BOTÂNICA AGRÍCOLA Prof. Dra. Adriana Graciela Desiré Zecca INTRODUÇÃO À BOTÂNICA SISTEMÁTICA Pelo menos 10 milhões de tipos de organismos vivos compartilham nossa biosfera. Nós, seres humanos diferimos destes outros organismos tanto no grau de nossa curiosidade como em nosso poder de falar. Como conseqüência destas duas características, temos há muito tempo buscado inquirir sobre outras criaturas, bem como trocar informações. Para se fazer isto, foi necessário dar nomes aos organismos. Aos organismos mais conhecidos foram dados nomes vulgares, mas mesmo para os mais simples dos propósitos, tais nomes podem ser inadequados. Algumas vezes os nomes são vagos, particularmente quando trocamos informações com pessoas de outras partes do mundo. Quando diferentes línguas estão envolvidas, os problemas se tornam complexos. Por estas razões, os biólogos designam os organismos com nomes em Latim, que são oficialmente reconhecidos por organizações internacionais de botânicos, bacteriologistas e zoólogos. Estes nomes formais em Latim originaram-se de sistemas informais de nomear plantas. A diferentes tipos de organismos têm sido dado há muito tempo nomes correspondentes a categorias tais como ‘carvalhos’, ‘rosas’ ou ‘dentes-de-leão’. Na época medieval, quando o interesse na comunicação de informações sobre organismos estava crescendo, o Latim era a língua da ciência. Por esta razão os nomes para estes ‘tipos’ de organismos foram padronizados e amplamente disseminados em livros impressos com o recém inventado tipo móvel. Os nomes eram freqüentemente aqueles que os romanos usavam; em outros casos, eram inventados novos nomes ou os nomes eram colocados na forma latinizada. Estes ‘tipos’ acabaram por serem chamados de gêneros, e membros individuais destes gêneros, tais como carvalhos-vermelhos ou carvalho-salgueiro, eram chamados de espécies. No inicio, as espécies eram identificadas por frases descritivas em Latim consistindo em uma ou mais palavras; estas frases eram chamadas ‘polinômios’. A primeira palavra do polinômio era o nome do gênero ao qual a planta pertencia. Assim, todos os carvalhos eram identificados por polinômios que começavam com palavra Quercus, e todas as rosas com polinômios que se iniciavam com a palavra Rosa. Os antigos nomes latinos para estas plantas continuaram a ser utilizados para designar os gêneros. A Sistemática Vegetal desempenha um papel de importância capital em favor de ciências que lidam com as plantas; determinando os nomes com que são conhecidas internacionalmente milhares de espécies vegetais, estudando sua distribuição, indicando suas propriedades, acertando as relações existentes entre os grupos taxonômicos e outros pontos de interesse, sua influencia manifesta-se em todos os domínios da Botânica. Pode-se afirmar, que sem uma acurada e segura identificação das espécies, a Fitogeografia não poderia 1
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Pelo menos 10 milhões de tipos de organismos vivos compartilham nossa biosfera. Nós, seres humanos diferimos destes outros organismos tanto no grau de nossa curiosidade como em nosso poder de falar. Como conseqüência destas duas características, temos há muito tempo buscado inquirir sobre outras criaturas, bem como trocar informações. Para se fazer isto, foi necessário dar nomes aos organismos. Aos organismos mais conhecidos foram dados nomes vulgares, mas mesmo para os mais simples dos propósitos, tais nomes podem ser inadequados. Algumas vezes os nomes são vagos, particularmente quando trocamos informações com pessoas de outras partes do mundo. Quando diferentes línguas estão envolvidas, os problemas se tornam complexos.
Por estas razões, os biólogos designam os organismos com nomes em Latim, que são oficialmente reconhecidos por organizações internacionais de botânicos, bacteriologistas e zoólogos.
Estes nomes formais em Latim originaram-se de sistemas informais de nomear plantas. A diferentes tipos de organismos têm sido dado há muito tempo nomes correspondentes a categorias tais como ‘carvalhos’, ‘rosas’ ou ‘dentes-de-leão’. Na época medieval, quando o interesse na comunicação de informações sobre organismos estava crescendo, o Latim era a língua da ciência. Por esta razão os nomes para estes ‘tipos’ de organismos foram padronizados e amplamente disseminados em livros impressos com o recém inventado tipo móvel. Os nomes eram freqüentemente aqueles que os romanos usavam; em outros casos, eram inventados novos nomes ou os nomes eram colocados na forma latinizada. Estes ‘tipos’ acabaram por serem chamados de gêneros, e membros individuais destes gêneros, tais como carvalhos-vermelhos ou carvalho-salgueiro, eram chamados de espécies.
No inicio, as espécies eram identificadas por frases descritivas em Latim consistindo em uma ou mais palavras; estas frases eram chamadas ‘polinômios’. A primeira palavra do polinômio era o nome do gênero ao qual a planta pertencia. Assim, todos os carvalhos eram identificados por polinômios que começavam com palavra Quercus, e todas as rosas com polinômios que se iniciavam com a palavra Rosa. Os antigos nomes latinos para estas plantas continuaram a ser utilizados para designar os gêneros.
A Sistemática Vegetal desempenha um papel de importância capital em favor de ciências que lidam com as plantas; determinando os nomes com que são conhecidas internacionalmente milhares de espécies vegetais, estudando sua distribuição, indicando suas propriedades, acertando as relações existentes entre os grupos taxonômicos e outros pontos de interesse, sua influencia manifesta-se em todos os domínios da Botânica. Pode-se afirmar, que sem uma acurada e segura identificação das espécies, a Fitogeografia não poderia
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conduzir trabalhos relativos à origem e interdependência das floras, do mesmo modo sucedendo com a Ecologia, nos estudos de relacionamento das plantas com o meio. Do mesmo modo, os farmacologistas, nos seus estudos sobre a presença nas plantas de substâncias com propriedades medicinais, não podem negligenciar quanto à identificação fidedigna das espécies. Enfim, todos aqueles que direta ou indiretamente, têm suas atividades relacionadas com o estudo das plantas, recorrem ao taxonomista para obter determinações corretas.
No conceito antigo, Sistemática era uma ciência que se restringia ao estudo de fragmentos de plantas, devidamente etiquetados e conservados em um herbário, baseando-se no estudo morfológico desses espécimes. A sistemática moderna, tanto estuda o comportamento da planta na natureza, como se fundamenta na morfologia e na estrutura dos vegetais, seus caracteres genéticos, sua ecologia, distribuição geográfica, estudo dos seus antepassados, etc..., para compreender e estabelecer as verdadeiras afinidades e graus de parentesco existentes entre os diversos grupos de plantas. Baseia-se na hipótese de que existem relações genéticas entre as plantas e que os vegetais atuais descendem de outros existentes ou já extintos, através de sucessivas gerações, encontrando-se elas, hoje em dia, mais aperfeiçoadas.
TAXONOMIA OU SISTEMÁTICA VEGETAL é a parte da Botânica que tem por finalidade agrupar as plantas dentro de um sistema, levando em consideração suas características morfológicas e externas, suas relações genéticas e suas afinidades.
IDENTIFICAÇÃO é a determinação de qualquer material botânico, como idêntico ou semelhante a outro já conhecido. Pode ser feita com o auxilio da literatura ou pela comparação com outro de identidade conhecida e em qualquer hierarquia (família, gênero, espécie, subespécie, etc.). Tratando-se de material novo para a Sistemática, por conseguinte ainda não designado cientificamente, deve receber denominação própria e ser objeto de descrição, publicação em órgão especializado, observando-se o que preceitua o Código Internacional de Nomenclatura Botânica.
Classificação é a ordenação das plantas em categorias hierárquicas, segundo as afinidades naturais ou graus de parentesco e de acordo com um sistema de classificação. Cada espécie é classificada como membro de um gênero, cada gênero pertence a uma família, as famílias estão subordinadas a uma ordem, cada ordem a uma classe, cada classe a uma divisão.
Nomenclatura está relacionada com o emprego correto dos nomes das plantas e compreende um conjunto de princípios, regras e recomendações aprovados em congressos internacionais de Botânica e publicados num texto oficial. A Botânica necessita de um sistema preciso e simples de nomenclatura para ser usado pelos botânicos em todos os países, que lide por um lado com os termos que denotam nível dos grupos ou unidades taxonômicas e por outro com os nomes científicos que são aplicados as grupos taxonômicos individuais de plantas.
HISTÓRICO
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A Botânica é tão antiga como a própria humanidade, se bem que não como uma ciência sistematizada, mas antes em forma de observações acumuladas sobre aparência de certas plantas, e efeitos que exercem sobre o organismo, seja do Homem ou do animal. Conforme se iam acumulando conhecimentos empíricos surgia a necessidade de pô-los em alguma ordem e legá-los às gerações futuras, assim surgiram as primeiras anotações, sobre vegetais, que encontramos nos escritos da antiguidade.
Minuciosas descrições de plantas e suas virtudes são encontradas nos ‘livros’ dos templos egípcios. No Talmude hebraico existe uma extensa divisão dedicada ao estudo das plantas, suas propriedades, uso e cultura.
Nas primeiras épocas da historia européia foram os gregos, a deixarem anotadas as observações que podem ser consideradas como inicio da ciência. Foram também os gregos que fizeram a primeira tentativa de sistematizar o material empírico acumulado, baseando-se nos caracteres que mais saltam à vista. Assim, o primeiro sistema que conhecemos, criado por Aristóteles e Teofrasto (384-284 a.C.) dividia o reino vegetal em árvores, arbustos e ervas, distinguindo formas caducifólias e sempreverdes. Esta classificação ficou em uso durante a maior parte da Idade Média. Em contato com a ciência oriental durante a invasão árabe, do século IX a XII, os europeus adquiriram conhecimentos sobre plantas, na época desconhecidas. Foram também enriquecidas as coleções já existentes na Europa. Mais uma onda de material completamente novo invadiu a Europa em conseqüência das grandes descobertas. Do século XV em diante, a necessidade de pôr alguma ordem no material acumulado, tornou-se inadiável.
As primeiras tentativas realizaram-se no sentido de criação dos chamados ‘Livros de ervas’, ‘Hervanários’, listas e descrições das plantas, na maioria feitas pelos monges ou médicos, organizados principalmente, para preservação de conhecimentos sobre plantas medicinais (Período descritivo). A mesma finalidade perseguem também os hortos de ervas, onde se plantava e preservava vivo, na maioria plantas medicinais, aromáticas ou tóxicas. Aumentando cada vez mais o fluxo de espécies vindas do estrangeiro, esses hortos transformaram-se em coleções de plantas vivas de todas as espécies; mais tarde foram denominados Jardins Botânicos. Os mais antigos foram organizados na Itália, em 1309 em Salerno.
A descoberta da imprensa e da xilografia facilitou a divulgação de ‘Livros de ervas’ e permitiu a comparação de plantas localizadas em diversos lugares freqüentemente distantes. Assim, tornou-se indispensável a criação de sistemas de identificação que podiam ser compreendidos em varias nações e línguas diferentes.
Na base dos sistemas de Aristóteles, Teofrasto, Plínio e Dioscórides, inicia-se a criação de numerosos sistemas novos, alguns bastante lógicos e adaptados às exigências da época, uns, porém, mais confusos que os antigos.
Esses sistemas destinavam-se ao reconhecimento da planta e foram baseados na morfologia externa, anotação sucinta de caracteres, permitindo a comparação de material localizado em diversas e distantes coleções (Período de sistematização). Tinham fundamentação morfológica, recebendo, porem, ainda a influencia das premissas filosóficas relativas ao principio de imutabilidade das espécies.
O primeiro desses sistemas exposto em definições claras, exatas e lógicas, criado por Andréa Caesalpino (Piza, 1519-1603), foi baseado na estrutura de frutos e sementes. Esteve em uso por um século, até o aparecimento do sistema também artificial, porém mais completo e prático, do professor Karl Von Lineé, da Suécia (1707-1775).
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O sistema lineano é baseado na morfologia da flor, principalmente na estrutura e número de estames e pistilos. Lineu dividiu o reino vegetal em Criptógamas – plantas com processos sexuados encobertos e Fanerógamas – plantas com processos sexuados visíveis. Esta divisão, com certas modificações é usada até hoje. O maior mérito de Lineu foi o de pôr em ordem enorme quantidade de material coletado por ele mesmo e outros botânicos e zoólogos e de idealizar e empregar com sucesso uma nomenclatura e uma terminologia breve, clara e lógica, que até hoje está em vigor. Foi o primeiro que deu a noção de ‘espécie’ e ‘gênero’ como base para a nomenclatura binária.
Lineu estabeleceu classes e ordens de plantas. As classes em número de 24 se fundamentavam em caracteres apresentados pelo aparelho reprodutor. Nas plantas com flores, que abrangiam 23 classes, levou em consideração o sexo, o número de estames, a relação entre suas partes, etc. A classe XXIV trata das Criptogámas. As ordens, conforme as classes a que pertenciam, eram denominadas segundo critérios relacionados com o número de ovários (existindo só um ovário, passou a considerar o número de estiletes ou de estigmas), com o número de estames e com a natureza do fruto.
Com o incremento dos conhecimentos sobre a flora mundial veio a verificação da existência de maiores afinidades naturais entre plantas do que as indicadas pelo ‘sistema sexual’ de Lineu. Os novos sistemas organizam plantas em grupos afins, pela existência de caracteres morfológicos e anatômicos comuns. Em rigor, não poderiam ser ‘naturais’ por não se compatibilizarem com a idéia da evolução, o que só ocorreu com os atuais sistemas filogenéticos, também chamados naturais modernos.
Dos muitos sistemas que se seguiram, mais um que merece ser mencionado é o de Antoine Jussieu (1748-1836, Paris). Também artificial, porém baseado num maior conjunto de caracteres morfológicos. Este sistema tenta agrupar os organismos numa seqüência partindo dos mais primitivos e simples aos mais complexos morfologicamente. Esta disposição aproxima-se aos princípios de sistemas naturais ou filogenéticos.
Uma inovação feliz de Jussieu foi empregar na definição das classes de fanerógamas o número de cotilédones: Monocotiledôneas: plantas com uma folha germinal e Dicotiledôneas: plantas com duas folhas germinais.
Por mais que Jussieu e contemporâneos, instintivamente se aproximavam à idéia de um sistema natural ou evolutivo, não podiam formulá-lo antes de formulada a própria teoria da evolução.
A vitória final das idéias evolucionistas coube Charles Darwin (1809-1882) com a publicação do seu famoso trabalho sobre a origem das espécies.
A teoria de descendência e de desenvolvimento evolutivo de formas mais complexas e perfeitas a partir de formas mais antigas e primitivas fornecem um sólido alicerce em que poderia ser construído um verdadeiro sistema filogenético, isto é, seqüência de organismos pela afinidade de origem, sua sucessão e como nos parece, a marcha do processo evolutivo a partir de organismo unicelular até o mais perfeito.
A maioria dos sistemas desta época (Sistemas filogenéticos) fundamentam-se nas teorias de Darwin. Merecem ser destacados o Sistema de Engler e mais recentemente o Sistema de Arthur Cronquist.
Adolf Engler (1844-1930) – elaborou, num guia de plantas do Jardim Botânico de Breslan, um esquema de classificação que foi usado durante muito tempo como um dos melhores sistemas de classificação, publicado pela primeira vez na obra Engler & Plantl (1887-1899). Ainda que não seja filogenético em exato sentido, representa um esforço em
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divisar um esquema que tenha a utilidade e a praticabilidade de um sistema natural, firmado sobre relações de forma e compatível com os princípios da evolução.
Foram considerados caracteres essenciais e secundários, sem deixar de ser reconhecido que, muitas vezes, tais caracteres não apresentavam valor absoluto. Foi admitido que no desenvolvimento diverso das flores, dos frutos e das sementes, existe, até certo grau, uma progressão que corresponde ao desenvolvimento filogenético.
Em 1964, foram propostas modificações na seqüência e na posição de diversos grupos, à luz de novos conhecimentos derivados da anatomia, da química, da embriologia e de outros campos da ciência.
Subdivisão 1a Gymnospermae Subdivisão 2a Angiospermae Classe 1a Monocotyledoneae Classe 2a Dicotyledoneae
Arthur Cronquist (Estados Unidos), ocupou-se da sistemática das Angiospermas. Apresentou uma versão do seu sistema em 1968, depois em 1981, com alterações em 1988. Foi o maior responsável pela nova classificação das Angiospermas. O Sistema de Cronquist é dividido em duas classes amplas, mono e dicotiledôneas. As ordens relacionadas estão colocadas em subclasses. O sistema, como descrito em 1981, tem 321 famílias e 64 ordens.
SISTEMA DE CRONQUIST (1981)
DIVISÃO MAGNOLIOPHYTA (Antophyta, Angiospermae)A. CLASSE MAGNOLIOPSIDA (Magniolatae, Dicotyledoneae)
Em relação às Angiospermas, modernamente, análises cladísticas baseadas na morfologia, rRNA, rbcL e seqüências nucleotídicas de atpB não confirmam a tradicional divisão das angiospermas em monocotiledôneas e dicotiledôneas; as monocotiledôneas constituem um grupo monofilético, ou seja, possuem um ancestral comum, enquanto que as dicotiledôneas formam um complexo parafilético. Entretanto, um grande número de espécies consideradas ‘dicotiledoneas’ constituem um bem suportado clado-tricolpadas (que apresentam grão de pólen tricolpados) ou eudicotiledôneas. Assim, temos hoje, nas angiospermas o grupo das monocotiledôneas, o grupo das tricolpadas (eudicotiledôneas) e resta um grupo ainda carente de relacionamento filogenético, denominado basal que inclue Nymphaeales, Ceratophyllales, Piperales e Aristolochiales (paleoervas ou não monocotiledôneas) e Magnoliales, Laurales e Illiciales (complexo Magnoliides).
UNIDADES SISTEMATICAS OU CATEGORIAS TAXONOMICASDe acordo com o conceito de que existem relações entre as plantas, elas devem ser
enquadradas em categorias que indiquem suas presumíveis afinidades sistemáticas. Cada categoria taxonômica representa um grupo de plantas, e há categorias maiores e menores de classificação. As categorias taxonômicas representam níveis hierárquicos, segundo critérios adotados nos diversos sistemas de classificação, os táxons são os termos aplicados aos agrupamentos considerados incluídos nessas categorias:
As regras Internacionais de Nomenclatura estabelecem que uma categoria de plantas
pode se subdividir em categorias intermediarias e de hierarquia mais baixa, acrescentando-se ao seu nome o prefixo sub.
Consideradas as categorias principais pode-se ter a seguinte gradação:
Reino – Divisão – Subdivisão – Classe- Subclasse – Ordem – Subordem – Família – Subfamília – Tribo – Subtribo – Gênero – Subgênero – Seção – Subseção – Série – Subsérie - Espécie – Subespécie – Variedade – Subvariedade – Forma – Subforma.
Os nomes aplicados a todas as categorias taxonômicas são latinos e recebem, em geral, nomes com terminações próprias, relacionadas à categoria a que pertencem. Resultam, nestes casos, nomes que têm o mesmo radical da palavra com que é designado um gênero. Exemplo: Magnólia (gênero), Magnoliaceae (família), Magnoliales (ordem), Magnoliopsida (classe) e, Magnoliophyta (divisão).
As terminações próprias dos nomes de grupos taxonômicos, correspondentes às categorias acima de gênero são:
Tendo em vista sistemas de classificação diferentes, observa-se que os nomes aplicados a grupos taxonômicos correspondentes a determinadas categorias podem manter-se iguais ou não, inclusive, casos em que ao mesmo nome são atribuídos níveis hierárquicos variados, conforme a conceituação dos autores:
Sistemas Divisão Subdivisão Classe SubclasseBentham & Hooker
1. Divisão : é a categoria que fica logo abaixo do Reino, formada por um conjunto de classes. Em regra, são tomados para sua constituição caracteres gerais relacionados com estruturas reprodutivas, morfológicas ou anatômicas.
2. Classe : categoria hierarquicamente inferior à Divisão, constituída por um conjunto de Ordens.
3. Ordem : formada por um conjunto de famílias, é estabelecida com base em particularidades mais definidas (caracteres filogenéticos).
4. Família : constituída por mais de um gênero. Sua descrição é feita de modo a contemplar características dos gêneros quase sempre numerosos. Quando se está interessado em identificar um material botânico desconhecido, comumente procura-se, em primeiro lugar, conhecer a família a que pertence. A partir daí, com ou sem uso de chaves, chega-se aos grupos subordinados.O nome da Família é formado pelo radical do nome de um de seus gêneros, acrescido da terminação aeae.
5. Gênero : categoria formada pela reunião de espécies semelhantes, cujo relacionamento não se baseia somente em caracteres morfológicos, mas também em particularidades de outra natureza, como a origem, as migrações, o comportamento genético, fisiológico e ecológico.
6. Espécie : até meados do século XVII, a designação de uma planta era freqüentemente polinomial, isto é, formada por varias palavras que eram uma descrição da espécie. À medida que crescia o número de espécies conhecidas, evidenciava-se a impraticabilidade desse procedimento. O sistema binomial passou a ser adotado a partir de Lineu (1753), daí por diante se tornou normativa a nomenclatura binária. Usa-se sp. ou spp. para espécie ou espécies respectivamente.
6.1. Nomenclatura binária : segundo o sistema de nomenclatura binária, universalmente adotado, as plantas são cientificamente designadas por um conjunto de duas palavras latinas ou latinizadas, correspondentes ao nome genérico e ao epíteto especifico (exemplo: Croton sonderianus). A primeira palavra (nome genérico) indica o gênero a que pertence a espécie e a segunda (epíteto especifico) permite designar espécies diferentes dentro de um mesmo gênero.
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Para distinguir as espécies com exatidão, torna-se necessário que em todo o Reino Vegetal só haja um nome de gênero válido e que em determinado gênero não se repita o mesmo epíteto especifico.
6.2. Categorias infraespecíficas : no Código de Nomenclatura Botânica, são previstas as seguintes categorias taxonômicas: subespécie, variedade, subvariedade, forma e subforma. Subespécie, variedade e subvariedade são abreviadas para subsp., var. e subvar.
Citação dos nomes dos autoresOs nomes das plantas devem ser escritos seguidos dos nomes dos autores:
Mimosa platycarpa DuckeCassia catártica var. tenuicaulis Irwin
Quando os autores são botânicos bastante conhecidos, podem ser escritos abreviadamente: Tricogonia Endl. (Endlicher).
Às vezes, são usadas abreviações extremas como L. para Lineu, M. para Martius, etc. as quais são inteligíveis por representarem nomes consagrados.
Casos especiais – Plantas cultivadasAs plantas cultivadas se desenvolvem como populações artificiais, mantidas e
propagadas pelo homem. Por esta razão, a hierarquia botânica de categorias infraespecificas baseia-se na categoria Cultivar, sendo às vezes chamadas erroneamente de variedades.
Uma cultivar é um conjunto de plantas cultivadas o qual se distingue claramente por uma serie de caracteres, os quais se mantêm nos descendentes, quando estes se reproduzem tanto sexuada como assexuadamente. Algumas cultivares têm-se originado naturalmente, mas a maioria é criada por cultivo. O nome da cultivar se escreve com inicial maiúsculo e precedido pela abreviação cv., ou colocando-o entre aspas. Por exemplo: Phaseolus vulgaris L.cv. Carioca. O nome da cultivar deve ser imaginário, em línguas modernas (não se usa o latim).
As Fanerógamas (plantas com órgãos de reprodução visíveis) ou Espermatófitas (plantas cuja reprodução se realiza através da semente) ou Embriófita Sifonógamas (plantas que como resultado da fecundação formam um embrião e apresentam tubo polínico), compreendem dois grupos de plantas, que são as Pinophyta (Gimnospermae) e as Magnoliophyta (Angiospermae).
Uma das mais importantes inovações que apareceram durante a evolução das plantas vasculares foi a semente. As sementes parecem ser um dos fatores responsáveis pela dominação das espermatófitas na flora atual. A razão é simples, a semente tem capacidade de sobrevivência.
Todas as plantas com sementes possuem macrofilos e incluem cinco Divisões com representantes atuais: Cycadophyta, Ginkgophyta, Coniferophyta, Gnetophyta (Gimnospermas) e, Anthophyta (Angiospermas).
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GIMNOSPERMAS
A palavra Gimnosperma, oriunda do grego, significa semente (sperma) nua (gymnos). A etimologia indica que os componentes desta Subdivisão carecem de frutos verdadeiros, apresentando sementes provenientes de óvulos nus, dispostos na superfície do macrosporófilo. A palavra foi cunhada por Teofrasto, discípulo de Aristóteles no ano 300 a.C.
As gimnospermas, pouco numerosas no contexto da flora atual, reúnem apenas 675 espécies, arranjadas em 63 gêneros. Correspondem a um grupo de plantas que surgiu provavelmente no período Devodiano da era Paleozóica, há cerca de 400 milhões de anos. Com o aparecimento das angiospermas no período Jurássico (cerca de 160 milhões de anos), o conjunto das gimnospermas entrou em rápido declínio mantendo, contudo, uma grande importância na composição florestal das regiões temperadas e frias do mundo.
Como grupo de plantas produtoras de madeira, as gimnospermas cumprem um papel insubstituível.
As espécies de gimnospermas são em geral gregárias, compondo florestas relativamente homogêneas. A vasta região das florestas boreais euro-siberianas, inclui algumas espécies de Pinus, Larix e Picea. Só as florestas de lariço (Larix sp.) cobrem cerca de 2,5 milhões de Km2 na Sibéria. Mesmo em países tropicais como o Brasil, pode ser observada esta tendência gregária. O gregarismo das gimnospermas vincula-se à polinização anemófila, característica do grupo, que pressupõe e requer um adensamento de indivíduos, para haver uma adequada fertilização.
As gimnospermas também se notabilizam pelo crescimento monopodial. A dominância permanente do meristema apical do tronco sobre s demais, acaba por produzir uma forma arbórea vantajosa, composta de um longo fuste retilíneo, e ramos relativamente delgados.
Sob o ponto de vista tecnológico, as gimnospermas constituem o grupo das chamadas ‘madeiras macias’ ou ‘madeiras de fibras longas’, ‘Softwood’ em inglês. O termo ‘madeira de fibra longa’ explica-se pela predominância no lenho das gimnospermas de um único tipo celular: o traqueóide longitudinal (condução e sustentação mecânica). Os gêneros Ephedra, Gnetum e Welwitschia constituem uma exceção dentro das gimnospermas por apresentar vasos verdadeiros e fibras na estrutura básica do xilema, assemelhando-se às angiospermas.
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GIMNOSPERMASCLASSE ORDEM Família Gênero - espécieCycadophyta Cycadales Zamiaceae Dioon spp.
Encephalartos spp.Zamia ulei, Zamia boliviana, Z. brogniarti *
Cycadaceae Cycas revoluta *, C. circinalis, C. mediaGinkgophyta Ginkgoales Ginkgoaceae Ginkgo biloba *Coniferophyta Coniferales Pinaceae Abies alba *, A. balsamea
Larix decidua, L.laricina*Picea abies *Cedros atlântica *, C. deodora *, C. libanii *Pinus canariensis, P.echinata, P.elliottii *, P.taeda *, P.patula
Cupressaceae Chamaesyparis lawsoniana, Chamaesyparis pisifera *, Cupressus arizonica, C. funebris *, C. lusitanica *, C. macrocarpa*, C. sempervirens *, Thuja occidentalis, Thuja orientalis *, Junniperus communis
Podocarpaceae Podocarpus lambertii *, P. selowiiCephalotaxaceae Cephalartus harringtoniaAraucariaceae Agathis robusta, A. angustifólia *, A. araucana, A.
Verifica-se uma nítida preponderância das coníferas (Classe Coniferophyta – Ordem Coniferales) sobre os demais táxons gimnospérmicos, a qual se manifesta tanto no número de espécies como na amplitude da distribuição geográfica e na importância econômica.
Não se pode esquecer, que gimnospermas e coníferas não são termos equivalentes e que o ultimo, é apenas parte do primeiro. Os Ginkgo, Taxus e Ephedra, por exemplo, não são coníferas, apesar de verdadeiras gimnospermas.
As gimnospermas são pouco numerosas na flora brasileira, incluindo apenas os gêneros Araucaria, Podocarpus, Zamia, Gnetum e Ephedra. Destes, somente os dois primeiros incluem espécies arbóreas. Os demais carecem de interesse econômico atual e não produzem madeira utilizável, tendo os indivíduos adultos uma estrutura caulinar pouco lenhosa (Zamia) ou do tipo cipó (Gnetum e Ephedra).
O gênero Zamia possui de seis a oito espécies amazônicas. O gênero Gnetum também inclui diversas espécies hileianas, conhecidas localmente como ‘toás’ e utilizadas em trabalhos de cestaria. Ephedra tweediana, a única espécie sul-rio-grandense do gênero, é também arbusto trepador, pouco conhecido e se interesse na atualidade. Os gêneros Araucária e Podocarpus possuem espécies nativas valiosas pela produção de madeira.
Apesar de reduzido o número de espécies de gimnospermas na flora brasileira, o grupo assume grande importância, devido às numerosas espécies introduzidas para fins ornamentais ou madeireiros. O catálogo das gimnospermas cultivadas depende da região focada. As espécies mais comuns no sul do Brasil são originarias dos Estados Unidos (Pinus elliottii, Pinus taeda) e Europa (P. silvestris, P.pinaster e P.pinea), ao passo que no centro e norte do país são cultivadas espécies de caráter mais tropical, provenientes de América Central (Pinus caribeana, P.oocarpa) ou Sudeste Asiático (P.merkusii, P.kesiya).
I. CLASSE CYCADOPHYTA – CYCADATAEOs representantes incluídos nesta classe têm folhas inteiras ou mais ou menos
penadas, grandes, em geral pecioladas. Óvulos produzidos em megasporófilos, em geral modificados.
Ordem Cycadales:São plantas caulescentes ou acaules, com folhas grandes, penadas, dispostas em
espiral. As folhas nascem enroladas e em geral são produzidas em grupos numerosos, periodicamente; são longamente persistentes e ao caírem deixam os restos do pecíolo revestindo o caule. Este pode ter a forma de estipe ou então se apresentar algumas vezes bifurcado, sempre com o ponto vegetativo coroado por um tufo de folhas. Nos gêneros acaules, as folhas nascem diretamente de uma porção subterrânea, globoide. As plantas são de sexo separado.
1. Família Zamiaceae
As flores masculinas e femininas estão reunidas em densos estróbilos e ocupam uma posição lateral na coroa de folhas. São cultivadas como ornamentais. Destacam-se Dioon (originário do México), Encephalartos (originário da África) e Zamia (com espécies no Brasil, Bolívia, Porto Rico e Estados Unidos).
Zamia ulei, Zamia boliviana, Z. Brongniarti: as três espécies são espontâneas no Brasil, na Bacia Amazônica até os Andes Bolivianos.
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2. Família Cycadaceae
Flores masculinas em enormes estróbilos laterais. Flores femininas terminais, não estrobiliformes, são livres, dispostas no centro da coroa das folhas assimiladoras.
Cycas revoluta: o tronco alcança 5-8m de altura, sustenta uma coroa de folhas; o comprimento das folhas varia entre 1,5 e 2m. Folíolos rígidos, retos, lanceolados, com margem revoluta. O parênquima da medula do tronco fornece matéria prima para preparação de sagu. Por isto e por ser altamente ornamental é cultivada em larga escala nos países de clima tropical e subtropical. Espécie dióica, originária da Ilha de Java. No Sul o Brasil é conhecida como ‘sagu-de-jardim’ ou ‘palma-de-ramos’.
As folhas são verde-escuras na face superior e verde-claras na inferior, apresentam uma única nervura longitudinal.
Os estróbilos masculinos são oblongos (30 a 40mm) e compostos por escamas planas de cor castanha. Os indivíduos cultivados, em geral femininos, apresentam cone terminal não estrobiliforme reunindo folhas carpelares aveludado-ocráceas. Os óvulos, em número de 2 a 8, dispõem-se na parte inferior e lateral das folhas carpelares.
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I. CLASSE GINKGOPHYTA
Ordem Ginkgoales:
1. Família GinkgoaceaeRestringe-se atualmente a um único gênero e espécie – Ginkgo biloba -, tida como um
verdadeiro fóssil vivo por seus caracteres morfológicos e anatômicos. O nome genérico vem do japonês ‘gin-kyo’, que significa ‘fruto-de-prata’.
A família teve uma distribuição muito ampla no passado. No Rio Grande do Sul, por exemplo, registra-se a presença de Ginkgoites antartica no afloramento Passo das Tropas, da Formação Santa Maria.
Ginkgo biloba L. Sinonímia: Salisburia adiantifolia Smith. Originário do Leste da Ásia é cultivado como
curiosidade cientifica e para fins ornamentais em muitos países. A espécie nunca foi encontrada em forma silvestre e sobreviveu até hoje por serem as árvores reverenciadas por monges budistas na China e Japão. No século XVIII foi introduzida na Europa, sendo desde então muito admirada no mundo ocidental e amplamente difundida. É arvore de grande porte, dióica, caducifólia e de ramificação simpodial. Alcança 30m de altura, constituindo-se de um ou vários troncos e copa geralmente estreita, de forma piramidal. A casca varia de castanho-
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acinzentada a castanho-escura, mostrando fissuras profundas e entrelaçadas em indivíduos adultos.
As folhas, simples, pecioladas e reunidas em fascículos, estão dispostas em curtos raminhos laterais. O limbo varia de 3 a 8 cm de comprimento e tem forma de leque, inteiro, lobulado ou dentado na parte superior, e com nervação dicotômica muito característica. A forma e disposição das nervuras lembram certas pteridófitas, sugerindo a especulação sobre a origem das gimnospermas a partir deste grupo de plantas.
As flores masculinas, reunidas em estróbilos cilíndricos, de cor amarela, dispostos sobre curtos brotos, compõem-se de muitos estames, com anteras bitecas divergentes. A polinização é anemófila.
A estrutura feminina reduz-se a dois ou três óvulos, sustentados por um longo pedúnculo comum. Quando desenvolvida, tem o aspecto de uma falsa drupa de cor amarela e odor desagradável, medindo de 1,5 a 2,5 cm de comprimento. A semente, comestível quando tostada, tem forma oval.
A maioria dos indivíduos cultivados no Rio Grande do Sul é do sexo feminino. São arvores muito ornamentais, destacando-se pela coloração amarela das folhas no outono.
Pode ser considerada como a mais primitiva das espécies arbóreas existentes.A estrutura anatômica do tronco de Ginkgo biloba é semelhante à das Coniferophyta, que
são de evolução superior. A medula é fracamente desenvolvida. Da medula para a periferia acha-se o xilema secundário, composto de traqueídes e contendo estreitos raios medulares. A camada cambial acrescenta cada ano novos cilindros de xilema secundário.
As árvores de Ginkgo biloba podem alcançar até 4m de circunferência. Esta espécie é considerada um fóssil vivo, pois é o único sobrevivente de um numeroso
grupo. Mesmo este sobrevivente está desaparecendo sem que se saibam as causas.
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FECUNDAÇÃO: nas Cycadaceas e Ginkgoáceas, a fecundação é intermediária entre as samambaias e outras plantas sem frutos, os anterozóides ‘nadam’. Os gametófitos masculinos são haustoriais, absorvendo nutrientes do óvulo enquanto crescem. O tubo polínico não penetra no arquegônio, se rompe na vizinhança e libera anterozóides multiflagelados. Os anterozóides nadam para o arquegônio e um deles fecunda a oosfera.
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III. CLASSE CONIFEROPHYTA Plantas com folhas geralmente pequenas, sésseis, inteiras, de orma aciculada,
lanceolada ou escamiforme. Órgãos de reprodução reunidos em cones (estróbilos), freqüentemente acompanhados
de escamas estéreis. Tem o maior número de representantes vivos, com cerca de 600 espécies, distribuídas principalmente no Hemisfério Norte, tanto nas planícies como nas montanhas, formando em algumas regiões, matas extensas, compostas de uma só ou poucas espécies. No Hemisfério Sul ocorrem com freqüência nas zonas temperadas, formando matas nas planícies. Nas zonas tropicais adaptam-se ao ambiente de altitudes maiores, ocorrendo nas planícies, com maior freqüência os grupos termófilos.
A maioria são plantas arborescentes com ramificação monopodial.
1. Família Pinaceae Plantas arbóreas de grande porte. Tem grande importância econômica, pois são
fornecedoras de madeira, matéria prima para produção de papel, resinas e vários outros produtos.
As folhas são persistentes, com exceção de Larix, que são caducas. Os estróbilos são unissexuados e a maioria dos gêneros é monóico-diclinos. Os estróbilos masculinos são menores, quando novos de cor amarelada ou avermelhada; os femininos são de tamanho maior, verdes quando jovens e de cor marrom após a maturação. É a maior família de Gimnospermas vivas, com centro de dispersão no Hemisfério Norte. Pertencem a ela os gêneros: Abies, Cedrus, Larix, Picea e Pinus.
Gênero Abies Mill., com cerca de 40 espécies, conhecidas popularmente como abetos,
caracteriza-se pela presença de cones eretos e folhas solitárias, providas de duas faixas estomáticas esbranquiçadas na face inferior. Das várias espécies européias de interesse florestal, destaca-se Abies alba Mill., produtora de madeira valiosa para confecção de tampos de instrumentos musicais e, Abies balsamea (L.) Mill., originária da América do Norte, é a fonte do ‘bálsamo-do-Canadá’, utilizado em microscopia.
Gênero Larix Mill., reúne cerca de 10 espécies caducifólias, raramente encontradas no Brasil, mas de grande importância florestal em seus países de origem. Com cinco ou mais folhas lineares curtas por fascículo, e cones eretos de maturação anual, os ‘lariços’ apresentam algumas espécies que merecem destaque. Larix decidua Mill., originaria da Europa Central, é a arvore produtora da ‘terebentina-veneziana’. Larix laricina (DuRoi) K. Kock, uma das mais importantes árvores do Canadá.
Gênero Picea A. Dietrich, compreende cerca de 40 espécies de interesse madeireiro e ornamental. As árvores apresentam folhas solitárias de secção quadrada e cones pendentes. Picea abies (L.) Karsten é uma das mais importantes essências florestais da Europa Central, sendo ainda tradicionalmente utilizada como árvore de natal em sua região de origem.
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Gênero Cedrus Link – compreende apenas quatro espécies, originárias da região do Mediterrâneo e Himalaia. Árvores ornamentais e de aspecto majestoso pela copa ampla e longos ramos horizontais, apresentam folhas persistentes em secção geralmente triangular, que se reúnem em fascículos com mais de cinco acículas, concentradas na extremidade de curtos raminhos laterais. Os cones, eretos, levam de 2 a 3 anos para amadurecerem. Ao contrario das demais coníferas, os cedros florescem em outono. São de relativa freqüência em praças e jardins no Sul do Brasil.
Cedrus atlantica (Endl.) Carr.Sinonímia: Cedrus africana Gordon ex Knight; Pinus atlantica Endl.; Abies atlantica
Lindley & Gordon. Árvore de grande porte (40m), originaria da África. São muito características a copa
cônico-irregular organizada em camadas, a ramificação horizontal, a folhagem verde-azulada e a posição ereta dos brotos terminais. A casca, lisa e castanho-acinzentada, torna-se escura e sulcada ao envelhecer, desprendendo-se em lâminas. O crescimento é lento, ultrapassam os 500 anos de idade.
As folhas, de 1 a 3cm de comprimento, apresentam secção quadrada e se agrupam em fascículos de 40 a 70 acículas, dispostas na extremidade de curtos raminhos laterais, à semelhança de um pincel.
Os estróbilos masculinos, de cor amarela e com 2 a 5cm de comprimento, são cilíndricos, estreitos e ligeiramente curvos em direção ao ápice. Os cones femininos, cilíndrico-oblongos e de cor marrom clara, medem cerca de 6 cm de comprimento e 4 cm de diâmetro. As escamas muito largas têm o ápice achatado ou ligeiramente fendido, e as sementes, resinosas, são providas de asa bem desenvolvida (2cm).
As árvores, muito ornamentais pela forma e tonalidade da copa, requerem espaços abertos, sendo indicadas para parques e praças públicas. A propagação é fácil via sementes. Preferem solos permeáveis, arenosos ou pedregosos. Resiste bem a geadas e poluição ambiental.
A madeira é durável e de boa qualidade para carpintaria, moveis de jardim e revestimentos.
deodora Lindley; Larix deodora K.Koch; Pinus deodora Roxb.Árvore de grande porte, copa piramidal e longos ramos horizontais. O ápice do tronco
e as extremidades dos ramos são pendentes.A casca, acinzentada e lisa em plantas jovens, quando velha forma escamas de cor
escura, com 5 a 25cm de comprimento.As folhas são aciculares, verde-escuras e um pouco mais longas do que na espécie
atlantica. Os estróbilos masculinos, de cor amarela, medem entre 2,5 e 5 cm de comprimento, os femininos, eretos, marrom-avermelhados e sésseis, variam de 7 a 12 cm de comprimento e têm forma ovóide.
Espécie de crescimento rápido, requer solos profundos, férteis e arejados, as árvores são parcialmente caducas em invernos muito frios.
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É originário do Himalaia e largamente cultivado em todo o mundo para fins ornamentais. Produz madeira aromática moderadamente dura e muito resistente à intempérie, prestando-se para a construção civil, telhas, dormentes, móveis e trabalhos de carpintaria.
Cedrus libani (Loud.) A. Rich.Sinonímia: Cedrus libanensis Juss. ex Mirbel; Cedrus libanitica Trew ex Pilger;Cedrus cedrus Hunt; Cedrus patula K.Koch; Pinus cedrus L.; Larix cedrus Mill.;
Larix patula Salib.; Abies cedrus Poiret.Árvores de grande porte (até 40m), apresentam tronco geralmente bifurcado,
folhagem verde-escura e casca acinzentada. Os indivíduos velhos caracterizam-se pela forma aplanada do ápice da copa e a disposição em camadas das robustas ramificações.
Distingue-se da espécie do Himalaia pelos ramos com extremidades eretas, não pendentes.
A casca, castanho escura, é densamente fissurada e as acículas, muito curtas (2 a 3cm), aparecem reunidas em fascículos, na extremidade de curtos braquiblastos.
Os estróbilos masculinos são oblongos, de 2,5 a 4 cm de comprimento. Os cones femininos, eretos e dispostos em ramos de cor castanha, mostram uma forma ovóide-oblonga, com 9 a 14 cm de comprimento. As sementes são aladas, irregularmente triangulares e membranáceas.
Originaria das montanhas do Líbano. A espécie se propaga com facilidade através de sementes, que conservam o poder germinativo por até 2 anos. Prefere terrenos permeáveis, pedregosos ou arenosos, desde que a umidade seja suficiente. Resiste bem a geadas. Possui crescimento lento, alcança cerca de 1.000 anos. Apresenta madeira leve, amarelada, muito cheirosa e de grande durabilidade natural.
Gênero Pinus L. – os pinheiros incluem as gimnospermas mais comuns, eles dominam em amplas extensões da América do Norte e Eurásia e são amplamente cultivados mesmo no Hemisfério Sul.
Há cerca de 90 espécies de pinheiros, todas caracterizadas pela filotaxia das folhas, que é única entre todas as coníferas atuais. As folhas dos pinheiros são aciculares. Nas plântulas, elas têm arranjos espiralados e nascem solitárias sobre os caules. Após um ou dois anos de crescimento, o pinheiro começa a produzir suas folhas em grupos ou fascículos, cada um dos grupos de pinheiros contendo um número especifico de folhas aciculadas e longas, de uma a cinco dependendo da espécie.
A identificação das espécies de Pinus baseia-se principalmente em caracteres das folhas, cones e sementes.
O gênero Pinus L., de fácil cultivo em povoamentos homogêneos, são plantas largamente utilizadas em reflorestamento, inclusive no Brasil. Sua importância florestal é extraordinária, devido à qualidade da madeira, valorizada para fins construtivos e mobiliários, também para produção de celulose e resina.
As espécies de Pinus que se destacaram, inicialmente, na silvicultura brasileira, foram Pinus elliottii e Pinus taeda, introduzidos dos Estados Unidos, visto que as atividades com florestas plantadas eram restritas às regiões Sul e Sudeste. A partir dos anos 60, iniciaram-se experimentações com espécies tropicais como P.caribeana, P.oocarpa, P.patula, entre outros, possibilitando a expansão da cultura de Pinus em todo o Brasil, usando-se a espécie adequada para cada região ecológica.
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Pinus canariensis SmithOriginário das Ilhas Canárias. As árvores com até 30m de altura, formam uma copa
estreita e curtos ramos laterais. A casca, espessa e gretada, compõe grandes placas irregulares castanho-avermelhadas.
As acículas, longas (20-25cm), pendentes e dispostas em verticilos de 3, possuem cor verde-clara, bordos finamente serrilhados, secção triangular e apresentam dois canais resiníferos em cada lado do feixe libero-lenhoso.
Os cones femininos são pendentes, com pedúnculos curtos e providos de apófise escura e obtusa. Medem de 12 a 20 cm de comprimento por 5 a 7 cm de diâmetro. As sementes têm cerca de 12 mm de comprimento e exibem asa lateral bem desenvolvida (cerca de 2 cm), membranácea e estriada.
A espécie é bastante sensível ao frio e exigente em luz (heliófila), produz madeira de boa qualidade, pesada, durável e com alto teor de resina, sendo indicada para dormentes, carpintaria e construção em geral. O cerne é cor castanho-avermelhado e o alburno é amarelo.
Pinus echinata Mill.As árvores caracterizam-se pelo porte grande (24-31m), fuste reto, pode alcançar 120
a 180 cm de diâmetro, casca espessa e avermelhada, dividida em placas de forma irregular.As folhas, encontradas geralmente em pares, às vezes em fascículos de 3, são curtas
(7 a 12 cm), possuem cinco canais resiníferos no mesófilo e dois feixes vasculares internamente à endoderme. Cor verde-azulada e secção semicircular.
Os cones femininos, oblongos, escuros e reunidos geralmente aos pares ou em grupos, são pequenos (4 a 6 cm), sésseis ou em curtos pedúnculos. As escamas delgadas terminam em um curto espinho. As sementes, com formato triangular, possuem asa avermelhada de 3,5 cm de comprimento.
Originário do Leste dos Estados Unidos. Fornece madeira pesada, resistente e moderadamente resinosa.
Pinus pinea L.Nativa do sul da Europa e cultivada no Rio Grande do Sul, principalmente como
ornamental, esta espécie de pinheiro apresenta árvores que alcançam de 25 a 30 m de altura, produzindo uma copa ampla, muito ramificada e semi-esférica (forma de sombrinha). Este aspecto, de expressivo efeito plástico, reduz o valor da espécie para fins madeireiros, devido à produção de troncos grossos, relativamente curtos e retorcidos. É, contudo indicada para o cultivo em faixas litorâneas por aliar rusticidade e beleza, qualidades importantes para o reflorestamento de dunas marítimas e arborização de balneários. Na América do Sul é bastante cultivada no litoral uruguaio.
Apresenta casca acinzentada-escura, com fissuras profundas e raminhos marrom-claros.
As acículas, em número de 2 por fascículo, são rígidas e de cor verde-clara, tendo margem serrilhada e comprimento variável entre 10 e 20 cm. Possuem secção semi-circular.
Os cones femininos maduros, com formato arredondado, medem de 8 a 15 cm de comprimento por 7 a 10 cm de diâmetro. A cor oscila do castanho-claro ao castanho-avermelhado.
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As sementes são grandes (até 2 cm) e comestíveis, ápteras ou providas de asas rudimentares. São muito ricas em óleos, constituindo alimento bastante apreciado na região de origem e utilizadas em numerosos pratos da cozinha italiana.
A madeira contém pouca resina, dureza baixa a média, resistência mecânica mediana e baixa retratibilidade, sendo indicada para postes, estacas, esteios de minas, estruturas, soalhos, parquetes, janelas, mobiliário maciço e embalagens.
Pinus elliottii Engelm – ‘Pinheiro-americano’Originário do Sudeste dos Estados Unidos, este pinheiro cresce em terras de baixa
altitude (até 150 m). Em razão do excelente crescimento em zonas de clima subtropical úmido, é largamente cultivado no sul do Brasil.
As árvores alcançam de 25 a 30 m de altura com 60 a 90 cm de D.A.P. A casca, acinzentada e sulcada em indivíduos jovens, modificam-se apresentando placas espessas (2 a 4 cm), marrons-avermelhadas em exemplares adultos.
As folhas, reunidas em fascículos de 2 a 3 acículas, são longas (12 a 30 cm), flexíveis, cor verde-brilhante e com margem finamente serrilhada. Possuem 2 a 10 canais resiníferos, situados internamente no mesófilo, e bainha persistente.
Produzidos no inicio da primavera, os estróbilos masculinos concentram-se nas extremidades dos brotos jovens; os cones femininos, pedunculados, têm forma ovóide, ligeiramente, curva e assimétrica. As sementes possuem asas oblíquas de 2 a 3 cm de comprimento.
Espécie heliófila, de rápido crescimento. Assemelha-se a Pinus taeda, diferindo em alguns aspectos importantes. As acículas de P. elliottii, mais longas e de cor verde mais clara, têm secção semicircular, ocasionalmente triangular; os cones são nitidamente pedunculados e castanho-avermelhados. Em P.taeda, as acículas, normalmente mais curtas, mostram um tom mais escuro e secção sempre triangular; os cones são sub-sésseis e de cor acinzentada.
A madeira é usada para construções leves e pesadas, confecção de embarcações e caixas, para poste requer tratamento preservativo. As fibras são longas e adequadas para fabricar papel. Produz bastante resina.
A planta tem baixa exigência nutricional o que permite seu plantio em ambientes com condições adversas, como regiões áridas, frias, topos de montanhas e solos com baixa fertilidade. Em 8 anos já está pronto para o corte.
P. elliottii é um simbionte obrigatório de um basidiomiceto que forma micorrizas. Essa micorriza tem maior chance de se estabelecer em solos ácidos. A associação entre o fungo e as raízes facilita o estabelecimento deste Pinus em solos pobres.
Foi introduzido em São Paulo em 1948 por interesse florestal. É a principalmente espécie plantada para fins comerciais no sul do Brasil. Suas principais finalidades são madeira (móveis, celulose, laminação, compensados, etc.), celulose de fibra longa e resina.
Impactos ecológicos: na região da Estepe, representa a total substituição da vegetação original, pois essas espécies são heliófilas. Já em ambientes florestais, tendem a permanecer algumas espécies do sub-bosque. Os povoamentos de Pinus spp.tendem a ser monoespecíficos impedindo a instalação de outras formas de vegetação. Aumentam a acidez do solo. Transformação de ecossistemas abertos (campos, restingas, etc.) em ecossistemas fechados (florestal) com perda de biodiversidade por sombreamento, o que leva à exposição do solo e erosão, e assoreamento de cursos de água, com impactos sobre a fauna aquática. A deposição de serrapilheira de lenta decomposição dificulta a germinação de espécies nativas.
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Prevenção: espécies anemocóricas são muito difíceis de controlar após o estabelecimento, pois o vento pode propagar suas sementes por centenas de metros, o melhor é não plantar a espécie, mas caso isto ocorra, deve-se plantar uma linha de árvores quebra-vento ao redor do talhão.
O fomento ao uso da espécie no país carece de medidas adequadas de controle da dispersão das plântulas. O uso da espécie deve ser destinado exclusivamente para produção comercial, cessando o uso ornamental, de paisagismo rodoviário ou de sombreamento.
Pinus taeda L. – ‘Pinheiro-americano’Oriundo das planícies do Golfo de México e Costa Atlântica do sudeste dos Estados
Unidos. Embora coincidente com a área original do P. elliottii, apresenta distribuição mais ampla.
É a espécie madeireira mais importante dos Estados Unidos. No Brasil, é cultivado principalmente nas terras mais altas da Serra Gaúcha, Planalto Catarinense e Paraná, com aproximadamente 1 milhão de hectares.
As árvores alcançam 20m de altura e 100cm de D.A.P., com copa densa, ramos acinzentados e casca gretada.
Folhas aciculares, verde-escuras, reunidas em grupos de 3 por fascículo e medem 15 a 20 cm de comprimento.
Cones masculinos cilíndricos e amarelados. Os cones femininos ovado-oblongos, com 6 a 12 cm de comprimento, são sésseis ou sub-sésseis, muito persistentes e com escamas espinhosas. As sementes são pequenas (5mm) com asas de até 25 mm.
A espécie asemelha-se a P. elliottii, diferindo em vários aspectos de fácil reconhecimento:
P. taeda P. elliottiiAcículas *mais curtas e mais escuras,
secção transversal triangular
*sempre 3
*mais longas, verde mais clara, secção semi-circular, às vezes triangular*3 ou às vezes 2
Cones *praticamente sésseis, cor acinzentada
*pedunculados, tendem ao castanho-avermelhado
A madeira é usada para construção, móveis e caixotaria. Fibras longas adequadas para fabricação de papel. Produz bastante resina.
Prefere locais com precipitação entre 900 e 2.200 mm, com períodos de seca de até 2 meses, com temperatura mínima de 4ºC e máxima de 25ºC. solos de textura leve a pesada, geralmente ácidos, suporta curtos períodos de alagamento.
Espécie heliófila, de rápido crescimento e alta competitividade. Invasora nos mesmos ecossistemas que P. elliottii.
Pinus patula Cham.et Schlecht.Originário da região montanhosa do México Central, em regiões com altitude entre
1.500 a 3.100m, apresenta o melhor desenvolvimento em solos úmidos e bem drenados, em locais com precipitação média anual entre 1.000 e 1.500 mm.
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É uma espécie facilmente identificada pelas acículas verde-pálidas, finas e pendentes, acículas longas (20 a 30 cm), bordes finamente serrilhados, reunidos em fascículos de 3, bainha persistente.
Casca grossa, acinzentada e fissurada na base, e casca fina marrom-avermelhada e desprendendo-se em escamas na parte superior.
Os cones femininos são sésseis, extremamente persistentes, medem de 7 a 10 cm de comprimento e dispõem-se em grupos de 3 a 6.
A espécie foi introduzida com muito sucesso em numerosos países tropicais e subtropicais. Sua madeira tem grande utilidade para processamento mecânico e na fabricação de papel.
Na Serra da Mantiqueira, no Sudeste de Minas Gerais e no Nordeste de São Paulo, bem como no Oeste de Santa Catarina e Serra do Rio Grande do Sul, esta espécie apresenta produtividade de madeira mais alta do que P. taeda.
2. Família Taxodiaceae
Cerca de 15 espécies pertencentes a 10 gêneros. Tiveram no passado geológico grande importância na composição das florestas do Hemisfério Norte, apresentando na atualidade uma distribuição nitidamente retidual.
São árvores monóicas, de grande porte, e folhas escamiformes ou aciculares.Os estróbilos femininos, em geral terminais e solitários, compõem-se de numerosas
escamas persistentes e brácteas. As sementes, de pequeno tamanho, têm asa circundante reduzida.
As principais taxodiáceas cultivadas no Brasil são:
Cryptomeria japonica (L.f.) D.Don. ‘cedro-japonês’Árvore de grande porte, de forma colunar ou piramidal. Folhas aciculares, de filotaxia
espiralada, medem de 10 a 15 mm de comprimento, com ponta aguda e arqueada em direção ao ramo.
Os estróbilos masculinos são ovóides, reunidos nas extremidades dos raminhos, cerca de 10 mm de comprimento. Os cones femininos são globosos, de maturação anual, medem de 10 a 25 mm, as escamas têm 4 a 5 dentes na margem superior e um múcron curvo.
A espécie chega a ocupar 30% da área florestal do Japão. Foi introduzida no Brasil para fins ornamentais e produção de celulose. Em São Paulo o crescimento é satisfatório, de 0,5 a 1,5 m/ano.
Cunninghamia lanceolata (Lamb.) Hook. ‘pinheiro-chinês’Inadequadamente conhecido como ‘pinheiro-alemão’. A área natural de ocorrência
compreende a China Central e Meridional, Taiwan, Vietnam e Laos, onde cresce em altitudes de 500 a 1.800m. Fora desta área original, é plantada em vários países de clima subtropical, tropical e temperado, incluindo o Brasil.
A árvore apresenta tronco retilíneo, copa piramidal e ramificação irregular, tende a formar verticilos com a idade. Alcança 25 a 30 m de altura e 200 cm de D.A.P. A casca é espessa, cor castanha, com fissuras longitudinais.
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Folhas lanceoladas, de 2 a 5 cm de comprimento, dispostas em raminhos segundo dois planos divergentes. Coloração verde-escura na face superior e duas faixas estomáticas esbranquiçadas na face inferior.
Cones masculinos dispostos em fascículos na extremidade dos ramos do ano. Cones femininos terminais, ovóides e sésseis; medem cerca de 2 cm de comprimento, compostos de numerosas escamas coriáceas, imbricadas e providas de dentes.
A espécie é pouco competitiva, resiste mal à pressão exercida por espécies sombreadoras. A regeneração natural ocorre apenas em povoamentos adultos e ralos.
Apresenta intensa rebrota a partir de gemas dormentes, esta propriedade assegura uma brotação de cepo, o que a torna uma das poucas coníferas possíveis de serem manejadas por talhadia.
A madeira é muito leve e uniforme, bastante durável, resistindo à intempérie e insetos; empregada para construção em geral, miolo de compensados, caixotaria, revestimentos internos, palitos de fósforo, industria de celulose.
Metasequoia glyptostroboides Hu et ChengÁrvore de até 45m de altura, com ramificação ascendente e copa longa, caducifólia.Folhas opostas, lineares, achatadas, retas, medem 1 a 3 cm de comprimento por 2mm
de largura. No outono, antes de cair adquirem coloração de amarelo-claro a marrom-avermelhado.
Cones femininos com longo pedúnculo, globosos ou fusiformes, medem até 2,5cm de comprimento.
A espécie é considerada um ‘fóssil-vivo’ por ser a única remanescente de um gênero que teve larga distribuição na era Terciária. Por sua raridade, é cultivada como ornamental ou curiosidade cientifica. A utilização da madeira é desconhecida. Podemos encontrá-la em Canela, RS.
Sequoia sempervirens (D.Don.) Endl.Árvore de grande porte, copa piramidal, com folhagem persistente e casca espessa,
marrom-avermelhada. É o ‘redwood’ dos Estados Unidos, a espécie arbórea de maior porte em todo o mundo, com alguns exemplares gigantes com mais de 100m de altura.
Folhas lineares ou lanceoladas, de até 2,5cm de comprimento; cor verde-escura e duas faixas estomáticas mais claras na face inferior, organizadas em planos divergentes, nos dois lados dos raminhos.
Estróbilos masculinos solitários, em disposição lateral ou terminal, medem 7mm. Os cones femininos têm consistência lenhosa, são ovóides, medem de 1,5 a 2,5cm de comprimento, com maturação anual; sementes achatadas, com asa lateral estreita.
Espécie originária de uma faixa costeira estreita dos Estados Unidos que vai do Sul do Oregon até o Centro da Califórnia, região de clima muito úmido.
Merece maior difusão no Rio Grande do Sul, na Serra demonstrou excelente crescimento.
A madeira é muito resistente à decomposição e ao ataque de insetos; muito forte indicada para obras ao ar livre ou para interiores.
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Sequoiadendron giganteum (Lindl.) Bucholz.Árvore de grande porte, copa piramidal e folhagem persistente. Originária da Serra
Nevada, na Califórnia, conhecida como ‘big tree’ ou ‘sequoia gigante’, famosa por sua extraordinária longevidade (alguns possuem ao redor de 4.500 anos).
A casca é muito grossa (até 60 cm), macia, avermelhada, com profundas fissuras.Folhas escamiformes ou sub-aciculares, com 11 mm de comprimento; cor verde-
azulada, dispostas espiraladamente em raminhos.Estróbilos masculinos terminais, solitários e sésseis. Cones femininos de forma
ovóide e maturação bianual.A espécie distingue-se pelo tronco mais robusto que a Sequóia sempervirens,
produzindo maior volume de madeira. O famoso ‘General Sherman’, no Parque Nacional das Sequóias (Califórnia), ultrapassa os 9 m de D.A.P. e o peso do seu tronco foi estimado em 1.400 tn.
A altura dos maiores indivíduos é inferior à Sequóia sempervirens, alcançando no máximo 80 a 90 m.
Taxodium distichum (L.) Rich. ‘cipreste-calvo’ ou ‘cipreste-dos-pântanos’Árvore de grande porte, copa cônica e folhagem caducifólia. Casca espessa (até 6
cm), cor marrom-avermelada. Folhas lineares, dispostas em dois planos divergentes nos raminhos, cor verde-claras,
de até 2cm de comprimento.Originaria das planícies costeiras do sudeste dos Estados Unidos, encontra-se
principalmente no Delta do Mississipi e na Florida, onde cresce em altitudes de até 30m. Nos solos pantanosos desenvolve raízes respiratórias ou pneumatóforos.
Fácil propagação por sementes ou estacas, em substrato muito úmido.Espécie de crescimento lento; madeira com alta durabilidade natural.É uma espécie de alto potencial para a silvicultura brasileira, tendo em vista sua
preferência por áreas alagadiças, ecologicamente incompatíveis com a maioria das espécies florestais nativas e comumente deixadas sem utilização.
3. Família Cupressaceae
Arbustos ou arvores, muito ramificados. Folhas geralmente escamiformes, pequenas, imbricadas.
Estróbilos masculinos pequenos, terminais, dispostos nas curtas ramificações. Estróbilos femininos com poucos pares de macrosporófilos.
A família está dividida em três subfamílias, segundo características dos estróbilos femininos:
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3.1. Subfamília CupressoideaeEstróbilos lignificados. Os macrosporófilos ao amadurecer afastam-se longe uns dos
outros. Plantas monóicas. Cones femininos de maturação bianual (Cupressus). Cones femininos de maturação anual (Chamaesyparis).
Chamaesyparis lawsoniana (A. Murr.) Parl.Árvore de grande porte (até 60m), copa piramidal; raminhos planos dispostos
horizontalmente. Folhas escamiformes.Estróbilos masculinos terminais, avermelhados quando maduros. Cones femininos
globosos, castanho-claros, com 10 mm de diâmetro; possuem 8 escamas, com múcron agudo.A madeira é de excelente qualidade para todos os usos e duradoura em contato com o
solo.
Chamaesyparis pisifera (Sieb. et Zucc.) Endl.Freqüente em parques e jardins no Sul do Brasil. Copa Piramidal, raminhos
comprimidos, dispostos em forma horizontal.Folhas escamiformes, acuminadas, de ápice recurvado, com bordas inteiras e faixas
esbranquiçadas na parte inferior.Cones globosos, de maturação anual, 7mm de diâmetro, com 10 a 12 escamas
rugosas, providas de pequeno múcron dorsal. Sementes aladas.
Cupressus arizonica GreeneÁrvore de madeira e ornamental, de crescimento rápido. Tronco reto e copa
piramidal.Folhas escamiformes, agudas, imbricadas, verde-azuladas e com finos dentes nas
margens.Cones femininos esféricos (2 a 3 cm), de cor verde-azulada, 6 a 8 escamas.Espécie rústica, aceita qualquer condição de solo, mesmo terrenos superficiais,
calcários ou secos. Resistente a baixas temperaturas, indicado para quebra-ventos.
Cupressus funebris Endl.Árvore ornamental, de porte médio a grande (25 m). Distingue-se facilmente dos
outros ciprestes por ter raminhos pendentes e ramificados num mesmo plano.Folhas escamiformes, verde-claras, agudas e livres no ápice.Cones femininos castanho-escuros, pequenos, globosos, 7 mm de diâmetro.O porte pequeno limita o interesse para a silvicultura, seu cultivo é valorizado em
cemitérios. No Sul do Brasil é conhecido como ‘cipreste-chorão’.
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Cupressus lusitanica Mill.A árvore alcança até 30 m de altura, ampla copa piramidal, ramos horizontais que se
curvam para baixo nas extremidades.Folhagem verde-clara e casca marrom. Folhas escamiformes, ovadas, de 1 mm.Cones femininos globosos, medem de 10 a 15 mm de diâmetro e reúnem 6 a 8
escamas peltadas, providas de robusta apófise dorsal. Têm coloração cinza-azulada quando jovens, que desaparece na maturação.
Espécie muito difundida no Brasil como ornamental, isoladamente, em cercas-vivas e quebra-ventos. Também desperta grande interesse para produção de madeira e celulose.
Cupressus macrocarpa Hartw.Árvore de grande porte, com tronco curto e grande copa piramidal. No Rio Grande do
Sul é conhecido como ‘cipreste-de-Monterrey’ ou ‘cipreste-lamberciana’.As folhas verde-escuras, escamiformes e obtusas, dispostas em mais de um plano nos
raminhos terminais, medem 1mm de comprimento e exalam odor resinoso característico quando esmagadas.
Cones femininos castanho-claros, sub-globosos, com 8 a 14 escamas, 2 a 2,5 cm de diâmetro.
A planta prefere solos férteis, profundos, não compactados. Ressente-se com o frio e exige umidade atmosférica elevada. Também suporta secas prolongadas e podas freqüentes. Indicada para quebra-ventos.
Cupressus sempervirens L.Árvore de grande porte, até 30 m de altura. Distingue-se com facilidade por ter copa
colunar e ápice agudo, folhagem verde-escura, os cones com tamanho nitidamente maiores que os outros.
Folhas escamiformes, obtusas, 1mm, dispostas em diversos planos nos raminhos terminais.
Os cones masculinos são solitários, amarelados, terminais, de até 8mm de comprimento. Os cones femininos são acinzentados, medem 3 a 4 cm de diâmetro e têm 8 a 14 escamas.
Conhecido popularmente como ‘cipreste-italiano’. É rústico e de rápido crescimento inicial.
3.2. Subfamília ThujoideaeEstróbilos lignificados. Os macrosporófilos ao amadurecer se curvam para os lados.
Thuja occidentalis L.Árvore de porte média (até 20 m de altura e 90 cm de diâmetro). No Brasil o seu
cultivo é ornamental. Existem várias variedades.Copa cônica, estreita. Folhas escamiformes, muito aproximadas em arranjo oposto-
cruzado nos raminhos horizontais.Cones masculinos globosos, pequenos, terminais, amarelos, constituídos por 3 pares
de folhas polínicas. Cones femininos oblongos, cor marrom-clara, até 10 mm de diâmetro; 8 a 10 escamas delgadas e lisas, com um pequeno múcron espinhoso.
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Thuja orientalis L.Conhecida como ‘tuia’ ou ‘árvore da vida’. Possui grande valor ornamental, sendo
cultivada em jardins, cemitérios e parques no Rio Grande do Sul. Adapta-se à formação de cercas-vivas.
Alcança uma altura máxima de 20 a 30 m, copa piramidal.Folhas escamiformes, imbricadas, com disposição oposta-cruzada, estando os
raminhos organizados em planos mais ou menos verticais.Cones masculinos terminais, amarelos, com diversas folhas polínicas peltadas, e
arranjo oposto. Cones femininos ovóides, de até 15 mm, pendentes, de cor verde-azulada quando jovens e castanho-avermelhada quando maduros, têm escamas lenhosas com múcron recurvo.
3.3. Subfamília JuniperoideaeEstróbilos femininos carnosos. Cerca de 70 espécies desde o Ártico até os
subtrópicos.
Junniperus communis L.Arbusto ou pequena árvore (até 12m). Conhecido como ‘zimbro’ em Portugal, é
conhecido por ser matéria prima para fabricação de gim.Planta de forma piramidal. Folhas aciculares de 12 a 15 mm de comprimento, verde-
escuras, com uma faixa esbranquiçada na face superior, dispostas em verticilos trímeros. Os cones femininos (gálbulas) são carnosos, ovóides (6mm) de cor preto-azulada. A
maturação é lenta, ocorre no outono do segundo ou terceiro ano.
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4. Família Podocarpaceae
Abrange sete gêneros e 150 espécies distribuídas nas regiões tropicais, subtropicais e temperadas do mundo. É família mais numerosa de coníferas do Hemisfério Sul; com espécies monóicas e dióicas.
Os amentilhos masculinos compõem-se de muitas folhas polínicas bitecas, enquanto que as flores femininas aparecem em geral solitárias e reduzidas a um único óvulo. As sementes estão presas a um receptáculo carnoso, chamado epimácio.
Na flora brasileira destacam-se Podocarpus lambertii e Podocarpus sellowii, por ocorrerem no Sul do país (nativas).
Podocarpus lambertii Klotz. ‘Pinheiro-bravo’Árvore de porte média (15m de altura), que ocorre desde Minas Gerais até o Rio
Grande do Sul.Os indivíduos jovens apresentam tronco reto, crescimento monopodial e copa cônica,
na fase adulta verifica-se uma tendência à tortuosidade, inclinação e ramificação do tronco, bem como formação de copa arredondada.
Folhas simples, lineares, verde-escuras brilhantes na face superior e opacas na inferior, medem 7cm de comprimento; são glabras, uninervadas e de margem inteira.
Estróbilos masculinos com 8 a 12 mm de comprimento, reunidos em grupos de 3 a 6, no ápice de um delgado pedúnculo axilar, com 5 a 10 mm de comprimento.
A estrutura reprodutiva feminina é axilar, solitária e sustentada por um curto pedúnculo (15mm). A semente, subglobosa, mede cerca de 5mm de diâmetro.
Conhecida como ‘pinheiro-bravo’ ou ‘pinheirinho’, tem ampla distribuição geográfica no Rio Grande do Sul. Participa da composição da Floresta Ombrófila Mista e de outras formações no Estado, sendo particularmente abundante no município de Encruzilhada do Sul (Parque Estadual do Podocarpus).
Em todas as áreas de ocorrência prefere encostas de morros, ravinas e outros sítios úmidos.
A madeira é leve, macia, branco-amarelada, fácil de ser trabalhada, presta-se para construção civil, móveis, caixotaria, embalagens para alimentos, lápis e palitos de fósforo.
Como o receptáculo carnoso que aparece associado à semente é utilizado por pássaros, a dispersão é favorecida.
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Podocarpus sellowii Klotz. Distingue-se da espécie anterior por suas folhas lanceoladas maiores, de até 10cm de
comprimento por 15mm de largura, e pela ausência de um pedúnculo comum aos grupos de estróbilos masculinos.
Ocupa uma área mais tropical que a anterior, incluindo a Floresta Amazônica, o Brasil Central e a Serra do Mar.
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5. Família CephalotaxaceaeCompreende atualmente um único gênero e seis espécies originarias do Leste da Ásia.O gênero agrupa espécies dióico-díclinas, com flores masculinas reunidas em
amentilhos globosos e com numerosos estames rodeados por brácteas em sua base.Os estróbilos femininos compreendem várias escamas bi-ovuladas, das quais
normalmente se desenvolve apenas um óvulo, produzindo uma semente carnosa e drupácea.A espécie mais conhecida no Rio Grande do Sul é:
Cephalotaxus harringtonia (Forbes) K.Koch. Árvore pequena ou em forma de arbusto. No Rio Grande do Sul é cultivada como
ornamental.Copa pequena, estendida horizontalmente. Folhas lineares, verde-escuras na face
superior e com numerosas faixas estomáticas esbranquiçadas na face inferior, medem 5cm de comprimento.
Estróbilos masculinos globosos, pequenos (10mm), reúnem brácteas escamiformes em sua base e 2 a 5 flores, compostas por estames.
A semente, carnosa, verde-escura, situa-se na extremidade de um curto pedúnculo e mede cerca de 15 mm.
6. Família AraucariaceaeCompreende dois gêneros e cerca de 32 espécies, originarias da Oceania e América
do Sul. Algumas têm grande interesse madeireiro e outras são ornamentais.As folhas podem ser escamiformes (Araucaria heterophylla), lanceoladas (A.
angustifolia), ou ovado-elípticas (Agathis robusta), com disposição espiralada.Algumas são monóicas e outras dióicas. Os amentilhos reúnem numerosas escamas
imbricadas, dispostas em espiral, com seis ou mais sacos polínicos. Os cones femininos, grandes quando maduros (pinhas), produzem uma semente por escama.
Agathis robusta (C.Moore) F.M.Bailey ‘Kauri’Originária da Austrália e da Nova Guiné. Os adultos alcançam 45m de altura e 300cm
de D.A.P., com ramos delgados inseridos perpendicularmente.Casca cor canela característica, desprende-se em lâminas. Folhas juvenis ovado-elípticas, sub-sésseis, geralmente opostas. Folhas adultas
elípticas com 5 a 11cm de comprimento e 1,5 a 3cm de largura. Não são pontiagudas nem dispostas imbricadamente.
Estróbilos masculinos cilíndricos, castanho-ferrugíneos, com 5 a 10cm de comprimento. Cones femininos globosos, de 8 a 13cm de comprimento por 6 a 12cm de largura. Sementes livres, não soldadas às escamas.
Conhecida no Rio Grande do Sul como ‘kauri’ ou ‘kauri australiano’. É muito valorizada na sua região de origem, produzindo após 50 ou 60 anos madeira de alta qualidade, indicada para usos interiores, móveis, embarcações, instrumentos de desenho ou música e industria de compensados.
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Araucaria angustifolia (Bert.) O.Ktze.Único representante na flora brasileira, conhecida como ‘pinheiro-brasileiro’ ou
‘pinheiro-do-Paraná’.É uma árvore dióica, de copa caliciforme em indivíduos adultos, ramos organizados
em verticilos. Toda a árvore tem a forma de uma gigantesca umbela.Folhas lanceoladas, sésseis e pungentes, de tamanho variável entre 2 a 6 cm de
comprimento por 4 a 10 mm de largura.
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Casca espessa, acinzentada, áspera e profundamente fendilhada, descama-se em placas retangulares.
Estróbilos masculinos com formato cilíndrico, de 10 a 17cm de comprimento por 3 a 4cm de diâmetro, dispostos solitariamente ou aos pares nos brotos terminais. Cones femininos globosos de 10 a 12 cm (pinhas), têm período de maturação entre 20 a 22 meses.
As sementes são intimamente soldadas às escamas, de cor castanho-avermelhado, medem de 3 a 8cm de comprimento por 1 a 2cm de diâmetro. Sua produção concentra-se nos meses de abril a julho, perdendo rapidamente o poder germinativo (15 a 20 dias).
A madeira é indicada para tabuados, compensados, caixotaria, palitos, instrumentos musicais, carpintaria e marcenaria.
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Araucaria araucana (Mol.)K.Koch.Árvore de grande porte (até 50m), originaria do Sul do Chile e da Província de
Neuquén, onde forma povoamentos densos e puros. Conhecido como ‘pehuén’.Tronco reto, de até 150cm de diâmetro, com casca muito espessa e rugosa de cor
castanho-acinzentada-escura. Copa piramidal quando jovem, passa a caliciforme quando adulta.
Folhas ovado-lanceoladas. Largas (15 a 25mm) e muito imbricadas, no que se distingue facilmente da espécie brasileira.
Cones masculinos terminais e cilíndricos, permanecem na planta por muitos meses. Cones femininos com até 20 cm de diâmetro e suas escamas têm um longo apêndice. Sementes grandes (2x4cm) de cor castanha, comestíveis.
Para um bom desenvolvimento, exige uma micorriza específica, o que dificulta seu estabelecimento fora do habitat natural.
A distribuição dos ramos em verticilos regulares e a disposição imbricada das folhas conferem à espécie um efeito ornamental muito valorizado em parques e jardins nos países de clima temperado. Tem crescimento lento, desestimulando as plantações comerciais. A madeira é de excelente qualidade para os mais diversos fins.
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Araucaria bidwillii Hook.Árvore de grande porte, originária da Austrália. Muito cultivada como ornamental em
muitas partes do mundo, por ter rusticidade e porte piramidal simétrico.No Sul do Brasil apresenta rápido crescimento produzindo plantas de excelente forma
florestal. Os troncos são mais robustos e longos que na espécie brasileira. A casca é áspera e escamosa.
Folhas verde-escuras, pontiagudas, medem de 2 a 3,5cm de comprimento, dispostas em dois planos divergentes.
Cones masculinos longos, cilíndricos, esverdeados. Cones femininos ovóides, de 25 a 30 cm de diâmetro, escamas com um pequeno apêndice recurvo. Sementes grandes, de 5 a 6 cm de comprimento por 2,5cm de largura, piriformes e comestíveis.
Conhecida como ‘bunia-bunia’, requer clima subtropical, com abundantes precipitações e altas temperaturas. Pouco exigente quanto ao solo e resistente a geadas.
Deveria ter uma maior difusão no Rio Grande do Sul em programas de reflorestamento.
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Araucaria columnaris (Forst.) HookerOriginária da Nova Caledônia, tem no nome específico uma referência à forma e à cor
escura de sua copa, que lembra colunas de basalto quando as árvores são observadas desde a costa, no seu local de origem.
A árvore tem porte elegante, de até 50m, tronco geralmente inclinado.As folhas jovens são lanceoladas, agudas e pungentes (1,2cm de comprimento). As
adultas são marcadamente ovadas (5 a 6 mm de comprimento por 3 mm de largura).Cones femininos elípticos (15x11cm), escamas aladas e com apêndices de 0,8cm,
voltadas para o ápice do cone. A espécie frutifica abundantemente na zona litorânea de Santa Catarina.
Uma das espécies mais utilizadas nos jardins no Sul do Brasil assemelha-se a Araucaria heterophylla, da qual difere por ter folhas adultas e ramos mais curtos.
Araucaria heterophylla (Salib.) FrancoOriginaria de Oceania, foi introduzida na África do Sul e outros países tropicais para
produção de madeira. Seu maior interesse deve-se ao efeito plástico que resulta da ramificação em verticilos regulares, de grande valor ornamental para parques e jardins.
Seu porte é gigantesco (até 65m e 2m de diâmetro).Como indica seu nome, é heterofilia, as folhas jovens são lanceoladas, fortemente
assoveladas e incurvas, e quando adultas são densamente sobrepostas, curvas e pontiagudas, medindo de 8 a 12 mm de comprimento. São nitidamente maiores que as de A. columnaris.
Cones masculinos oblongos, 4cm de comprimento. Cones femininos globosos, 10 a 15cm de diâmetro. Com escamas providas de apêndice triangular, achatado e pontiagudo em direção ao ápice da pinha.
7. Família TaxaceaeCompreende apenas cinco gêneros com 20 espécies vivas, exóticas à flora brasileira.Distingue-se das coníferas pela presença de óvulos terminais solitários, que produzem
uma única semente, rodeada por arilo carnoso, semelhante a uma drupa.
Taxus baccata L.Árvore pequena (até 20m) ou arbusto, perenifólio, muito ramoso, copa piramidal.
Conhecida como ‘teixo’.Folhas lineares, agudas, coriáceas e curtamente pecioladas, com arranjo dístico. Cor
verde-escura na face superior e mais clara na inferior, até 4cm de comprimento x 3mm de largura.
Estróbilos masculinos globosos, se agrupam no lado inferior dos raminhos do ano anterior, de cor amarelada. Inflorescências femininas isoladas, e as sementes rodeadas por um arilo carnoso, avermelhado.
De crescimento lento. A madeira é muito procurada para esculturas e peças torneadas.
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8. Família EphedraceaeQuarenta espécies de arbustos e lianas, pertencentes a um único gênero: Ephedra.É um grupo de plantas que mostra maior afinidade com as angiospermas do que
qualquer outra gimnosperma. Esta posição intermediaria é comprovada por diversos aspectos morfológicos, incluindo a anatomia da madeira. À semelhança das angiospermas, o xilema secundário apresenta elementos vasculares verdadeiros, em vez de traqueóides.
A única efedrácea da flora sul-brasileira é uma trepadeira lenhosa.
Ephedra tweediana C.A. MeyerArbusto trepador, dióico, com até 6m de altura, folhas caducas de 5mm de
avermelhada, carnosos, de 8 a 10mm. Produzem 2 sementes.Espécie originária do Sul do Brasil, Uruguai e Argentina.
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DIVISÃO MAGNOLIOPHYTA (ANGIOSPERMAE)
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
As angiospermas diferem das gimnospermas por possuírem frutos, isto é, suas sementes são protegidas e inclusas nos carpelos. Assim, as angiospermas são plantas que possuem as sementes protegidas por uma folha carpelar fechada, que após sofrer modificações, origina o carpelo. Após ocorrer ou não a fecundação, o ovário formará o fruto. Os grãos-de-pólen atingem o óvulo através do estígma.
Há uma regressão muito considerável dos gametófitos, o tubo polínico (microprótalo) não forma anterozóides; o saco embrionário (macroprótalo) fica reduzido a poucas células, sendo uma delas a oosfera e outra o mesocisto (núcleos polares), que originarão, respectivamente, o embrião (2n) e o endosperma (3n).
As angiospermas têm as mais variadas formas de hábito - desde enormes árvores (Eucalyptus) até minúsculas ervas aquáticas (Lemna e Wolffia); flores simples, até inflorescências bastante complicadas.
A estrutura das flores pode apresentar-se, a partir do receptáculo, sobre o qual se inserem os diferentes órgãos florais tais como: sépalas, tépalas, pétalas, estames (androceu) e carpelos (gineceu), de maneira helicoidal (flores acíclicas), verticilada (flores cíclicas) ou ambas (flores hemicíclicas). Nas angiospermas predomina a disposição cíclica. O número de cada verticilo é variável e conforme a relação de simetria deles, distinguimos flores radiais ou actinomorfas, flores bilaterais ou zigomorfas e flores assimétricas. Cada verticilo tem estrutura e função bem determinados: flor sem verticilo de proteção - flor aclamídea (Salix); flor com apenas um verticilo de proteção - flor monoclamídea (Polygonum) , e neste caso recebe o nome de perigônio (tépalas); flor com dois verticilos de proteção - flor diclamídea - o externo é o cálice e o interno é a corola, que por sua vez podem ser livres ou conatas.
As flores, na sua origem, formam inflorescências, que podem manifestar-se sobre o caule de forma isolada ou conjugada. Podem ter posição axilar ou terminal.
O androceu apresenta as mais variadas formas e pode ser o único componente sexual de determinadas flores - flores unissexuais masculinas (Ricinus). Os estames podem sofrer transformações como nectários, estaminódios e petalóides.
O gineceu é o órgão reprodutor feminino e é formado por um ou mais carpelos. O carpelo está constituído de estigma, estilete e ovário. Cada carpelo contém um ou vários primórdios seminais (óvulos); o gineceu também apresenta uma grande diversidade de formas e estrutura.
GAMETOGÊNESE, FECUNDAÇÃO E EMBRIOGÊNESE
O saco embrionário, uninucleado de início, sofre intenso desenvolvimento, ao mesmo tempo em que o núcleo haplóide do saco embrionário sofre três divisões consecutivas, formando oito núcleos. Estes ficam imersos no saco embrionário e, conforme sua posição e futura função, recebem nomes especiais, tais como sinérgidas, oosfera, antípodas e núcleos polares. Assim, tem-se uma estrutura com 7 células e 8 núcleos.
Na camada subepidermal da parte do óvulo, que dará a nucela, uma célula se destaca pelo tamanho maior, o tamanho do núcleo e a densidade do protoplasma; é a célula-mãe do
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macrósporo. Esta se divide duas vezes e forma quatro células, uma grande e três pequenas. A primeira divisão é redutora. A célula grande e bem desenvolvida é o macrósporo; as três pequenas são macrósporos abortivos que logo perecem. Neste estado começa a formação dos integumentos que nascem da base da nucela. O núcleo do macrósporo sofre várias divisões. Primeiramente dá dois núcleos, depois quatro e, finalmente, oito. Ao mesmo tempo, o macrósporo aumenta em tamanho, até alcançar a extensão definitiva do saco embrionário. Nesta expansão destrói e absorve parte da nucela e os três macrósporos abortivos. Seus oito núcleos se distribuem nas sete células definitivas do saco embrionário, formando paredes separadoras entre si. Na extremidade próxima à micrópila, formam-se três células; cada uma com um núcleo haplóide. Uma é a oosfera, as outras duas chamam-se sinérgidas. No centro há uma célula grande com vacúolos grandes e dois núcleos haplóides: o polar superior e o inferior. Perto da chalaza ficam mais três células pequenas, cada uma com um núcleo haplóide, chamadas antípodas.
O tubo polínico (gametófito masculino) surge ao germinar o grão-de-pólen sobre o estigma. Antes da abertura da antera, o núcleo de cada grão-de-pólen divide-se, formando uma grande célula vegetativa (célula do tubo polínico) e uma célula menor generativa (anteridial). Esta célula generativa divide-se, no tubo polínico em crescimento, ou mesmo antes, em duas células espermáticas (fecundantes), de maneira que os grãos-de-pólen ao tempo da polinização têm 2 ou 3 células.
Nas angiospermas ocorrem duas fecundações: a oosfera é fecundada por um núcleo das células espermáticas formando o embrião (2n) e o mesocisto (núcleos polares – 2n) é fecundado pela segunda célula espermática formando o endosperma secundário (3n). O embrião amadurece e conta com radícula, caulículo, gêmula e cotilédone (s). Mesmo antes do pró-embrião (zigoto) dividir-se pela primeira vez, o núcleo do endosperma (3n) começa a desenvolver-se intensamente, formando o tecido de endosperma que poderá servir de alimento ao embrião e extinguir-se em seguida, ou constituir-se num tecido de reserva da semente que somente mais tarde, quando aquela germinar, será consumido pelo embrião. Quando a semente está madura cessam todos os processos fisiológicos da embriogênese.
Pode haver embriogênese sem ocorrer fecundação. Este caso chama-se de “apomixia”, isto é, o fenômeno pelo qual se produz um embrião sem haver a fecundação prévia. Há dois tipos de apomixia: partenogênese e apogamia.
- Partenogênese: é o fenômeno de formação de um embrião a partir de uma oosfera não fecundada.
- Apogamia: é a produção de um embrião a partir de uma célula qualquer do gametófito distinta da oosfera como, por exemplo, as sinérgidas, as antípodas ou mesmo as células da nucela.
- Embrionia adventícia: é qualquer embrião não proveniente da oosfera.- Poliembrionia: é o fenômeno em virtude do qual se formam vários embriões numa
mesma semente. Ex. Citrus.O fruto é um órgão que atinge a grande diversificação nas angiospermas. É o produto
do desenvolvimento do ovário fecundado ou não.
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Figura: Macrosporogênese.
CLASSIFICAÇÃO DAS MAGNOLIOPHYTA
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As angiospermas que vivem hoje representam mais de 200 mil espécies, as quais estão agrupadas em mais de 10 mil gêneros e aproximadamente 300 famílias.
A classificação das angiospermas, segundo o sistema Melchior (uma adaptação do sistema de Engler), divide este grupo em duas classes: Dicotyledoneae e Monocotyledoneae. A primeira classe compreende duas subclasses, Archichlamideae (flores aclamídeas; monoclamídeas e diclamídeas, dialipétalas) e Metachlamideae (flores diclamídeas, gamopétalas).
No Sistema de Cronquist (1988), a divisão Magnoliophyta abrange duas classes: Magnoliopsida (dicotiledôneas) e Liliopsida (monocotiledôneas). A primeira classe é subdividida em seis subclasses, enquanto a segunda inclui cinco subclasses (Quadro I).
Tabela – Comparação entre as Classes Magnoliopsida e Liliopsida.
A seguir serão apresentadas as principais famílias de interesse agronômico, posicionando-as na subclasse e ordem correspondentes, de acordo com o Sistema de Cronquist.
SUBCLASSE I MAGNOLIIDAEEsta subclasse é caracterizada pelo grande número de características arcaicas e
diversidade de formas das quais poder-se-iam desenvolver as angiospermas mais evoluídas.
1. Ordem Magnoliales
A Ordem Magnoliales compreende 19 familias com cerca de 5.600 espécies. No Brasil, é representada pelas famílias Winteraceae, Magnoliaceae, Annonaceae, Canellaceae, Myristicaceae, Monimiaceae, Hernandiaceae e Lauraceae.
São plantas lenhosas, com exceção das do gênero Cassytha da família Lauraceae. As folhas são simples, de modo geral alternas, opostas em Monimiaceae e em algumas espécies de Lauraceae e Hernandiaceae, com ou sem estípulas.
Há presença de células oleíferas nos órgãos vegetativos.Sementes, em geral, com endosperma e embrião basal, de tamanho reduzido. Somente
as sementes das Lauraceae e algumas Hernandiaceae não têm endosperma, e o embrião é bem desenvolvido, com cotilédones foliáceos.
As características primitivas mais freqüentemente encontradas são: xilema formado por traqueídes com pontuação escalariforme, ovário apocárpico, numerosos estames, eixo floral alongado e polinização cantarófila.
1. Família Winteraceae Lindl. Com oito gêneros e cerca de 70 espécies, mais concentradas na Nova Guiné, a família
é representada no Brasil pela espécie Drymis brasiliensis Miers., com quatro variedades, conhecidas popularmente como ‘cataia’, ‘casca-de-anta’, ‘paratudo’, ‘canela-amargosa’, capororoca’, etc., encontradas no Centro Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.
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São pequenas árvores de folhas alternas, sem estípulas, com lenho formado por traqueídes com pontuação escalariforme; flores de bi a unissexuadas, heteroclamídeas, com 26 sépalas valvares e pétalas imbricadas, dispostas em duas séries. Eixo floral um tanto alongado, com 4-6 carpelos livres apicais e cerca de 15-20 estames livres, em disposição espiralada; carpelos com 7-9 óvulos dispostos em placentação circular subapical; estames com lóculos da antera apicais; pólen em tétrade. Infloresecência cimoso-umbeliforme, terminal. Frutos apocárpicos, constituídos de 4-6 bagas dispostas radialmente.
A espécie ocorre principalmente em áreas alagadas e em florestas de altitude do Sudeste e Sul, principalmente na mata dos pinhais.
O fato das Winteraceae não possuírem elementos de vaso, associado à disposição espiralada das partes florais (à semelhança das gimnospermas), estames pouco diferenciados em filetes e anteras e gineceu apocárpico, fez com que diversos autores considerassem esta família entre as angiospermas mais ‘primitivas’ (próximas em parentesco às gimnospermas).
A madeira presta-se para construção civil, carpintaria, caixotaria e para lenha e carvão, as plantas são utilizadas para arborização urbana.
Emprega-se o chá de cataia como poderoso estimulante físico e mental, também contra retenção de urina e nas dissenterias. O uso mais comum é no tratamento das hemorróideas. Na medicina animal, é indicada contra garrotilho em eqüinos.
2. Família Magnoliaceae Juss. Possui cerca de 12 gêneros e 210 espécies ocorrentes na Ásia, América do Norte,
Antilhas, América Central e América do Sul.São árvores de folhas alternas, estipuladas.Flores vistosas, periantadas, com receptáculo alongado, sobre o qual se inserem
numerosos estames de estrutura laminar, com lóculos da antera lineares, alongados, paralelos entre si e carpelos livres entre si, densamente dispostos sobre o eixo floral.
Fruto apocárpico, estrobiliforme, constituído por numerosos carpídios ordenados sobre o eixo alongado. Na maturação, as paredes do aglomerado estrobiliforme rompem-se irregularmente e cada carpídio libera sua semente por um orifício circular, basal, as quais ficam pendentes, pressas a funículos longos.
As Magnoliaceae foram consideradas por Cronquist (1988) como sendo a família não fóssil que reuniria as características mais semelhantes às das primeiras angiospermas.
No Brasil ocorrem quatro espécies de Magnolia, com ocorrência principalmente em florestas alagáveis; Magnolia ovata, conhecida popularmente como baguaçu ou pinheiro-do-brejo, é a mais comum. Diversas espécies da família são cultivadas como ornamentais e na arborização urbana, a magnólia (Magnolia grandiflora), a magnólia-roxa (Magnolia liliflora), a magnólia-amarela (Magnolia champaca) e a tulipeira (Liriodendron tulipifera).
3. Família Annonaceae Juss. Dos 130 gêneros e cerca de 2.300 espécies desta família, distribuídos nos trópicos e
subtropicos de todo o mundo, foram registrados no Brasil, 29 gêneros com aproximadamente 260 espécies.
Plantas arbustivas ou arbóreas. Folhas simples, grandes, alternas dísticas, mais ou menos coriáceas e em geral aromáticas.
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Flores usualmente grandes e vistosas, em geral bissexuadas, isoladas e axilares. Perianto amarelo, esverdeado ou purpúreo, diferenciado em cálice e corola, geralmente trímero (exceção entre as dicotiledôneas), com pétalas muito espessas. Estames numerosos, dispostos em espiral num receptáculo alongado. Ovário súpero, com carpelos numerosos, livres entre si, uniu a pluriovulados.
A estrutura floral parece revelar certa proteção à voracidade dos coleópteros visitadores. Quando as flores se tornam receptivas, as pétalas mantem-se entreabertas, impedindo a entrada de bezouros grandes e nocivos, enquanto que os mais delicados podem entrar, realizando a polinização. As pétalas carnosas funcionam como atrativo, podendo alimentar o inseto. Exalam adores característicos semelhantes ao de frutos passados ou esterco, que atraem os coleópteros.
Fruto isolado tipo baga, muitas vezes comestível. Em geral esses fruticulos se reúnem em um mesmo receptáculo desenvolvido, formando um agregado, denominado ‘esquisocarpo’.
Semente com embrião basal muito reduzido e com período de germinação muito curto.
As Annonaceae ocorrem em praticamente todas as formações do Brasil, com destaque para Xylopia aromatica (pimenta-de-macaco) e Annona crassiflora (marolo), nos cerrados, esta última com grandes frutos com aroma muito forte, que servem como fonte de renda para populações locais.
Xylopia brasiliensis e Xylopia emarginata são conhecidas como ‘pindaíba’ e são freqüentes em florestas inundáveis.
Guateria nigrescens (pindaíba-preta) e Rollinia sylvatica (araticum-do-mato) são espécies comuns em diversas formações florestais.
A ‘ata’ ou ‘fruta-do-conde’ (Annona squamosa) e a graviola (Annona muricata) são espécies originarias da América Central, cultivadas no Brasil com frutos que são consumidos in natura ou em sucos.
4. Família Canellaceae Com 5 gêneros e cerca de 9 espécies; distribuem-se nas regiões tropicais da África
Oriental, Madagascar e América. No Brasil ocorre apenas o gênero Cinnamodendron, com três espécies, C. axillare, C. sampaioanum e C. dinisii. As duas primeras na Amazônia e a última (pimenteira) é encontrada desde Minas Geris até o Rio Grande do Sul.
Cinnamodendron dinisii é uma árvore geralmente robusta, de porte médio (10 a 20m), com troco claro e lenticelado, e casca e folhas com sabor picante, característica que inspirou o nome do gênero (Cinnamodendron= Capsicodendron= árvore de canela).
Folhas simples, inteiras, opostas, desprovidas de estípulas e de venaçao pinada.As flores são pequenas, vermelho-escuras, diclamídeas, com 3 sépalas e 4 a 12
pétalas, sustentadas por um pedúnculo de 0,4 a 0,8cm, agrupam-se em inflorescências terminais ou axilares. Os frutos são bagas avermelhadas elípticas com 2 a 4 sementes.
A madeira exibe uma estrutura bastante primitiva, incluindo elementos vasculares muito longos e placas de perfuração escalarifome com 10 a mais barras.
Habita preferencialmente os capões e o interior dos pinhais. Seu maior interesse é como árvore ornamental. A utilização da madeira é limitada
pela pequena dimensão dos troncos
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5. Família MyristicaceaeÁrvores ou raramente arbustos, freqüentemente com látex avermelhado. Folhas
alternas, geralmente dísticas, simples, sem estípulas, de margem inteira, freqüentemente aromáticas.
Inflorescência cimosa, racemosa ou paniculada. Flores pouco vistosas, unissexuadas (plantas dióicas).
Fruto folículo ou baga carnosa ou sublenhosa, com semente envolvida em arilo carnoso.
No Brasil ocorrem 6 gêneros e 60 espécies, a grande maioria na região amazônica. O gênero com maior número de espécies é Virola.
Pertence a esta família a noz-moscada (Myristica fragans) cuja parte utilizada é o pericarpo aromático, apreciado na culinária de todo o mundo.
6. Família LauraceaeAo redor de 2.500 espécies distribuídas em 50 gêneros; 350 espécies sul-americanas e
de classificação, a campo, muito difícil. No Brasil é representada por 25 gêneros e cerca de 400 espécies. São originárias de regiões tropicais e subtropicais de todo o mundo, especialmente nas florestas da América Central, América do Sul, África e parte da Ásia.
São árvores (maioria) e arbustos. Folhas simples, alternas, membranáceas ou coriáceas, dotadas de cheiro característico proveniente de células cheias de óleos e essências aromáticas voláteis. O Sassafras apresenta folhas lobadas.
Flores pequenas, cíclicas, homoclamídeas, actinomorfas, trímeras, geralmente hermafroditas e às vezes unissexuais por aborto, plantas monóicas ou dióicas, apresentam perigônio, androceu polistêmone com 3 a 5 verticilos de 3 estames cada um, possuem estaminódio, anteras de deiscência valvar, ovário súpero de 1 a 3 carpelos concrescidos, unilocular e uniovular, fruto baga ou drupa, possuem a base mais ou menos envolta por uma cúpula carnosa, ou então reduzida a um disco plano.
Para a identificação das Lauraceae não basta o exame do caracteres tradicionais como folhas e casca dos troncos. Mais importantes são o número e a posição dos lóculos das anteras, bem como a presença, tamanho e forma da cúpula na base dos frutos.
Esta é uma das mais complexas famílias da flora brasileira, do ponto de vista taxonômico, pelo grande número de espécies e por serem utilizados caracteres crípticos na distinção de gêneros e espécies.
As Lauráceas representam uma das famílias de maior destaque na composição floristica de grande parte dos ecossistemas florestais do país, em especial da Mata Atlântica e em florestas da região Sul. Nestes ecossistemas é uma das famílias mais representadas, tanto em número de espécies quanto de indivíduos.
Entre as Lauráceas estão algumas das principais espécies consideradas como produtoras de madeira de lei.
EXEMPLOS:
- Sassafras officinales: sassafrás. Árvore de 15 a 25m de altura, caducifólio fornece a “essência de sassafrás” colhida no outono e que é empregada para aromatizante de sabões, fumos, dentifrício, goma de mascar, perfumes, etc. Originária da América do Norte, multiplica-se por sementes.
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- Laurus nobilis: louro, loureiro. Árvore ou arbusto perenifólio de 10 a 20 m de altura, floresce em fins de inverno à primavera. É uma planta ornamental, aromática e medicinal, usada como símbolo da vitória. Reproduz-se por estacas com folhas, perfilhos, sementes e alporquia. No Brasil não frutifica. As folhas são usadas como condimento no mundo todo; os frutos maduros e prensados são usados no preparo de licores; o óleo essencial dos frutos e folhas é empregado em perfumaria e produtos farmacêuticos. Os princípios ativos do louro são a laurina, o ácido laurínico, o geranol e estearina. O chá das folhas é usado como excitante, digestivo e para gases do estômago e intestino, é emenagogo e carminativo.
- Cinnamomum camphora: canforeira. Árvore de grande porte, pode atingir até 25 metros de altura, originária da China e Japão e encontra-se espalhada no mundo em regiões tropicais e temperadas como planta ornamental, medicinal e industrial. Fornece óleo de cânfora e madeira; usada na fabricação da nitrocelulose e celulóide; multiplica-se por sementes, floresce na primavera, apresenta um crescimento lento.
- Cinnamomum zeylanicum: canela-de-cheiro, canela-do-ceilão. Naturalmente é uma planta de pequeno porte (10m de altura), arbusto em cultivo comercial. Natural do Ceilão; empregada na culinária, medicina e perfumaria devido as suas propriedades tônicas, aromáticas e estimulantes; tem 65% de aldeído cinâmico. Derivados da canela: cânfora, cera de canela, eugenol, essência de canela e canela em rama. Exploração comercial a partir do 3ro
ano até quinze anos. Multiplica-se por sementes (é necessário retirar a polpa que envolve a semente), alporquia e estaquia (estacas de cerca de 30 cm retiradas de ramos novos de plantas adultas).
O gênero Persea tem mais ou menos 50 espécies, sendo o maior número delas originárias do Mexico e América Central.
- Persea americana var. americana: abacateiro. É considerado como “legume” na maioria dos países, sendo consumido sob forma de conserva, saladas e sopas. O fruto, popularmente, é tido como afrodisíaco, tem grande valor alimentício em função dos ácidos graxos, proteínas, vitaminas A, B, C, D e E. O óleo do fruto tem grande aplicação na cosmetologia; as cascas são vermífugas; a semente é usada contra o reumatismo em medicamentos caseiros; folhas e brotos são diuréticos, estomáquicos, carminativo e emenagogo (usados depois de seco) e são considerados também antidiarréicos. Brasil consome variedades com baixo teor de óleo. O nome deriva do termo asteca “ahuacati”.
Distinguem-se 3 raças de abacateiro cultivadas: Mexicana, Guatemalense e Antilhana. Todas as variações morfológicas entre as raças tendem a desaparecer pela hibridação. As características da casca do fruto e forma do pedúnculo são usadas para diferenciar as três:
Raça Mexicana: casca fina e pedúnculo cilíndrico;Raça Guatemalense: casca espessa e rugosa e pedúnculo com expansão junto ao fruto.Raça Antilhana: casca intermediária e pedúnculo em forma de cone truncado.É uma árvore de grande porte em ambiente natural e arbustos ou pequena árvore
quando em cultivo. Apresenta um grande número de flores por panícula e é na flor que reside todo o mistério de produção ou não de frutos. Cada flor hermafrodita abre duas vezes, isto é, tem dois estágios de maturação: 1ra. abertura ocorre quando o gineceu (estigma) está apto (maduro) para receber o pólen e a 2da. abertura quando o androceu está maduro, liberando o pólen; estas aberturas ocorrem em períodos diferentes dentro de plantas de uma mesma raça como em plantas de raças diferentes.
Entre as lauráceas nativas devemos mencionar algumas espécies pertencentes aos gêneros Ocotea, Nectandra, Cryptocaria e Aiouea, os quais encerram a maioria das canelas
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ou imbuias, antes bastante comuns em nossas formações florestais. Todas multiplicam-se por sementes e são perenifólias.
principalmente nas áreas abertas, destacando-se na paisagem pela presença de ramos áfilos amarelo-esverdeados.
7. Família MonimiaceaeCompreende 32 gêneros e cerca de 350 espécies distribuídas pelas regiões tropicais e
subtropicais do Mundo. São particularmente numerosas na América do Sul e Nova Zelândia.Da flora brasileira, participam apenas 4 gêneros dos quais apenas dois estão no Rio
Grande do Sul, Hennecartia e Mollinedia.São árvores ou arbustos de folhas opostas, inteiras, desprovidas de estipulas, com
margem dentada ou serrada e freqüentemente aromáticas.As flores são pequenas, actinomorfas, geralmente monoclamídeas e hermafroditas ou
unissexuais.A Monimiaceae mais conhecida é o boldo (Peumus boldus Mol.), originário do centro
do Chile.Hennecartia é um gênero monotípico e sua única espécie Hennecartia omophalandra,
é nativa do Rio Grande do Sul.O gênero Mollinedia, tem pelo menos 5 espécies arbustivas que participam na
composição do sub-bosque de pinhais e Floresta Atlântica Sulriograndense.2. Ordem Piperales
Como as Magnoliales, as Piperales têm células oleíferas, e todas as características divergentes das Magnoliales representam avanços evoluivos.
Na grande maioria são plantas herbáceas, tropicais. No Brasil, estão representadas por espécies das famílias Piperaceae e Chlorantaceae.
1. Família PiperaceaeAs flores são pequenas, geralmente hermafroditas, protegidas apenas por uma ou duas
brácteas. Estames de 1 a 10; ovário com 2 a 5 carpelos concrescidos formando um lóculo só,
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no qual se desenvolve um só óvulo. Inflorescências tipo amentilhos. São geralmente ervas, subarbustos, trepadeiras e arbustos.
- Piper nigrum: ‘pimenta-do-reino’, é uma trepadeira de origem asiática. Caule lignificado na parte inferior. Folhas alternas, inteiras, opstas às inflorescências.
É cultivada no Norte do Brasil, porém pode ser introduzida em regiões livres de geadas. É uma cultura intensiva de alto rendimento. O produto comercial pimenta preta, são os frutos imaturos não descascados, e a pimenta branca, são frutos maduros, descascados.
- Peperômia obtusifolia: plantas ornamentais, cultivadas em virtude da folhagem bela e variada. Algumas espécies deste gênero ocorrem no Brasil espontaneamente nas matas úmidas.
3. Ordem Aristolochiales
A ordem é representada apenas pela família Aristolochiaceae A.L.Juss. A família compreende 7 gêneros distribuídos nos trópicos e subtropicos. No Brasil ocorrem 62 espécies do gênero Aristolochia L.
São ervas baixas, anuais, ramificadas desde a base, com raízes tuberosas; trepadeiras. Folhas simples, inteiras e alternas.
Flores isoladas em forma de sifão, zigomorfas, hermafroditas, monoclamídeas. Ovário ínfero, multilocular, multiovulado. Estames pressos à parte superior do gineceu.
de-elefante, cipó-mil-homens, mil-homens-do-rio-grande, jarrinha-concha, cacau, etc.: Aristolochia longa, A. rotunda, A. clematis, A. sepentina, A. sipho, A. triangularis.
As raízes e caules de varias espécies são medicinais, usados nos ataques de histeria; o suco obtido por maceração é usado como antiofídico. Todas as espécies têm papel importante na farmacopea.
4. Ordem Nympheales
Compreende as famílias Nymphaeaceae, Nebumbonacea, Cabombaceae e Ceratophyllaceae. São plantas de regiões tropicais, principalmente da América do Sul. São ervas perenes, aquáticas, com rizoma carnoso e raiz principal caduca ou ausente; raízes adventícias longas, formadas sob as folhas ou no rizoma. No Brasil, ocorem 6 espécies do gênero Nymphaea, 2 do gênero Victoria e 3 espécies do gênero Cabomba.
5. Ordem Ranunculales
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A ordem Ranunculales consta de 8 famílias, com cerca de 3.200 espécies. Na flora do Brasil ocorrem representantes de apenas três dessas famílias: Ranunculaceae, Berberidaceae e Menispermaceae.
As Ranunulales são os equivalentes herbáceos das Magnoliales e dividem com elas um grande número de caracteres primitivos. As principais características divergentes das Magnoliales consistem no aparecimento de pétalas nectíferas, na predominância de lianas, na presença de folhas compostas em muitos membros e na ausência de células oleíferas.
1. Família RanunculaceaeOs representantes desta família estão distribuídos nas zonas temperadas do
Hemisfério Norte, achando-se muitos deles em cultura como ornamentais no Brasil. A maioria é herbácea (exceção: Clematis – trepadeira lenhosa).
Folhas freqüentemente compostas ou seccionadas em disposição helicoidal, raramente simples, com estípulas.
Flores hermafroditas, diclamídeas, geralmente vistosas e de coloridos ricos. Elementos florais livres entre si. Estames numerosos. Carpelos também numerosos, apocárpicos ou concrescidos parcialmente; com um ou muitos óvulos. Fruticulos com deiscência septicida.
Algumas espécies possuem rizoma ou bulbos. Há espécies tóxicas e de uso medicinal.
- Aquileria vulgaris: ‘luvas-de-Nossa-Senhora’, erva anual com cerca de 80-100cm de altura. Ornamental.
- Nigella damascena: ‘dama-entre-verde’, erva anual.- Nigella sativa e Nigella arvensis: ocorrem nas culturas como plantas daninhas. As
sementes são usadas como condimento.- Aconitum napellus: ‘acônito’, herbácea de cerca de 1m de altura, parte aérea anual e
raízes perenes, muito ornamental, porém pouco aconselhável para cultura nos jardins por ser altamente tóxica. O alcalóide aconitina já na antiguidade era usado tanto para farmacopéia como para fins criminosos.
- Delphinium ajacis ‘esporinha’, planta anual, ornamental. - Delphinium staphisagria: planta daninha originária do Mediterrâneo, introduzida no
Brasil involuntariamente. As duas espécies têm propriedades inseticidas.- Anemone coronaria ‘anêmona’: cultivada no Brasil como ornamental.-Clematis hilarii ‘barba-branca’: trepadeira de caule lenhoso ocorre espontaneamente
no Sul do Brasil.
6. Ordem Papaverales
Representada pelas famílias Papaveraceae e Fumariaceae. No Brasil, as famílias da Ordem Papaverales não têm representantes indígenas.
São plantas herbáceas, com flores andróginas ou unissexuadas, dímeras ou trimeras, com muitos ou poucos estames, com ovário unilocular, placentação parietal com muitos óvulos; sementes com endosperma rico em reservas oleaginosas e embrião reduzido. Apresentam tipos avançados de alcalóides benzilsiloquinona.
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As Papaveraceae têm flores actinomorfas, com muitos estames e sistema laticífero bem desenvolvido, enquanto as Fumariaceae apresentam-nas calcaradas, com 4-6 estames, e sistema laticifero ausente.
1. Família PapaveraceaeFolhas fortemente incisas, alternas, às vezes opostas ou dispostas em rosetas.
- Argemone mexicana L., com flores amarelas, vistosas e folhas muito recortadas, é encontrada como planta rudental em todas as regiões do Brasil, especialmente no Nordeste, sendo também cultivada como espécie de uso medicinal. Alcança aproximadamente 1m de altura. Folhas e caule espinhecentes. No México e Sul dos Estados Unidos é uma planta daninha.
- Papaver sonniferum, é largamente cultivada principalmente na Ásia para obtenção do látex da cápsula imatura. Este látex é matéria prima para fabricação de ópio, morfina, codeína, papaverina e outras drogas. Freqüentemente cultivada no Brasil.
- Papaver rhoeas, planta daninha.
2. Família Fumariaceae- Fumaria spp., de flores violáceas, pequenas, zigomorfas, só aparece como
subespontânea na Região Sul do Brasil.
SUBCLASSE II HAMAMELIDAEÉ uma das menores subclasses das Magnoliopsida. Compreende cerca de 9 Ordens,
23 familias e mais ou menos 3.400 espécies. A essas famílias estão subordinados alguns dos gêneros mais importantes de árvores caducifólias das regiões temperadas do Hemisfério Norte como Carya, Quercus, Fagus, Castanea, Juglans, Platanus e Ulmus.
Fazem parte da Subclasse Hamamelidae, de Cronquist, as seguintes Ordens: Trochodentales, Hamamelidales, Eucommiales, Urticales, Leitneriales, Juglandales, Myricales, Fagales e Casuarinales.
Em geral, são árvores ou arbustos e, só raramente ervas, com folhas alternas ou opostas.
Flores polígamas, monóicas ou dióicas, monoclamídeas, com cálice regular ou zigomorfo, com 2-5 segmentos, ou flores nuas, com ou sem bractéolas. Fruto sâmara, aquênio ou drupa, sementes com cotilédones carnosos.
Os autores, de modo geral, descrevem as Hamamelidae como plantas anemófilas e procuram explicar a anemofilia como conseqüência da redução floral.
Nas espécies de Moraceae da flora brasileira, numa grande maioria dióicas, com flores dispostas em inflorescências curtas e sésseis, é mais provável que ocorram formas particulares de polinização entomófila. É bem conhecida a polinização do gênero Fícus por vespas do gênero Blastofaga que depositam seus ovos no ovário das flores femininas. Nos sicônios, encontram-se flores femininas longistilas e braquistilas. Nestas, em geral, já não se formam papilas estigmáticas, uma vez que estão adaptadas a sua função de ‘chocadeira’. É
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portanto, no ovário dessas flores braquistilas que as vespas depositam seus ovos (flores-gálias); as de estilete longo, são as flores de semente. Os três tipos de flores, feminina longistila, feminina braquistila e masculina, reúnem-se no mesmo sicônio.
Das Hamamelidales, apenas a Ordem Urticales tem representantes indígenas; da Ordem Casuarinales, o gênero Casuarina tem espécies que são cultivadas no Brasil.
2. Ordem Hamamelidales
1. Família HamamelidaceaeCompreende 25 gêneros e cerca de 110 espécies distribuídas no Hemisfério Norte.
Sob o ponto de vista dendrológico, destaca-se o gênero Liquidambar L., na América do Norte e Ásia.
A família reúne árvores e arbustos de folhas simples, alternas, peninervias ou palminervias.
As flores, dispostas em fascículos, capítulos ou espigas, apresentam grande variação quanto à presença e número de peças florais. Flores hermafroditas. Frutos capsulares, compõem-se de infrutescências globosas em certas espécies. As sementes geralmente são aladas.
O gênero Liquidambar L., com 4 espécies originarias da América do Norte e Ásia, deve seu nome à concentração de dois nomes latinos: liquidus e âmbar, em alusão à resina perfumada que estas plantas exsudam.
Dentre as espécies cultivadas no Brasil, salienta-se a árvore norte-americana:
-Liquidambar styraciflua L.: é uma árvore de grande porte (até 25m), com porte reto e densa folhagem caduca. A copa, inialmente estreita e cônica, torna-se volumosa com a idade. A casca é de cor cinzenta.
As folhas são alternas, lobadas, longamente pecioladas (6 a 12cm) e com limbo de 10 a 18cm de diâmetro, são palminervias, tendo 5 a 7 lóbulos lanceolados, com pubescência na axila das nervuras.
As flores são unissexuadas e agrupam-se em iflorescências distintas. As masculinas formam racemos de pequenos capítulos e as femininas compõem capítulos solitários, dispostos na extremidade de um longo pedúnculo pendente.
Os frutos capsulares e marrons, reúnem-se em conjuntos globosos.De valor ornamental, principalmente pelo tom avermelhado de suas folhas no outono.
A árvore é heliófila e muito resistente ao frio.Forne uma das madeiras mais valiosas para compensados. Produz uma resina
aromática utilizada antigamente para gomas de mascar.
2. Família PlatanaceaeCompreende apenas o gênero Platanus L. com 8 espécies. São originárias da América
do Norte, sudoeste da Europa, Ásia Menor, Irã, Afeganistão e noroeste da Índia.São árvores caducifólias de grande porte, com brotos e folhas revestidas por pêlos
multicelulares muito característicos, em forma de candelabro.
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Folhas alternas, palmadas e profundamente lobadas, com venaçao palminervia, bordes dentados ou serrulados e um longo pecíolo dilatado na base, envolvendo a gema foliar do ano seguinte.
Flores diclamídeas, de simetria radial, reunidas em densos capítulos unissexuais, globosos, dispostos em um longo pedúnculo pendente. Fruto seco, apocárpico e do tipo aquênio.
As espécies de plátanos são muito semelhantes entre si, distinguindo-se principalmente pelo número de infrutescências globosas por pedúnculo, pela forma dos lóbulos foliares, pela deiscência da casca, pela abundancia de pêlos na face inferior da folha e pela forma do aquênio.
- Platanus X acerifolia (Ait.) Willd.: árvore de grande porte, copa elíptico-globosa e densa folhagem caducifólia verde-amarelada.
A casca do tronco, de cor clara, apresenta manchas em grandes placas, correspondentes a diferentes épocas de deiscência.
Folhas grandes (10 a 25cm) de base truncada, são profundamente recortadas por 3 a 7 lobulos acuminados, de borde grosseiramente dentado que alcançam até quase a metade do limbo. Quando jovens, são pilosas na face inferior, tornando-se glabras com o passar do tempo. O pecíolo de 3 a 10cm, possui base dilatada.
Fig.: folha e base do pecíolo
Infrutescências globosas e em número de dois por pedúnculo.
Fig.: flor masculina e frutoMuito utilizada para arborização de ruas. Destaca-se pelo crescimento rápido,
resistência à seca e notável rusticidade, suportando muito bem a poluição urbana.A facilidade de sua propagação vegetativa por estacas facilitou sua rápida difusão, em
praticamente todos os países do mundo.
4. Ordem Urticales
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Consta de cinco familias: Ulmaceae, Borbeyaceae, Moraceae, Urticaceae e Cannabaceae.
São plantas lenhosas ou herbáceas, com folhas inteiras, lobadas ou digitissectas, com ou sem estipulas; indumento de pêlos simples ou ramificados.
Células com conteúdo tanifero ou mucilaginoso.Inflorescência cimosa ou racemosa, de tipos variados; flores com gineceu de ovário
súpero, formado por dois carpelos com um só lóculo do ovário fértil e um só óvulo basal, apical ou lateral. Fruto drupa, aquênio ou cápsula.
1. Família UlmaceaeA família tem cerca de 16 gêneros e mais ou menos 50 espécies distribuídas na
Região Norte temperada. No Brasil ocorrem 4 gêneros com cerca de 15 espécies.São árvores ou arbustos com folhas alternas e estípulas caducas.Flores dispostas em cimeiras axilares ou as femininas isoladas ou aos pares, e as
masculinas com rudimentos de ovário; perigonio membranáceo. Fruto sâmara ou drupa, semente sem endosperma, com cotilédones membranosos bem desenvolvidos.
O gênero Ulmus L. é o de maior interesse dendrológico, com 26 espécies distribuídas na região Holoártica, é exótico à flora brasileira e raramente cultivado no país. Na Argentina e Uruguai, ao contrario, são bastante freqüentes em arborização de ruas e praças.
O gênero Celtis L. é o mais numerosos da família (70 espécies). Apesar de sua menor importância madeireira, apresenta uma distribuição geográfica mais ampla, incluindo diversas árvores e arbustos nativos do Rio Grande do Sul.
O gênero Trema Lour., conta com uma única espécie nativa do Sul do Brasil.
2. Família Moraceae
O nome deriva de “morus” = amoreira. Importante pelo número de espécies (1550) e pela participação econômica das espécies.
Clima tropical (Artocarpus), temperado ou frio. Encontram-se nas Américas Central e Sul, Bacia do Mediterrâneo, África e Ásia.
A maioria são árvores de grande porte (figueira-do-mato); arbustos (figueira comum), ervas (figueirilha), às vezes, epífitos. Em geral latescentes, podendo apresentar cistólitos.
Folhas alternas, raramente opostas, simples, geralmente pecioladas, com estípulas intrapeciolares, caducas.
Flores unissexuais, pequeníssimas, monóicas ou dióicas, nuas ou monoclamídeas
dispostas em inflorescências características, visíveis. Flores masculinas isostêmones e
femininas com ovário súpero, bicarpelar, unilocular, uniovular. Fruto do tipo aquênio ou
drupas. Às vezes este tipo está concrescido num receptáculo carnoso em forma de urna -
sicônio - (Ficus)- ou aberto (Dorstenia).
Multiplicação das espécies: sementes, ramos, estaquia ou enxertia.
As espécies estam distribuídas em duas subfamílias: Moroideae e Artocarpoideae.
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Subfamília Moroideae:
Gênero Morus:
A chave abaixo identifica as espécies e variedades do gênero Morus mais cultivadas:
A - Face inferior da folha glabra ou sub - glabra; lâmina inteira ou profundamente lobada;
perigônio e estígmas glabros:
B - ramos não pêndulos.
C - folhas pequenas ou medianas, planas, tronco sem nodosidades.
D - folhas medianas até 10 cm de comprimento.
E - fruto branco, claro ou vermelho .....................................
EE – fruto preto.....................................................................
DD – folhas pequenas, menos de 8 cm..............................
CC – folhas muito grandes
D - folhas planas, de 15 - 25 cm de comprimento............
alimentação humana; de fácil cultivo, existindo muitas variedades que se distinguem pela
coloração da semente, porte da planta, precocidade, etc. Pode ser considerada invasora,
- Lens culinaris: lentilha. Tem origem no Mediterrâneo oriental; erva delicada, anual,
vagens com uma ou duas sementes, utilizada na culinária e como forragem, há duas
subespécies:macrosperma (sementes de 6 a 9 mm de diâmetro) e microsperma (sementes de 3
a 5 mm de diâmetro); excelente alimento em ferro, cálcio e fósforo; é cultivado desde a
antiguidade.
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O gênero Desmodium é tropical e sub-tropical com cerca de 200 espécies, é
encontrado desde o Canadá até o centro da Argentina e Uruguai. Há também algumas
espécies asiáticas; quase todas são boas forrageiras naturais por serem muito apreciadas pelo
gado. No Brasil há cerca de 20 espécies, muitas são chamadas de “alfafas tropicais”.
- Desmodium spp.: pega-pega. Ervas anuais ou perenes, na maioria comuns nas
formações campestres da América do Sul. A espécie mais comum é D. incanum.
- Lotus corniculatus: cornichão. Herbácea, perene, originária da Europa,
profundamente enraizada, flores em umbelas amarelas; sementes pequenas; substitui a alfafa
na formação de pastagens em solos fracos, feno; cultura de inverno; pode produzir 20 a 30
T/Ha/ano de massa verde; propagação por sementes.
O gênero Aeschynomene encerra mais ou menos 150 espécies tropicais e sub-
tropicais na América do Sul e África, são ervas e arbustos de poucas aplicações; a maioria
vive em terrenos úmidos e banhados; os entre nós levam o nome de “angiquinho”.
- Aeschynomene rudis: angiquinho. São invasoras nas culturas de arroz; anual,
herbáceo ou lenhoso; multiplica-se por sementes.
- Wisteria sinensis: glicínia, wistéria. Liana ornamental, devido as suas enormes
panículas de flores azul-violáceas, pendentes, surgem antes das folhas e permanencem um
longo tempo floridas, fins do inverno e início da primavera; suporta podas violentas,
originária da China; existe a var. alba com flores brancas, menos difundida, var. flore-pleno
de flores dobradas; var. variegata de folhas prateadas e var. macrobotrys de cachos maiores;
melífera; se reproduz por estacas lenhosas e sementes
- Spartium junceum: giesta. Arbusto de 3 a 4 m de altura, subáfilos, flores amarelo-
ouro de 2,5 cm de comprimento reunidas em cachos axilares e terminais durante a primavera;
origem: sul da Europa; pode fornecer fibra têxtil; na França cultiva-se para substituir a juta;
ornamental (cercas vivas, mosaicos ou isolada) e medicinal (esparteína) cardiotônico, pode
ser tóxica para o gado, por ter citisina e escoparoside; a ingestão de qualquer parte da planta
pode provocar intoxicação; planta medicinal (usá-la com cuidado); propagação por sementes.
- Cicer arietinum: grão-de-bico. Erva anual, glandulosa-pilosa; originária da Ásia
Menor, é cultivada a milênios no Oriente médio. Sua cultura é viável apenas no sul do Brasil,
pois é uma cultura de inverno; seu valor alimentício é comparado à soja e ao feijão comum; é
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a leguminosa mais plantada no mundo; apresenta 17% de proteína, aproveita-se o grão, folha
e palha.
- Cajanus cajan: guandú, ervilha-de-árvore. Arbusto semi-perene até 3m de altura e
grande intensidade de crescimento; 3 a 4 cortes no ano e rebrota com vigor; originária da
África e a muito tempo cultivada na India; fornece cerca de 36 a 48 T/Ha/ano de massa verde
com 14 a 20% de proteína bruta na matéria seca; pode fixar 280 kg de N/Ha/ano e as folhas
mortas no solo corresponde a 2,5 T/Ha/ano; as folhas cozidas são usadas para o tratamento de
feridas e úlceras; as flores são usadas contra doenças respiratórias; a planta é antihemorrágica
e anti-blenorrágica; os grãos verdes substituem a ervilha na alimentação.
- Ulex europaeus: tojo. Arbusto espinhoso. Natural da Europa Ocidental, é
ornamental pela profusão de flores amarelas por longo período em cercas vivas; é invasora; é
melífera e forrageira na Europa; reproduz-se por sementes e pedaços de raízes que ficam no
solo.
SUBCLASSE ROSIDAE
ORDEM MYRTALES
Família Myrtaceae
A etimologia da família tem duas versões: do latim “myrtus” = a murta e do grego
“myrtós” = perfume em referência ao aroma característico de muitas de suas espécies.
Cerca de 100 gêneros e ao redor de 3.500 espécies tropicais e subtropicais, com dois
centros de distribuição: América e Austrália. Os climas temperados têm poucas mirtáceas
nativas. Além desses dois centros de origem, há Mirtáceas nativas da Europa, Índia, Ceilão e
África.
São plantas lenhosas desde subarbustos até os gigantescos eucalíptos; muitas perdem
o retidoma anualmente e não formam casca grossa.
Possuem glândulas esquizógenas produtoras de óleo essencial e aromático em todos
os órgãos, o que caracteriza muito a família.
Folhas simples; peninérveas, com nervura periférica ou marginal; opostas ou alternas.
As flores em geral brancas; efêmeras; andróginas; androceu polistêmones com os
filetes relativamente compridos, brancos, que exercem atração sobre insetos polinizadores e
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lhes dão um aspecto parecido com as Mimosoideae; gineceu de ovário ínfero ou semi- ínfero;
cálice em geral persistente; pétalas e sépalas podem ser livres ou concrescidas.
FÓRMULA FLORAL: K (4-5) C(4-5) An G(2-5) ↓ *
Inflorescências variadas: flores isoladas axilares (Psidium), caulifloria (Myrciaria) e
cachos, umbelas, panículas, etc. Os frutos podem ser do tipo baga, cápsula, drupa.
Duas subfamílias: Myrtoideae e Leptospermoideae.
Subfamília Myrtoideae Subfamília LeptospermoideaeFilotaxia Folhas opostas Folhas geralmente alternasTipo de fruto Baga ou drupa (carnoso) Cápsula ou pixídio (seco)Tamanho das sementes Geralmente grandes PequenasDistribuição geográfica América Austrália
Subfamília Myrtoideae
Representantes nativos:
- Psidium cattleyanum: araçá-vermelho, araçá-do-campo, araçá-amarelo. Nativo da
mata pluvial da encosta atlântica; também encontra-se em matas ciliares, campos sujos e
arbustivos do Planalto Meridional. Tronco liso, brilhante, casca marrom clara com manchas
verde-amareladas; folhas de coloração verde-escuro-brilhante; frutos do tipo baga, com casca
amarela ou vermelha, polpa doce, branca ou vermelha; propagação por sementes; floresce de
setembro a janeiro e frutos maduros a partir de janeiro.
- Eugenia uniflora: pitangueira. Nativa do Cone Sul (desde MG até a Mesopotâmia
Argentina); folhas sob forma de chá é antidiarréica, diurética, adstringente, antifebril,
antireumática e estimulante; menor uso como hipocolesteremiante e hipoglicemiante;
madeira dura, homogênea e de vários usos; ótima lenha; propagação por sementes, as quais
perdem rapidamente o poder germinativo; floresce desde agosto-dezembro (às vezes maio).
- Eugenia rostrifolia: batinga, batinga-vermelha. Nativa da Encosta da Serra Geral,
por vezes forma agrupamentos puros. Árvore de 15 a 20m de altura, de tronco reto, casca
grossa e rugosa; madeira vermelha, dura, pesada, para construção; ótima lenha; frutos