Top Banner
FRAUDARAM A CORREÇÃO DO FGTS Todos os padeiros, confeiteiros, balconistas, faxineiros, caixas, gerentes, ajudantes e demais trabalhadores nas padarias, confeitarias e indústrias de panificação que, desde 1999, tinham ou têm saldos na conta do FGTS foram lesados por uma regra ilegal que não repõe o valor do dinheiro depositado nas contas. Quem sacou o dinheiro do FGTS depois dessa data tem direito à atualização dos valores pela inflação do período. Quem não sacou o dinheiro também tem direito à correção do saldo que se encontra depositado em suas contas. Para reaver o dinheiro nosso sindicato está conclamando os companheiros a aderirem a nossa ação na Justiça. VAMOS BRIGAR NA JUSTIÇA stamos chamando todos os companheiros que veram ou têm saldo na conta do FGTS a aderirem à ação judicial que o nosso sindicato promove juntamente com a UGT – para reaver- mos os valores que foram subtraídos do FGTS de todos os trabalhadores a parr de 1999. A fraude pracada contra os trabalhadores ocorreu na aplicação da correção dos valores das contas. A lei do FGTS determina que os re- cursos depositados devem render juros de 3% ao ano, além de atualização monetária. Para fazer a atualização monetária, o governo uliza um índice administrado por ele – a cha- mada Taxa Referencial (TR) que, no entanto, desde 1999, ficou sempre abaixo do índice oficial de inflação – o INPC. Com essa fraude, os recursos depositados nas contas em todo o período, seja de quem sacou ou não, perderam um poder de compra que, em alguns casos, chega a 88,3%. Para se ter uma idéia do absurdo pracado contra a clas- se trabalhadora, enquanto o INPC, no ano passado, foi de 6,17%, a atualização dos valores depositados no FGTS ficou em míseros 0,28%. Para que cada um de nós tenha direito ao ressarcimento é preciso entrar na briga – e ade- rir à ação judicial. (veja como fazer na próxi- ma página). Conta a nosso favor, re- cente decisão do Supremo Tribu- nal Federal, que em questão assemelhada, recusou a TR como índice de atualização monetária e determinou a aplicação do INPC. Órgão oficial do Sindicato dos Padeiros, Confeiteiros, Forneiros, Balconistas, Gerentes, Caixas, Ajudantes, Faxineiros e demais trabalhadores nas Indústrias de Panificação e Confeitaria de São Paulo – Diretor: Chiquinho Pereira – Junho 2013 ESPECIAL E
9

A Massa - Junho / 2013

Mar 13, 2016

Download

Documents

Jornal A Massa - Junho/2013 - Sindicato dos Padeiros de SP
Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
Page 1: A Massa - Junho / 2013

FRAUDARAM A CORREÇÃO

DO FGTSTodos os padeiros, confeiteiros, balconistas, faxineiros, caixas, gerentes, ajudantes e

demais trabalhadores nas padarias, confeitarias e indústrias de panificação que, desde 1999, tinham ou têm saldos na conta do FGTS foram lesados por uma regra ilegal que não repõe o valor do dinheiro depositado nas contas. Quem sacou o dinheiro do FGTS depois dessa data tem direito à atualização

dos valores pela inflação do período. Quem não sacou o dinheiro também tem direito àcorreção do saldo que se encontra depositado em suas contas. Para reaver o dinheiro nosso

sindicato está conclamando os companheiros a aderirem a nossa ação na Justiça.

VAMOS BRIGAR NA JUSTIÇAstamos chamando todos os companheiros que ti veram ou têm saldo na conta do FGTS

a aderirem à ação judicial que o nosso sindicato promove juntamente com a UGT – para reaver-mos os valores que foram subtraídos do FGTS de todos os trabalhadores a parti r de 1999.

A fraude prati cada contra os trabalhadores ocorreu na aplicação da correção dos valores das contas. A lei do FGTS determina que os re-cursos depositados devem render juros de 3% ao ano, além de atualização monetária.

Para fazer a atualização monetária, o governo uti liza um índice administrado por ele – a cha-mada Taxa Referencial (TR) que, no entanto, desde 1999, fi cou sempre abaixo do índice ofi cial de infl ação – o INPC.

Com essa fraude, os recursos depositados nas

contas em todo o período, seja de quem sacou ou não, perderam um poder de compra que, em alguns casos, chega a 88,3%. Para se ter uma idéia do absurdo prati cado contra a clas-se trabalhadora, enquanto o INPC, no ano passado, foi de 6,17%, a atualização dos valores depositados no FGTS fi cou em míseros 0,28%.

Para que cada um de nós tenha direito ao ressarcimento é preciso entrar na briga – e ade-rir à ação judicial. (veja como fazer na próxi-ma página). Conta a nosso favor, re-cente decisão do Supremo Tribu-nal Federal, que em questão assemelhada, recusou a TR como índice de atualização monetária e determinou a aplicação do INPC.

Órgão oficial do Sindicato dos Padeiros, Confeiteiros, Forneiros, Balconistas, Gerentes, Caixas, Ajudantes, Faxineiros e demais trabalhadores nas Indústrias de Panificação e Confeitaria de São Paulo – Diretor: Chiquinho Pereira – Junho – 2013

ESPECIAL

sindicato está conclamando os companheiros a aderirem a nossa ação na Justiça.

VAMOS BRIGAR NA JUSTIÇAcontas em todo o período, seja de quem sacou ou não, perderam um poder de compra que, em alguns casos, chega a 88,3%. Para se ter uma idéia do absurdo prati cado contra a clas-se trabalhadora, enquanto o INPC, no ano passado, foi de 6,17%, a atualização dos valores depositados no FGTS fi cou em míseros 0,28%.

Para que cada um de nós tenha direito ao ressarcimento é preciso entrar na briga – e ade-rir à ação judicial. (veja como fazer na próxi-ma página). Conta a nosso favor, re-cente decisão do Supremo Tribu-nal Federal, que em questão

E

Page 2: A Massa - Junho / 2013

QUEM TEM DIREITO

PARA ADERIR À AÇÃO

• Todos os trabalhadores com saldo na conta do FGTS de 1999 até 2013.• Quem não movimentou a conta de 1999 até hoje terá o seu saldo

corrigido pela diferença entre o índice da TR e o INPC.• Quem movimentou a conta nesse período, ou seja, sacou algum

dinheiro tem direito à receber a diferença entre o índice da TR e o INPC sobre o valor que recebeu.

Você deve comparecer pessoalmente no sindicato para assinar um termo de adesão e apresentar cópias simples dos seguintes documentos:• Carteira de Identi dade• Carteira de Trabalho• Número de inscrição no Pis/Pasep• Extratos do FGTS• Carta de concessão do benefí cio de aposentaria• Comprovante de endereço

Todos os trabalhadores nas padarias e indústrias de panificação têm direito à gratificação pela passagem do 13 de Junho

R$ 1.000 em janeiro de 1999...

VALEM HOJE...

• Com a correção pela TR: R$ 1.340,47

• Com a correção pelo INPC: R$ 2.586,44

• Perda de: R$ 1.245,97

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço é um direito dos trabalhadores assalariados. Mensalmente os patrões são obrigados a depositar o valor correspondente a 8% do salário numa conta individual, na Caixa Econômica Federal, pertencente ao trabalhador. Esse dinheiro só pode ser sacado nos casos de demissão sem justa causa, aposentadoria e compra da casa própria entre outros casos especiais.

Pela lei, esse dinheiro deve render 3% de juros ao ano, além da atualização monetária. Como o governo atualizou os saldos com um índice que não acompanha a inflação, o dinheiro depositado vai perdendo valor, ou seja, a cada mês que passa o sonho da aquisição da casa própria fica mais longe para todos os trabalhadores.

VEJA QUANTO VOCÊ JÁ PERDEU NO FGTS

ANO

1999 5,7 8,42000 2,0 5,22001 2,2 9,42002 2,8 14,72003 4,6 10,32004 1,8 6,12005 2,8 5,02006 2,0 2,82007 1,4 5,12008 1,6 6,42009 0,7 4,12010 0,6 6,42011 1,2 6,02012 0,2 6,1

2013 (até março) 0 2,0

TAXA REFERENCIALem %

INPCem %

DIA DOS PADEIROS É DIA DE GRATIFICAÇÃOCompanheiros da Região do Grande ABC devem receber R$ 160,00 até o dia 30 de junho

Companheiros da Região de São Paulo ampliada devem receber R$ 65,00 até o quinto dia útil de julho

SE O PATRÃO NÃO PAGAR A GRATIFICAÇÃO DENUNCIE AO SINDICATO

Page 3: A Massa - Junho / 2013

1Junho – 2013

VITÓRIA NO ABC COM AUMENTO REAL DO SALÁRIO E CESTA BÁSICA

A Padaria e Confeitaria Água Viva, localizada no bairro paulistano da Pon-te Rasa, foi denunciada ao Ministério Público do Trabalho por não obedecer regras estabelecidas para as relações de trabalho da nossa categoria.

A ação foi provocada por iniciati va

SINDICATO PATRONAL DE SÃO PAULO DÁUM MAU EXEMPLO

A luta pelo fi m dos acidentes no trabalho no Brasil ganhou mais força no fi nal de abril pas-sado, quando dezenas de milha-res de trabalhadores tomaram o centro de São Paulo. “Traba-lhar sim, adoecer não”, brada-vam em coro os maifestantes.

O presidente do nosso sin-dicato, Chiquinho Pereira, ao discursar durante a manifesta-ção, afirmou que todos os trabalhadores de todas as ca-tegorias estão juntos na luta pela tolerância zero nos aci-dentes do trabalho. Pág. 4

Tolerância zero nos acidentes

do trabalho

O sindicato organiza a luta por melhores condições de vida e de trabalho porque tem uma direção atenta e leal na defesa dos interesses da nossa categoria. Essa é a natureza de nossa ação sindical, que se torna mais forte a cada dia que passa, alimentada pela participação dos companheiros na luta e no trabalho de sindicalização.

Foi por conta da força da participação da categoria no sindicato, nas nossas lutas específicas e na dos trabalhadores em geral, que obtivemos inúmeras conquistas: 13º salário, férias de 30 dias, vales transporte e refeição, jornada de 44 horas semanais e muitas outras.

COMPANHEIRO! VENHA PARA O SINDICATO!Alcançamos essas conquistas, mas queremos mais. Pa-ra

avançarmos, chamamos os companheiros ainda não sindi-calizados para que se filiem ao sindicato e os companheiros já sindicalizados pedimos que continuem a participar, a defender nossa entidade e a ampliar o nosso quadro associativo.

Procure o sindicato. Sede: Rua Major Diogo, 126 – Centro Tel.: 3242-2355. Subsedes: Travessa São João, 68 – Santo André Tel.: 4436-4791 – Avenida Nordestina, 95 – São Miguel Paulista Tel.: 2956-0327 – Rua Mariano J. M. Ferraz, 545 – Osasco Tel.: 3683-3332 – Rua Brasílio Luz, 159 – Santo Amaro – Tel.: 5686-4959.

FORA DA LEI: essa é a situação da Padaria Água Viva, que tem como um de seus sócios o diretor administrativo do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de São Paulo. Ela não cumpre as normas que negociou com os trabalhadores.

do nosso sindicato, que recebeu denún-cia de companheiros que trabalham na empresa.

A denúncia resultou em mesa re-donda entre representantes do nosso sindicato e da empresa que confi rma-ram as acusações.

A padaria também não apresen-tou provas que desmentissem as denúncias. Pior ainda, sem nenhuma cerimônia, alegou em alto e bom som que não reconhece as normas fi xadas na convenção coleti va da nossa cate-goria.

Órgão ofi cial do Sindicato dos Padeiros de São Paulo – Diretor: Chiquinho Pereira – MAIO – 2013

Chiquinho Pereira no ato contra os acidentes: custo vai para os trabalhadores e suas famílias.

Descontrole da inflação preocupasindicalistasPág. 8

Jovens são 34% da nossa categoria em São PauloÚltima Página

Apoio oficialpara a troca das máquinasinsegurasPág. 4

Órgão oficial do Sindicato dos Padeiros, Confeiteiros, Forneiros, Balconistas, Gerentes, Caixas, Ajudantes, Faxineiros e demais trabalhadores nas Indústrias de Panificação e Confeitaria de São Paulo – Diretor: Chiquinho Pereira – Junho – 2013

Pág. 7

Pág. 3

SINDICALIZADO! ATUALIZE SEU ENDEREÇO E RECEBA O JORNAL PELO CORREIOwww.padeiros.org.br – [email protected]

Page 4: A Massa - Junho / 2013

2 Junho – 2013

uas notí cias se destacam nesta edição do jornal. Uma boa e

outra ruim. Começando pela boa, é com imenso prazer que noti ciamos a vitoriosa campanha salarial dos com-panheiros da região do Grande ABC, que passou a valer a parti r do dia 1º de junho passado – e terá vigência até o dia 31 de maio de 2014.

Conseguimos aumentos reais para todos os salários. Além disso, os companheiros do ABC conquista-ram a implantação da cesta básica mensal, benefí cio que até agora se limitava a uma cesta de natal, con-cedida apenas no mês de dezembro.

A cesta básica mensal não é a que queríamos. Mas a sua conquista sig-nifi ca o primeiro passo para que, nas campanhas salariais futuras, ela seja reforçada com mais gêneros alimen-tí cios e em maiores quanti dades – à

O nosso sindica-to está na luta pela urgente fi nalização das obras da trans-posição do Rio São Francisco – e não é só porque cerca de 80% dos inte-grantes de nossa categoria tenham origem no nordeste do país.

“Essa é uma luta de todos os brasileiros”, afi rma Chiquinho Pereira, presidente do nosso sindicato. “As autoridades não podem assisti r passivamente o secular fl agelo da seca que casti ga o povo nordesti no”, ele acrescenta.

Iniciada em 2007 no gover-

Palavra do presidente

exemplo da cesta de natal que agora será engrossada também com uma ave natalina além da sua composição fi xada na convenção coleti va do ano passado.

Foram mais de dois meses de du-ras e exausti vas negociações. Como nos anos anteriores, os patrões não queriam conceder nada. Mas conse-guimos uma convenção que não deixa nada a desejar para os acordos que têm sido fechados pelas mais orga-nizadas categorias de trabalhadores em todo o país. A vitória dos compa-nheiros do ABC, sem dúvida, reforçará a luta dos companheiros em outras empresas e com o sindicato patronal de São Paulo.

Nossas relações com esse sindicato são difí ceis. Os seus dirigentes corro-boram para desorganizar as relações de trabalho – em senti do contrário à

natureza de sua existência. Mas os companheiros estão dispostos a lutar, preparados e organizados para lançar mão da greve, a principal arma dos trabalhadores contra os maus patrões que insistem em prati car irregularida-des em relação à Convenção Coleti va – a lei da categoria que precisa ser cumprida por todas as padarias e in-dústrias de panifi cação de São Paulo.

Justamente neste ponto registra-mos a notí cia ruim, que comprova a difí cil relação com o sindicato patronal de São Paulo. À exemplo da edição passada, temos novamente o despra-zer de noti ciar que altos dirigentes des-se sindicato são useiros e vezeiros em descumprir os acordos que negociam e assinam. Como se recorda, na edição passada apontamos outra empresa fora da lei.

Desta vez, trabalhadores denuncia-

UMA NOTÍCIA BOA E OUTRA MUITO RUIM

PISO SALARIAL EM SÃO PAULOVÁLIDO ATÉ 31/10/2013

Empresas com até 60 empregados ..........................................R$ 934,62Empresas com mais de 60 empregados ..................................R$ 1.009,36

A PLR DEVE SER PAGA EM DUAS PARCELAS IGUAIS ATÉ O QUINTO DIA ÚTIL DOS MESES DE ABRIL E AGOSTO DE 2013

Empresas com até 20 empregados ....................................... R$ 184,00 Empresas com 21 até 35 empregados .................................. R$ 264,50 Empresas com 36 ou mais empregados são livres as negociações diretas a parti r de no mínimo ....... R$ 350,75

VALORES DA PLR EM SÃO PAULO(Parti cipação nos Lucros e Resultados)

PISO SALARIAL NO ABCVÁLIDO ATÉ 31/05/2014

Empresas com até 60 empregados ....................................... R$ 985,00Empresas com mais de 60 empregados ................................ R$ 1.057,00

QUEM NÃO ESTIVER RECEBENDO A PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS

(PLR) DEVE INFORMAR O SINDICATO

CONHEÇA SEUDIREITO

TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO: UMA LUTA DE TODOS

ram ao nos-so sindicato que a empre-sa do diretor administra-ti vo do sin-dicato patronal não cumpre com o que negocia. Mas fi quem certos de que, seja quem for no nosso setor, todos serão obrigados a se ajustar à Convenção Coleti va, sob as penalida-des previstas para quem descumpre as leis.

Por fi m, não podemos deixar de lastimar a trágica morte do com-panheiro Marcos Antônio Santos Sansão, bem como dos valorosos companheiros José Ibrahin e Antônio Porcino Sobrinho, dirigentes sindicais autênticos, com os quais lutamos muito, ombro a ombro, pela reden-ção dos trabalhadores brasileiros.

no Lula, a obra foi prometi da para o fi nal do ano passado. Até hoje, porém, nem uma gota d’água corre por seus canais. Não obstante, o inves-ti mento previsto de 4,5 bilhões de reais já saltou para 8,2 bilhões de reais. Em abril pas-sado, no nordeste, a presiden-

te Dilma Rousseff, comprometeu-se com nova data: as obras serão conclui-das em 2015, no próximo governo. Até lá, 12 milhões de pessoas em 391 cidades terão que esperar.

Os relatos sobre as obras são deprimentes. Canteiros encontram-se aban-donados, o concreto de tre-chos de canais já concluídos começa a rachar, exigindo recuperação, e o mato cresce em quilômetros de buracos lineares. Enquanto isso, o nor-deste enfrenta a pior seca dos últi mos 30 anos.

Flagelo da seca: a água não chega nos canais.

Chiquinho Pereira

Órgão oficial do Sindicato dos Padeiros, Confeiteiros, Forneiros, Balconistas, Gerentes, Caixas, Ajudantes, Faxineiros e demais Trabalhadores nas Indústrias de Panificação e Confeitaria de São Paulo.

Diretor responsável: Chiquinho Pereira

DIRETORIA EXECUTIVA

Presidente: Chiquinho Pereira Vice-presidente: Pedro Pereira de SousaSecretário-geral: Fernando Antonio da SilvaSecretário adjunto: Ângelo Gabriel VictonteSecretário de finanças: Benedito Pedro Gomes

Secretário adjunto de finanças: Geraldo Pereira de SousaSecretário de assuntos jurídicos: José Alves de SantanaSecretário para cultura, formação e educação: Valter da Silva RochaSecretário de comunicação e imprensa: José Francisco SimõesSede: Rua Major Diogo, 126 – Bela Vista –São Paulo Capital – CEP: 01324-000Fone: 3242-2355 – Fax: 3242-1746

Subsedes: Santo André - Travessa São João, 68 – Fone: 4436-4791 – São Miguel - Av. Nordestina, 95 Fone: 2956-0327 – Osasco - Rua Mariano J. M. Ferraz, 545 – Fone:

3683-3332 – Santo Amaro - Rua Brasílio Luz, 159 – Fone: 5686-4959Reportagem, redação e edição: Vicente Dianezi Filho (MTb 12.732) Arte final: R. SimonsFotografia: Paulo Rogério “Neguita”Tiragem: 30 mil exemplaresImpressão: Unisind

www.padeiros.org.br [email protected]

Órgão oficial do Sindicato dos Padeiros, Confeiteiros, Forneiros, Balconistas, Gerentes, Caixas, Ajudantes, Faxineiros e demais trabalhadores nas Indústrias de Panificação e Confeitaria de São Paulo – Diretor: Chiquinho Pereira – Junho – 2013

D

DOENÇA COM ALTA PROGRAMADADOENÇA COM ALTA PROGRAMADA CESTA DE NATAL NO ABCO sindicato recebeu denúncia de que

empresas no ABC não entregaram a cesta de natal em dezembro passado. O benefício é

previsto na convenção coletiva, a nossa lei, e pode ser exigido por até cinco anos. Os

companheiros, que não receberam a cesta, devem cobrar o seu direito, comunicando o

fato à subsede do nosso sindicato em Santo André pelo fone 3242-2355.

O INSS continua a dar alta, programando o retorno automático ao trabalho de segurados afastados por motivo de doença. Se a doença continua, a empresa recusa a reintegração, obrigando-o a procurar o INSS. Nesse ping-pong, o trabalhador fica no buraco negro: não recebe salário da empresa, nem benefício do INSS. Trata-se de um absurdo inaceitável que o sindicato luta para mudar.

Page 5: A Massa - Junho / 2013

3Junho – 2013

ão é de hoje que a Padaria e Con-feitaria Água Viva comete atos que

atentam contra a organização do trabalho. O companheiro Valter da Silva Rocha, o Alemão, atual secretário para Cultura, In-formação e Educação do nosso sindicato, relata um incidente cômico ocorrido na empresa na década passada.

O fato está registrado no livro Tempos de Luta e Glória – A História do Sindicato dos Padeiros de São Paulo (1930 a 2010), de autoria de Claudio Blanc e Chiquinho Pereira – leitura obrigatória para todos os integrantes da nossa categoria.

Entre outras histórias o livro registra à página 291:

“Alemão conta também um fato lembra-do com humor, ocorrido na empresa Água

Inconformada com as denúncias do sindicato, a Padaria e Confeitaria Água Viva levou para a mesa redonda no Ministério do Trabalho uma defesa por escrito. No documento (ao lado), a empresa reconhece que não cumpre vários pontos da Convenção Coletiva de nossa categoria, entre eleso pagamento do Dia do Padeiro, a concessão do plano de saúde aos seus trabalhadores , nem registra em folha o pagamento de domingos e feriados.

“Tínhamos um companheiro na direto-ria que era muito diverti do chamado José Osvaldo da Silva, conhecido como Caçula”, lembra Alemão. Diante do empresário armado, a reação de Caçula foi efi ciente e diverti da. Ele subiu no carro de som e começou a denunciar para as pessoas na rua que o empresário iria ati var com um revólver. Foi um pandemônio: mulheres, crianças, gente de toda idade, corriam em busca de abrigo na maior confusão. O melhor da história foi a desmoralização sofrida por aquele dono de padaria.”

Padaria e Confeitaria Água Viva, localizada no bairro paulistano

da Penha, não paga o abono do Dia do Padeiro previsto na Convenção Coleti va. Nos domingos e feriados, a empresa alega que paga as horas extras, mas não lança os valores na folha de pagamento. Agindo assim, a Água Viva subtrai da renda dos empregados o refl exo desses valores no recolhimento do FGTS, nas férias anuais e no 13º salário. Além disso, ela alega que paga, mas não lança a PLR nos hollerits. Mais ainda, a empresa não oferece o plano de saúde previsto na convenção coleti va e manda os trabalhadores para o Sistema Único de Saúde, o SUS.

Esse mal exemplo nas relações traba-lhistas é inadmissível, ainda mais quan-do o descumprimento da convenção parte de uma empresa que tem como um de seus proprietários nada menos do que o diretor administrati vo do Sindicato da Indústria de Panifi cação e Confeitaria de São Paulo. Trata-se de um dos cargos de proa do sindicato patronal e, como se não bastasse, o seu alto dirigente é parti cipante ati vo nas negociações sala-riais com o nosso sindicato. Ele discute, negocia e decide a Convenção Coleti va

de Trabalho. No entanto, a sua própria empresa não reconhece os direitos negociados.

Foram as denúncias de trabalhadores da empresa que mobilizaram alertaram o sindicato sobre as irregularidades cometidas pela Água Viva. Antes de denunciar a situação para o Ministério do Trabalho e Emprego e solicitar a realização de mesa redonda, a direção do sindicato tentou conversar com os dirigentes da Água Viva. No entanto, eles se recusaram. Ao comparecer à mesa redonda, o representante da empresa apresentou uma defesa por escrito na qual reconhece que a padaria não cum-pre diversos pontos da convenção cole-ti va. (veja quadro ao lado). Diante disso, nosso sindicato requereu “fi scalização urgente na empresa para apuração das irregularidades apontadas.”

Não cumprirem com o que negociam tem sido a práti ca de altos dirigentes do sindicato patronal. Na edição de março passado, “A Massa” noti ciou irregulari-dades trabalhistas na Loja de Conveniên-cia Pães e Doces Trigo de Ouro. Entre os proprietários da empresa fi gura o presidente do Sindicato da Indústria de Panifi cação e Confeitaria de São Paulo.

VEJA A LISTA DAS PADARIAS QUE ESTÃO SENDO OBRIGADAS A SE REGULARIZAR

OS DIREITOS TRABALHISTAS SÃO SAGRADOS. EMPRESA IRREGULAR DEVE SER DENUNCIADA. SE O PATRÃO NÃO REGISTRA EM CARTEIRA, NÃO PAGA HORAS EXTRAS, NÃO DÁ FOLGA E SÓ LHE TIRA O COURO, AVISE O SINDICATO.

Prudência e Conquista Pães e Doces Rua Ibitirama, 257

Vila Prudente

Panificadora e Confeitaria Jequirituba Rua Pedro

Escobar, 30 Jardim Eliana

Marajoara Conveniências Pães e Doces. Avenida Sargento Geraldo

Santana, 902/1100Jardim Marajoara

Abelhinha Pães e DocesRua Major Diogo, 702

Caprichosa Pães e Doces Avenida Maria Luiza

Americano, 2472Cidade Líder – SP

Pães e Doces Pedro Doll Rua Pedro Doll, 115 – Santana

Pães e Doces Nova Independência. Rua

Independência, 552 Cambuci

Panificadora CeciAv. Afonso Mariano

Fagundes, 1350 Planalto Paulista

PADARIA ÁGUA VIVA ESTÁ MAL NA NOSSA HISTÓRIAViva, quando o sindi-calista José Alves, hoje também diretor do sindicato, distribuia convocatórias para a realização de uma as-sembleia no local. As-sim que terminou a distribuição, o dono da padaria foi em sua direção pisan-do duro e rasgan-do boletins que tomara dos pa-deiros e passou a discuti r com Al-ves, momento em que sacou uma arma de fogo para inti midar o sindicalista.

O empresário ganhou. Mas não contava com a insistência dos di-rigentes do sindicato na defesa dos compa-nheiros da padaria.

“O sindicato em-prestou um carro de som de outra enti dade e foi para a frente da padaria convocar a greve. Nisso surgiu cerca de duas dezenas de viaturas da po-lícia. À frente dos policiais estava o dono da padaria que havia ameaçado José Alves com a arma de fogo.

Novamente ele estava armado.

Sereia da Mooca Pães e DocesRua Visconde de Inhomerim, 1073

Mooca

Corrientes Pães e DocesRua Corrientes, 14

Lapa

Panificadora Puro Pão de OuroRua Teodoro Sampaio, 567

Cerqueira Cesar

Panificadora CanaãRua Antônio do Campo, 444

Pedreira

O livro conta a história da nossa categoria e está sendo distribuído

graciosamente pelo sindicato. Os sindicalizados devem procurar o sindicato para obter um exemplar.

DIRIGENTE PATRONAL NÃO CUMPRE COM

O QUE NEGOCIAA

N

DE OLHO NOS

FORA DA LEI

Page 6: A Massa - Junho / 2013

4 5Junho – 2013Junho – 2013

a

ALCKMIN APOIA A TROCA DE

EQUIPAMENTOS

TOLERÂNCIA ZERO NOSACIDENTES DO TRABALHO

NORMAS DE SEGURANÇA TÊM

DEBATE NACIONALgovernador de São Paulo, Geraldo Alckmin, vai dar total apoio ao

combate às padarias clandesti nas e es-tudar a abertura de uma linha de crédito especial desti nada a facilitar a troca das máquinas obsoletas por equipamentos seguros pelas padarias e indústrias de panifi cação de São Paulo.

A decisão foi transmiti da pelo go-vernador, sempre disposto a apoiar os padeiros de São Paulo, em audiência solicitada pelo nosso sindicato no dia 14 de maio passado – da qual também parti ciparam dirigentes do Sindicato da Indústria de Panifi cação do Grande ABC, presidido por Antônio Carlos Henriques.

A substi tuição das máquinas é uma determinação da Norma Regulamenta-dora NR12 baixada pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Todas as padarias e indústrias de panifi cação estão obri-gadas a cumpri-la, num processo de substi tuição que foi iniciado em junho do ano passado com término fi xado em junho de 2.016 (veja tabela abaixo).

A efeti va implantação da NR-12 no setor de panifi cação, além do combate à existência de padarias clandestinas

s acidentes no trabalho foram o ponto alto dos debates da 2ª reu-

nião ordinária deste ano da Federação Nacional dos Padeiros, realizada na sede do sindicato no dia 24 de maio passado, em São Paulo.

Presidida por Chiquinho Pereira, a Federação, entre outras ações, tem se dedicado a vigiar a efeti va implantação da Norma Reguladora 12 , a NR12, que obriga as empresas de todo o país a tro-carem as máquinas obsoletas por equi-pamentos seguros – eliminando, com isso, a principal causa que, vira-e-mexe, muti la trabalhadores do setor.

Todo esse cuidado tem razão de ser. Além de apoiar a luta dos trabalhado-res em estados onde é maior a resis-tência contra o cumprimento da norma ofi cial, a Federação quer evitar o con-trabando das máquinas obsoletas para outros estados – exatamente naqueles em que os efeitos da NR12 podem re-tardar. “As máquinas obsoletas devem ser sucateadas, destruídas, no momen-to da sua substi tuição”, explicou Chi-quinho Pereira.

A introdução de máquinas segu-

Alckmin com Chiquinho (no alto, a dir.) e dirigentes patronais: linha de crédito. Federação reúne-se com a presença de Ricardo Patah, presidente da UGT (ao centro).

Ato das centrais sindicais contra os acidentes, que teve o apoio do nosso sindicato .... ....reúne milhares de trabalhadores em protesto no centro antigo da capital paulista.

m passeata pelas ruas do centro da capital paulista que reuniu dezenas

de milhares de trabalhadores, o movi-meto sindical lembrou o Dia Mundial em Memória das Víti mas de Acidentes do Trabalho. O evento, que contou com o apoio das centrais sindicais, teve a parti cipação efeti va do nosso sindicato.

Além da nossa categoria, estavam presentes em grande número operários da construção civil e comerciários. Os manifestantes se concentraram nas pra-ças da Sé e Ramos de Azevedo, de onde partiram em caminhada para a sede do Ministério do Trabalho e Emprego,

ATO PÚBLICO MARCA NOSSA LUTA blema dos acidentes do trabalho dentro das padarias e indústrias de panifi cação. “Essa é uma luta que todos os trabalha-dores juntos não podem abrir mão. Não temos que esperar por ninguém porque a luta é nossa. Os patrões querem é dar mais serviço para ti rar o couro do trabalhador”.

Segundo o sindicalista, os trabalha-dores também não podem se vangloriar pelo fato de o Brasil ser a sexta maior economia do mundo, uma riqueza alcan-çada à custa dos acidentes do trabalho, dos baixos salários e de uma das piores distribuições de renda do planeta.

situada à rua Marti ns Fontes.Chamar a atenção da população e

dos governantes foi o objeti vo da ma-nifestação, tendo em vista a gravidade do problema no Brasil. Segundo dados do Ministério da Previdência Social, em 2011, cerca de 711 mil casos de aciden-tes do trabalho foram registrados no país que resultaram em 2.844 mortes e quase 15 mil trabalhadores incapacita-dos permanentemente.

O custo fi nanceiro dos acidentes é alto. Os dados mais recentes indicam que, em 2008, nada menos do que 46 bilhões de reais foram dispendidos com

assistência médica, benefí cios por inca-pacidade temporária ou permanente e pensões por morte de trabalhadores vítimas dos acidentes, muitos deles causados por máquinas inseguras ou pelas péssimas condições de trabalho.

Esse custo é pago por toda a socie-dade, sangra os cofres da previdência e desorganiza a produção. “Mas os maiores prejudicados somos nós trabalhadores e as nossas famílias que fi cam desam-paradas”, afirmou Chiquinho Pereira, presidente do nosso sindicato.

Chiquinho Pereira lembrou que tão grave quanto na construção civil é o pro-

são objeti vos perseguidos pelo sindicato. “A concreti zação dessas duas iniciati vas contribuirá para melhorar as condições de trabalho na nossa categoria”, explicou Chiquinho Pereira.

O combate às padarias clandesti nas é uma luta coti diana. “O problema afeta muito os trabalhadores”, afi rma Chiqui-nho. A informalidade precariza as rela-ções de trabalho. Os empregados não recebem os direitos trabalhistas porque não são registrados e, também por isso, não contam com o amparo da Previdên-cia Social, se forem acidentados.

Outro lado nocivo da clandesti nidade é a insegurança alimentar. Como são ir-regulares, essas padarias passam ao lar-go da fi scalização: não há controle sobre a procedência das matérias-primas nem sobre as condições de higiene em que é produzido o pão que será consumido pela população.

Alckmin criou um grupo de trabalho para estudar medidas de combate aos clandestinos, com a participação de empresários e trabalhadores. Uma exi-gência poderá ser a identi fi cação (CNPJ) da empresa na compra de insumos.

ras no setor de panifi cação é uma luta anti ga dos padeiros de São Paulo. A persistência levou, por exemplo, à ado-ção do kit de segurança do cilindro em 1996. Foi uma vitória importante mas insufi ciente. Por isso, os padeiros conti -nuaram na luta até chegar à aprovação do Anexo VI da NR12 – em exausti vas reuniões com o governo e representan-tes da indústria de panifi cação.

“Organizamos uma série de atos para demonstrar e convencer o gover-no sobre a importância da substi tui-ção”, acrescentou Chiquinho Pereira. Entre esses atos, lembrou, o sindicato levou para diversas reuniões ofi ciais grupos de trabalhadores muti lados por máquinas que começam a ser subs-ti tuídas. “Agora os patrões querem encontrar uma brecha para driblar a substi tuição, mas não terão para onde correr”, ele concluiu.

PELA GLOBALIZAÇÃO DOS DIREITOS TRABALHISTAS

O

E

O

A luta pela troca das máquinas obsoletas por equipamentos que incorporam sistemas de segurança foi uma conquista do nosso sindicato. As empresas, a partir de 2010, estão obrigadas a fazer a trocae a sucatear as máquinas que já dilaceraram inúmeros companheiros. O processo de substituição vai até junho de 2016. Já estão irregulares as empresas cujos prazos para a susbstituição venceram, mas ainda não tenham feito a troca. Os companheiros devem denunciar ao sindicato as empresas que não estejam cumprido com o procedimento.

Preocupada com a segurança no trabalho, a direção do

sindicato não tem medido esforços para que as máquinas sejam substituídas dentro dos

prazos estabelecidos ou até antes disso. Quanto mais rápida

a troca, menos acidentes. Em todas as empresas um total de dez máquinas terão que ser substituidas. Por isso, o

nosso sindicato tem se valido de sua força política para

facilitar a troca das máquinas especialmente para as padarias

e indústrias de panificação de menor porte. O governador de

São Paulo já se dispor a apoiar a iniciativa (veja matéria nesta página).

4 5Junho – 2013Junho – 2013

De nada adiantaram os avisos, alertas, advertências, enfim, a rei-vindicação do movimento sindical a respeito do apagão profi ssional que se avizinhava e poderia ati ngir inúmeros setores da economia brasileira. No entanto, patrões e governo nada fi ze-ram – e o apagão profi ssional, hoje, é uma realidade entre nós.

No setor das padarias e indústrias de panifi cação o apagão se agrava a cada dia que passa, seja por moti vos estruturais, como a incorporação de novas tecnologias, ou conjunturais, como a realização dos maiores eventos esportivos mundiais em nosso país neste e nos próximos anos.

Para atender com qualidade ao

enorme fluxo turístico que tais eventos provocarão, o setor de hotelaria, bares e restaurantes já reivindica a im-portação de mão de obra temporá-ria de países como Portu-gal e Espanha com um deta-lhe, a saber, a fl exibiliza-ção dos direi-tos trabalhistas.

Não podemos ser contra a importação de mão de obra. Assim como a produção e os serviços

caminham a passos lar-gos pela globaliza-ção, o mesmo deve acontecer com a área trabalhista.

Mas não podemos concor-

dar com a precariza-

ção dos di-reitos traba-lhistas. Além

de os brasileiros não serem aproveitados ou te-

rem pouca parti cipação nos empregos a serem gerados –

uma das razões pelas quais o governo

federal defendeu que o Brasil sediasse esses eventos – seja quem for integra-do ao mercado deve ter os direitos tra-balhistas e previdenciários respeitados conforme as regras legais das relações do trabalho em nosso país.

Os trabalhadores, independente-mente da nacionalidade, são iguais nos seus direitos. A cidadania é univer-sal, ou seja, um cidadão é cidadão do munto e não podem existi r fronteiras nacionais que lhe reti re direitos, nem governo que o impeça de trabalhar e ganhar sua vida com dignidade em qualquer parte do planeta.

enorme fluxo turístico que tais eventos provocarão, o setor de hotelaria, bares e restaurantes já reivindica a im-portação de mão de obra temporá-

tos trabalhistas. Não podemos ser

caminham a passos lar-gos pela globaliza-ção, o mesmo deve acontecer com a área trabalhista.

precariza-ção dos di-

reitos traba-lhistas. Além

de os brasileiros não serem aproveitados ou te-

rem pouca parti cipação nos Chiquinho Pereira

Presidente do Sindicato dos Padeiros de São Paulo

A Comissão Nacional Temáti ca Triparti te (CNTT-NR12), formada

pelas bancadas de trabalhadores, empresários e governo reúne-se, nos dias 27 e 28 de junho na sede

do nosso sindicato.

Junho – 2013Junho – 2013

Page 7: A Massa - Junho / 2013

6 Junho – 2013

risco de o goveno da presidente Dilma Rousseff estar perdendo o

controle da inflação foi um dos pontos altos do debate na 17ª Reunião Plenária da Executiva Nacional da UGT (União Geral dos Trabalhadores), realizada em São Paulo no final de abril passado. Em abril, a inflação oficial ultrapassou os 6,5%, o teto da meta definido pelo próprio governo.

“Já se está falando em adotar o gatilho salarial, mas devemos tomar cuidado porque ele realimenta a infla-ção”, defendeu Chiquinho Pereira, pre-sidente do nosso sindicato e secretário de Organização e Políticas Sindicais da UGT.

Os assalariados, segundo o sindica-lista, são as primeiras vítimas da infla-ção descontrolada. Como se recorda, na década de 80 e início dos anos 90, a inflação em disparada, associada à estagnação da economia prejudicou fortemente as condições de vida dos trabalhadores.

“Na ocasião criou-se inclusive a expressão estagflação para definir a situação de economia estagnada com inflação em disparada”, recordou Chi-quinho. “Não queremos mais essa si-tuação em nosso país”, ele acrescentou.

O presidente do Sindicato dos Eco-nomistas de São Paulo e do Conselho Regional de Economia (Corecon), José

DESCONTROLE DA iNfLAçãO pREOCupA A ugT

Chiquinho Pereira na reunião da UGT: gatilho salarial prejudica os trabalhadores.

Roberto de A. Cunha Jr., comungou da mesma opinião. “O gatilho pode ser justo mas é prejudicial aos assalariados. Os reajustes salariais em curtos espaços de tempo são repassados para os pre-ços, provocando a espiral inflacionária”, ele ensinou.

Segundo Cunha Jr., a inflação de-sagrega a economia e a sociedade. “O gatilho salarial pode ajudar no curto prazo, mas não passa de um paliativo e só se justificaria com inflação descon-trolada”, ele acrescentou.

O especialista explicou que, na eco-

REpÚDiO AOS CRiMES DA DiTADuRA MiLiTAR

A proposta do governo paulista de mudança dos critérios de cobrança do principal imposto dos estados – o Imposto sobre a Circulação de Mer-cadorias e Serviços (ICMS) – tem o apoio do nosso sindicato, participante ativo de ato realizado no Palácio dos Bandeirantes, que reuniu líderes sin-dicais, representantes de indústrias e parlamentares. “Buscamos uma reforma de ICMS que não piore, mas simplifique o sistema que já temos”, afirmou o governador do Estado de

um objetivo importante: acabar com a sonegação fiscal. Para que isso acon-teça, a alíquota do imposto sobre as transações de mercadorias entre os estados precisa ser igual para todos eles. Essa é a ideia do governo paulis-ta, que propõe uma alíquota única de 4% para todas as transações.

A questão está em discussão no Senado Federal que, no entanto, sofre forte pressão para manter alíquotas diferenciadas de 4, 7 e 12%. Se isso ocorrer, tudo fica como está.

padeiros defendem reforma do iCMS

Está em discussão no Congresso Nacional proposta que reduz a carga tributária incidente sobre a receita das padarias. Apresentada pela senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) o projeto tem o objetivo de reduzir o preço do pão.

O projeto de lei foi aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado em meados deste mês. Agora, a proposta precisa passar pela votação da Comissão de Cons-tituição e Justiça para então, se aprovada, seguir para apreciação da Câmara dos Deputados.

Nosso sindicato esteve presente à votação em apoio à proposta, que tem mobilizado a Associação Brasileira da Indústria de Panifica-ção (Abip). O projeto de lei reduz o encargo tributário do Simples Fe-deral, sistema ao qual podem aderir todas as empresas até determinado limite de faturamento anual (300 mil reais). A desoneração proposta, acredita-se, reduziria em 4% o preço do pão para os consumidores.

Se aprovada, a desoneração poderia estimular a produção, como decorrência do aumento do consumo, o que representaria mais empregos para os trabalhadores e recursos para investimentos no se-tor. “A desoneração não pode virar lucro”, defendeu Chiquinho Pereira, presidente do nosso sindicato.

Vai cair o preço do pão?

nomia, todas a medidas adotadas para o seu controle exigem um tempo para produzir resultados. “Vamos aguardar para ver o que vai acontecer”, propôs.

Segundo Cunha Jr., o governo foi lento no tratamento da inflação, au-mentando os gastos com o custeio da máquina pública e rezuzindo os inves-timentos. Além disso, o governo tem se omitido na adoção de uma política agrícola com a fixação de preços mí-nimos e formação de estoques. E são os preços dos alimentos que mais têm castigado os trabalhadores.

Denúncias e relatos contundentes sobre os crimes políticos cometidos pela ditadura militar (1964-1985) mar-caram o lançamento do livro “As duas guerras de Vlado Herzog”, realizado no auditório do nosso sindicato.

Escrito por Audálio Dantas, ex-pre-sidente do Sindicato dos Jornalistas no Estado de São Paulo, o livro relata os trágicos dias do assassinato de Vlado, por agentes públicos, nos porões do Doi-Codi do Exército, na rua Tutóia, em São Paulo, em 25 de outubro de 1975.

“O assassinato de Vlado salvou mui-ta gente”, lembrou Audálio Dantas. A ditadura estava disposta a exterminar todos os cidadãos que se organizavam

políticamente contra o regime. Vlado era militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), organização que contribuia para a resistência política da sociedade pelo restabelecimento da democracia no Brasil.

Vlado foi um jornalista exemplar. O seu assassinato e a firme atuação de Audálio Dantas, como presidente do sindicato dos jornalistas, são aponta-dos como o início do fim da ditadura .

A ditadura acabou escorraçada pela luta política da sociedade, pela resistência democrática, em contra-posição à luta armada, que muito contribuiu para o endurecimento do regime.

O

Repúdio: João Batista, Chiquinho, Audálio e Roberto Freire (da esq. para a dir.)

São Paulo, Geraldo Alckmin. A mudança é benvinda porque tem

Comissão do Senado aprova medidavoltada à redução do preço do pão

José Cruz / Agência Senado

Page 8: A Massa - Junho / 2013

7Junho – 2013

COMPANHEIROS DO ABC CONQUISTAM AUMENTO REAL

NO ABC, CESTA BÁSICA AGORA É LEI

FIQUE POR DENTRO

ob o comando do sindicato, os companheiros do ABC realiza-

ram, com pleno sucesso, a campanha salarial deste ano. A parti r do dia 1º de junho todos os trabalhadores em padarias e indústrias de panifi cação da região colocarão mais dinheiro no bolso: o aumento dos salários fi cou acima da infl ação. Além disso, todos passaram a ter o direito de receber uma cesta básica por mês – e, em de-zembro, a cesta vai ser reforçada com produtos tí picos de Natal, incluindo uma ave natalina: peru, chester ou fi esta.

“A Convenção Coleti va dos padei-ros do ABC não deixa nada a desejar em relação aos melhores acordos que atualmente estão sendo fechados no país”, avaliou Chiquinho Pereira, presi-dente do nosso sindicato. Ele presidiu uma concorrida assembleia, realizada no dia 29 de maio passado, que dis-cuti u e aprovou a proposta patronal – resultado de mais de dois meses de negociações com os dirigentes do sin-dicato da indústria de panifi cação do Grande ABC.

A nova convenção faz um ajuste no benefí cio do plano de saúde, direito

• Aumento salarial de 8,5% a parti r do dia 1º de junho de 2013.

• Aumento real nos valores do abono salarial (veja os valores na pág. 2).

• Grati fi cação de 160 reais no 13 de junho, Dia dos Padeiros.

• Cesta básica, fornecida até o dia 10 de cada mês, contendo: açúcar (2 kg); arroz (5 kg.); café moido (250 gr.); fubá (500 gr.); feijão carioca (1 kg.); óleo de soja (l lt.); farinha de mandio-ca (500 gr.); macarrão parafuso (500 gr.); leite em pó (200 gr.); e bolacha cream craker (400 gr.).

Principais pontos da Convenção Coletiva

que os empresários já eram obrigados a cumprir. A parti r de agora, os tra-balhadores que recebiam o benefí cio totalmente bancado pelas empresas, sem nada desembolsar, perdiam esse direito ao se desvincularem do trabalho ou se aposentarem. Agora eles terão que arcar com um valor simbólico por mês. Com esse ajuste, ninguém mais vai perder o plano.

Como se sabe, os planos de saúde de empresas, por serem coleti vos, têm um preço individual mais baixo do que os prati cados no mercado. Quem se desvincular do trabalho, agora poderá conti nuar com o plano de saúde de-sembolsando o mesmo valor que ele custava para a empresa.

“A Convenção é lei. Todas as em-presas são obrigadas a cumprir as suas determinações”, alertou Chiquinho Pereira. “Cabe agora a cada companhei-ro, em cada empresa, zelar pelo seu cumprimento junto aos patrões”, ele acrescentou. Como se sabe, o sindicato tem equipes que visitam as padarias e indústrias de panifi cação coti diana-mente. E todos devem denunciar no sindicato a empresa que não cumprir a Convenção.

• As empresas que já concedem uma cesta básica superior não poderão reduzir as quanti dades.

• Perderão o direito à cesta básica os companheiros que faltarem ao traba-lho sem justi fi cati va no mês.

• Têm direito à cesta básica do mês em curso todos os trabalhadores que forem contratados até o dia 15 do mês anterior.

• Horas trabalhadas nos dias de folga e feriados têm acréscimo de 100% sobre o valor da hora normal. No tra-balho noturno o adicional é de 35%.

Assembleia aprova convenção sob a presidência de Chiquinho Pereira.

Pedro Pereira, Antônio Carlos Henriques, Ricado Patah e Chiquinho Pereira (da esq. para a dir.): convenção assinada.

S

Com mais essa conquista na região do ABC, cerca de 32 mil trabalhadores da nossa categoria já recebem cestas básicas. Em São Paulo, embora o benefício ainda não esteja na convenção, um número cada vez maior de companheiros tem conseguido o

benefício por acordos diretos nas empresas em que

trabalham. O sindicato conclamatodos os companheiros a

não aguardarem a campanha salarial do final do ano,

lutando já pelo fornecimento da cesta básica pelo seu patrão.

CLÁUSULA CONTRA DISCRIMINAÇÃO É ELOGIADAA Convenção Coleti va 2013-2014

dos companheiros do ABC foi assinada, no dia 5 de junho passado, na sede do Sindicato das Indústrias de Panifi cação do Grande ABC. Além dos presidentes do nosso sindicato, Chiquinho Pereira, e do sindicato patronal, Antônio Carlos Henriques, esteve presente na cerimô-nia de assinatura o presidente da UGT, Ricardo Patah.

“Esta cláusula contra a discrimi-nação racial no trabalho tem todo o nosso apoio”, ele afi rmou, apontando para o texto impresso da convenção. A regra também fi gura na convenção dos empregados no comércio de São Paulo, cujo sindicato Patah também

preside. “Vim aqui compromissado. Agora sou um padeiro. A UGT estará presente em qualquer interlocução do setor com os poderes municipal, estadual ou federal”, ele acrescentou.

Henriques lembrou das longas reuniões, que vararam noites até se chegar ao acordo, para afirmar que os sindicatos são “enti dades políti cas e não benfeitoras. Seremos bons, se ti vermos sindicatos fortes.”

Chiquinho Pereira, presidente do nosso sindicato, apontou que o desen-volvimento do setor de panifi cação, a cada dia que passa, exige mais respon-sabilidade dos sindicatos, sejam dos trabalhadores ou patronais.

Page 9: A Massa - Junho / 2013

8 Junho – 2013

É com imenso pesar que registramos o falecimento do companheiro Marcos Antônio Santos Sansão no dia 29 de maio, aos 38 anos de idade. Marcos foi víti ma, no dia 22, de uma bati da na cabeça quando parti cipava de jogo treino de futebol. No mesmo dia foi internado, mas veio a falecer uma semana depois.

A diretoria do sindicato, enlutada, une-se à família neste momento difí cil.

JOVENS SÃO 34% DA CATEGORIA EM SÃO PAULO

s jovens na faixa de 15 a 29 anos formam um

conjunto correspondente a 34% da nossa categoria na Região Metropolitana de São Paulo. Os dados são de 2010 e foram compilados pelo professor Waldir Qua-dros, especialista do Centro de Estudos Sindicais e Eco-nomia do Trabalho, o Cesit, vinculado à Universidade de Campinas (Unicamp).

Waldir Quadros expôs seu trabalho durante a reu-nião da Federação Nacional dos Padeiros, realizada em São Paulo, no dia 24 de maio passado. Ele está compilan-do e cruzando informações oferecidas por dois bancos de dados: Insti tuto Brasileiro de Geografi a e Esta-tí sti ca e Cadastro Nacional de Ati vidades Econômicas.

A parti r do cruzamento desses dados, é possível avaliar evolução da categoria desde o ano 2000 para cá, dados que também serão reforçados com informa-

ções da Relação Anual de Informações Sociais, a Rais apresentada anualmente por todas as empresas regulares.

Já é possível saber, por meio de comparações, que os jovens da nossa categoria, na virada do século, forma-vam um conjunto ainda maior: em 2000 eles eram 45%, quase a metade dos

trabalhadores nas padarias e indústrias de panifi cação da região.

Os dados compilados, cruzados e fornecidos pelo professor restringem-se à Região Metropolitana de São Paulo, que inclui a Capital, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e

Rio Grande da Serra – em-bora a base do nosso sindi-cato abranja quase quarenta municípios distribuídos no entorno ampliado da capital paulista.

Mas eles indicam a ten-dência da mudança no perfi l dos jovens da categoria.

No período entre 2000 e 2010, por exemplo, melhorou o padrão de vida dos jovens, resultado da luta do sindicato por melhores condições de vida e de trabalho.

A melhora também está relacionada com a elevação do nível de escolaridade no mesmo período. Em 2000, 31% dos jovens tinham o

segundo grau completo ou incompleto, enquanto 64% se encontravam no pri-meiro grau completo ou incompleto. Em 2010, os jovens com o segundo grau completo ou incompleto chegavam a 52%, enquanto caiu a parti cipação dos que têm o primeiro grau completo ou incompleto: 41%.

Em comemoração ao Dia dos Padeiros, o sindicato realizará, na quarta-feira, 12 de junho, o Festival

de Futebol Society. Todos os sindicalizados podem participar. Local: Av. Francisco Mesquita, 1750

(continuação da Av. do Estado) no bairro do Ipiranga.

FESTIVAL DE FUTEBOL SOCIETY NO DIA 12

O

SINDICATOS PERDEM LIDERANÇAS AUTÊNTICASLuto pelas mortes de José Ibrahin e Antônio Porcino Sobrinho no dia 2 de maio passado

José Ibrahin tornou-se um ícone da resistência à ditadura militar, quando lide-rou, em 1968, a primeira greve depois do golpe de 1964, na condição de presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco.

Liderança dos frentistas brasileiros, responsável pela valorização profi ssional e políti ca dos trabalhadores em postos de combustí veis, Antônio Porcino Sobrinho morreu aos 62 anos de idade, deixando

Perseguido, preso e torturado nos porões da ditadura, foi libertado, em setembro de 1969, em troca do seques-tro do embaixador dos Estados Unidos, Charles Burke Elbrick.

“Se não houvesse Osasco de 1968, não haveria o ABC de 78. Sinaliza-mos que o movimento sindical ti nha que brigar pela resistência contra a ditadura, pela democracia. Esse foi o grande legado. Tanto é que, durante todo o período da resistência a grande referência era a greve de Osasco e acho que hoje, para muita gente den-tro do movimento sindical, a greve de

Osasco é o grande marco”, afi rmou Ibrahin em recente entrevista.

Ele respondia pela Secretaria de Forma-ção Políti ca da UGT. Morreu aos 66 anos de idade.

um robusto legado para a categoria no país.

Coube à sua iniciati va e perseveran-ça a criação de quase 50 sindicatos em todo o Brasil, além da Federação Na-cional dos Frenti stas, a Fenepospetro.

Lutador incansável, dono de fi rmes posições políti cas em defesa dos mais humildes, Porcino contribuiu decisi-vamente para humanizar as relações de trabalho entre a categoria e os patrões. “Porcino libertou os frenti stas brasileiros”, afi rma Chiquinho Pereira, presidente do nosso sindicato.

A luta sindical de Porcino teve início em São Paulo, na década de 70, quando deixou a cidade de Itaporanga, no Estado da Paraíba. Na década passada, retornado à Paraíba, elegeu-se prefeito na cidade natal.

Fatalidade mata companheiro no

no jogo de futebol

Estudo revela que desde o ano 2000 cresceu mais de 50% o nível de escolaridade dos jovens na Região Metropolitana de São Paulo

Waldir Quadros, pesquisador da Universidade de Campinas, apresenta trabalho em reunião no sindicato.

VIVA O 13 DE JUNHO! DIA DOS PADEIROS

MISSA DE SANTO ANTÔNIO, DISTRIBUIÇÃO DE PÃES E MUITA ALEGRIA

O SINDICATO MANTÉM A TRADIÇÃO! COMPAREÇA!