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A ESCRAVIDÃO A SI, AOS OUTROS E A AOS CÉUS
46

A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

Jul 29, 2021

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Spiritual

“Francisco de Assis era um sedento de liberdade, como poucos o têm sido. E entre os três jugos a que estão fatalmente sujeitos os homens — o jugo de si mesmo, o jugo dos outros e o jugo do céu procurou algum tempo oscilar, como todos eles. E foi então que esses anos de dúvida baixaram sobre ele. Conheceu pela primeira vez a tristeza, a tortura da hesitação, a impossibilidade de decidir. A maioria dos homens vive assim a vida inteira. E acaba se acomodando com a intolerável mediocridade de viver o dia-a-dia, por viver”. Alceu Amoroso Lima – Jornal do Brasil - Terceiro artigo da série sobre São Francisco, 4/2/1983
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Page 1: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

A ESCRAVIDÃO A SI,

AOS OUTROS E A AOS

CÉUS

Page 2: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

SUMÁRIO

1. Introdução ......................................................................................... 1

1.1 O Evangelho, o Cristo e o “Jugo” leve .......................................... 1

1.2 Francisco de Assis e os três “Jugos” .............................................. 2

1.3 Joanna de Angelis e a “Escravidão” por Opção ............................ 3

1.4 Castro Alves – o Poeta dos Escravos ............................................. 4

1.4.1 Castro Alves – Vida e Obra ........................................................... 4

1.4.2 Castro Alves e a Doutrina Espírita ................................................ 7

2. A Escravidão e o Jugo a Si ............................................................. 13

2.1 A Escravidão e o Jugo Moral – Vícios/Drogas/Sexo .................. 13

2.2 A Escravidão e o Jugo Espiritual – Interno ................................. 15

2.2.1 A Auto-Obsessão Espiritual ........................................................ 15

3. A Escravidão e o Jugo aos Outros ................................................. 16

3.1 A Escravidão e o Jugo Relacional – Ciúme/Posse ...................... 17

3.2 A Escravidão e o Jugo as Aparências – Vaidade/Poder .............. 18

3.3 A Escravidão e o Jugo Espiritual – Externo ................................ 20

3.3.1 A Obsessão Espiritual Cármica ................................................... 20

3.3.2 A Obsessão Comportamental/Fluídica ........................................ 22

4. A Escravidão e o Jugo aos Céus ..................................................... 24

4.1 A Escravidão e o Jugo “leve” – Ao Cristo .................................. 24

5. A Escravidão e a permanência aos “Jugos” – consequências ..... 27

5.1 A Tristeza é mal dissolvente da Alma ......................................... 29

5.2 A Conciliação de Ideais contraditórios é condição de Inercia ..... 34

5.3 A Dissociação do Pensamento da Ação é inimiga da Paz ........... 37

6. Referências ....................................................................................... 41

Page 3: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

1 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

1. Introdução

1.1 O Evangelho, o Cristo e o “Jugo” leve

O que é jugo?

− Peça de madeira usada para atrelar bois à carroça ou arado.

− Sujeição imposta pela força ou autoridade; opressão.

− Vínculo de submissão e obediência.

Dicionário Houaiss

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.

Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração,

e encontrareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo

é leve”.

Mateus – Cap. 11 – Versículos - 28-30.

Todos os sofrimentos: misérias, decepções, dores físicas, perda de seres

amados, encontram consolação na fé no futuro, na confiança na justiça de Deus, que o

Cristo veio ensinar aos homens.

Sobre aquele que, ao contrário, nada espera após esta vida, ou que

simplesmente dúvida, as aflições caem com todo o seu peso e nenhuma esperança lhe

mitiga o amargor.

Foi isso que levou Jesus a dizer: “Vinde a mim todos vós que estais fatigados,

que eu vos aliviarei”.

Entretanto, faz depender de uma condição a sua assistência e a felicidade que

promete aos aflitos. Essa condição está na lei por ele ensinada; seu jugo é a

observância dessa lei; mas, esse jugo é leve e a lei é suave, pois que apenas impõe,

como dever, o Amor e a Caridade.

Allan Kardec – O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 6 – Item 1 – O

Jugo Leve

Page 4: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

2 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

1.2 Francisco de Assis e os três “Jugos”

“Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará a outro, ou se prenderá a um e desprezará o outro. Não podeis servir simultaneamente a Deus e a Mamon”.

Lucas – Cap. 16 - Versículo 11

Francisco de Assis era um sedento de liberdade, como poucos o têm sido. E

entre os três jugos a que estão fatalmente sujeitos os homens — o jugo de si mesmo,

o jugo dos outros e o jugo do céu procurou algum tempo oscilar, como todos eles.

E foi então que esses anos de dúvida baixaram sobre ele.

Conheceu pela primeira vez a tristeza, a tortura da hesitação, a impossibilidade

de decidir.

A maioria dos homens vive assim a vida inteira. E acaba se acomodando

com a intolerável mediocridade de viver o dia-a-dia, por viver.

Alceu Amoroso Lima – Jornal do Brasil - Terceiro artigo da série sobre

São Francisco, 4/2/1983

Dizendo adeus à disponibilidade, foi então que começou, para mim, a vida

verdadeira. E até mesmo a aquisição de uma autentica disponibilidade, aquela em que

nos colocamos nas mãos de Deus, “na sua mão direita”, como disse Antero de

Quental, o desesperado genial, que tentou, em vão, não renunciar à esperança.

Esse gênero de adeuses representa, então, para nós, o verdadeiro renascimento.

E é na medida em que vamos renascendo de nossas próprias cinzas que encontramos

o caminho da ida ou da volta à Casa Paterna.

Alceu Amoroso Lima – Adeus à Disponibilidade e Outros Adeuses – Prefácio

Após Francisco de Assis,

Destaca-se a Renascença;

Fulge o prodígio da Imprensa,

A Arte é brilho e elevação.

A América é um Mundo Novo,

Mas, entre o ouro e os conchavos,

Há milhões de homens escravos,

Rogando libertação!

Castro Alves – Revista Reformador – 1984 – Agosto – Milênio Segundo

Page 5: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

3 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

1.3 Joanna de Angelis e a “Escravidão” por Opção

Há uma escravidão-liberdade, resultado de livre opção da criatura.

Trata-se da escravidão a Cristo por amor.

Quem O conhece e O ama., entrega-se-Lhe com dedicada fidelidade, buscando

respirar-Lhe o clima psíquico no serviço de crescimento para Deus.

Aquele que se Lhe submete não deseja liberdade, porque escravidão com Ele

é vida em abundância.

Quanto mais as forças diminuem mais a ligação se toma poderosa.

O anseio de libertação dá-se de forma peculiar: gastar a vida, a fim de ganhar

a Vida.

*

Se já consegues incorporar Jesus aos teus pensamentos e hábitos, atendendo-

Lhe às diretrizes e amando sem esforço, eis-te escravo dEle por livre opção,

perdendo o mundo, porém ganhando a paz, já que o salário do pecado é a loucura,

enquanto o soldo do serviço é a Paz.

Joanna de Angelis – Revista Reformador – 1987 – Maio – Escravo por

Opção

Não te esqueças, desse modo, de que a Paz verdadeira verte da ação

constante no Bem Eterno, sem reclamação e sem amargura, porque à feição do

grande equilíbrio que mora no imo da esfera em movimento a sustentar o trabalho ou

a vida, a paz brilhará no recesso de nossas almas sempre que nos consagremos a exaltar

e servir à Bênção do Amor de Deus.

Emmanuel – Fé, Paz e Amor – Capítulo 12 – Estudando a Paz

Somente uma coisa me fascina: aquela em virtude da qual me sinto livre na

sujeição, contente no sofrimento, rico na indigência e vivo na morte.

Giordano Bruno

Page 6: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

4 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

1.4 Castro Alves – o Poeta dos Escravos

1.4.1 Castro Alves – Vida e Obra

Nascimento: Fazenda das Cabaceiras, Município de Muritiba, Est. da Bahia,

14 de Março de 1847

Desencarne: Salvador, Bahia, 6 de Julho de 1871. Em 2021 – 150 anos de

desencarne.

Antônio de CASTRO ALVES. — Poeta social que exerceu profunda influência

sobre a mocidade acadêmica, “o nosso genuíno poeta condoreiro”, no dizer de Álvaro

Lins e Aurélio Buarque de Holanda.

Estudou Direito no Recife e em S. Paulo, sem, contudo, concluir a curso.

Participou ativamente da vida estudantil e literária, destacando-se como poeta

e orador, um dos arautos do movimento abolicionista e da causa republicana.

“É, sem dúvida, um dos mais importantes bardos da América. “A sua musa

não é só a da Natureza e a do Amor: é também, e sobretudo, a do Heroísmo, a do

Direito e a da Glória.”

Rui Barbosa – Exposição Castro Alves – pag. 339

As poesias de Castro Alves alcançaram o conhecimento público a partir de

1863 (16 anos), quando ainda residia em Recife, mas sua inspiração poética e a sua

arte recitatória reportam-se ao período escolar, durante o curso primário e o

secundário.

No dia 17 de maio de 1863 (16 anos), Castro Alves publicou no primeiro

número de “A Primavera” seu primeiro poema contra a escravidão: “A Canção do

Africano”.

Lá na úmida senzala,

Sentado na estreita sala,

Junto ao braseiro, no chão,

Entoa o escravo o seu canto,

E ao cantar correm-lhe em pranto

Saudades do seu torrão...

Castro Alves – A Canção do Africano – 1º estrofe.

Page 7: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

5 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

A 7 de setembro de 1868 (21 anos), fez a apresentação pública de “Tragédia

no Mar”, que depois ganharia o nome de “O Navio Negreiro”.

Ontem plena liberdade,

A vontade por poder...

Hoje... cúmulo de maldade,

Nem são livres para morrer...

Prende-os a mesma corrente

- Férrea, lúgubre serpente –

Nas roscas da escravidão,

E assim zombando da morte,

Dança a lúgubre coorte

Ao som do açoite... Irrisão!...

Castro Alves – O Navio Negreiro – 5º Parte

Apenas um livro foi publicado enquanto o poeta viveu: “Espumas Flutuantes”,

em 1870 (aos 23 anos), um ano antes de sua morte. Neste livro, consta uma coletânea

de 54 poesias que abrange diversos temas. O poeta dedica a obra aos amigos,

dedicatória impregnada de um sentimento de despedida, como se Castro Alves

soubesse que o fim de sua existência estava próximo.

A liberdade – em frente à Escravidão,

Era luta das águias – e do abutre,

A revolta do pulso – contra os ferros,

O pugilato da razão – com os erros,

O duelo da treva – e do clarão!...

Castro Alves – Espumas Flutuantes – poesia 8 – Ode ao 2 de Julho - 1869

Sua última aparição em público foi em 10 de fevereiro de 1871 (24 anos) numa

récita beneficente. Morreu às três e meia da tarde, no solar da família no Sodré,

Salvador, Bahia, em 6 de julho de 1871.

Seus escritos póstumos incluem apenas um volume de versos: “A Cachoeira

de Paulo Afonso” (1876), “Os Escravos” (1883) e, mais tarde, “Hinos do Equador”

(1921).

Page 8: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

6 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

Tendo participado de Associações abolicionistas, junto a outros tantos colegas

das Faculdades de Direito no Recife e em São Paulo, Castro Alves fez-se colega, amigo

e conhecido de vários literatos que, no futuro, vieram a tornar-se expoentes de nossas

letras.

Um destes colegas - e o principal responsável pela preservação de seu material

inédito e documentação, foi justamente um dos fundadores da Academia Brasileira de

Letras, Rui Barbosa.

Reconhecendo-lhe o talento e importância, a Academia nominou a sua cadeira

7 em homenagem ao Poeta dos Escravos, o "condoreiro" Castro Alves.

Os principais sofrimentos que marcaram profundamente a existência do poeta

foram:

− Morte da Mãe: Clélia Brasília da Silva Castro, em 1859, tuberculosa (aos 12

anos);

− Suicídio do Irmão: em 1864 seu irmão José Antônio, que sofria de distúrbios

mentais desde a morte de sua mãe, suicidou-se em Curralinho (aos 17

anos/1864);

− A morte do Pai (aos 19 anos/1866);

− O amor não concretizado, pela atriz portuguesa Eugênia Câmara (aos 20

anos/1867);

− A amputação do pé direito, em consequência de ferida necrosada, produzida

por um tiro de espingarda (aos 21 anos/1868); e

− A tuberculose, que o conduziu à morte, aos 24 anos/1871. Em setembro de

1864, contava Castro Alves seus quinze anos de idade, quando se sentiu

subitamente mal; é que forte punhalada castigava seu peito, ocasionando-lhe

uma dor aguda, profunda, sinistra. Respirou forte, e tossiu. Lembrou-se então

da Mãe, tuberculosa, do Pai fraco do peito, a curar-se nos ares do sertão.

Marta Antunes de Moura – Chico Xavier, o obreiro do Senhor, e Castro Alves, o

apóstolo da Liberdade – Pag. 40

Page 9: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

7 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

1.4.2 Castro Alves e a Doutrina Espírita

Castro Alves demonstrou, ainda enquanto encarnado, interesse pelo

Espiritismo (na sua época, recém surgido na França/1857), sem, contudo, revelar

simpatia por esta ou aquela corrente religiosa. Podemos dizer, a grosso modo, que as

ideias espíritas estão contidas, nos seus poemas.

Há duas coisas neste mundo santas:

— O rir do infante, — o descansar do morto...

O berço — é a barca, que encalhou na vida,

A cova — é a barca do sidéreo porto...

Castro Alves – Espumas Flutuantes – Quem dá aos Pobres empresta a Deus – 8º

estrofe

Castro Alves leu atentamente a Bíblia e dela teve perfeito conhecimento. Falou

em Deus e em fraternidade.

Lutou pela liberdade dos Escravos e pelos ideais da Republica.

Espírito que no decorrer das existências cultivou o intelecto com

demonstrações de elevados sentimentos, veio à Terra como um mestre na arte de

poetar.

Altamirando Carneiro – Castro Alves e o Espiritismo - Introdução

... Ainda no sertão, porém, Castro Alves manifestara o desejo de fazer a

leitura de uma obra espírita. É o que se infere de uma carta de Augusto Alvares

Guimarães, em que este lhe diz (30/Junho/1870):

“Não há nenhuma obra de Allan Kardec com o nome de Poética do Espiritismo.

Foi-me facultada a consulta em uma Biblioteca Espírita e verei o que te poderá servir”.

Sylvio Brito Soares – Grandes Vultos da Humanidade e o Espiritismo – Castro

Alves

Page 10: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

8 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

Os poemas aqui reunidos foram recebidos por três médiuns bastante

diferenciados no tocante à situação social e cultural, à tipologia individual, à condição

etária e assim por diante.

A marca do poeta é a mesma em todos eles. É a mesma garra, como disse

Musset de um seu poema mediúnico transmitido em França há cem anos. Seria

necessária uma dose cavalar de má vontade e preconceito para alguém negar a presença

do espírito de Castro Alves (espírito que revela a presença do Espírito) nos poemas

aqui apresentados.

(...) Há, sem dúvida, algumas variações no uso dos vocábulos e de metáforas

nas poesias recebidas pelos três médiuns. Mas isso equivale às variações irrelevantes

na tradução de um discurso por três intérpretes diferentes: são as marcas individuais a

que não se furta nenhum trabalho humano. O que importa não são os pormenores, mas

o conjunto de cada peça poética.

Herculano Pires – Castro Alves fala a Terra – Prefácio

A Tabela da próxima página, apresenta uma síntese de todos os Poemas de

autoria espiritual de Castro Alves, por ordem cronológica, recebidos não apenas pelos

médiuns Francisco Cândido Xavier, Waldo Vieira, e Jorge Rizzini, mas também

recebidos pelos médiuns Porto Carreiro Neto, Julio Cesar Grandi, Gilberto Campista

Guarino, e Hernani Sant`Ana (todos publicados pela Revista Reformador).

Correspondem a um total de 38 poesias, distantes da primeira (1932) a última

(1992) de 60 anos, sendo que tanto a primeira, quanto a última, foram recebidas pelo

médium Francisco Cândido Xavier.

Page 11: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

9 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

# Ano Poesia Livro/Revista Médium Obs.

1. 1932 Marchemos Parnaso de Além-

Túmulo – Cap. 25

Francisco

Cândido Xavier

A Evolução humana no tempo – A

Reencarnação

2. 1932 A Morte Parnaso de Além-

Túmulo – Cap. 25

Francisco

Cândido Xavier

A Morte, seu significado e o tempo

3. 1947 Esperanto Revista Reformador

– 1947 - Agosto

Francisco

Cândido Xavier

Homenagem a Língua internacional

Esperanto

4. 1948 Apelo à

Mocidade

Cristã

Correio Fraterno –

Cap. 2

Revista Reformador

– 1948 - Novembro

Francisco

Cândido Xavier

Dirigido a Mocidade Espírita

5. 1950 Se Eu fora Revista Reformador

– 1950 - Janeiro

Porto Carreiro

Neto

6. 1955 O Livro

Divino

Revista Reformador

– 1950 - Abril

Francisco

Cândido Xavier

7. 1962 Na Era do

Espírito

Antologia dos

Imortais – 2º Parte –

Cap. 1

Waldo Vieira Destaca o surgimento da Doutrina

Espírita na França.

Recebido em reunião da Comunhão

Espírita Cristã.

8. 1964 A Forja da

Redenção

Castro Alves fala à

Terra

Waldo Vieira Recebida em 11 de dezembro de

1964, em Uberaba na Comunhão

Espírita Cristã

9. 1969 O Livro

Divino

Poetas Redivivos –

Cap. 21

Francisco

Cândido Xavier

Enaltece a importância dos

Evangelhos do Cristo

10. 1970 Ante os

novos tempos

Revista Reformador

– 1970 - Julho

Francisco

Cândido Xavier

A importância da Educação

Jubileu de Prata do Educandário

Pestalozzi em Franca.

11. 1970 O Elo

Perdido

Antologia do Mais

Além

Jorge Rizzini

12. 1970 A Doutrina e

o Umbral

Antologia do Mais

Além

Jorge Rizzini

13. 1970 Luz e Treva Antologia do Mais

Além

Jorge Rizzini

Page 12: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

10 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

# Ano Poesia Livro/Revista Médium Obs.

14. 1970 Prostituição Antologia do Mais

Além

Jorge Rizzini

15. 1970 O Sexo no

Mundo

Antologia do Mais

Além

Jorge Rizzini

16. 1970 Sexo e

Infância

Antologia do Mais

Além

Jorge Rizzini

17. 1970 Na Era

Espacial

Antologia do Mais

Além

Jorge Rizzini

18. 1970 Piedade Antologia do Mais

Além

Jorge Rizzini

19. 1970 A Criação

Divina

Antologia do Mais

Além

Jorge Rizzini

20. 1971 Brasil Chico pede Licença

– Cap. 20

Francisco

Cândido Xavier

Mensagem recebida ao final do

segundo “Pinga Fogo”.

destaca a “missão” do Brasil (1/6).

21. 1976 Encontro em

Brasília

Revista Reformado –

1976 – Junho

Marcas do Caminho

– Cap.40

Francisco

Cândido Xavier

Sintetiza a história do Brasil.

VI Congresso Brasileiro de

Jornalistas e Escritores Espíritas.

22. 1976 Novo Pacto Revista Reformador

– 1976 - Setembro

Julio Cesar

Grandi

23. 1976 Antevisão Revista Reformador

– 1976 - Agosto

Gilberto

Campista

Guarino

24. 1976 Aos Moços Revista Reformador

– 1976 - Julho

Hernani

Sant`Ana

25. 1977 Fala Brasil Até sempre Chico

Xavier – Cap. 13

Marcas do Caminho

– Cap. 36

Francisco

Cândido Xavier

Tem como pano de fundo a

“Conferência de Educação

Ambiental”, realizada na União

Soviética/1977.

Destaca a “missão” do Brasil. (2/6)

26. 1977 À Mocidade Revista Reformador

– 19787 - Abril

Julio Cesar

Grandi

Page 13: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

11 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

# Ano Poesia Livro/Revista Médium Obs.

27. 1978 Segue Brasil Até sempre Chico

Xavier – Cap. 13

Marcas do Caminho

– Cap. 37

Francisco

Cândido Xavier

Mensagem recebida nas

festividades anuais do Centro

Espírita União (CEU)/SP

Destaca a “missão” do Brasil (3/6)

28. 1978 Novo Pacto Revista Reformador

– 1978 - Setembro

Julio Cesar

Grandi

29. 1978 Cristo Rei Revista Reformador

– 1978 - Fevereiro

Hernani

Sant`Ana

30. 1979 Ano

Internacional

da Criança

Até sempre Chico

Xavier – Cap. 13

Francisco

Cândido Xavier

Mensagem recebida nas

festividades anuais do Centro

Espírita União (CEU)/SP

Homenagem ao Ano Internacional

da Criança instituído pela ONU

31. 1979 Glorificação Revista Reformador

– 1979 - Fevereiro

Hernani

Sant`Ana

32. 1980 Brasil hoje Até sempre Chico

Xavier – Cap. 13

Francisco

Cândido Xavier

Mensagem recebida nas

festividades anuais do Centro

Espírita União (CEU)/SP

Destaca a “missão” do Brasil (4/6)

33. 1981 Falando ao

Brasil

Até sempre Chico

Xavier – Cap. 13

Revista Reformador

– 1982 - Maio

Francisco

Cândido Xavier

Mensagem recebida nas

festividades anuais do Centro

Espírita União (CEU)/SP

Destaca a “missão” do Brasil (5/6)

34. 1982 Brasil da Paz Até sempre Chico

Xavier – Cap. 13

Chico Xavier:

mandato de amor –

Cap. 2

Francisco

Cândido Xavier

Mensagem recebida nas

festividades anuais do Centro

Espírita União (CEU)/SP

Destaca a “missão” do Brasil (6/6)

35. 1982 Milênio

segundo

Até sempre Chico

Xavier – Cap. 13

Chico Xavier:

mandato de amor –

Cap. 2

Francisco

Cândido Xavier

Exaltação ao trabalho do Cristo no

tempo.

Page 14: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

12 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

# Ano Poesia Livro/Revista Médium Obs.

36. 1986 Presença do

Amor

Estrelas no Chão –

Pag. 64

Francisco

Cândido Xavier

Ano Internacional da Paz

Homenagem às Mães

37. 1990 Rogativa Até sempre Chico

Xavier – Cap. 13

Francisco

Cândido Xavier

É uma prece em forma de poesia

dirigida a Deus e ao Cristo.

Início da Guerra do Golfo/1990

38. 1992 Século XX Até sempre Chico

Xavier – Cap. 13

Chico Xavier:

mandato de amor –

Cap. 2

Francisco

Cândido Xavier

Última poesia de Castro Alves

psicografada por Francisco

Cândido Xavier.

Retrospectiva do século XX

Page 15: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

13 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

2. A Escravidão e o Jugo a Si

"É livre quem deixou de ser escravo de si mesmo."

Sêneca

2.1 A Escravidão e o Jugo Moral – Vícios/Drogas/Sexo

Escravo, por definição, é todo aquele que depende, submisso, sem escolha, com

a liberdade tolhida., "que está sujeito a um senhor”.

Normalmente a escravidão representa atraso cultural e ético, no qual o

despotismo da força comanda em detrimento dos valores da dignidade humana e dos

direitos da criatura.

Em conseqüência, todo aquele que se encontra escravizado anela pela

libertação, pela ruptura dos elos da grilheta infeliz.

A escravidão gera o ódio, o desforço, fomenta a injúria e a traição.

Noutras formas de escravagismo em que a dependência denigre o caráter, o

homem que tomba, entrega-se, marchando para a loucura e a autodestruição.

Aí estão os agentes escravocratas na forma das drogas alucinógenas

responsáveis pela dependência emocional e orgânica, nas substâncias que dominam a

vontade e reduzem o homem a ínfima condição.

Ao lado delas, o álcool, o fumo, o sexo em desalinho, o jogo, a usura

constituem agentes de escravidão cruel que vence milhões de vidas e as ceifam

impiedosamente.

Há os escravos do luxo, do poder, das ambições desmedidas que se

comprazem na sórdida submissão.

Também são numerosos os escravos da afetividade doentia que se aprisionam

a pessoas ou que as encarceram nas grades das suas paixões violentas.

Joanna de Angelis – Revista Reformador – 1987 – Maio – Escravo por

Opção

Page 16: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

14 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

A palavra vício (do latim vitium, é “falha ou defeito”) apresenta vários significados no dicionário, mas, no que diz respeito aos vícios humanos, podemos considerar como sendo: imperfeição grave; disposição natural para praticar o mal e cometer ações contrárias à moral; tendência ou conduta superficial, prejudicial ou censurável, capaz de realizar algo indecoroso, nocivo e/ou censurável.

O vício passa a ser encarado como problema quando associado a qualquer tipo de dependência, orgânica, psicossocial ou mista.

Federação Espírita Brasileira - EADE - Estudos Espíritas - Os vícios e as paixões

Paixões são como um cavalo que só tem utilidade quando é governado e que se torna perigoso quando passa a governar.

Reconhecei, pois, que uma paixão se torna perniciosa a partir do momento em que não mais conseguis dominá-la, resultando num prejuízo qualquer para vós mesmos ou para outros.

Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – 3º Parte – Cap. 12 - Questão 908

Dentre os vícios sociais e as graves ocorrências do momento de dor planetária, avulta-se a toxicomania, que está dizimando verdadeiras multidões que lhe tombam na infeliz urdidura, enlouquecidas hoje, em marcha para o suicídio amanhã...

A dependência de drogas alucinógenas é das mais graves injunções a que a criatura se entrega, normalmente numa iniciação inocente, que se agrava num compromisso sem libertação.

Joanna de Angelis – Luz Viva – Cap. 10 – Toxicomania

Tudo que desperdiçamos, o mal que inspiramos, o enlanguecimento que impomos, o comércio mental que estabelecemos tornam-se algemas de ferro, a que nos submeteremos sem fuga de espécie alguma...

Sofro, enganando, pois só a mim mesmo me enganei. Sedutor, pecaminoso, não me libertei da luxúria em que me decompus.

Sou uma sombra desalentada, aqui trazida para suplicar piedade e socorro e deixar com a minha dorida lição a experiência para que ninguém engane a ninguém, nem cultive espinhos, porque, desgraçadamente, podemos fugir de tudo e de todos, não do que somos e do que fazemos...

Não posso continuar. Que Deus se amerceie dos que enlouqueceram e fazem enlouquecer pelo

sexo! Evaristo Nepomuceno – Depoimentos Vivos – Cap. 2 – Sexo e Escravidão

Page 17: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

15 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

2.2 A Escravidão e o Jugo Espiritual – Interno

2.2.1 A Auto-Obsessão Espiritual

Alguns estados doentios e certas aberrações que se lançam à conta de uma

causa oculta, derivam do Espírito do próprio indivíduo.

O homem não raramente é o obsessor de si mesmo.

Allan Kardec – Obras Póstumas – 1º Parte – Cap. 7 – Item 58

Capítulo doloroso do comportamento humano que passa quase despercebido

de grande número de pacientes e médicos, é o que diz respeito à auto-obsessão, fruto

espúrio do egoísmo que gera o orgulho e os seus hediondos facínoras, quais o ódio, o

ciúme, a inveja, o ressentimento.

(...) A característica comum desses pacientes é a dificuldade que têm de

laborar em grupo, em razão do egoísmo que os assinala, do orgulho que se fere com

facilidade, dos ressentimentos que se demoram arraigados, dos ciúmes que se

permitem, nunca valorizando as demais pessoas que formam o conjunto.

(...) Mais lamentável é a patologia auto-obsessiva, porquanto permanece

além do túmulo, amargurando com sevícias cruéis o enfermo deslindado da matéria,

mas não dos hábitos transtornadores.

Manoel Philomeno de Miranda – Luzes do Alvorecer: Cap. 15 – Distúrbios

Emocionais Obsessivos

As emoções reencarnam junto com a pessoa. Na dinâmica emocional, as

vidas passadas respondem pelo maior acervo dos desencontros emocionais reeditados

na vida atual.

Costumamos dizer que o que se apaga das vidas passadas são os fatos, mas não

a memória emocional dos fatos.

Traumas de vidas anteriores reencarnam junto no nível emocional.

Sérgio Luís da Silva Lopes – Revista A Reencarnação – No 425: A Dinâmica

Emocional nas Perturbações Obsessivas – 2003 - FERGS

Reminiscências de vidas anteriores surgem e ressurgem como vícios

molestos, que de cedo brotam na personalidade nova, constrangendo o ser a

sofrimentos e duras penas, como vigorosa lapidação.

Vianna de Carvalho - Sementeira da fraternidade - Cap. 36 - Vícios

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16 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

3. A Escravidão e o Jugo aos Outros

Quantos ventos de doutrina conhecemos nestas últimas décadas, quantas

correntes ideológicas, quantas modas do pensamento. A pequena barca do pensamento de muitos cristãos, com frequência, fica

agitada pelas ondas, levadas de um extremo a outro: do marxismo ao liberalismo, até o libertinismo; do coletivismo ao individualismo radical; do ateísmo a um vago misticismo religioso; do agnosticismo ao sincretismo etc.

A cada dia, nascem novas seitas e se realiza o que diz São Paulo sobre o engano dos homens, sobre a astúcia que tende a induzir no erro.

(...) Enquanto que o relativismo, ou seja, o deixar-se levar “guiados por qualquer vento de doutrina”, parece ser a única atitude que está na moda. Vai-se construindo uma “ditadura do relativismo”, que não reconhece nada como definitivo e que só deixa como última medida o próprio eu e suas vontades.

“Adulta” não é uma fé que segue as ondas da moda e da última novidade; adulta e madura é uma fé profundamente arraigada na amizade com Cristo. Essa amizade nos abre a tudo o que é bom e nos dá a medida para discernir entre o verdadeiro e o falso, entre o engano e a verdade.

Cardeal Joseph Ratzinger - Missa “Pro Eligendo Pontífice” - 18 de abril de 2005

Optando pela Verdade eu bem sei que arranco de mim mesmo as últimas

veleidades de influir sobre “a nossa geração e o nosso momento”, que só amam a ilusão.

(...) As novas gerações adoram o vir-a-ser, quando eu creio que deve existir uma opção necessária pelo ser.

Adoram as coisas no tempo, quando sustento o dever de não nos deixarmos vencer pelo tempo.

Optam pela subordinação do indivíduo à massa, quando vejo a necessidade de salvar o indivíduo.

Amam apenas os estados instintivos do espirito, quando a verdade se encontra depois dos estados de intuição intelectual.

Cultivam o subconsciente, quando ela está no supraconsciente. Alceu Amoroso Lima – Adeus à Disponibilidade e Outros Adeuses – 1º

Parte – Adeuses a mim mesmo

Page 19: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

17 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

3.1 A Escravidão e o Jugo Relacional – Ciúme/Posse

Quando se pode entender e se tem olhos de ver, é possível distinguir a

afetividade nos mais variados sentimentos humanos, a saber:

− o egoísmo é a afetividade a si mesmo;

− o ciúme é a afetividade insegura e possessiva;

Joanna de Ângelis – Diretrizes para o Êxito: Cap. 26 – Afetividade

Disfarçando-se com habilidade, o ciúme aparece em complexa nomenclatura:

"zelo de amor", "vigilância afetuosa", "tempero do amor", "demonstração de afeto",

"receio de perda", fugindo à responsabilidade para afligir e atenazar.

(...) ciúme jamais deve ser considerado como manifestação de amor, exceção

feita à forma possessiva de amar, portanto, desequilíbrio e dominação do sentimento

enfermo.

Joanna de Angelis - Rumos Libertadores - Cap. 27 - Ante o Ciúme

No ciúme envenenado,

Escuro e destruidor,

Há sempre muito amor próprio

E pouca expressão de Amor

Casimiro Cunha – Gotas de Luz – Cap. 5 - Centelhas

O Ciúme destruidor,

Que em nosso plano inda impera,

Também é forma de Amor…

— Amor que se dilacera…

João de Brito - Caderno de Mensagens – Cap. 63 – Que é o Amor

Poderes, pessoas, posses

E o Tempo, até o minuto,

São propriedades de Deus,

Dispomos só do usufruto.

Cornélio Pires – Toques da Vida – Cap. 16 - Usufruto

Page 20: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

18 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

3.2 A Escravidão e o Jugo as Aparências – Vaidade/Poder

A busca dos recursos próprios para o exibicionismo confundido com felicidade

vem induzindo à ansiedade mórbida, ao abuso dos usos, à aparência em detrimento da realidade interior, tornando-se metas principais da existência a conquista da beleza exterior e da sua preservação através dos recursos em disponibilidade.

Implantes e cirurgias plásticas, cosméticos e ginásticas modeladores do corpo ideal tornam os indivíduos seres coisificados para o comércio da ilusão e do gozo insano.

Há doentia demanda pela autopromoção com esquecimento significativo da reflexão, da beleza interior, da harmonia, que são fatores básicos para a real conquista do bem-estar.

Joanna de Angelis – Atitudes Renovadas – Cap. 6 – Tempos Narcisistas

Quando o Espírito, que tem sede de paz e de plenitude, descobre que está engessado nos compromissos sociais, atrelando ao relógio que lhe comanda todos os momentos, obrigado a comportar-se de maneira padronizada, livre, mas escravo das imposições dos multiplicadores de opinião da mídia mercantilizada, mais interessada nos mecanismos do consumo do que na criatura em si mesma, desperta desse letargo, dessa ilusão que se permite, experimenta tristeza pelo tempo malconduzido.

Joanna de Angelis – Atitudes Renovadas – Cap. 5 – Considerações sobre a Tristeza

E eu que desejava escravizar, acabei escravizado, que sonhava honrarias, adquiria a vergonha, que me propunha deter a fortuna, terminei possuído pela indigência, que admitia vencer, vi-me derrotado, em pavorosa humilhação…

(...) E, atravessando a grande fronteira, sou ainda um enfermo em dolorosa experiência.

Mozart – Instruções Psicofônicas – Cap. 39 – Provação

A Vaidade… Que tolice!… É um veneno de ação lenta. — Um falso Amor iludindo A quem dele se alimenta…

João de Brito - Caderno de Mensagens – Cap. 63 – Que é o Amor

Page 21: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

19 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

Reportamo-nos ao esnobismo que comparece, muita vez, em nossas

formações, qual praga enquistada em plantação valiosa.

Companheiros que se deixam vencer por semelhante prejuízo fornecem em

pouco tempo os sinais que lhe são consequentes.

Continuam espíritas e afirmam-se espíritas, mas começam afetando possuir

orientação de natureza superior, passando a excessiva admiração pelas novidades em

voga. E, desprevenidamente, sem maior atenção pelos ensinos da Doutrina que

abraçam, cristalizam despropósitos no modo de ser.

(...) Acreditam muito mais em títulos transitórios do academicismo e em

facilidades econômicas do que no valor substancial das pessoas.

André Luiz – Estude e Viva – Cap. 64 - Esnobismo

A vida nos ensina que somente nos elevamos nas bênçãos da compreensão e

do amor ao próximo na medida em que descemos das passarelas da exibição de nós

mesmos.

Emmanuel – Espera Servindo – Cap. 24 – Medida de Elevação

Page 22: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

20 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

3.3 A Escravidão e o Jugo Espiritual – Externo

3.3.1 A Obsessão Espiritual Cármica

A obsessão consiste no domínio que os maus Espíritos assumem sobre

certas pessoas, com o objetivo de as escravizar e submeter à vontade deles, pelo prazer

que experimentam em fazer o mal.

Quando um Espírito, bom ou mau, quer atuar sobre um indivíduo, envolve-o,

por assim dizer, no seu perispírito, como se fora um manto. Interpenetrando-se os

fluidos, os pensamentos e as vontades dos dois se confundem e o Espírito, então, se

serve do corpo do indivíduo, como se fosse seu, fazendo-o agir à sua vontade, falar,

escrever, desenhar, quais os médiuns.

Allan Kardec – Obras Póstumas – Cap. 7 – Item 56

No número das dificuldades que a prática do Espiritismo apresenta é necessário

colocar a da obsessão em primeira linha.

Trata-se do domínio que alguns Espíritos podem adquirir sobre certas

pessoas.

São sempre os Espíritos inferiores que procuram dominar, pois os bons não

exercem nenhum constrangimento.

Os bons aconselham, combatem a influência dos maus, e se não os escutam

preferem retirar-se.

Os maus, pelo contrário, agarram-se aos que conseguem prender. Se chegam a

dominar alguém, identificam-se com o Espírito da vítima e a conduzem: como se faz

com uma criança.

Allan Kardec – O Livro dos Médiuns – Cap. 23 – Item 237 – A Obsessão

Obsessão é o domínio que alguns Espíritos logram adquirir sobre certas

pessoas. Nunca é praticada senão pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar.

Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Examinando a

Obsessão

Page 23: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

21 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

Além dessas formas diversificadas de obsessão, outras há, inconscientes ou

não, entre as quais, aquelas produzidas em nome do amor tiranizante aos que se

demoram nos invólucros carnais, atormentados por aqueles que partiram em estado

doloroso de perturbação e egocentrismo... ou entre encarnados que mantém conúbio

mental infeliz e demorado...

Manoel Philomeno de Miranda - Nos Bastidores da Obsessão – Examinando a

Obsessão

Page 24: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

22 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

3.3.2 A Obsessão Comportamental/Fluídica

Por outro lado, as patologias obsessivas, resultantes de processos

reencarnacionistas sob injunções morais de alta gravidade contribuem para que se manifestem desde cedo as tendências viciosas, nessa área turbulenta do comportamento psicossocial do ser humano.

Tal ocorrência, a da obsessão, é fruto de reencarnações compulsórias, as quais os infelicitadores se recusaram a aceitar como recurso de recuperação moral; produziram-lhes no íntimo revolta contra as Leis de Deus, que não puderam ludibriar ou infringir impunemente.

A revolta natural, dessa conduta decorrente e os mecanismos de recuperação psíquica, abre campo mental para a indução perniciosa, facultando a sintonia espiritual e a busca insensata da absorção de drogas geradoras de dependência.

A falta de ideal, de objetivo existencial, de fatores que proporcionem a auto-realização, de conduta religiosa otimista, de solidariedade fraternal, de afetividade equilibrada, constituem armadilhas que precipitam os incautos nos fossos terríveis da loucura, do suicídio, do homicídio...

A própria busca dos alcoólicos, assim como dos tóxicos, decorre de uma necessidade inconsciente de autodestruição, fugindo pelos corredores estreitos do prazer alucinado até à consumpção, por não dispor de espaço emocional para a alegria ampla, nem as experiências gratificantes do prazer natural.

É uma chaga social e moral das mais graves o alcoolismo, porque muito bem aceito nos conglomerados humanos, por significar nos grupos economicamente elevados um status correspondente ao poder, à gloria, à fama, ao destaque... e nos guetos representar um mecanismo de fuga da realidade; de igual forma é a asfixia na ilusão.

Joanna de Angelis – O Despertar do Espírito – Cap. 3 – Alcoolismo e Toxicomania

Invariavelmente, defrontamos nas panorâmicas da toxicomania, da sexolatria,

dos vícios em geral a sutil presença de obsessões, como causa remota ou como efeito do comportamento que o homem se permite, sintonizando com mentes irresponsáveis e enfermas desembaraçadas do corpo.

Atado à retaguarda donde procede, mantém-se psiquicamente em sintonia com sítios, nem sempre felizes, onde estagiou no Além-túmulo, antes de ser recambiado à reencarnação.

Bezerra de Meneses - Nas Fronteiras da Loucura - Cap. 9 - O Problema das Drogas

Page 25: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

23 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

No campo do vício, no espaço ocupado pelas múltiplas drogas, sabemos que,

não obstante os tormentos vários que aturdem a grande número de indivíduos, é através

do livre-arbítrio que cada um elege a fuga pelas substâncias químicas ou enfrenta as

lutas por mais ingentes ou difíceis que sejam.

Ninguém discutirá contra a prevalência da liberdade pessoal, na escolha dos

usos ou dos abusos com que os seres desejam viver no mundo.

Ao acompanhar, contudo, o desempenho da liberdade de escolha, notamos o

quanto caracteres frágeis ou temperamentos compulsivos costumam ser

teleconduzidos por Inteligências desencarnadas que se associam às suas fraquezas ou

maus pendores, induzindo-os, com persistência, a tomarem os caminhos mais

hediondos, fazendo-os crer que estão em pleno exercício da vontade própria.

O passo inicial para o despenhadeiro ou para o lodaçal é dado pelo indivíduo

desarticulado aos bens da vida, entretanto, a continuidade do horror, que de começo

agrada, anestesia, excita e convence, se demonstrar a interferência escusa, malfazeja e

dominadora de Entidades grotescas, ainda que sagazes e astutas.

No vasto ambiente do uso de drogas pelo mundo afora, não encontramos um

viciado que seja que não esteja filtrando a energia venenosa e viciosa dos comparsas

trevosos que, por vingança, por simpatia ou por oportunismo comum, locupletam-se

nessas almas desatentas, invigilantes, que muitas vezes supõe-se esquecidas por Deus

ou quando não admitem a Sua existência, imaginam-se fugitivas dos próprios dramas,

dos próprios desesperos, marchando para a total desestruturação da personalidade,

avançando para a loucura sem limites.

Camilo - Educação & Vivencias - Cap. 8 - Drogas e Obsessões

Page 26: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

24 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

4. A Escravidão e o Jugo aos Céus

4.1 A Escravidão e o Jugo “leve” – Ao Cristo

É preciso entender o verdadeiro sentido da expressão “jugo do Cristo”.

Significa o auxílio concedido pelo Senhor para nos conduzir ao caminho da

verdadeira liberdade e felicidade.

Não se refere a uma imposição ou subjugação, como erroneamente foi

interpretada no passado.

Federação Espírita Brasileira - EADE - Roteiro 1 - O Cristo Consolador

O jugo a que Jesus se reporta é justamente a sua Doutrina, o conhecimento e a

prática das regras de bem-viver, expostos no Sermão da Montanha e na Revelação

Espírita; é a prática do Amor, os deveres da Caridade, a consciência dos princípios das

leis eternas e sua observância possível, divulgadas no alto do Sinai.

Yvonne A. Pereira - À luz do Consolador – Item - Convite ao estudo

Quão suave é o jugo de Jesus e quão pesado é o jugo da terra!

O jugo de Jesus é a humildade, a fraternidade, o perdão, o amor, a resignação,

a calma, a paciência e a confiança em Deus; é a paz e a bondade; é a certeza de uma

vida eterna, vivida em perene alegria no seio de nosso Pai celestial; é o doce descanso

de nossas almas, que pela fé e pelas boas obras, subirão aos planos divinos.

E o jugo da terra é o ódio e a vingança; o desespero e a revolta; a descrença, o

egoísmo, o orgulho, a ambição e a concupiscência.

O jugo terreno prende em séculos de sofrimentos expiatórios os que não se

esforçarem por se livrarem dele.

Demonstrando-nos a realidade da vida além-túmulo e ensinando-nos e

concitando-nos a praticar os preceitos de Jesus, o Espiritismo é uma poderosa força,

que muito nos ajudará a libertarmo-nos do jugo terreno e fará com que facilmente

aceitemos o suave e leve jugo de Jesus.

Eliseu Rigonatti - O Evangelho dos Humildes – Cap. 11 – item - O jugo de

Jesus

Page 27: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

25 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

Atendamos, ainda e sempre, aos nossos deveres do primeiro instante, com

lágrimas de alegria. Não nos arrependeremos de haver renunciado.

E possuiremos conosco, mais tarde, o supremo júbilo de reconhecer quão doce

é o jugo do Senhor, porquanto em companhia d’Ele, muito leve e sublime é o peso de

nossos pequeninos trabalhos na Causa da Humanidade.

André Luiz - Relicário de Luz - Cap. 45 - Na tarefa de equipe

Escravizemo-nos ao dever com o Cristo, e o cativeiro divino no Evangelho nos

restituirá a verdadeira liberdade.

Agar – Cartas do Coração – 1º Parte – Cap. 8 – Mensagem de bom animo

O maior apostolado que o mundo conheceu foi realizado no cativeiro do

serviço e da renúncia, com amor e com alegria.

Sirva-nos, deste modo, a Divina Lição

Luís Gama – Falando à Terra – Cap. 12 – do Além

Causa nobre que abraçamos,

Com fé e com decisão,

É trabalho e sacrifício,

Numa santa escravidão.

Cornélio Pires – Paz e Amor – Cap. 1 – Realidades

Prossegue a escravidão implacável e crua…

Não mais senzala hostil, escura e desumana.

A incompreensão do amor, no entanto, continua

Em domínio cruel de que a treva se ufana.

José do Patrocínio – Parnaso de Além-Túmulo – Cap. 36 – Nova Abolição

Page 28: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

26 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

Enquanto colocarmos dentro de nós o espírito do ódio, do ciúme, das

qualidades inferiores, termos que sofrer o jugo forte que está sobre nós todos... Se

quisermos entrar no jugo leve - amor e caridade - modificaremos nossa vida, saúde,

relações, até econômicas, porque nos tornaremos pessoas mais simpáticas...

Não é fácil sair do jugo forte; vivemos nele desde priscas eras, quando

estávamos no reino animal... Mas agora temos a razão: não podemos viver como o

tigre, como o lobo, o cão raivoso... Todos foram domesticados a pau para nos ajudar -

é o jugo forte. O jugo leve é o do Cristo. Do jugo forte ao jugo leve há uma ponte

difícil de ser transposta - a dos nossos hábitos...

Francisco Cândido Xavier – O Evangelho de Chico Xavier – Item 300/301

Na atual conjuntura humana, a opção por Jesus constitui um desafio de grande

porte.

As ofertas mundanas, além de numerosas, dão respostas de prazer imediato.

Os sentidos físicos são espicaçados e se embriagam de luxúria, divertimentos

e gozos consecutivos.

...E a criatura se torna escrava espontânea de paixões e desejos crescentes, cuja

volúpia não cessa, exaurindo as energias e nivelando todos em faixas turbulentas de

comportamento.

(..) O mundo e Jesus!

São duas as opções diante do ser humano.

O primeiro agrada, é devorador, envolve e passa rápido. A sua existência é

irreal, embora necessária para o desenvolvimento e a evolução do Espírito.

O segundo transforma para melhor, mantém a vida, suaviza-a e permanece. A

sua proposta é libertadora, engrandece e aprimora para sempre.

(...) O mundo é meio, Jesus é a meta.

A verdadeira sabedoria consiste em eleger Cristo e melhorar a sociedade

mundana, trabalhando os seus valores e santificando-os, de forma que o processo

existencial se faça enriquecedor e infinito.

As determinantes do mundo são a ilusão, o corpo, o ego.

As de Jesus são a realidade, o ser profundo, a vida em plenitude.

Joanna de Angelis – Sendas Luminosas – Cap. 23 – O Mundo e Jesus

Page 29: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

27 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

5. A Escravidão e a permanência aos “Jugos” – consequências

..., Mas Francesco Bernardone não era uma alma que se contentasse como

meio-termo.

Ele sempre exigiu de si os extremos. Não admitiu partilhas.

E esses anos de provação trouxeram-lhe três experiências para toda a Vida:

− a tristeza é, por excelência, mal dissolvente da alma;

− a conciliação de ideais contraditórios é uma condição de inércia e de

tortura interior;

− a dissociação do pensamento e da ação é inimiga da vida e da paz.

... Francesco sentiu logo que a hesitação e a melancolia só poderiam ser

banidas por uma vitória sobre si mesmo.

...Mais tarde, oscilando também entre as duas vias que se abriam em seu futuro

– a vida contemplativa, de pura espiritualização, de renúncia total as coisas da terra

para a purificação absoluta da alma, ou então a vida ativa, cujo perigo, como ele

próprio o disse em palavras evocativas, “era empoeirar os pés do espírito”.

Não conseguindo vencer sozinho essa bifurcação entre o gosto de viver

recluso do mundo e o dever de viver incluso nesse mundo que os seus andrajos iam

salvar, mandou pedir a Santa Clara e ao irmão Silvestre que em suas preces lhe

revelassem o caminho justo a trilhar.

Ambos naturalmente confirmaram o que tinha sido sempre o seu ensinamento

e o seu exemplo só a vida de ação justificava a obra de renovação que ele vinha fazer.

Alceu Amoroso Lima – Jornal do Brasil - Terceiro artigo da série sobre São

Francisco, 4/2/1983

O mundo te leva a conquistas, mas, Jesus, quando conquista, faz que o homem

se vença por dentro.

As vitórias externas esmaecem e passam, as intimas se fortalecem e ficam.

(...) No duelo mundo-Jesus, a tua opção será a de permanente angústia ou

da promissora ventura.

Joanna de Angelis – Revista Reformador – 1983 – Abril – Ante o Mundo e

Jesus

Page 30: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

28 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

Não medindo distâncias nem temendo a reação enganosa dos dominadores

terrestres, Ele (o Cristo) permanece acima de todas as governanças e presunçosas

autoridades, pedindo que todos avancemos na Sua direção, porque Ele nos espera

com um fardo leve e um jugo suave...

(...) Posso compreender a sua dor porque também nós, um dia vimo-nos diante

dessa alternativa: Deus ou o mundo!

Nosso próprio genitor denunciou-nos ao bispo da cidade como dementado,

filho rebelde e extravagante que somente lhe proporcionava prejuízos, porque optara

pelos infelizes...

Naquele momento decisivo, como num relâmpago, pudemos ver Jesus

perguntando — "Quem é meu pai, minha mãe, quem são meus irmãos, senão aqueles

que fazem a vontade de Deus", e decidimos ser seu irmão menor...

Renunciamos ao fausto, ao apoio paterno e despimo-nos de tudo que a ele

pertencia, envolvendo-me em um manto retirado de uma lata de lixo...

Tudo quanto é do mundo, no mundo fica, somente nos acompanhando o que é

de Deus e dele procede.

(...) Também conheci de perto a guerra, nos dias em que estive na Terra, e

como a minha é a batalha contra os inimigos internos e não os de fora, caí nas

mãos daqueles que eu supunha meus adversários, e fui encarcerado, experimentando

o opróbrio que me preparou para o chamado do Senhor... posteriormente, para que eu

pudesse amar os irmãos da cidade onde fui reduzido ao que realmente sou: nada!

Foi ali, no entanto, que, o meu Senhor, me libertou e me concedeu a honra de

servi-lo.

Francisco de Assis – Amanhecer de uma Nova Era – Cap. 10 – Enfrentamento com

as Trevas

Page 31: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

29 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

5.1 A Tristeza é mal dissolvente da Alma

Rememorando as excelentes mensagens do Evangelho, constata-se que todos

os ensinos do Senhor ressumbram sempre o otimismo, alegria, esperança.

(...) Não te deixes acabrunhar nem entristecer, em momento algum da vida.

Acabrunhamento é sentença fatal e tristeza é sombra na sombra do

problema.

Alegria é saúde.

Joanna de Angelis – Espírito e Vida – Cap. 59 – Impressões de Otimismo

A tristeza, porém, é doença que, agasalhada, piora o quadro de qualquer

aflição.

A sua sombra densa altera o contorno dos fatos e das coisas, apresentando

fantasmas onde existe vida e desencanto no lugar em que está a esperança.

Ela responde pela instalação de males sutis que terminam por desequilibrar o

organismo físico e a maquinaria emocional.

Joanna de Angelis – Momentos de Coragem – Cap. 10 - Tristeza

Perturbadora

Pelos médicos locais é considerado tuberculoso, tão fraco está e febril. E, em

certa manhã ensolarada, vendo-o tão triste, sentado à entrada da porta, “Emmanuel”,

seu dedicado Guia, põe-lhe a mão no ombro e diz: Chico, procure reagir, senão você

falirá, e se chegar agora aqui, desencarnado, chegará inegavelmente como um homem

de bem, porque já realizou algo, mas deixará por fazer muita coisa prometida e nos

colocará em situação sobremodo delicada, pois que levamos anos a organizar os planos

de sua reencarnação.

Procure, pois, reagir. “a tristeza”, meu filho, é “cupim do coração”, traz

moléstia grave.

Ramiro Gama – Lindos Casos de Chico Xavier – 1º Parte

Page 32: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

30 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

Todos os seres humanos buscam infatigavelmente a alegria perfeita.

São inúmeros os conceitos em torno do fenômeno interior do júbilo em

plenitude, quase sempre aureolado de sensações.

São Francisco de Assis teve a coragem de apresentá-la de maneira muito

especial, como somente ele poderia fazê-lo, experienciando-a.

Em ditosa oportunidade, enquanto caminhava com o Irmão Leão entre Perugia

e Santa Maria dos Anjos, em pleno inverno, padecendo penúrias incontáveis, foi

tomado de arrebatamento e, sorrindo eufórico, disse:

Irmão Leão, mesmo que nossos irmãos em todo e qualquer lugar ofereçam um

especial exemplo de santidade e de devoção, recorda e escreve no teu coração e no teu

espírito, que isso não representa a alegria absoluta.

Logo depois, vencendo o trecho do caminho e ainda em plena exaltação, voltou

a afirmar:

Oh! Irmão Leão. Se nossos irmãos puderem curar os cegos, expulsarem

demônios, fizerem que mesmo os surdos ouçam, que os paralíticos caminhem e os

mudos falem, e mesmo que logrem ressuscitar os mortos depois de quatro dias,

escreve, Irmão, que tudo isso não seria razão para a alegria absoluta.

E, continuando a marcha, afirmou com valor e coragem:

Oh! Irmão Leão. Se os irmãos menores possuíssem o dom das línguas e das

ciências, e que se encontrassem em condições de profetizar, podendo revelar não

apenas as questões do futuro, mas também os segredos do coração da mente, escreve

que também essa conquista não representaria a alegria absoluta.

Mais à frente exclamou, emocionado:

Oh! Irmão Leão, cordeirinho de Deus, até mesmo se falassem a linguagem dos

anjos e conhecessem a música das estrelas e as forças das plantas, se todos os tesouros

do mundo lhes fossem revelados e contassem com a energia dos pássaros e dos peixes,

assim como dos outros animais e pessoas, as árvores e os minerais, as raízes e as águas,

escreve que todas essas conquistas não seriam a alegria absoluta.

E, por fim, novamente expôs:

Oh! Irmão Leão. Se nossos irmãos pregassem e conseguissem converter os não

crentes, escreve que ainda essa maravilhosa honra não constitui a alegria absoluta.

Ante o seu silêncio, o Irmão Leão perguntou-lhe, realmente surpreso:

Querido Pai, rogo-te pelo amor de Deus que me digas o que é a alegria absoluta.

Page 33: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

31 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

O santo, ainda emocionado, replicou:

Oh! Irmão Leão. Estamos viajando a Santa Maria, molhados totalmente pela

chuva e magoados pelo frio, cobertos de musgos e mortos de fome e, ao chegar,

chamaremos à porta e o guarda nos perguntará aborrecido:

“Vocês quem são?”

Nós responderemos que somos dois irmãos dele. Mas ele, então, ainda mais

aborrecido, voltará a afirmar:

“O que vocês dizem é mentira, são dois vagabundos que andam por aí

enganando o mundo, furtando as esmolas dos pobres. Saiam daqui!”

E não nos abrindo a porta e não nos deixando entrar, a neve e a chuva, a fome

e a noite gelada ameaçadora e nós toleremos com paciência semelhante injustiça e

maus tratos, sem nos aborrecermos, e quando concluamos que o guarda tem razão e

reconhecer que não somos dignos e que é Deus quem o manda falar dessa maneira,

oh! Irmão Leão, escreve que essa é a alegria absoluta!

Ouve ainda, que mais elevado do que todos os dons e bênçãos que o espírito

de Jesus Cristo concede aos seus, encontra-se este: o de cada qual superar-se a si

mesmo e, por amor ao Excelso Benfeitor, tolerar jovial e gostosamente o castigo, a

injúria e o sofrimento.

Joanna de Ângelis – Segue em Harmonia – Cap. 1 – Alegria Absoluta

Page 34: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

32 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

A tristeza não é o inverso da alegria, mas a sua ausência momentânea.

É um estado que conduz à reflexão e não ao desinteresse pela vida, à

contemplação dos

valores vividos e não à melancolia, mas à análise das necessidades reais ainda

não expressadas...

(...) A sociedade contemporânea estabeleceu que a alegria deve ser um estado

constante de todos os indivíduos, significando êxito, realização nos relacionamentos,

triunfo social e econômico, conquista de posição relevante. Em consequência, há um

estereótipo se debate em conflitos e dores não exteriorizados.

Ninguém pode viver em alegria permanente, o que seria igualmente patológico,

uma forma de alienação da realidade, que sempre exige seriedade, esforço e trabalho,

a fim de ser vivida em forma edificante.

(...) É normal a tristeza e, algumas vezes, benéfica, pois que faculta um

mecanismo de

retrocedimento mental para revisão e análise em torno de acontecimentos e

vivências que necessitam ser considerados.

Pode acontecer, igualmente, que, de um instante para o outro, perceba-se que

aquilo que se está fazendo não é exatamente o que se gostaria de realizar, abrindo

espaço para uma certa tristeza, que irá contribuir para refazer experiências e viver-se

conforme os novos padrões emocionais.

A felicidade expressa-se no conjunto tristeza-alegria, na condição de ponte que

une distâncias aparentemente opostas.

(...) Quando o Espírito, que tem sede de paz e de plenitude, descobre que está

engessado nos compromissos sociais, atrelando ao relógio que lhe comanda todos os

momentos, obrigado a comportar-se de maneira padronizada, livre, mas escravo das

imposições dos multiplicadores de opinião da mídia mercantilizada, mais interessada

nos mecanismos do consumo do que na criatura em si mesma, desperta desse letargo,

dessa ilusão que se permite, experimenta tristeza pelo tempo malconduzido.

Trata-se de uma tristeza saudável e enriquecedora, essa que se manifesta, não

como infelicidade, mas como terapia para o excesso de risos e de aparências...

A preocupação que toma conta da sociedade contemporânea em parecer, é tão

grande, que se estabeleceram padrões para a beleza, o comportamento, a alimentação,

os relacionamentos, as posturas do triunfo e a conquista dos minutos de holofotes...

Page 35: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

33 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

A tristeza, portanto, tem vez em qualquer comportamento moral, social,

religioso, individual, trabalhando o indivíduo para a renovação interior e a conquista

de valores mais profundos e significativos do que os existentes e consumidores.

Nada obstante, não se deve cultivar a tristeza como necessária para o

discernimento a cada instante ou em toda parte.

Fenômeno psicológico transitório, deve ceder lugar à reflexão, ao

despertamento e à valorização dos tesouros morais, culturais e espirituais.

A tristeza sem lamentação, sem queixas, sem ressentimentos, é, pois,

psicoterapêutica, de vez em quando, para a conquista real do equilíbrio, com

discernimento do que é lícito e deve ser conquistado.

(...) Não cultives a tristeza nem fujas dela, aceitando-a, quando se te apresentar

e retirando o melhor resultado da oportunidade de reflexão que te proporcione.

Com esse comportamento estarás experienciando atitudes renovadas.

Joanna de Angelis - Atitudes Renovadas - Cap. 5 - Considerações sobre a

Tristeza

Há um reflexo de luz em cada sorriso. Há uma nova chance em cada sorriso. Há um espaço amoroso em cada sorriso. Há a possibilidade de sucesso em cada sorriso. Há o fim dos problemas em cada sorriso. Não importa qual seja a natureza de sua dor, ela se desvanecerá diante do seu sorriso

Luiz Antônio Gasparetto – Atitude – Pag. 91

A história não tem fim, Continua sempre que você responde sim, Na sua imaginação, Na arte de Sorrir, cada vez que o Mundo diz não.

Guilherme Arantes – Brincar de Viver

Page 36: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

34 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

5.2 A Conciliação de Ideais contraditórios é condição de Inercia

“Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará a outro,

ou se prenderá a um e desprezará o outro. Não podeis servir simultaneamente a Deus

e a Mamon”.

Lucas 16:13

Mamon, literalmente, significa dinheiro em hebraico; um termo para descrever,

na maioria das vezes, riqueza material ou cobiça. Mamon pode representar também

um pecado capital, a ganância ou avareza.

Mamon representa as paixões inferiores e as coisas materiais supérfluas que,

pelo fascínio que exercem sobre as criaturas, podem arrastá-las a grandes desarmonias

espirituais e a quedas morais significativas.

Marta Antunes Mora - FEB - Estudo Aprofundado da Doutrina Espirita - Ensinos

e Parábolas de Jesus - Parte 1 - Livro II

Será possível o consórcio da Espiritualidade com as ambições mundanas?

(...) Pode-se estudar o bem e cultivar a ilusão?

(...) É factível a dedicação à caridade e o comércio com a rebeldia?

Disse Jesus com propriedade inalterável: -"Não se serve bem a dois senhores."

(...) Desde que não se podem coadunar realidades que se contrapõem, tu

que conheces os objetivos da vida não deves permitir fixações e posições falsas que já

deverias ter abandonado a benefício da paz interior, enquanto conivindo com atitudes

dúbias, navegando no mar das indecisões, estarás na crista e nas baixadas das ondas

das dúvidas sob as contingências das posições emocionais em atropelo.

Joanna de Ângelis - Convites da Vida – Cap. 10 – Convite à Decisão

Page 37: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

35 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

Muitos cristãos-espíritas afervorados às questões imediatas, às quais sentem

dificuldades em renunciar, procuram justificar suas atitudes fundamentando-as em

bases falsas.

(...) Informam-se vinculados ao espírito do Cristo, todavia...

(...) Pensam no Céu e querem a Terra a qualquer custo.

(...) Tentam conciliação entre Deus e César ao bel-prazer, tirando o melhor

proveito para o corpo e a emoção que se desvaira, longe do equilíbrio da mente e da

renovação do espírito.

"Viver no mundo sem ser do mundo" - eis a questão.

Viver no mundo entre as contingências do mundo, mas pensar nas coisas do

“Alto" e agir consoante os impositivos da Vida Imperecível.

Joanna de Ângelis - Espírito e Vida – Cap. 24 – Jesus e o Mundo

Viver-se no mundo, afirmando Deus, sem pertencer ao mundo

(...) A filosofia de negar o mundo para afirmar Deus já foi superada, por ser

uma filosofia de fuga. A verdadeira filosofia é a do Evangelho de Jesus, a do Cristo.

Não será negando o mundo para afirmar Deus, nem afirmando Deus para

negar-se o mundo. Viver-se no mundo, afirmando Deus, sem pertencer ao mundo.

Parecer que é igual a todos, no entanto, ser diferente de todos. Estar no meio,

mas não se misturar. Descer, mas não se confundir.

Permanecer no alto e atender à baixada, sem ficar longe, nem se afogar no

lodaçal. Esse é o desafio.

Jesus desceu das estrelas, conversou com uma mulher equivocada, mas não se

maculou. Dialogou com ladrões em aparente igualdade, porque estava no madeiro de

crucificação. Quem os visse, à distância, tomá-los-ia como três bandidos. No entanto,

o do meio, era o Rei Solar. Jesus estava com eles, porém, era diferente deles.

Divaldo Franco – Viver-se no mundo

Page 38: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

36 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

O mundo e Jesus! As duas colocações parecem chocar-se numa batalha titânica, na qual, por

enquanto, o mundo predomina. O mundo é representado pelas paixões e Jesus através das renúncias. A questão faz-se, apesar disso, de fácil equação, se o homem se dispõe a uma

conscientização e vivência objetiva do bem. Vencer no mundo é fácil; vencer o mundo é desafio. Eduardo - Bispo de Ilhéus - Terapêutica de Emergência - Cap. 25 Mundo e

Jesus Nos mínimos atos, negócios, resoluções ou empreendimentos que você faça,

busque primeiro a substância "post-mortem" de que se reveste, porquanto, sem ela, seu tentame será superficial e sem consequências produtivas para o seu espírito.

André Luiz - Estude e Viva - Cap. 4 - Consciência e Conveniência Diz o mundo: “acomoda-te como puderes”. Pede o Cristo: “levanta-te e anda”. Diz o mundo: “faze o que desejas”. Pede o Cristo: “não peques mais”. Diz o mundo: “destrói os opositores”. Pede o Cristo: “ama os teus inimigos”. Diz o mundo: “renega os que te incomodem”. Pede o Cristo: “ao que te exija mil passos, caminha com ele dois mil”. Diz o mundo: “apega-te à posse”. Pede o Cristo: “ao que te rogue a túnica cede também a capa”. Diz o mundo: “fere a quem te fere”. Pede o Cristo: “perdoa sempre”. Diz o mundo: “descansa e goza”. Pede o Cristo: “avança enquanto tens luz”. Diz o mundo: “censura como quiseres”. Pede o Cristo: “não condenes”. Diz o mundo: “não repares os meios para alcançar os fins”. Diz o Cristo: “serás medido pela medida que aplicares aos outros”. Diz o mundo: “aborrece os que te aborreçam”. Pede o Cristo: “ora pelos que te perseguem e caluniam”. Diz o mundo: “acumula ouro e poder para que te faças temido”. Diz o Cristo: “provavelmente nesta noite pedirão tua alma e o que amontoaste

para quem será?” Emmanuel – Religião dos Espíritos – Cap. 70 - Na hora da Crise

Page 39: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

37 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

5.3 A Dissociação do Pensamento da Ação é inimiga da Paz

“Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes.”

João – Cap. 13 – versículo 17

“Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, nisso está

pecando.”

Tiago – Cap. 4 – versículo 17

“E disse-lhe: Respondeste bem; faze isso, e viverás.”

Lucas – Cap. 10 – versículo 28

Entre saber e fazer existe singular diferença.

Quase todos sabem, poucos fazem.

Todas as seitas religiosas, de modo geral, somente ensinam o que constitui o

bem.

Todas possuem serventuários, crentes e propagandistas, mas os apóstolos de

cada uma escasseiam cada vez mais.

Há sempre vozes habilitadas a indicar os caminhos. É a palavra dos que sabem.

Raras criaturas penetram valorosamente a vereda, muita vez em silêncio,

abandonadas e incompreendidas. É o esforço supremo dos que fazem.

Jesus compreendeu a indecisão dos filhos da Terra e, transmitindo-lhes a

palavra da verdade e da vida, fez a exemplificação máxima, através de sacrifícios

culminantes.

A existência de uma teoria elevada envolve a necessidade de experiência e

trabalho.

Se a ação edificante fosse desnecessária, a mais humilde tese do bem

deixaria de existir por inútil.

Emmanuel – Caminho, Verdade e Vida – Cap. 49 – Saber e Fazer

Quem sabe o que deve fazer, e não faz, deserta dos deveres que lhe

competem, caindo em omissão lamentável, e, se intenta atrapalhar quem procura

fazer, certamente responderá com dobradas obrigações pelo que não fizer.

Emmanuel – Palavras de Vida Eterna – Cap. 99 - Reclamações

Page 40: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

38 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

O Bem que se faz, é bem que não cessa nunca, sempre produzindo o bem.

Não receies, jamais, o mal, nem te omitas na ação do bem.

O Bem que fazes, é o bem que a ti fazes.

Joanna de Angelis – Alerta – 2º Parte – Cap.44 – O Bem em Ação

Grande número de aprendizes, plenamente integrados no conhecimento do

dever que lhes compete, tocam a pedir orientação dos Mensageiros Divinos, quanto à

melhor maneira de agir na Terra, a resposta, porém, está neles mesmos, em seus

corações que temem a responsabilidade, a decisão e o serviço áspero…

Se já foste banhado pela claridade da fé viva, se foste beneficiado pelos

princípios da salvação, executa o que aprendeste do nosso Divino Mestre: “Faze isso,

e viverás”.

Emmanuel – Caminho, Verdade e Vida – Cap. 157 – Faze isso e viverás

Atendamos ao Bem:

─ Não só pelas palavras, que podem simbolizar folhas brilhantes sobre um troco

estéril.

─ Não só pelos simples atos de crer, que, por vezes, não passa de êxtase inoperante.

─ Não só pelos títulos, que, em muitas ocasiões, constituem possibilidades de acesso

aos abusos.

─ Não só pelas afirmações de fé, porque, em muitos casos, as frases sonoras são

gritos da alma vazia.

─ Não nos esqueçamos do - fazer - a ligação com o Cristo, a comunhão com a divina

luz, não dependem do modo de interpretar as revelações do céu, mas,

principalmente da coragem que se tem em vivenciar o amor que respeita o outro,

por compreender as suas limitações; em exercitar os atos dignos; em defender a

serenidade, e em perdoar sempre.

Emmanuel – Fonte Viva – Cap. 137 – Atendamos ao Bem

Quem cultiva o bem para os outros, beneficia-se em primeiro lugar.

Ajudar os outros é ajudar-se em primeira plana.

Sofrer quando se ajuda é libertar-se pelo auxílio que se oferece.

Marco Prisco – Legado Kardequiano – Cap. 31 – Doação de Acréscimo

Page 41: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

39 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

A Paz não é conquista da inércia, mas sim fruto do equilíbrio entre a fé no

poder divino e a confiança em nós mesmos, no serviço pela vitória do bem.

André Luiz – Ação e Reação: Cap.3 – A Intervenção na Memória

A Paz resulta do equilíbrio e não da inércia.

Ninguém abandone a luta, crendo conquistar, assim, a paz.

Joanna de Angelis – Falando à Terra: Cap. 4 – Paz e Luta

Sublime é a caridade, mas, se não temos disposição para praticá-la, a virtude

preciosa não passará de um ideal do Céu, incapaz de pousar na Terra.

Divina é a humildade; entretanto, se nos falha a decisão de sofrer com

paciência, limitar-se-á ela a propósito brilhante e inútil, de vez que não se nos irradia

do peito.

Assim também a fé, a bondade, a tolerância… Sem firmeza de ânimo que as

expresse, serão apenas sonhos que se esfumam, sem nenhum nexo com a realidade.

Emmanuel – Alma e Coração – Cap. 23 – Ideal e Ação

A vida é processo de crescimento da alma ao encontro da Grandeza Divina.

Aproveita as lutas e dificuldades da senda para a expansão de ti mesmo,

dilatando o teu círculo de relações e de ação.

Aprendamos para esclarecer.

Entesouremos para ajudar.

Engrandeçamo-nos para proteger.

Eduquemo-nos para servir.

Com o ato de fazer e dar alguma coisa, a alma se estende sempre mais além...

Emmanuel - Fonte Viva: Cap. 71 – Aproveita

Não é outro o ministério da Boa-Nova.

Amar, servindo, é venerar o Pai, acima de todas as coisas; e servir, amando,

é amparar o próximo como a nós mesmos.

Pautar-se por estas normas, em nosso movimento de redenção, é praticar toda

a Lei.

Neio Lucio – Jesus no Lar – Cap. 45 – O imperativo da ação.

Page 42: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

40 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

Espírito que se ajuda, Espalhando o bem e a paz, Entende pelo que estuda E vale pelo que faz

Antônio Bezerra – Servidores no Além – Cap. 20 – Estudos da Vida Enfileiremos na cabeça, algumas imagens, simples, lembrando o estranho

fenômeno do ensino elevado sem testemunho: Semente frustrada. Árvore estéril. Fonte seca. Enxada morta. Máquina sem uso. Lâmpada apagada. Tomada inútil. Fogão sem lume. Cântaro sem fundo. Título sem trabalho. Motor sem combustível. Tecla muda. Remédio na prateleira. Não nos esqueçamos de que a Doutrina Espírita vem até nós para que as

grandes palavras do Cristianismo sejam traduzidas em grandes ações. Albino Teixeira – Ideal Espírita – Cap. 49 – Palavras e Ações

Sei que é preciso… — é a nossa frase trivial, diante do serviço que nos

compete; no entanto, habitualmente falha o motor da vontade, no momento da ação.

Quase sempre, perdemos tempo precioso, empenhando-nos em saber o que ainda estamos muito longe de aprender, numa atitude, aliás, muito compreensível, porquanto, desejando saber dignamente, a curiosidade respeitável alenta o progresso; mas, se fizéssemos o melhor do que já conhecemos, transferindo ideais e planos superiores das linhas teóricas para o terreno da realização e da prática, desde muito estaríamos guindados à posição de numes apostolares das doutrinas redentoras que apregoamos, adiantando o relógio da evolução terrestre.

Como é fácil de anotar, nós todos, coletivamente examinados, criamos muitas dificuldades na Terra, pela ânsia de fazer sem saber, mas agravamos consideravelmente, essas mesmas dificuldades, pelo atraso de saber e não fazer.

Emmanuel – Caminho Espírita – Cap. 47 – Saber e Fazer

Page 43: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

41 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

6. Referências

Esta relação bibliográfica não está, intencionalmente, seguindo os padrões

usuais – está numa forma mais sintética, fazendo uma correlação direta entre o texto

do trabalho e os livros/mensagens.

# Autor – Livro ou Revista - Cap. ou Item - Título

1 Allan Kardec – O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 6 – Item 1 – O Jugo Leve

2 Alceu Amoroso Lima – Jornal do Brasil - Terceiro artigo da série sobre São Francisco, 4/2/1983

3 Joanna de Angelis – Revista Reformador – 1987 – Maio – Escravo por Opção

4 Emmanuel – Fé, Paz e Amor – Capítulo 12 – Estudando a Paz

5 Marta Antunes de Moura – Chico Xavier, o obreiro do Senhor, e Castro Alves, o apóstolo da Liberdade – Pag. 40

6 Altamirando Carneiro – Castro Alves e o Espiritismo - Introdução

7 Sylvio Brito Soares – Grandes Vultos da Humanidade e o Espiritismo – Castro Alves

8 Herculano Pires – Castro Alves fala a Terra – Prefácio

9 Federação Espírita Brasileira - EADE - Estudos Espíritas - Os vícios e as paixões

10 Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – 3º Parte – Cap. 12 - Questão 908

11 Joanna de Angelis – Luz Viva – Cap. 10 – Toxicomania

12 Evaristo Nepomuceno – Depoimentos Vivos – Cap. 2 – Sexo e Escravidão

13 Allan Kardec – Obras Póstumas – 1º Parte – Cap. 7 – Item 58

14 Manoel Philomeno de Miranda – Luzes do Alvorecer: Cap. 15 – Distúrbios Emocionais Obsessivos

15 Vianna de Carvalho - Sementeira da fraternidade - Cap. 36 - Vícios

16 Cardeal Joseph Ratzinger - Missa “Pro Eligendo Pontífice” - 18 de abril de 2005

17 Alceu Amoroso Lima – Adeus à Disponibilidade e Outros Adeuses – 1º Parte – Adeuses a mim mesmo

Page 44: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

42 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

# Autor – Livro ou Revista - Cap. ou Item - Título

18 Joanna de Ângelis – Diretrizes para o Êxito: Cap. 26 – Afetividade

19 Joanna de Angelis - Rumos Libertadores - Cap. 27 - Ante o Ciúme

20 Casimiro Cunha – Gotas de Luz – Cap. 5 - Centelhas

21 João de Brito - Caderno de Mensagens – Cap. 63 – Que é o Amor

22 Cornélio Pires – Toques da Vida – Cap. 16 - Usufruto

23 Joanna de Angelis – Atitudes Renovadas – Cap. 6 – Tempos Narcisistas

24 Joanna de Angelis – Atitudes Renovadas – Cap. 5 – Considerações sobre a Tristeza

25 Mozart – Instruções Psicofônicas – Cap. 39 – Provação

26 João de Brito - Caderno de Mensagens – Cap. 63 – Que é o Amor

27 André Luiz – Estude e Viva – Cap. 64 - Esnobismo

28 Emmanuel – Espera Servindo – Cap. 24 – Medida de Elevação

29 Allan Kardec – Obras Póstumas – Cap. 7 – Item 56

30 Allan Kardec – O Livro dos Médiuns – Cap. 23 – Item 237 – A Obsessão

31 Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Examinando a Obsessão

32 Joanna de Angelis – O Despertar do Espírito – Cap. 3 – Alcoolismo e Toxicomania

33 Bezerra de Meneses - Nas Fronteiras da Loucura - Cap. 9 - O Problema das Drogas

34 Camilo - Educação & Vivencias - Cap. 8 - Drogas e Obsessões

35 Federação Espírita Brasileira - EADE - Roteiro 1 - O Cristo Consolador

36 Yvonne A. Pereira - À luz do Consolador – Item - Convite ao estudo

37 Eliseu Rigonatti - O Evangelho dos Humildes – Cap. 11 – item - O jugo de Jesus

38 André Luiz - Relicário de Luz - Cap. 45 - Na tarefa de equipe

39 Agar – Cartas do Coração – 1º Parte – Cap. 8 – Mensagem de bom animo

40 Luís Gama – Falando à Terra – Cap. 12 – do Além

41 Cornélio Pires – Paz e Amor – Cap. 1 – Realidades

Page 45: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

43 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

# Autor – Livro ou Revista - Cap. ou Item - Título

42 José do Patrocínio – Parnaso de Além-Túmulo – Cap. 36 – Nova Abolição

43 Francisco Cândido Xavier – O Evangelho de Chico Xavier – Item 300/301

44 Joanna de Angelis – Sendas Luminosas – Cap. 23 – O Mundo e Jesus

45 Joanna de Angelis – Revista Reformador – 1983 – Abril – Ante o Mundo e Jesus

46 Francisco de Assis – Amanhecer de uma Nova Era – Cap. 10 – Enfrentamento com as Trevas

47 Joanna de Angelis – Espírito e Vida – Cap. 59 – Impressões de Otimismo

48 Joanna de Angelis – Momentos de Coragem – Cap. 10 - Tristeza Perturbadora

49 Ramiro Gama – Lindos Casos de Chico Xavier – 1º Parte

50 Joanna de Ângelis – Segue em Harmonia – Cap. 1 – Alegria Absoluta

51 Joanna de Angelis - Atitudes Renovadas - Cap. 5 - Considerações sobre a Tristeza

52 Luiz Antônio Gasparetto – Atitude – Pag. 91

53 Guilherme Arantes – Brincar de Viver

54 Marta Antunes Mora - FEB - Estudo Aprofundado da Doutrina Espirita - Ensinos e Parábolas de Jesus - Parte 1 - Livro II

55 Joanna de Ângelis - Convites da Vida – Cap. 10 – Convite à Decisão

56 Joanna de Ângelis - Espírito e Vida – Cap. 24 – Jesus e o Mundo

57 Divaldo Franco - Viver-se no mundo

58 Eduardo - Bispo de Ilhéus - Terapêutica de Emergência - Cap. 25 Mundo e Jesus

59 André Luiz - Estude e Viva - Cap. 4 - Consciência e Conveniência

60 Emmanuel – Religião dos Espíritos – Cap. 70 - Na hora da Crise

61 Emmanuel – Caminho, Verdade e Vida – Cap. 49 – Saber e Fazer

62 Emmanuel – Palavras de Vida Eterna – Cap. 99 - Reclamações

63 Joanna de Angelis – Alerta – 2º Parte – Cap.44 – O Bem em Ação

64 Emmanuel – Caminho, Verdade e Vida – Cap. 157 – Faze isso e viverás

65 Emmanuel – Fonte Viva – Cap. 137 - – Atendamos ao Bem

Page 46: A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

44 A Escravidão a Si, aos Outros e aos Céus

# Autor – Livro ou Revista - Cap. ou Item - Título

66 Marco Prisco – Legado Kardequiano – Cap. 31 – Doação de Acréscimo

67 André Luiz – Ação e Reação: Cap.3 – A Intervenção na Memória

68 Joanna de Angelis – Falando à Terra: Cap. 4 – Paz e Luta

69 Emmanuel – Alma e Coração – Cap. 23 – Ideal e Ação

70 Emmanuel - Fonte Viva: Cap. 71 – Aproveita

71 Neio Lucio – Jesus no Lar – Cap. 45 – O imperativo da ação.

72 Antônio Bezerra – Servidores no Além – Cap. 20 – Estudos da Vida

73 Albino Teixeira – Ideal Espírita – Cap. 49 – Palavras e Ações

74 Emmanuel – Caminho Espírita – Cap. 47 – Saber e Fazer

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