A IMPORTÂNCIA DO ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL PARA O BEM ESTAR DOS ANIMAIS EM ZOOLÓGICOS Aline Teixeira Silva 1 Maria Esther Macêdo² RESUMO A busca pela qualidade de vida dos animais em cativeiro tem sido realizada nos zoológicos, inclusive os brasileiros. A grande maioria deles hoje utiliza de várias práticas diariamente, tendo como destaque o enriquecimento ambiental. Esta prática é de grande importância e pode acontecer de várias formas, físico, sensorial, cognitivo, social e alimentar. Adaptado para as mais diversas espécies. Graças ao seu uso o nascimento de diversas espécies tem sido observado nos zoológicos do país tanto para as espécies raras, existentes apenas em cativeiro, como para aquelas ameaçadas de extinção. Filhotes de aoudad, gansos do Havaí, onças pardas, cervos do pantanal, jaguatiricas nascendo em diversos zoológicos brasileiros comprovam a importância do uso do enriquecimento ambiental nas diversas instituições espalhadas pelo país. Palavras-chaves: Zoológicos. Animais em extinção. Preservação. Enriquecimento ambiental. Bem estar animal. INTRODUÇÃO O hábito de colecionar animais selvagens vem desde os tempos mais remotos. Imperadores chineses, astecas e faraós costumavam ter esses animais em seus domínios, como demonstração de força e poder (WHEATER et al.,1992). Durante muito tempo os animais foram confinados de forma arcaica, presos em espaços minúsculos, e serviam de mera distração para o ser humano e sua curiosidade. Esta tradição se estendeu por milhares de anos e se firmou entre os séculos XVI e XVIII, quando era costume a utilização de animais selvagens para guerra, caça, estética, cortejos, paradas militares ou em palácios. No século XVI, aristocratas passaram a manter animais selvagens, o que se tornara status de riqueza (SAAD et al., 2011). 1 Estudante do 6º período do curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix – Campus Praça da Liberdade. Email: [email protected]² Professora do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix – Campus Praça da Liberdade. Bióloga, mestre em Parasitologia e doutora em Biologia Parasitária. Email: [email protected]
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A IMPORTÂNCIA DO ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL PARA O BEM ESTAR DOS
ANIMAIS EM ZOOLÓGICOS
Aline Teixeira Silva1
Maria Esther Macêdo²
RESUMO
A busca pela qualidade de vida dos animais em cativeiro tem sido realizada nos
zoológicos, inclusive os brasileiros. A grande maioria deles hoje utiliza de várias
práticas diariamente, tendo como destaque o enriquecimento ambiental. Esta prática é
de grande importância e pode acontecer de várias formas, físico, sensorial, cognitivo,
social e alimentar. Adaptado para as mais diversas espécies. Graças ao seu uso o
nascimento de diversas espécies tem sido observado nos zoológicos do país tanto
para as espécies raras, existentes apenas em cativeiro, como para aquelas
ameaçadas de extinção. Filhotes de aoudad, gansos do Havaí, onças pardas, cervos
do pantanal, jaguatiricas nascendo em diversos zoológicos brasileiros comprovam a
importância do uso do enriquecimento ambiental nas diversas instituições espalhadas
pelo país.
Palavras-chaves: Zoológicos. Animais em extinção. Preservação. Enriquecimento
ambiental. Bem estar animal.
INTRODUÇÃO
O hábito de colecionar animais selvagens vem desde os tempos mais remotos.
Imperadores chineses, astecas e faraós costumavam ter esses animais em seus
domínios, como demonstração de força e poder (WHEATER et al.,1992). Durante
muito tempo os animais foram confinados de forma arcaica, presos em espaços
minúsculos, e serviam de mera distração para o ser humano e sua curiosidade.
Esta tradição se estendeu por milhares de anos e se firmou entre os séculos XVI e
XVIII, quando era costume a utilização de animais selvagens para guerra, caça,
estética, cortejos, paradas militares ou em palácios. No século XVI, aristocratas
passaram a manter animais selvagens, o que se tornara status de riqueza (SAAD et
al., 2011).
1 Estudante do 6º período do curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário Metodista Izabela
Hendrix – Campus Praça da Liberdade. Email: [email protected] ² Professora do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix – Campus Praça da Liberdade. Bióloga, mestre em Parasitologia e doutora em Biologia Parasitária. Email: [email protected]
Na Alemanha o naturalista Carl Hagenbeck fundou em 1900 o “Stellingen Zôo”,
onde os animais tinham recintos mais apropriados, simulando um pouco seu ambiente
natural e com espaços maiores, demonstrando uma melhoria do conforto dos animais.
A partir desse zoológico, outros países da Europa e Estados Unidos o tomaram como
modelo, e o bem estar animal passou a respeitar o interesse econômico (BOSTOCK
1998 apud TAVARES, 2009).
O primeiro zoológico brasileiro foi criado em 16 de janeiro de 1888, no Rio de
Janeiro quando o Barão de Drumond fundou no bairro de Vila Isabel uma área de
riachos, lagos artificiais e uma extensa coleção de animais (SAAD et al., 2011).
Segundo Sanders e Feijó (2007) estes zoológicos apresentavam recintos e
jaulas construídos para proporcionar aos visitantes o melhor ângulo de visão, e não
para dar boas condições de vida aos animais, pois não havia uma preocupação com o
bem estar animal.
Os zoológicos atuais estão deixando de ser apenas um espaço de lazer, e
passando a adquirir status de “arca de Noé do futuro”. Importante estratégia de
conservação (ex situ), conservando espécies ameaçadas de extinção que necessitam
de grandes áreas para existência, que estão sendo reduzidas. Contribuem com temas
de educação ambiental, conceitos de sustentabilidade e inclusão homem-natureza,
estão buscando a cada dia a melhoria no condicionamento dos espécimes presentes,
feito pelo enriquecimento ambiental, o que procura despertar no animal seus instintos
naturais e no homem um maior interesse pela preservação (FZSP, 2013).
Segundo Saad et al.(2011), a relação humano-animal e a manutenção de
animais em cativeiro datam de milênios, mas apenas recentemente, nas últimas três
décadas, a preocupação com o bem estar destes foi reconhecida como ciência. Diante
de tal afirmação, o presente trabalho vem apresentar as melhorias realizadas pelos
zoológicos na busca por uma qualidade de vida para os animais que estão fora de seu
habitat natural.
Metodologia
Para o desenvolvimento do objetivo proposto foram realizados levantamentos
bibliográficos no site Acadêmico da Google, (http://scholar.google.com.br/), e no
próprio site de buscas Google. Também foram verificados outros sites, como os dos
zoológicos, além do site de armazenamento de artigos Scientific Eletronic Library, o
Scielo, (http://scielo.br/). Os descritores utilizados foram: enriquecimento ambiental em
zoológicos, tipos de enriquecimento ambiental e bem estar animal de animais em
cativeiro. Esporadicamente foi utilizado o nome do tipo de enriquecimento, para uma
busca mais específica.
Alguns critérios foram adotados para a seleção dos artigos: I) artigos disponíveis
online, II) preferencialmente em língua portuguesa, III) publicações entre 1995 e 2012,
com exceção da Lei Federal nº7173, de 1983 e da Instrução Normativa 001-89-P, de
1989. IV) artigos que abordassem o enriquecimento ambiental, seus tipos, o bem estar
de animais em cativeiro, e por ultimo, V) trabalhos realizados em estados diferentes do
Brasil, para que se contemplasse maior variedade de ambientes e cultura.
Os trabalhos encontrados durante as buscas que não atenderam estes critérios
não foram considerados. Dos 25 artigos selecionados para a bibliografia, apenas 14
foram utilizados.
Foram realizadas duas visitas ao Zoológico de Belo Horizonte para observação
dos tipos de enriquecimento utilizados e registro fotográfico.
ZOOLÓGICOS E O BEM ESTAR ANIMAL
Legislação
A Lei Federal 7173/83, dispõe que é considerado jardim zoológico qualquer
coleção de animais silvestres mantidos vivos, em cativeiro ou semi-liberdade expostos
à visitação pública (BRASIL, 1983).
Em seu artigo 7º impõe que as dimensões dos Jardins Zoológicos e das
respectivas instalações atendam aos requisitos mínimos de habitabilidade, sanidade e
segurança de cada espécie, atendendo às necessidades ecológicas. Mas o mesmo
artigo dispõe que tais dimensões devem garantir a continuidade do manejo e do
tratamento indispensáveis à proteção e conforto do público visitante (BRASIL, 1983).
Já o artigo 9°, da mesma lei, dispõe que cada alojamento não poderá comportar
número maior de exemplares do que aquele estabelecido e aprovado pela autoridade
que concedeu o registro (BRASIL, 1983).
Os artigos 11º e 12º dispõe sobre a aquisição, coleta ou importação de fauna
indígena ou alienígena, contando sempre com licença prévia do Instituto Brasileiro de
Desenvolvimento Florestal (IBDF), (BRASIL, 1983).
A Instrução Normativa 001/89-P, de 19 de Outubro de 1989 (IBAMA, 1989),
dispõe sobre os requisitos mínimos para a ocupação de alojamentos em jardins
zoológicos, estabelecendo, de acordo com cada família de animais e com o tamanho
de seus representantes, um número máximo de exemplares por recinto e algumas
recomendações para o espaço físico do mesmo (BRASIL, 1989).
Em seu artigo 1°, se lê: Os jardins zoológicos estão obrigados a cumprir as
recomendações desta Instrução Normativa, excetuando-se os casos em que haja o
endosso conjunto dos biólogos e médicos veterinários da Instituição, através de
declaração escrita submetida ao Instituto, comprovando que os alojamentos estão
atendendo ao bem estar físico-psicológico dos animais que neles se encontrem.
Sanders e Feijó (2007) questionam tal recomendação: Será que este bem estar
está sendo realmente provido? O habitat natural de aves, por exemplo, não pode ser
comparado ao espaço disponível em um recinto fechado, independente de seu
tamanho.
BEM ESTAR ANIMAL
Preocupações com o bem-estar em animais não humanos são antigas, sendo
que “bem estar” é um termo comumente usado nas sociedades humanas (VOLPATO,
2007). Segundo Molento (2007), a ligação com os animais encontra-se onipresente na
historia da humanidade e a ideia de que os animais sentem, e que seu sofrimento
deve ser evitado, é bem aceita e fundamentada.
Broom e Molento (2004) definem o bem estar como um conjunto de respostas à
outros conceitos, como: sentimento, estresse, adaptação, necessidades, medo, tédio,
saúde, sofrimento, ansiedade, felicidade e outras reações que podem ser observadas
no dia a dia com os animais.
Segundo a Sociedade Mundial de Proteção Animal – (WSPA, 2013):
Os animais têm naturezas, instintos e interesses biologicamente determinados, e são sensíveis à dor e ao sofrimento. Cada animal em si tem seu valor intrínseco e cabe ao homem zelar pelo respeito e pela proteção de seu bem-estar. Os animais devem ter o direito de viver livres de sofrimento desnecessário causado por ação humana, em vez de serem usados como “matéria prima” para o benefício da humanidade de forma desumana.
O Conselho do Bem-Estar de Animais de Produção do Reino Unido (Farm
Animal Welfare Council – FAWAC) criou as “cinco liberdades”. São mandamentos
reconhecidos internacionalmente e pouco adaptados desde sua formulação. As Cinco
Liberdades determinam que os animais têm o direito de viver (WSPA, 2013):
1. Livres de fome e sede – Com acesso ilimitado à água fresca e uma dieta que
os mantenha saudáveis e vigorosos.
2. Livres de desconforto – Viver em um ambiente apropriado que inclui abrigo e
uma área confortável para descanso.
3. Livres de dor, ferimentos e doenças – Por meio de prevenção ou de rápido
diagnóstico e tratamento.
4. Livres para expressar comportamento natural – Uma vez que sejam garantidos
espaço suficiente, condições de moradia apropriadas e a companhia de outros
animais de sua espécie.
5. Livres de medos e angústias – E com a garantia de condições e tratamentos
que evitam sofrimentos mentais.
Após sua aceitação para os animais de produção, essas liberdades foram
estendidas à todos os animais.
ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL: Importância
A importância do Enriquecimento Ambiental (EA) foi reconhecida, primeiramente
por Yerkes em 1925 e depois por Hediger entre 1950 e 1969 os quais identificaram a
importância do ambiente físico e social de animais cativos bem como seu impacto no
bem-estar dos animais. Yerkes aponta que o animal deve ter oportunidade de
trabalhar para sobreviver, devendo ter o mínimo de oportunidade de exercitar
diferentes reações diante das invenções e dos objetos colocados em seu ambiente
(PIZZUTO et al., 2009).
Manter animais em cativeiro implica no dever ético de lhes proporcionar saúde
física e psicológica. Procedimentos conhecidos como enriquecimento ambiental
buscam elevar o bem- estar de animais cativos, resultantes de modificações em seus
recintos (FURTADO, 2006).
Na natureza os animais passam a maior parte do tempo à procura dos seus
próprios alimentos, evitando os seus predadores, procurando e disputando parceiros
para acasalar; interagindo, portanto, com um ambiente dinâmico frente aos desafios
diários. Já no cativeiro, os animais têm os seus alimentos fornecidos e são protegidos
contra interações competitivas (MILITÃO, 2008). Todos esses cuidados são
necessários para a manutenção desses animais em cativeiro, porém este ambiente
pode comprometer o bem estar, frente à previsibilidade, onde faltam desafios e
imprevistos, em que o animal é criado. O animal sem estímulos físicos e mentais ou
em condições que não permitam a expressão de comportamentos específicos (como
escapar de algo que o incomoda ou amedronta) pode então apresentar
comportamentos inapropriados ou mostrar-se entediado (MILITÃO, 2008).
O EA consiste em uma técnica que insere estímulos no ambiente do animal,
com isso é possível simular situações que ocorrem na natureza, evitar estresse e
comportamentos anormais desempenhados pelo animal. (BOSSO, 2009). Além de
abranger uma variedade de técnicas originais, criativas e engenhosas para obter
ambientes mais estimulantes. (NUNES et all, 2003).
O enriquecimento ambiental reduz o estresse, prevenindo o surgimento de
comportamentos anormais ou promovendo o tratamento (eliminação ou redução) de
tais comportamentos na vida cativa. Alivia os efeitos do stress na fisiologia sexual,
facilitando a reprodução. Auxilia em possíveis reintroduções de espécies à natureza,
pelo fato de interagirem em um ambiente mais complexo (MILITÃO, 2008). Outra
grande importância do enriquecimento ambiental é no papel da conservação em
zoológicos, pois ele permite ao visitante observar os animais se comportando da
maneira mais próxima ao habitual, deixando-o assim mais satisfeito e interessado, o
que facilita o trabalho de educação ambiental local (FZSP, 2013).
TIPOS DE ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL
Na prática o enriquecimento ambiental consiste na introdução de variedades
criativas nos recintos a fim de contribuir para o bem estar dos animais cativos. Porém,
é de suma importância ressaltar que o tipo de enriquecimento utilizado deve ser
apropriado à espécie em questão, para garantir não só a segurança dos animais como
do público. Sendo assim, as diferentes técnicas de enriquecimento utilizadas podem
ser divididas em cinco grandes grupos: (FZSP, 2013).
Enriquecimento Físico
Está relacionado à estrutura física do recinto, ao ambiente onde os animais
estão inseridos. A intenção é deixar o recinto mais semelhante ao habitat natural.
Desta maneira são introduzidos poleiros e cordas para aves, tanques para
hipopótamos, ursos, galhos e cordas no recinto dos macacos, entre outros exemplos
(DOMINGUEZ, 2008).
Este tipo de enriquecimento pode ser bem visualizado no recinto do gorila Idi
Amin, que morreu em 2012, no Zoológico de Belo Horizonte. Neste recinto podemos
observar cordas de sisal, mangueiras de bombeiros, lago, troncos e até mesmo um
bambuzal, onde a gorila Imbi, costuma se esconder (figura 1).
Figura 1: Exemplo de recinto com enriquecimento físico – Zoológico de Belo Horizonte
Fonte: Aline T. Silva
Enriquecimento Sensorial
Segundo Dominguez (2008), o enriquecimento sensorial consiste em explorar os
cinco sentidos dos animais.
Este tipo de enriquecimento pode ser feito com praticamente todos os animais,
utilizando-se “trilhas de cheiro”, com o intuito de aumentar o forrageamento, ou seja, a
busca por alimento. É possível utilizar essências de limão, alecrim, canela, citronela e
até mesmo fezes de animais de outros recintos. Além de vocalizações de outros
animais. Os dois últimos exemplos são usados para estimular a marcação de território.
Na figura 2 podemos observar o enriquecimento sensorial com a harpia, que é
estimulada a “caçar” seu alimento, escondido em bichos de pano.
Figura 2: Exemplo de enriquecimento sensorial – Parque das Aves - Paraná
PARQUE ZOOLÓGICO MUNICIPAL QUINZINHO DE BARROS – Disponível em:
http://zoo.sorocaba.sp.gov.br/
PIZZUTTO, C.S. SGAI, M.G.F.G. GUIMARÃES, M.A.B.V. O enriquecimento
ambiental como ferramenta para melhorar a reprodução e o bem estar de
animais cativos – Revista Brasileira de Reprodução Animal, Belo Horizonte, v.33, n.3,
p.129-138, jul./set. 2009.
SAAD, C. SAAD, F. FRANÇA, J. Bem estar em animais de zoológicos. Revista
Brasileira de Zootecnia, v.40, p.38-43, 2011 (supl. especial).
SANDERS, A. FEIJÓ, A.G.S. Uma reflexão sobre animais selvagens cativos em zoológicos na sociedade atual. Porto Alegre, 2007. SOCIEDADE MUNDIAL DE PROTEÇÃO ANIMAL – WSPA. Disponível em: http://www.wspbrasil.org SOCIEDADE PAULISTA DE ZOOLÓGICOS – Disponível em:
http://www.spzoo.org/spznews
TAVARES, H. L. Alimentação e nutrição de animais silvestres nativos e exóticos
cativos – o papel do zootecnista – Associação Brasileira de Zootecnistas. São
Paulo, 2009.
VOLPATO, G. L. Considerações metodológicas sobre os testes de preferência na
avaliação do bem-estar em peixes. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36,