A Análise financeira Guilherme Oliveira José Pereira Paulo Pereira
A Análise financeiraGuilherme OliveiraJosé PereiraPaulo Pereira
Conceito DE Análise financeira
A análise financeira entende-se como a avaliação ou
estudo da viabilidade, estabilidade e lucratividade de um
negócio ou projecto. Engloba um conjunto de
instrumentos e métodos que permitem realizar
diagnósticos sobre a situação financeira de uma
organização, assim como prognósticos sobre o seu
desempenho no futuro.
A análise financeira é assim capacidade de avaliar a
rentabilidade empresarial em função das condições actuais e
futuras verificar se os capitais investidos são remunerados e
reembolsados de modo a que as receitas superem as despesas
de investimento e de funcionamento.
A evolução da Análise Financeira
A evolução financeira foi marcada pelo aumento dos riscos
financeiros a que as empresas estavam expostas, pela crescente
importância das emissões de títulos no financiamento das empresas e
pela consequente relevância quer da gestão de tesouraria, quer das
variáveis financeiras. A implicação desta revolução foi o aumento do
número de entidades que emitem pareceres sobre a situação
financeira das empresas, não estando já este papel reservado apenas
aos bancos.
Esta evolução foi acompanhada de alterações na gestão
das empresas, no sentido de questionar os tradicionais
instrumentos de análise financeira, não para os inviabilizar mas
antes para os enriquecer. Á medida que a Análise Financeira
evolui, torna-se assim cada vez mais claro que não se trata de
uma ciência exacta e que não há uma forma única de analisar a
saúde financeira de uma empresa.
O Papel da Análise Financeira
Centra-se em questões fundamentais para a
sobrevivência e desenvolvimento da empresa, tais como:
Equilíbrio financeiro
Rendibilidade dos capitais
Crescimento
Risco
Conceito DE função financeira
A função financeira é o processo de obtenção de
recursos financeiros que possibilitem à empresa atingir e
manter o seu nível de actividade desejada.
Essa obtenção de recursos financeiros deve ser
ponderada com base em indicadores relativos à empresa
mas que vão muito para além dela, abrangendo toda a
sua envolvente desde o mercado em que actua até à
conjuntura económica em que ela tem de actuar.
Estabilidade:
No sentido da não afectação do ciclo produtivo, (os
inputs necessários) por falta de pagamento e ser assegurada a
capacidade de desenvolvimento da empresa concretizada no
seu esforço de investimento, sem que o risco de insolvência
seja demasiado elevado.
OBJECTIVOS DA FUNÇÃO FINANCEIRA
Rendibilidade:
No sentido de minimizar os custos assumidos perante
terceiros a fim de obter os meios financeiros necessários ao
seu financiamento, o que implica obter nas melhores
condições de prazo e taxa para esses mesmos fundos, e
maximização dos proveitos a receber de terceiros resultantes
da aplicação nas melhores condições de prazo e taxa de
meios financeiros que liberta.
o Papel do gestor financeiro
Curto prazo:
A função do gestor financeiro traduz-se na gestão de
tesouraria da empresa. Esta, consiste no processo de regulação dos
pagamentos e recebimentos da empresa de forma que esta possa
fazer face às responsabilidades que assumiu, e obter os meios
financeiros adicionais, ao menor custo possível, ou de aplicar os
excedentes criados de forma a obter a melhor remuneração possível.
Médio e longo prazo:
A médio e longo prazo, o gestor financeiro é
responsável por definir e implementar a estratégia de
financiamento da empresa com vista a precaver a sua
estabilidade e ao mesmo tempo maximizar os resultados
líquidos da empresa.
Meios de Financiamento
Mei
os d
e Fi
nanc
iam
ento
Capital Próprio
Capital Alheio
Capital Próprio
Conjunto de recursos financeiros que os sócios ou
accionistas colocam à disposição da empresa para que esta os
utilize livremente a fim de financiar as suas actividades.
Os capitais próprios da empresa são apenas exigíveis
pelos sócios em circunstâncias especiais e de acordo com a
imposição legal de que apenas poderão ser entregues quando
isso não afectar a estabilidade da empresa.
Capital Alheio
São recursos financeiros postos à disposição da
empresa por terceiros, sócios ou credores em geral, e que
a empresa tem a obrigação de a devolver, com ou sem
prazo certo.
Desafios da Função Financeira
Determinar as necessidades de recursos financeiros na
empresa:
Planeamento das necessidades financeiras;
Inventariação dos recursos disponíveis;
Cálculo do montante de recursos a obter fora da empresa.
Obter recursos da forma mais vantajosa possível tendo
em vista:
Custo dos capitais e prazos de pagamento;
Condições fiscais e contratuais.
Aplicar racionalmente os recursos obtidos por
forma a:
Conseguir-se uma estrutura financeira equilibrada;
Alcançar níveis aceitáveis de rentabilidade.
Controlar as aplicações dos lucros obtidos.
Analisar, recorrendo a instrumentos adequados, a situação económica e financeira da empresa
Documentos Base da A.F.Dem. de resultados
Cash Flows
Balanços
Balanços
Documento contabilístico que expressa a situação patrimonial
de uma empresa num determinado momento (geralmente um
trimestre, semestre ou ano). Este documento permite comparar o
activo, com o passivo ou capital alheio. A diferença entre o que tem e o
que deve é designado de Resultado Liquido (composto pelo Capital que
foi usado para criar a empresa, pelo acumular de resultados positivos
ou negativos ao longo dos anos de funcionamento da empresa, e por
eventuais reavaliações de componentes do activo).
Demonstração de Resultados
Evidencia a formação de resultados num certo período
(entre dois balanços) e avalia a situação económica da empresa.
Esta formação de resultados evidencia-se pela síntese dos custos
e proveitos.
Proveitos Custos Resultados
Proveitos > Custos = Resultado Positivo (Lucro)
Proveitos < Custos = Resultado Negativo (Prejuízo)
Cash Flow
Relata os movimentos de caixa durante o período,
classificados por actividades operacionais, de investimento e de
financiamento, de forma a proporcionar informação necessária
para determinar o impacto dessas actividades na empresa.
• Posição FinanceiraBalanço
• DesempenhoDem. De Resultados
• Alterações na Posição Financeira Cash Flows
Limitações dos DocumentosNão reflectem valores actuais;
Enquanto a depreciação do imobilizado é uma prática
corrente, a sua revalorização é normalmente ignorada;
Existem rubricas que estão omitidas do balanço;
As normas contabilísticas são muitas vezes ditadas por
imperativos fiscais que reduzem o significado económico-
financeiro da informação contabilística.
Métodos e técnicas de análise
Os métodos mais comuns de análise são os seguintes:
Comparação de balanços;
Demonstração da origem e aplicação de fundos;
Gráficos e percentagens.
Comparação de balanços
Permite determinar a estrutura financeira da empresa,
em diferentes períodos e analisar a sua evolução.
A partir desta análise comparativa de balanços é
possível extrapolar os resultados futuros e estimar os valores
das diferentes rubricas patrimoniais.
Demonstração origem e aplic. fundos
É obtida a partir da comparação de rubricas do balanço
do exercício com o anterior.
Origens de fundos:
Aumento do capital próprio;
Aumento do passivo;
Diminuições do activo.
As aplicações de fundo:
Diminuição do capital próprio;
Diminuição do passivo;
Aumentos do activo.
Elaboração
As contas do balanço são divididas em dois grupos:
1º Grupo
Inclui as contas de disponibilidades, dívidas de terceiros a
curto prazo, existências e dívidas a terceiros a curto prazo
2º Grupo
Inclui as contas das restantes rubricas, e assim obtemos a
demonstração da origem e aplicação de fundos.
Gráficos e percentagens
Este método permite diagnosticar facilmente a situação
financeira da empresa.
E permito-nos elaborar uma série de comentários acerca
da situação financeira da empresa, fornece informações
importantes para auxiliar as decisões dos gestores.
RácioA técnica mais utilizada pela análise financeira é a
que recorre aos rácios, um instrumento de apoio para sintetizar uma enorme quantidade de informação, e comparar o desempenho económico-financeiro das empresas ao longo do tempo.
Os rácios financeiros contêm, como qualquer instrumento de medida, vantagens e desvantagens.
Vantagens do uso dos RáciosA elaboração do diagnóstico financeiro de uma empresa
baseia-se no triângulo da liquidez, estrutura financeira e rentabilidade que tem subjacente os rácios;
Permitem tirar conclusões com base em dados quantificados; Possibilitam a utilização de grandes quantidades de
informação de modo relativamente sintético, simples e objectivo;
Permitem tratar uma amostra constituída por dados de várias empresas num só momento de tempo ou usar dados de uma só empresa reportados a vários anos;
Contribuem para determinar a performance das empresas em termos de rentabilidade, solvabilidade, liquidez e equilíbrio financeiro.
Desvantagens do uso dos Rácios
Se tiver havido incorrecções ao nível dos outros documentos, os rácios reflectirão
essas incorrecções;
Em determinadas situações, os relatórios financeiros podem não ser a base de
dados mais adequada para a sua análise;
Se as conclusões disserem respeito a um só segmento e não à actividade global da
empresa, os resultados dos rácios podem ser errados;
As políticas de provisões e de amortizações adoptadas pelas empresas podem ser
diferentes e conduzir a distorções ao nível dos rácios;
Os rácios financeiros são apenas um instrumento de análise que pode e deve ser
complementada por outros; tratam apenas dados quantitativos, não tendo em
consideração factores qualitativos como a ética, motivação, etc.
A análise financeira através de rácios só tem sentido se existir uma base de
comparação.
Tipos de Rácios
Apesar de se poderem construir inúmeros rácios, a sua utilização depende dos objectivos da análise: qual a natureza dos fenómenos que pretende revelar ou medir, quais as fontes de informação utilizadas, etc.
Rácio de RendibilidadeChama-se rácio de rendibilidade ao indicador (expresso
em %) da relação entre o resultado (lucro ou prejuízo) e as vendas ou uma grandeza de capital. Podem ter-se assim vários indicadores de rendibilidade. Numa empresa, a rendibilidade toma três dimensões distintas segundo os objectivos da análise: rendibilidade comercial, rendibilidade económica e rendibilidade financeira.
Rácio de FuncionamentoOs rácios de funcionamento servem para analisar a
eficiência das decisões na gestão dos recursos aplicados. Os rácios de funcionamento apuram-se em termos.
Devem utilizar-se valores médios do balanço de forma a não serem afectados pelos valores acidentais em determinadas datas do balanço. Estes rácios só têm sentido se comparados dentro do mesmo sector e entre empresas com características tecnológicas e de mercado semelhantes.
Rácio de Rotação do Activo
É o rácio que indica o grau de utilização dos activos. Um rácio muito elevado pode significar que a empresa está a trabalhar perto do limite de capacidade. O inverso pode significar subutilização de recursos.
Rácio Ligado ao Mercado
É muito útil ao director de marketing e ao director de
produção, a fim de definirem as suas estratégias e linhas de
actuação, conhecerem respectivamente, os preços e o custo
unitário dos produtos concorrentes.
O mesmo acontece com o director financeiro
relativamente aos indicadores de mercado. São rácios
fundamentais para todos os investimentos e credores da
empresa.
Rácio de Liquidez
Estes rácios de Liquidez irão permitir aos analistas de
crédito analisar a capacidade de reembolso dos empréstimos
para um curto prazo.
Sendo um indicador utilizado pelas instituições financeiras
como ferramenta importante na sua apreciação de crédito da
empresa salientamos que é extremamente frequente que uma
evolução favorável deste indicador reflicta não a melhoria mas a
degradação da sua liquidez.
Rácio de Rentabilidade
Este rácio permite aferir a capacidade da empresa em
remunerar os seus accionistas/sócios.
Análise do Equilíbrio financeiro
Geralmente diz-se que só uma estrutura financeira
equilibrada permite à empresa um funcionamento normal.
Esta análise tem como base o balanço.
Quanto à noção de equilíbrio, pode ser encarada de
duas maneiras, que se complementam:
como uma obrigação jurídica e de preocupação dominante
dos credores de a empresa estar apta a solver os seus
compromissos nas datas de vencimento respectivas;
como uma necessidade de manter o equilíbrio funcional entre
os recursos, tendo em conta a sua estabilidade e as aplicações,
observando o seu destino.
Perspectiva dinâmica
Consiste em analisar as origens e aplicações de fundos
na altura de fecho das contas. Os dados para a análise dinâmica
podem ser encontrados nos anexos às Demonstrações
Financeiras.
Faz-se através da comparação de balanços e
demonstração dos resultados sucessivos com vista a estudar
como evoluíram as diferentes rubricas patrimoniais.
Perspectiva estáticaA análise financeira estática baseia-se na informação
que consta no Balanço e na demonstração de resultados
comparando-se e apresentando uma apreciação de:
Estrutura: bens e direitos de que dispõe a empresa e meios
para os financiar;
Solvabilidade: meios para fazer face aos compromissos a
Médio e Longo Prazo (incluindo dívidas e respectivos juros,
despesas respectivas a obrigações assumidas ou imperativos
económicos e prestações fiscais, parafiscais ou sociais).
Liquidez: meios para fazer face aos compromissos a Curto
Prazo;
A análise financeira estática consiste em estabelecer relações
entre conta e agrupamento de contas do Balanço, da
Demonstração de Resultados e da Demonstração dos Fluxos
de Caixa, ou ainda entre outras grandezas económico-
financeiras. Estas relações têm várias designações, tais como
rácios, índices, coeficiente, indicadores, etc.
Fundo de Maneio
O conceito de fundo de maneio pode referir-se a diversos
indicadores, pelo que é usual recorrer-se ao conceito de fundo de
maneio líquido ou permanente. Sendo o fundo de maneio bruto
igual ao activo circulante, o fundo de maneio líquido é dado pela
diferença entre o activo circulante e os débitos de curto prazo.
representa uma margem de segurança financeira e
obtém-se a partir do balanço, pela diferença entre o valor do
activo circulante e das dívidas a terceiros a curto prazo.
Formas de interpretação do Fundo A proporção dos capitais permanentes que podem ser
alocados para o financiamento do activo circulante;
A parte do activo circulante que pode ser transformada em
meios líquidos em menos de um ano.
Um fundo de maneio líquido negativo ou nulo é indicador de
problemas de solvabilidade.
Podemos ainda definir o fundo de maneio próprio como
os capitais próprios deduzidos do activo imobilizado líquido.
Outra forma de calcular o fundo de maneio próprio é como a
diferença entre o fundo de maneio líquido e os débitos de
médio e longo prazo.
A existência de fundo da maneio pode, exprimir uma
margem de segurança (liquidez aparentemente excessiva) pois,
uma determinada parcela dos capitais permanentes,
caracterizada por um grau de exigibilidade de médio e longo
prazo, financia um certo montante do capital circulante total,
cujo grau de liquidez é de curto prazo.
O conceito de fundo de maneio aparece, então,
associado ao grau de liquidez das aplicações de fundos e ao grau
de exigibilidade das origens de fundos.
Análise do equilíbrio financeiroNa análise financeira vamos considerar dois aspectos:
Estrutura financeira;
Solvabilidade.
Se compararmos as massas de bens que a empresa
dispõe com os vários meios que empregou para financiar
cada uma delas, estamos a analisar a sua estrutura
financeira, se analisarmos a capacidade da empresa para
fazer face aos seus compromissos estamos a estudar a
solvabilidade.
Estrutura financeira
Uma estrutura equilibrada deve ter uma
correspondência entre os graus de liquidez das aplicações de
fundos e os graus de exigibilidade das fontes de financiamento,
para tal é necessário seguir duas condições:
A empresa deve ser independente em relação a capitais
alheios, logo no financiamento dos investimentos, deve
recorrer a capitais próprios.
O activo deve ser integralmente financiado com capitais
permanentes.
Solvabilidade
Uma empresa que faz face aos seus compromissos é
uma empresa com solvabilidade, desde de que o seu capital
próprio seja igual ou superior ao seu passivo.
Tipos de indicadores
Indicadores de liquidez;
Indicadores de rentabilidade;
Análise de Dupont;
Indicadores de estrutura ou endividamento;
Indicadores de actividade;
Indicadores baseados no mercado.
Análise da rendibilidade
O objectivo e de averiguar se a empresa aplica de forma
eficiente os recursos financeiros e económicos que lhe foram
confiados.
Para conhecer a rendibilidade geral de uma empresa,
temos que estudar a:
• Rendibilidade do investimento;
• Rendibilidade do capital próprio;
• Rendibilidade das vendas.
Cash Flow
O cash flow, que significa o fluxo de liquidez, é uma
informação importante, pois mostra o modo como foi gerado e
aplicado o dinheiro da empresa, para uma análise mais
completa da situação económica e financeira da empresa.
Conceito dinâmico e estático• Estático
Representa o conjunto dos meios libertados pela
actividade da empresa.
Resultado antes de impostos
AmortizaçõesVariação
de provisões
Resulta da soma de :
• Dinâmico
O cash flow é entendido como o fluxo de caixa, e
obtém-se no balanço através da variação da rubrica de
disponibilidades, integra todos os movimentos, ao longo
de dado período, que tenham reflexo na exploração, no
investimento e nas operações financeiras.
Autofinanciamento
É obtido através de retenções na empresa, de parcelas de
lucro, ou seja, é conseguido na própria empresa.
R. Antes de
impostos
Imposto sobre o
rend. Do exc,
Dividendos a pagar
Trabalho realizado por:
• Paulo Pereira
• Guilherme Oliveira
• José Pereira
• 12º3c