verve 23 a guerra e a paz 1 pierre-joseph proudhon Capítulo VIII Guerra e paz, expressões correlativas Por que os homens deixariam de fazer a guerra, quando seu pensamento está repleto dela? Quando seu entendi- mento, sua imaginação, sua dialética, sua indústria, sua reli- gião, suas ar tes, relacionam-se com ela, quando tudo, neles e em tor no deles, é oposição, contradição, antagonismo? Mas eis que, diante da guerra, ergue-se uma divindade não menos mister iosa, não menos venerada pelos mor tais, a PAZ. A ideia de uma paz universal é tão velha na consciência das nações, tão categórica quanto a da guerr a. Dessa con- cepção nasceu, em primeiro lugar, a fábula de Astreia, 2 a virgem celeste, que voltou para os céus no fim do reinado de Sat urno, mas que um dia deverá retornar. Então, reina- rá uma paz sem fim, serena e pura, como a luz que ilumina os campos Elíseos. É a época fatídica, em direção à qual nos levam nossas aspirações, e para a qual somos condu-