A RECUPERAÇÃO DO PAVIMENTO ASFÁLTICO URBANO Luiz Antonio Xavier da Silveira 1.0 Definições e estatísticas Entende-se como importante o conhecimento adequado dos termos dos defeitos que normalmento ocorrem nos pavimentos urbanos. Desta forma apresenta-se uma relação de alguns deles, segundo normativa espécífica do órgão responsável do Brasil pela uniformização das nomenclaturas com as definições seguintes, de acordo coma Norma DNIT 005/2003-TER. Fenda Qualquer descontinuidade na superfície do pavimento, que conduza a aberturas de menor ou maior porte, apresentando-se sob diversas formas, conforme descrito. Fissura - fenda de largura capilar existente no revestimento, posicionada longitudinal, transversal ou obliquamente ao eixo da via, somente perceptível a vista desarmada de uma distância inferior a 1,50 m. NOTA: As fissuras são fendas incipientes que ainda não causam problemas funcionais ao revestimento, não sendo assim consideradas quanto à gravidade nos métodos atuais de avaliação das condições de superfície. Trinca - fenda existente no revestimento, facilmente visível à vista desarmada, com abertura superior à da fissura, podendo apresentar-se sob a forma de trinca isolada ou trinca interligada.
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A RECUPERAÇÃO DO PAVIMENTO ASFÁLTICO
URBANO
Luiz Antonio Xavier da Silveira
1.0 Definições e estatísticas Entende-se como importante o conhecimento adequado dos termos dos defeitos que normalmento ocorrem nos
pavimentos urbanos. Desta forma apresenta-se uma relação de alguns deles, segundo normativa espécífica do órgão
responsável do Brasil pela uniformização das nomenclaturas com as definições seguintes, de acordo coma Norma DNIT
005/2003-TER.
Fenda Qualquer descontinuidade na superfície do pavimento, que conduza a aberturas de menor ou maior porte,
apresentando-se sob diversas formas, conforme descrito.
Fissura - fenda de largura capilar existente no revestimento, posicionada longitudinal, transversal ou obliquamente ao
eixo da via, somente perceptível a vista desarmada de uma distância inferior a 1,50 m.
NOTA: As fissuras são fendas incipientes que ainda não causam problemas funcionais ao revestimento, não sendo
assim consideradas quanto à gravidade nos métodos atuais de avaliação das condições
de superfície.
Trinca - fenda existente no revestimento, facilmente visível à vista desarmada, com abertura superior à da fissura,
podendo apresentar-se sob a forma de trinca isolada ou trinca interligada.
Trinca isolada
• Trinca transversal - trinca isolada que apresenta direção predominantemente ortogonal ao eixo da via. Quando
apresentar extensão de até 100 cm é denominada trinca transversal curta.
Quando a extensão for superior a 100cm denomina-se trinca transversal
longa.
• Trinca longitudinal - trinca isolada que apresenta direção predominantemente paralela ao eixo da via. Quando
apresentar extensão de até 100 cm é
NORMA DNIT xxx/xxxx–xx 3
denominada trinca longitudinal curta. Quando a extensão for superior a 100 cm denomina-se trinca longitudinal longa.
Trinca de retração - trinca isolada não atribuída aos fenômenos de fadiga e sim aos fenômenos de retração térmica ou
do material do revestimento ou do material de base rígida ou semirrígida subjacentes ao revestimento trincado.
Trinca interligada Trinca tipo “Couro de Jacaré” – conjunto de trincas interligadas sem direções preferenciais, assemelhando-se ao
aspecto de couro de jacaré. Essas trincas podem apresentar, ou não, erosão acentuada nas bordas.
Trinca tipo “Bloco” - conjunto de trincas interligadas caracterizadas pela
configuração de blocos formados por lados bem definidos, podendo, ou não, apresentar erosão acentuada nas bordas.
Afundamento Deformação permanente caracterizada por depressão da superfície do pavimento, acompanhada, ou não, de
solevamento, podendo apresentar-se sob a forma de afundamento plástico ou de consolidação.
Afundamento plástico – afundamento causado pela fluência plástica de uma ou mais camadas do pavimento ou do
subleito,
acompanhado de solevamento. Quando ocorre em extensão de até 6 m é
denominado afundamento plástico local; quando a extensão for superior a 6 m e estiver localizado ao longo da trilha de
roda é denominado afundamento plástico da trilha de roda.
Afundamento de consolidação - afundamento de consolidação é causado pela consolidação diferencial de uma ou
mais camadas do pavimento ou subleito, sem estar acompanhado de solevamento.
Quando ocorre em extensão de até 6 m é denominado afundamento de consolidação local; quando a extensão for
superior a 6m e estiver localizado ao longo da trilha de roda é denominado afundamento de consolidação da trilha de
roda.
Ondulação ou corrugação
Deformação caracterizada por ondulações ou corrugações transversais na superfície do pavimento.
Escorregamento
Deslocamento do revestimento em relação à camada subjacente do pavimento, com aparecimento de fendas em forma
de meia-lua.
Exsudação Excesso de ligante betuminoso na superfície do pavimento, causado pela migração do ligante através do revestimento.
Desgaste Efeito do arrancamento progressivo do agregado do pavimento, caracterizado por aspereza superficial do revestimento e
provocado por esforços tangenciais causados pelo tráfego.
Panela ou buraco
Cavidade que se forma no revestimento por diversas causas (inclusive por falta de aderência entre camadas
superpostas, causando o desplacamento das camadas), podendo alcançar as camadas inferiores do pavimento,
provocando a desagregação dessas camadas. rdo meio ambiente e com isso ajudar na sustentabilidade das cidades.
Situação da Malha Viária Pesquisa divulgada em 2015 pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostra que 57,3% dos cerca de
100 mil quilômetros de rodovias avaliadas apresentam algum tipo de deficiência em relação à pavimentação, sinalização
ou geometria da via. De toda a malha visitada pela CNT, 6,3% estavam em péssimo estado, 16,1% foram considerados
ruins e 34,9%, regulares. Segundo o levantamento, 42,7% da extensão rodoviária foram classificados de bom ou ótimo,
tendo assim “condições adequadas de segurança e desempenho”. Além disso, apenas 12,4% da malha rodoviária
nacional é pavimentada. Isso corresponde a 213,3 mil km dos 1,72 milhões de km de rodovias no país.
Desta forma, Leal destaca que o ambiente viário se mal projetado pode criar situações propícias a acidentes. Ao
se discutir sobre o ambiente viário, discutem-se todos os elementos que compõem o fator viário: projeto geométrico,
sinalização, condições da pavimentação, funcionalidade dos dispositivos de drenagem e as características urbanas da
via.
2.0 Recuperação De Patologias Em Pavimento Asfáltico
Projeto de Reabilitação/Recapeamento Asfáltico, segundo critério utilizado pelo PARANACIDADE.
Para o projeto de reabilitação/recapeamento asfáltico o pavimento existente deverá ser elaborado investigações
geotécnicas com o objetivo de definir e caracterizar as camadas do pavimento, suas espessuras e, também, o material do
subleito, devendo ser procedidas sondagens e ensaios, segundo consta do item 3.1.2.4 da IS-212- Instrução de Serviço
para Avaliação estrutural e Projeto de Reabilitação de Pavimentos Flexíveis e Semi-Rígidos do DNIT.
Deverão ser apresentados os laudos do teste de carga e suporte do pavimento existente, sendo:
- Área inferior a 30.000,00 m²: laudo de teste de carga com acompanhamento do responsável do Contratante. O teste
deve ser realizado com caminhão basculante com caçamba de 6 m³. O material da carga pode ser terra, brita ou
equivalente, de tal forma que a carga útil do caminhão seja entre 8 a 10 toneladas. O caminhão deverá ter apenas dois
eixos (caminhão “toco”). O caminhão deverá passar longitudinalmente em posições alternadas, lado esquerdo, centro e
lado direito. O teste poderá ser feito em todas as ruas e em toda a extensão. Quando as extensões forem muito grandes o
teste poderá ser feito por amostragem, dando preferência aos trechos em que na inspeção visual for notado algum tipo de
defeito.
- Área superior a 30.000,00 m²: laudo de teste de determinação de índice de suporte do pavimento, com utilização de
Viga Benkelman (DNIT-ME 024/94), e índice de gravidade global – IGG (DNIT 006/2003–PRO).
Deverá ser apresentado relatório de memória justificativa das espessuras de reperfilamento, se houver, e recape.
O projeto deverá conter, no mínimo, os seguintes elementos:
− Inventário expedito do estado de conservação da via através do qual se fará uma estimativa das falhas locais do
pavimento;
− Quadro contendo os quantitativos dos serviços;
− Seções transversais-tipos do pavimento, indicando os serviços a serem executados;
− Segmentos do trecho que necessitarão de drenagem superficial e profunda;
− Especificações e recomendações para execução do serviço.
Projeto de Restauração
Para os projetos de restauração do pavimento, deverá ser feita a avaliação funcional e estrutural do pavimento
por meio das seguintes atividades principais:
a) Coleta de dados existentes do pavimento, tais como: levantamento histórico cadastral, seções transversais tipo.
Espessuras e natureza das camadas, natureza do subleito, informações sobre o tráfego ocorrido e demais;
b) Avaliação objetiva da superfície do pavimento existente, incluindo o levantamento das flechas das trilhas de roda, de
acordo com o procedimento DNIT 006/2003-PRO – Avaliação objetiva da superfície de pavimentos flexíveis e
semirrígidos. As superfícies de avaliação devem ser espaçadas de 20 m em 20 m, alternadamente, em relação ao eixo da
pista, ou de 40 m em 40 m, em uma mesma faixa de tráfego, e estas estações coincidirão obrigatoriamente com aquelas
onde foram ou devem ser medidas deflexões. Deve-se também levantar as alturas dos degraus existentes entre pista e
acostamento;
c) Inventário da área da superfície de rolamento afetada por trincas FC2 e FC3 e panelas, de acordo com o procedimento
DNIT 007/2003-PRO – Deve-se levantar para avaliação da condição de superfície do subtrecho homogêneo de vias de
pavimentos flexíveis ou semirrígidos para gerência de pavimentos e estudos e projetos; esse estudo inclui o
levantamento das flechas e trilhas de roda;
d) Determinação das deflexões, incluindo o levantamento das bacias de deformação e raios de curvatura, por intermédio
da utilização da metodologia DNIT-PRO 273/96 – Determinação das deflexões utilizando deflectômetro de impacto tipo
“Falling Weight Deflectometer” (FWD), ou DNIT 133/2010-ME – Viga Benkelman;
e) Determinação dos segmentos homogêneos por meio do estudo das deflexões recuperáveis e do inventário do
pavimento;
f) Inspeção visual, com o objetivo de caracterizar em definitivo os segmentos homogêneos quanto às condições do
pavimento, tendo como referência os estudos e as mudanças observadas na superfície do pavimento;
g) Cadastro de locais para remoções superficiais e profundas.
O projeto de restauração do pavimento deve conter, no mínimo, os seguintes elementos:
− Desenvolvimento da solução de restauração do pavimento selecionado na fase de preliminar;
− Inventário expedito do estado de conservação da via através do qual se fará uma estimativa das falhas locais do
pavimento;
− Quadro contendo os quantitativos dos serviços;
− Seções transversais-tipo do pavimento, indicando os serviços a serem executados;
− Segmentos do trecho que necessitarão de drenagem superficial e profunda;
− Especificações e recomendações para execução do serviço.
A execução do Projeto Básico de Restauração do Pavimento deve seguir as indicações do subitem 3.1.4 e 3.1.5
da IS-212 do DNIT. No caso de novos pavimentos deve ser observada a instrução de Serviço IS-211 – Instrução de
Serviço para Projeto de Pavimentação (Pavimentos Flexíveis), item 3.1, do DNIT.
Para o dimensionamento das restaurações de pavimentos, devem ser utilizados métodos consagrados no meio
rodoviário, DNIT-PRO 011/79 – Avaliação Estrutural de Pavimentos Rodoviários (Procedimento B) e DNIT-PRO
269/94 – Projeto de restauração de Pavimentos Flexíveis (TECNAPAV).
No caso de pavimentos rígidos, observar a Especificação de Serviços nº 067/2004 do DNIT.
Caso o (a) projetista resolva optar por outras alternativas de dimensionamento de pavimento ou de aplicação de novos
materiais, a solução proposta deverá ser discutida e analisada em conjunto com o Contratante ao qual o projeto se refere,
sendo submetida à apreciação do PARANACIDADE. Para isto, a empresa deverá elaborar justificativa para a proposta
contendo análise comparativa de desempenho de custos e relatório técnico com informações detalhadas e específicas
dos materiais e/ou dimensionamentos propostos, incluindo as especificações dos materiais e serviços que constarão do
orçamento.
3.0 Selagem de trincas ou Recuperações Superficiais
A selagem de trincas é uma operação concebida com a finalidade de corrigir falhas superficiais (fissuração,
desagregação, perda de agregados, polimento das asperezas, exsudação, etc.) exteriorizadas pelo revestimento existente.
Acessoriamente, em alguns casos, poderão ser concebidas também com o objetivo de corrigir pequenas deficiências de
natureza geométrica. Fundamentalmente, destinam-se a impermeabilizar revestimentos abertos e/ou fissurados, a
protelar a perda de agregados, a minimizar os efeitos maléficos decorrentes da oxidação dos ligantes betuminosos, a
recuperar a rugosidade de revestimentos desgastados pela ação abrasiva do tráfego ou pela inadequabilidade dos
agregados pétreos utilizados e, em certa medida, corrigir deficiências do perfil transversal. Tais operações, devido às
suas delgadas espessuras (da ordem de no máximo 2,5cm), não carecem de verificação de dimensionamento.
Um produto que pode ser utilizado na selagem de trincas é a lama asfáltica, a qual consiste na aplicação de
uma mistura fluida de agregado miúdo, "fíler", emulsão asfáltica e água, em proporções pré-definidas; suas espessuras
delgadas, sempre inferiores a 1,0 cm, não lhe conferem efeitos estruturais próprios, (Manual de Pavimentação 253
MT/DNIT/DPP/IPR).
Como operação de acabamento da superfície asfáltica utiliza-se a capa selante, que se trata de um banho de ligante
asfáltico, seguido da imediata cobertura com agregados finos (tipo areia ou pó de pedra), os quais deverão ser
"paleados" e espalhados a rodo de forma uniforme.
4.0 Tapa-buraco
Conforme descrito no Manual de pavimentação do DNIT, Tapa Buraco consiste em reparar degradações
localizadas (panelas, depressões secundárias, etc.) no revestimento, de modo a se evitar maiores danos ao pavimento e
se obter uma superfície de rolamento segura e confortável.
a) Os remendos superficiais são executados para selar, provisoriamente, as trincas superficiais, evitando a penetração da
umidade no interior do pavimento, impedindo maiores degradações. Este tipo de reparo pode ser executado através da
aplicação de capa selante ou de uma fina camada de material betuminoso e agregado miúdo, misturados em usina.
b) Aplica-se a capa selante em segmentos cujas trincas não apresentem uma largura superiora 3 mm.
c) Para preparar adequadamente a área onde será aplicado o remendo, corta-se o revestimento existente, inicialmente
formando uma vala em torno da área degradada, a fim de proporcionar bordas verticais que formarão os limites da área
a ser reparada.
d) A área é varrida e limpa, usando-se vassouras ou jato de ar comprimido, caso necessário.
e) Sobre a superfície é aplicada emulsão asfáltica de ruptura rápida, na taxa de 0,5 l/m2, devendo esta ser aumentada
caso as fendas absorvam mais ligante que o previsto.
f) Espalhar o agregado de cobertura, imediatamente após a aplicação da emulsão, recomendando-se a utilização de
material compreendido entre as peneiras de 3/8" e nº 10.
g) Logo a seguir, iniciar a compressão com rolo pneumático, ou eventualmente utilizar passagens do pneumático do
caminhão transportador do agregado de cobertura.
h) A abertura ao tráfego deve ser permitida, somente, após a ruptura da emulsão.
i) Nos remendos superficiais a serem executados nas áreas que apresentam trincas com mais de 3mm de largura, deve
ser empregada mistura betuminosa a quente produzida em usina.
5.0 Remendo profundo É definido pelo DNIT como aquele em que há substituição do revestimento e, eventualmente, de uma ou mais
camadas inferiores do
pavimento. Usualmente, apresenta forma retangular. O remendo profundo é realizado mediante operações corretivas
localizadas de porte um pouco maior, podendo incluir, em certos casos extremos, a remoção de frações de camadas
granulares subjacentes. Nestes casos, dever-se-á proceder à substituição dos materiais de características e suporte
deficientes por outros, com propriedades adequadas, concluindo com a reparação do revestimento com misturas
asfálticas; se necessário, deverá ser executada inclusive a drenagem superficial e profunda
Segundo a concessionária Arteris, o remendo profundo em pavimento flexível é caracterizado pela seguinte
situação: como o serviço de recuperação de uma área com baixa condição de suporte, requerendo recuperação em
espessura superior a 10 cm e extensão máxima de 40 m.
Recuperações com extensão maiores do que 40m configuram uma restauração do pavimento e a solução deve
ser dada através do projeto do pavimento. A necessidade do reparo profundo deve ser definida por inspeção visual do
Engenheiro de obras, que deve complementá-la com abertura de janelas para verificar o estado das camadas, e com
medidas de deflexões com a Viga Benkelman (DNIT ME 024).
A deflexão admissível na superfície do pavimento deve ser estabelecida no projeto. As áreas devem ser
delimitadas antes do início dos serviços pela aparência da pista e confirmadas com a viga Benkelman.
As demarcações devem ter configuração retangular, envolver toda a área comprometida, com folga mínima de
20 cm e largura de no mínimo 1,25 m para permitir a entrada de rolo compactador.
EXECUÇÃO DO SERVIÇO
No início da escavação, o Inspetor de Campo deve anotar os tipos e espessuras do pavimento original, para
registro. O preenchimento das camadas deve considerar sempre a continuidade das camadas do pavimento, visando à
drenagem, bem como, o recompor o equilíbrio estrutural do pavimento.
A área comprometida deve ser removida até atingir uma superfície consolidada, sem umidade excessiva e
desagregação.
O material escavado deve ser levado para bota-fora aprovado.
Os bordos das áreas devem apresentar inclinações de acordo com as seguintes opções:
a- Remendo com uso de fresadora: o corte dos bordos deve manter a inclinação deixada pela fresa e a escavação das
diversas camadas deve ser executada com o mesmo escalonamento do item anterior.
As paredes da seção resultante devem apresentar inclinações de, no mínimo, 4V:1H. O fundo da seção deve:
Apresentar as mesmas declividades transversal e longitudinal do pavimento original;
Ter uma saída no ponto mais baixo, para drenar a água para fora da pista, com corte na seção transversal
seguindo para o acostamento. A valeta deve estar abaixo do fundo da seção, no mínimo, 5,0 cm e ter uma declividade,
de montante para jusante mínima de 3%.
Se o fundo da seção atingir o subleito, o engenheiro responsável pela obra deve avaliar a necessidade de
aprofundar a escavação e substituir o material para que se obtenha um subleito com capacidade de suporte adequada.
. Quanto à escolha das vias: Devem ser selecionadas vias dentro do perímetro urbano e que atendam aos seguintes requisitos:
- Existência de meio-fio;
- Existência de drenagem que não seja só escoamento superficial;
- Possuir passeio revestido ou que permita a circulação;
- Taxa de ocupação mínima de ocupação dos lotes lindeiros à via em torno de 60%;
Dar preferência na seleção de vias urbanas que sejam contíguas e que possuam características de corredor de
transporte de ligação entre bairros ou de acessos a estabelecimentos educacionais, hospitais, centros de assistência à
saúde, segurança pública e de outros serviços públicos municipais, estaduais e federais;
. Quanto às recomendações técnicas para o projeto:
- Espessura mínima a ser adotada para revestimento: 3 cm
- Recape sobre calçamentos (paralelepípedo, pedra irregular e lajotas de concreto) deve prever revestimentos em duas
camadas, com espessura mínima de 3cm cada, (neste caso o reperfilamento, se necessário for será de no máximo de 1 a
2 cm e não conta como camada de revestimento) ;
- Teste de Carga prévio em todas as vias – laudo em anexo.
- Ensaio com Viga Benckelman para áreas acima de 30.000m2 – Laudo em anexo.
- Apresentar relatório fotográfico.
- Estar de acordo com o Plano Diretor
. Soluções gerenciais: Deverão ser adotadas soluções em função da condição do pavimento, da composição das camadas de sua
estrutura e do tipo de revestimento asfáltico.
. Condição do pavimento por via urbana: esta avaliação deverá ser realizada com atribuição de notas para condição
do pavimento conforme segue:
Condição do pavimento Nota
Péssima 1
Ruim 2
Regular 3
Fonte: Plano Estadual de Recuperação Asfáltica de Pavimento - RECAP
A condição do pavimento, de acordo com a respectiva nota, é definida da seguinte forma:
Condição do pavimento Descrição
Regular Além da operação de rotina de tapa buracos é
necessário a execução de remendos superficiais
em até 30% da superfície, correção de trilhas de
rodas e melhoria localizada de drenagem de
pavimento. Remendos profundos eventuais em
até 3%
Ruim Além da operação significativa de tapa buracos e
de outros remendos superficiais, ocorre a
desagregação do revestimento, trincamento
severo por trilhagens de roda, escorregamento de
capa em área significativas do pavimento
existente, exigindo a correção de defeitos de 30%
a 50% da área pavimentada. Remendos
profundos em até 5% da área total.
Péssima Além da operação generalizada de tapa buracos e
de outros remendos superficiais, ocorre a
desagregação do revestimento, trincamento
severo por trilhagens de roda, escorregamento de
capa, em área significativas do pavimento
existente, exigindo a correção de defeitos em
praticamente toda a área pavimentada. Remendos
profundos em até 10% da área total.
Fonte: Plano Estadual de Recuperação Asfáltica de Pavimento – RECAP
. Serviços de reparos localizados Os serviços de reparos localizados para conservação de pavimento usualmente aplicáveis são:
SERVIÇOS DE REPAROS LOCALIZADOS PARA CONSERVAÇÃO DE PAVIMENTO
Item Serviço Descrição
1 Tapa buraco mecânico com PMF Preenchimento de buracos com área superior a
15 m², com PMF por processo mecânico, para
evitar maiores danos ao pavimento e aos
usuários, obtendo-se uma superfície de
rolamento segura e confortável, em
conformidade com Especificação de Serviço
DER/PR ESP 12/05 e ES-P 23/05.
2 Tapa buraco mecânico com CBUQ Preenchimento de buracos com área superior a
15 m², com CBUQ por processo mecânico,
para evitar maiores danos ao pavimento e aos
usuários, obtendo-se uma superfície de
rolamento segura e confortável, em
conformidade com Especificação de Serviço
DER/PR ESP 12/05.
3 Tapa buraco manual com PMF Preenchimento de buraco com área inferior a
15 m², com PMF por processo manual, para
evitar maiores danos ao pavimento e aos
usuários e se obter uma superfície de
rolamento segura e confortável, em
conformidade com Especificação de Serviço
DER/PR ES-P 12/05 e ES-P23/05.
4 Tapa buraco manual com CBUQ Preenchimento de buraco com área inferior a
15 m², com CBUQ por processo manual, para
evitar maiores danos ao pavimento e aos
usuários e se obter uma superfície de
rolamento segura e confortável, em
conformidade com Especificação de Serviço
DER/PR ES-P 12/05.
5 Remendo profundo com PMF e camadas
granulares para correção de “borrachudos”
Remoção de pavimento defeituoso existente
composto de revestimento e camada granular,
substituição por camada granular com suporte
adequado (BG), execução de nova camada de
revestimento em PMF e, se necessário,
execução drenagem de pavimento, em
conformidade com Especificação de Serviço
DER/PR ES-P 13/05, ES-P23/05 e
Especificação Particular de Serviço do
DER/PR.
6 Remendo profundo com CBUQ e camadas
granulares para correção de "borrachudos"
Remoção de pavimento defeituoso existente
composto de revestimento e camada granular,
substituição por camada granular com suporte
adequado (BG), execução de nova camada de
revestimento em CBUQ e, se necessário,
execução drenagem de pavimento, em
conformidade com Especificação de Serviço
DER/PR ES-P 13/05 e Especificação
Particular de Serviço do DER/PR.
7 Remendo profundo com CBUQ e camadas
cimentadas para correção de
"borrachudos"
Remoção de pavimento defeituoso existente
composto de revestimento e camada de solo
estabilizado ou solo melhorado com cimento
ou solo cimento, substituição por camada
cimentada (BGTC ou solo cimento), execução
de nova camada de revestimento em CBUQ e,
se necessário, execução drenagem de
pavimento, em conformidade com
Especificação de Serviço DER/PR ES-P 13/05
e Especificação Particular de Serviço do
DER/PR.
8 Correção de remendo superficial
deteriorado com PMF
Remoção de remendo superficial existente
deteriorado e substituição por nova mistura
asfáltica em PMF, em conformidade com
Especificação de Serviço DER/PR ESP12/05
e ES-P 23/05.
9 Correção de remendo superficial
deteriorado com CBUQ
Remoção de remendo superficial existente
deteriorado e substituição por nova mistura
asfáltica em CBUQ, em conformidade com
Especificação de Serviço DER/PR ESP12/05.
10 Fresagem superficial para correção de
exsudação s/ adição de novo revestimento
Remoção de revestimento asfáltico exsudado,
que provoca risco ao usuário, com fresagem
superficial e limpeza da superfície fresada
com jateamento de ar comprimido, em
conformidade com Especificação de Serviço
DER/PR ES-P 31/05.
11 Fresagem superficial para correção de
afundamentos maiores que 20 mm nas
trilhas de roda com adição de novo
revestimento em CBUQ
Fresagem superficial de revestimento
existente na espessura média de 25 mm,
limpeza da superfície fresada com jateamento
de ar comprimido e preenchimento com
CBUQ na espessura média de 25 mm, em
conformidade com Especificação de Serviço
DER/PR ES-P 31/05 e ESP21/05.
12 Fresagem superficial para correção de
escorregamento de capa com adição de
CBUQ
Fresagem de revestimento existente defeituoso
e aplicação de nova mistura asfáltica em
CBUQ na espessura mínima do revestimento
existente, em conformidade com
Especificação de Serviço DER/PR ESP 31/05
e ES-P 21/05.
13 Microfresagem superficial para correção
de irregularidade superficial
Microfresagem de revestimento existente
defeituoso na espessura máxima de 15 mm,
em conformidade com Especificação de
Serviço DER/PR ES-P 31/05.
14 Reperfilagem com PMF (massa fina),
espalhamento com motoniveladora, para
correção localizada de defeitos superficiais
Aplicação localizada de massa fina de PMF,
na espessura média de 20 mm, para correção
de perfil transversal do pavimento existente
e/ou trilhas de roda e/ou áreas com incidência
de muitos remendos superficiais ou profundos,
em conformidade com Especificação de
Serviço DER/PR ES-P 23/05.
15 Reperfilagem com CBUQ, espalhamento
com motoniveladora, para correção
localizada de defeitos superficiais
Aplicação localizada de massa de CBUQ, na
espessura média de 20 mm, para correção do
perfil transversal do pavimento existente e/ou
trilhas de roda e/ou áreas com incidência de
muitos remendos superficiais ou profundos,
em conformidade com Especificação de
Serviço DER/PR ES-P 21/05.
16 Pinturas asfálticas Aplicação localizada de pintura de ligação
com emulsão RR-1C para preenchimento com
PMF ou CBUQ, pintura de proteção e cura de
base cimentadas (BGTC ou SC) e imprimação
impermeabilizante com CM-30 para bases
granulares (BG), em conformidade com
Especificação de Serviço DER/PR ES-P
17/05.
Fonte: Plano Estadual de Recuperação Asfáltica de Pavimento – RECAP
. Serviços de drenagem complementar
Serviços de drenagem complementar consistem na execução de serviços de drenagem de pavimento, de forma
localizada, a ser acoplada a sistema de drenagem de galeria de água pluvial existente. Os serviços usualmente aplicáveis
são:
SERVIÇOS DE DRENAGEM COMPLEMENTAR DE PAVIMENTO
Item Serviço Descrição
1 Drenagem longitudinal de
pavimento
Consiste em complementar a drenagem em
segmentos com presença de elevada umidade
no pavimento, com execução de dreno
longitudinal com altura de 40 cm e largura de
20 cm, em conformidade com Especificação
Particular de Serviço do DER/PR.
2 Drenagem transversal de pavimento Consiste em executar dreno transversal de
pavimento com altura de 30 cm e largura de
13 cm, se necessário, em caixas de remoção
de remendos profundos, em conformidade
com Especificação Particular de Serviço do
DER/PR.
Fonte: Plano Estadual de Recuperação Asfáltica de Pavimento – RECAP
. Serviços de recuperação superficial contínua do pavimento
Serviço de recuperação superficial contínua do pavimento usualmente aplicava são:
SERVIÇOS DE RECUPERAÇÃO SUPERFICIAL CONTÍNUA DE PAVIMENTO
Item Serviço Descrição
1 Fresagem contínua a frio Fresagem de revestimento existente
defeituoso, na espessura indicada nas seções
tipo de recuperação superficial contínua de
pavimento, em conformidade com
Especificação de Serviço DER/PR ES-P
31/05.
2 Reperfilagem com PMF,
espalhamento com motoniveladora,
produção até 200 t/dia
Aplicação de massa fina de PMF, com
espalhamento com motoniveladora, na
espessura indicada nas seções tipo de
recuperação superficial contínua de
pavimento, para correção de perfil transversal
do pavimento existente e/ou trilhas de roda
e/ou áreas com incidência de forte trincamento
e/ou com muitos remendos superficiais ou
profundos, em conformidade com
Especificação de Serviço DER/PR ES-P
23/05.
3 PMF, espalhamento com vibroacabadora,
produção até 200
t/dia
Aplicação de massa fina de PMF, com
espalhamento com vibroacabadora, na
espessura indicada nas seções tipo de
recuperação superficial contínua de
pavimento, em conformidade com
Especificação de Serviço DER/PR ES-P
23/05.
4 Reperfilagem com CBUQ, espalhamento
com motoniveladora, produção até 200
t/dia
Aplicação de massa de CBUQ com
espalhamento com motoniveladora, na
espessura indicada nas seções tipo de
recuperação superficial contínua de
pavimento, para correção do perfil transversal
do pavimento existente e/ou
trilhas de roda e/ou áreas com incidência de
forte trincamento e/ou com muitos remendos
superficiais ou profundos, em conformidade
com Especificação de
Serviço DER/PR ES-P 21/05.
5 CBUQ, espalhamento com
vibroacabadora, produção até 200
t/dia
Aplicação de massa de CBUQ, com
espalhamento com vibroacabadora, na
espessura indicada nas seções tipo de
recuperação superficial contínua de
pavimento, em conformidade com
Especificação de Serviço DER/PR ESP
21/05.
6 Pintura asfáltica Aplicação contínua de pintura de ligação com
emulsão RR-1C para recuperação superficial
de pavimento, com PMF ou CBUQ ou
tratamento superficial, em conformidade com
Especificação de Serviço DER/PR ES-P
17/05.
Fonte: Plano Estadual de Recuperação Asfáltica de Pavimento – RECAP
. Seção tipo de recuperação superficial contínua de pavimento asfáltico 4.5.1 As seções tipo de recuperação superficial de pavimento asfáltico serão projetadas com base na condição do estado
do pavimento, volume de tráfego urbano e rampas máximas para execução de serviços com equipamentos mecânicos de
espalhamento e compactação.
4.5.2 É de responsabilidade técnica do município a determinação precisa dos reparos localizados a serem executados.
4.5.3 Estas seções sugeridas, a título de orientação, somente são aplicáveis após execução dos reparos localizados e
eventual drenagem de pavimento complementar.
4.5.4 Estas seções sugeridas, a título de orientação, somente são aplicáveis, ainda, após atendidas as diretrizes definidas
acima.
Opções técnicas de seções transversais
10.0 Controle Tecnológico E Geométrico O objetivo maior do pavimento - entendido aqui como a rodovia com todos os seus componentes, deverá se
constituir em atender, adequadamente, às suas funções básicas. Por este motivo, deverá ser ele concebido, projetado,
construído e conservado de forma a apresentar, invariavelmente, níveis de serventia compatíveis e homogêneos, em toda
sua extensão, os quais são normalmente avaliados através da apreciação de três características gerais de desempenho: a
segurança, o conforto e a economia (de manutenção, operação e segurança).
A consideração concomitante destas três categorias de desempenho traduz a denominação "características
operacionais do pavimento", enquanto que os "níveis de desempenho ou de serventia" desejáveis são normalmente
fixados em função de três condicionantes preponderantes:
a) as características do tráfego;
b) as características inerentes à região (topografia, geologia, climatologia, pedologia, etc);
c) os recursos disponíveis (materiais, técnicos e financeiros).
Paralelamente, para que a rodovia apresente nível de desempenho superior, torna-se fundamental que todos os
seus componentes (Pavimento, Terrapleno, Proteção do Corpo Estradal, Obras-de-Arte Correntes, Obra-de-Arte
Especiais, Sinalização, Obras Complementares, etc) desempenhem a contento suas funções e se comportem de forma
solidária e harmoniosa.
Releva enfatizar que todos os componentes são importantes, cabendo destaque apenas à preponderância
exercida pelo "componente Pavimento", no tocante às características de segurança e de conforto da rodovia.
Assim, a manutenção do Pavimento se constitui no conjunto de operações que são desenvolvidas objetivando
manter ou elevar, a níveis desejáveis e homogêneos, as Características Gerais de Desempenho - segurança, conforto e
economia do Pavimento, considerando globalmente todos os componentes de Rodovia (Pavimento, Terraplenagem,
Proteção de Corpo Estradal, Obras-de-Arte Correntes, Obras-de-Arte Especiais, Drenagem, Sinalização, Obras
Complementares, etc).
Procedimento de Análise do Comportamento Estrutural dos Pavimentos Flexíveis- Pro 11/79 Dnit
11.0 Referências Bibliográficas
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2006.
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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano – SEDU: Serviço Social
Autônomo – PARANACIDADE, Curitiba. Manual de Critérios de Elegibilidade do Programa Paraná Urbano, 1996, p.3 -
4.
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Autônomo – PARANACIDADE, Curitiba. Manual de Critérios de Elegibilidade de Projetos do Programa de
Investimentos em Infra-Estrutura Básica Municipal, 2003.
JÚNIOR, E.P., Manual de Obras Rodoviárias e Pavimentação Urbana, São Paulo, Pini, 2014.
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SILVEIRA, L.A.X. Contribuição para um modelo de seleção de revestimentos de pavimentos em ambientes urbanos
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.monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10009111.pdf, análise da relação das características das rodovias e vias