”A interpretação do desenho infantil no diagnóstico psicopedagógico“. Miriam Maria De Souza Moreira Costa Pedagoga, Psicopedagoga especializada em Neuropsicologia
”A interpretação do desenho infantil
no diagnóstico psicopedagógico“.
Miriam Maria De Souza Moreira Costa Pedagoga, Psicopedagoga especializada em Neuropsicologia
Índice
1) O significado do desenhar...
2) Por que as crianças desenham?
3) ) As fases do desenho segundo Piaget
4) Provas Projetivas no diagnóstico Psicopedagógico – O Desenho
5) A simbologia: *figuras * enquadramento * cores
6) Exemplos da prática no consultório e intervenção aplicada.
1) O significado do desenhar...
O desenho infantil tem uma importância singular
no desenvolvimento da criança. Algo de dentro pede passagem para fora!
A criança está em caráter de evolutivo e expressivo
“Engloba desde a gestação até o período que se dá o início da educação formal, quando a
criança completa seis anos de idade”. Fonte: http://www.fmcsv.org.br/pt-br/Paginas/primeira-infancia.aspx
Segundo Galvão:
”Toda criança desenha. Mesmo que não seja
adequadamente instrumentalizada para tal, a
criança pequena quase sempre encontra uma
maneira de deixar, nas superfícies, o registro de
seus gestos: se não tiver papel, pode ser na terra,
na areia, ou até mesmo na parede de casa: se não
tiver lápis, serve um pedaço de tijolo, uma pedra,
ou uma lasca de carvão”.
(GALVÃO, 1992p. 53)
Segundo Wechsler (1996):
“Compreende-se que o desenho é uma das
grandes vias de comunicação dos infantes, pois
ele aparece muito antes da criança saber ler ou
escrever. Através do desenho, ela pode
expressar sentimentos, desejos, medos e
preocupações que, muitas vezes, em seu
comportamento habitual, não é possível perceber”.
1887 - Ricci (Bolonha)
1893 - Barnés (Califórnia)
1925 - Florence Goodenough
1948 - Jonh Buck (Virginia EUA)
1949 – Karen Machover ( Nova York)
1952 – Lauretta Bender
2) Por que as crianças desenham?
Toda criança desenha!
De início a criança se interessa pelos movimentos, da
ação do lápis no papel, pois isso dá prazer (garatuja)
Ela quase sempre encontra uma maneira de deixar nas
superfícies seus registros...
O desenho é uma das linguagens mais utilizadas pelas crianças ao longo de sua trajetória escolar.
Segundo Freud a projeção consiste em uma operação
pela qual o sujeito expulsa de si e localiza no outro (pessoa ou
coisa) qualidades, sentimentos, desejos e mesmo objetos, que
ele desenha ou recusa em sim.
Esse mesmo trabalho é o que rege os sonhos, o
animismo, o pensamento mágico, bem como a produção
artística, através do mecanismo de deslocamento.
(LAPLANCHE, p.478)
3) As fases do desenho segundo Piaget
Garatuja: faz parte da fase sensória motora (zero a dois anos) e parte da pré-operacional (dois a sete anos), indo aproximadamente até três ou quatro anos. A criança demonstra extremo prazer em desenhar e a figura humana é inexistente. A garatuja pode ser dividida em:
Desordenada: Não há preocupação, pois não tem consciência de que o risco é consequência de seu movimento com o lápis.
Ordenada: Descobre a relação gesto-traço. Passa a olhar o que faz. A figura humana ainda aparece de forma imaginária´.
Pré- Esquematismo: Ocorre a descoberta da relação entre desenho, pensamento e realidade.
Esquematismo: Começa a construir formas diferenciadas para cada categoria de objeto. Mas, podem surgir desvios do esquema, tais como:
- exagero,
- negligência,
- omissão ou mudança de símbolo.
Aparecem também dois fenômenos como a transparência e o rebatimento.
Realismo: Autocrítica pronunciada. No espaço, descobre o plano e a superposição, mas abandona a linha de base. Nesta etapa normalmente usam roupas diferenciadas para cada um dos sexos.
Pseudo Naturalismo: É o fim da arte como atividade espontânea e muitos desistem de desenhar nesta etapa do desenvolvimento, pois estão no início da adolescência.
- muito do realismo,
- a objetividade,
- a profundidade,
- o espaço subjetivo e o uso consciente da cor.
Análise teórica de desenhos infantis segundo Visca Vejamos o que Jorge Visca diz sobre o objeto de estudo da
psicopedagogia, a aprendizagem.
Os “vínculos que um sujeito pode estabelecer em três grandes
domínios: o escolar, o familiar e consigo mesmo”, pois são vínculos
importantes que interferem na aprendizagem de forma negativa ou positiva.
Desta maneira os três domínios – escolar, familiar e consigo mesmo –
possuem três níveis:
– inconsciente, [onde não é conhecido,]
– pré-consciente,[onde pode vir a ser de acesso ao pensamento,]
– consciente, [onde o sujeito representa] pensamentos, palavras, desenhos, etc.
Visca (2013, p. 21 e 22),
O Teste do Par Educativo:
Obter informações a respeito do vínculo estabelecido em relação à aprendizagem. Os dados obtidos darão condições para elaboração de
hipóteses a respeito da visão do paciente de si, dos professores, de seus companheiros de classe e até mesmo da instituição educativa.
Quanto ao aspecto estritamente pedagógico podemos avaliar o nível de redação, ortografia, criatividade literária, etc. Esse teste consiste em instruir o paciente para que desenhe duas pessoas: “uma que ensina e outra que aprende”. Também solicitamos ao paciente que conte ou escreva uma história relacionada ao desenho.
O Teste da Família: Tem o objetivo de avaliar como se dá o relacionamento da
família como um todo e também em suas diferentes partes. Procedimento do teste: É solicitado ao paciente que desenhe uma família. Pede-se que dê nomes a cada um dos indivíduos
representados no desenho e que conte uma história sobre essa família.
O Teste Livre:
Dê algo que a criança goste, tem como objetivo observar o que
faz sentido emocional e concreto no a dia da criança , com ele,
podemos conhecer um pouco mais as áreas de interesse dela no
contexto sócio-afetivo.
Mas por que às vezes a criança não quer desenhar?
Podem ser vários os motivos diz:
Não saber desenhar"...
Pré-adolescência
Adolescência,
Adulto
Pré-adolescência em média, começa entre os 10 e os 13 anos e termina no aniversário de 15 anos, quando uma pessoa vira adolescente. Fontehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%A9-adolesc%C3%AAncia
4) Provas Projetivas no diagnóstico Psicopedagógico
O Desenho
Instrumento de análise e investigação do sistema de
Hipóteses.
Por meio delas podemos averiguar se há manifestação do
inconsciente, sem medos e/ou repressões.
Cada profissional irá seguir sua maneira de atuação e em
qual momento irá aplicar a prova projetiva.
O que o terapeuta deve observar:
Qual a postura do indivíduo diante da atividade.
De que maneira à realiza, confiante?
Têm dúvidas sobre suas habilidades;
Como são seus movimentos;
Os significados e significantes do desenho
São de grande valia na Avaliação e Intervenção Pp. Precisamos ter atenção aos aspectos:
* Cognitivos * Psicomotor
* Sócio – afetivo * Percepção visual
* Oralidade * Expressão
* Reprodução * criatividade
5) A simbologia no desenho
Figura Humana:
- Cabeça: centro do poder intelectual, social e de todo o
controle do corpo.
- Rosto: representa a inter-relação social.
- Olhos: representa como o sujeito encara o mundo, a
vida...
- Cabelos: Tem significado psicosexual;
- Orelhas: passividade;
- Boca: a capacidade de captar nutrição, satisfação
da libido;
- Ombros: poder físico, força do ego;
- Braços e mãos: interação com o mundo
- Pernas: Contato com a realidade;
- Pés: segurança geral do indivíduo com o meio.
Figura da Casa: simboliza as relações familiares, o auto
retrato e provoca associações à vida no passado, presente
ou futuro.
- Teto: Área vital da fantasia e intelectualidade;
- Porta: zona de contato, tipos de relacionamentos e a interação com o meio
- Janela: simboliza receptividade;
- Parede: grau de força do ego, personalidade,
capacidade de auto-sustentação
- Chaminé: afeto, tensão interior;
- Linha do solo: grau de contato com a realidade;
Figura da Árvore: desenho que muito revela a auto
imagem da pessoa no contexto de seu relacionamento
social.
- Tronco: força interior do sujeito, o desenvolvimento emocional;
- Copa: simboliza o intelectual e a criatividade;
- Galhos ou ramos: seriam os braços das àrvores;
- Flores: estética, meiguice;
- Terra/ solo: divisão entre o inconsciente e o
consciente. Segurança, estabilidade, equilíbrio;
- Raiz: forças instintivas ;
- Simetria da árvore: capacidade de organização.
As Cores: a cor refere-se a vida emocional e afetiva do sujeito.
- Vermelho: ativa, energia, espírito desportivo;
- Laranja: novidade, rapidez, impaciente;
- Azul: paz, harmonia, tranquilidade;
- Violeta: nível elevado de mentalidade e espiritualidade.
- Preto: confiança em si, esconde seus segredos;
- verde: conhecimento, bem-estar, pessoa sensível;
- Rosa: ternura, gosta de coisas fáceis, é vulnerável, tem ligação com a infância;
- Marrom: estabilidade, paciência, extrema organização;
- Branco: um novo começar, purificar, neutralizar;
6) Exemplos da prática no consultório e intervenção aplicada.