FACULDADE DE FILOSOFIA CIÊNCIAS E LETRAS DE BOA ESPERANÇA – FAFIBE ROMÁRIO MILHOMEM DA CRUZ A IMPORTÂNCIA DA INTERDISCIPLINARIDADE NA PROPOSTA PEDAGÓGICA E INTERVENÇÃO DIDÁTICA DO PROCESSO FORMATIVO E LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA UNIDADE INTEGRADA PROFESSORA ERCÍLIA BENTO Barra do Corda 2016
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A IMPORTÂNCIA DA INTERDISCIPLINARIDADE NA PROPOSTA PEDAGÓGICA E INTERVENÇÃO DIDÁTICA DO PROCESSO FORMATIVO E LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA UNIDADE INTEGRADA
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FACULDADE DE FILOSOFIA CIÊNCIAS E LETRAS DE BOA ESPERANÇA –
FAFIBE
ROMÁRIO MILHOMEM DA CRUZ
A IMPORTÂNCIA DA INTERDISCIPLINARIDADE NA PROPOSTA PEDAGÓGICA
E INTERVENÇÃO DIDÁTICA DO PROCESSO FORMATIVO E LETRAMENTO NA
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA UNIDADE INTEGRADA
PROFESSORA ERCÍLIA BENTO
Barra do Corda
2016
ROMÁRIO MILHOMEM DA CRUZ
A IMPORTÂNCIA DA INTERDISCIPLINARIDADE NA PROPOSTA PEDAGÓGICA
E INTERVENÇÃO DIDÁTICA DO PROCESSO FORMATIVO E LETRAMENTO NA
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA UNIDADE INTEGRADA
PROFESSORA ERCÍLIA BENTO
Monografia apresentada ao Curso de
Licenciatura em pedagogia da Faculdade
de Filosofia Ciências e Letras de Boa
Esperança - FAFIBE como requisito para
obtenção do grau de Licenciatura em
Pedagogia.
Orientador: Leonardo Delgado
Barra do Corda
2016
ROMÁRIO MILHOMEM DA CRUZ
A IMPORTÂNCIA DA INTERDISCIPLINARIDADE NA PROPOSTA PEDAGÓGICA
E INTERVENÇÃO DIDÁTICA DO PROCESSO FORMATIVO E LETRAMENTO NA
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA UNIDADE INTEGRADA
PROFESSORA ERCÍLIA BENTO
Monografia apresentada ao curso de
Pedagogia da Faculdade de Filosofia Ciências
e Letras de Boa Esperança – FAFIBE como
requisito para o grau de licenciatura em
pedagogia.
Orientador (a): Leonardo Delgado
Aprovado em _____/______/____
BANCA EXAMINADORA
Profº.________________________
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Boa Esperança – FAFIBE
Nome e sobrenome
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Boa Esperança – FAFIBE
Nome e sobrenome
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Boa Esperança
CRUZ, Romário Milhomem
A importância da interdisciplinaridade na proposta pedagógica e intervenção
didática do processo formativo e letramento na educação de jovens e adultos na Unidade
Integrada Professora Ercília Bento.
f. 38.
Monografia (licenciatura em Pedagogia) - Curso de Pedagogia, Faculdade de Filosofia
Ciências e Letras de Boa Esperança - FAFIBE, 2016.
1. A importância da alfabetização e do letramento no mundo globalizado 2. A importância do professor
na sistematização da intervenção didática no EJA 3. Avanços metodológicos da pesquisa.
I Título
AGRADECIMENTOS
A Deus por todas as graças e oportunidades a mim concedidas, todos
os dias, em todos os momentos de minha vida e na vida de meus familiares.
Aos meus pais Antônio Ramos e Aldeniza Cruz, aos meus irmãos
Antônio Marcos e Marta Laura, ao grande amor da minha vida Maria Ivoneide Duarte,
a minha cunhada Maria Ivanice, aos meus amigos João Pedro e Leonardo pelo apoio
constante e colaboração em minha jornada acadêmica.
A todos os mestres e professores que com paciência, companheirismo
e compreensão incentivaram as minhas constantes vitórias acadêmicas.
A turma pela acolhida e amizade construídas em uma estrada de
parcerias e trabalho em equipe durante essa batalha coletiva.
E a todas as pessoas que tiveram a sua parcela de contribuição para a
construção deste trabalho.
“A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento
envolvido e não na vitória propriamente dita.”
(Mahatma Gandhi)
RESUMO
Este trabalho objetivou a abordagem dos aspectos importantes sobre as intervenções didáticas promovendo a interdisciplinaridade promovida pelos professores da Educação de Jovens e Adultos, bem como temas presentes nos debates e discursos sobre o processo de ensino e letramento, apresentando as diversidades conceituais dos mesmo com o avançar dos anos. Outro aspecto a ser discutido trata-se da Educação de Jovens e Adultos, por vezes seriamente atacada pela sociedade, porém não reduzindo a importância por oportunizar um espaço de formação de indivíduos a qual não tiveram acesso ou se afastaram do ensino regular por diversos motivos, tendo destaque os desejos e obstáculos dos mesmo no processo de aprendizagem das habilidades de leitura e escrita. Este trabalho baseou-se em estudos bibliográficos e em pesquisa de campo, com a metodologia de estudo de caso, com análise qualitativa e acompanhamento das atividades dos professores da Unidade Integrada Professora Ercília Bento. Palavras-chave: Intervenção didática, Ensino Aprendizagem, Educação de Jovens e Adultos.
ABSTRACT
This study aimed to important aspects approach to the educational interventions promoting interdisciplinarity promoted by the teachers of the Youth and Adult Education, as well as the themes in the debates and speeches on the process of education and literacy, with the conceptual diversity of the same with advancing the years. Another aspect to be discussed it is the Youth and Adult Education, sometimes seriously attacked by society, but not reducing the importance of providing opportunities for one individual training space which had no access to or departed from the regular school for various reasons, having highlighted the desires and the same obstacles in the learning process of reading and writing skills. This work was based on bibliographic studies and field research, with the case study methodology with a qualitative analysis and monitoring of the activities of the teachers of the Integrated Unit Professor Ercília Bento. Keywords: Didactic Intervention, Learning Education, Youth and Adult Education.
ações diferentes caracterizando um ensino especifico em cada competência. A
consciência que o aluno tem de seu papel é de grande importância para sua atitude e
reflexão.
Os conteúdos atitudinais são classificados conforme os valores, atitudes e
normas, a qual se tem como exemplo a cooperação, solidariedade, trabalho em
equipe, respeito e ética (SOARES, 2010). É com esse tipo de conteúdo que as
relações afetivas e a convivência são reforçados, portanto, tem grande efeito na
Educação de Jovens e Adultos.
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Ao se tratar da organização dos conteúdos, três métodos merecem destaque:
propostas disciplinares, os métodos globalizados e o enfoque globalizado. Quanto
mais integrados estiverem os conteúdos, mais fácil será o entendimento dos alunos,
garantindo uma aprendizagem mais valiosa aos mesmos.
Anteriormente a organização dos conteúdos se davam em uma perspectiva
tradicionalista, onde cada disciplina era isolada em seu universo, não ocorrendo a
inter-relação entre seus conteúdos, ainda comum nas redes públicas de ensino, o que
não gera um resultado sólido, mais sim um conhecimento baseado na
superficialidade.
Foram realizadas novas propostas de metodologias de aprendizado,
relacionando os conteúdos em sua organização promovendo uma compreensão
ampla das ciências, dando origem a relação das disciplinas em três níveis:
multidisciplinaridade, onde os conteúdos se dão independentes mais de maneira
simultânea somando-se uma a outra em sua organização; interdisciplinaridade, onde
se estabelece a comunicação entre as matérias sem que se presa suas
características; e transdisciplinariedade, é o topo da relações entre as matérias, uma
integração global e totalizador.
O desenvolvimento das metodologias de organização de conteúdos facilitou a
associação entre os conteúdos de maneira mais eficiente, potencializando o processo
de aprendizagem.
A metodologia globalizadora tem como objetivo a formação de cidadãos
pensantes e interativos com o meio, solidários a vida e capazes de “aprender a
aprender” atuando no seu ambiente. Esta metodologia de organização de conteúdos
está focalizada em uma perspectiva direcionada a integração dos conteúdos com a
realidade em que a Educação de Jovens e Adultos está inserida.
Esse novo enfoque trás o aluno como o protagonista da sua história, tendo a
aprendizagem três princípios como pontos de origem para que a ação do professor
seja mais edificante: situação próxima à realidade, conteúdo interessante para o aluno
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e elaboração de situações que estimulem a busca por respostas. Trabalhando esse
novo enfoque o professor tem que ter a compreensão de que os conteúdos estão
interligados, sua divisão é realizada somente para a facilitação das estruturas
disciplinares.
3.2 As contribuições dos Paramentos Curriculares Nacionais
No ano de 1995 deu-se início ao procedimento de produção dos Parâmetros
Curriculares Nacionais – PCN’s, editado em 1997, com os objetivos de originar um
conteúdo referencial e auxiliar aos professores na produção de projetos educacionais,
planejamento de aula, analise de conteúdos para propostas de atividades
educacionais e utilização dos recursos didáticos.
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais há a percepção da relevância das
ações pedagógicas dos educadores, evidenciando as urgências dos mesmos
mediarem a educação com qualidade, reconhecendo que essa educação está
atrelada a metodologia utilizada nas ações dos professores focadas na integral
formação do educando.
Os parâmetros curriculares nacionais são utilizados pelos professores para:
[...] auxiliá-lo na execução de seu trabalho, compartilhando seu esforço diário
de fazer com que as crianças dominem os conhecimentos de que necessitam
para crescerem como cidadãos plenamente reconhecidos e conscientes de
seu papel em nossa sociedade. (PCN,1997, p. 4)
Os PCN’s são um referencial que foi produzido como proposta de auxiliar o
trabalho dos professores, norteando e fomentando os debates e pesquisas ligados a
educação. Se tornando necessário até aos professores que estão inseridos em um
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ambiente de difícil atualização, pois a meta principal é a educação de qualidade para
todos.
Ao tratar sobre as práticas educativas, o PCN propõe a reflexão por parte dos
professores sobre essas ações direcionando elas aos alunos e sua realidade,
orientando uma educação que abraça todos os aspectos de aprendizagem. Se
observa que não se argumenta apenas a organização dos conteúdos mais busca-se
uma proposta contribuinte a formação de indivíduos autônomos, formadores de
opiniões, compreendendo seus direitos e deveres, visando membros atuantes da
sociedade, participativos e promotores da transformação social.
O PCN não deve ser visto apenas como um manual mais sim como um
instrumento de suporte educacional na construção de planos e ações que construa
um conhecimento sólido a respeito de temas de relevância, e a reflexão permanente
sobre a práticas pedagógicas dos educadores, adaptando aos aspectos de ordem
política, econômica, ambiental e social.
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4 AVANÇOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA
Visando alcançar os objetivos deste estudo, é que se definiu o desenvolvimento
de uma pesquisa de cunho qualitativo. Metodologia que propõe o contato do
pesquisador com o ambiente e a realidade a qual está sendo investigado por
intermédio do estudo em campo. A pesquisa qualitativa em educação, segundo
Bogdan e Biklem, (apud LUDKE E ANDRÉ, 1986), apresenta cinco características
básicas:
1. A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta de
dados e o pesquisador como seu principal instrumento;
2. Os dados coletados são predominantemente descritivos;
3. A preocupação com o processo é maior que com o produto;
4. O “significado” que as pessoas dão às coisas e à sua vida são focos de
atenção especial do pesquisador;
5. A análise dos dados tende a seguir um processo indutivo.
O ambiente selecionado para a realização da pesquisa foi a Unidade Integrada
Professora Ercília Bento, da rede pública e municipal de ensino, situada na Vila Nova
na cidade de Porto Franco, estado do Maranhão. Os indivíduos da pesquisa foram os
professores inseridos na Educação de Jovens e Adultos. A pesquisa teve duração de
quarenta e cinco dias entre os meses de Outubro e Novembro do ano de 2015, através
de visitas periódicas.
Com os objetivos de coletar dados necessários ao estudo, utilizou-se a
observação e a entrevista, registro das informações levantadas por intermédio de um
diário de campo e os depoimentos dos professores. O procedimento de transcrição
de todos os dados obtidos foi classificado de acordo com as categorias estabelecidas
por conceitos.
Assim, a produção dessa pesquisa objetivou apresentar parte da experiência
adquirida pelo processo de observação e a relação com a teoria que aborda a temática
e as conclusões sobre a mesma.
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4.1 Caracterização do ambiente de pesquisa
A escola recebeu esse nome em homenagem a professora ERCÍLIA BENTO
PEREIRA, nascida em 15 de julho de 1921, na localidade Nazaré, Município de Porto
Franco - MA. Filha de Luiz Bento Pereira de Maria Ferreira Lima. Casou-se civilmente
ainda muito jovem com o Sr. Argemiro de Farias Pimentel, em 08 de dezembro de
1942, com o qual não conviveu.
Mais tarde, teve como segundo esposo, o Sr. Euclides Franco e, com nenhum
dos dois maridos, conseguiu ter filhos. Cursou o primeiro grau menor na Escola Batista
Minilandro no período de 1934 a 1938. Muito cedo exerceu o cargo de professora da
rede municipal de ensino em algumas fazendas deste município, tais como:
Domingos, Grota Chata e Boa Esperança.
Foi incansável profissional no exercício de suas funções de magistério e
notabilizou-se pela sua austeridade e dedicação. Seu árduo trabalho foi grandemente
benéfico para a comunidade portofranquina, aonde chegou a lecionar no Grupo
Escolar “Clarindo Santiago”, na Escola Bento Neves e na Escola Artur Milhomem,
educando jovens e crianças, sendo por todos tratada com respeito e admiração. Era
uma eterna apaixonada pela profissão e ao construir a Escola da Vila Nova, o Prefeito
Deoclides Antônio Santos Neto deu a mesma, como forma de reconhecimento e
gratidão pelo muito que a grande educadora fez por sua terra natal, o nome de Escola
Professora Ercília Bento.
(Fonte: Pesquisa de campo realizada pela professora Eva Marinho Rodrigues, em 09/05/1995).
4.2 Teorizando a Prática
A observação dos dados se deu por meio da sistematização dos resultados
sustentado no referencial teórico, utilizando a entrevista como principal instrumento
de pesquisa. Inicialmente buscou-se a compreensão da perspectiva do professor
sobre o ato de educar, onde pode se observar a seguinte frequência de respostas:
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a. Alfabetização trata-se de um sistema de ensino de escrita e leitura;
b. Educar os alunos através do alfabeto;
c. Proporcionar aos alunos um espaço favorável a humanização, e uma leitura
ampla do mundo através da inter-relação de conteúdos e práticas
educativas.
Observa-se que o padrão frequente de concepção sobre a alfabetização é o
conceito reducionista e mecânico da educação observada por Paulo Freire (1983),
visão essa que foge totalmente da proposta de desenvolvimento das habilidades do
sujeito com a escrita e leitura contextualizando com a sua realidade e utilizando
elementos familiares ao educando.
Quando a questão se refere ao ato de letrar o padrão de resposta apresenta
uma confusão da maioria dos professores que denotam um conceito tradicionalista de
codificação de decodificação de sinais.
a. Letrar significa amplificar a visão do mundo, através dos conhecimentos de
sua cultura.
b. Conscientizar indivíduos da estrutura do alfabeto e como utiliza-lo.
c. Decodificar os sinais, conhecendo-os e identificando-os conforme a
linguagem local.
Nesta concepção se fomenta ao educando previamente a domínio da escrita o
envolvimento de atividades sociais de leitura e escrita com recursos ligados ao
contexto em que o aluno está inserido, valorizando sua experiência e conhecimentos
adquiridos em sua vida.
O terceiro questionamento refere-se a distinção feita pelos professores entre o
ato de letrar e de alfabetizar, o que concluiu-se que os mesmos não realizam uma
distinção entre os dois conceitos.
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a. A diferença entre alfabetizar e letrar trata-se da possibilidade do sujeito
aprender a ler sem a compreensão do que se está lendo e seu contexto
cultural.
b. Ensinar o alfabeto e como utiliza-lo
c. Trata-se do domínio por inteiro das etapas de alfabetização, com a
aquisição da habilidade de leitura, escrita, cálculos e interpretação.
É preocupante como se estabeleceu um pensamento distorcido relacionado ao
conceito de letramento, sendo algo amplo e favorável por oportunizar a aprendizagem
ao sujeito sobre o mundo e sua contextualização.
Por seguinte observa-se a compreensão que os professores têm de
alfabetização na percepção do letramento.
a. Alfabetizar letrando é oferecer ao aluno a oportunidade de adquirir
habilidades de leitura e escrita tem como base a cultura.
b. Letramento é sinônimo de apropriação do alfabeto
c. Compreender o ponto de partida de todas as etapas para visar novos
conhecimentos com conquista e produção.
Observou-se que os professores não aplicam em suas atividades ações
simultâneas de alfabetização e letramento, porém essa prática possibilita o sujeito de
vivenciar a leitura e a escrita nos mais variados cenários do seu dia a dia, deixando
de lado a prática mecânica e se tornando consciente do conhecimento adquirido.
Segundo Soares (2010) Alfabetização e letramento são processos
independentes e indissociáveis. Por isso alcançar a alfabetização dos alunos da
Educação de Jovens e Adultos seria uma garantia da ampliação da qualidade de
ensino aos beneficiários dessa modalidade de ensino.
O seguinte questionamento teve como objetivo analisar a compreensão dos
professores em relação ao trabalho de intervenção didática, identificando o que
significar para os mesmos.
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a. Intervenção didática é uma proposta direcionada a fomento da
aprendizagem conforme a necessidade do sujeito.
b. Intervenção que possibilita a interação e a construção do conhecimento.
c. Proposta de apoio e suporte que facilita o processo de aprendizagem.
Na última análise da entrevista listou-se os desafios vivenciados pelos
professores que atuam na Educação de Jovens e Adultos, que detém certa
unanimidade no interesse de manter o aluno inserido na modalidade de ensino e a
frequência nas aulas.
a. O maior desafio que os professores se deparam atualmente na educação
de jovens e adultos é o velho hábito da camaradagem citado por Paulo
Freire onde tudo se aprende.
b. Manter os alunos frequentes e interessados.
c. Fazer com que o aluno permaneça na escola reduzindo a evasão e
despertar interesses aos mesmo, trabalhando com um planejamento que
contemple a realidade do aluno.
A evasão está associada a uma diversidade de aspectos que levam ao
desinteresse estudantil em frequentar a sala, que está repleta de aulas “chatas e
tediosas”, exigindo do professor que atua nesta modalidade de ensino propostas
significativas e atraentes, contemplando a realidade dos alunos, para que os mesmos
sejam estimulados.
A confusão gerada nos conceitos de alfabetização e letramento indicam que a
educação atualmente precisa abrir-se a uma reflexão sobre o ato de alfabetizar de
maneira que desenvolva questões referentes a importância da aquisição de
conhecimento e habilidade de escrita e interpretação dos diversos conteúdos que
auxiliam a formação integral do sujeito.
No que diz respeito ao trabalho de intervenção didática e os critérios utilizados
para selecionar e organizar os conteúdos percebe-se uma grande falha, não há
planejamento por parte de algumas professoras, chega ser uma imprudência. Como
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atingir os objetivos sem planejar? Como garantir eficácia do ensino sem intenções?
Dificilmente o professor desenvolverá um bom trabalho sem planejamento, o que não
quer dizer que ele tenha que seguir um modelo pronto e acabado, ao contrário, o
professor deve refletir didaticamente sobre sua prática, pensar no cotidiano sobre o
saber fazer em sala de aula, para não escorregar na mesmice metodológica de
utilização dos mesmos recursos e das invariáveis técnicas de ensino. (LEAL,2006,
p.4-5, apud SOARES, 2010).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação não é imparcial, por meio das atividades e metodologias observa-
se uma visão sobre a relevância atribuída a educação e aos diversos sujeito a qual
pretende-se formar. Assim surge de caráter indispensável a reflexão sobre a ação do
docente e a importância de sistematizar e organizar os conteúdos e propostas
pedagógicas.
Porém, visualiza-se com o estudo que o ambiente em que o professor se
encontra não dá a devida importância sobre o seu papel no processo de ensino e
aprendizagem. Algo negativo, pois a figura do educador é a básica na transformação
do ensino por intermédio das práticas inovadoras e coerentes com a realidade dos
alunos ao se tratar da Educação de Jovens e Adultos. A intervenção com atitude
empreendedora recebe destaque quando se alcança as metas de ensino, por isso que
o planejamento trata-se de uma das etapas primordiais nesse processo. Tavares diz
que:
A intervenção como prática pedagógica somente se constitui como processo
de ensino-aprendizagem quando está atrelada a um planejamento com
delimitação de objetivos e de práticas pedagógicas contínuas disponíveis à
avaliação e à reavaliação possibilitando uma sistematização das práticas de
ensino-aprendizagem. Se as ações de intervenção não são planejadas e
avaliadas, estas passam a ser ações interventivas fragmentadas e imediatas.
Ações que se tornariam processo se fizessem parte de um planejamento com
objetivos, conteúdos, métodos e avaliações definidas e inter-relacionadas.
Sem uma articulação entre as partes de um planejamento fica bem mais difícil
para os professores criarem estratégias que explorem e valorize suas ações
interventivas. (TAVARES,2008, p. 56)
De certo que esse processo demanda tempo, por isso se tem urgência em se
adotar uma atitude inovadora e prática, alternado as propostas, deixar para atrás a
concepção de transmissor de conhecimento, e amplificar o contexto desafiador na
formação de jovens e adultos multidisciplinares, modificares de um passado de
sentimento distorcidos.
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Com os resultados da pesquisa, concluiu-se que é necessário a existência de
uma aproximação do campo educacional com os conceitos abordados de maneira
teórica e prática. Percebeu-se que os educadores não compreenderam a sutil
diferenciação entre a alfabetização e o letramento, ocorrendo um equívoco nas
respostas dadas, se a realidade fosse diferente os professores estariam adequando
suas estratégias com esses conceitos. Assim pode-se citar os conceitos de letramento
e alfabetização:
[...] distingue essas duas concepções enfatizando que alfabetização e
letramento são processos distintos, de natureza interdependente e
indissociável. A alfabetização não precede, nem é pré-requisito para o
letramento, pois pessoas analfabetas, por estarem inseridas no contexto
letrado, possuem um nível de letramento, o que pode ser visto como uma
consequência da imersão na cultura letrada. A alfabetização faz parte de um
contínuo linear, com limites claros. Passa-se de analfabeto a alfabetizado. Já
o letramento é um processo contínuo não-linear, multidimensional, ilimitado,
sempre em permanente construção. (SOARES,2003, p. 93)
Ao se diferenciar os dois conceitos, os professores da Educação de Jovens e
Adultos, estarão constantemente motivados a situações novas de aprendizagem,
fazendo uso do contexto social e do cotidiano dos alunos, se desprendendo do
universo onde se ocorria somente leitura e escrita.
Portanto é oportuno afirmar que este estudo acomodou diversas reflexões,
recebendo destaque o perfil pretendido. Expôs a diferenciação entre ser professor e
educado, de educar e de ensinar. Ser um educador é ter consciência de uma grande
responsabilidade com um bem maior, o bem comum, de doar sempre, e observar a
realidade atendendo as necessidades dos alunos, sendo flexível e ter amor pelo que
faz.
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APÊNDICES
Apêndice 01 – Roteiro de Entrevista
1 - Para você o que significa alfabetizar?
2 - Para você o que significa “letrar”?
3 - Quais as diferenças entre alfabetizar e “letrar”?
4 - Como alfabetizar “letrando”?
5 - O que você entende por intervenção didática?
6 - Para você, qual o maior desafio do professor na educação de jovens e adultos?
Fonte: Soares (2010)
Apêndice 02 - Entrevista com a Direção e professores da Unidade Integrada
“Professora Ercília Bento”
Fonte: Romário Cruz
Apêndice 03 - Quadro memorial da Professora Ercília Bento