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A flor do deserto.. . “A mim ninguém mais pode prejudicar, somente DEUS “
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A flor do deserto

May 24, 2015

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Vando Rubo
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Page 1: A flor do deserto

A flor do deserto...

“A mim ninguém mais pode prejudicar, somente DEUS “

Page 2: A flor do deserto

“Nasci no deserto daSomália, não sei

a idade que tenho, a única coisa que sei é que

cada dia é novo.33 anos? 36 anos? o que mais me dê!,

no desertonão há papeis,

nem fazem falta.O deserto foi meu lar

durante todaminha infância, eu

pastoreava o rebanho de camelos e cabras de

meu pai”.

Page 3: A flor do deserto

O pior era estar descalça,o solo salpicado

de pedras, não podíamos pagar

uma sandália.

As vezes os pés sangravam!...

Não tínhamos nada,nem casa, nem água,

éramos nômades...mas tínhamos o rebanho

e a nós mesmos.

Page 4: A flor do deserto

Estávamos bem!Sempre unidos:

minha mãe, meus irmãos,meu Pai...

Ele me batia, mas...ele mandava.

Era um homem forte, alto,rígido, um guerreiro.

E devo dizer que anosdepois

quando estava só em Nova York,

preferiria mil vezes um tapa de meu pai

à essa solidão

Page 5: A flor do deserto

Cheguei à Nova Yorkpor um milagre, quando

tinha 13 anosfugi.

Meu pai ia casar-mecom um velho de

70 anos,em troca de 5 camelos.

Eu era especial, rebeldeAs meninas

são educadas para trabalhar e serem

oferecidas em matrimônio

Isso é o que querem os pais

para suas filhas.

Page 6: A flor do deserto

A mãe se preocupa quesua filha seja pura,

limpa, virgem e por issoa minha aos cinco anos me levou

Para a ablação.

Por amor a mim...

E eu, claro,queria ser “pura e limpa”!

Na Somália se pratica aablação mais severa:

Extirpam-se o clitóris e os pequenos lábios

da vagina.

Page 7: A flor do deserto

A ferida é costurada deixandosó uma abertura do

diâmetro de uma cabeça dede fósforo.

Para urinar e menstruar...

Uma irmã morreu de hemorragia

e eu desde aquele dia...

Soube que já nada poderia me Destruir.

Só temo a Deus! É O ÚNICO

QUE PODE ME CAUSAR DANO…

Page 8: A flor do deserto

Quando comecei a falar sobre issome senti muito culpada, porque

estava criticando acultura de minha família.

Hoje me dedico a conseguir meiospara formar

professores na Somália para educaras meninas e as mães...

Eu pelo menos consegui com os meus.

Vinte anos depois de escaparde minha casa volto à Somália.

Page 9: A flor do deserto

Reencontrei-me comminha mãe…

já pensacomo eu.

HÁ ESPERANÇA!

Para fugir, cruzeio deserto.

Uma manhãdespertei com um leão

na minha frente,com sua enorme juba

e lhe disse:

Page 10: A flor do deserto

Coma-me. Estou preparada…e ele se foi.

Nesse dia soube queALÁ me reservava

para algo...

foi aí que encontrei umatia que estava casada

com um diplomata somalidesignado para Londres epedi que me levasse dali

como criada.

Nunca antes havia visto brancos!

Page 11: A flor do deserto

Perguntam-me se mudariaalgo em meu corpo?

se minhas pernas estãoarqueadas, mas não:

Lhes agradeço,porque

São rijas de minhamal nutrição infantil e

elas me recordam quem sou.

A única belezaque valorizo é a da alma.

Devemos dar graças porestarmos vivos…

Page 12: A flor do deserto

Hoje nada me falta...Mas quando vejo a água que se

vai pelo ralo aotomar banho

me desespero.

O QUE FARIAM NODESERTO

COM CADA GOTA...!

Com o tempo volteia ver meu pai, lhe haviam

roubado o rebanho e lhe operado

os olhos com uma facano deserto:

Ficou cego…

Page 13: A flor do deserto

Aquele homem tãopoderoso e forte, o vi agora frágil e

desvalido...Mas ainda de cabeça

erguida!

Quando nos despedimosconfessou-me:

“Você é como eu”.

Meu pai…estava orgulhoso de mim!

CHOREI…

(Estas palavras foram pronunciadas em Barcelona, numa entrevista realizadaa Víctor Amela, jornalista e escritor. )

Page 14: A flor do deserto

Waris Dirie reencontrou-se com sua família depois de 22 anos.

A viagem de regresso foimuito chocante.

Atravessando o deserto,quis parar para

recolher uma senhora que caminhava com os pés ensanguentados.

O chofer lhe respondeu: “Não se preocupe, é só

uma mulher.”

Page 15: A flor do deserto

Como num conto defadas.

Waris Dirie, converteu-se

em umadas

modelos maissolicitadas na época.

Um dia enquanto esfregava pisos

em uma loja,um fotógrafo a descobriu.

Logo,sua figura desfilava

por Paris, Londres, Itáliae

Nova York.

Page 16: A flor do deserto

Waris Dirie deixou para trás as passarelas, o

cinema e a moda.

Como Embaixadora das Nações Unidas,

percorreu a África e conseguiu que 15 países penalizassem a mutilação

feminina.

Criou a fundação Desert Dawn

(Amanhecer no Deserto) para lutar contra essa

violência.

Page 17: A flor do deserto

“No meu regresso da África, contei tudo.

A jornalistas, em conferências, em programas de televisão, como

defensora das seis mil meninas que, dia a dia

são mutiladas.

Nada é pior que urinar e menstruar

por uma abertura dotamanho de uma

ervilha.”

Page 18: A flor do deserto

“Não são vítimas.Ajudamos a mulheres que

querem melhorarsua vida e

que lutam por ela.”

“Não sei se existe algo chamado valor e não sei se

eu o tenho” disse esta

'Ave Fênix de ébano', renascida várias vezes

de suas cinzas.

“Quem se vir nas minhas circunstâncias, terá força

para chegar ao outro lado.”

Page 19: A flor do deserto

É algo que fazemmilhões

de seres humanoscada dia, e aqueles

que queremos ajudar,propõe Dirie.

“Meu modo de ajudar é ser como sou;

fazer o que faço cada dia, convencendo

às pessoas que é possível mudar”

Page 20: A flor do deserto

Dirie escreveu vários livros sobre

sua vida e percorre omundo numa batalha,

sem descanso,contra a ablação,

mas assegura que,dia a dia,

sua única meta “é alcançar a paz,

o amor e o respeito que sempre buscou”,um dos valores que“exijo do mundo,para mim e para

todos”.

Page 21: A flor do deserto

Sherry Hormann, diretora do filme sobre sua vida (baseada

em novela original) disse:

“Fiz o filme porque sou mulher, mãe e um ser

humano. Todos nós humanos compartilhamos ter

sido crianças e as crianças deveriam estar a salvo de qualquer dano”

Dirie coloca a “valentia” de sua autora “acima da tristeza de sua infância”.

Page 22: A flor do deserto

A heroína desta história real,foi

a primeiro modeloafricana a

terum contrato exclusivo com a

Revlon.

Em 1997, escreveu seu primeiro livro, sua autobiografia, Flor do deserto, que foi publicado em Nova York.

Em seu segundo livro, no ano de 2002, Amanhecer no deserto, descreveu sua viagem.

Em seu terceiro livro, 2005, Meninas do deserto, fala do dia que rompeu o silêncio, seus contratempos e seus êxitos.

Seu quarto livro, escrito em 2007, chama-se Cartas à minha mãe.

Page 23: A flor do deserto

Waris Dirie disse que “Este é meu livro mais intimista. Há

feridas que tardam a cicatrizar. O desejo de ver minha mãe de

novo,...esquecê-la, ...foi intenso”.

Tive que me dar conta queo amor e o sofrimento estão

muitas vezes conectados.

Trabalhar neste livro foidoloroso,

mas uma experiência realmente

necessária para mim...

Page 24: A flor do deserto

Hoje se dedica a su filho ALEEKEde 13 anos e a seu povo.

Dizem dela que

-É DIFÍCIL SUSTENTAR SEUOLHAR:

É O OLHAR ONIPOTENTTE DE UM LEÃO.

TENHA UMA VIDA FELIZ!ETERNAMENTE

VANDO