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Vingana da natureza ou Castigo de Deus?
No se brinca com Deus
pelo editorial de fsspx.com.br
Desastre no estado de Santa Catarina, desastre na regio serrana
do estado do Rio de Janeiro, desastre no
Japo... Apresentamos uma coletnea de artigos: Vingana da
natureza ou castigo de Deus?
Foto: Nova Friburgo/RJ aps as fortes chuvas do vero de 2011.
Clique aqui para ler um artigo de Dom Toms de Aquino OSB, do
Mosteiro da Santa Cruz, sobre o de-
sastre em Nova Friburgo/RJ. Nota: a cidade considerada a capital
nacional das Lingeries.
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Foto: Tsunami no Japo aps forte terremoto.
Clique aqui e veja no YouTube um vdeo mostrando parte do
desastre.
Diante de tantas catstrofes, que alguns ainda ousam apontar como
uma vingana da natureza, apresen-
tamos o excelente artigo A erupo da montanha pelada escrito pelo
Rev. Pe. Nicolas Pinaud e traduzido
para o portugus pelos monges da FBMV e publicado nos dois
primeiros volumes de sua revista Veritati,
disponvel para baixar no site da comunidade monstica.
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A ERUPO DA MONTANHA PELADA
NO SE BRINCA COM DEUS
A Montanha Pelada em erupo (foto tirada de um navio)
Um artigo do pe. Nicolas Pinaud.
Traduzimos o seguinte artigo da revista Sel de la Terre (Couvent
de La Haye-aux-Bonshommes 49240 France), do seu n 40. A tragdia
aqui narrada uma grande lio para os nossos tempos de impiedade e de
indiferena. O desprezo da Verdadeira Religio nunca sem
consequncias...
*** Eis a narrao do drama acontecido no dia 8 de maio de 1902 na
Martinica (um arquiplago situado nas Antilhas que parte da Frana
Ultramarina, n.d.r.). A erupo da Montanha Pelada destruiu num
piscar de olhos a cidade de So Pedro, provocando a morte de quase
40.000 dos 100.000 habitantes que contava a Martinica nessa data.
Visitando as runas dessa cidade, ns imaginamos o que deve ter sido
a violncia do cataclisma. Os partidrios do PACS e de outras
abominaes modernas (aborto, etc.), ganhariam em meditar sobre esse
acontecimento, j que o profeta Osias escreveu h muito tempo: Aquele
que semeia ventos, colher tempestades(Os. 8,7); e, mais prximo de
ns, So Paulo escrevia aos Glatas: Ningum se engane: no se brinca
com Deus (Ga. 6,7). No pensemos que estas palavras esto
ultrapassadas porque Deus se cala. A pena deixada para depois
porque Deus bom - escreveu Joseph de Maistre na obra As delongas da
justia divina- mas ela certa porque Deus justo.
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Parece que estas verdades nos permitem compreender essa terrvel
catstrofe do dia 8 de maio de 1902. Depois de ter visitado em So
Pedro o pequeno museu que rene algumas lembranas e fotografias da
cidade depois de sua destruio, eu perguntei jovem antilhana que me
servia de guia, se os habitantes da Martinica no tinham visto nesse
cataclisma um castigo. Sem hesitao, ela me respondeu que sim. Eu
lhe perguntei ento qual podia ser a causa dessa punio. Essa moa, de
mais ou menos 30 anos, me disse que a religio era desprezada e seus
ministros eram insultados, acrescentando que talvez um padre tinha
sido mor-to durante o carnaval precedente de 1902.
Sinais Premonitrios
A Montanha Pelada um macio que ocupa o Noroeste da Martinica e
cujo ponto culminante, o Morne La Croix, tinha, antes da erupo de
1902, 1350m de altitude. Nesse lugar 2 crateras dormiam desde
sculos: o lago dos Palmistes, sobre a vertente do Atlntico, e o
abismo chamado ltang Sec (o Lago Seco), em oposio ao lago que
estava sempre cheio, situada sobre a outra vertente desse mesmo
cume. A cratera do Lago Seco tinha dado, no dia 5 de agosto de
1855, alguns ligeiros sinais de vida: jatos de fumaa e cinza foram
lanados a uma distncia de apenas 100m. Em 1902, desde o ms de
fevereiro, primeiro um forte odor de enxofre exalou-se em direo
cidadezi-nha de Rivire Blanche. As serpentes e os pssaros
abandonaram os flancos da montanha. Bois e carneiros rompiam suas
cordas quando eram levados a pastar nas encostas da montanha;
frequentemente os ces uiva-vam durante a noite. Algumas poucas
fumaas apareceram um pouco abaixo do cume da montanha, e nos
arredores todos os objetos de prata se cobriam de uma fina camada
azulada. Esses fenmenos duraram at a sexta-feira 25 de abril. Nesse
dia, entre as 7 e 8 horas da manh, se ouviu uma detonao subterrnea,
seguida imediatamente de um tremor de terra. Duas horas mais tarde,
uma fina cinza azulada, com um forte odor de enxofre, comeou a cair
sobre a vila de Prcheur. Durante a tarde, a terra tremeu de novo
duas vezes. Na segunda-feira, 28 de abril, ouviram-se estrondos
sobre a montanha ao mesmo tempo em que colunas de vapor saam dela.
O curso dgua do ribeiro Blanche chegou a triplicar seu volume
normal. Em So Pedro da Martinica, na vspera, se realizava o
primeiro turno das eleies legislativas, que eram particularmente
disputadas. As paixes estavam superexcitadas e a febre poltica
ocupava mais os espritos que a inslita enchente do ribeiro vizinho,
ou a presena ameaante de algumas nuvens de cinza que, de resto, no
tinham ainda atingido So Pedro. Os resultados do primeiro turno
prometiam a vitria dos repu-blicanos. As pessoas de idade se
lembravam sem dvida desses fenmenos aparecidos 51 anos antes. A
Montanha expeliu cinza que no causou nenhum estrago, e depois ela
adormeceu sem mais problemas. No Les Colonies, o maior jornal
socialista de So Pedro, M. Hurard, seu diretor anticlerical,
escrevia:
Para ns, habitantes da Martinica, o ms de abril foi duplamente
trgico. Ns vimos duas erupes: a primeira nos espritos, a outra na
Montanha Pelada; uma eleitoral, a outra fsica; uma feita de
discur-sos, de propaganda, de rum, de dinheiro e de votos; a outra
de fumaa e de cinza... Que a Montanha se contente de esfumaar e de
soltar cinza! Mas, por Deus! Que ela no se ponha a tremer! Pois os
coraes tremeriam e danariam tambm... Esta cinza para ns um poema;
esse poema j foi feito na nossa imaginao e, se o escrevssemos, ele
seria intitulado: A Cinza do Vulco. E que chamas ns faramos jorrar
dessa cinza!... A Montanha Pelada, vendo que os bons costumes
desapareciam, quis simplesmente nos dar para comer um peixe de
abril. Amvel abril! Como voc vai dormir, durma bem! Benvindo
maio!
O ms de maio comeou num espetculo de desolao. A paisagem estava
coberta de cinza, nem um ps-saro nas rvores, nenhum rudo. De vez em
quando, um estalar seco anunciava a queda de um ramo, vencido pelo
peso da cinza. Enormes colunas de cinza saam da montanha. No dia 2
de maio, durante a manh, os estrondos se multiplicaram e, mais ou
menos s 16 horas, uma co-luna de vapor negro escuro, inchada,
sulcada por clares, aparecia no cume. A cinza continuava a cair e,
pela primeira vez, So Pedro foi recoberto de cinzas.
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Na noite de 2 para 3 de maio, os habitantes do Morne Rouge foram
despertados no meio da noite por uma espcie de canhoneada
subterrnea, um tremor de terra e uma terrvel exploso , tudo isso
acompanhado de uma espcie de ronco contnuo, semelhante ao rugido do
leo. Todo mundo saiu de suas casas. A Montanha estava coroada de
clares que saam da cratera. O pnico se apoderou dos moradores, que
se precipitaram em direo igreja; os confessionrios foram tomados de
assalto. A multido permaneceu ali at a manh, esperando a morte.
Debaixo de uma chuva de cinzas que espalhavam um forte odor de
enxofre, nos diz Mons. Parel, eu quis visitar Sainte Philomne, le
Prcheur, le Morne Rouge, que so a localidades mais prximas do
vulco. Essas trs vilas estavam cheias de habitantes do campo, que
fugiam das alturas da Montanha em direo ao litoral. As igrejas,
abertas desde a vspera, estavam sempre cheias.Os padres no
ces-savam de batizar, de confessar e de sustentar a coragem do povo
aterrorizado.
No dia 3 de maio, o governador Louis Mouttet deixou
Fort-de-France (a capital da Martinica, n.d.r.), para examinar por
si mesmo a situao. Ele voltou no mesmo dia tarde, tranquilizado
pelas informaes recebi-das: o vulco no tinha entrado em atividade
desde j meio sculo, no havia, portanto, motivo para se alar-mar
demais! A Sociedade de Ginstica de So Pedro, que tinha organizado
para o domingo seguinte, uma grande excurso sobre a Montanha,
refrescava assim, na imprensa, a memria de seus membros:
Aqueles que jamais desfrutaram do panorama magnfico que se
oferece ao olhar do espectador ma-ravilhado, a 1300m de altitude,
aqueles que desejam ver a abertura escancarada pela qual, nesses
l-timos dias, saram fumaas espessas que aterrorizaram os coraes dos
habitantes das povoaes vi-zinhas, eles devero aproveitar essa bela
ocasio. Portanto, se o tempo for bom, os excursionistas passaro um
dia do qual eles guardaro por muito tempo uma agradvel
lembrana...
A curiosidade e o entusiasmo dos voluntrios foram esfriados
depois da erupo ocorrida durante a noite. A excurso foi adiada sine
die. O domingo, 4 de maio, foi relativamente calmo. Na
segunda-feira, 5 de maio, mais ou menos s 12:30 h, um rio de lama
negra incandescente, com uma dezena de metros de altura, saiu da
cratera e como uma avalanche, num piscar de olhos, desceu da
Montanha e cobriu a Fbrica de rum Gurin, as casas dos proprietrios
e pavilhes dos empregados. Somente a cha-min da usina, como um
mastro de um navio que afunda, ficou visvel algumas horas no meio
dessa mar de lama que engoliu 150 pessoas. No mesmo momento em que
ocorria essa avalanche, no ancoradouro de So Pedro, o mar se
retirou, co-mo se estivesse espantado. Depois, de repente, as ondas
voltaram como montanhas, e invadiram a cidade espalhando nela a
consternao. Os habitantes comearam a fugir para os lugares mais
altos, mas vinte mi-nutos mais tarde tudo voltou ao normal. Ento a
emoo subiu ao mximo. Algumas famlias partiram para a ilha de Santa
Lcia, muitos outros para outras povoaes onde parentes e amigos
podiam receb-los provisoriamente... As autoridades ento se
aplicaram a tranquilizar a populao! A pedido expresso do prefeito,
o governador Mouttet e o coronel Gerbault, acompanhados de suas
espo-sas, vieram e ficaram em So Pedro a partir de 6 de maio, o que
lhes custar a vida. A Comisso cientfica nomeada pelo governador
declarou, na vspera do desastre, no comeo da noite, atravs de toda
a cidade de So Pedro e ao som do tambor,...que a posio relativa das
crateras e dos vales que desembocam no mar permite afirmar que a
segurana da cidade de So Pedro absoluta. E esta consulta solene foi
afixada em Fort-de-France 3 horas depois do desastre! O Criador faz
pouco da cincia dos homens. A Deus somente pertence o futuro. Na
tarde desse mesmo dia, 7 de maio, o capito de um barco italiano
parado no ancoradouro foi melhor inspirado; ele foi procurar com
urgncia seus papis com o seu consignatrio, que lhe disse para
voltar no outro dia: Pois bem, eu dispenso os papis! respondeu ele,
e mostrando a Montanha Pelada, acrescentou: Se na Itlia ns vssemos
o Vesvio esfumaar to fortemente, todo mundo se apressaria em
fugir!... No dia seguinte, os 400 barcos ancorados no porto estavam
todos, exceo de um s, incendiados e submergi-dos.
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O jornal Les Colonies, no seu nmero da quarta-feira 7 de maio, o
ltimo, aquele que devia fechar sua carreira, noticiava:(...) A
emigrao de So Pedro continua a se intensificar... os vapores da
companhia Gi-rard esto sempre cheios. A mdia de viajantes na linha
de Fort-de-France, que era de 80 passageiros por dia, aumentou para
300 por dia de trs dias para c. Ns confessamos no compreender o
porque desse pni-co. Onde se pode estar mais seguro que em So
Pedro?
Apesar de todos esses belos discursos, escreve uma testemunha,
muitos tinham medo, e se viu com terror a chegada da noite. Para
aumentar a apreenso, a cidade inteira mergulhou nas trevas, pois
que a energia eltrica apagou-se por causa dos fenmenos magnticos
provenientes do vulco.
Estamos a algumas horas da catstrofe. Depois de tantos sinais
premonitrios (tremor de terra, chuva de cinzas e de grafite, odor
de enxofre, aquecimento das guas dos ribeires, gua do lago dos
Palmistes subi-tamente desaparecida, destruio da usina Gurin...),
parece espantoso que os habitantes de So Pedro no tivessem tido uma
idias mais justa do perigo que lhes ameaava. A Montanha no cessava
de dar as mais significativas advertncias.
Porque no se evacuou a cidade? difcil, disse uma testemunha,
responder por todos, pois cada um reagia segundo o seu prprio
tempe-ramento. Muitos sem dvida esperavam que se o vulco se
enfurecesse em extremo, eles teriam tempo de fugir das lavas.
Outros pensavam que a expulso desse imenso rio de lama tinha
aliviado o vulco, e que a crise tinha passado. Alguns, temendo uma
grande invaso da gua do mar (raz-de-mare), preferiam ir para os
lugares mais altos. A erupo da ilha de Krakatoa era a causa desse
medo: o vulco Sonde tinha explodido como uma bomba gigantesca
provocando um grande raz-de-mare. Abandonar a prpria casa era se
expor seguramente pilhagem e se expor runa. O nmero de filhos, as
pessoas para cuidar, os enfermos, os doentes, foram certamente para
um bom n-mero um obstculo fuga. exagerado pensar que o espetculo
impressionante desse monstro encolerizado provocava uma espcie de
fascinao? Isto no impossvel. Enfim, as eleies que continuavam a
esquentar os nimos na ilha, tinham feito nesse ano a temperatura
social se elevar a graus jamais antes atingidos. O segundo turno da
eleio devia se realizar no dia 11 de maio. Para que houvesse
eleitores, o povo devia permanecer ali, convinha ento
tranquiliz-lo, e o relatrio da comisso cientfica certamente
contribuiu para isto!
A Catstrofe No dia 8 de maio de 1902, depois de uma noite de
tormenta, de roncos surdos, So Pedro despertou tarde nesse dia da
Ascenso. Espessas nuvens negras, opacas, escureciam o cu. O vapor
Rubis que deixava o porto s 6:30 h em direo Fort-de-France, foi
tomado de assalto por numerosos viajantes. Ele foi literalmente
invadido por grupos de pessoas que se agarravam em todas as par-tes
do navio. Muitos habitantes, aterrorizados pela noite que atinham
acabado de passar, se tinham resolvido a partir. Os carrilhes
tocaram todos os sinos chamando os fiis aos primeiros ofcios do dia
da Ascenso. De repente, se ouviu uma exploso terrvel. Eram 7:50 h;
foi a hora fatal que ficou inscrita no relgio encontrado no
hospital mantido pelos Padres de So Joo de Deus.
Um rudo, comparvel ao de centenas de sirenes de navios tocando
ao mesmo tempo, encheu o ar, e uma nuvem de fumaa, inchada,
espessa, negra, sulcada de clares, escapou do vul-co entreaberto e,
num piscar de olhos, se precipitou sobre a cidade, a cobriu,
sufocou, a-brasou, rolou sobre o mar, e depois se dilatando em
todos os sentidos, cresceu como uma montanha de cinza e de
fogo.
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Depois de ultrapassar a cidade, a nuvem parou subitamente,
repelida por um violento vento contrrio. Ento se pde perceber a
cidade: uma fumaa opaca cobria a infeliz cidade com o seu vu negro
e impene-trvel de onde jorravam, a intervalos, milhares de flamas.
Na hora fatal, o receptor de telefone de Fort-de-France, M.Lodon,
estava desde alguns instantes conver-sando com o seu colega de So
Pedro, quando este se calou bruscamente no meio de uma palavra
inacabada. Enquanto que todas as sirenes apitavam, M. Lodon sentiu
um violento tremor eltrico e percebeu um ester-tor de agonia e como
o rudo de um vasto desmoronamento. E, claro, a ligao se
interrompeu. A destruio tinha se completado. 70 segundos bastaram
para varrer a cidade de So Pedro da Martinica do mapa. Ento, uma
chuva de cinza fina cobriu o drama como uma mortalha. Da cidade s
restava um braseiro, paredes despedaadas e calcinadas, um monte
indescritvel de entulho e de rvores carbonizadas. Dos 40.000
habitantes que presenciaram o drama, nem um escapou; eles foram
queimados, asfixiados, fulmina-dos, eletrocutados num instante.
. So Pedro da Martinica depois da catstrofe.
As fotografias da cidade destruda nos fazem imediatamente pensar
nas fotos de Hiroshima destruda pela bomba atmica. So Pedro d a
impresso de ter sido destruda por um gigantesco sopro: a esttua de
Notre-Dame-de Bon-Port, protetora dos marinheiros, foi encontrada a
uma dezena de metros do seu pedestal. Ela pesava 5 toneladas e
estava situada a 5 km da cratera! Um sino da catedral foi
consideravelmente deformado pelo efeito do calor. Exposto no museu
do vulco, ele talvez a lembrana mais impressionante e que mais
ajuda a fazer uma idia da potncia do cataclisma; esse sino pesa uma
tonelada e parece ter sido comprimido por um punho de ferro! Apenas
1 dos 400 barcos ancorados no momento do cataclisma, o Roddam,
escapou ao desastre. Temos a narrao feita por um de seus
passageiros:
Quando a coluna de fogo e de larvas se abateu sobre a cidade, um
imenso clamor se elevou; gritos de desespero e angstia. Esse clamor
lgubre e pungente foi tal, que ultrapassou em potncia o rudo das
ondas e o roncar do vulco. Vimos uma multido se precipitar para a
praia. Mas os infelizes no corriam muito tempo, naquele fogo que os
envolvia. Eles caam como moscas, e os que chegaram at a beira do
mar onde eles pen-savam encontrar a salvao, foram de uma s vez
engolidos por uma imensa lama que os arrastou. Alm disso, as ondas
se tinham tornado ferventes, e as pobres vtimas foram queimadas
antes mesmo de se afogarem.
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O barco foi recoberto com 10 toneladas de cinza incandescente,
apesar da distncia que o separava da praia. Ele chegou a Santa Lcia
num estado dos mais lamentveis, a bordo s havia mortos e
moribundos, ningum sobreviveu s queimaduras sofridas.
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Runas da cidade de So Pedro da Martinica aps a erupo.
Porque o drama de 8 de maio de 1902 um castigo? Recentemente, o
filme Titanic suscitou muitos artigos da imprensa. Mas jamais se
fez meno das ins-
cries blasfemas feitas sobre seu casco durante sua construo: nem
se menciona que sua destruio, antes mesmo de terminar sua primeira
viagem, poderia ser uma resposta divina aos ataques dos homens. Da
mes-ma forma, no que diz respeito erupo de 1902, no se encontrar
meno desta possvel explicao em nenhum trabalho recente, em nenhum
guia turstico, mas ela persiste no corao dos antigos, e os mais
no-vos ouviram falar dela, como essa antilhana que me fazia visitar
o museu do vulco...
A espada de fogo
Durante o ano que precedeu a catstrofe relatada, ocorreram no
convento do Livramento pressgios si-nistros, sinais espantosos,
pressentimentos, dolorosas intuies.
Nove meses antes da erupo, duas Irms que residiam em So Pedro,
no mesmo dia, ainda que encon-trando-se em lugares diferentes,
viram uma espada de fogo pairar sobre a cidade, como que retida por
uma mo invisvel. Espantadas, perguntavam-se, cada uma de seu lado,
o que isto poderia significar... Consterna-das, elas guardaram seu
segredo at a hora da recreao. Ento uma delas disse suas Irms
reunidas: Oh! Eu vi uma coisa extraordinria e espantosa! A segunda
religiosa, testemunha do prodgio, respondeu-lhe: Irm, impossvel que
a senhora tenha visto algo de mais espantoso e extraordinrio do que
o que eu vi. Diante da insistncia das outras Irms que pediam
explicao, elas fizeram a mesma declarao: viso muito clara de uma
espada de fogo que pairava sobre a cidade de So Pedro.
Na mesma poca, um fato extraordinrio aconteceu no Morne Rouge,
numa outra casa da mesma co-munidade religiosa. Durante vrios dias
seguidos, uma de minhas Irms e eu, _ relata Ir. Margarida-Maria _
ns encontramos as cortinas de nossos leitos cobertas de grandes
manchas vermelhas semelhantes a sangue. As cortinas foram renovadas
trs vezes e, cada vez, o mesmo fenmeno se reproduzia: sobretudo um
leito tinha as cortinas particularmente atingidas. Estupefao na
comunidade. Que significa esse fato estra-nho?_ diziam entre si as
religiosas _ talvez seja um anncio de martrio. Quanto a mim,
pensando nos progressos da perseguio religiosa, eu vi nisso um
pressgio de massacre...
Tambm no Convento do Livramento de Morne Rouge, durante os trs
meses que precederam o cata-clisma, ouvia-se noite, nos grandes
corredores, soluos, suspiros e oraes; durante o carnaval esse fatos
se produziram mesmo durante o dia, rudos de soluos eram percebidos
em vrios pontos do convento. Na 8
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tera-feira do Carnaval, no momento em que a comunidade
confessava suas culpas na igreja, a Rev. madre superiora, retida
por casa de doena na sala da comunidade, ouviu um choro na porta. O
rudo foi to forte que ela enviou uma religiosa que cuidava dela a
ver se no havia algum no corredor... Mas a religiosa no encontrou
ningum.
Contam-se ainda outros fatos misteriosos: uma imagem de Nossa
Senhora de Lourdes, cuja fisionomia sorridente mudou repentinamente
para exprimir uma grande tristeza, rudos de pratos quebrados num
con-vento de religiosas, uma lmpada que estremeceu.
Um castigo... Para punir qual crime? A esta questo, a jovem que
nos guiava nesse pequeno museu, de que eu lhes falei, no me
respondeu
dizendo: _ para punir os brancos por causa da escravido..., cuja
festa da abolio se comemora nesse ano o
150 aniversrio. _ ou: para punir os costumes relaxados. verdade
que as unies ilegtimas eram de longe as mais
numerosas, e que a rua das prostitutas era muito frequentada. O
ltimo mandamento do bispo D. Cormont era um apelo insistente a seu
diocesanos para os exortar a regularizar as unies ilegtimas e a
respeitar as leis do casamento.
No, ela mencionou sem hesitar os pecados contra a religio.
Citemos a obra de Louis Garaud, Trs anos na Martinica:
(...) Jamais as Saturnais em Roma, nem os Bacanais na Grcia,
ofereceram um semelhante es-petculo; nem a festa dos loucos, na
Idade Mdia, ostentou tamanho desvario de alegria. A imagina-o no
pode conceber semelhantes loucuras, um delrio to envolvente...
So Pedro, classificada como 101 cidade da Frana pelo seu luxo e
conforto, desenvolvia todos os v-
cios que a moleza pode gerar. A F no era somente objeto de
indiferena, ela era desprezada e insultada publicamente por um
pequeno nmero, ao menos sob a instigao da loja manica de So Pedro,
que era poderosa e muito ativa.
O carnaval, que toma propores inimaginveis nas Antilhas, se
dedicou naquele ano a atacar a religio. Os participantes,
disfarados de religiosos ou religiosas, zombavam da religio.
Algumas testemunhas afirmam que D. Cormont teve que encurtar a
procisso de Corpus Christi prece-dente em razo dos insultos e das
pedras que o cortejo recebia!
D.Cormont teve mesmo que deixar a Martinica alguns meses antes
da catstrofe a fim de acalmar os es-pritos. Com efeito, uma polmica
muito viva se tinha levantado devido ao fato que ele queria
conceder uma promoo a um de seus sobrinhos que era padre, quando um
mais antigo disputava o lugar... cada um deles tinha os seus
partidrios!
Na sua partida, algumas pessoas, estimulados pela Maonaria,
tinham-lhe jogado pedras. D. Cormont se voltou para elas dizendo:
Os senhores nos lanam pedras, o vulco as devolver. Estvamos no dia
10 de abril!
No seu livro Peregrinao fnebre s runas de So Pedro, U. Moerens
escreveu, na pg. 60:
Uma imprensa excessivamente violenta e mpia se esfora em
descristianizar este infeliz pas. Com uma viso estreita e
intolerante, aqueles que assumiram a misso de dirigir a opinio
pblica no cessam, sob qualquer pretexto, de espalhar a blasfmia e
de desprezar tudo o que h de mais respei-tvel e de mais
sagrado.
Essa obra sectria produzia seus frutos. Mas verossmil que foi a
ignbil profanao da Sexta-Feira
Santa, 28 de maro de 1902 que provocou a clera de Deus. Apoiada
pelo testemunho de um dos habitantes da Martinica, essa notcia
apareceu sob o ttulo Cristo
no vulco, no dia 5 de setembro de 1902, num dos maiores jornais
parisienses:
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No dia 28 de maro ltimo: Sexta-Feira Santa. Nossa alegre cidade
colonial se desperta nessa manh to calma, to cheia de frescor,
caracterstica das manhs tropicais. Atrs das varandas entre-abertas,
se pode perceber as donas-de-casa que se apressam a pr tudo em
ordem a fim de se dirigi-rem s igrejas. O sol se levanta docemente
no horizonte. A hora do almoo chega e cada um vai rom-per o jejum,
mas somente com um leve prato moda crioula: bacalhau com arroz.
Entretanto, um grupo barulhento se dirige para um dos principais
hotis da cidade onde uma festa est preparada. So os representantes
do livre-pensamento, que, para provar sua independncia de esprito,
vo co-mer com fanfarronada os alimentos mais gordos que eles podem
inventar, para se contrapor assim abstinncia universal. Numerosas
garrafas so abertas e rapidamente esvaziadas; e, quando esse bando
diablico est suficientemente embriagado, ele se pe a percorrer as
ruas da pequena capital a vociferar nomes imundos e a ridicularizar
a imagem de Cristo que eles trouxeram consigo.
Ei-los em pouco tempo fora da cidade, no caminho que leva
montanha. Diante deles, a monta-nha se eleva majestosa, destacando
o seu cume recortado sobre o azul do cu, e catorze vezes, no meio
de blasfmias infames, esse grupo para, fazendo estaes para parodiar
a Via-Sacra e desprezar as cenas da Paixo que a Igreja canta nesse
momento de maneira to dolorosa. Eles sobem, sobem, cada vez mais
agitados, inventando a cada passo as mais horrveis blasfmias. Por
fim, ei-los no cu-me... Eles contornam o lago de guas tranquilas,
chegam junto boca escancarada do vulco e l, no meio de uma dana
infernal, uivando e gesticulando, eles precipitam no fundo do
abismo a imagem daquele que, h dezenove sculos morreu na cruz para
resgatar as almas desses criminosos. No dia da Ascenso, entre os
estertores dos mortos e gritos de espanto, o vulco respondia aos
que tinham insultado Jesus Cristo, fazendo a cruz subir de novo aos
cus.
Com efeito, nesse ano de 1902, a quinta-feira 8 de maio caa no
dia da Ascenso... Acaso? Evidentemente, os livre-pensadores no
tinham nenhum interesse em que esta histria fosse conhecida.
Ela foi considerada como uma fbula, uma inveno dos catlicos e,
hoje, ela nunca citada.
Verdade ou Fantasia? Esse triste acontecimento foi autentificado
por Melnia, a menina que viu Nossa Senhora em La Salette,
qual o pe. Combe interrogar a respeito dessa catstrofe. _ A
senhora j sabia h muito tempo que essa catstrofe aconteceria? _ Sim
[respondeu Melnia]. _ Sabia disso atravs da apario de 1846? _ No
[respondeu ela]. necessrio arrancar-lhe tudo [retoma o pe. Combe],
e ainda assim ela s responde com um sim ou
com um no. _ Voc viu a erupo. Ento, fale. _ Ah, padre, eu estava
no meio dela. Na sexta-feira 16 de maio de 1902, o pe. Combe
escreve :
Eu percebi, embaixo de seu fogareiro, entre os papis para
queimar, uma carta de anncio de fa-lecimento de Madame X, viva, no
verso da qual Melnia tinha escrito no tempo futuro os prximos
castigos que se abateriam sobre a Martinica:
Ns no o roubamos, mas o compramos e o arrancamos da mo de Deus.
Ele no vai se con-tentar de advertir uma s vez suas amadas
criaturas que Ele tanto ama, nem duas, e mesmo quando sua justia
pede sua glria para vingar sua misericrdia ultrajada, esse bom
Divino Mestre adverte, mas como que ocultando isto sua justia. Ele
faz sentir docemente alguns tremores de terra inco-muns. assim que
ele vai fazer nessas pequenas Antilhas Francesas. Durante mais de
seis dias, ha-ver pequenos tremores intercalados por outros um
pouco maiores. Mas ai!, os homens tm ouvidos mas no ouvem. Por fim,
no dia 8 de maio de 1902, o fogo devorador cai sobre uma das
principais ci-dades da Martinica: So Pedro, a devora e a cobre de
cinzas e de runas de toda espcie. Alm da destruio dessa cidade, trs
outros lugares sero atingidos pelo mesmo fogo com vtimas, sem
contar
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11
os danos nas propriedades. O fogo no se ter acalmado
inteiramente na sua caverna. 12 dias depois do primeiro cataclisma,
Fort-de-France chorar e muitos outros choraro tambm
_ Esta meditao, a senhora a escreveu no dia 8, antes da erupo
[lhe pergunta o pe. Combe]? At aqui s a cidade de So Pedro foi
destruda, j se fala de 30.000 vtimas.
_ H 40.000 [responde Melnia]. _ Como a senhora viu por antecipao
a destruio de so Pedro, poderia me dizer o nome des-
ses lugares que tero a mesma sorte? [pergunta o pe. Combe]. _
Curbet ou Curba, um nome mais ou menos assim [responde Melnia].
Por ocasio de uma nova catstrofe que causou mil vtimas, os
jornais (Le Plerin de 14 de setembro de
1902) deram para a catstrofe de maio, depois de uma pesquisa
feita nos lugares atingidos, a cifra de 40.000 mortos.
No dia 22 de maio, o pe. Combe anota:
Eu desejava uma previso cuja anterioridade fosse para mim
materialmente certa, e eis que eu fui atendido. Notcia chegada
nessa manh: Cabogramas oficiais sobre a erupo dos dias 19 e 20 de
maio so bem sucintos, mas j se sabe que uma vila: Le Carbet,
situada sobre a costa a alguns quil-metros de So Pedro, foi
parcialmente destruda.
Eu lhe perguntei: _ Que crimes espantosos, alm da impureza,
puderam atrair, sobre essas popu-laes, consideradas muito catlicas,
semelhante tragdia?
Ela me contou que, na ltima Sexta-Feira Santa, um grande
crucifixo de mais de um metro foi ar-rastado nas ruas de So Pedro
com uma corda, e em seguida na subida de uma montanha e, chegado
junto a uma cratera, foi precipitado l dentro.
_ Para atrair a maldio de Deus sobre todo o lugar, esse
sacrilgio foi, portanto perpetrado por uma multido de homens e
mulheres? [pergunta o pe. Combe].
_ No, somente alguns [explicou Melnia], no entanto se lhes
deixou agir e uma dzia de meninos os seguia. A montanha rachou no
mesmo lado na manh da Ascenso. Como Deus pode punir dessa maneira?
Considere. a justia? Nos tempos de verdadeira f houve tambm
profanaes. A diferen-a que as profanaes eram denunciadas, e alguns
foram pesadamente condenados pelo poder civil; outros foram
castigados de maneira miraculosa. No caso da Martinica, a profanao
foi pblica, se dei-xou fazer; os meninos seguiam; entre a
Sexta-Feira Santa e a quinta feira da Ascenso ouviu-se dizer que
foram feitas preces de reparao ou que o clero organizou procisses,
penitncias pblicas que te-riam desarmado a clera de Deus? (ver: A
Apario da Santssima Virgem, de M. H. Bourgeois cassette audio n
4b)
Depois da destruio de So Pedro, foram necessrios dois dias at
que se pudesse por os ps sobre a
cinza fervente que cobria o solo da cidade destruda. (Isto torna
muito difcil a sobrevivncia de um prisio-neiro na sua cela, como
afirmou de Cyparis, que o circo Barnum mostrou em espetculo durante
anos, como um sobrevivente de So Pedro).
Um detalhe contado por um dos primeiros que se aventuraram a
entrar na cidade parece confirmar que o cataclisma foi um castigo
pela impiedade.
No meio de um caos de runas, eles no conseguiram mais reconhecer
a geografia da cidade,
que lhes era, no entanto bem familiar. Por toda parte se
amontoavam cadveres carbonizados, putrefa-tos, espalhando um odor
insuportvel que viciava a atmosfera... Na catedral, um
confessionrio ficou l em p, intacto. Perto dali, num pedao de
parede, um cartaz tinha sido apenas lambido pelas chamas enquanto
que outros tinham sido completamente carbonizados:
Jesus Cristo no pelourinho! A Virgem na estrebaria!, dizia a
espantosa inscrio, pois o espet-culo que se oferecia aos olhares
bem parecia uma resposta a esta blasfmia.
Uma coluna 300 metros de altura permaneceu fixada no cume do
vulco durante muitos anos. Com o
tempo, ela se enfraqueceu e desapareceu. noite, ela se tornava
incandescente, o que era impressionante. No era isto o dedo de Deus
mostrando a justia divina: Aquele que semeia ventos, colhe
tempestade?
-
No dia 16 e no dia 20 de maio, novas erupes fizeram novas
vtimas: curiosos e, sobretudo ladres que vinham como abutres para
despojar os cadveres de seus bens. Depois de 20 de maio,
encontrar-se-o mor-tos deitados sobre um saco de prataria que eles
se preparavam para levar; outro foi encontrado sobre um cadver ao
qual ele parecia estar arrancando uma joia!...
A erupo do dia 20 de maio, que foi muito forte, teve um efeito
sanitrio. Ela sepultou os cadveres, evitando assim o
desenvolvimento de epidemias.
A ltima erupo devastadora foi a de 30 de agosto de 1902, que
destruiu a cidade vizinha de Morne Rouge, provocando a morte de
2.000 pessoas. A igreja foi totalmente destruda, mas, no meio da
runa, os sobreviventes encontraram, um pouco enegrecida, a imagem
de Nossa Senhora do Livramento, conservada milagrosamente. Ela
permaneceu de p e intacta sobre o seu pedestal que no foi
abalado.
Desde ento, os habitantes da Martinica fazem, no dia 30 de
agosto, uma grande procisso em honra de sua padroeira.
Na tormenta, olhe para a estrela, invoque Maria.
Outro detalhe de So Pedro da Martinica depois da erupo.
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Olhe o que a Vidente Melania de La Sallete disse sobre a
catstrofe:
Eu lhe perguntei: _ Que crimes espantosos, alm da impureza,
puderam atrair, sobre es-sas populaes, consideradas muito catlicas,
semelhante tragdia?
Ela me contou que, na ltima Sexta-Feira Santa, um grande
crucifixo de mais de um metro foi arrastado nas ruas de So Pedro
com uma corda, e em seguida na subida de uma montanha e, chegado
junto a uma cratera, foi precipitado l dentro.
_ Para atrair a maldio de Deus sobre todo o lugar, esse
sacrilgio foi, portanto perpe-trado por uma multido de homens e
mulheres? [pergunta o pe. Combe].
_ No, somente alguns [explicou Melnia], no entanto se lhes
deixou agir e uma dzia de meninos os seguia. A montanha rachou no
mesmo lado na manh da Ascenso. Como Deus pode punir dessa maneira?
Considere. a justia? Nos tempos de verdadeira f houve tam-bm
profanaes. A diferena que as profanaes eram denunciadas, e alguns
foram pesa-damente condenados pelo poder civil; outros foram
castigados de maneira miraculosa. No ca-so da Martinica, a profanao
foi pblica, se deixou fazer; os meninos seguiam; entre a
Sexta-Feira Santa e a quinta feira da Ascenso ouviu-se dizer que
foram feitas preces de reparao ou que o clero organizou procisses,
penitncias pblicas que teriam desarmado a clera de Deus? (ver: A
Apario da Santssima Virgem, de M. H. Bourgeois cassette audio n
4b)
Retirado de Veritati nmeros 1 e 2, disponvel para baixar em
http://fbmv.wordpress.com/
Vingana da natureza ou Castigo de Deus?A ERUPO DA MONTANHA
PELADA NO SE BRINCA COM DEUS Porque no se evacuou a cidade?A
CatstrofeVerdade ou Fantasia?