaremos contribuindo
para a manutenção das espécies de campo nativo seco.
Significativas porções da Escarpa Devoniana, nas áreas marginais
da UC, vem sofrendo com a
substituição das áreas de campo nativo por monoculturas
florestais, que inclui a introdução de espécies
exóticas1, principalmente o Eucalipto e Pínus, este com alto
potencial invasor2, contribuindo em muito
para os processos de descaracterização de habitats naturais.
Ziller (2002) aponta que a estepe
gramíneo-lenhosa do Segundo Planalto Paranaense está altamente
contaminada por Pínus, que em
áreas degradadas já se tornaram parte comum da paisagem.
No interior do PNCG é possível perceber a acentuada contaminação
por Pínus em setores da Escarpa,
visto a espécie ter disseminação anemocórica a partir das áreas
de silvicultura do entorno. Tal
contaminação afeta o desenvolvimento das espécies herbáceas e
arbustivas características das estepes,
acarretando a perda de diversidade.
1. Espécies exóticas: que não são nativas de uma determinada
área. Ou seja, espécie introduzida em uma área onde não existia
originalmente.
2. Espécie invasora: todo ser que, apresentado a um novo habitat
que não o seu de origem, prolifera e de pronto ocupa o novo nicho
dificultando o desenvolvimento das espécies originais daquele
hábitat.
-
Figura 02. Uso da terra da borda da Escarpa Devoniana na porção
Norte do Parque Nacional dos Campos Gerais, PR.
-
Boa parte do campo nativo se encontra explorado pela pecuária
extensiva, ou seja, os
proprietários desenvolvem em áreas inaptas à agricultura a
criação de gado de corte. Para PILLAR
(2006), há descaracterização dos remanescentes dos campos por
pressão seletiva do pastoreio,
queimadas para rebrote após o inverno, e pelo enriquecimento de
pastagens com forrageiras exóticas.
Brachiaria e Tifton, por exemplo, são espécies que impedem o
desenvolvimento das gramíneas nativas
e sufocam o desenvolvimento dos campos nativos.
Observa-se ainda a questão do pisoteio nos campos nativos, que
além de selecionar espécies,
auxilia na degradação dos solos frágeis em que as estepes se
desenvolvem, abrindo espaço para a
ampliação de processos erosivos locais. Sabe-se que os solos da
região caracterizam-se por fragilidade
estrutural, pequena profundidade e pobreza em matéria orgânica,
tratando-se principalmente de
cambissolos, gleissolos, neossolos litólicos ou regolíticos e
organossolos.
A vegetação
Foram analisados dados de seis áreas do PNCG: Furnas Gêmeas,
Buraco do Padre, Rio São
Jorge, Capão da Onça, Capão do Alegre e Alagados, das quais o
Capão do Alegre e Alagados localiza-
se no Primeiro Planalto – as demais estão no reverso da Escarpa.
São áreas com afloramentos de rocha
em grau variável, sobre os quais a vegetação campestre se
desenvolve, entremeados por áreas de
agricultura e alguns capões de Floresta Ombrófila Mista já
bastante alterados. As áreas levantadas, de
grande beleza cênica, sofrem elevada pressão antrópica devido ao
agronegócio e à exploração turística
não regulamentada.
Levantou-se um total de 707 táxons pertencentes a 103 famílias
botânicas (Anexo A), sendo
mais abundantes as famílias Asteraceae, Poaceae e Fabaceae, que
são as compostas, gramíneas e as
leguminosas respectivamente, bastante características da regiãos
dos Campos Gerais.
Ao analisar o dendrograma de similaridade florística entre as
áreas do PNCG (Fig. 3), percebe-
se que houve a formaçãos de três grupos distintos. Os critérios
utilizados nesta análise foram a
presença/ausência de espécies nos locais determinados e, a
partir disso, estimadas as áreas mais
similares entre si, que tendem agrupar-se de acordo com uma
distância de ligação. No caso, as
distâncias tomadas entre os táxons foram euclidianas, agrupadas
pela variância minima entre elas
(Método de Ward). Quanto mais próximas estiverem os clados no
dendograma, mais similares serão as
áreas.
-
Figura 03. Similaridade florística entre as áreas do PNCG.
As coletas realizadas em Alagados e na Fazenda do Alegre
revelaram grande similaridade
florística, muito provavelmente por estarem localizadas ainda no
Primeiro Planalto Paranaense e por se
tratar de locais onde há predominância de capões mais ou menos
contínuos de Floresta Ombrófila
Mista (Floresta com Araucária) e em menor proporção, estepes
(campos secos).
Buraco do Padre e Furnas Gêmeas destacam-se por sua localização
no reverso da Escarpa
Devoniana, e por representarem áreas características do mosaico
vegetacional típico dos Campos
Gerais, em que há predominância de estepes (tanto stricto sensu
quanto rupestres), mas com a
significativa parcela de áreas com capões de Floresta com
Araucária e matas de galeria.
Quando observamos os levantamentos realizados nas áreas próximas
ao Rio São Jorge e Capão
da Onça, percebemos sua associação, fato devido à também estarem
no reverso da Cuesta e
apresentarem vegetação campestre abundante, das três tipologias
(stricto sensu, higrófila e refúgio
vegetacional rupestre), presença de diversas espécies ruderais e
relativa ausência de matas de galeria.
Considerações finais
É evidente a fragmentação dos ecossistemas campestres situados
na borda da Escarpa
Devoniana, assim como das formações florestais anexas, dentro do
PNCG. A gradativa conversão das
áreas de estepe em áreas de cultivo e pastagens descaracteriza
significativamente as áreas, que em
alguns casos não é passível de reversão; a ocupação por exóticas
e os processos erosivos também
constituem problemas na região. Isso tudo implica num incremento
do número de espécies ameaçadas
de extinção e conseqüente perca de biodiversidade.
Os levantamentos mostram que a região exibe uma considerável
diversidade de espécies,
mantendo ainda um excelente potencial biótico dinâmico. As
análises florísticas revelam forte
-
similaridade em termos de vegetação entre as áreas do Parque,
que apresentam diversas espécies em
comum, respeitando sempre as condições edáfico-geológicas
locais.
O estabelecimento da Unidade de Conservação apenas não é
suficiente, é necessário haja o
manejo das áreas naturais com o intuito de promover a sua
regeneração natural. A dinâmica local deve
ser melhor estudada a fim de compor uma gama de dados
pertinentes que possam subsidiar a
estruturação de um plano com a finalidade de reverter ou
melhorar a situação em que se encontra a
área de estudo, dado a importância ecológica dos ecossitemas
locais.
Referências
ALMEIDA, C. G. de; MORO, R. S. “Análise da cobertura florestal
no Parque Nacional dos Campos Gerais, Paraná, como subsídio ao seu
plano de manejo”. Rev. Terr@ Plural, Ponta Grossa v.1, n.1, p.
115-122, jan-jul. 2007.
BRASIL: Diário Oficial da União. Brasília-DF. Imprensa Nacional.
nº 58, sexta-feira, 24 de março de 2006. Pag. 7. Seção1; ISSN
1677-7042. 2006.
DALAZOANA, K.; SILVA, M. A. da; MORO, R. S. “Comparação de Três
Fisionomias de Campo Natural no Parque Estadual de Vila Velha,
Ponta Grossa, PR”. Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre,
v. 5, n. 1, p. 675-677, jul. 2007. FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA.
1998. Atlas da evolução dos remanescentes florestais e ecossistemas
associados no Domínio da Mata Atlântica no período de 1990-1995.
São Paulo: Fundação SOS Mata Atlântica.
IAP. Instituto ambiental do Paraná. Decreto 1.231 de 27/03/1992.
Disponível em: acesso em 03 de Nov. de 2008.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Manual de
classificação da vegetação brasileira. Série Man. Téc. em
Geociências, n.1. 92 p. Rio de Janeiro. 1992.
MAACK, R. “Notas preliminares sobre clima, solos e vegetação do
Estado do Paraná.” Arquivos de Biologia e Tecnologia, v..2,
p.102-200, 1948.
MAACK, R. Geografia Física do Estado do Paraná. Curitiba, Banco
de desenvolvimento do Estado do Paraná, UFPR, Instituto de Biologia
e Pesquisas Tecnológicas, 350 p. 1968.
MELO, M. S.; GUIMARÃES, G. B.; RAMOS, A. F. de; PRIETO, C. C.
“Relevo e Hidrografia dos Campos Gerais”. In: MELO, M. S. de; MORO,
R. S.; GUIMARÃES, G. B. (Orgs.) Patrimônio Natural dos Campos
Gerais. Universidade Estadual de Ponta Grossa. Ponta Grossa, PR.
Editora UEPG, 2007.
PILLAR, V. De Patta. Estado atual e desafios para a conservação
dos campos. Workshop. Instituto de Biociências da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. 2006.
PROBIO. Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da
Diversidade Biológica Brasileira: Relatório de atividades.
Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 73 p. 2002.
-
VELOSO, H. P.; RANGEL FILHO, A. L. R. & LIMA, J. C. A.
Classificação da vegetação brasileira, adaptada a um sistema
universal. Rio de Janeiro: IBGE, 123 p.1991.
ZILLER, S. R. A Estepe Gramíneo-Lenhosa no segundo planalto do
Paraná: diagnóstico ambiental com enfoque à contaminação biológica.
2002. Tese de doutoramento. Universidade Federal do Paraná:
Curitiba, PR. 268 p.
ZILLER, S. R.; GALVÃO, F. “A degradação da estepe
gramíneo-lenhosa no Paraná por contaminação biológica de Pinus
elliotti e P. taeda.” Florestav. 32, n.1, p. 41-47. 2002.
-
ANEXO A
Listagem de plantas ocorrentes nas áreas do PNCG.
Família Espécie Acanthaceae Dyschoriste hygrophiloides
(Nees)
Kuntze Acanthaceae Ruellia sp Amaranthaceae Alternanthera
brasiliana Amaranthaceae Alternanthera ficoidea Amaranthaceae
Alternanthera rufa Amaranthaceae Amaranthus viridis L Amaranthaceae
Pfaffia gnaphallioides (L.F.) Mart. =
helichrisoides Amaryllidaceae Amaryllis iguazuana Amaryllidaceae
Hippeastrum psittacinum Herb. Amaryllidaceae Lithraea brasiliensis
Anacardiaceae Schinus terebinthifolius Raddi Annonaceae Guatteria
subssessilis Annonaceae Rollinia sylvatica Apiaceae Apium
leptophyllum Apiaceae Centella asiatica Apiaceae Eryngium
ebracteatum Apiaceae Eryngium eriophorum Cham. et Schl. Apiaceae
Eryngium elegans Apiaceae Eryngium horridum Malme Apiaceae Eryngium
junceum Apiaceae Eryngium pristis C. et S. Apiaceae Hydrocotyle
quinqueloba Apiaceae Hydrocotyle ranunculoides Apocynaceae
Macrosiphonia longiflora Apocynaceae Mandevilla atroviolacea
(Stad.)
Woodson Apocynaceae Peschiera fuchsiaefolia Miers Apocynaceae
Mandevilla coccinea Apocynaceae Mandevilla velutina Aquifoliaceae
Ilex chamaedryfolia Aquifoliaceae Ilex dumosa Aquifoliaceae Ilex
paraguariensis Aquifoliaceae Ilex theezans Araceae Anthurium
loefgrenii Araceae Anthurium sp Araceae Philodendron cordatum
Araliaceae Didymopanax macrocarpum (Cham.).
Sem. Araucariaceae Araucaria angustifolia O. Kuntze Arecaceae
Allagoptera campestris (Mart.) Kuntze Arecaceae Chusquea
ramosissima Arecaceae Syagrus romanzoffianum Asclepiadaceae
Asclepias curassavica L. Asclepiadaceae Ditassa edmundoi Font. et
Valente Aspleniaceae Asplenium kunzeanum Asteraceae Acanthospermum
australe (Loefl.)
Kuntze Asteraceae Achillea millefolium Asteraceae Achyrocline
satureoides (Lam) DC Asteraceae Ageratum conyzoides L. Asteraceae
Aspilia setosa Griseb Asteraceae Aspilia montevidensis (Spr.)
Kuntze Asteraceae Artemisia verlotorum Lamotte Asteraceae Chaptalia
integerrima (Vell.) Burk. Asteraceae Chaptalia graminifolia
Asteraceae Chaptalia nutans Asteraceae Chaptalia graminifolia
(Dusén) Cabr. Asteraceae Baccharis axilaris DC Asteraceae Baccharis
coridifolia DC Asteraceae Baccharis conyzoides DC Asteraceae
Baccharis dracunculifolia DC Asteraceae Baccharis multiflora Kunth
Asteraceae Baccharis myricaefolia DC Asteraceae Baccharis
semiserrata var.
elaeagnoides (Stend.) Asteraceae Baccharis trimera Asteraceae
Baccharis uncinella DC. Asteraceae Bidens pilosa L. Asteraceae
Calea cuneifolia DC Asteraceae Calea marginata Asteraceae Calea
parvifolia DC Asteraceae Calea pinnatifida (R.Br.) Less Asteraceae
Calea longifolia Asteraceae Calea hispida DC(Baker) Asteraceae
Elephantopus mollis Asteraceae Emilia sonchifolia (L.) DC
Asteraceae Erigeron bonariensis L. Asteraceae Eupatorium
betonicaeforme Baker Asteraceae Eupatorium laevigatum Asteraceae
Eupatorium multifidum DC Asteraceae Eupatorium pauciflorum Kunth
Asteraceae Eupatorium serratum Spreng Asteraceae Eupatorium
tanacetifolium Asteraceae Facelis apiculata Cass. Asteraceae
Galinsoga parviflora Asteraceae Gochnatia polymorpha (Less) Cabr.
Asteraceae Gochnatia velutina (Borg.) Cabr Asteraceae Gnaphalium
purpureum L. Asteraceae Inulopsis scapura (DC) O. Hoffman.
Asteraceae Jaegeria hirta (Lag.) Less Asteraceae Matricaria
chamomilla L. Asteraceae Melanthera latifolia (Gardn.) Cabr.
Asteraceae Mikania cordifolia Asteraceae Mikania hoffmanniana Dusen
ex
Malme Asteraceae Mikania lanuginosa DC Asteraceae Mikania
micrantha Asteraceae Mikania officinalis Mart. Asteraceae Mikania
sessilifolia DC Asteraceae Piptocarpha angustifolia Asteraceae
Piptocarpha regnelii (Sch.) Cabr Asteraceae Piptocarpha axillaris
(Less) Baer Asteraceae Pterocaulon alopecuroides (Lam) DC
Asteraceae Pterocaulon lanatum O. Kuntze Asteraceae Senecio
brasiliensis Asteraceae Senecio bonariensis Asteraceae Senecio
oleosus Vell. Asteraceae Senecio oligophyllum Bak. Asteraceae
Senecio conizaefolius Bak. Asteraceae Sonchus oleraceus Asteraceae
Solidago chilensis Asteraceae Stevia clausenii Schultz-Bip.
Asteraceae Taraxacum officinale Weber Asteraceae Vernonia
crassa
-
Asteraceae Vernonia discolor Asteraceae Vernonia flexuosa Sims
Asteraceae Vernonia cognata Less Asteraceae Vernonia hypochloa
Malme Asteraceae Vernonia nudiflora Asteraceae Vernonia brevifolia
Less. Asteraceae Vernonia puberula Less Asteraceae Viguieira
trichophylla Dus. Berberidaceae Berberis laurina Billb.
Bignoniaceae Arrabidea selloi Bignoniaceae Anemopayema protratrum
DC Bignoniaceae Pithecoctenium echinatum Bignoniaceae Adenocalymma
marginatum Bignoniaceae Pyrostegia venusta Bignoniaceae Jacaranda
sp Bignoniaceae Tabebuia alba Boraginaceae Buddleja brasiliensis
Jacq. ex Spr. Boraginaceae Cordia ecalyculata Boraginaceae Moritzia
dusenii Brassicaceae Raphanus raphanistrum L.
Brassicaceae Sinapsis arvensis Bromeliaceae Aechmea distichanta
Bromeliaceae Canistrum sp Bromeliaceae Tillandsia crocata
Bromeliaceae Tillandsia geminiflora Bromeliaceae Tillandsia stricta
Bromeliaceae Tillandsia tenuifolia Bromeliaceae Tillandsia
usneoides Bryophyta Phyllogonium julgens Bryophyta Rhyzogonium
spiniforme Bryophyta Sphagnum recurvum Campanulaceae Lobelia
camporum Campanulaceae Lobelia stellfeldii Campanulaceae Pratia
hederacea Campanulaceae Triodanis biflora Capparidaceae Cleome
affinis DC Caprifoliaceae Sambucus nigra Caryophyllaceae Cerastium
dicrotrichum Fenge Caryophyllaceae Stellaria madia (L.) Cyrill
Chenopodiaceae Chenopodium album L. Cactaceae Lepismium sp
Cactaceae Parodia ottoni var. villa-velhensis Cactaceae Rhipsallis
houlletiana Cactaceae Rhipsalis teres Celastraceae Austroplenckia
populnea Celastraceae Maytenus evonymoides Cistaceae Halimium
brasiliense Celastraceae Maytenus robusta Clethraceae Clethra
scabra Pers. Clusiaceae Hypericum piriai Commelinaceae Commelina
erecta Commelinaceae Commelina villosa Commelinaceae Tradescantia
elongata Commelinaceae Tradescantia eryanthoides Convolvulaceae
Ipomoea purpurea Convolvulaceae Ipomoea acuminata Roem.
Convolvulaceae Ipomoea coccinea L. Convolvulaceae Merremia sp
Cunoniaceae Lamanonia speciosa Cyatheaceae Alsophylla sp
Cuscutaceae Cuscuta racemosa Mart
Cyperaceae Bulbostylis capillaris (L.) C.B. Clarke
Cyperaceae Bulbostylis sp Cyperaceae Carex sellowianna
Cyperaceae Cyperus brevifolius (Rohb.) Endl. ex
Hassk Cyperaceae Cyperus ferax Rich
Cyperaceae Cyperus densicaepitosus Mattf et Kubenth
Cyperaceae Cyperus diffornius Cyperaceae Cyperus giganteus Vahl
Cyperaceae Cyperus lanceolatus Poir Cyperaceae Cyperus meyenianus
Kunth. Cyperaceae Cyperus sesquiflorus (Torr.) Mattf. et
Kük Cyperaceae Cyperus rigens J. Presl. et C. Presl. Cyperaceae
Cyperus sculentus L. Cyperaceae Cyperus virens Michx. Cyperaceae
Eleocharis montana (HBK)Roem et
Shull Cyperaceae Fimbristilys squarosa Vahl Cyperaceae
Lagenocarpus rigidus (Kunth) Ness. Cyperaceae Rhynchospora albiceps
Kunth. Cyperaceae Rhynchospora uniflora Cyperaceae Rhynchospora
consanguinea Cyperaceae Rhynchospora corymbosa
Cyperaceae Rhynchospora glaziovii Boeck Cyperaceae Rhynchospora
globosa (Kunth) Rown
et Shult Cyperaceae Rhynchospora pallida M.A. Curtis Cyperaceae
Rhynchospora rigida (K.) Boeck. Cyperaceae Rhynchospora setigera
Griseb Cyperaceae Scirpus sp Cyperaceae Scleria hirtella Sw.
Cyperaceae Scleria latifolia Sw. Droseraceae Drosera brevifolia
Droseraceae Drosera communis Droseraceae Drosera rotundifolia
Droseraceae Drosera villosa Dennstaedtiaceae Pteridium arachnoideum
Dicksoniaceae Dicksonia sellowiana Elaeocarpaceae Sloanea
monosperma Elaeocarpaceae Sloanea lasiocoma Euphorbiaceae Acalypha
gracilis Euphorbiaceae Alchornea iricurana Euphorbiaceae Alchornea
triplinervea Euphorbiaceae Croton antisyphiliticus Mart.
Euphorbiaceae Croton heterodoxus Euphorbiaceae Croton migrans
Euphorbiaceae Croton myrianthus Muell Arg Euphorbiaceae Ditassa
edmondoi Euphorbiaceae Euphorbia peperomioides Euphorbiaceae
Euphorbia heterophyla L. Euphorbiaceae Pera glabrata (Klotzsch)
Baill. Euphorbiaceae Pera obovata Baillon Euphorbiaceae Sebastiania
brasiliensis Spreng. Euphorbiaceae Sebastiania commersoniana
(Baillon)
Smith & Downs Euphorbiaceae Sebastiania schottiana Muell.
Arg. Euphorbiaceae Sapium glandulatum Ericaceae Agarista pulchella
Ericaceae Gaylussacia brasiliensis Ericaceae Gaylussacia
pseudogaultheriana
Cham. et Schl.
-
Ericaceae Leucothoe pulchella Eriocaulaceae Leiothrix flavescens
Eriocaulaceae Eriocaulon kunthi Eriocaulaceae Eriocaulon
sellowianum Kunth Eriocaulaceae Eriocaulon vaginatum Korn.
Eriocaulaceae Paepalanthus albo-vaginatus Alv.Silv. Eriocaulaceae
Paepalanthus leucocephala Eriocaulaceae Paepalanthus planifolius
Eriocaulaceae Syngonanthus caulescens Erythroxylaceae Erythroxyllum
deciduum A.St.Hill. Erythroxylaceae Erythroxyllum microphyllum
A.St.Hill. Erythroxylaceae Erythroxyllum suberosum A.St.Hill.
Erythroxylaceae Gaylussacia brasiliensis Fabaceae Camptosema
scarlatinum (Benth.)
Burk. Fabaceae Collaea speciosa DC Fabaceae Crotalaria balaensae
Fabaceae Crotalaria hilariana Benth. Fabaceae Dalbergia frutescens
(Vell.) Britt. Fabaceae Dalbergia misculorum Fabaceae Desmodium
adscendens Fabaceae Desmodium barbatum Fabaceae Desmodium canum
(Gml.) Schinz et
Thell. Fabaceae Desmodium tortuosum Fabaceae Eriosema camprestre
Benth. Fabaceae Eriosema heterophyllum Benth. Fabaceae Eriosema
punctata Fabaceae Erythrina falcata Benth. Fabaceae Galactia
boavista (Vell.) Burk. Fabaceae Galactia benthamiana Mich Fabaceae
Galactia neesii DC Fabaceae Galactia speciosa (Loisel.)Britton
Fabaceae Lonchocarpus sp Fabaceae Lotus corniculatus L. Fabaceae
Lupinus albus L. Fabaceae Machaerium stipitatum Fabaceae Melilotus
indicus L. Fabaceae Periandra mediterranea (Vell.) Taub. Fabaceae
Rhynchosia corydifolia Mart ex. Benth. Fabaceae Stylosanthes
bracteata Vog. Fabaceae Stylosanthes guianensis (Aubl.) Srv.
Fabaceae Stylosanthes hippocampoides
Molembrock Fabaceae Trifolium repens Fabaceae Vicia sativa L.
Fabaceae Vigna peduncularis Fabaceae Zornia diphylla Pers. Fabaceae
Zornia reticulata Sm. Fabaceae Caesalp.
Bauhinia forficata
Fabaceae Caesalp.
Cassia desvauxii
Fabaceae Caesalp.
Cassia rotundifolia
Fabaceae Caesalp.
Chamaecrista punctata (Vogel) HS
Fabaceae Caesalp.
Chamaecrista rotundifolia
Fabaceae Caesalp.
Copaifera langsdorfii
Fabaceae Caesalp.
Senna bicapsularis
Fabaceae Senna neglecta
Caesalp. Fabaceae Mimo. Anadenanthera colubrina Fabaceae Mimo.
Caliandra brevipes Fabaceae Mimo. Inga virescens Fabaceae Mimo.
Mimosa brevipes Butls Fabaceae Mimo. Mimosa floculosa Fabaceae
Mimo. Mimosa ramosisssima Fabaceae Mimo. Mimosa scabrela Fabaceae
Mimo. Parapiptadenia rigida Brunan Flacourtiaceae Casearia decandra
Flacourtiaceae Casearia laseophylla Flacourtiaceae Casearia
sylvestris Gesneriaceae Reichsteineria allagophylla (=
Sinningia allagophylla Mart. (Wiechl.) Gesneriaceae Sinningia
canescens Gesneriaceae Sinningia carnea Gesneriaceae Sinningia
douglasii Gleicheniaceae Dicranopteris pectinata Hypoxidaceae
Hypoxis decumbens L. Icacinaceae Citronella gongonha Iridaceae
Gelasine coerulea Iridaceae Sisyrinchium laxum Iridaceae
Sisyrinchium vaginatum Spreng. Iridaceae Sisyrinchium restioides
Spr. Iridaceae Sisyrinchium wettsteinii Hard. Mazz. Iridaceae
Sisyrinchium iridifolium Juncaceae Juncus tenuis Wild Juncaceae
Juncus macrocephalus Kuntze Lamiaceae Hyptis plectranthoides Benth.
Lamiaceae Hyptis sinuata Pohl Lamiaceae Peltodon longipes St. Hill.
Lamiaceae Peltodon radians Pohl Lamiaceae Peltodon rugosus Tohmat.
Lamiaceae Rhabdocaulon gracilis (Benth.) Epling Lamiaceae Salvia
aliciae E.P. Santos Lamiaceae Salvia nervosa Lamiaceae Salvia
splendens Lamiaceae Salvia leuchostachis Benth Lamiaceae Salvia
melissaeflora Benth Lamiaceae Salvia rosmarinoides St. Hill.
Lamiaceae Salvia scoparia Lauraceae Cinnamomum sellowianum (Nees
et
Mart.) Kostern Lauraceae Cryptocarya aschersoniana Mez Lauraceae
Endlicheria paniculata Lauraceae Nectandra grandiflora Lauraceae
Nectandra megapotamica Lauraceae Nectandra rigida Lauraceae Ocotea
bicolor Lauraceae Ocotea odorifera Lauraceae Ocotea puberula
Lauraceae Ocotea pulchella Lauraceae Ocotea porosa (Nees) Barroso
Lentibulariaceae Utricularia foliosa Lentibulariaceae Utricularia
gibba Lentibulariaceae Utricularia tricolor Liliaceae Nothoscordum
inodorum (Solander ex
Ailton) Nich. Lycopodiaceae Lycopodium carolinum Lythraceae
Cuphea calophylla C. et S. Lythraceae Cuphea carthagenensis (Jacq.)
JF
Macbr. Lythraceae Cuphea linarioides C. et S. Lythraceae Cuphea
lindmaniana Koehne et Bak.
-
Lythraceae Cuphea mesostemon Hoehne Lythraceae Cuphea racemosa
Malpighiaceae Aspicarpa pulchella Malpighiaceae Birsonima
intermedia Malpighiaceae Tetrapteris salicifolia Malvaceae Pavonia
sepium Malvaceae Pavonia schranki Malvaceae Pavonia speciosa HBK
Sterculiaceae Guazuma ulmifolia Malvaceae Sida santaremnensis
Monteiro Malvaceae Sida rhombifolia Malvaceae Sida macrodon
Malvaceae Sida spinosa L. Malvaceae Wissadula parviflora (St.
Hill.) Frie. Mayacaceae Mayaca sellowiana Melastomataceae
Acisanthera variabilis Melastomataceae Lavoisiera pulchella
Melastomataceae Lavoisiera phyllocalysyna Melastomataceae Leandra
australis Melastomataceae Leandra erostrata (DC) Cogn
Melastomataceae Leandra lacunosa Cogn Melastomataceae Leandra
purpurascens (DC) Cogn. Melastomataceae Leandra refracta
Melastomataceae Leandra riograndensis (Brade)
Wurdak Melastomataceae Leandra sabiaensis Brade Melastomataceae
Leandra xanthocarpa (Naud) Cogn. Melastomataceae Miconia
cinerascens Miq. Melastomataceae Miconia hiemalis St.Hill. et Naud
Melastomataceae Miconia tristis Melastomataceae Miconia
petropolitana Melastomataceae Miconia sellowiana Naud
Melastomataceae Miconia theezans Melastomataceae Tibouchina dubia
Cogn. Melastomataceae Tibouchina gracilis (Bonpl.) Cogn.
Melastomataceae Tibouchina hatschbachii Melastomataceae Tibouchina
nitida Melastomataceae Tibouchina sellowiana Melastomataceae
Trembleya parviflora (D.Don.) Cogn. Meliaceae Cabralea canjarana
Meliaceae Cedrela fissilis Menyanthaceae Nymphoides indica
Monimiaceae Hennecartia amphalandra Monimiaceae Mollinedia
clavigera Tull. Monimiaceae Mollinedia blumenaviana Moraceae
Dorstenia cayapia Moraceae Fícus enormis Moraceae Fícus
landerstiana Moraceae Fícus guaranitica Moraceae Maclura tinctoria
Moraceae Sorocea bomplandi Myrsinaceae Campomanesia adamantium
(Camb.)
Berg. Myrsinaceae Campomanesia aurea Myrsinaceae Myrsine
acuminata Myrsinaceae Myrsine ferruginea Myrsinaceae Myrsine
umbellata Myrtaceae Caliptranthes concinna Myrtaceae Caliptranthes
grandifolia Myrtaceae Campomanesia cambessedeana Myrtaceae Eugenia
arenosa Mattos Myrtaceae Eugenia bimarginata Myrtaceae Eugenia
punicifolia (Kunt.) DC. Myrtaceae Eugenia uniflora
Myrtaceae Gomidesia palustris Myrtaceae Gomidesia sellowiana
Myrtaceae Myrcia arborescens Berg. Myrtaceae Myrcia breviramis
Myrtaceae Myrcia hatschbachii Myrtaceae Myrcia multiflora Myrtaceae
Myrcia obtecta (Berg.) Kiaersk Myrtaceae Myrcia palustris Myrtaceae
Myrcia rostrata Myrtaceae Myrceugenia oxysepala Myrtaceae
Myrceugenia bracteosa Myrtaceae Myrceugenia miersiana Myrtaceae
Myrciaria delicatula Myrtaceae Plinia trunciflora Myrtaceae Psidium
cattleianum Myrtaceae Psidium cinereum Mart. Onagraceae Ludwigia
elegans Onagraceae Ludwigia leptocarpa Onagraceae Ludwigia sericea
Onagraceae Ludwigia tomentosa Orchidaceae Epidendron ellipticum
Orchidaceae Maxillaria acicularis Orchidaceae Oncidium
pontagrossensis Orchidaceae Phajus grandifolius Orchidaceae
Pleutotallis sp Orchidaceae Stenorrhynchus australis Orchidaceae
Wullschlaegelia aphylla Orchidaceae Zygopetalus crinitium
Oxalidaceae Oxalis martiana Oxalidaceae Oxalis refracta
Passifloraceae Passiflora villosa Piperaceae Peperomia catharinae
Piperaceae Peperonia caulibarbis Piperaceae Peperonia emarginella
Piperaceae Peperomia glabela Piperaceae Peperomia pereskiaefolia
Piperaceae Peperomia rotundifolia Piperaceae Peperomia tetraphylla
Piperaceae Peperomia uranocarpa Piperaceae Piper caldense
Piperaceae Piper gaudichaudianum Piperaceae Piper xylosteoides
Plantaginaceae Plantago australis Lam. Plantaginaceae Plantago
tomentosa Plantaginaceae Plantago guilleminiana Derne Poaceae
Andropogon bicornis L. Poaceae Andropogon lateralis Nees Poaceae
Andropogon leucostachys HBK Poaceae Aristida jubata (Arechav.)
Herter. Poaceae Aristida palens Poaceae Axonopus marginatus (Trin.)
Chase Poaceae Brachiaria decumbens Stapt Poaceae Brachiaria
plantaginea (Link) Hitch. Poaceae Chloris gayana Poaceae Chusquea
ramosissima Poaceae Coix lacrim-jobi L. Poaceae Deyeuxia
longiaristata (Wedd) Hack. Poaceae Digitaria horizontalis Poaceae
Digitaria insularis Poaceae Digitaria sanguinalis Poaceae
Echinachloa crus-pavonis Poaceae Eleusine indica Poaceae Eleusine
tristachya Poaceae Eragrostis frankii
-
Poaceae Eragrostis pilosa Poaceae Eragrostis plana Poaceae
Eryochrysis cayennensis Poaceae Holcus lanatus Poaceae Ichnanthus
pallens Poaceae Lolium multiflorum Poaceae Melinis minutiflora
Poaceae Merostachys multiramea Poaceae Olyra latifolia Poaceae
Panicum demissum Poaceae Panicum sabulorum Poaceae Panicum
stoloniferum Poaceae Papalum sp Poaceae Pennisetum clandestinum
Poaceae Piptochaetium montevidense (Spreng.)
Parodi Poaceae Rhynchelytrum roseum (Ness.) Stapf. Poaceae
Setaria poiretiana Poaceae Setaria geniculata Polygalaceae Monnina
cardiocarpa St. Hill. &
Morg. Polygalaceae Monnina tristiana St. Hill. Polygalaceae
Polygala longicaulis HBK. Polygalaceae Polygala cyparissias
St.Hill. e Moq. Polygalaceae Polygala pulchella Polygalaceae
Polygala sabulosa A.W. Bennett Polygalaceae Polygala subtilis HBK
Polygonaceae Fagopyrum esculentum Moench Polygonaceae Polygonum
acuminatum Kunth. Polygonaceae Polygonum hydropiperoides
Polygonaceae Polygonum punctatum Polygonaceae Rumex acetosella
Polygonaceae Rumex obtusifolius L. Polypodiaceae Elaphoglossum
gertii Polypodiaceae Polypodium angustifolium Polypodiaceae
Polypodium crassifolium Polypodiaceae Polypodium latipes
Polypodiaceae Polypodium squamulosum Rosaceae Prunus brasiliensis
Rosaceae Prunus myrtifolia (L.) Urban Rosaceae Prunus sellowii
Rosaceae Prunus sphaerocarpa SW Rosaceae Rubus brasiliensis Mart.
Rosaceae Rubus rosifolius Rosaceae Rubus urticaefolius Poiret.
Rhamnaceae Crumenaria polygaloides Rhamnaceae Rhamnus sphaerosperma
Sw. var.
pubescens (Reiss.) M.C. Johnston Rhamnaceae Rhamnus polymorpha
(Reiss.) Weberb. Rhamnaceae Rhamnus sectipetala Mart. ex Reissek.
Rhamnaceae Roupala montana Rubiaceae Borreria verticillata
Rubiaceae Borreria verbenoides Rubiaceae Borreria latifolia
Rubiaceae Borreria poaya DC Rubiaceae Borreria suaveolens Rubiaceae
Coussarea contracta (Walp.) Benth et
Hook Rubiaceae Coccocypselum condalia Pers. Rubiaceae
Coccocypselum lanceolatum Rubiaceae Diclieuxia dusenii Rubiaceae
Diodia alata Rubiaceae Emmeorrhiza umbellata (Spreng.)
K.Schum.
Rubiaceae Faramea sp Rubiaceae Manettia coridifolia Mart.
Rubiaceae Manettia luteo-rubra Rubiaceae Mitracarpus brasiliensis
Rubiaceae Psychotria cartagenensis Rubiaceae Psychotria leiocarpa
C. et S. Rubiaceae Psychotria nuda Rubiaceae Psychotria velloziana
Rubiaceae Psychotria suturella Muell. Arg. Rubiaceae Psychotria
stachyoides Benth. Rubiaceae Rudgea parquioides Rubiaceae
Palicourea australis Rubiaceae Palicourea brachypoda Rubiaceae
Palicourea marcgravii Rubiaceae Palicourea platypodina Rubiaceae
Richardia brasiliensis Rubiaceae Richardia scabra Rubiaceae
Relbunium hipocarpium Rubiaceae Relbunium nigro-ramosum Ehendl
Rubiaceae Relbunium richardianum Rubiaceae Rudgea jasminoides
Rubiaceae Sapium glandulatum Rubiaceae Spermacoce latifolia Aubl.
Rutaceae Esenbeckia grandiflora Mart. Rutaceae Fagara rhoifolium (=
Zanthoxyllum
rhoifolium) Rutaceae Zanthoxylum kleinii Sapindaceae Allophylus
edulis Sapindaceae Cardiospermum halicabum Sapindaceae Cupanea
vernalis Sapindaceae Dodonea viscosa Sapindaceae Matayba
elaeagnoides Radlk Sapindaceae Paullinia carpopodea Camb.
Sapindaceae Paullinia elegans Sapindaceae Paullinia mellifolia
Juss. Sapindaceae Serjania gracilis Schizaceae Anemia phyllitides
Scrophulariaceae Esterhazya splendida Mikan Scrophulariaceae
Mercadonia procumbens Solanaceae Brunfelsia sp Solanaceae
Calibrachoa ericifolia R.E.Fries Solanaceae Calibrachoa lineoides
Solanaceae Calibrachoa rupestris Solanaceae Datura stramonium
Solanaceae Calibrachoa ericifolia Solanaceae Solanum aculeatissimum
Jacq. Solanaceae Solanum americanum Solanaceae Solanum erianthum
Solanaceae Solanum lacerdae Solanaceae Solanum lycocarpum
Solanaceae Solanum megalochiton Solanaceae Solanum pseudoquina
Smilacaceae Smilax spinosum Smilacaceae Smilax campestris
Smilacaceae Smilax brasiliensis Sterculiaceae Byttneria
hatschbachii Sterculiaceae Waltheria indica Styracaceae Styrax
acuminatus Pohl Symplocaceae Symplocos linearifolia Symplocaceae
Symplocos tenuifolia Thymellaeaceae Daphnopsis beta Thymellaeaceae
Daphnopsis fasciculata Thymellaeaceae Daphnopsis racemosa Theaceae
Gordonia fruticosa (= Laplacea
-
fruticosa) Thelyteridaceae Thelypteris sp Ulmaceae Celtis
triflora Verbenaceae Aegiphilla klotzschiana Verbenaceae Aegiphilla
paraguaiensis Verbenaceae Aegiphilla verticillata Verbenaceae
Duranta vestita Verbenaceae Lantana camara Verbenaceae Lantana
fucata Verbenaceae Lantana moritziana Verbenaceae Lippia hirta
Verbenaceae Lippia lupulina Verbenaceae Stachytarpheta
cayenensis Verbenaceae Verbena hirta Verbenaceae Verbena rigida
Verbenaceae Verbena thymoides Verbenaceae Vitex megapotomica
Violaceae Hibanthus parviflora Winteraceae Drymis brasiliensis
Xyridaceae Xyris capensis Xyridaceae Xyris jupicai Xyridaceae Xyris
tortula