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A importância da participação da família na clínica comportamental infantil
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A importância da participação da família na clínica comportamental infantil.

Apr 18, 2015

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Page 1: A importância da participação da família na clínica comportamental infantil.

A importância da participação da família na clínica comportamental

infantil

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O comportamento é produto da interação organismo – ambiente

Ambos são mutáveis e sujeitos a influências recíprocas

Em qualquer contexto de atuação busca-se identificar a alterar essas relações, sejam os objetivos formativos (educação) ou remediativos e/ou preventivos (saúde), através do estabelecimento e/ou alteração das contingências de reforçamento.

Decorrente disto, o atendimento a crianças sempre inclui intervenção direta junto a família e/ou cuidadores, pois são parte do ambiente mantenedor dos comportamentos da criança.

Princípios

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As primeiras intervenções adotavam o modelo triádico.

Este modelo mostrou-se limitado e passou-se a intervir diretamente com a criança em ambiente natural e/ou consultório, sem abrir mão do contato freqüente e sistemático com a família.

Os objetivos, estratégias, desafios e cuidados serão abordados a seguir.

História da terapia infantil

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1 - Identificar sentimentos, repertórios e dados relevantes para o caso e para a orientação da família.

2 - Estabelecer ambiente diferenciado e não punitivo que favoreça a redução e/ou eliminação de comportamentos inadequados e instalação de novos repertórios sob condições predominantemente positivas.

3 - Planejar, implementar e avaliar seqüências de ensino para repertórios específicos: por exemplo, cognitivos, verbais, motores, acadêmicos.

Razões para o contato direto com a criança

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O papel da família é definido em função dos objetivos comuns a qualquer processo terapêutico e

as particularidades de cada caso.

Skinner 11974/1995) afirma que “a terapia bem sucedida constrói comportamentos fortes, removendo reforçadores desnecessariamente negativos e multiplicando os positivos.”

Em outras palavras é preciso:

Identificar e minimizar contingências aversivas

Promover variabilidade comportamental

Desenvolver repertórios alternativos desejáveis sob controle de contingências positivas.

Objetivos do trabalho com a família1 - Objetivos comuns:

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2.1 – Coleta de dados:2.1.1 – Aspectos gerais:

É realizado durante todo processo

Inicialmente levanta-se a queixa e o histórico do problema

A queixa da família pode não coincidir com a da criança

Origens e atribuições feitas pela família e pela criança

Tentativas de soluções já implementadas

Objetivos do trabalho com a família2 - Objetivos específicos:

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2.1 – Coleta de dados:2.1.2 – Busca-se operacionalização:

Descrições detalhadas das situações onde ocorrem os comportamentos queixa

Quais as conseqüências para a criança e demais pessoas envolvidas

Situações em que não ocorrem e/ou são observados comportamentos alternativos adequados

Objetivos do trabalho com a família

2 - Objetivos específicos:

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2.1 – Coleta de dados:2.1.3 – Conhecer o histórico de desenvolvimento da criança:

Gestação e parto

Repertórios: motor, cognitivo, verbal, sócio-emocional, acadêmico,

Fatos marcantes da vida da criança,

Histórico escolar,

Hábitos, rotina, valores e praticas familiares

Praticas disciplinares

Objetivos do trabalho com a família2 – Objetivos específicos

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2.2 – Avaliação funcional:A intervenção será sempre baseada na avaliação funcional.

Progressos terapêuticos bem como sua manutenção e generalização dependerão em grande parte da modificação das interações diretas dos pais com a criança, bem como de alterações que estes promovam em sua rotina, condições de estimulação e esquemas de reforçamento.

Os pais são convidados a participar ativamente da avaliação funcional e das decisões clínicas, pois a orientação de pais que se restringem a fornecer instruções e serem seguidas por eles apresenta várias limitações.

Objetivos do trabalho com a família

2 – Objetivos específicos

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2.2 – Avaliação funcional:2.2.1 – A orientação de pais não deve limitar-se a instrução:

1 - Pais terão dificuldades de seguir instrução desconhecendo os fundamentos da proposta

2 - Mesmo quando conseguem seguir instrução ficarão sob controle da topografia da resposta e não de sua função

3 - Pais tendem a ficar mais dependentes do clinico e terão dificuldades para lidar com situações novas o que dificulta a generalização e prevenção.

Objetivos do trabalho com a família

2 – Objetivos específicos

Page 11: A importância da participação da família na clínica comportamental infantil.

2.2 – Avaliação funcional:2.2.2 – Objetivos da orientação de pais:

Ao trabalharmos com os pais pretendemos mais do que

levá-los a seguir instruções mecanicamente: nossa

pretensão inclui torná-los melhores observadores, colocá-

los sob controle discriminativo mais eficiente e

desenvolver hábitos de solução de problemas e de

tomada de decisão que facilitem o manejo de situações

relativas à educação de seus filhos.

Objetivos do trabalho com a família

2 – Objetivos específicos

Page 12: A importância da participação da família na clínica comportamental infantil.

2.2 – Avaliação funcional:2.2.3 – Aspectos a serem abordados na orientação de pais:

1 - Refinamento de habilidades de observação

2 - aprimoramento das descrições de situações cotidianas

3 - Priorizar discurso externalista (relações individuo – ambiente) sobre o mentalista (atribuições do comportamento a eventos internos)

4 – Identificação de contingências que controlam comportamentos da criança, dos pais, irmãos e outras pessoas relevantes

5 – Proposição e monitoramento de intervenções a serem implementas

6 – Aprimoramento de habilidades de comunicação

7 – Aprimoramento controle discriminativo

8 – Modelagem e modelação de comportamentos adequados ao caso

Objetivos do trabalho com a família

2 – Objetivos específicos

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2.2 – Avaliação funcional:2.2.4 – Objetivos da orientação de pais do ponto de vista da família:

É importante traduzir para eles sentimentos, necessidades, dificuldades ou avanços da criança de modo que possam compreender a análise realizada ou a intervenção sugerida e/ou implementada.

Mostras os progressos ocorridos, mesmo quando aquém do desejado, constituem passos na direção estabelecida e devem ser valorizados.

Objetivos do trabalho com a família

2 – Objetivos específicos

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2.2 – Avaliação funcional:2.2.5 - Objetivos da orientação de pais do ponto de vista da criança:

O clínico tem acesso a necessidades da criança que os pais ignoram.

Quando o clínico julgar relevante discutir este assunto com a família poderá fazê-lo, desde que observado cuidados éticos relativos ao sigilo e a proteção da criança.

Objetivos do trabalho com a família

2 – Objetivos específicos

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2.3 – Mediação de conflitos e tomada de decisão:A ocorrência de sessões conjuntas entre a criança e membros da família poderá ocorrer por solicitação da criança, dos pais ou do clínico.

Sessões conjuntas com a criança, membros de sua família e clínico podem significar um ganho importante para o processo, pois modelam repertórios de interação mais adequados e direcionam a resolução de conflitos que podem ser generalizados para o cotidiano da família.

Objetivos do trabalho com a família2 – Objetivos específicos

Page 16: A importância da participação da família na clínica comportamental infantil.

2.3 – Mediação de conflitos e tomada de decisão:

2.3.1 – Propósitos das sessões conjuntas:

1 – Contar ou dizer “coisas difíceis”

2 – Facilitar acordos em situações de impasses

3 – Mediar a comunicação entre criança e membros da família

Objetivos do trabalho com a família2 – Objetivos específicos

Page 17: A importância da participação da família na clínica comportamental infantil.

2.3 – Mediação de conflitos e tomada de decisão:

2.3.2 – Critérios para a realização das sessões conjuntas:

1 - Os objetivos do encontro estarem claros para todos

2 – Todos concordarem com a realização do encontro

3 – Avaliação de que o encontro tem alta probabilidade de ser bem sucedido

4 – Segurança do clínico de que a criança não corre nenhum risco

5 – O clínico deve preparar a criança para o encontro informando conteúdos a serem discutido, a melhor postura a ser adotada pela criança e o tipo de intervenção que o clinico se propõe a fazer.

Objetivos do trabalho com a família2 – Objetivos específicos

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1 – Do ponto de vista das diferentes demandas:Nossa primeira tarefa é fazer com que os clientes se mantenham no atendimento. No caso da clínica infantil, isso significa que o clínico deverá ser reforçador para as crianças e os pais.

Esta não é uma tarefa fácil pois envolve indivíduos que tendem a estar sob controle de diferentes aspectos da situação, quando não antagônicos.

É comum existirem divergências quanto à existência e/ou natureza do problema e quanto aos recursos que cada um considera válido como tentativa de resolução do problema.

É necessário que o clínico cuide dessas divergências em seu trabalho com a criança e a família

Desafios e limites do trabalho com família

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2 – Do ponto de vista do uso das estratégias:Do ponto de vista estratégico, o trabalho clínico com crianças exige repertório diversificado do profissional: estratégias verbais poderão ser insuficientes ou inapropriadas.

Para programar intervenções eficazes o clínico deve considerar seu nível de desenvolvimento: verbal, motor, cognitivo e acadêmico, além das variáveis motivacionais.

As atividades lúdicas tem se mostrado úteis desde que o clínico as utilize com clareza dos objetivos e esteja familiarizado e a vontade com elas.

Desafios e limites do trabalho com família

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2 – Do ponto de vista ético:O contato simultâneo com a criança e seus pais, impoe cuidados éticos adicionais.

O sigilo quanto ao manejo das informações obtidas das diferentes fontes é fundamental e é necessário evitar exposição da criança a situações embaraçosas ou de risco.

Dependendo das características e dificuldades apresentadas pelo casal e/ou família, trabalhos alternativos ou complementares podem ser indicados: terapia de outros membros, do casal, da família, outros serviços, ou mesmo suspensão do atendimento da criança.

Desafios e limites do trabalho com família

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Marinotti, Míriam. A importância da participação da família na clínica analítico-comportamental infantil. In Borges, Nicodemos B. Cassas, Fernando A. e colaboradores. Clínica analítico-comportamental: aspectos teóricos e práticos. Porto alegre: Artmed. 2012. Capítulo 28. Páginas 251 a 258.