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UNIVERSIDADE DE TRÁS OS MONTES E ALTO DOURO
ESCOLA DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E PSICOLOGIA
A ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E OS TEMPOS LIVRES
FUNDAÇÃO INATEL - ESTUDO DE CASO
Dissertação de Mestrado em Ciências da Educação, área de
Especialização em
Animação Sociocultural
Ana Isabel Gomes Silva
Orientador: Prof. Doutor Agostinho da Costa Diniz Gomes
Chaves, 2012
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UNIVERSIDADE DE TRÁS OS MONTES E ALTO DOURO
ESCOLA DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E PSICOLOGIA
A ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E OS TEMPOS LIVRES
FUNDAÇÃO INATEL - ESTUDO DE CASO
Dissertação de Mestrado em Ciências da Educação, área de
Especialização em
Animação Sociocultural
Ana Isabel Gomes Silva
Orientador: Prof. Doutor Agostinho da Costa Diniz Gomes
Chaves, 2012
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Dissertação para a obtenção do grau de
Mestre em Ciências da Educação, Área de
Especialização em Animação Sociocultural,
ao abrigo do artigo 16.º do Decreto -Lei n.º
74/2006, de 24 de Março, com as alterações
introduzidas pelos Decretos-Leis n.os
107/2008, de 25 de Junho, e 230/2009, de
14 de Setembro.
-
I
Agradecimentos
Sem o apoio, orientação e incentivo de várias pessoas, não teria
sido possível
realizar este trabalho de investigação. Por isso, não posso
deixar de lhes manifestar o
meu sincero agradecimento.
À UTAD, na pessoa do Magnífico Reitor, pelos meios
disponibilizados
À direção do mestrado, nomeadamente aos Professores Doutores
Marcelino Lopes e
Américo Nunes Peres
Ao Professor Doutor, Agostinho Gomes, professor que tem
acompanhado o meu
percurso escolar desde a infância, pela amizade, saber e
orientação
Aos colegas de mestrado da UTAD, pela disponibilidade e
consideração
À Fundação INATEL, onde tive a oportunidade de trabalhar,
conhecer, e com a qual
pude aprender
A todos os seniores que fizeram parte deste estudo
A todos os seniores que tive a oportunidade de conhecer no
terreno, com quem convivi
e aprendi
Aos colegas do Inatel Social, pelo carinho, amizade e apoio,
nomeadamente à Bárbara,
à Laura, à Alexandra, à Gisela e à Luciana, por terem estado
sempre presentes
À Dra. Estela Nogueira, chefe de divisão do Inatel Social, por
todo o apoio; estima e
simpatia
Aos meus sobrinhos Ana; Guilherme e Pedro, pelo carinho e
apreço
Aos meus irmãos Carlos e Marco, pela amizade, proteção e
estima
Ao meu pai, pelo apoio e palavras sábias
À minha mãe, por tudo o que tem feito por mim
Ao Carlos, meu namorado, companheiro e amigo, pelo apoio
incondicional, conforto e
carinho sempre dispensados
A todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a
realização deste trabalho.
-
II
Resumo
O presente trabalho tem como principal objetivo investigar a
participação das
pessoas nos programas organizados e geridos pela Fundação
INATEL, mais
concretamente no programa Turismo Sénior, analisando se esta
participação melhora a
ocupação do tempo livre, o bem-estar e a qualidade de vida
daqueles que nele
participam.
Na primeira parte deste estudo, fazemos uma pesquisa
bibliográfica sobre
organizações, associações, instituições e Fundações. Após esta
pesquisa descrevemos o
envelhecimento, a Animação Sociocultural, o tempo livre, as
atividades culturais e a
animação turística.
Numa segunda parte, referimos o tema, o problema, os objetivos,
a hipótese, a
amostra, a metodologia e as técnicas utilizadas nesta
investigação. Contextualizamos e
caracterizamos a Fundação INATEL, antiga FNAT e as suas ofertas
turísticas. Neste
contexto, fazemos uma breve descrição espacial e histórica de
Portugal, uma pequena
apresentação da cidade de Lisboa e, também, da cidade de
Bragança, como espaços de
observação participante.
Por último, apresentamos, analisamos e discutimos os resultados
dos dados
recolhidos, através de processos metodológicos configurados por
uma metodologia
qualitativa, baseada na observação participante, em entrevistas
e em questionários, com
questões abertas e fechadas, realizados via telefone com alguns
participantes do
Turismo Sénior 2009/2010 de todos os distritos de Portugal
continental. Estes
instrumentos de pesquisa foram fundamentais para a consecução
dos nossos objetivos.
Assim, refletimos sobre os seguintes aspetos: o valor
reconhecido pelos
participantes, relativamente à sua participação; a realização
individual sentida; as
relações humanas que emergem desta participação; os efeitos
terapêuticos reconhecidos
e o desenvolvimento cultural vivido.
Da análise dos dados recolhidos, a principal conclusão a que
chegamos é que os
inquiridos, valorizam, efetivamente, os programas como espaços
turísticos,
socioculturais e socioeducativos privilegiados, no âmbito do seu
tempo livre. O Turismo
sénior, programa organizado e gerido pelo INATEL é um espaço
onde a Animação
Sociocultural tem um papel fundamental.
Palavras Chave:- Animação Sociocultural; Envelhecimento; Lazer;
Qualidade de vida;
Tempo livre.
-
III
Abstract
The aim of this work is to investigate people affluence to
Fundação INATEL
organized and managed programs, specifically the participation
in Turismo Sénior
program, analyzing if it improves the free time occupation,
well-being and life quality
of those who participate.
First of all, we surveyed a bibliographical research about
organizations,
associations, institutions and Foundations. After that we
describe the aging, Socio-
cultural animation, free time, cultural activities and tourism
animation.
At the second part of this work, we refer to the subject, issue,
objectives,
hypothesis, sample, methodology and research techniques. Next we
characterize the
Fundação INATEL, the ancient FNAT and it tourism offerings. Then
we made a spatial
and historical description of Portugal and a little presentation
of Lisboa and Bragança.
Finally, we presented, analyzed and discussed the collected
results through a
qualitative methodology processes, initially based in a
participant observation and after
in a questionnaire method (through open and closed questions),
made via phone to some
Turismo Sénior 2009/2010 participants from all mainland Portugal
districts. These
questionnaires were essential to understand, interpret and
analyze our subject.
The main conclusion after the collected data analysis is that
the interviewed
recognized, effectively, a great value to those programs as a
tourism, socio-cultural and
socioeducational privileged spaces, in the context of their free
time.
Key Words:
- Sociocultural Animation; Aging; Leisure; Life quality; Free
time.
-
IV
Índice Geral
Agradecimentos
.............................................................................................................
I
Resumo
........................................................................................................................
II
Índice de Quadros
......................................................................................................
VII
Índice de Figuras
......................................................................................................
VIII
Índice de Gráficos
.......................................................................................................
IX
INTRODUÇÃO
............................................................................................................
0
PARTE I – Enquadramento Teórico
..............................................................................
2
CAPÍTULO I – Organizações: Conceitos
......................................................................
3
1.1 Organização, Associação e Instituição
.................................................................
4
1.2 Institutos Públicos e Fundações
.........................................................................
11
CAP II – Animação Sociocultural e envelhecimento ativo
........................................... 14
2.1 Animação Sociocultural
.....................................................................................
15
2.1.1 Conceito
......................................................................................................
15
2.1.2 A Animação Sociocultural em Portugal
....................................................... 16
2.1.3 Objetivos da Animação Sociocultural
.......................................................... 17
2.1.4 Âmbitos da Animação
Sociocultural............................................................
18
2.1.4.1 Dimensão etária
........................................................................................
19
2.2 Animação Sociocultural de Adultos e Seniores
.................................................. 20
2.2.1 O INATEL e a Animação Sociocultural
...................................................... 20
2.3 Animação Sociocultural na Terceira Idade
......................................................... 22
2.4 Envelhecimento
.................................................................................................
24
2.4.1 Envelhecimento Ativo e Animação Sociocultural
........................................ 25
2.4.2 Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da solidariedade
entre gerações ... 26
2.5 O Lazer e o Ócio na terceira idade
.....................................................................
28
2.6 A Animação Turística
........................................................................................
30
2.6.1 Animação Turística na Terceira Idade
......................................................... 31
2.7 Animador Sociocultural
.....................................................................................
33
2.8 Animador Turístico e o seu papel
.......................................................................
35
Parte II – Estudo Empírico
..........................................................................................
36
CAP III – Parâmetros do estudo: Definição e Metodologia
.......................................... 37
3.1 Tema
.................................................................................................................
38
-
V
3.2 Problema: questões
............................................................................................
39
3.3 Objetivos
...........................................................................................................
40
3.4 Hipóteses
...........................................................................................................
41
3.5 Amostra
.............................................................................................................
43
3.6
Investigação.......................................................................................................
44
3.6.1. A ética em
Investigação..............................................................................
45
3.7 Paradigmas: Positivista, Interpretativo e Crítico
................................................. 47
3.8 Metodologias de Investigação em Animação Sociocultural
................................ 50
3.8.1 Metodologia Quantitativa/Qualitativa
.......................................................... 50
3.9 Metodologias utilizadas
.....................................................................................
52
3.9.1 Investigação-Ação
.......................................................................................
52
3.9.2 Estudo Etnográfico
......................................................................................
52
3.9.3 Estudo de Caso
............................................................................................
53
3.10 Técnicas
..........................................................................................................
55
3.10.1 Observação Participante
............................................................................
56
3.10.2 Entrevista
..................................................................................................
57
3.10.3 Questionário
..............................................................................................
58
3.10.4 Análise Documental e textos
.....................................................................
58
CAP IV- Trabalho de Campo
......................................................................................
59
4.1 Caracterização e Contextualização do Campo
.................................................... 60
4.2 FNAT – Federação Nacional para a Alegria no Trabalho
................................... 62
4.3 A Fundação Inatel como Instituição prestadora de serviços
sociais .................... 67
4.4 Associados da Fundação INATEL
.....................................................................
70
4.5 Revista Tempo Livre
.........................................................................................
71
4.6 Inatel Social
.......................................................................................................
72
4.6.1 Turismo Social
............................................................................................
72
4.6.2 Projetos
.......................................................................................................
77
4.6.2.1 Programas com comparticipação financeira governamental
...................... 77
4.6.2.2 Programas cujo suporte financeiro é da responsabilidade
da INATEL ...... 77
4.6.3 Turismo
Sénior............................................................................................
78
4.6.4 Saúde e Termalismo Sénior
.........................................................................
79
4.6.5 Portugal no Coração
....................................................................................
80
4.6.6 Abrir Portas à Diferença
..............................................................................
81
-
VI
4.6.7 Turismo Solidário
.......................................................................................
82
4.6.8 60+ Açores
..................................................................................................
83
4.6.9 Turismo Educativo Júnior
...........................................................................
84
4.6.10 Conversa Amiga | Linha telefónica de apoio
.............................................. 85
4.7 Espaços de observação e participação
................................................................
86
4.8 Recolha e apresentação dos dados
......................................................................
89
4.9 Análise e discussão dos resultados
...................................................................
109
4.10 Síntese do trabalho de campo
.........................................................................
110
CONCLUSÃO
..........................................................................................................
111
Bibliografia
...............................................................................................................
114
Webgrafia
.................................................................................................................
119
Anexos......................................................................................................................
120
-
VII
Índice de Quadros
Quadro nº. 1 – Estruturas Públicas responsáveis por programas de
Animação de Adultos ........ 63
Quadro nº. 2 - Património Material Fundação INATEL
........................................................... 65
Quadro nº. 3 – Pacote de ofertas do programa
.........................................................................
76
-
VIII
Índice de Figuras
Figura Nº. 1 – Mapa dos distritos de Portugal
..........................................................................
43
Figura Nº. 2 – Serviços Fundação INATEL
.............................................................................
66
Figura Nº. 4 - Mapa de Portugal com destaque para o distrito de
Lisboa .................................. 86
Figura Nº. 3 – Mapa de Portugal com destaque para o distrito de
Bragança ............................. 87
../Downloads/Texto%20tese%20Ana%202ª%20versão.doc#_Toc344822919../Downloads/Texto%20tese%20Ana%202ª%20versão.doc#_Toc344822921../Downloads/Texto%20tese%20Ana%202ª%20versão.doc#_Toc344822922
-
IX
Índice de Gráficos
Gráfico 1 - Género dos Participantes
......................................................................................
89
Gráfico 2 - Idade dos Participantes
.........................................................................................
90
Gráfico 3 - Estado Civil dos Participantes
..............................................................................
91
Gráfico 4 - Ocupação dos Participantes
..................................................................................
91
Gráfico 5 - Nível educacional dos Participantes
......................................................................
92
Gráfico 6 - Número de vezes que os inquiridos participaram no
programa T.S. ....................... 93
Gráfico 7 - Regiões visitadas
..................................................................................................
93
Gráfico 8 - Participação nas atividades diárias
........................................................................
94
Gráfico 9 - Opinião sobre as atividades
..................................................................................
94
Gráfico 10 - Participação nos passeios diários
........................................................................
95
Gráfico 11 - O preferido da programação
...............................................................................
96
Gráfico 12 - Dificuldades vividas durante a estadia
................................................................
97
Gráfico 13 - Avaliação do programa quanto à melhoria do bem
estar e qualidade de vida dos
participantes............................................................................................................................
98
Gráfico 14 - Vontade dos participantes em repetir os programas
............................................. 99
Gráfico 15 - Vontade dos participantes em repetir os destinos
.............................................. 100
Gráfico 16 - Opinião sobre o conhecimento adquirido
.......................................................... 100
Gráfico 17 - Opinião sobre o contributo da Fundação INATEL para
o país ........................... 101
Gráfico 18 - Como foi realizada a viagem quanto a companhia
............................................. 101
Gráfico 19 - integração no grupo
..........................................................................................
102
Gráfico 20 - Opinião sobre o papel do animador quanto ao seu
contributo na integração dos
participantes..........................................................................................................................
103
Gráfico 21 - Preferências na escolha da Instituição
...............................................................
104
Gráfico 22 - Opinião sobre o custo em relação a outros programas
de outras Instituições ...... 105
Gráfico 23 - Opinião sobre o papel da Fundação Inatel quanto à
ocupação do tempo livre, ócio
e lazer
...................................................................................................................................
106
-
X
Gráfico 24 - Opinião sobre o cumprimento do objetivo da Fundação
Inatel........................... 107
Gráfico 25 - Opinião sobre a justificação existência da Fundação
INATEL .......................... 108
-
XI
Siglas
APD - Abrir Portas à Diferença (Programa organizado e gerido
pela
Fundação INATEL)
ASC - Animação Sociocultural
BITS - Bureau International du Tourisme Social
CCD - Centros de Cultura e Desporto
CCT - Convenção Coletiva de Trabalho
CEE - Comunidade Económica Europeia
CNIS - Confederação Nacional das Instituições de
Solidariedade
CRP - Constituição da República Portuguesa
EIPSS - Estatuto das Instituições Particulares de Solidariedade
Social
FAOJ - Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis
FNAT - Federação Nacional para a Alegria no Trabalho
FNE - Federação Nacional dos sindicatos de educação e outros
IEFP - Instituto do Emprego e da Formação Profissional
IGFSS - Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social
IMERSO - Instituto Espanhol de Migraciones y Servicios
Sociales
INATEL - Instituto Nacional para o Aproveitamento dos Tempos
Livres
IPDJ - Instituto Português do Desporto e Juventude
IPSS - Instituição Particular de Solidariedade Social
MFA - Movimento das Forças Armadas
NATO - North Atlantic Treaty Organization
OMT - Organização Mundial do Turismo
PAII - Programa de Apoio Integrado a Idosos
PREC - Processo Revolucionário em Curso
TAP - Transportes Aéreos Portugueses
TS - Turismo Sénior
UH - Unidade Hoteleira
UTAD - Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
VAB - Valor Acrescentado Bruto
-
XII
Vivemos num tempo em que muitos insistem em anunciar
o fim das utopias; contudo, outros, como é o nosso caso,
resistimos e combatemos, tentando demonstrar que,
enquanto existir humanidade, a utopia é possível, como
sonho transformador da existência de um Novo Mundo
Peres e Lopes (2007:12)
-
INTRODUÇÃO
Como funcionária da fundação INATEL (Instituição Nacional para a
Alegria nos
Tempos Livres) e colaboradora como Animadora Sociocultural na
primeira fase do ano
de 2009, no desenrolar de um dos vários programas
governamentais, designado por
Turismo Sénior, consideramos oportuno, basear o trabalho de
dissertação, numa
experiência vivida.
A ação desenvolvida integra-se no âmbito do Turismo e da
Animação
Sociocultural, no plano social, político, cultural e
educativo.
Para Úcar, (citado por Lopes, 2006), a Animação persegue o
desenvolvimento
integral da comunidade e enfatiza mecanismos de dinamização e
mobilização para levar as
pessoas e grupos a agir, assumindo, por isso uma estratégia
educativa no sentido de levar as
pessoas a transformarem-se e a transformarem a realidade.
Atualmente, face à decadência de outras instituições sociais,
como a família, o
Estado Providência e grupos profissionais, estas iniciativas são
essenciais para o bem-
estar daqueles que se encontram numa fase caracterizada por mais
debilitada, a velhice,
dando-lhes a oportunidade de serem ativos e de interagirem com o
meio que os rodeia.
Ao longo do trabalho são descritas, de forma sucinta, várias
interpretações de
Animação Sociocultural, que fundamentam os projetos
desenvolvidos e geridos pelo
departamento Inatel Social, um dos departamentos existentes na
Fundação Inatel, que
procura proporcionar e motivar o turismo, essencialmente em
época baixa e em todo o
país, não descurando o interior, ou seja, as regiões mais
desertificadas. Nestes projetos,
dá-se primazia, para além do descrito, à realização de
atividades de índole sociocultural,
ao combate à solidão, ao bem-estar físico e mental, à diferença
como condição, à
interação e ao aproveitamento do tempo livre de forma
didática.
O que se pretende apurar com este trabalho de investigação
prende-se com os
resultados obtidos da participação nos programas, avaliando a
qualidade dos serviços
prestados e o efeito que estas experiências vividas
proporcionam.
No primeiro capítulo, definimos conceitos de organização,
associação,
instituição e fundação.
-
1
No segundo capítulo, interpretamos o conceito de animação
sociocultural e nas
várias vertentes, animador sociocultural e envelhecimento
ativo.
No terceiro capítulo, descrevemos o projeto de investigação,
definimos o tema, o
problema, os objetivos, a hipótese, a amostra, os paradigmas e a
metodologia e as
técnicas utilizadas.
No quarto capítulo, fazemos uma caracterização e
contextualização do campo
onde se realizou o nosso estudo, descrevemos a origem da
Fundação INATEL e a sua
oferta. Por último apresentamos os dados recolhidos, assim como,
analisamos e
discutimos os resultados.
Por último, na conclusão, fazemos a súmula das aprendizagens
efetivadas,
referimos as limitações e damos nota da prospetiva, face a
futuros desenvolvimentos
sobre o tema.
-
2
PARTE I – Enquadramento Teórico
-
3
CAPÍTULO I – Organizações: Conceitos
-
4
1.1 Organização, Associação e Instituição
Não podemos desenvolver o nosso trabalho, sem mencionarmos
alguns
conceitos como organização, associação e instituição, nos seus
aspetos orgânicos e
funcionais.
A humanidade chegou aos nossos dias, porque se organizou
socialmente, através
de sistemas mais ou menos complexos. Nas mais diversas fases da
sua vida, da saúde à
educação, do trabalho ao lazer, o homem teve necessidade de se
organizar para
satisfazer as suas necessidades. Ao longo dos tempos, o ser
humano desenvolveu-se de
diferentes maneiras em comunidades distintas, dando origem à
história e a culturas
diferentes, cimentadas por uma teia de relações, cujo grau de
complexidade aumentou
com a evolução. Esta heterogeneidade sobrevive, porque o homem,
como ser sociável e
na prossecução de fins comuns de determinado grupo, criou
estruturas organizativas nos
mais diversos aspetos da sua vida.
Segundo Bilhim (2001:19), organizações são unidades sociais
dominantes das
sociedades complexas, quer sejam industriais ou de informação.
Em todo o dia-a-dia
nos deparamos com a necessidade corrente das organizações na
nossa vida, recorremos
a Hospitais, frequentamos restaurantes, escolas e trabalhamos
numa organização, todas
elas com características e ações diferenciadas.
Estas organizações não são impenetráveis, acabadas, mas vivas e
sujeitas a
transformações, acompanhando as necessidades de determinado
momento histórico e a
ideologia dominante. Na sua génese de formação, está presente o
tipo de necessidades
públicas ou privadas do cidadão, satisfeito por organizações de
interesses públicos ou
privados conforme a ideologia dominante que rege o sistema.
O conceito de organização é abrangente, é um agrupamento
humano,
intencionalmente construído e reconstruído que tem por fim
otimizar meios para atingir
objetivos específicos. Uma organização nunca constitui uma
unidade pronta e acabada,
mas um organismo social vivo e sujeito a mudanças. Nela se
inserem organizações
privadas e públicas viradas para o lucro ou não, como clubes
recreativos, partidos
políticos, instituições de beneficência e organizações
empresariais.
-
5
A origem grega de organização, “organon”, que significa
instrumento, utensílio,
Bilhim (2001) refere que na literatura designa unidades e
entidades sociais como as
fabricas, os bancos e a Administração Pública, na qual estão
integradas pessoas que
interagem entre si e que têm em vista a realização de objetivos,
para além de certas
condutas e processos sociais, como organização de atividades,
disposição de meios para
um fim e a integração dos admitidos numa unidade congruente.
Schein define organização como sendo a coordenação racional de
atividades de
um certo número de pessoas tendo em vista a realização de um
objetivo ou intenção
explícita e comum, através de uma divisão do trabalho e funções,
de uma hierarquia de
autoridade e responsabilidade (Schein cit. Bilhim, 2001:27).
Outros especialistas interpretaram-na como estrutura social
concebida por
pessoas para apoiar a realização dos objetivos determinados,
cujas metas não seriam
alcançadas sem esses esforços reunidos.
Segundo Bilhim (2001) a organização é uma:
Entidade social, formalmente coordenada, possuindo fronteiras
delimitadas,
funcionando numa base relativamente constante, com a finalidade
de assegurar as
necessidades coletivas de segurança, cultura e bem-estar - a
qual depende da vontade
dos órgãos políticos, representativos de uma comunidade (Bilhim
2001:28).
Resumindo, a organização é o modo como um determinado sistema se
estrutura,
regido por regras que pode ter várias finalidades que vão
depender das necessidades da
sociedade onde a organização se insere e da própria vontade
política.
No que diz respeito à Associação e para melhor falarmos deste
tema, temos,
prioritariamente, de definir o conceito de associação, mais
propriamente, sobre as
associações que emergem da sociedade civil, coletividades com
personalidade jurídica,
de direito privado. Segundo a Enciclopédia Luso-Brasileira,
(s/d:1619) associação
consiste: (…) na união duradoura e organizada de pessoas que se
propõem conjugar esforços
para a prossecução em comum de determinados fins (…) que não se
traduzam em aproveito
económico para os associados, pois se assim não for chamam-se
sociedades.
-
6
A associação é a melhor forma da sociedade se organizar,
dinamizar vários
setores e manifestar-se democraticamente. O cidadão dispõe da
possibilidade de reunir,
partilhar e participar em todo o processo inerente à formação de
decisões, através de
mecanismos próprios. Este tipo de coletividades constitui um
meio de manifestação de
cidadania, substituindo ou complementando o Estado, nos mais
diversos domínios de
atuação.
Ferreira refere que:
o associativismo é um espaço, onde qualquer cidadão pode
encontrar um terreno para
a acção, um fórum para a reflexão, um coreto para a denúncia,
uma utopia para o
sonho, uma oportunidade para excluir a exclusão, uma arma para a
intervenção e uma força renovada de participação. Não um meio de
vassalagem e de mediação (Ferreira,
1995: s/p).
A área de abrangência de cada associação depende da sua génese
fundacional,
salvaguardada nos respetivos estatutos, os quais, protegem a
vontade dos sócios, as
condições de adesão, duração, fins e organização. De diversa
índole, existem inúmeras
associações no seio da sociedade, constituindo um espaço de
coesão social, convívio,
participação e relacionamento. À volta dos mesmos fins, os
cidadãos ligados pela
responsabilidade e partilha dos mesmos valores, manifestam a sua
cidadania,
contribuindo para o desenvolvimento do meio, realização pessoal
e sobrevivência do
indivíduo.
As associações são fontes de socialização, aglutinadoras de
várias sensibilidades,
que através da união dos indivíduos e do fomento de redes e
parcerias com outras
coletividades, combatem a fragilidade do tecido social,
modificando o quotidiano das
pessoas, assumindo importância no contexto local, regional ou
nacional, constituindo
autênticos pilares de desenvolvimento local no seio dos regimes
democráticos.
Segundo Mas et al (1998:15-16), qualquer ação por parte das
associações deve
ter características comuns, de entre as quais se destacam:
Participação Activa - participação activa, por parte das pessoas
que pretendam comprometer-se na acção da comunidade para animá-la,
reestruturá-la, criar serviços;
Organização: Na medida em que evoluem os objectivos, dever-se-á
organizar-se a
participação através de um conjunto de regras, determinando as
responsabilidades
comuns dos associados, permitindo igualmente que possam
expressar a sua opinião; Linhas de Acção: Há que estabelecer
objectivos comuns explícitos e deliberados por
todos. Programas e projectos para os associados.
-
7
O direito de associação, segundo a Enciclopédia Luso-Brasileira
(s/d:1620)
consiste: na faculdade de por em comum os meios ou esforços
individuais para
qualquer fim que não prejudique os direitos de outrem ou das
sociedades. A liberdade
de criação de associação, ao longo dos tempos, enfrentou
adversidades, conforme o
momento histórico. Esteve condicionada, limitada pelos diversos
regimes ao longo da
história, não só pela participação formal à autoridade
administrativa e judicial, mas
também, segundo a mesma fonte, pela submissão dos estatutos à
sua aprovação,
exercendo poderes de tutela, como fiscalização das deliberações
dos seus órgãos,
dissolução e extinção da associação.
Nos regimes democráticos o único controlo exercido pelo Estado é
o dos
tribunais, restrito à legalidade das deliberações dos seus
órgãos, quando estas sejam
impugnadas pelos associados ou pelo Ministério Publico. No
regime monárquico, o
direito de associação não foi consagrado nas constituições,
salvo na de 1838, artigo 14º,
mas de curta duração. Só em 1907, a Lei1 veio permitir a
formação livre de associação
sem dependência da aprovação dos seus estatutos pelo Estado.
A partir da implantação da república, a Constituição de 1911, no
seu artigo 3º
declarou livre o direito de associação, sujeitas a leis
especiais que determinam as
condições do seu exercício, tal doutrina mantém-se na
Constituição de 1933 e perdura
até à Lei 1901, de 1935, que define e proíbe as associações
secretas. No entanto, é na
primeira república que as associações, principalmente as de
caráter cultural, emergem
da sociedade como uma necessidade de cultivar a população. Como
refere Lopes, as
associações e as sociedades de cultura e de recreio aparecem
numa tentativa de
proporcionar, essencialmente, aos seus associados, recreio,
convívio e instrução
(Lopes, 2008:102).
Em 1940, a concordata, entre Portugal e a Santa Sé, regulou a
formação das
associações católicas. Através do Decreto-Lei 39660, de 1954,
declara lícita a formação
de Associações, desde que não tenham caráter secreto e cujos
objetivos não ofendam os
direitos de terceiros ou do bem público.
Esta doutrina, absorvida pelo regime vigente do Estado Novo,
desde a génese,
constituição e funcionamento de associação, tudo era regulado e
controlado pelo sistema
1 Lei da Sindicalização de 1907, que definiu normas para a
constituição de associações profissionais.
-
8
político que perdurou até à publicação do Decreto-Lei nº.
594/74, que obedece ao
espírito da Lei Constitucional 3/74, garantindo a todos os
cidadãos maiores de 18 anos,
o direito de constituir associação sem necessidade de
autorização prévia.
O direito fundamental do cidadão constitui uma das grandes
conquistas do
regime democrático, instaurado no 25 de Abril, consagrado na
Constituição da
Republica Portuguesa, aprovada em 2 de Abril de 1976, e
posteriores revisões, nº. 1/82,
de 30 de Setembro, nº. 1/89, de 8 de Julho, nº. 1/92, de 25 de
Novembro, n.º 1/97, de 20
de Setembro, nº. 1/2000, de 20 de Novembro e 1/2004 de 24 de
Julho, que nos diz o
seguinte no seu artigo 46º:
1. Os cidadãos têm o direito de, livremente e sem dependência de
qualquer autorização, constituir associações, desde que estas não
se destinem a promover a violência e os
respetivos fins não sejam contrários à lei penal.
2. As associações prosseguem livremente os seus fins sem
interferência das autoridades públicas e não podem ser dissolvidas
pelo Estado ou suspensas as suas atividades
senão nos casos previstos na lei e mediante decisão
judicial.
3. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação nem
coagido por
qualquer meio a permanecer nela. 4. Não são consentidas
associações armadas nem de tipo militar, militarizadas ou
paramilitares, nem organizações racistas ou que perfilhem a
ideologia fascista.
(Canotilho e Moreira, 1998:38)
Mais alude a CRP (Constituição da República Portuguesa) no seu
artigo 51.º, no
que concerne aos partidos políticos:
1. A liberdade de associação compreende o direito de constituir
ou participar em
associações e partidos políticos e de através deles concorrer
democraticamente para a
formação da vontade popular e a organização do poder político.
(Canotilho e Moreira,
1998:40)
Destaca também, na alínea 3 do artigo 60º, os direitos dos
consumidores:
3. As associações de consumidores e as cooperativas de consumo
têm direito, nos termos da lei, ao apoio do Estado e a ser ouvidas
sobre as questões que digam respeito
à defesa dos consumidores, sendo-lhes reconhecida legitimidade
processual para
defesa dos seus associados ou de interesses colectivos ou
difusos. (Canotilho e Moreira, 1998:49)
Após o 25 de Abril, os cidadãos puderam associar-se, agrupar-se,
manifestar-se
ideologicamente, dando lugar a todo o tipo de manifestações
culturais e recreativas,
surgindo, como afirma Pereira et al (2008), movimentos
socioculturais de iniciativa
popular: Associações de Bairro, Associações e comissões de
Moradores, Associações
-
9
de Jovens, Associações de Cultura Popular, Grupos de teatro,
Centros de convívio,
Centros Sociais, Grupos de Paroquia, Associações de Estudantes,
Grupos de Estudantes,
Grupos desportivos, Grupos Musicais, escolas de Música, Centros
Culturais.
Na tentativa de responder a esta nova dinâmica dos movimentos
populares, o
Estado, promove ações de formação de animadores através do
INATEL (Instituto
Nacional para o Aproveitamento dos Tempos Livres) e o FAOJ
(Fundo de Apoio aos
Organismos Juvenis, hoje IPDJ (Instituto Português do Desporto e
Juventude) e publica
novas atribuições do INATEL, através dos Decretos-Lei nº. 184/75
e nº. 519-J2/79, de
29 de Dezembro:
Artº. 7º - Atribuições de carácter cultural: No exercício das
suas funções de carácter cultural, deve o INATEL, estimular e
apoiar
o interesse dos sócios pela fruição e criação culturais,
recreativas e sociais,
nomeadamente: a) Aproveitando as potencialidades, que nesse
domínio, oferecem, o teatro, o cinema, a
televisão, a radio e a imprensa e outros meios disponíveis com
relevância cultural e
artística;
b) Apoiando a criação e o desenvolvimento de agrupamentos
artísticos; c) Apoiando e promovendo a realização de conferências,
a criação de bibliotecas, a
organização de centros culturais, a edição de publicações e
outras iniciativas de
carácter cultural. Artº. 8º - Atribuições de carácter
recreativo:
No exercício das suas funções de carácter recreativo, deve o
INATEL, promover e
apoiar iniciativas que possam proporcionar aos sócios formas de
ocupação recreativa.
Artº 9º - Atribuições de carácter social No exercício das suas
funções de carácter social, deve o INATEL, proporcionar as
iniciativas de caráter social que estejam ao seu alcance,
nomeadamente:
a) Criando, desenvolvendo e gerindo centros de férias e de
repouso, parques de campismo e outras formas de alojamento para
descanso;
b) Intensificando o aproveitamento das suas estruturas, nos
períodos de menor utilização, por parte de pensionistas e
reformados.
Com a entrada de Portugal na CEE (Comunidade Económica
Europeia), há
alterações neste sector e, gradualmente, as iniciativas de
origem popular, debaixo para
cima, de cariz endógeno, o associativismo, o voluntariado, o
altruísmo e a entrega
romântica às causas, perdem relevância. A este propósito, os
autores atrás referidos,
mencionam que a Junta Central das Casas do Povo são extintas, o
FAOJ (Fundo de
Apoio aos Organismos Juvenis) muda de nome e forma de intervir,
sendo que, apenas o
INATEL fica ligado ao associativismo popular, mas confinado às
suas especificidades
de apoio aos CCD (Centros de Cultura e Desporto) e aos sócios
individuais, cujo apoio,
ainda hoje persiste. (Pereira et al, 2008:65). Mas foi neste
período, que, com a entrada
de fundos comunitários, se deram grandes mudanças, sobretudo na
construção de
-
10
infraestruturas, desvalorização do voluntariado e do
associativismo, motivada pela
proliferação de bolsas de formação, algumas das quais, sem
qualquer importância para o
desenvolvimento sociocultural ou socioprofissional do país,
levando a que um
significativo número de jovens encarasse o associativismo como
uma atitude
mercantilista. Não se fazia nada que não fosse pago.
Com a descentralização de atribuições do poder central para o
local, as
autarquias, através das infraestruturas, entretanto construídas,
dão nova ênfase, à
animação sociocultural, ao associativismo, à cultura, a ação
social, dotando
gradualmente os seus quadros de técnicos especializados nas mais
diferentes áreas.
Como refere, Pereira, et al (2008:66), as autarquias começam a
constituir grupos de
técnicos na área da animação, promovem ações e eventos,
dinamizam as associações e grupos
locais, abrem novos espaços de cultura e de animação, mandam
construir centros culturais,
recuperam e constroem teatros.
No nosso ponto de vista, estas ações de fim de século, não foram
uniformes a
todo o país, por vezes, carregadas de simbolismo ideológico,
conforme as sensibilidades
dos detentores do poder local vigente, sem a originalidade que
estas áreas de atuação
merecem. No entanto, muitas autarquias oferecem bens culturais e
sociais que o erário
público custeia e que as populações agradecem. Floresce a
cultura de espetáculo em
detrimento da participação e do voluntariado.
Segundo a Enciclopédia Luso-Brasileira (s/d), instituição é o
mesmo que
criação, fundação ou estabelecimento de certos entes coletivos
ou associações de
pessoas e bens, não necessária, mas geralmente, personalizadas
com determinado fim
social. Como exemplo de instituições são as associações,
corporações e fundações,
dotadas de personalidade moral, jurídica ou coletiva.
Podem ser instituições de direito privado, isto é, entes
coletivos, provenientes da
vontade humana, criados ou fundados de harmonia com a lei, para
a realização mais
eficaz de determinados fins e interesses comuns de toda a ordem,
públicos e privados.
Ou instituições de direito público como o próprio Estado, as
Autarquias Locais e
variadíssimos institutos públicos personalizados, reconhecidos
ou fundados pelo Estado
no interesse de uma boa administração e da utilidade
pública.
-
11
1.2 Institutos Públicos e Fundações
Os interesses da sociedade cruzam-se, constituindo teias
complexas de relações,
sustentadas por diversas organizações privadas e públicas.
Estas, ao longo da história,
para satisfazer as necessidades crescentes de uma sociedade
aburguesada, cada vez mais
exigente e complexa, e satisfazer o intervencionismo gradual do
Estado na sociedade,
têm tido um papel preponderante, no desempenho de funções que
normalmente estão
acometidas ao Estado. Este, por razões de eficácia e
funcionalidade na prossecução dos
seus fins, para descongestionar os órgãos e serviços centrais,
aproximar os serviços dos
cidadãos, devolve certos poderes para estas organizações.
Neste âmbito, situam-se os Institutos Públicos, hierarquicamente
dependentes
mas distintos do Estado, pertencentes à administração estadual
indireta, com
personalidade jurídica, sujeitos ao regime de direito público,
criados e modificados,
extintos, mediante decreto-lei. Também beneficiam de relativa
autonomia financeira,
possuem órgãos próprios, cujos presidentes são simultaneamente
órgãos dirigentes do
Instituto e do Estado, os seus serviços administrativos, podem
ser centrais ou locais e
estão sujeitos a controlo apertado do Governo, através da tutela
administrativa. Por
último, visam os interesses gerais da comunidade nacional ou
seja, como afirma Sá
(1985:8), (…) trata-se de uma estrutura voltada para a área da
função administrativa
que se projeta na realização de interesses públicos gerais, e
não de interesses públicos
próprios de determinadas comunidades, territorial ou idealmente
circunscritas. Sá
ainda acrescenta que são pessoas coletivas de direito público,
instituídas ou aceites para
aliviar o Estado do desempenho de certas tarefas públicas, ou
seja, entrega a gestão de
certo interesse ou feixe de interesses, cuja prossecução deveria
caber, em princípio,
diretamente à pessoa coletiva Estado.
No caso específico do nosso objeto de estudo, o INATEL é a
instituição que
sucedeu, após a revolução de 25 de Abril de 1974, à Federação
Nacional para Alegria
no Trabalho (FNAT) constituída em 1935. O INATEL tem por missão
a promoção das
melhores condições para a ocupação dos tempos livres e lazer,
uma área de intervenção
do Estado contemporâneo que comummente pertencia ao foro da
sociedade civil. Esta
-
12
instituição, outrora gerida sob a égide do regime dos institutos
públicos, a partir de 2008
passou a reger-se por Fundação2.
As Fundações de iniciativa privada, meramente testamentárias de
natureza
altruística, têm o seu desenvolvimento com a industrialização e
consequente aumento de
fortunas, como as de Alfred Bernhard Nobel, Fundação sueca para
honrar e compensar
economicamente os benfeitores da humanidade e a de Calouste
Gulbenkian, Fundação
portuguesa, com fins caritativos, artísticos e científicos. Os
beneficiários têm uma
função meramente passiva, o teor fundacional obedece à vontade
do fundador, como o
fim da fundação, os bens que lhe estão destinados, a sede, a
organização e
funcionamento, os termos da sua transformação ou extinção e o
destino dos respetivos
bens. São Fundações criadas por uma ou mais pessoas de direito
privado, em conjunto
ou não com pessoas coletivas públicas, desde que estas, isolada
ou conjuntamente, não
detenham sobre a fundação uma influência dominante. As Fundações
só são
reconhecidas pela entidade competente, se o escopo for de
interesse social e os bens
afetados para a prossecução dos fins for suficiente, assim como,
segundo a Enciclopédia
Luso-Brasileira:
As Fundações de origem privada, carecem, em princípio de
reconhecimento pela
autoridade administrativa para poderem ser consideradas como
entes jurídicos
autónomos em relação aos instituidores e em relação aos
beneficiários (…) quanto às fundações de iniciativa pública, não se
requer, evidentemente, reconhecimento visto
serem criadas pelo próprio legislador. (s/d:1789)
Fundações públicas de direito público, Fundações públicas de
direito privado,
Fundações privadas de utilidade pública. Neste âmbito situa-se a
Fundação INATEL
que através do Decreto-Lei n.º 106/2008 de 25 de Junho, em que é
aprovado o novo
enquadramento jurídico da fundação, a qual, deixa de integrar a
administração central
do Estado, passando a fundação direito privado de utilidade
pública, tutelada pelo
Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social.
Na sociedade atual há toda uma amálgama de Fundações que
prosseguem
interesses comuns de toda a ordem, privados e públicos, de
delimitações dúbias onde a
promiscuidade entre o público e o privado subsiste, alterando a
natureza e a lógica da
sua função. Não há controlo rigoroso sobre a sua criação,
funcionamento e
2 Decreto-Lei n.º 106/2008 de 25 de Junho (Anexo V)
-
13
financiamento e, por vezes, desvirtuamento da vontade do
fundador. Face a este
contexto, o Estado, após um censo às Fundações existentes no
nosso país, elaborou um
novo regime para delimitar a esfera jurídica e natureza das
Fundações, como por
exemplo: reforçou o poder de superintendência e tutela
administrativa das Fundações,
proibiu a criação de novas Fundações públicas de direito
privado, obrigou as Fundações
privadas que beneficiem de apoios financeiros a ficarem sujeitas
a controlo do
Ministério das Finanças e extinguiu outras que não reuniam os
requisitos necessários.
É evidente que poderíamos debruçar-nos sobre os Institutos, cuja
origem
fundacional é privada, regidos pelo direito privado, no entanto,
para o âmbito do nosso
estudo é essencial caracterizar os fundados pelo Estado, que
visam os interesses gerais
da comunidade nacional e regidos pelo direito público, como o
caso do INATEL,
instituição que visa ocupar os tempos livres do trabalhador.
-
14
CAP II – Animação Sociocultural e envelhecimento ativo
-
15
2.1 Animação Sociocultural
2.1.1 Conceito
É difícil e diríamos quase impossível encontrar um enunciado
único e preciso
relativamente à designação de ASC. Quanto mais pesquisamos e
tentamos encontrar “a
definição”, mais nos deparamos com a imprecisão, polissemia e
até uma ambiguidade
da expressão.
Ander-Egg afirma que explicar o significado de animação
sociocultural é uma
tarefa dificil, como explicar por escrito algo que por definição
é acção, movimento,
actividade, impulso, vida? Como expressar numa definição o que é
comum, nessa
variedade caleidoscópica de actividades que se denominam de
animação sociocultural?
(Ander-Egg, 2000:90)
Jardim (2003) usa a palavra “animação” no seu sentido
etimológico, que
significa ato ou efeito de animar, dar vida, infundir ânimo,
valor e energia.
Ander-Egg (2000) esclarece mesmo que se tivermos em conta as
origens gregas
e latinas das palavras animar e animação, temos referências
simbólicas a anima (alma),
sopro ou alento vital e ânimo. Existem assim algumas opiniões
acerca da definição do
conceito, mas há também quem considere a impossibilidade de o
definir.
Segundo a Unesco, a Animação Sociocultural consiste em um
conjunto de
práticas sociais que tem como finalidade estimular a iniciativa
e a participação das
comunidades no processo do seu próprio desenvolvimento e na
dinâmica global da vida
sociopolítica em que estão integradas.3
Para Gaspar (1976), a animação sociocultural não é um “entreter”
esperando
apenas a atenção das pessoas, mas sim oferecer as ferramentas
necessárias para que
estas pessoas sejam ativas e tentem, em conjunto, alterar algo
que consideram não estar
bem.
(…) a animação sociocultural não é um discurso para convencer as
pessoas, não é
passar filmes às populações, não é criar uma discoteca para os
jovens ouvirem discos e dançar. A animação é criar condições para
que o grupo, as populações ganhem em si
3 http://animeio.blogspot.pt/2009/07/unesco-i982.html acedido a
11-10-2012, pelas 22:15
http://animeio.blogspot.pt/2009/07/unesco-i982.html
-
16
mesmas confiança e vivam os seus problemas e os reflictam em
grupo para os resolver
(...) (Gaspar, 1976:5)
Posto isto, entendemos que a animação sociocultural promove a
mudança: a
transformação do ser humano no seu meio e quotidiano. Procura
dar a conhecer que
existe espaço para a opinião, para a discórdia, para a ação,
ação esta que deve ser
comunitária e que deve levar à resolução de problemas e
carências não de um individuo
mas da comunidade em geral. São estas carências que vão definir
os objetivos da
Animação Sociocultural, objetivos estes que passaremos a
descrever no ponto seguinte.
2.1.2 A Animação Sociocultural em Portugal
Segundo Lopes (2006:95) Nos anos 60, a animação sociocultural
começa a dar
os primeiros passos [na Europa], em Portugal [só] cerca de 10
anos mais tarde, teve a
sua máxima expressão, acompanhado o evoluir da história do
país.
Segundo Bento,
(…) o contributo do FAOJ, a existência das Campanhas de
Alfabetização e Dinamização Cultural, o papel dos Centros
Culturais, etc., não podemos ignorar uma dimensão da animação
existente até 25 de Abril de 1974 e que reflecte afinal a
coexistência (não pacífica naturalmente) de duas assunções de
animação cultural: uma
desenvolvida na perspetiva da cultura oficial e única e outra na
perspetiva da cultura
de resistência (Bento, 2003:23).
Apesar da opinião de Bento (2003), Lopes (2006) revela que só
após o 25 de
Abril se iniciou um período de grande preocupação com a formação
do ser humano,
focando o ambiente escolar, o meio e a comunidade que o envolve
e que o molda, e a
família que o acompanha e educa. Por esta altura, fala-se de
educação, literacia, escola
e da importância do envolvimento do meio. Pais, irmãos e
comunidade em geral, dão
então a sua parcela no que diz respeito à educação e ao meio
escolar (Lopes, 2006:96).
Esta preocupação não ficou apenas pelas famílias, sendo também
fator de
preocupação da comunidade em geral, e do governo. Outras
iniciativas foram tomadas,
também por parte do governo. O importante era cultivar o ensino
e elevar o nível
literário/alfabetização da população (Lopes, 2006:96).
Era necessário formar as pessoas, cultivar o gosto pela escrita,
leitura, minimizar
a elevada taxa de analfabetos e criar uma sociedade interessada,
focada nos interesses
públicos, atualizada e acima de tudo ativa. Importava que as
crianças fossem à escola e
-
17
tomassem o gosto pelo estudo, era também essencial que os mais
velhos, que até então
não tinham tido a oportunidade de ir à escola, pois o trabalho
na agricultura desde muito
cedo os impediu, tivessem agora uma oportunidade de o fazer.
Criaram-se, assim, as
chamadas “escolas móveis” que o autor refere, irem ao encontro
das pessoas, no
sentido de dar assistência aos mais velhos, até então
analfabetos, vitimas de uma vida
de trabalho árduo e jardins de infância, centrados na criança
(Lopes, 2006:96).
Não menos imprescindível era a resolução de alguns dos problemas
que o país
enfrentava, como o êxodo rural, desintegração social, ausência
de participação,
consumismo, desemprego, desenvolvimento cultural, social,
educativo e político (Lopes,
2007:131).
Verificamos que a animação sociocultural esteve presente desde o
25 de Abril,
ao serviço da democracia, ao lado do povo, promovendo a
participação e
desenvolvimento, resolvendo ou ajudando a resolver os défices de
envolvimento dos
portugueses no seu processo de cidadania, bem diferente do que
se fazia antes de 1975..
2.1.3 Objetivos da Animação Sociocultural
Segundo Peres e Lopes (2007:11), o papel da Animação
Sociocultural passa pelo
combate às desigualdades económicas, às exclusões
socioculturais, à
toxicodependência, à violência, às guerras, à fome, à solidão,
ao desemprego, etc.(…).
Os mesmos autores dão a conhecer também os propósitos que
estiveram na origem da
ASC, e que são
a integração social; a participação; a cooperação; o
voluntariado; o desenvolvimento
pessoal e comunitário; a partilha de saberes; a criatividade; a
promoção sociocultural;
a democracia; a consciencialização; o desenvolvimento do sentido
crítico; a socialização; o aproveitamento do tempo livre; o
potenciar dos recursos humanos; o
bem-estar e a qualidade de vida; o pluralismo (Peres e Lopes,
2007:12).
É imprescindível que o cidadão se torne cidadão da sua própria
sociedade, que
participa, que seja autónomo, que se desenvolva social e
economicamente e que seja
crítico, só assim tomará consciência da realidade que o rodeia,
podendo modificá-la
Acreditamos que a participação é um processo que consciencializa
as pessoas na
transformação das suas realidades e, também, as conduz ao
esforço coletivo de
reformular a sociedade (…) (Peres e Lopes, 2007:16).
-
18
Para Jardim,
O objetivo fundamental da animação (gerar vida nova) só se
realiza na medida em que
são atingidos três objetivos gerais:
Construir uma identidade harmoniosa e estável dentro da
complexidade cultural e da
fragmentação existencial. Participar na vida social de um modo
ativo e consciencioso.
Abrir-se à transcendência como caminho de descoberta do sentido
pleno da vida
(Jardim, 2003:26).
Face ao atrás enunciado, a ASC é assim um método de intervenção,
de
desenvolvimento e promoção de consciência social e crítica,
promove valores, novas
formas de organização e, que segundo os autores atrás referidos,
só concretiza estes
objetivos se a pessoa tiver uma visão otimista, esteja presente
e participe ativamente na
vida social.
2.1.4 Âmbitos da Animação Sociocultural
Segundo Lopes (2006), falar em âmbitos da ASC é ter presente a
perspetiva
tridimensional quanto à sua intervenção, dimensão etária:
infantil, juvenil, adultos e
terceira idade, quanto a espaço de intervenção, animação
urbana/rural e nas áreas
temáticas: no que concerne à educação, cultura e saúde. Estes
âmbitos definem a forma
de atuação da Animação Sociocultural nos vários contextos, em
função das
necessidades da própria sociedade.
(…) outros âmbitos de Animação, poderão ser formados,
relacionados com potenciais
novos âmbitos de Animação, cuja emergência é, por sua vez,
determinada por uma dinâmica social em constante mudança, que
origina a permanente promoção de
relações interpessoais, comunicativas, humanas, solidárias,
educativas e
comprometidas com o desenvolvimento (Lopes, 2006:315).
Entendemos que, à medida que a sociedade se desenvolve, surgem
novas
necessidades e emergem também novos âmbitos, que irão designar a
forma de atuação
da Animação Sociocultural em cada contexto. Serão elaborados
novos programas que
darão continuidade ao objetivo, sempre presente na ASC, que é
levar as pessoas a
autodesenvolverem-se em interação e, consequentemente,
reforçarem os laços grupais e
comunitários.
-
19
2.1.4.1 Dimensão etária
Face ao tema do presente estudo, entendemos ser necessário rever
alguns aspetos
relacionados à dimensão etária referida, podemos distinguir
várias fases. Em primeiro
lugar, a Animação na infância, que tem como objetivo, segundo
Lopes (2006)
complementar a escola, organizando programas lúdicos e
formativos, tais como
passeios, visitas de estudo, colónias de férias onde as crianças
partilhavam e interagiam
entre si e com os seus monitores. A animação juvenil, que deve
assentar, segundo o
mesmo autor, em quatro referências básicas que são: a liberdade;
a promoção do
associativismo; a participação e o voluntariado, fomentando, a
partir do tempo livre,
aprendizagens diversas e a partilha de saberes. A animação
sociocultural de adultos,
cujos programas devem direcionar o tempo de ócio para um meio de
reflexão e
consciencialização para usufruir do tempo livre da melhor
maneira e por último, a
animação na terceira idade, onde a estratégia de intervenção se
foca na prevenção e
compensação de situações de deterioração do corpo provocada pelo
avanço da idade.
A Animação Sociocultural na terceira idade funde-se com a
gerontologia
educativa, promotora de situações com vista a auxiliar as
pessoas idosas a promover
novos interesses e atividades que conduzam à manutenção da sua
vitalidade física e
mental.
O tempo demasiado livre deve servir para a valorização pessoal,
sendo
considerado a autoestima e a participação um bem-estar
individual e coletivo. Mais
adiante iremos abordar com maior detalhe este assunto.
E é nestas duas últimas faixas etárias que nos iremos debruçar
mais, ao longo
deste trabalho: idade adulta e terceira idade.
-
20
2.2 Animação Sociocultural de Adultos e Seniores
A idade adulta é entendida muitas vezes como a fase da vida em
que se atinge
estabilidade e maturidade, havendo quem defenda que esta fase é
marcada por várias
transformações, pelas implicações socioprofissionais decorrentes
das responsabilidades
laborais e familiares do cidadão.
Segundo Lopes (2006:325) é nesta faixa etária que subsistem três
tempos
diferentes, o tempo de trabalho, o tempo livre e o tempo
liberto, ou seja o tempo de
ócio. O maior tempo nesta fase da vida é passado no trabalho e é
ele que vai condicionar
o tempo que vamos despender no tempo livre e no ócio, mediante o
nosso horário e
cargo.
A quantidade de tempo liberto pode ser maior ou menor consoante
o tipo de trabalho
que se possui, sendo as características da atividade laboral
desempenhada influenciadoras no sentido a dar às atividades de ócio
que podem, nalguns casos, ser de
compensação, noutros de relaxe, noutros ainda, de recreio e
diversão, e na maioria dos
casos, de complemento profissional (Lopes, 2006:325).
A animação de adultos, segundo o mesmo autor, deve consistir em
programas
que estejam ligados ao ócio nesta faixa etária e devem compor-se
por uma
animação/educação do/no tempo livre, diferente do simples ocupar
o tempo, ligando a
satisfação e a realização pessoais (Lopes, 2006).
2.2.1 O INATEL e a Animação Sociocultural
Como já foi referido anteriormente, o INATEL, antiga FNAT, é
uma
organização que se prende pela organização e gestão de programas
para o
aproveitamento dos tempos livres dos trabalhadores. As suas
práticas passam por
diversas áreas de animação, nomeadamente: turismo; teatro;
música; cinema; ações de
formação até à organização de eventos desportivos e recreativos,
possuindo estruturas
de apoio à cultura popular e ao desporto amador que promovem a
assistência técnica e
financeira do movimento associativo, cultural, desportivo,
etnográfico, folclórico ou
recreativo, de base empresarial ou local, no continente e nas
regiões autónomas.
Estas atividades de animação, porque são eventos onde o elemento
cultural está
presente e desenvolvem momentos de interação entre as pessoas e
as comunidades no
sentido de vivencias e convivências com elementos das suas
culturas, constituem-se
como espaços onde o Animador Sociocultural ganha sentido e se
justifica, enquanto
-
21
tecnologia e metodologia de ação, com a terceira idade e, grande
parte das vezes, numa
dimensão intergeracional, quando os utentes beneficiários
acorrem aos programas em
família.
-
22
2.3 Animação Sociocultural na Terceira Idade
Com o crescente envelhecimento da população existe uma maior
necessidade de
criar programas de Animação Sociocultural para a terceira idade
em Portugal. Tem-se
vindo a comprovar este aumento da população sénior em Portugal,
através do aumento
de Instituições criadas, como Lares e Centros de Dia que se tem
vindo a verificar, mas
também, a importância dada à necessidade de formar pessoas para
intervirem junto
destas organizações.
Existe também uma crescente preocupação na prevenção de
problemas a nível
de saúde mental e física, assim como social e educativa.
Segundo Elizasu
a aparição da Animação Sociocultural no campo da terceira idade
surge em resposta a
uma ausência ou diminuição da sua atividade e das suas relações
sociais. Para
preencher este vazio, a Animação Sociocultural trata de
favorecer a emergência de uma vida centrada à volta do individuo ou
do grupo. A Animação Sociocultural
concebe a ideia de progresso das pessoas idosas através da sua
integração e
participação voluntaria em tarefas colectivas nas quais a
cultura joga um papel estimulante (...) (cit. Lopes,
2006:329-330).
Na perspetiva de Lopes,
a animação Sociocultural na terceira idade funde-se, portanto,
nos princípios de uma
gerontologia educativa, promotora de situações optimizantes e
operativas, com vista a auxiliar as pessoas idosas a programar a
evolução natural do seu envelhecimento, a
promover-lhe novos interesses e novas atividades, que conduzam à
manutenção da sua
vitalidade física e moral, de perspetivar a Animação do seu
tempo, que é,
predominantemente livre (Lopes 2006:328).
Para o mesmo autor (2006) a Animação Sociocultural encontra-se
em expansão
e tem vindo a especializar-se noutros ramos como animação
turística, animação ao
domicílio e animação de Lares e Centros de Dia.
Pérez (2009) refere-nos que a animação turística é uma das
especialidades mais
recentes da animação sociocultural, com grandes perspetivas de
futuro, no campo
profissional, devido ao aumento da esperança média de vida e
consequente aumento do
tempo livre.
A mesma investigadora descreve esta especialidade como:
-
23
(…) intervenção socioeducativa cuja finalidade é aumentar a
qualidade de vida das
pessoas mediante a sua implicação activa, participativa e grupal
na realização de projectos e actividades socioculturais que
respondam aos seus interesses e
necessidades de ócio e desenvolvimento pessoal e social (Pérez,
2009:333).
Este é sem dúvida um dos grandes desafios deste século em todo o
mundo, com
o aumento da esperança média de vida e o respetivo crescimento
da população idosa.
Existe, por isso, uma grande preocupação em proporcionar
qualidade de vida à terceira
idade, para que se viva cada vez mais e melhor, contrariando o
conceito de fim de
vida/preparação para a morte. Temos, assim, que destacar a
prática de atividades
socioculturais e de lazer como benefícios psicológicos e físicos
que transmitem ao
idoso, levando a processos de envelhecimento mais consentâneos
com uma sociedade
onde o ser humano, a pessoa, é o mais importante.
-
24
2.4 Envelhecimento
O envelhecimento é um processo cultural e social, encarado como
uma alteração
de mentalidade e de comportamento. É, na sociedade atual,
desvalorizado pelos mais
jovens, o que o torna um ser passivo e dependente de
cuidados.
Começamos a envelhecer no momento em que nascemos, a forma como
envelhecemos
prende-se com a forma como nos projetamos no futuro e sob a
influência da
representação que interiorizamos acerca de outros grupos de
idade, nomeadamente o dos mais velhos (Coelho 2013:70).
Devido aos problemas de saúde que advêm com a idade, existe uma
ideia
preconcebida do envelhecimento, que os mais jovens conotam de
negativo, pois
associam à perda de faculdades tanto motoras como psíquicas, o
degradar da beleza
exterior, o aparecimento de rugas e, muitas vezes, à perda de
determinados estatutos
sociais que foram adquiridos ao longo da sua vida profissional,
que ocorrem com a
aposentação, perdendo relevância sociável.
Segundo Fontaine (2000:xiii), o envelhecimento da população é
transversal a
todos os países, afirmando que esta faixa etária tem vindo a
crescer devido aos
progressos médicos e à melhoria das condições de vida, desde a
segunda Guerra
Mundial, que o número de pessoas com mais de sessenta anos
aumenta de ano para
ano.
O mesmo autor afirma que não existe apenas uma velhice, existem
velhices, pois
existem diferenças entre as pessoas e a sua forma de encarar a
própria velhice.
Fierro (cit. Requejo, 2007) fala de velhice como estado de
envelhecimento onde
ao longo da vida adulta se ajusta com métodos de desenvolvimento
e amadurecimento.
Sáenz (cit. Carneiro, 2013) diz que o envelhecimento é uma
situação de conflito
entre o crescimento da sabedoria e experiência e o declínio
físico e biológico, para
superarmos esta crise teremos que envelhecer com integridade,
estabelecendo novas
relações com a realidade.
Segundo Requejo (2007) tem-se verificado um aumento demográfico
das
pessoas idosas nos últimos 50 anos, formando um grupo social
denominado por
-
25
“idosos” e tem despertado o interesse individual e coletivo de
alguns, no que diz
respeito à sua vida social, económica e familiar.
Este fenómeno deu-se com o aumento da esperança média de vida e
a
diminuição da taxa de mortalidade, com o avanço da medicina e
condições sanitárias,
mas também o facto de nos últimos anos não haver tanta
natalidade, fez com que esta
faixa etária predominasse.
2.4.1 Envelhecimento Ativo e Animação Sociocultural
Sabemos que o “jovem” é sempre mais valorizado a todos os níveis
pela
sociedade em detrimento do “velho”. Surge então a questão de
como promover a
velhice, para que esta opinião, depreciativa de forma
generalizada, se modifique.
Fala-se de melhorar a qualidade de vida, promovendo o bem-estar
físico e
mental, a sua atividade e interação na e com a sociedade em prol
de um envelhecimento
contínuo com qualidade, o envelhecimento ativo.
Segundo a OMS (2007),
O envelhecimento ativo é o processo de otimização das
oportunidades de saúde,
participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade
de vida à medida
que as pessoas ficam mais velhas (cit. Barros, 2012:365).
Para Requejo, O envelhecimento é um processo vital que tem vindo
a ganhar
vitalidade nos últimos anos (Requejo, 2007:13). Segundo o mesmo
autor, existe hoje
uma aceitação da velhice mais positiva, encarando o
envelhecimento como uma fase da
vida onde se podem praticar e desenvolver novas atividades.
(2007)
O mesmo investigador diz-nos, ainda, que os estereótipos
negativos estão a
mudar,
pelo contrário, impõem-se as teorias da «actividade» (novos
papeis que substituem os
antigos) e da «continuidade» (segundo a qual existe um
desenvolvimento contínuo da vida adulta, que inclui a sua adaptação
a situações externas negativas) (Requejo,
2007:13).
À medida que evoluímos os idosos têm cada vez mais formação e
carência de
vida ativa. Encontramos hoje idosos que procuram o bem-estar, a
informação e um
-
26
modo de vida independente, que se agregue ao alto nível de
atividade. Para o efeito, a
Animação Sociocultural tem um papel preponderante, porque se
associa ao combate ao
sedentarismo, a ASC envolve-se no desenvolvimento vital do ser
humano para
prolongar a vida deste, através de instrumentos diversificados
de ação, nunca
esquecendo a qualidade de vida. Preocupa-se fundamentalmente com
o idoso
institucionalizado, dinamizando e criando atividades de
envolvência coletiva e
individual, colmatando o imobilismo, a demência e doenças
físicas, não descorando as
relações afetivas, nomeadamente a ligação com a trilogia (idoso,
família, instituição).
Os tempos mudam e o idoso começa a ser novamente valorizado.
Desta forma o
ano de 2012 foi considerado o ano Europeu do Envelhecimento
Ativo e da
Solidariedade entre gerações, o que nos ajuda a compreender esse
facto, dando um bom
contributo para a visibilidade da velhice.
2.4.2 Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da solidariedade
entre
gerações
Segundo Fontaine, O desafio do seculo XXI não será dar tempo ao
tempo, mas
dar qualidade ao tempo (Fontaine, 2000:xiii).
Segundo o Instituto de Gestão do fundo social Europeu I.P., este
ano, ano de
2012 foi designado o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da
Solidariedade entre
as Gerações, pretende-se com isto, promover a vitalidade e a
dignidade de todos.
Conforme decisão do Parlamento Europeu, o grande objetivo era
promover uma
cultura de envelhecimento ativo na Europa, baseada numa
sociedade para todas as
idades. Para isso, considera-se importante sensibilizar a
população para a importância
do envelhecimento ativo e defender que este adote uma posição
destacada na sociedade
em geral4, sendo, também, fundamental que se valorize e aprecie
o contributo útil das
pessoas mais velhas para a sociedade e para a economia, a
promoção da solidariedade
entre as gerações, da dignidade e vitalidade de todos,
explorando o seu melhor, não
olhando à sua origem e proporcionando a sua independência.
4 In
http://www.igfse.pt/news.asp?startAt=1&categoryID=281&newsID=2553
acedido em 21-10-2012
pelas 15:32
http://www.igfse.pt/news.asp?startAt=1&categoryID=281&newsID=2553
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É igualmente importante que se estimule o debate, que haja troca
de informações
e que se desenvolvam aprendizagens com o objetivo de promover as
políticas de
envelhecimento ativo, de identificar e divulgar as boas práticas
e de incentivar a
cooperação e as sinergias.5
Foi proposto um quadro de compromisso e de ação concreta que
permita à
União, aos Estados Membros, sociedade civil, parceiros sociais e
do sector empresarial,
organizar soluções, políticas e estratégias duradouras que
fossem inovadoras, também
relacionadas com a gestão da idade e com o emprego/trabalho,
através de atividades
procurem atingir os objetivos no domínio do envelhecimento ativo
e da solidariedade
intergeracional.
Estas atividades devem combater a discriminação em relação à
idade,
eliminando assim preconceitos e obstáculos, em especial no que
diz respeito à
empregabilidade.6
5 In
http://www.igfse.pt/news.asp?startAt=1&categoryID=281&newsID=2553
acedido em 21-10-2012
pelas 15:32 6 In
http://www.igfse.pt/news.asp?startAt=1&categoryID=281&newsID=2553
acedido em 21-10-2012
pelas 15:32
http://www.igfse.pt/news.asp?startAt=1&categoryID=281&newsID=2553http://www.igfse.pt/news.asp?startAt=1&categoryID=281&newsID=2553
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2.5 O Lazer e o Ócio na terceira idade
Lazer, do latim licere, segundo o Grande Dicionário da Língua
Portuguesa,
significa Ócio, vagar, tempo disponível para se poder fazer
qualquer coisa. Descanso,
repouso (cit. Lopes, 2006:450).
Segundo Dumazedier, tempo livre afirmava-se lazer, que definiu
como (…) um conjunto
de ocupações nas quais o indivíduo pode integrar-se de livre
vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e
entreter-se (…), após livrar-se ou
desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e
sociais (cit. Cunha
2009:65).
Para os gregos tempo livre era o ócio considerado mais
importante que o tempo
de trabalho, sendo o primeiro associado ao culto do saber. Já os
romanos, durante a
Idade Média consideravam o ócio como um estado de alma que
associavam ao descanso
e à diversão. El ócio no se tiene, ni se gasta ni consume, el
ócio se “vive” porque el
ócio es experiencia (Prat cit. Silva, 2013:117).
O verdadeiro Ócio é uma experiência satisfatória,
independentemente do tipo de
atividade que se pratique (Cuenca, 2009:120).
Segundo o autor, o ócio é uma experiência sem qualquer tipo de
obrigações ou
deveres mas muito ligado às necessidades humanas, como a
necessidade de saber,
conhecer, integrar-se, sendo um fenómeno individual e social. A
vivência de uma
experiência de ócio inicia-se, ou pode iniciar-se, muito antes
da realização da atividade
em si mesma. O mesmo autor refere-se ao contexto do ócio como
uma situação que não
tem que ser necessariamente vivida quando desfrutamos de tempo
livre, o simples
planeamento ou projeção no nosso pensamento, permite-nos iniciar
essa vivência.
O prolongamento da vida para além do tempo do mundo laboral tem
de ser
repensado, se queremos que o mesmo seja vivido com qualidade e
dignidade
(Rodrigues, 2009:270).
Segundo a mesma autora, Portugal é um país envelhecido e este
envelhecimento
está associado a determinados fatores que são eles de ordem
genética vivências
familiares e socioculturais, a profissão e o estado de saúde
físico e mental, daí o
conceito ser diferente de pessoa para pessoa, da sua
perceção.
-
29
O envelhecimento positivo desenvolve atitudes positivas tais
como o espírito de
iniciativa, a criatividade, a descoberta de novos interesses e
aptidões, evitam o isolamento e levam ao encontro de novas fontes
de interesse e alegria de viver,
reforçando a autoestima dos idosos (Rodrigues, 2009:271).
A autora quer com isto dizer que desenvolver atividades, manter
a mobilidade,
promover e estimular a criatividade é sem dúvida retardar o
envelhecimento,
acreditando que se pode aprender a envelhecer e aprendendo a
viver com o
envelhecimento como um processo normal da vida.
A partir da animação sociocultural, podemos aproveitar o tempo
de forma ativa,
participando em atividades de dimensão cultural; de
desenvolvimento de competências
artísticas e criativas como o teatro; de entretenimento e
convívio, e/ou na participação
em movimentos cívicos, sociais, políticos e económicos. A
animação detém, entre
outras, a função de estimular este tipo de atividades e promover
a inserção dos
indivíduos nas mesmas.
-
30
2.6 A Animação Turística
A Animação turística tem vindo a desenvolver-se no turismo,
através das suas
práticas levando as pessoas a interagirem e a envolverem-se com
o meio que visitam,
transformando o seu tempo maioritariamente livre em ócio.
Cuenca (2009:119) refere que:
é uma modalidade que se desenvolve na metade do séc. XX nos
hotéis do Club Mediterrâneo francês. Em Espanha começa na década de
70 como atividade
complementar que pretende entreter os hóspedes e retê-los mais
tempo nos hotéis (…) o
objetivo da animação turística era que o turista passa-se bem,
divertindo-se com
atividades recreativas e festivas.
O mesmo autor afirma que nem em todos os hotéis se desenvolveu
esta proposta,
apenas naqueles em que o objetivo era o ócio e as férias. A
animação turística tem vindo
a fazer parte dos pacotes de tudo incluído, e tem tido um papel
preponderante na
estadia. Atualmente tem feito parte no momento da decisão dos
destinos de férias e tem
tido muita procura, as pessoas cada vez mais participam
valorizando cada experiência.
Segundo Mann,
Os primeiros dias de permanência num lugar novo têm um curso
jovem, ou seja, robusto e amplo, e são uns seis ou oito dias.
Contudo, logo a seguir, na medida em que
se aclimata, começa-se a sentir como eles se abreviam; quem se
interessa pela vida, ou
melhor, quem deseja interessar-se pela vida, nota, com espanto,
como os dias se vão
convertendo em ligeiros e furtivos e, a última semana – de
quatro, por exemplo – é de uma rapidez e de uma fugacidade
inquietantes. É verdade que o rejuvenescimento da
nossa consciência do tempo se faz sentir mais para além desse
período intercalado e
desempenha o seu papel ainda depois do regresso à nossa vida
normal; os primeiros dias que passamos em nossa casa, depois dessa
mudança parecemo-nos também novos,
amplos e jovens, mas somente para alguns, pois outros
acostumam-se mais depressa à
regra do quotidiano, à sua interrupção, e quando nosso sentido
da duração está fatigado pela idade, ou – sinal de debilidade
congénita – não tem estado muito
desenvolto, adormece muito rapidamente e, já ao cabo de vinte e
quatro horas e como
se não tivéssemos partido nunca e a viagem não tivesse sido mais
que uma noite (cit.
Cuenca, 2009:126).
Para Lopes (2006), a animação turística, para além do descrito,
tem estabelecido
comunicação entre os habitantes e a população visitante onde se
partilham vivências,
conhecimentos, experiências. Através da Animação são gerados
processos de
participação e de interação social.
-
31
Chaves e Mesalles dizem-nos que,
podemos definir a Animação Turística como um conjunto de acções
e técnicas
direccionadas a motivar; promover e facilitar uma maior e mais
activa participação do
turista no desfrute do seu tempo de férias, nos níveis e
dimensões que isto implica.
Falamos portanto de acções e técnicas, o que exclui a
casualidade e a improvisação na hora de elaborar um projecto.
A animação turística exige por sua vez uma especial atenção para
as relações
humanas, a dinâmica de grupos e a convivência, isto implica,
colocar acima de tudo, o desenvolvimento de uma acção coerente e
continuada de motivação, capaz de suscitar
um autêntico interesse no turista e estimular a sua participação
(cit. Lopes, 2006:364).
2.6.1 Animação Turística na Terceira Idade
Segundo Lopes (2006:334), a animação turística tem sido um
movimento
excursionista, desprovido de qualquer sinal de Animação, e
revelador de uma política
de acantonamento social da terceira idade.
Tem-se revelado um grande isolamento da população sénior e,
segundo o Autor,
estas medidas não têm servido para criar uma expetativa de vida
digna.
Os espaços que têm sido concebidos, como Lares e Asilos, têm
apenas
reconhecido a pessoa como consumidor e detentora de bens
materiais.
O Autor critica ainda a prática da “pseudo” Animação Turística
que trata de
levar os seniores, de forma esporádica e passiva, a passear, que
contraria o processo de
vivência e de convivência.
Para Peres,
a animação turística para a 3ª idade deve ser entendida como um
conjunto de atividades, que transformam o ver no envolver, o viver
no conviver; desafiando o
turista numa estratégia de desenvolvimento pessoal e humano numa
determinada fase
do seu percurso de vida (Peres cit. Lopes, 2006:334).
Segundo Cubero,
a terceira idade procura na atividade de animação poder
sentir-se útil, dar um novo
sentido à sua vida. Digamo-lo em quatro palavras, o que o idoso
necessita é de: - participar; mover-se; actuar; sentir-se vivo.
Sobretudo o sentido último, por razões
mais que evidentes para quem observa no horizonte o acaso da sua
vida (Cubero cit.
Lopes, 2006:335).
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32
Souza refere
as atividades de lazer e o turismo proporcionam a reinclusão do
idoso, melhoram o seu
desenvolvimento intelectual, fortalecem as suas habilidades
físicas e mantêm a sua
independência. Podem, por outro lado, ainda lhes proporcionar a
redescoberta da motivação e novas propostas de vida, aumentando
assim a sua satisfação de viver
(Souza cit. Silva, 2013:133).
Souza remete-nos para manifestações de alegria, de prazer que
estas atividades
proporcionam ao idoso, oferecendo oportunidades de participação
e interação que irão
ter consequências positivas de ordem diversa.
Fenalti et al dizem que a necessidade de conhecer novas pessoas,
acompanhar amigos, fugir da solidão, procurar atividades culturais
e praticar atividades físicas refletem a
preocupação dos idosos em procurar envolvimento com diferentes
pessoas e atividades, respetivamente, ratificando seu interesse por
atividades com participação ativa
(Fenalti et al cit. Silva, 2013:133).
Estas experiências são significativas dando um outro verdadeiro
sentido à vida
do idoso, tornando-os ativos.
-
33
2.7 Animador Sociocultural
Como na definição