A CULTURA DA CEBOLA Classificação Taxonômica Grupo: Angiosperma Classe: Monocotiledônea Subclasse: Dialipétala Ordem: Liliales Família: Alliaceae (As aliáceas abrangem as seguintes culturas condimentares, conhecidas no Brasil: cebola, alho, cebolinha e alho-porró. Mais recentemente, a combinação de dados morfológicos e moleculares tem reforçado a ideia de que as cerca de 750 espécies do gênero Allium pertencem, de fato, a família Alliaceae – a qual é distinta, mas estreitamente relacionada com a família Amaryllidaceae) Gênero: Allium Espécie: Allium cepa L. Distribuição Geográfica e Ecologia de Espécies Cultivadas do Gênero Allium Muitas espécies selvagens de Allium são comestíveis, sendo utilizadas como alimento, mas apenas poucas são cultivadas comercialmente. Atualmente, as espécies cultivadas em todo o mundo evoluíram de espécies selvagens das regiões montanhosas da Ásia Central. Nas plantas do gênero Allium, os rizomas, raízes e, em particular, bulbos podem ser os órgãos de reserva.
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A CULTURA DA CEBOLA
Classificação Taxonômica
Grupo: Angiosperma
Classe: Monocotiledônea
Subclasse: Dialipétala
Ordem: Liliales
Família: Alliaceae (As aliáceas abrangem as seguintes culturas condimentares, conhecidas no Brasil: cebola, alho, cebolinha e alho-porró. Mais recentemente, a combinação de dados morfológicos e moleculares tem reforçado a ideia de que as cerca de 750 espécies do gênero Allium pertencem, de fato, a família Alliaceae – a qual é distinta, mas estreitamente relacionada com a família Amaryllidaceae)
Gênero: Allium
Espécie: Allium cepa L.
Distribuição Geográfica e Ecologia de Espécies Cultivadas do Gênero Allium
Muitas espécies selvagens de Allium são comestíveis, sendo utilizadas como
alimento, mas apenas poucas são cultivadas comercialmente. Atualmente, as espécies
cultivadas em todo o mundo evoluíram de espécies selvagens das regiões montanhosas
da Ásia Central. Nas plantas do gênero Allium, os rizomas, raízes e, em particular,
bulbos podem ser os órgãos de reserva.
Uma das melhores formas de caracterizar o gênero Allium é por seus compostos
ricos em enxofre, os quais dão seu distinto aroma e pungência. Outro fator único sobre o
gênero Allium é o tamanho do seu genoma nuclear, com alta porcentagem de sequências
repetitivas. Com relação ao número básico de cromossomos, as espécies de Allium
podem apresentar 7, 8 ou 9. A maioria das espécies norte-americanas tem um número
básico de 7 e as da Eurásia um número básico de 8. Entretanto, em todo o mundo
encontram-se poucas espécies que possuem um número básico de 9 cromossomos.
Todos os Allium cultivados apresentam 8 cromossomos básicos. A cebola comum (A.
cepa), cebolinha-verde (A. fistulosum) e alho (A. sativum) são conhecidos como
diplóides (2n = 2x = 16). Entretanto, a poliploidia é encontrada em outras espécies, tais
como cebolinha-francesa (A. schoenoprasum; 2n = 2x = 16; 3x = 24 e 4x = 32), alho-
atividade inibidora de tromboses, ação antiasmática e efeitos antibióticos sobre
Staphylococcus aurens, além de redução da pressão sanguínea e dos níveis de
colesterol.
Pungência
A pungência é a combinação do sabor e aroma da cebola e causa irritação das
mucosas do nariz, boca e olhos, em razão da presença de compostos orgânicos
sulfurosos.
Os compostos responsáveis pelo sabor e aroma e pela pungência característicos
da cebola são formados pela decomposição enzimática de precursores sem odor, os
quais contêm enxofre nas suas estruturas. Os bulbos intactos da planta apresentam
apenas leve aroma, mas não possuem ação lacrimogênea. A ação do sistema enzimático
ocorre quando o tecido da cebola é injuriado (imediatamente após o corte), colocando a
enzima anilase, compartimentalizada no vacúolo da célula, em contato com os
precursores localizados no citoplasma, produzindo efeito lacrimatório e os vários
compostos causadores do sabor, aroma e pungência. O principal precursor do “flavor”
de cebolas é o composto sulfurado Sulfóxido de L-Cisteína S - (1-propenil), o qual, no
momento do corte, sofre o efeito da enzima alinase, dando origem aos Ácidos Sulfênico
e Pirúvico e à Amônia, como se observa na reação:
Sulfóxido alinase
de Ácido Sulfênico + Ácido pirúvico + Amônia
Cisteína água (aroma)
Óxido de Tiopropanal (lacrimogêneo) – o odor e o sabor típico é dado por um óleo volátil que excita as glândulas lacrimais por meio do princípio ativo óxido de tiopropanal, liberado quando as células são danificadas.
Diferenças na intensidade do sabor e aroma entre cultivares são devidas a
diferenças na concentração e proporção dos precursores sintetizados e na concentração e
atividade da anilase. Quanto mais alta a concentração dos precursores mais alto o sabor
o aroma e a pungência. Quanto à pungência, a cebola pode ser classificada em:
Fracas (cebolas suaves ou doces): 2 - 4 moles de ácido pirúvico por grama de massa
fresca;
Intermediárias: 8 - 10 moles de ácido pirúvico por grama de massa fresca;
Forte: 15 - 20 moles de ácido pirúvico por grama de massa fresca.
Como o ácido pirúvico e os compostos pungentes são formados em
concentrações equimolares pela ação da anilase, a concentração de ácido pirúvico é
usada como estimativa da pungência em cebola.
O tipo de cebola preferido varia com o mercado e preferência do consumidor.
Em muitos países desenvolvidos, a indústria de hortaliças e os consumidores dividem as
cultivares de cebola em dois grandes grupos: curadas para armazenamento e de
consumo fresco. As cebolas curadas são geralmente menores, mais firmes e pungentes e
resistem a vários meses de armazenamento. Devido ao seu menor tamanho e sabor forte,
as cebolas curadas são utilizadas principalmente para dar sabor a alimentos cozidos. As
cebolas de consumo fresco são maiores, mais macias, mais doces, e de sabor suave.
Possuem período de comercialização curto, devido ao período de colheita e de vida pós-
colheita curtos. Pelas suas características, são preferidas para serem consumidas em
saladas.
No Brasil, embora as cebolas cultivadas diferem substancialmente quanto às
suas qualidades organolépticas, não há segmento do mercado varejista, como ocorre em
outros países, que tratam de maneira diferenciada as cebolas destinadas ao consumo
fresco e as cebolas curadas (mais pungentes).
Ênfase sobre o benefício do consumo de cebola para a saúde humana associado à
segmentação do mercado tem ajudado a aumentar o consumo de cebola em países
desenvolvidos. Para garantir o abastecimento contínuo de cebola suave e doce no
período da entressafra, os Estados Unidos vêm importando cebola do tipo “Grano” e
“Granex” de países como México, Peru, Uruguai, Austrália e países da América
Central.
O nível máximo de pungência é controlado geneticamente, mas níveis abaixo do
máximo são respostas às condições ambientais em que as cebolas crescem. Uma
cultivar pungente pode ser mais suave em condições que favoreçam um mínimo de
sabor e aroma. Por sua vez, uma cultivar com potencial para ser suave pode ser
pungente se cultivada em condições para máxima expressão do sabor e aroma.
O potencial de uma cultivar absorver S-SO4-2 e sintetizar os precursores do sabor
e aroma é que determina em grande parte como será a intensidade do sabor e aroma e da
pungência de uma cebola. Excessiva fertilização com S-SO4-2, temperaturas muito altas
durante o crescimento e condições de crescimento em solo mais seco contribuem para
aumentar a intensidade da pungência da cebola. Evidências mostram que pungência
varia menos com as condições de cultivo para algumas cultivares do que para outras.
A coloração da cebola tem muito pouco a ver com o nível da pungência. Cebolas
de películas roxas, amarelas e brancas podem ser desde suaves a muito pungentes. Já as
cebolas brancas destinadas à industrialização são sempre pungentes a muito pungentes.
Praticamente, todas as cultivares do grupo “Grano” (Texas Early Grano 502, Texas
Early Grano 502 PRR, Texas Grano 502, entre outras) e “Granex” (Granex 33, Granex
429, entre outras), tradicionalmente plantadas no Brasil podem ser suaves e doces.
Bulbos armazenados por períodos de até 130 dias tendem a aumentar a
pungência, pois com a desidratação ocorre o aumento da concentração dos compostos
responsáveis pela pungência. Porém, após este período, os bulbos tendem a reduzir a
pungência, pois os compostos responsáveis pela mesma são utilizados pela planta como
fonte de N e caloria.
Bulbos colhidos após o estalo da cebola apresentam maior pungência.
A precipitação na época da colheita pode reduzir a pungência. A pungência
também varia de acordo com a cultivar.
É importante que instituições nacionais de pesquisa desenvolvam programas de
melhoramento específicos para obtenção de cultivares que naturalmente produzam
bulbos com sabor suave e adaptadas para as várias condições edafoclimáticas
predominantes nas regiões brasileiras produtoras de cebola. Constitui-se, portanto, em
desafio e oportunidade de pesquisa para o melhoramento genético de cebola e se insere
nas estratégias para aumentar a sustentabilidade do agronegócio de cebola no Brasil. A
cultivar São Paulo, lançada pela Embrapa Hortaliças em 1991, é uma cebola do grupo
das claras precoces suaves.
Para viabilizar a produção de cebolas suaves e doces no Brasil, é preciso definir
os locais e época para a produção, bem como o manejo cultural e de pós-colheita mais
adequados para se obter rendimento, qualidade e retorno econômico satisfatórios. É
necessário selecionar ambientes que propiciem intensidades baixas de sabor e aroma e
de pungência, ou seja, solos com disponibilidade baixa de S-SO4-2 e um programa de
fertilização que resulte em bulbos grandes e com pungência baixa. Outro aspecto
consiste na definição de um regime hídrico para a cultura, que possibilite um
suprimento abundante de água no solo durante o crescimento das plantas e resulte em
bulbos suculentos, menos pungentes e doces.
O baixo consumo de cebolas no Brasil é atribuído, em parte, à moderada ou alta
pungência das cultivares brasileiras, resultado do tipo de cebola plantado, do solo e do
manejo da lavoura. É necessário ressaltar que os consumidores tendem a ser
conservadores em sua preferência, rejeitando frequentemente tipos de bulbos não
familiares. Estratégias de marketing com inovações na forma de apresentação do
produto e informações à população sobre as qualidades nutracêuticas da cebola são
necessárias.
Usos
Devido ao uso da cebola ser mais restrito a condimentos que a fins alimentares,
seu consumo diário per capita é pequeno e a própria quantidade ingerida limita também
a sua ação nutricional. Porém, sob o ponto de vista condimentar, a cebola tem sido
muito utilizada, com crescente importância para a indústria de alimentos. Além de
utilizada como condimento, a cebola possui princípios químicos que têm sido utilizados
com frequência na indústria farmacêutica. Tanto para a indústria alimentar quanto
farmacêutica, torna-se necessário que a cebola (matéria prima) apresente quantidades
adequadas de alguns constituintes responsáveis por um maior rendimento industrial e
um produto processado de melhor qualidade.
Nos Estados Unidos, grande parte da produção de cebola tem sido
industrializada nas formas cozida, pickles congeladas, desidratadas (pó, flocos),
essência (óleo de cebola), bulbos enlatados (conserva) e desidratada a frio (freeze
dried). No Brasil, atualmente, é mais fácil encontrá-la industrializada na forma de flocos
desidratados, creme de cebola, pickles e bulbos enlatados (conserva).
Clima
A cebola é planta tipicamente bienal, com o ciclo biológico completo,
compondo-se de duas fases: a vegetativa e a reprodutiva. Na fase vegetativa há o
desenvolvimento e amadurecimento do bulbo. Na fase reprodutiva, dá-se o
florescimento e, subsequentemente, a produção de sementes, isto tratando-se de uma
cultivar totalmente adaptada.
A formação dos bulbos está relacionada com a interação entre a temperatura e o
fotoperíodo (duração do comprimento do dia). Nesta interação o fator mais importante é
o fotoperíodo, sendo decisivo na bulbificação. A espécie é de dia longo para bulbificar –
a planta de cebola só formará bulbo se o comprimento do dia (fotoperíodo) for igual ou
superior que o valor mínimo fisiologicamente exigido pela cultivar. Cada cultivar tem
sua exigência em horas de luz para iniciar o processo de bulbificação. Desse modo, se
uma determinada cultivar é exposta a uma condição fotoperiódica abaixo da exigida
haverá um elevado número de plantas que não irão se desenvolver, dando formação aos
conhecidos “charutos” ou “cebolões” (plantas imaturas, com hastes grossas). Se uma
cultivar é submetida a um fotoperíodo acima do requerido, a bulbificação iniciará,
podendo haver a formação prematura e indesejável de bulbos de tamanho reduzido, que
entram em dormência, sobretudo se essa condição ocorrer num estádio inicial de
desenvolvimento das plantas. Quando se cultiva cebola em baixos fotoperíodos (muito
curtos) artificialmente, as plantas formam folhas indefinidamente e não bulbificam.
De outro lado, ainda que a duração do dia seja o principal fator indutivo da
bulbificação seus efeitos são modificados pela temperatura. A influência da temperatura
pode-se manifestar nos diversos aspectos da cultura: afetando a capacidade de absorção
de nutrientes, em interação com o fotoperíodo alterando o ciclo da cultura,
condicionando a indução de estresse biótico e na indução do florescimento. A formação
de bulbos é acelerada em condições de altas temperaturas e sob condições de
temperaturas baixas o processo é retardado. Temperaturas acima de 30 ºC na fase inicial
de desenvolvimento das plantas podem provocar a bulbificação prematura indesejável,
produzindo bulbos menores. Sob temperaturas mais baixas a bulbificação torna-se mais
tardia. Já a exposição das plantas a períodos prolongados de baixas temperaturas (< 10
°C) pode induzir o florescimento prematuro (“bolting”), que é altamente indesejável,
uma vez que se visa a produção comercial de bulbos e não de sementes. A temperatura
deve ser amena ou fria durante o crescimento vegetativo e ligeiramente mais elevada na
bulbificação. A temperatura ótima de bulbificação oscila de 25 a 30 ºC. Temperaturas
em torno de 15,5 a 21,1 °C promovem a formação de melhores bulbos e maior
produção. Após iniciar a formação dos bulbos, uma cultivar poderá ter sua maturação
acelerada ou retardada em função da temperatura. Clima quente e seco favorece a
perfeita maturação do bulbo e a colheita.
Resumindo, pode-se dizer que satisfeitas as necessidades de fotoperíodo
somente haverá boa formação de bulbos se a temperatura for favorável a cultivar
plantada. Temperaturas baixas predispõem a planta ao florescimento precoce, sem
formação de bulbos, enquanto que em temperaturas elevadas o tamanho dos bulbos será
reduzido e a maturação mais rápida.
O pendoamento assinala o início da etapa reprodutiva, que interessa apenas ao
produtor de sementes, sendo indesejável na cultura para obtenção de bulbos. O efeito da
baixa temperatura no florescimento é preponderante. A espécie é de dia curto para
florescer – requer fotoperíodo menor que o valor crítico da cultivar. O frio invernal
induz o pendoamento em campo nas regiões produtoras de semente no Rio Grande do
Sul.
A iniciação e o desenvolvimento do bulbo dependem, então, do fotoperíodo e da
temperatura. No entanto, a bulbificação é também afetada por outros fatores:
1) Tamanho da planta (tamanho, idade fisiológica e reservas armazenadas): Ex:
bulbinhos grandes e pequenos, da mesma idade: os maiores amadurecem antes;
plantas muito pequenas são insensíveis ao fotoperíodo;
2) Suprimento de N: Ex: altos níveis de N próximo ao fotoperíodo crítico retarda a
formação de bulbos e aumenta a frequência de plantas imaturas. Já a deficiência
antecipa a formação de bulbos;
3) Suprimento de água: Ex: o excesso de irrigação retarda a formação de bulbos em
20 dias ou mais em relação ao ciclo normal da cultura. Se quiser acelerar a
colheita, diminuir a irrigação.
Tais fatores devem ser adequadamente manejados, para obtenção de bulbos
comerciáveis.
Florescimento da cebola
O florescimento da cebola se dá por ação de baixas temperaturas sobre os bulbos
Semente Muda Bulbo Florescimento e Produção de Sementes
Baixas temperaturas (4 a 15 °C)
Faixa ideal (8 a 13 °C)
Sob a ação de baixas temperaturas os meristemas se diferenciam em gemas
florais.
Se bulbos vernalizados forem levados a campo sob condições de temperatura
elevada (> 28 °C) pode haver desvernalização.
A quantidade de frio necessário vai depender da cultivar e do tamanho dos
bulbos. Exs: cultivares como Excel e Texas Grano 502 são mais exigentes em frio do
que as cultivares nacionais. Plantas ou bulbos graúdos florescem mais facilmente.
Certas cultivares, ainda na fase vegetativa, se submetidas a baixas temperaturas,
podem florescer antes mesmo da formação de bulbos. Ex: cultivares do grupo Baia
plantadas em SP em março apresentam alta incidência de florescimento prematuro.
Para a produção comercial de sementes é necessário um “choque frio” sobre os
bulbos. Este pode ocorrer:
- no campo, como é feito na região de Bagé/RS, região essa tradicional na produção de
sementes de cebola;
- com vernalização dos bulbos em câmaras frias: SP, Planalto Central e principalmente
no Noedeste.
Época de Plantio
As distintas regiões produtoras de cebola no País apresentam diversidade quanto
às épocas de semeadura e colheita. Por isso, vem sendo possível suprir a demanda
nacional com a produção interna durante todo o ano.
A época de plantio deve ser definida em função da compatibilização das
exigências fisiológicas da cultivar a ser plantada com as condições ambientais locais e
do mercado consumidor. O plantio na época certa, determinado principalmente em
função das exigências de cada cultivar em relação ao fotoperíodo e temperatura,
proporciona aumento da produtividade e melhoria considerável na qualidade dos
bulbos.
A Região Sul (PR, SC e RS) efetua a semeadura no período compreendido de
abril a junho, com colheita de novembro a janeiro. A Região Sudeste (SP e MG) faz
semeadura no período de fevereiro a maio e colheita de julho a novembro. A Região
Nordeste (BA e PE) pratica a semeadura de janeiro a dezembro (o ano todo), com
concentração nos meses de janeiro a março, possibilitando um escalonamento de plantio
e produção com oferta de cebola em diferentes períodos. Com isso, há condições de
autosuficiência no abastecimento interno do País ao longo do ano.
Cultivares
A cebola é uma hortaliça fortemente influenciada por fatores ambientais, que
condicionam a adaptação de uma cultivar a determinadas regiões geográficas. As
cultivares de cebola são usualmente classificadas em função de suas exigências
fotoperiódicas, visto que o fotoperíodo é um fator limitante para a bulbificação e a
planta de cebola só formará bulbos se o comprimento do dia for igual ou superior a um
mínimo fisiologicamente exigido. Nesse sentido, as firmas produtoras de sementes têm
desenvolvido ou introduzido cultivares adaptadas às diversas regiões, dando ênfase na
produção de híbridos. Com as facilidades atuais de importação da Argentina, a escolha
da cultivar tornou-se ainda mais crítica, já que o produto nacional deve competir em
qualidade e preço.
Há considerável variabilidade entre as cultivares quanto ao mínimo de horas de
luz para promover o estímulo de bulbificação. Conforme a duração do ciclo e a
exigência fotoperiódica, as cultivares plantadas no Brasil podem didaticamente reunidas
em três grupos:
Cultivares de dias curtos (precoces): são menos exigentes em fotoperíodo,
desenvolvendo bulbos sob 11-12 horas de luz por dia. São de ciclo curto, com duração
de 4 a 5 meses, da semeadura à colheita. Características: plantas mais suscetíveis à
queima-de-alternária, bulbos de coloração externa bem clara, baixo teor de matéria seca,
sabor muito suave (preferido por certos consumidores), baixa capacidade de
conservação dos bulbos e alcance de menores cotações no mercado. As cultivares
precoces apresentam ampla adaptabilidade de cultivo em diversas regiões brasileiras.
Bons exemplos são os híbridos precoces Granex 33, Granex 90, Granex 429, Rio
Grande, Mercedes e Linda Vista. Uma cultivar que merece destaque é Alfa Tropical,
desenvolvida pela Embrapa Hortaliças e apropriada para a denominada “cultura de
verão”. Para o centro-sul tem sido recomendada a semeadura nos meses de novembro e
dezembro. A colheita de bulbos ocorre na entressafra de cebola, de março a maio,
substituindo o sistema de produção por bulbinhos, mais oneroso. Os bulbos são de
coloração baia clara, pungentes, predominando o formato globular; o ciclo da cultura é
de 120-135 dias da semeadura.
Cultivares intermediárias (de ciclo mediano): exigem de 12 a 14 horas de luz por dia. A
duração do ciclo da cultura é de 5 a 6 meses. Características: mediana resistência à
queima-de-alternária, bulbos de coloração mais acentuada, teor mediano de matéria
seca, sabor mais pungente, melhor conservação e bulbos mais valorizados no mercado.
As cultivares desse grupo apresentam adaptabilidade geográfica mais restrita, sendo o
fotoperíodo o fator limitante à cultura, o que pode ser exemplificado com as cultivares
não híbridas Baia Periforme, Bola Precoce, IPA-6, Baia Super Precoce e Roxa do
Barreiro.
Cultivares de dias longos (tardias): são as mais exigentes em fotoperíodo – acima de 14
horas de luz por dia. Apresentam ciclo mais longo, de 6-8 meses. Características: alta
resistência à queima-de-alternária, bulbos de coloração escura, com alto teor de matéria
seca, sabor muito acentuado, ótima conservação; são altamente valorizadas na
comercialização. Essas cultivares apresentam adaptabilidade restrita ao extremo sul
(RS, PR e SC), não se adaptando ao plantio no Centro-Sul. São exemplos de cultivares
brasileiras tardias, não híbridas: Rio Grande Bojuda, Jubileu e Bella Crioula.
O fotoperíodo varia de região para região, em função da latitude e da época do
ano. Desse modo, se uma cultivar do grupo intermediário for cultivada no Submédio
São Francisco, que tem uma duração aproximada de 11,5 a 12,5 horas de luz por dia,
poderá ter seu desenvolvimento fisiológico prejudicado e apresentar, entre outras
anomalias, um percentual elevado de plantas improdutivas, conhecidas como
“charutos”. Por outro lado, se uma cultivar de dias for utilizada em regiões com
fotoperíodo muito superior ao exigido haverá formação prematura de bulbos, que
normalmente não possuem valor comercial pelo seu reduzido tamanho.
É importante levar em consideração que essas exigências, em horas de luz, não
são rígidas, podendo, dentro de cada grupo, haver variações de uma hora para mais ou
para menos. Desse modo, dentro de cada classe, existe cultivares que variam suas
exigências em comprimento do dia. Além disso, é necessário ressaltar que o processo de
bulbificação sofre influência marcante também da temperatura, altitude, entre outros
fatores. Por exemplo, a época de plantio pode deslocar uma cultivar de uma classe para
outra.
No Brasil, em função da localização geográfica das principais áreas produtoras,
as cultivares localizadas enquadram-se nas classes de dias curtos e intermediários. Há
uma predominância marcante do emprego de cultivares comuns, de polinização aberta,
sendo o restante correspondente a cultivares híbridas importadas, destacando-se a
Granex 33 e Granex 429. Dentro do segmento de cultivares mais comuns, os tipos
nacionais Baia e Pera Norte e suas derivações respondem por 75-80% do mercado.
As cultivares do grupo Baia Periforme foram introduzidas pelos imigrantes
portugueses e açorianos que colonizaram as regiões litorâneas do Rio Grande do Sul.
Desde então, a partir do germoplasma original introduzido, os produtores da zona
ceboleira do Rio Grande do Sul selecionaram e vêm mantendo suas próprias
populações. A rigor, a Baia Periforme compreende diversas subpopulações
extremamente variáveis em coloração, tamanho, formato, maturidade, pungência, teor
de matéria seca, entre outras características de valor para o melhoramento. Plantas
macho-estéreis são facilmente encontradas nas inúmeras subpopulações do tipo Baia.
Por essa razão, atualmente, esse valioso germoplasma tem sido a base de todos os
programas de melhoramento genético (público e privado) dessa olerácea no país. Na
atualidade, existem inúmeras cultivares derivadas direta ou indiretamente do
germoplasma Baia/Pera Norte, adaptadas às diferentes latitudes onde a cebola é
cultivada no país.
As cultivares do grupo Baia são, de uma maneira geral, de fácil florescimento
prematuro, ou seja, são pouco exigentes em frio para passarem à fase reprodutiva. Daí
porque nas regiões Sul e Sudeste essas populações são cultivadas a partir da semeadura
em fins de abril e meados de maio (outono). Nessas regiões, o plantio antecipado, fim
de verão e início de outono (março), com as cultivares do tipo Baia, pode ser desastroso,
devido ao alto índice de florescimento prematuro, já que a elevada taxa de crescimento
da planta possibilita que ela atinja porte favorável à indução de florescimento durante o
período de temperaturas baixas de inverno.
Com relação a produtores e escolha de cultivares, a preocupação com a
competição externa colocou o atendimento às exigências do mercado como o principal
centro de atenção do agronegócio da cebola. Nesse aspecto, os produtores procuram por
produto com maior competitividade em qualidade, custos e preços, optando por
cultivares que garantam maior produtividade, apresentem maior resistência à doenças e
forneçam produtos comerciais com alto padrão de qualidade. Estas preferências incluem
cultivares de polinização aberta ou híbridos que proporcionem colheita uniforme,
exatamente dentro da época programada. Adicionalmente, essas cultivares ou híbridos
devem exibir padrão comercial similar ao do produto importado, especialmente quanto a
uniformidade no tamanho do bulbo, coloração, retenção de túnicas e sabor. Ademais,
percebe-se clara avidez por tecnologias para produção de cebolas menos pungentes
(tipos doces ou suaves), mais adequadas para consumo fresco em saladas, tipos mais
apropriados à industrialização (flocos e pó) e também cultivares mais adequadas para
cultivo em sistemas orgânicos, como forma de agregar maior valor ao produto nacional.
No segmento dos consumidores, observam-se preferências pela ótima qualidade
do produto, diversificação de tipos varietais (mais e menos pungentes), produtos
diferenciados (produção em sistemas orgânicos e agroecológicos), disposição dos
produtos classificados e melhor conservação pós-colheita. Os consumidores preferem
ainda cebolas com bulbos globulares com casca de coloração avermelhada, semelhante
a cor do pinhão.
Diante destas exigências, as instituições de pesquisas públicas e privadas vem
ajustando suas atividades para atender a demanda dos produtores e consumidores,
procurando desenvolver cultivares com características que atendam as tendências atuais
do mercado.
Na Bahia e Pernambuco as cultivares predominantes são as importadas claras
precoces e as da série IPA, apresentando conservação de 30 a 45 após a colheita. Em
São Paulo, na safra do cedo as cebolas produzidas são as claras precoces e nas
semeaduras tardias as baias periformes. Em Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal
predominam cultivares claras precoces e a baia periforme.
Em Santa Catarina as cultivares mais plantadas são as crioulas de túnicas
escuras, pungentes e com armazenamento pós-colheita que pode se estender por até 6
meses, e as cultivares baias periformes precoces. No Rio Grande do Sul os produtores
cultivam tradicionalmente cebolas do grupo baia periforme, cuja semente é produzida
no próprio estado. Dessa forma a oferta de cebola se distribui durante todo o ano.
Escolha e Preparo do Solo
Solos profundos de textura média e suficientemente férteis devem ser os
preferidos para se cultivar a cebola, pois possibilitam o bom desenvolvimento das raízes
e bulbos. Solos muito argilosos dificultam a formação de bulbos, além de deformá-los,
aumento o número de “charutos”. Solos arenosos apresentam o inconveniente de baixa
retenção, tanto de umidade como de adubos aplicados. Solos de má drenagem,
facilmente encharcáveis, devem ser evitados. A topografia deve favorecer as práticas de
mecanização e irrigação, bem como as práticas conservacionistas.
Um bom preparo do solo é indispensável. Aração e gradagem são operações
importantes, devendo ser feitas com antecedência ao transplante das mudas para o
campo. O terreno, depois de gradeado, deve ser nivelado em função do sistema de
plantio a ser adotado. Se o terreno é bem drenado e a irrigação for por aspersão, o
plantio poderá ser feito no nível do terreno. Caso o local seja mal drenado ou se utilizar
a irrigação por infiltração, o plantio será feito em canteiros separados por sulcos. Cada
canteiro terá aproximadamente 1,00 m de centro a centro de sulco e 15-20 cm de altura.
Em terrenos inclinados, os canteiros deverão ser feitos em nível contra o declive do
terreno; nestes canteiros abrem-se dois a três sulcos de plantio.
Calagem, Nutrição Mineral e Adubação
Calagem
Trata-se de uma hortaliça de relativa sensibilidade a acidez, produzindo bem na
faixa de pH de 5,5 a 6,5. Outras a consideram uma cultura medianamente sensível a
acidez, estando este limite situado a pH 6,0 para um bom desenvolvimento da cultura;
portanto, não podendo dispensar a boa calagem, se necessário.
Recomenda-se aplicar calcário quando a saturação por bases for inferior a 60%
suficientemente para elevá-la a 70-80% e se obter pH 6,0. O pH do solo influencia na
disponibilidade de nutrientes, nas atividades de microrganismos e, consequentemente,
no desenvolvimento da planta e rendimento e qualidade do bulbo. O calcário deve ser
incorporado 3 meses antes do plantio, por meio de uma aração profunda para
incorporação dos restos de cultura e, posteriormente, após a aração faz-se uma
gradagem para incorporação da segunda metade do calcário.
Características Fisiológicas da Planta
A cebola é uma planta que apresenta o sistema radicular fasciculado, com 20 a
200 raízes por planta, normalmente espessas (0,5 a 1,0 mm) e com pouca ramificação
ou presença de pêlos absorventes. O crescimento é bastante vertical, estendendo-se de
40 a 80 cm de profundidade. Poucas raízes atingem mais de 15 cm de raio em torno do
bulbo. Estas características apresentam implicações peculiares quanto à colocação e ao
suprimento de nutrientes. As folhas da planta são subcilíndricas ocas (tubulares), lisas e
cerosas, dificultando de certo modo a absorção de nutrientes de via foliar. O
crescimento da planta é bastante lento até os 115 dias de idade, cerca de 10% do total,
sendo que após este período o crescimento se intensifica até o final do ciclo, com
consequente pequena absorção de nutrientes.
Marcha de absorção de nutrientes
As quantidades dos nutrientes extraídos pela cultura da cebola variam segundo a
produtividade, a cultivar e mesmo com o tipo de solo, visto que certos nutrientes
prontamente disponíveis podem ser absorvidos em quantidades que excedam as
exigências metabólicas da planta. De modo geral, a curva de absorção de nutrientes
segue o padrão de crescimento da planta. Os nutrientes são absorvidos em quantidades
reduzidas até 100 dias, aumentando consideravelmente até os 160 dias.
Nutrientes mais absorvidos:
Em termos de porcentagem na matéria seca: K e N
Em termos de concentração dos nutrientes na planta, nos diferentes estádios de
crescimento: N, P e Ca atingem um máximo a 130 dias e K aos 100 dias. A partir daí,
decrescem à medida que a planta vai atingindo o final do ciclo.
O Mg apresenta pouca variação no teor percentual nas folhas secas e bulbo e,
após atingir o teor mais elevado aos 85 dias, decresce lentamente até alcançar o valor
mais baixo aos 190 dias. A concentração de S nas folhas aumenta lentamente até os 175
dias, diminuindo sensivelmente nos últimos 15 dias da cultura. No bulbo, o S atinge seu
teor mais elevado aos 100 dias, decrescendo com leve flutuação na fase de
amadurecimento da cebola.
Extrapolando-se as quantidades dos macronutrientes absorvidos por planta para
uma população de 166.666 plantas.ha-1, com uma produção de 36,7 t.ha-1, teria-se as
seguintes quantidades de macronutrientes e micronutrientes extraídos pela cultura da
cebola:
Sistemas de Cultivo
A) Semeadura seguida por Transplantio ou Processo de Mudas
O método de semeadura seguida por transplantio baseia-se na formação de
mudas e plantio destas em época (combinação fotoperíodo/temperatura) apropriada para
a cultivar em questão.
A semeadura é feita em sementeiras tradicionais, em sulcos transversais,
distanciados de 10-15 cm, com 10-15 mm de profundidade, sendo que para a obtenção
da quantidade de mudas adequadas ao plantio de 1 ha semeiam-se de 1,5 a 2,0 Kg de
sementes com germinação de 80 a 95% (70% é o padrão nacional mínimo), utilizando
3-4 g de sementes por metro quadrado de leito. Para a obtenção de cerca de 500.000
mudas – quantidade suficiente para o plantio de 1 ha – são necessárias sementeiras
comuns de 500-750 m2. É necessário semear de modo uniforme e espaçado, pois o
desbaste em excesso das mudinhas é prejudicial àquelas que permanecem.
As mudas são transplantadas 40 a 60 dias após a semeadura, quando
apresentarem 4-5 mm de diâmetro e 18-20 cm de altura. São transplantadas de modo
que fiquem à mesma profundidade que se encontravam na sementeira, ficando o coleto
situado pouco abaixo da superfície normal do terreno. É preferível utilizar mudas mais
novas, pois à medida que se atrasa o transplante, pode ocorrer prolongamento no ciclo
para a obtenção de bulbos maduros, pois as mudas mais velhas sofrem um maior choque
no transplante. O atraso também pode reduzir a produtividade. Os sulcos de transplante
são sempre longitudinais.
Semente ------------- Muda ------------------ Bulbo
Transplantio
Na “cultura de verão” o transplante de mudas mais novas, aos 30-38 dias,
previne o alongamento no ciclo e a redução na produtividade.
Este é o método mais utilizado de propagação, em todas as regiões produtoras
brasileiras, visto que é o mais conveniente, principalmente por aproveitar bem a
semente utilizada – de custo elevado e nem sempre disponível, na quantidade desejada.
No Rio Grande do Sul, que é um dos mais antigos centros de produção de
cebola, a produção está centralizada nos municípios de São José do Norte e Rio Grande
e as cultivares comumente utilizadas são Baia Periforme, Jubileu e Petrolini (cultivares
de dias curtos) e Pera Norte (cultivar de dias intermediários). São cebolas de boa
capacidade de conservação de bulbo, e abastecem o mercado brasileiro de janeiro a
maio. Já nas regiões de São José do Rio Pardo e Monte Alto são utilizadas as cultivares
Granex e Texas Grano 502, que são cultivares importadas de baixa conservação, as
quais devem ser colhidas e comercializadas imediatamente.
B) Semeadura Direta
O método de semeadura direta tem sido utilizado em algumas regiões
produtoras, mais tecnificadas, como Andradas-MG e São Gotardo-MG, com semeadeira
de precisão. Além de exigir um maior gasto em sementes (o dobro em relação à
produção de mudas), também há uma emergência desuniforme da cultura e dificuldade
na realização dos tratos culturais iniciais, principalmente controle de ervas daninhas.
Entretanto, as vantagens são preponderantes: encurtamento no ciclo, com
colheita mais precoce; aumento na produtividade; e redução substancial no custo de
produção.
C) Plantio por Bulbinhos
Este método é utilizado em Piedade-SP e em algumas outras poucas regiões, e
baseia-se na:
Semeadura em época cujo fotoperíodo é maior do que o apropriado para a
cultivar em questão, havendo com isso uma bulbificação precoce (bulbinhos);
Armazenamento dos bulbinhos, para quebra de dormência;
Plantio dos bulbinhos em época (fotoperíodo/temperatura) apropriada para a
cultivar em questão.
A semeadura é feita em agosto, em sementeiras tradicionais, com apenas 2-3 g
de sementes por metro quadrado de leito, sem desbaste ou transplante posteriores.
Podem ser utilizadas as cultivares Pira Ouro e Baia Periforme (do Rio Grande do Sul).
Os bulbinhos são colhidos de novembro a janeiro, com 10-30 mm de diâmetro; e logo
após são curados, sendo as folhas e raízes aparadas, e armazenados em caixas especiais,
empilhadas, ou em prateleiras. É necessário que o ambiente seja seco, arejado e fresco,
não frigorificado, para uma boa conservação dos bulbinhos. Em fevereiro-março,
plantam-se os bulbinhos, selecionados, colhendo-os, já desenvolvidos, aos quatro
meses. A colheita de bulbos comerciáveis ocorre na entressafra da cebola, em maio-
junho, o que constitui uma vantagem deste método.
Semeadura (agosto)
fotoperíodo e temperatura crescentes bulbificação precoce
Colheita de bulbinhos (novembro/janeiro)
seleção de bulbinhos
Armazenamento dos bulbinhos (para quebra de dormência)
seleção de bulbinhos
Plantio de bulbinhos (fevereiro/março)
Colheita de campo (maio/junho)
Desde que se disponha de bulbinhos prontos, este é o método por meio do qual é
mais fácil de implantar uma cultura de cebola, podendo ser, também, o mais vantajoso.
Entretanto, quando o olericultor é obrigado a produzi-los, o plantio por bulbinhos é mais
trabalhoso e oneroso, em relação à semeadura direta ou ao plantio por mudas.
Transplante e Espaçamento
Para o Estado de São Paulo, recomenda-se o transplante das mudas 30 a 50 dias
após a semeadura, utilizando-as com tamanho e diâmetro superiores a 18-20 cm e 3
mm, respectivamente. As mudas serão transplantadas para sulcos previamente
adubados, adotando-se o espaçamento de 25-35 cm entre os sulcos e 5 a 10 cm entre as
plantas dentro sulco. Tais espaçamentos são empregados nos diferentes métodos de
implantação da cultura. Observe-se que utilizando espaçamentos estreitos eleva-se o
número de plantas e de bulbos produzidos por hectare, porém reduz-se o tamanho dos
mesmos. Assim, devido à preferência da maioria dos consumidores por bulbos de
tamanho médio, deve-se ajustar o espaçamento para obter tais bulbos.
Há autores que sugerem que as mudas sejam transplantadas aos 40-60 dias após
a semeadura, quando apresentarem 4-5 mm de diâmetro. É prejudicial podar raízes e
folhas, sendo preferível utilizar mudas mais novas. As mudas são colocadas inteiras, em
sulcos com 3-5 cm de profundidade, abertos nos canteiros definitivos. No Brasil não é
usual o transplante mecânico. Na “cultura de verão” o transplante de mudas mais novas,
aos 30-38 dias após a semeadura, previne o prolongamento do ciclo e redução na
produtividade.
A semeadura em bandejas de isopor de 288 células, em estufa com laterais
abertas, começa a ser praticada. As mudas devem ser transportadas o mais rápido
possível para a área de produção. A profundidade é de 3-5 cm. O corte das folhas antes
do transplante é uma prática adotada em diversas regiões, o que não tem prejudicado o
alcance de altas produtividades. O produtor utiliza-se desta prática, em geral, quando
ocorrem chuvas em excesso e não se consegue fazer o transplante das mudas. Mudas
muito enfolhadas dificultam o plantio. Em algumas regiões não se utiliza desta prática,
conseguindo também altas produtividades. O corte das folhas expõe a planta a uma
maior incidência de doenças e, portanto, é necessária atenção quanto as pulverizações
com fungicidas.
O tamanho das mudas por ocasião do transplante é um fator que influencia no
rendimento da cultura. Na região do Submédio São Francisco as mudas atingem o ponto
ideal para transplante cerca de 30 dias após a semeadura, sendo utilizados espaçamentos
de 15 x 10 cm ou 10 x 10 cm, devendo-se eliminar as mudas finas ou as que
apresentarem algum problema fitossanitário.
Para o plantio por mudas em algumas regiões tem-se utilizado de 40-50 cm e 10
a 22 plantas por metro linear de cultivo. Esta variação no número de plantas por metro
linear ocorre principalmente devido ao tipo de cultivo e a cultivar utilizada. Algumas
cultivares, em especial os híbridos, aceitam um aumento na densidade de plantio; para
outras cultivares essa maior densidade pode ocasionar aumento da incidência de
doenças ou produção de bulbos de menor tamanho.
Outro importante fator a ser mencionado relaciona-se à localização do terreno.
Plantios em locais menos sujeitos à alta umidade, com melhor ventilação, aceitam
melhor o aumento na densidade.
Em algumas regiões o transplante ocorre em canteiros com largura de 1,0 a 1,2
m, construídos com enxadas rotativas. O espaçamento e número de linhas são variáveis,
mas em geral utilizam-se 4 linhas espaçadas de 25 cm e espaçamento entre plantas de 7-
8 cm, portanto, com uma densidade de plantio de 50-60 m-2. A semeadura direta ocorre
em canteiros similares ao descrito acima e com semeadoras de precisão. Em geral,
utiliza-se uma maior densidade de plantas por hectare. Neste caso, o espaçamento
utilizado entre linhas é de 25-30 cm e 20-25 plantas por metro linear.
A variação do número de plantas por unidade de área afeta a produtividade e a
qualidade dos bulbos. Em baixas populações se produz geralmente baixos rendimentos e
alta porcentagem de bulbos médios e grandes. Em cultivos com densidades maiores que
a ótima se tem bulbos pequenos e desuniformes de menor qualidade comercial,
comparativamente ao cultivo em densidade adequada.
Controle de Plantas Daninhas
As plantas daninhas constituem sério problema para a cultura da cebola, uma
vez que a planta cultivada apresenta porte baixo e desenvolvimento inicial relativamente
lento. Também em razão da própria arquitetura, com folhas eretas e cilíndricas, essa
cultura cobre irregularmente o solo, permitindo então a germinação das plantas daninhas
em qualquer fase de seu desenvolvimento.
Tanto na semeadura direta como na transplantada, o espaçamento entre plantas é
pequeno, o que dificulta e encarece a capina manual e praticamente inviabiliza a
mecanizada. O ciclo relativamente longo exige que sejam feitas várias capinas para se
evitar que as plantas sofram concorrência com as plantas daninhas. Todos esses
problemas fazem com que o êxito da cultura da cebola dependa do uso correto de
herbicidas.
O controle de plantas daninhas em cebola é muito importante, principalmente, a
partir do primeiro mês após o transplante, devido a seu pequeno porte, crescimento
lento e requererem boa luminosidade para o seu perfeito desenvolvimento. Das práticas
disponíveis para o controle das plantas daninhas, o controle químico é o ideal. Grande
parte do êxito da cultura de cebola deve-se ao uso correto de herbicidas. Algumas
recomendações são necessárias para uma boa e eficiente aplicação: a) evitar aplicações
de herbicidas quando há ventos fortes, para não ocorrer derivação; b) na aplicação em
pré-emergência o solo não deve conter torrões grandes, nem estar muito seco ou
encharcado; c) em pós-emergência deve-se evitar aplicação em plantas molhadas de
orvalho ou após a irrigação; d) o bico tipo leque é utilizado para aplicação de
herbicidas; e) antes da aplicação o produtor deve verificar a regulagem correta dos
equipamentos visando obter-se a vazão recomendada dos herbicidas.
As capinas manuais, feitas com o auxílio de sachos e enxadas estreitas, somente
se justificam em sementeiras e em pequenos plantios e as capinas mecânicas são usadas
apenas nos carreadores e sulcos de irrigação. Como as raízes, inicialmente, se
desenvolvem cerca de 10 cm paralelamente à superfície do solo e à profundidade de 5
cm e somente após esta fase inicial é que elas crescem verticalmente, sendo difícil evitar
danos às raízes, a não ser com o uso de herbicidas.
Dentre os vários fatores que interferem na competição, a duração do tempo em
que a comunidade infestante provoca maior interferência na cultura assume grande
importância para o estabelecimento de um programa de controle de plantas daninhas, de
modo a minimizar os prejuízos. Assim, de modo geral, quanto maior for o tempo de
convivência entre a cultura e a comunidade infestante maior será o grau de interferência,
de acordo com a época do ciclo da cultura em que esse período ocorra.
Quando se trata de semeadura direta a competição das plantas daninhas é mais
prejudicial, reduzindo 30, 68 e 94% da produção de cebola quando a duração da
competição após a emergência for de 4, 5 e 6 semanas, respectivamente. A máxima
produtividade em semeadura direta ocorre quando há um período de 91 dias sem
competição de plantas daninhas (condições em que a cultura apresenta maior número de
folhas). As primeiras 4 semanas de crescimento são críticas para a produção e o máximo
de produção de bulbos é obtido quando a planta fica isenta de plantas daninhas por 7 a 8
semanas após o transplante.
Embora o controle da comunidade infestante possa ser efetuado com o auxílio de
cultivadores, cujo trabalho pode ser complementado pela limpeza manual com enxada, a
utilização de herbicidas nessa cultura torna-se uma opção altamente vantajosa. Isso se
deve principalmente ao pequeno espaçamento entre linhas, aliado ao ciclo relativamente
longo, que exige a realização de várias capinas, além da facilidade com que as raízes da
cultura são danificadas. Contudo, no que se refere aos herbicidas, diversas causas têm
impedido a obtenção de resultados positivos de controle, tais como: a) escolha errada do
produto em função da situação local; b) não utilização da quantidade preconizada; c)
erro de calibragem (falha no ajuste do equipamento de aplicação ou emprego em épocas
inoportunas). Acrescenta-se ainda o fato de que todos herbicidas possuem limitações
inerentes às suas próprias características, devendo-se, portanto, conhecê-las a fim de
tirar o máximo de proveito da potencialidade dos mesmos.
Assim, na escolha de um determinado herbicida deve-se sempre levar em
consideração alguns fatores, tais como: a) tipo de plantas daninhas; b) grau de
infestação e estádio de desenvolvimento das mesmas; c) tipo de solo em termos de
textura e porcentagem de matéria orgânica; d) cultivar utilizada; e) estádio de
desenvolvimento da cultura; f) presença de culturas vizinhas suscetíveis; g) rotação de
culturas e h) custo do referido tratamento.
Levando em consideração a época de aplicação, os herbicidas podem ser
classificados em:
a) herbicidas de pré-plantio incorporado (PPI): a aplicação deve ser realizada antes
do plantio, porém, em função de fatores relacionados com características
particulares do herbicida, devem ser incorporados ao solo de acordo com as
especificações técnicas do produto;
b) herbicidas de pré-emergência (PRÉ): também denominados de residuais. A
aplicação é realizada sobre o solo, antes da emergência das plantas daninhas, de
acordo com as especificações técnicas do produto. A aplicação deve ser efetuada
em solo bem preparado, livre de torrões ou restos vegetais e com boas condições
de umidade;
c) herbicidas de pós-emergência (PÓS): a aplicação é realizada após a emergência
da cultura e das plantas daninhas.
Quanto aos herbicidas seletivos, a aplicação é efetuada em cobertura total, sobre
a cultura e as plantas daninhas emergidas. Em relação aos herbicidas de ação total ou
não seletivos, a aplicação deve ser realizada na pré-semeadura ou antes do transplante
das mudas ou ainda, se necessário for, em jato dirigido às plantas objeto de controle. Em
ambos os casos, devem ser rigorosamente seguidas as especificações técnicas de uso de
cada produto, tais como estádio de desenvolvimento da cultura e das plantas daninhas,
dose de aplicação, tipo de solo, pressão, vazão de trabalho e “bicos’, além de outras
observações particulares de cada produto.
Muito embora as cultivares de cebola apresentam-se com folhas bastante
cerosas, de modo geral, aquelas com folhagens verde-opaco, devido a maior quantidade
de ceras, tendem a proporcionar maior resistência à ação de herbicidas do aquelas com
folhagens verde-brilhante, portadoras de menor quantidade de cerosidade foliar.
Doenças e Pragas
Doenças
Como medidas gerais de manejo das doenças mais importantes recomendam-se:
- seleção cuidadosa de locais para instalação de viveiros e plantios definitivos,
preferencialmente onde não haja histórico de ocorrência de doenças e que sejam
adequados ao bom desenvolvimento da planta;
- seleção de épocas de plantio desfavoráveis à ocorrência de doenças;
- utilização de cultivares resistentes, havendo disponibilidade;
- utilização de sementes e/ou mudas sadias;
- uso de mudas e bulbinhos indexados;
- obtenção de clones livres de vírus, por meio da cultura de meristemas;
- tratamento químico de sementes ou bulbinhos antes do plantio;
- tratamento do solo por solarização ou com brometo de metila, para áreas pequenas e
dependendo do patógeno;
- plantio adensado em viveiros e no campo deve ser evitado;
- plantio em solo de boa drenagem, com bom preparo, adubação e irrigação
equilibradas, para evitar estresses às plantas;
- para plantio, evitar locais onde, nas proximidades, haja plantas voluntárias ou culturas
velhas infectadas;
- eliminação de plantas hospedeiras de tripes próximas aos plantios de cebola;
- eliminação de plantas com sintomas no campo;
- eliminação de restos culturais infestados do campo de plantio;
- rotação com culturas não suscetíveis;
- pousio ou alqueive (para locais infestados com nematóides);
- irrigação com água com baixa chance de trazer inóculo;
- uso de máquinas e implementos não infestados e evitar a entrada na lavoura de pessoas
provenientes de locais infestados;
- pulverização com fungicidas, de forma racional, no campo (são importantes os
cuidados a serem tomados com fungicidas sistêmicos, para evitar a seleção de
populações do patógeno resistentes a estes produtos);
- controle de insetos que possam efetuar ferimentos ou serem vetores de viroses;
- colheita em época certa e estádio fenológico correto (maturação completa);
- manuseio cuidadoso dos bulbos durante a colheita e no armazenamento, para evitar
ferimentos;
- descarte de bulbos infectados ou com suspeita de infecção, na colheita e
armazenamento;
- não exposição dos bulbos ao sol;
- cura bem feita e armazenamento dos bulbos em condições de temperaturas baixas (4
ºC), baixa umidade e boa ventilação;
- higienização do local de processamento e armazenamento;
- uso de embalagens não infectadas.
Antracnose Foliar
(Glomerella cingulata (Stoneman) Spaud. & H. Scherenk.)
(Colletotricum gloeosporioides (Penz.) Penz. & Saac. In Penz.))
A antracnose foliar, também chamada de mal-de-sete-voltas, charuto, cachorro-
quente ou rola, é um dos maiores problemas fitossanitários da cebola no Brasil e ocorre
desde o viveiro até o armazenamento. É um problema no Vale do São Francisco e
outros locais onde se cultiva cebola em temperatura e umidade elevada, estando também
relacionada com o manejo da irrigação (irrigação por tabuleiro). No Nordeste e na
região de Guiricema-MG a doença causa perdas de até 100% da produção.
Sintomatologia: em viveiros, o fungo pode causar tombamento, principalmente
se transmitido pela semente. A infecção nos primeiros meses de plantio induz ao
retorcimento foliar, deixando o pescoço (pseudocaule) endurecido e com tonalidade
verde-clara. O pescoço tende a alongar-se e o bulbo e o bulbo toma a forma de charuto.
No campo observam-se reboleiras da doença e os sintomas típicos são enrolamento e
curvatura das folhas, alongamento anormal e enrolamento do pseudocaule. As lesões
nas folhas e pedúnculos são alongadas, com círculos concêntricos, onde se observam os
acérvulos escuros do fungo, que tornam-se necróticos. Nos bulbos são observadas
manchas e, durante o armazenamento, pode ocorrer apodrecimento. Os acérvulos negros
também podem ser observados nos pseudocaules e bulbos. Alguns dos sintomas podem
ser semelhantes aos causados por outros fungos, bactérias e fatores abióticos. Em
experimentos em condições de casa de vegetação, sintomas da doença foram observados
aos cinco dias da inoculação por atomização, independente da idade das plantas.
Etiologia e epidemiologia: a antracnose foliar é causada pelo ascomiceto
Glomerrella cingulata, cuja forma imperfeita é Colletotrichum gloeosporioides. No
campo, onde prevalece a forma imperfeita ou assexual, o patógeno sobrevive
normalmente em restos de cultura, principalmente naqueles mantidos na superfície do
solo. Em condições de alta umidade formam-se nos acérvulos massas gelatinosas róseo-
alaranjadas, que contêm os esporos do fungo. A água (chuva ou irrigação) dissolve a
massa gelatinosa e suas gotas dispersam os esporos. Restos de cultura infestados são
fonte de inóculo tão importantes quanto plantas de cebolas infectadas. Os esporos
atingem plantas de cebola e, sob condições de alta temperatura e umidade, germinam e
penetram diretamente nas folhas. observou-se que a severidade foi proporcional ao
aumento da temperatura no intervalo de 15 a 30 C, mas períodos de molhamento foliar
superiores a duas horas não influenciaram a severidade da doença.
O fungo pode também sobreviver em sementes e ser transmitido pó estas, a
longas distâncias, ou através de bulbinhos mudas doentes. Em amostras de sementes
comercializadas em Santa Catarina em 1989, 1991, 1992 e 1993, C. gloeosporioides foi
encontrado. Entretanto, não se detectou o patógeno associado a sementes na região de
Guiricema-MG.
Por meio de inoculações artificiais, o patógeno pode infectar outras espécies de
Allium, como A. cepa var. agregatum, A. fistulosum e A. porrum. Em teste com
inoculação cruzada com isolados de mangueira, jiló, mamoeiro e cebola, obtidos na
região de Guiricema-MG, isolados de cebola foram patogênicos a cebola e o isolado de
jiló foi patogênico a cebola e ao mamão. Com ferimento, todos os isolados de cebola
foram patogênicos a todos os hospedeiros testados e os isolados de todos os hospedeiros
foram patogênicos ao mamão. Assim, outras plantas podem ser, potencialmente, fontes
de inoculo de C. gloeosporioides para a cebola.
Controle: considerando-se que a disseminação do fungo no campo é lenta e
dependente de respingos de água, o controle da antracnose deve-se basear em duas
medidas fundamentais: uso de sementes/mudas sadias e eliminação, no campo de
plantio, de restos culturais infectados. O monitoramento periódico, do canteiro à
colheita, para detectar possíveis focos e eliminá-los, é também importante. A rotação de
culturas é também uma medida recomendável.
Há vários estudos buscando obter materiais resistentes à doenças. Com a
estimativa dos componentes de resistência, o acesso BGH 6911 e a cultivar Baia
Periforme foram promissores. Em condições de campo, ‘IPA 3’, ‘Belém IPA 9’,
‘Franciscana IPA 10’, ‘Vale Ouro IPA 11’ e ‘Roxinha de Belém’ foram resistentes. A
variedade Pira Ouro é também considerada resistente. Em programas de melhoramento,
a herança que controla a resistência a antracnose é do tipo poligênica, com ação gênica
predominantemente aditiva. A cultivar Barreiro (Roxa do Barreiro) é considerada uma
fonte de resistência a doença e através de programa de melhoramento da ESALQ/USP o
Dr. Cyro Paulino Costa obteve a cultivar Pira Ouro (cruzamento entre Barreiro x Baia
Periforme Precoce, com seleção para bulbos amarelos e resistência a antracnose)
Fungicidas são também recomendados para o controle da doença. Verificou-se
que apenas os tratamentos de mudas com fungicidas não foram eficientes para controle
da doença no campo, onde recomendam-se benomyl e tiabendazol, isolados ou em
mistura com mancozeb. Em casa de vegetação, em pulverização imediatamente após a
inoculação do patógeno em plantas de ‘Texas Early Grano 502’, benomyl e prochloraz
foram os fungicidas mais eficientes. Os produtos registrados para controle da doença
são aqueles a base de benomyl, tiofanato metílico, folpet, e oxicloreto de cobre.