Top Banner
7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 1/142 =i0=5=3==rlspc=pace180=ine=rkrule=e==ltcl==20=====D. W Winnicott =20TUDO COMEÇA EM CASA ==54Traduçao = = PÁ ULO SANDLER = ==54N123?7 = =77054 Martins=20=Fontes=id7677054 ==54 São Pauío 1999 =20 ==27 Esta obra foi publicada origina/mente eminglês =como =titulo= HOME=IS=0527WIIEREWESTARTFROM =20Copos rghr ©LheWinnrr ris! 7,uss, /986, assar es dear ordr, crus = =Mar/ç ==27 Pare oro,, =20Copo, ighr ©Lirruria Marrrns Fontes Edisrrra Lida Sao Paulo, =1989, para apsesense edrçao. = =20 = =54 O= = ediçao = =54 junhori,’ ) 989 = =3’ ediçan ==54 Ir = Jr,rrr, = =20 == Traduçao = =PAULO SA\DLLR ==20 ==Revisan gráfica ==54 Isabel CristinadeMeio Rrrdrrguer  Ana Marra de Olheira Mondes =Barhrrra=20 = =Produçfao gráfica ==54 Gera/doAlter =Paginaçao/Fotolitos ==54 Sradr,r =3 = =54 Desenvolrrmensr, Ed,turrral = ==20(6957 76531 = =20 == Dada. = =Internacionais ==de =Catalogaçao = =na =Publicaçáo =ICIP) (Ceunara Brasileira do Livro ==SP, Brasil) =W,nnicott. Donaid = =W, == 5896 1971 =!u"o == começarir, casa= =54 / =0W. W,nnicoti tradução Paulrs Sandice. = =3# c" S$o = Paulo = = Maolnr, = =Fonte! =1%%% &Psi,oio'ia e pe"a'o'ia) ==20 == Titulo ,sngsnal: 1-tome is where we slaei frour. ISBN115.536=1150-1 =20
142

9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

Jan 13, 2016

Download

Documents

Thaís Aguilar

Livro tudo começa em casa
Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
Page 1: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 1/142

=i0=5=3==rlspc=pace180=ine=rkrule=e==ltcl==20=====D. WWinnicott

=20TUDO COMEÇA EM CASA==54 Traduçao == PÁ ULO SANDLER

===54 N123?7

==77054

Martins=20=Fontes=id7677054

==54 São Pauío 1999

=20

==27 Esta obra foi publicada origina/mente em inglês =com o =titulo=HOME =IS=0527 WIIERE WE START FROM

=20Copos rghr © Lhe Winnrr ris! 7,uss, /986, assar es de ar ordr, crus ==Mar/ç ==27 Pare oro,,

=20Copo, ighr © Lirruria Marrrns Fontes Edisrrra Lida

Sao Paulo, =1989, para apsesense edrçao. ==20

==54 O == ediçao==54 junho ri,’ ) 989==3’ ediçan

==54 Ir= Jr,rrr, ==20

== Traduçao==PAULO SA\DLLR ==20

==Revisan gráfica

==54 Isabel Cristina de Meio Rrrdrrguer

 Ana Marra de Olheira Mondes =Barhrrra=20

==Produçfao gráfica

==54 Gera/do Alter=Paginaçao/Fotolitos

==54 Sradr,r=3 ==54 Desenvolrrmensr, Ed,turrral ===20(6957 76531 =

=20== Dada. ==Internacionais ==de=Catalogaçao ==na =Publicaçáo =ICIP)

(Ceunara Brasileira do Livro ==SP, Brasil)=W,nnicott. Donaid ==W, == 5896 1971=!u"o == começa rir, casa ==54 /=0W. W,nnicoti tradução Paulrs Sandice.

==3# c" S$o= Paulo == Maolnr, ==Fonte! =1%%% &Psi,oio'ia e pe"a'o'ia) ==20

== Titulo ,sngsnal: 1-tome is where we slaei frour.ISBN 115.536 =1150-1=20

Page 2: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 2/142

== 1.Ciências sociais Discursos, ensaios, conterências 2. Famil,a ===54 5.=Psicanalise Aspectos sociais 4. Psicologia patologica 5. Psicologia =social 1. Titulo. II Série. ==20

== Índices ==54 para catálogo sistematico:=- Sociedade familia : Interação social 3022. Sociedade =tndssiduo Interação social 302

3. Psicologia infantil 302=20

==54 Todos os direilos paro a lingua prursuguesa rese, rados ==54 ri=Livraria Margina Foni! E"iiora Li"a.==54 Rues Conselhei,’cr Ramalho, 330/340=2001325-000 Sao Paulo SP Brasil

7W. (11)239-3677 Fax (11)3105-6867 =

e-moi); info(a mar!insfonles.om

htlp://wwrl’=.mcsrlinsfonles.rom ==20

==4 1 =20

== 99 4079 =20

=20

====#n"ic=Pr$%cio &' Agra"ci(nto! '& P!ican%)i! =ci*ncia+ a(iga! o, -arnt! '&&& PR&ME&RA PARTE=Sa/""ona 1O =conceito de indivíduo saudável ==

=Vivendo de modo criativo !==Su(eusou =31==O conceito de "also ==sel* =4==O valor da de#ress$o %&

 A'ress$o( cul#a e re#araç$o =56==A delin)*+ncia como sinal de es#erança =71==,i#os de #sicotera#ia == 6=20==Acura -.%

== SE8UNDA PARTE A $a(9)ia 114 A =contriuiç$o da m$e #ara a sociedade --0

 A criança no ='ru#o "amiliar -!O a#rendi1ado in"antil -!0

 A imaturidade =do adolescente =134 =20

== TERCE&RA PARTE R$):;! !o<r a !oci"a" 154O ==#ensar e o inconsciente -20

=O ==#reço de desconsiderar == a =#es)uisa #sicanalítica == 11==.3ste "eminismo == 17==A#ílulaeaLua -&0

 Discuss$o dos o4etivos da 'uerra -%

Page 3: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 3/142

=Os muros de 5erlim &

 A lierdade !0

 Al'umas re"le67es =sore o si'n"lcado da #alavra

8democracia9 :&

O lu'ar =da monar)uia 0! ==20

=+ =lar nosso ponto "e parti"a ==- ==20(e"i"a .ue cresce(os+ (un"o se torna (ais estran/o, (ais =co(pleos os pa"rese (orrer e ier 4$o o (o(ento =intensoIsola"o, se( antes ne( "epoisas u(a i"a ar"en"o =e( ca"a (o(ento

! S; ==67I0!, 6ast 9oker:, ==.<our uartets ==20

==p1===20

=====20

=20

====Pr$%cio=;uan"o onal" Winnicott (orreu, e( 1%<1, "eiou (ais ou (enos oitenta =arti'os in"itosl( "esses, /aia outros, publica"os e( liros =e reistas .ue >á =se =tornara( "i*iceis "eencontrar esses "ois 'rupos etraiu?se a (aior =parte "o presente olu(e, (as, @ (e"i"a .ue asseçes to(aa( *or(a, al'uns arti'os "os liros "e =Winnicott *ora( acrescenta"os, @ 'uisa "e*ec/o &+s "etal/es "as =publicaçes ori'inais po"e( ser encontra"os nos 'ra"eci(entos) =+ prAprio Winnicott plane>aa *aer noas coletCneas "e seus trabal/osD se =pu"esse *aE?lo, i(proáel .ue a seleç$o e o arran>o ="o (aterial *osse( i'uais aos "esta co(pilaç$o seleç$o,=portanto, "e nossa responsabili"a"e, e so(os 'ratos a Fobert !o" por sua a>u"a =nas etapasiniciais e"iç$o "os trabal/os in"itos *oi, =proposital(ente, (Gni(a (es(o por.ue i(a'ina(os.ue Winnicott =proael(ente tE?los?ia (el/ora"o antes "e apresentá?los ao pHblico+ =princGpio a .ue obe"ece(os na seleç$o "os arti'os *oi a =a(plitu"e "e interesses e preocupaçes ;uase to"os era( palestras =e con*erEncias, pois Winnicott 'ostaa "e aten"er a pe"i"os para *alar a =platias a(plas e aria"as + resulta"o u( liro no .ual as =i"ias e oste(as @s ees se repete(D espera(os .ue, apesar ="isso, eles "e(onstre( a pro*un"i"a"e "e sua=20

==______ ______ ______ ==,udo começa em casa

=conicç$o "e .ue a estrutura "a socie"a"e re*lete a naturea "o =in"iG"uo e "a *a(Glia, e ta(b("e(onstre( o a'u"o senso "e responsabili"a"e "e seu autor pela =socie"a"e especG*ica na .ual ieu6spera(os ain"a .ue o liro =a'ra"e ao leitor ==—al'o =.ue Winnicott teria "ese>a"o "e (o"o especial97F6 W7rnco!! =F# S6PJ6F676I46 KIS=Londres( "evereiro de -&>! ==20

==p1===20

=====20

=20

===O =conceito de indivíduo saudável =20

==Palestra proferida na Royal Medico-Psychological Association, =Psychotherapyand Social Psychiatry Section, 8 de março de 196 =20

Page 4: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 4/142

==Preliminares ==20

Usamos as palavras “normal” e “saudável” quando nos =referimos a pessoas, eprovavelmente sabemos o que queremos dizer. De =tempos em tempos pode serproveitoso tentar explicitar o que queremos =dizer sob o risco de dizer o !bvioou de descobrir que n"o con#ecemos a resposta. $e%a lá como =for, nosso pontode vista se modifica atrav&s das d&cadas, de modo =que uma afirma'"o queservia para os anos (0 pode ser quase =in)til nos anos *0.+"o vou come'ar citando outros autores que abordaram oassunto. ermitam-me =dizer de sada que a maioria de meus conceitos derivados de /reud. =spero n"o incidir no erro de pensar que se pode avaliar um #omem ou umamul#er =sem levar em conta seu lu1ar na sociedade. maturidade individual=implica movimento em dire'"o 3 independ4ncia, mas n"o =existe essa coisac#amada “independ4ncia”. $eria nocivo para a sa)de o fato de um indivduo ficar=isolado a ponto de se sentir independente e invulnerável. $e essa =pessoa estáviva, sem d)vida #á depend4ncia5 Depend4ncia =da enfermeira de um sanat!rioou da famlia.+o entan=to, =vou estudar o conceito da sa)de do ==indi!"d#o,==porque a sa)de social depende da sa)de individual6 a socieda=20

=3=20

==ustri'/t=de =n"o passa de uma duplica'"o maci'a de indivduos. sociedaden"o pode ir al&m do denominador =comum da sa)de individual, e n"o podeavan'ar mais porque a =sociedade tem que cuidar de seus membros enfermos.

 A =maturidade associada à idade=m =termos de desenvolvimento, pode-se dizer que a sa)de si1nifica uma

maturidade relativa 3 idade do indivduo. =Desenvolvimento prematuro do e1o ouconsci4ncia prematura do ==self n"o =s"o mais saudáveis do que consci4nciaretardada. tend4ncia =para amadurecer &, em parte, #erdada. De um modocomplexo 7que tem sido muito estudado8, =o desenvolvimento, especialmente noincio, depende de um suprimento =ambiental satisfat!rio. ode-se dizer que umambiente satisfat!rio =& aquele que facilita as várias tend4ncias individuais#erdadas, de tal forma que o =desenvolvimento ocorre de acordo com elas.9eran'a e meio ambiente =s"o ambos fatores externos, se falamos em termos dodesenvolvimento =emocional de cada pessoa, ou se%a, da psicomorfolo1ia. 7:en#opensado se o termo psicomorfolo1ia =poderia ser usado em substitui'"o ao uso1rosseiro da palavra =“psicolo1ia”, quando qualificada de “din;mica”.8

=ode ser muito )til postular que o meio ambiente satisfat!rio come'a com umalto =1rau de adapta'"o 3s necessidades individuais da crian'a. =<eralmente am"e & capaz de prov4-lo, por causa do estado especial em que ela se encontra, oqual =denominei “preocupa'"o materna primária”. pesar de =existirem outrosnomes para esse estado, estou descrevendo-o em meus =pr!prios termos. adapta'"o vai diminuindo de acordo com a crescente necessidade que o beb4 tem=de experimentar rea'es 3 frustra'"o. m"e =saudável pode retardar suafun'"o de n"o conse1uir se =adaptar at& que o beb4 ten#a se tornado capaz de

Page 5: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 5/142

rea1ir com raiva, em vez de ficar traumatizado pelas =incapacidades da m"e.:rauma si1nifica quebra de continuidade na exis ==20

(

t4ncia =de um =indivduo. > somente sobre uma continuidade no existir que o=sentido do ==self, de se =sentir real, de ser, pode finalmente vir a se estabelecercomo uma =caracterstica da personalidade do indivduo.

 As =inter-relações mãe-bebê=Desde =o incio, mesmo quando o beb4 está vivendo num mundo sub%etivo, asa)de n"o pode ser descrita em =termos apenas individuais. osteriormentetorna-se possvel pensar =numa crian'a saudável num meio ambiente n"o-saudável6 essas =palavras, no entanto, n"o fazem sentido no come'o, at& que obeb4 consi1a fazer uma =avalia'"o ob%etiva da realidade, tornando-se capaz dedistin1uir =claramente entre o eu e o n"o-eu, entre o ==$%real =compartil#ado eos fen?menos da realidade psquica pessoal, e =ten#a al1o de ambiente interno.stou me referindo ao processo =bidirecional em que a crian'a vive num mundosub%etivo e a m"e se adapta, com o intuito de dar a =cada crian'a um suprimento

básico da ==e&peri'ncia de onipot'ncia( @sso =envolve essencialmente umarela'"o viva.=O =ambiente facilitadorA =ambiente facilitador e seus a%ustes adaptativos pro1ressivos 3s =necessidadesindividuais poderiam ser isolados, para estudo, como uma =parte do estudo dasa)de. @ncluir-se-iam as fun'es paternais, complementando as fun'es da m"e,e a =fun'"o da famlia, com sua maneira cada vez mais complexa 73 =medida quea crian'a fica mais vel#a8 de introduzir o princpio da =realidade, ao mesmo tempoque devolve a crian'a 3 crian'a. Beu =ob%etivo aqui, no entanto, n"o & estudar aevolu'"o do meio =ambiente.=20

====C=20

==As zonas er!enas=+a =primeira metade do s&culo de /reud, toda avalia'"o da sa)de precisava serfeita em termos do está1io em que se encontrava o =id, de acordo com aspredomin;ncias sucessivas das zonas er!1enas. =@sso ainda tem validade. #ierarquia & bem con#ecida =inicia-se com a predomin;ncia oral, se1uida dapredomin;ncia anal e da uretral, e ent"o =se1ue-se o está1io fálico ou“exibicionista” 7t"o dificil =para as meninin#as que come'am a andar8, e finalmenteda fase 1enital =7de tr4s a seis anos8, na qual =afantasia ==inclui tudo aquilo quepertence ao sexo adulto. /icamos felizes quando =uma crian'a se a%usta a essepadr"o de crescimento.

  crian'a saudável alcan'a, ent"o, o =perodo de lat4ncia, no qual n"o #á avan'onas =posi'es do id, e existe uma reta1uarda muito difusa para =impulsionar o idpor parte do sistema end!crino. A conceito de sa)de, aqui, se associa com umperodo em que =se pode ensinar al1o 3 crian'a, e nesse perodo #á uma=tend4ncia bastante natural de os sexos se se1re1arem. > =necessário mencionar essas questes, pois & saudável ter seis anos aos seis anos de idade, e dez aosdez.=Depois vem a puberdade, 1eralmente anunciada por uma fase =pr&-p)bere na

Page 6: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 6/142

qual uma tend4ncia #omossexual talvez se =manifeste. á pelos quatorze anos, orapaz ou a mo'a que n"o pularam a fase da puberdade podem, de modoinexorável e ==sa#d)!el, =ser =lan'ados num estado de confus"o e d)vida. palavra =“esta1na'"o” tem sido aplicada aqui e & uma =palavra )til. ermitam-me enfatizar que quando um rapaz ou uma mo'a a1em de modo desa%eitado ou

confuso, em meados da puberdade, isso =n"o & doen'a.  puberdade si1nifica tanto um alvio =como um fen?meno extremamenteperturbador, que estamos apenas =come'ando a compreender. 9o%e em dia,rapazes e mo'as p)beres conse1uem =experimentar a adolesc4ncia como umperodo de crescimento em =compan#ia de outros no mesmo estado, e a tarefa==20

*=

dificil de separar o que & saudável do que & doentio, =nessa fase, diz respeito 3era do p!s-1uerra. > claro que os =problemas n"o s"o novos.

 Equeles que est"o envolvidos =nessa tarefa, s! se pode solicitar que se dediquem

mais 3 solu'"o dos problemas =te!ricos do que 3 solu'"o dos problemas reaisdos =adolescentes, os quais s"o capazes, a despeito da inconveni4ncia =de suasintomatolo1ia, de mel#or encontrar sua pr!pria salva'"o. passa1em do tempo &si1nificativa. Um =adolescente n"o deve ser curado como se fosse um doente.

 c#o que =essa & uma parte importante da avalia'"o de sa)de. @sso =n"o implicane1ar que possa #aver doen'a durante o perodo da adolesc4ncia.

 l1uns adolescentes =sofrem muito, e n"o oferecer a%uda pode ser crueldade. >comum que =se%am suicidas aos quatorze anos, e & deles a tarefa de tolerar a=intera'"o de muitos fen?menos disparatados sua pr!pria imaturidade, suaspr!prias =mudan'as relativas 3 puberdade, suas pr!prias id&ias do que =& vida eseus pr!prios ideais e aspira'es6 acrescente-se a =isso sua desilus"o pessoal a

respeito do mundo dos adultos, que l#es parece essencialmente =um mundo decompromissos, de falsos valores e de infinitas di1resses =em rela'"o ao temacentral. E medida que rapazes e mo'as =adolescentes deixam esse está1io,come'am a se sentir reais, e adquirem um senso de ==self =e um senso de ser(=@sso =& sa)de. partir do ser, vem o fazer, mas n"o pode #aver o fa*er =antes=do =ser = eis a mensa1em que os adolescentes nos enviam.+"o precisamos =encora%ar os adolescentes que t4m dificuldades pessoais e quetendem =a ser desafiantes enquanto ainda s"o dependentes6 eles realmente n"onecessitam de encora%amento. =embramos que as fases finais da adolesc4nciaconstituem uma idade de =aquisi'es excitantes, em termos de aventuras, de talmodo que a =emer14ncia de um rapaz ou uma mo'a da adolesc4ncia para os

prim!rdios de uma identifica'"o =com a paternidade ou a maternidade e com asociedade responsável & =al1o bom de se ver. +in1u&m poderia dizer que apalavra=20

= ==20

 “sa)de” & sin?nimo da palavra “fácil”. =@sso & especialmente verdadeiro na áreade conflito entre a =sociedade e seu contin1ente adolescente.

Page 7: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 7/142

$e prosse1uirmos, =come'aremos a utilizar uma lin1ua1em diferente. sta se'"ose iniciou em termos de impulsos do id e termina referindo-se =3 psicolo1ia doe1o. > de 1rande auxlio para o indivduo =quando a puberdade fornece umpotencial para a pot4ncia masculina e para o equivalente nas meninas, ou se%a,quando a =1enitalidade plena %á & uma caracterstica, tendo sido =alcan'ada na

realidade do brincar durante a idade que precedeu o =perodo de lat4ncia. +oentanto, p)beres n"o se en1anam com a id&ia de que os impulsos instintivosse%am tudo, e =de fato eles est"o essencialmente preocupados com o ser, com oestar =em al1um lu1ar, com se sentirem reais e em adquirir al1um 1rau de=const;ncia ob%etal. les precisam ser capazes de caval1ar os instintos, em vez=de serem esmi1al#ados por eles.m termos da aquisi'"o da =1enitalidade plena, a maturidade, ou a sa)de,assume uma forma =especial quando o adolescente se transforma no adulto quepode se tornar pai. > conveniente que um rapaz que =1ostaria de ser i1ual a seupai son#e #eterossexualmente e que =desempen#e sua capacidade 1enital emsua plenitude6 e tamb&m que uma =mo'a que dese%a ser i1ual 3 m"e se% a capazde son#ar #eterossexualmente e experimentar or1asmo =1enital na rela'"osexual. A teste &F será que a =experi4ncia sexual pode ser acompan#ada de umvnculo e dos =si1nificados mais amplos da palavra “amor”G=20+o que diz respeito a esses aspectos, a doen'a & um inc?modo, e =asinibi'es podem ser destrutivas e cru&is em sua a'"o. = impot4ncia podemac#ucar mais do que o estupro. +o entanto, #o%e em =dia n"o nos sentimossatisfeitos com uma avalia'"o da sa)de em termos =das posi'es do id. > maisfácil descrever os processos =desenvolvimentais em rela'"o 3 fun'"o do id doque em =termos do e1o e de sua complexa evolu'"o, mas mesmo assim ose1undo m&todo n"o pode ser evitado. :emos =que tentar faz4-lo. ==20

H=

Iuando #á imaturidade na vida instintiva, existe o risco de =doen'a no indivduo,na personalidade, no caráter ou no =comportamento. Deve-se ter o cuidado deentender aqui, no entanto, que o =sexo pode operar como uma fun'"o parcial, detal modo que, ainda que o sexo possa ==parecer =estar =funcionando bem, apot4ncia e o seu equivalente feminino podem acabar depauperando o =indivduo,em vez de enriquec4-lo. Bas n!s n"o nos deixamos =levar com facilidade poressas coisas, %á que n"o estamos ol#ando =para o indivduo de acordo com ocomportamento e os fen?menos de superficie. =stamos preparados paraexaminar a estrutura da personalidade e a =rela'"o do indivduo com a sociedadee com os ideais.

=ode ser que numa determinada &poca os psicanalistas tendessem =a =pensarna sa+de como a a#s'ncia de dist+rios =psicone#rticos, =mas =isso n"o &verdade #o%e em dia. recisamos de crit&rios mais sutis. =+"o precisamos %o1arfora o que usamos previamente quando pensamos =#o%e em termos de liberdadedentro da personalidade, de capacidade para =ter confian'a e f&, de questes deconst;ncia e confiabilidade ob%etal, de liberdade em =rela'"o 3 auto-ilus"o, etamb&m de al1o que tem mais a =ver com a riqueza do que com a pobrezaenquanto qualidade da realidade =psquica pessoal.

Page 8: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 8/142

O =indivíduo e a sociedade=$e =partirmos do princpio de que se alcan'ou um 1rau razoável em =termos dacapacidade instintiva, veremos ent"o novas tarefas para a pessoa =relativamentesaudável. xiste, por exemplo, a rela'"o que ele =ou ela mant4m com asociedade uma extens"o da famlia. Di1amos que um #omem ou uma mul#er

saudáveis se%am capazes =de =alcançar #ma certa identflcaç.o com a sociedadesem perder =m#ito de se#s imp#lsos indi!id#ais o# pessoais(=$% > =claro quedeve existir al1uma perda, no sentido de controlar o impulso, =mas umaidentifica'"o extremada com=20

="=20

a sociedade acompan#ada de perda do ==self =e da import;ncia do self ==n"o &normal de modo al1um.$e fica claro que n"o nos =satisfazemos com a id&ia da sa)de como uma simplesaus4ncia de doen'a psiconeur!tica =ou se%a, de dist)rbios relativos 3pro1ress"o das =posi'es do id em dire'"o 3 1enitalidade plena e 3 =or1aniza'"o

de defesas relativas 3 ansiedade e a rela'es interpessoais , podemos dizerque, =em tal contexto, a sa)de n"o & fácil. vida de um =indivduo saudável &caracterizada por medos, sentimentos =conflitivos, d)vidas, frustra'es, tantoquanto por caractersticas positivas. A principal & que o #omem =ou a mul#ersintam que ==est.o !i!endo s#a prpria !ida, =assumindo responsabilidade pelaa'"o ou pela inatividade, e se%am =capazes de assumir os aplausos pelo sucessoou as censuras pelas fal#as. =m outras palavras, pode-se dizer que o indivduoemer1iu da depend4ncia para a independ4ncia, ou autonomia. =

  avalia'"o da sa)de em termos das posi'es do id =fica insatisfat!ria pelaaus4ncia da psicolo1ia do e1o. Um exame =do e1o nos leva direto aos está1iospr&-1enitais e pr&-verbais do desenvolvimento individual e =3 provis"o ambientalF

a adapta'"o atrelada 3s =necessidades primitivas que s"o caractersticas daprimeira =inffincia.+este ponto, min#a tend4ncia & pensar em termos de “se1urar”J. @sso vale para o“se1urar” =fisico na vida intra-uterina, e 1radualmente amplia seu alcance,=adquirindo o si1nificado da 1lobalidade do cuidado adaptativo em =rela'"o 3inf;ncia, incluindo a forma de manuseio. +o fim, esse conceito pode se =ampliar aponto de incluir a fun'"o da famlia, e conduz 3 =id&ia de trabal#o de caso, que &a base da assist4ncia social. =A “se1urar” pode ser feito, com sucesso, poral1u&m que n"o ten#a o menor =con#ecimento intelectual daquilo que estáocorrendo com o =indivduo6 o que se exi1e & a capacidade de se identificar, de=perceber como o beb4 está se sentindo. =20

=K0=20

+um ambiente que propicia um “se1urar” satisfat!rio, o =beb4 & capaz de realizaro ==desen!ol!imento pessoal de acordo com s#as tend'ncias herdadas( A=resultado & uma continuidade da exist4ncia, que se transforma num =senso deexistir, num senso de ==self e =finalmente resulta em autonomia.=O =desenvolvimento nos #rimeiros está!ios

Page 9: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 9/142

=<ostaria de examinar o que ocorre nos primeiros está1ios do =desenvolvimentoda personalidade. palavra-c#ave aqui & =integraç.o, =que =abran1e quasetodas as tarefas do desenvolvimento. inte1ra'"o =leva o beb4 a uma cate1oriaunitária, ao pronome pessoal “eu”, ao =n)mero um6 isso torna possvel o U $AU,que dá sentido ao U =/LA.

ode-se perceber que estou ol#ando para tr4s =dire'es ao mesmo tempo. stouobservando o cuidado 3s crian'as. =:amb&m ol#o para a doen'a esquiz!ide. l&m disso, estou =procurando um meio de avaliar o que & que a vida poderepresentar =para crian'as e adultos saudáveis. ntre par4nteses, eu diria queconstitui um tra'o saudável o fato de o =adulto n"o parar de se desenvolveremocionalmente.Mou tomar =tr4s exemplos. +o caso de um beb4, a ==$%integraç.o =& =umprocesso que tem ritmo pr!prio e crescente complexidade. +a =doen'aesquiz!ide, o fen?meno da =desintegra ç.o =& =uma caracterstica,especialmente o medo da desinte1ra'"o e a =or1aniza'"o patol!1ica de defesasdestinada a dar um alerta em rela'"o 3 =desinte1ra'"o. 7 insanidade 1eralmenten"o & uma =re1ress"o, pois esta )ltima cont&m um elemento de confian'a6 =&,antes, um arran%o sofisticado de defesas, cu%o ob%etivo & prevenir =uma repeti'"oda desinte1ra'"o.8 inte1ra'"o & um =processo de tal tipo que certascaractersticas da vida infantil =reaparecem na psicanálise dos casos limtrofes.+a vida adulta, a inte1ra'"o & usufruda =com um sentido cada vez mais amplo dotermo, que se aproxima da =inte1ridade=20

=KK=20

e a inclui. desinte1ra'"o, durante o repouso, o relaxamento =e o son#o, podeser admitida pela pessoa saudável, e a dor a ela =associada pode ser aceita,especialmente porque o relaxamento está =associado 3 criatividade, de modo que

& a partir do estado ==n.o-integrado ==20que o impulso criativo aparece ereaparece. s defesas or1anizadas =contra a desinte1ra'"o roubam umaprecondi'"o para o impulso =criativo e impedem, portanto, uma vida criativaN.=20

= A =parceria psicossom)tica ==20

Uma tarefa subsidiária no desenvolvimento infantil & o abri1o =psicossomático7deixando de lado, por enquanto, o intelecto8. <rande =parte do cuidado fisicodedicado 3 crian'a se1urá-la, =manipulá-la fisicamente, ban#á-la, alimentá-la, eassim por diante destina-se a facilitar =a obten'"o, pela crian'a, de um==psi/#e-soma que =viva e trabal#e em #armonia consi1o mesmo.

Oetornando 3 =psiquiatriaF & caracterstica da esquizofrenia uma conex"o =muitofrouxa ente a psique 7ou se%a lá como se c#ame8 e o corpo e suas fun'es. odeser at& que a =psique se ausente do soma por um perodo considerável, ou que=este%a pro%etada.m pessoas saudáveis, o uso do corpo e de =suas fun'es & uma das coisasprazerosas da vida, e isso se aplica de modo especial 3s crian'as e =aosadolescentes. qui aparece outra vez uma rela'"o entre =doen'a esquiz!ide esa)de. > uma pena que =pes-

Page 10: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 10/142

=K2=20

soas saudáveis ten#am que viver em corpos deformados, doentes ou =vel#os, oupermanecer famintas ou sofrer 1rande dor.==0staelecendo relaçes o2etaisode-se =examinar o estabelecimento de rela'es ob%etais do mesmo modo que=a coexist4ncia psicossomática e o tema mais amplo da =inte1ra'"o, A processomaturacional impulsiona o beb4 a relacionar-se com =ob%etos6 no entanto, isso s!pode ocorrer efetivamente quando o mundo =& apresentado ao beb4 de modosatisfat!rio. m"e que conse1ue funcionar como um a1ente adaptativo apresentao mundo de =forma a que o beb4 comece com um suprimento da = =e&peri'nciade onipot'ncia, que =constitui o alicerce apropriado para que ele, depois, entre emacordo =com o princpio da realidade. 9á um paradoxo aqui, na medida em =que,nessa fase inicial, o beb4 cria o ob%eto, mas o ob%eto %á está lá, e o beb4 n"o=pode, portanto, t4-lo criado. Deve-se aceitar o paradoxo, n"o =resolv4-lo.Mamos ampliar esse assunto para a doen'a mental =e para a sa)de mental doadulto. +a doen'a esquiz!ide, o estabelecimento de rela'es ob%etais =fracassaF opaciente se relaciona com um mundo sub%etivo ou malo1ra em =se relacionar comqualquer ob%eto fora do ==self  =onipot4ncia & asse1urada atrav&s de delrios. Apaciente se =retrai, fica fora de contato, estupidificado, isolado, irreal, surdo,=inacessvel, invulnerável e assim por diante.Uma 1rande parte da vida saudável tem a =ver com as várias modalidades derelacionamento ob%etal e com um =processo de=KP=20

 “vaiv&m” entre o relacionamento com ob%etos externos e =internos. @sso & umaquest"o de pleno usufruto das rela'es =interpessoais, embora os resduos dorelacionamento criativo n"o se percam fazendo com que cada aspecto do

relacionamento ob%etal se%a =excitante.  sa)de aqui inclui a id&ia de uma vida excitante =e da ma1ia da intimidade. :odasessas coisas andam %untas e combinam-se, =na sensa'"o do se sentir real, de ser e de #aver experi4ncias realimentando a =realidade psquica interna,enriquecendo-a, dando-l#e dire'"o. = conseqQ4ncia & que o mundo interno dapessoa saudável relaciona-se com o mundo real ou externo, e mesmo assim &pessoal =e dotado de uma vivacidade pr!pria. @dentifica'es pro%etivas e=intro%etivas acontecem a todo instante. $e1ue-se que a perda e a má =sorte 7e,como eu disse, a doen'a8 podem ser mais terrveis para o indivduo saudável doque =para aquele que & psicolo1icamente imaturo ou deformado. Deve-se=permitir que a sa)de assuma seus pr!prios riscos.

=$eca#itulação=+este =momento da discuss"o precisamos definir nossos termos de refer4ncia.recisamos decidir se vamos restrin1ir o si1nificado da palavra =“sa)de” 3quelesque s"o saudáveis desde o incio, =ou estend4-lo 3queles que carre1am asemente da doen'a e mesmo =assim conse1uem “vencer”, no sentido dealcan'ar, no final, um estado de sa)de que n"o =vem fácil ou naturalmente. $intoque precisamos incluir esta =)ltima cate1oria. Mou explicar rapidamente o queestou querendo =dizer.

Page 11: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 11/142

3ois =tipos de pessoa= c#o =)til dividir o universo de pessoas em duas classes. 9á aquelas que %amaisse desapontaram enquanto beb4s, e, na ==20

=K(=20

mesma medida, s"o candidatas a viver ale1remente e a aproveitar =a vida. #áas que sofreram experi4ncias traumáticas, =provenientes de decep'es com oambiente, e que necessitam =carre1ar consi1o perpetuamente as lembran'as 7ouo material para as lembran'as8 do estado em que se encontravam =no momentodo desastre. stas s"o candidatas a levar vidas =tempestuosas e tensas e talvezcandidatas 3 doen'a.=Oecon#ecemos a exist4ncia daqueles que perderam a=20;ncora em rela'"o 3tend4ncia ao desenvolvimento =saudável, e cu%as defesas s"o ri1idamenteor1anizadas, sendo a =pr!pria ri1idez uma 1arantia contra movimentosposteriores. +"o =podemos estender a conota'"o que demos 3 palavra “sa)de” aesse estado de coisas.

xiste, no =entanto, um 1rupo intermediário. +uma exposi'"o mais completa =dapsicomorfolo1ia da sa)de, poderamos incluir aqueles que trazem =consi1o aexperi4ncia de ansiedades impensáveis ou arcaicas, e que est"o mais ou =menosbem defendidos contra recordar-se de tal ansiedade, mas que, =n"o obstante, v"ousar qualquer oportunidade que se apresente para =adoecer ou ter um colapso afim de se aproximar daquilo que & terrvel= e por isso impensável. A colapso raramente leva a um =resultado terap4utico,embora se deva recon#ecer um elemento positivo =no colapso. Es vezes, ocolapso conduz a uma esp&cie de cura, e ent"o aparece =de novo a palavra“sa)de”.Besmo nesse caso parece =persistir uma tend4ncia para o desenvolvimento

sadio6 caso as pessoas dessa se1unda =cate1oria consi1am a1arrar-se, aindaque tardiamente, a essa =tend4ncia em dire'"o ao desenvolvin-iento, elaspoder"o ser =bem-sucedidas. odemos ent"o inclu-las entre os saudáveis.$audáveis por bem ou por mal.==4#ga para a sanidade==20recisamos lembrar a1ora que a fu1a em dire'"o 3 sanidade =n"o &sin?nimo de sa)de. sa)de & tolerante com a =doen'a6 na=20

=15 =20

==ustri'/t==verdade, a sa)de tem muito a 1an#ar quando se mant&m em contato

com a doen'a em todos os seus aspectos, =especialmente com aquela doen'adenominada esquiz!ide, e com a =depend4ncia.ntre os dois extremos, ou se% a, entre o primeiro =1rupo, dos afortunados, e ose1undo,=20dos desafortunados 7no que tan1e ao suprimento ambiental8, #á uma=1rande quantidade de pessoas que conse1uem esconder, com sucesso, uma=certa necessidade de se encamin#arem para o colapso, mas que n"o =sofremcolapso de fato, a n"o ser que fatores ambientais detonem a situa'"o. @sso podetomar a =forma de uma nova vers"o do trauma, ou pode ser que um ser #umano

Page 12: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 12/142

=confiável ten#a aumentado as esperan'as.=20ortanto, per1untamo-nosF qual a amplitude do espectro de pessoas = queconse1uem vencer apesar daquilo que carre1am consi1o =71enes,desapontamentos precoces e experi4ncias infelizes8 =que devemos incluirentre os saudáveisG :emos que levar em conta o fato de que nesse 1rupo #á

muitas =pessoas cu%o desconforto e cu%a ansiedade os impelem a realiza'es=excepcionais. ode ser que o convvio com elas se revele muito dificil, mas elasimpulsionam o mundo em =al1uma área da ci4ncia, da arte, da filosofia, dareli1i"o ou =da poltica. +"o sou obri1ado a responder, mas ten#o que estar=preparado para esta per1untaF e os 14niosG==erdadeiro e falso=+esta =dificil cate1oria, #á um caso onde o colapso potencial domina a cena, oqual talvez n"o =nos d4 muito problema. 7Bas nada & muito ntido nos assuntos=#umanos6 e quem poderia dizer onde & que termina a sa)de e se =inicia adoen'aG8 Oefiro- me 3s pessoas que tiveram que or1anizar inconscientementeuma fac#ada, um =falso selfpara lidar com o mundo, tendo essa fac#ada setransformado =numa defesa contra o verdadeiro ==self 7A =verdadeiro ==self =foitraumatizado e n"o pode mais ser encon=-

K*

=trado =pelo =risco de ser novamente ferido.8 or1aniza'"o de um falso ==self =&aceita facilmente na sociedade, embora ela pa1ue um alto pre'o por isso. Donosso ponto de vista, embora o falso ==self =se%a uma defesa eficaz, n"o & umcomponente da sa)de. /unde-se ao conceito Rleiniano de defesa manacaF onde#á uma =depress"o, que & ne1ada por processos inconscientes, & =claro , ossintomas da depress"o aparecem nas formas opostas =7euforia em vez dedepress"o, relaxamento em vez de tens"o, vivacidade em vez de des;nimo,=excita'"o em vez =d=e =indiferen'a, e assim por diante8.=20

@sso n"o & sa)de, embora ten#a um lado saudável, em =termos de descanso, etamb&m manten#a um vnculo ale1re com a =sa)de, na medida em que, para aspessoas idosas, a vivacidade e a =anima'"o dos %ovens & uma incessante ese1uramente le1tima compensa'"o para a =depress"o. Iuando #á sa)de, aseriedade mant&m vnculos =com as pesadas responsabilidades que v4m com aidade, =responsabilidades de que o %ovem 1eralmente n"o quer saber.reciso mencionar o assunto ==depress.o == um pre'o que se pa1a pelainte1ra'"o. +"o será possvel repetir aqui o que ten#o escrito sobre o valor =dadepress"o, ou mel#or, a sa)de que & inerente 3 capacidade =de se sentirdeprimido, sendo que #umor deprimido está pr!ximo da =capacidade de se sentirresponsável, de se sentir culpado, de sentir arrependimento e de sentir ale1ria

=quando as coisas correm bem. +o entanto, & verdade que a =depress"o, mesmoque terrvel, tem que ser respeitada como =evid4ncia de inte1ra'"o pessoal.9á for'as destrutivas complicadoras na doen'a, aquelas que favorecem, =dentrodo indivduo, o suicdio e que fora dele mant4m uma =suscetibilidade a delriospersecut!rios. +"o estou su1erindo =que tais elementos fa'am parte da sa)de. >necessário, no entanto, incluir, num estudo sobre a =sa)de, a seriedade que temli1a'es com a depress"o, =relativa a indivduos que cresceram no sentido de se

Page 13: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 13/142

tornarem =nte1ros. > na personalidade dessas pessoas que podemos encontrarriqueza e =potencial.=20

====1 =20

==7misses==recisei omitir o assunto especfico da tend4ncia anti-social. =@sso se relacionacom a priva'"o, ou se%a, com o fim de um bom perodo que termina numa =certafase do crescimento da crian'a em que ela podia con#ecer mas =n"o lidar com osseus resultados.

 qui n"o & o mel#or =lu1ar para escrever sobre a a1ress"o. ermitam-me dizer,no entanto, que s"o %ustamente os membros =doentes de uma comunidadeaqueles que s"o compelidos, por =motiva'es inconscientes, a ir para a 1uerra ea executar atos de =ataque, 3 1uisa de defesa contra delrios persecut!rios, ouent"o a destruir o mundo, um mundo que os =aniquilou, a cada umindividualmente, na inf;ncia.=O =ob%etivo da vida=/inalmente, 1ostaria de enfocar a vida que uma pessoa saudável & =capaz de

viver, A que & a vidaG +"o preciso saber a resposta, mas =podemos c#e1ar a umacordoF ela está mais pr!xima do $O do que do sexo. Disse oreleiF “Sei%ar &muito =bom, mas uma pulseira de diamantes dura para sempre.” $er e se sentir=real dizem respeito essencialmente 3 sa)de, e s! se 1arantirmos =o ser & quepoderemos partir para coisas mais ob%etivas. $ustento que isso =n"o & apenas um

 %ul1amento de valor, mas que #á um vnculo =entre a sa)de emocional individual eo sentirnento de se sentir real. =+"o #á d)vida de que a 1rande maioria deispessoas d"o como certo que se =sentem reais, mas a que pre'oG m que medidaestar"o elas ne1ando =um fato, ou se%a, que poderia #aver o peri1o de elas sesentirem =irreais, possudas, ou de n"o serem elas mesmas, de sucumbirem parasempre, de ==20

=KH=20

perderem a orienta'"o, de serem desli1adas do pr!prio =corpo, de se sentiremaniquiladas, de n"o serem nada e n"o estarem =em lu1ar nen#umG sa)de n"oestá associada 3 =negaç.o =de =coisa al1uma.= As =tr's !idas=Mou =terminar falando sobre as tr4s vidas que as pessoas saudáveis=experienciam.K. vida no mundo, em que as rela'es =interpessoais constituem a c#ave at&mesmo para o uso do ambiente n"o-#umano.

2. vida da =realidade psquica pessoal 73s vezes c#amada interna8. > aqui =queuma pessoa & mais rica do que outra, e mais profunda, e mais interessantequando criativa. @nclui son#os 7ou o que =emer1e a partir do material dos son#os8.

:odos voc4s est"o =familiarizados com essas duas vidas, e & bem sabido o fatode que ambas podem ser exploradas como defesaF o =extrovertido precisaencontrar fantasia no ato de viver6 e o =introvertido pode tornar-se auto-suficiente,invulnerável, isolado e =socialmente in)til. Bas #á uma outra área para se usufruir 

Page 14: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 14/142

a sa)de, que n"o & possvel abordar com =facilidade em termos da teoriapsicanaltica.P. área da =experi4ncia cultural.

  experi4ncia cultural come'a como =um %o1o e conduz ao domnio da #eran'a#umana, incluindo as artes, os mitos da #ist!ria, a lenta =marc#a do pensamento

filos!fico e os mist&rios da matemática, =da administra'"o de 1rupos e da reli1i"o.Ande situar =essa terceira vida, a experi4ncia culturalG +"o ac#o que ela possaser situada na realidade psquica interna, =pois n"o & um son#o & parte darealidade compartil#ada. Bas =n"o se pode dizer que se%a parte dosrelacionamentos externos, pois =& dominada pelo son#o. la & a mais variável dastr4s vidas6 em certas pessoas ansiosas e =impacientes ela n"o tem praticamenterepresenta'"o, enquanto em =outras ela & a parte importante=20

=KT=20

da exist4ncia #umana, a parte que os animais n"o =desenvolveram. ssa área

n"o aparece apenas como atividade =l)dica ou senso de #umor6 aparece tamb&mna forma de toda a =cultura acumulada nos )ltimos cinco ou dez mil anos, Aintelecto bem- dotado pode operar nesta =área. la & um subproduto da sa)de.:entei trabal#ar na =localiza'"o da experi4ncia cultural6 fiz essa formula'"o =demodo provis!rioF ela se inicia no =espaço potencial entre #ma criança e a m.e,/#ando a =e&peri'ncia prod#*i# na criança #m alto gra# de confiança na =m"e, nofato de que ela n"o vai faltar quando a crian'a dela =tiver necessidade.+este ponto, eu me alin#o com /red laut(, que =usou a palavra “confian'a”como a c#ave para a or1aniza'"o dessa área da experi4ncia =saudável.==#lt#ra e separaç.o+esse =sentido pode-se mostrar que a sa)de tem rela'"o com o viver, =com a

sa)de interior e, de modo diverso, com a capacidade de se ter =experi4nciacultural.=20m outras palavras, #avendo sa)de, n"o #á separa'"o, =pois, na área deespa'o-tempo entre a crian'a e a m"e, a =crian'a 7e portanto o adulto8 vivecriativamente, fazendo uso do =material disponvel. ode ser um peda'o demadeira, ou um dos )ltimos quartetos de Seet#oven5@sso =representa um desenvolvimento do conceito de fen?menos transicionais. =ode-se dizer muito mais a respeito da sa)de, mas espero ter =conse1uidotransmitir a id&ia de que considero o ser #umano )nico. etolo1ia n"o & tudo. =Asseres #umanos t4m instintos e fun'es animais, e muitas =vezes se parecem comestes. :alvez os lees se%am mais nobres6 os =macacos, mais á1eis6 as

20

=1azelas, mais 1raciosas6 as cobras, mais sinuosas6 os peixes, mais =prolficos, eos pássaros, mais felizes, por poderem voar. As =seres #umanos, no entanto, t4muma coisa s! sua, e, quando s"o suficientemente saudáveis, t4m =experi4nciasculturais superiores 3s de qualquer animal 7exceto =talvez as baleias e seusparentes8.rovavelmente será o ser =#umano que destruirá o mundo. $e assim for, talvez

Page 15: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 15/142

possamos morrer na pr!xima explos"o =at?mica sabendo que isso n"o & sa)de,mas medo6 & uma =decorr4ncia do fracasso das pessoas e da sociedadesaudáveis em =dar suporte a seus membros doentes.=&umário==spero ter conse1uidoF

K. Usar o conceito de sa)de como =aus4ncia de doen'a psiconeur!tica.2. Mincular sa)de e matura'"o, da qual resulta =a maturidade.P. ssinalar a import;ncia dos processos =maturacionais que se referem ao e1o,mais do que aos relacionados 3 =considera'"o das posi'es do id na #ierarquiadas zonas eroto14nicas.(. Mincular =esses processos ao cuidado dispensado 3s crian'as, 3 doen'a=esquiz!ide e 3 sa)de do adulto, usando, de passa1em, os =conceitosFa8 inte1ra'"o=20b8 parceria psicossomáticac8 rela'es ob%etais=como exemplos do que se obt&m no cenário como um todo.=5( ==ssinalar que temos de decidir at& que ponto incluir, e quando, os =queconse1uem c#e1ar 3 sa)de apesar de desvanta1ens iniciais. =*. +omear as tr4s áreas onde vive o ser #umano, e su1erir que & uma quest"o de=sa)de o fato de al1umas vidas serem notáveis e de al1umas =personalidadesserem ricas e criativas, e que o b?nus mais importante =propiciado pela sa)de s"oal1umas experi4ncias na área cultural.=20

$1

= =( ==/inalmente indicar que n"o & somente a sociedade que depende da =sa)dede seus membros para ser saudável, mas que tamb&m seus padres s"o uma

duplica'"o =dos padres daqueles que a compem. Dessa forma, a democracia7em =um dos si1nificados da palavra8 & uma indica'"o de sa)de porque ela seori1ina, de modo natural, da famlia, que & em si =mesma um constructo pelo qualos indivduos saudáveis s"o =responsáveis. =20

=22=20

==p1===20

=====20

=20

===>ivn"o " (o"o =criativo <us$o de dois =rascun?os de uma #alestra #re#arada #ara a Pro'ressive Lea'ue( -&0. =

=D$ini?o " criativi"a"

Se>a .ual *or =a "e*iniç$o a .ue c/e'ue(os, ela "ee incluir a i"ia "e .ue a =i"a ale a pena =—ou n$o serii"a, =a ponto "e a criatii"a"e ser =— =ou n$o — =u(a parte "a =eperiEncia "e i"a "e ca"a u(Para ser criatia, u(a pessoa =te( .ue eistir, e ter u( senti(ento "e eistEncia, n$o na *or(a "e u(a

 percepç$o consciente, (as co(o u(a =posiç$o básica a partir "a .ual operar6( =conse.LEncia, a criatii"a"e o *aer .ue, 'era"o a partir "o =ser, in"ica .ue a.uele .ue @ está vivo;

Page 16: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 16/142

=Po"e ser .ue o =i(pulso este>a e( repousoD (as, .uan"o a palara *aer: po"e ser =usa"a co(

 proprie"a"e, >á =eiste =criatii"a"e

=M possGel "e(onstrar .ue, e( certas pessoas e e( "eter(ina"as pocas, =as atii"a"es .ue in"ica( .ueu(a pessoa está ia n$o passa( "e =reaçes a estG(ulos Fetire os estG(ulos e o in"iG"uo =n$o te( i"aas, e( caso t$o etre(o, a palara ser: n$o te( releCncia Para po"er =ser, e para ter o senti(ento "e .ue=@( ="ee?se ter u(a =pre"o(inCncia "o *aer?pelo?i(pulso sobre o *aer?reatio

6ssas coisas =n$o s$o apenas u(a .uest$o "e onta"e e "o arran>o e rearran>o ="a i"a, + processo "ecresci(ento (ental ==20

=23=20

estabelece os =pa"res básicos, e nas pocas iniciais "a i"a /u(ana se =encontra( os *atores "e(aior in*luEncia ee?se presu(ir .ue a (aioria "as pessoas este>a e( al'u( ponto =entre os "oisetre(os, e nesse (eio "e ca(in/o .ue te(os a =oportuni"a"e "e inter*erir e( nossos pa"resD nessa ocasi$o =.ue senti(os .ue a "iscuss$o *ica interessante e n$o u( (ero eercGcio aca"E(ico=&esta(os consi"eran"o ta(b( a.uilo .ue po"e(os *aer, na .uali"a"e ="e pais e e"uca"ores) criatii"a"e , portanto, a =(anutenç$o atras "a i"a "e al'o .ue pertence @ eperiEnciain*antil a capaci"a"e ="e criar o (un"o Para o bebE, isso n$o "i*icilD se a ($e =*or capa "e sea"aptar @s necessi"a"es "o bebE, ele n$o ai =perceber o *ato "e .ue o (un"o estaa lá antes .ueele tiesse si"o concebi"o ou concebesse o (un"o + =princGpio "a reali"a"e o *ato "a eistEncia"o (un"o, =in"epen"ente(ente "e o bebE tE?lo cria"o ou n$o+ =princGpio "a reali"a"e (uito rui(, (as, co( o passar "o te(po, a criança c/a(a"a a ="ierta:, 'ran"es "esenoli(entos ocorre( e ela a".uire =(ecanis(os (entais 'enetica(ente"eter(ina"os para li"ar co( essa =a*ronta Pois o princGpio "a reali"a"e u(a a*ronta6stou prepara"o para "escreer al'uns "esses =(ecanis(os (entais 9aso ten/a( si"o *orneci"ascon"içes =a(bientais satis*atArias, a criancin/a &.ue se tornou eu e ocE) ="escobriu (o"os "eabsorer a a*ronta sub(iss$o, por u( la"o, si(pli*ica a relaç$o co( outra pessoa, .ue, =claro,te( suas prAprias necessi"a"es para aten"er, sua prApria =onipotEncia para cui"ar 4o outroetre(o, a criança consera a =onipotEncia, sob o preteto "e ser criatia e "e ter u(a is$o pessoal"e =tu"oIlustran"o o (o"o si(ples se u(a ($e te( oito *il/os, =/á oito ($es Isso n$o ocorresi(ples(ente por.ue a ($e tee =atitu"es "i*erentes e( relaç$o a ca"a u( "os oito Se ela pu"esseter si"o eata(ente a (es(a co( =ca"a u( &e eu sei .ue isso absur"o, por.ue ela n$o u(a=(á.uina), ca"a criança po"eria ter ti"o sua ($e "istinta, ista =sob ol/os in"ii"uais

2N=20

tras "e =u( processo "e cresci(ento etre(a(ente co(pleo, 'enetica(ente ="eter(ina"o, e "ainteraç$o "o cresci(ento in"ii"ual co( *atores eternos .ue ten"e( a ser =positia(ente *acilita"ores =— =ouent$o n$o?a"apta"ores e pro"utores "e reaç$o ?a criança torna?se =ocE ou eu, "escobrin"o?se e.uipa"a co(al'u(a capaci"a"e para er =tu"o "e u( (o"o noo, para ser criatia e( to"os os "etal/es "o ier =6u po"eria procurar e( ,?e O6"ord 3n'lis? =Dictionar o =si'ni*ica"o "a palara criatii"a"e:D po"eria

ta(b( pes.uisar =tu"o o .ue >á =*oi escrito a =respeito "o assunto, e( *iloso*ia e psicolo'iaD e ent$o po"eria o*erecer tu"o isso nu(a ban"e>a es(o isso po"eria ser =arran>a"o "e tal (o"o .ue ocEs "iria(9o(o =ori'inalO: Pessoal(ente, sou incapa "e se'uir tal plano Sinto =necessi"a"e "e *alar co(o senin'u( >a(ais tiesse ea(ina"o o assunto antes, e natural .ue isso po"e =*aer co( .ue (in/as palaras

 pareça( ri"Gculas as eu ac/o .ue =ocE po"e( er nisso (in/a necessi"a"e "e "eiar claro .ue n$o =estousoterra"o pelo te(a !rabal/ar e( ci(a "os conceitos concor"antes .ue eiste( a respeito "a =criatii"a"e

 po"eria (e (atar 6i"ente(ente, preciso estar se(pre =lutan"o para (e =sentir criatio, co( a="esanta'e( "e .ue, se *or o caso "e "escreer u(a palara si(ples, co(o =a(or:, preciso co(eçar "oero &tale esse se>a o ponto "e =on"e se "ee co(eçar) Kou retornar a esse te(a .uan"o c/e'ar @ "istinç$o

Page 17: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 17/142

entre o =ier criatio e a arte criatiaui ol/ar a palara =criar: nu( "icionário e encontrei traer @ =eistEncia: Q(a criaç$o po"e ser u(a

 pro"uç$o "a (ente /u(ana: 4$o eato .ue =criatii"a"e: se>a u(a palara "e to"o aceitáel para o=eru"ito Por ier criatia(ente: n$o estou .ueren"o "ier .ue =al'u( ten/a .ue *icar sen"o ani.uila"oou (orto o te(po to"o, se>a por =sub(iss$o, se>a por rea'ir @.uilo .ue o (un"o i(pin'e 6stou (e=re*erin"o ao *ato "e al'u( er tu"o co(o se *osse a pri(eira e =Qso a palara apercepç$o:, oposta apercepç$o:=20

25=20

==ustri'/t=Orign! "a =criativi"a"

!ale =eu ten/a "e(onstra"o a.uilo .ue acre"ito ser a ori'e( "a criatii"a"e =4esse ponto necessária u(a a*ir(aç$o "upla criatii"a"e = prApria "o estar io "e tal *or(a .ue, a n$o ser.ue a pessoa este>a e( =esta"o "e repouso, ela está se(pre tentan"o, "e al'u( (o"o, =alcançaral'o, "e (aneira .ue, se /ouer u( ob>eto no ca(in/o, po"e =/aer u( relaciona(ento as isso apenas u(a parte "a /istAria outra parte se re*ere @ i"ia ="e .ue alcançar, *isica ou(ental(ente, n$o te( o (enor =si'ni*ica"o, eceto para u( ser .ue este>a lá para ser Q( bebE

=.ue ten/a nasci"o .uase .ue se( crebro po"e alcançar u( ob>eto e usá?lo, (as se( a eperiEncia="e u( ier criatio + bebE nor(al, "a (es(a *or(a, precisa crescer =e( co(plei"a"e e to(ar?se u( eistente: estabeleci"o, para .ue =possa eperi(entar a procura e o encontro "e u( ob>etoco(o u( ato criatio6 ent$o eu =olto @ (ái(a Ser, antes "e aer + Ser te( .ue se "esenoler =antes "o aer 6,ent$o, *inal(ente, a criança "o(ina at (es(o os instintos, se( per"a "e i"enti"a"e "o =self =ori'e(, portanto, = a ten"Encia 'enetica(ente "eter(ina"a "o in"iG"uo para estar e per(anecerio e para se relacionar co( os ob>etos .ue =l/e sur'e( no ca(in/o "urante os (o(entos "eobter al'o, (es(o .ue se>a ="a 7ua=Mantn"o a criativi"a"

+ =in"iG"uo .ue n$o ten/a si"o "e(asia"o "istorci"o por u(a =intro"uç$o no (un"o "e*eituosa"ispe "e (uitas oportuni"a"es =para *o(entar esse atributo t$o "ese>áel 9o( to"a certea ocEs$o (e "ier .ue (uita coisa na i"a = rotineira l'u( te( .ue "ar conta "o trabal/o coti"iano=4$o *ácil "iscutir esse aspecto, pois /á .ue( e>a =utili"a"e nas ocupaçes rotineiras !ale o*ato "e .ue n$o preciso (uita inteli?

2R

Encia para =li(par u( c/$o propicie o apareci(ento "e u(a área cin"i"a "a =eperiEncia i(a'inatiaas /á ta(b( a .uest$o "as =i"enti*icaçes crua"as, .ue abor"arei posterior(ente Po"e ser .ue u(a(ul/er li(pe =o c/$o se( se aborrecer por.ue sente praer e( *aer u(a la(eira, =atras "e u(ai"enti*icaç$o co( sua terrGel criança =.ue, e( (o(entos "e i"a criatia, *a la(a no >ar"i( e *ica pulan"onela criança supe .ue as =($es a"ora( li(par tu"o .uanto c/$o, e esta sua =*orça, apropria"a paraessa i"a"e terrGel &s pessoas se re*ere( =a isso co(o sen"o prAprio "a i"a"e Isso *a co( .ue soe

 bastante be(, ac/oO)+u u( =/o(e( po"e estar t$o ente"ia"o .uanto possGel a u( ser =/u(ano .ue trabal/a nu(a lin/a "e(onta'e(D (as, .uan"o ele pensa no ="in/eiro, ta(b( pensa nas (el/orias .ue espera *aer na pia "acoin/a, ou tale ele =>á este>a en"o co(o *oi a surpreen"ente "errota "o anc/ester 9itT =*rente aoSout/a(pton e( sua !K, ain"a n$o total(ente pa'a+ =*ato .ue as pessoas n$o "eeria( assu(ir trabal/os .ue se>a( su*ocantes =— =ou, se n$o po"e( =eitá?lo, precisa( or'aniar seus *ins "e se(ana "e (o"o a ali(entar sua i(a'inaç$o, (es(o nos (o(entos "erotina ente"iante =Uá se "isse .ue (ais *ácil (anter a i"a i(a'inatia "entro ="e u(a rotina real(entete"iosa "o .ue nu(a área "e trabal/o relatia(ente interessante ee?se le(brar, ta(b(, =.ue o trabal/o

 po"e ser (uito interessante para al'u( .ue o utilia =para u( ier criatio, (as .ue n$o per(ite .ue

Page 18: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 18/142

nin'u( (ais use o ="iscerni(ento pessoal=206( al'u( lu'ar "o es.ue(a "e coisas po"e /aer espaço para .ue =al'u( ia cnatia(ente Issoenole preserar al'o "e pessoal, =tale al'o "e secreto, .ue incon*un"iel(ente ocE (es(o !ente=respirar pelo (enos — = al'o .ue =nin'u( po"e *aerpor ocE +u tale ocE se>a ocE (es(o =.uan"oescree para u( a(i'o, ou (an"a cartas para o ,?e ,imes =ou o = BeC Societ( ==20presu(iel(ente

 para sere( li"as por al'u( antes "e sere( >o'a"as no =lio =20

====0 =20>ivr =criativo cria?o art9!tica ==20

o (encionar o =ato "e escreer cartas, estou (e aproi(an"o "e outro assunto .ue n$o =possoi'norar eo "eiar clara a "i*erença entre o ier criatio e =o ser artistica(ente criatio=204o ier criatio, tanto ocE co(o eu "escobri(os .ue tu"o a.uilo .ue =*ae(os *ortalece osenti(ento "e .ue esta(os ios, "e .ue so(os nAs =(es(os Q(a pessoa po"e ol/ar para u(aárore &n$o precisa ser =necessaria(ente u( .ua"ro) e *aE?lo criatia(ente Se ocE al'u(a etee u(a *ase "epressia "o =tipo es.uiAi"e &e (uitos = >á =tiera(), >á =con/eceu isso pelo=la"o ne'atio uitas ees = >á (e "issera( =Já u( laburno e( (in/a>anela, o sol bril/a, eintelectual(ente =sei .ue isso u(a paisa'e( incrGel para a.ueles .ue po"e( =apreciá?la as

 para (i( esta (an/$ &se'un"a?*eira) n$o te( o (enor si'ni*ica"o 4$o consi'o =senti?la e *aer clara(ente .ue n$o (e sinto real:=in"a .ue alia"as ao ier criatio, as criaçes artGsticas "os escritores "e cartas, escritores, poetas, artistas, =escultores, ar.uitetos, (Hsicos, s$o "i*erentes KocEs =concor"ar$o .ue, se al'u(está en'a>a"o nu(a criaç$o =artGstica, espera?se .ue ten/a al'u( talento especial as para u(a=eistEncia criatia n$o precisa(os "e nen/u( talento especial =!rata?se "e u(a necessi"a"euniersal, "e u(a eperiEncia uniersal, =e (es(o os es.uio*rEnicos retraG"os e aprisiona"os aoleito po"e( estar ien"o criatia(ente u(a =atii"a"e (ental secreta, e, portanto, e( certosenti"o, *eli =In*elies so(os ocE e eu .ue, e( certa *ase, esta(os conscientes "a =*alta "a.uilo.ue essencial ao ser /u(ano, .ue=20 (uito (ais i(portante "o .ue co(er ou "o .ue asobreiEncia =*isica Se tisse(os te(po, po"erGa(os tratar a.ui "a ansie"a"e, =i(pulso .uesub>a ao tipo artGstico "e criatii"a"e

28

O vivr =criativo no ca!a(nto =20

Parece /aer =u(a necessi"a"e "e "iscutir o *ato "e .ue e( u( ou e( a(bos os parceiros ="e u( casa(ento/á u( senti(ento *re.Lente "e "eclGnio "e =iniciatia Q(a eperiEncia co(u( aparece a.ui, ain"a .ue /a>au(a 'ran"e "i*erença e( =ter(os "e 'rau na i(portCncia "esse senti(ento e( relaç$o a =to"as as outrascoisas "a i"a .ue po"eria( ser "itas 4o (o(ento, ten/o =.ue partir "o postula"o "e .ue nem todos oscasais =sentem )ue #odem ser criativos e #ermanecer casados; ==20+u u( ou o outro inte'rante "o par seencontra enoli"o nu( processo =.ue po"eria ter(inar nu( (un"o .ue *oi real(ente cria"o pelo outro=4esse etre(o, isso seria (uito "escon*ortáel (as penso .ue n$o se atin'e tal etre(o na (aioria "oscasos, ain"a .ue ele este>a =se(pre latente e @s ees apareça "e *or(a a'u"a Por ee(plo o =proble(a

 po"e *icar escon"i"o "urante u( par "e "ca"as e( .ue se =cria( os *il/os, e e(er'ir co(o crise=20na (eia?i"a"e9aso se parta "a super*icie, eis aG u( (o"o be( =si(ples "e conersar sobre o proble(a 9on/eço "uas

 pessoas .ue =estiera( casa"as por (uito te(po e tiera( u(a *a(Glia be( 'ran"e =4as pri(eiras *rias "eer$o "e seu casa(ento, apAs tere( *ica"o u(a se(ana >untos, o (ari"o ="isse Kou passar a se(ana .uee( *ora, ele>an"o: =Fespon"eu?l/e a esposaBo(, eu 'osto "e ia>ar Kou *aer =(in/as (alas: preis$o "os a(i'os 6sse casa(ento n$o te(*uturoO: 4o entanto, os "ois tiera( u( =casa(ento (uito be(?suce"i"o =— =as preises = .ue era(so(brias "e(ais Q(a "as coisas (ais i(portantes a respeito ="esse casa(ento *oi .ue o /o(e( passou u(ase(ana ele>an"o, .uan"o tee =ocasi$o "e aper*eiçoar sua /abili"a"e e "es*rutar seu "ierti(ento =*aorito,

Page 19: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 19/142

e a esposa ia>ou co( sua (ala por to"a a 6uropa 6les tiera( (uito =para conersar nos .uine "iasrestantes e "escobrira( .ue o *ato "e =tere( *ica"o lon'e u( "o outro "urante (eta"e "as *rias a>u"ou?os=(uito na relaç$o con>u'al =20

=29=20

Já (uitos =.ue n$o 'ostaria( "isso 4$o /á re'ra uniersal para os seres =/u(anos as o ee(plo po"eriailustrar .ue, .uan"o "uas pessoas n$o =*ica( co( (e"o "e se "eiar u(a @ outra, tE( (uito a 'an/ar Se elastE( receio "e *aE?lo, po"e( acabar =se ente"ian"o (utua(ente + t"io resulta "o ta(pona(ento "a i"a=criatia, .ue pro( "o in"iG"uo, e n$o "a parceria, ain"a .ue =u( parceiro possa inspirar criatii"a"e=20Se obserar(os pratica(ente .ual.uer *a(Glia e( atii"a"e, =encontrare(os u( e.uialente "o arran>o .ue"escrei para o casal aci(a = esposa toca iolino e o (ari"o passa u(a noite por se(ana nu( pub=to(an"o s?and =co( a(i'os 9o( os =seres /u(anos, /á u(a ariaç$o in*inita e( ter(os "e=nor(ali"a"e e "e saH"e Se "eci"i(os conersar sobre as d"iculdades( = certo .ue =acabare(os"escreen"o pa"res e( .ue as pessoas acaba( se enolen"o e .ue acaba( *ican"o te"iosa? =(enterepetitios, in"ican"o .ue /á al'o "e erra"o e( al'u( lu'ar =6iste u( ele(ento co(pulsio nisso tu"o, ee( al'u( ponto re(oto na =/istAria pre'ressa "esse ele(ento /á (e"o uitos s$o incapaes "e ser criatios

 por sere( Gti(as "e =u(a co(puls$o .ue te( al'o a er co( sua /istAria c/o .ue sA =para as pessoasrelatia(ente *elies .uanto a esse aspecto, ou se>a, as =n$o 'uia"as pelas co(pulses, eu po"eria *alar

*acil(ente sobre o *ato "e estare( sen"o tol/i"as =no casa(ento Po"e?se *alar (uito pouco para pessoas .uese inco(o"a( =por.ue u(a relaç$o parece su*ocá?las 4$o /á consel/o =Htil .ue se possa "ar, e u(a pessoan$o po"e *icar *aen"o terapia e( to"o (un"o6ntre os "ois etre(os =— ==20os .ue sente( po"er per(anecer criatios no casa(ento e os .ue sente( o=casa(ento tol/en"o a criatii"a"e =— =/á, co( certea, u( tipo *ronteiriçoD proael(ente a (aioria "e nAs=se encontra nessa *ronteira So(os = su"icientemente ="eli1es =20e po"e(os ser criatios, (as

 percebe(os .ue /á inerente(ente u( tipo ="e c/o.ue entre o i(pulso pessoal e os co(pro(issosconcernentes a =.ual.uer tipo "e relaç$o .ue ten/a caracterGsticas =con*iáeis 6( outras palaras

30=20

esta(os =*alan"o, u(a e (ais, "o princGpio "a reali"a"e, e, eentual(ente, =con*or(e penetra(os no assunto, po"erGa(os encontrar al'u( aspecto "a =tentatia "e o in"iG"uo aceitar a

reali"a"e eterna se( per"a ecessia "o i(pulso pessoal =6sse u( "os (uitos proble(as básicos peculiares @ naturea =/u(ana, e nas etapas (ais precoces "o "esenoli(ento e(ocional"e ca"a u( .ue se =estabelece a base "e sua capaci"a"e e( relaç$o a esse aspecto =l'u( po"eria "ier .ue *re.Lente(ente *ala(os "e casa(ento =be(?suce"i"o e( ter(os "e.uantos *il/os tiera(, ou e( ter(os "a a(ia"e .ue os "ois =parceiros s$o capaes "e construirPo"e(os *alar bastante a respeito ="esse assunto, e sei .ue ocEs n$o espera( .ue eu per(aneça no=*ácil e no super*icial Se *alar(os sobre seo, o .ual a*inal "e contas ="ee ocupar u( lu'arcentral e( .ual.uer "iscuss$o sobre casa(ento, =po"ere(os encontrar u( 'rau i(pressionante "eso*ri(ento e( to"a parte =Su'iro u( bo( postula"o n$o co(u( encontrar pessoas casa"as .uesinta( estar ien"o sua i"a =seual "e (o"o criatio uito = >á =se escreeu sobre =isso, etale o in*ortHnio "o psicanalista se>a con/ecer, (ais "o .ue a (aioria "as pessoas, =essas"i*icul"a"es e o (al?estar .ue as aco(pan/a Para o psicanalista, =n$o possGel (anter a ilus$o "e

.ue as pessoas se casa( e "epois "isso ie( *elies para se(preD (uito (enos e( =sua i"aseual ;uan"o "uas pessoas s$o >oens e se a(a(, po"e /aer =u( te(po, at prolon'a"o, e( .ueo relaciona(ento seual u(a =eperiEncia criatia para a(bos Isso real(ente saH"e, e *ica(os=*elies .uan"o pessoas >oens eperi(enta( isso, "e (o"o .uase =consciente, e( pri(eira ($oPenso .ue u( 'rae erro *icar(os =apre'oan"o aos >oens a i"ia "e .ue tal esta"o "e coisas se prolon'a por u( perGo"o lon'o =apAs o casa(ento l'u( "isse &receio .ue u( tanto >ocosa(ente) =Já "ois tipos "e casa(ento e( u(, a (oça "escobre .ue casou co( o /o(e(

Page 20: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 20/142

erra"o a ca(in/o "o altarD e( outro, =ela "escobre isso "urante o ca(in/o "e olta: as n$o /á=ra$o para rir, + proble(a .uan"o *ica(os "an"o a i"ia ==20

=!-=20

==ustri'/t=aos >oens "e .ue o =casa(ento u( caso "e a(or prolon'a"o as eu ta(b(

o"iaria *aer o oposto =en"er "esilus$o aos >oens, *aer "isso u( ne'Acio e cui"ar .ue =os >oens saiba( "e tu"o e n$o ten/a( iluses Se a pessoa 4á "oi "eli1( = po"e suportar a

="i*icul"a"e =É a (es(a coisa .uan"o ="ie(os .ue u( bebE n$o po"e ser "es(a(a"o a(enos .ue ten/a ti"o =o seio, ou seu e.uialente 4$o /á nen/u(a "esilus$o =&aceitaç$o "o princGpio "a reali"a"e), eceto co( base na ilus$o s pessoas s$o =possuG"as "e u( terrGel senti"o"e *racasso .uan"o "escobre( .ue =al'o t$o i(portante co(o a eperiEncia seual está se tornan"o=ca"a e (ais u(a eperiEncia criatia para apenas u( "os inte'rantes "o par -s ees isso=po"e *uncionar be(, .uan"o o seo co(eça (al, e 'ra"ual(ente as "uas =pessoas a".uire(al'u( tipo "e co(pro(isso, ou "$o e recebe(, "e tal =(o"o .ue acaba ocorren"o al'u(aeperiEncia criatia e( a(bos os la"os

=É =necessário "ier =.ue a seuali"a"e (Htua sau"áel e constitui u(a 'ran"e =a>u"a,=20(as

seria erra"o presu(ir .ue a Hnica soluç$o para os proble(as ="a i"a "e u(a pessoa o seo(Htuo Precisa(os prestar =atenç$o na.uilo .ue latente, .uan"o o seo, al( "e ser u(=*enV(eno enri.uece"or, ta(b( u(a terapia .ue precisa se(pre oltar a ser *eitaostaria a'ora ="e le(brar a ocEs os (ecanis(os (entais "e pro>eç$o e =intro>eç$o enten"o co(isso a *unç$o "e al'u( se =i"enti*icar co( os outros e a "e i"enti*icá?los consi'o prAprio 9o(oocEs po"eria( esperar, /á os .ue =n$o po"e( usar esses (ecanis(osD /á os .ue po"e(, caso.ueira(D e =/áos .ue o *ae( "e u( (o"o t$o co(pulsio .ue tais (ecanis(os =acontece(, a pessoa .ueren"o ou n$o 6( ter(os colo.uiais, estou (e re*erin"o ao *ato "e al'u( ser =capa "ecalçar os sapatos "e outra pessoa, e a .uestes "e =si(patia e e(patia

=É Abio .ue .uan"o ="uas pessoas ie( >untas, co( u( Gnculo prAi(o e anuncia"o=publica(ente co(o o casa(ento, elas tE( (uita oportuni"a"e "e =ier u(a atras "a outra 4u( esta"o .ue ain"a "e saH"e, "e acor"o co( as =circuns?

32

tCncias =isso po"e ser be( aproeita"o, ou n$o SA .ue al'uns casais acaba( =se encontran"o na incV(o"asituaç$o "e *icar passan"o papis u( ao outro, en.uanto outros casais conse'ue( *lui"e e *leibili"a"e =e(

to"os os nGeis =É =claro .ue coneniente .ue a (ul/er "eie .ue o /o(e( "ese(pen/e a parte(asculina "o =ato *isico "o seo, e ice?ersa 4o entanto, n$o eiste apenas a =aç$oD /á ta(b( ai(a'inaç$o, e, "o ==.#onto de vista da ima'inaç$o( =co( certea n$o =/á parte "a i"a .ue n$o possaser trans*eri"a ou assu(i"a pelo =outro=209o( isso e( (ente, po"e(os obserar o caso especial "a criatii"a"e =4$o /á (uito "e criatii"a"e.uan"o se ea(ina a *unç$o =seual .ue( (ais criatio, o pai ou a ($e 4$o 'ostaria "e =ser eu a pessoaa "ier Po"erGa(os "eiar essa .uest$o "e la"o as nessa área "e *unciona(ento =real( ="ee?se le(brar.ue =u( bebE po"e ser conceido ="e (o"o =n$o?criatio =—ou se>a, se( ter = sido conceido( =se( .ue

tiesse =c/e'a"o a ser u(a i"ia na (ente Por outro la"o, u( bebE po"e co(eçar no eato =instante e( .ue .ueri"o pelos "ois parceiros 6"Xar" lbee, e( =uem tem medo de =Vir'inia ool"E( estu"a o "estino"e =u( bebE .ue concebi"o, (as n$o to(a *or(a carnal ;ue estu"o =etraor"inário, tanto na peça co(ono *il(eO

 4o entanto, =.uero sair "essa .uest$o "e seo real e bebEs reais, pois tu"o o .ue *ae(os po"e, ou =n$o, ser*eito criatia? (ente ostaria "e reto(ar o te(a a partir ="as ori'ens "a capaci"a"e in"ii"ual para iercriatia(enteO,tro! "a"o! =!o<r a! orign! "o vivr criativo

Page 21: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 21/142

=É a.uela el/a =/istAria .uilo .ue so(os "epen"e (uito "o ponto .ue atin'i(os e( =nosso"esenoli(ento e(ocional, ou "a etens$o "e nossas oportuni"a"es na.uela poca "o cresci(ento .ue te( aer =co( os está'ios iniciais "a relaç$o ob>etal =— = sobre isso .ue .uero *alarSei .ue "eeria estar "ien"o a.ui al'o =assi( *eli a.ue l =

===.ue está sen"o =criatio o te(po to"o e( sua i"a pessoal e =20=33=20

e( sua i"a =co( parceiros, *il/os, a(i'os, etc 4$o /á na"a .ue esse =territArio *ilosA*ico n$o abran>aPosso ol/ar para u( =relA'io e er apenas a /oraD po"e ser .ue eu n$o e>a ne( isso, apenas note as *or(asno (ostra"orD po"e ser .ue eu =n$o e>a na"a Por outro la"o, po"e ser .ue eu e>a relA'ios =potencial(ente,e ent$o per(ita?(e alucinar u( relA'io, assi( =a'in"o por ter ei"Encias "e .ue u( relA'io "e er"a"e está

lá para ser isto, "e (o"o .ue, .uan"o percebo =o relA'io "e er"a"e, = >á ==20passei por u( processoco(plica"o .ue se ori'inou e( (i( Portanto, =.uan"o e>o o relA'io, eu o crio, e .uan"o e>o a /orata(b( crio =a /ora !en/o (in/a eperienciain/a "e onipotEncia o te(po to"o, =antes "e trans*erir essa*unç$o "escon*ortáel para eusJá u(a certa antilA'ica a.ui =6( al'u( ponto "a lA'ica, a antilA'ica to(a *or(a Isso real =n$o posso

eitá?lo ostaria "e ea(inar esse assunto+ =bebE torna?se prepara"o para encontrar u( (un"o "e ob>etos e i"ias, e, =se'un"o seu cresci(ento nesseaspecto, a ($e ai l/e apresentan"o o =(un"o essa *or(a, e( *unç$o "e seu alto 'rau "e a"aptaç$o="urante esses te(pos iniciais, essa ($e capacita o bebE a eperi(entar a onipotEncia a encontrar=real(ente a.uilo .ue ele cria, e a criar e incular isso co( o .ue =real + resulta"o prático .ue ca"a bebEco(eça co( u(a =noa criaç$o "o (un"o 6 no sti(o "ia espera(os .ue ele se satis*aça e "escanse Isso.uan"o as =coisas corre( raoael(ente be(, co(o 'eral(ente acontece 4o entanto, =se a.uilo .ue estásen"o cria"o precisa ser realia"o concreta(ente, =al'u( te( .ue estar lá Se nin'u( estier lá para *aerisso, ent$o, nu( etre(o, a criança = autista =—criatia =no espaço — =e te"iosa(ente =sub(issa e( seusrelaciona(entos &es.uio*renia in*antil)

=M a partir "aG .ue =se po"e ir intro"uin"o, 'ra"ual(ente, o princGpio "a reali"a"e, e a =criança .uecon/eceu a onipotEncia eperi(enta as li(itaçes =.ue o (un"o i(pe 4o entanto, por essa poca, ela capa "e ier icaria(ente, ="e usar os (eca?

3N=20

nis(os "e =pro>eç$o e intro>eç$o, "e per(itir .ue outra pessoa @s =ees se>a o c/e*e e "e aban"onar aonipotEncia inal(ente, o ser =/u(ano in"ii"ual "esiste "e ser o olante, ou at (es(o "e ser a caia "e(arc/as inteira, e a"ota a posiç$o =(ais con*ortáel "e ser u(a peça na en'rena'e( ==l'u( (e a>u"ariaa escreer u( /ino /u(anista=20+O to be a co'+O to stan" collectielT+ to Xork =/ar(oniouslT Xit/ ot/ers+O to be (arrie" Xit/out losin' t/e == idea *or =bein' t/e creator o*t/e Xorl"=+ in"iG"uo =/u(ano .ue n$o co(eça a i"a co( a eperiEncia "e ser =onipotente n$o te( c/ance "e seru(a peça na en'rena'e(, (as precisa eacerbar a =onipotEncia, a criatii"a"e e o controleD al'o assi( co(o

tentar =en"er açes in"ese>áeis "e u(a co(pan/ia ineistente=206( (eus tetos, ten/o eplora"o bastante o conceito "e ob>eto =transicional al'o a .ue a criança acabou

"e se li'ar Po"e ser u( =pe"aço "e pano .ue = >á pertenceu ao u ="o berço, u( cobertor, ou ain"a u(a *ita

"e cabelo "a ($e =M ==20u( pri(eiro sG(bolo e representa a con*iança na uni$o "o =bebE e "a ($e basea"a na eperiEncia "e con*iabili"a"e e =capaci"a"e "essa ($e "e saber o .ue o bebE precisa atras "e=u(a i"enti*icaç$o co( ele 6u "isse .ue o ob>eto *oi cria"o pelo bebED sabe(os .ue =>a(ais a(os contestar isso, ain"a .ue ta(b( saiba(os .ue ele estaa =lá antes "e o bebE tE?lo cria"o &po"e inclusie ter si"ocria"o ="o (es(o (o"o .ue u( ir($o)

M =(uito (ais o caso ="e 6sten"a a ($o, e ele estará lá para ocE usá?lo, ='astá?lo:, "o .ue Peça e l/e

Page 22: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 22/142

será "a"o: Isso o co(eço Po"e ser per"i"o no processo "e =intro"uç$o "o==35==20

(un"o *actual =ao (un"o "o princGpio "a reali"a"e, (as, no esta"o "e saH"e, conse'ui(os *or(as e(aneiras "e recapturar o senti(ento "e =si'ni*ica"o proeniente "a i"a criatia, + sinto(a "e u(a i"a=n$o?criatia o senti(ento "e .ue na"a te( si'ni*ica"o, o =senti(ento "e *utili"a"e, "e .ue na"a i(porta

=20'ora esta(os e( con"içes "e obserar o ier criatio e a partir ="aG utiliar u(a teoria consistente +assunto e( si (es(o =co(pleo, e a teoria nos per(ite enten"er al'u(as "as raes para .ue assi( se>aPo"e(os obserar a i"a criatia tanto na ='enerali"a"e co(o e( seus aspectos particularesica enten"i"o =.ue estou tentan"o atin'ir u(a ca(a"a (ais pro*un"a, ain"a .ue n$o eata(ente (ais*un"a(ental Sei .ue u(a *or(a "e coin/ar salsic/as = se'uir as instruçes "c rs Becton &9le(entreu", aos ="o(in'os) +utra *or(a pe'ar as salsic/as e coin/á?las "o >eito =.ue *or possGel + resulta"o

 po"e ser o (es(o, (as "á (ais praer conier co( a =coin/a criatia, (es(o .ue @s ees ocorra u("esastre, ou .ue o ='osto *i.ue es.uisito, ou al'u( suspeite "o pior + .ue estou =tentan"o "ier .ue, #ara

o co1in?eiro( =as "uas =eperiEncias "i*ere( o escrao .ue obe"ece na"a tira "a =eperiEncia, a n$o ser oincre(ento "a sensaç$o "e "epen"Encia "a autori"a"e, en.uanto a pessoa ori'inal se sente =(ais real esurpreen"e a si (es(a e( *unç$o "a.uilo .ue ai =sur'in"o "urante o ato "e coin/ar ;uan"osurpreen"e(os a nAs (es(os, esta(os sen"o criatios e "escobri(os .ue po"e(os con*iar e( =nossainespera"a ori'inali"a"e 4$o "eerGa(os nos preocupar se =a.ueles .ue co(e( as salsic/as n$o percebe( acoisa surpreen"ente .ue /oue no ato "e coin/ar, ou se ="e(onstra( n$o apreciá?las "o ponto "e ista'ustatio=cre"ito .ue n$o eista na"a .ue n$o possa ser *eito "e (o"o criatio, caso a pessoa se>a criatia, ou =ten/aessa capaci"a"e as, se al'u( passa o te(po to"o a(eaça"o =pela etinç$o "a criatii"a"e, ent$o tanto aa.uiescEncia =ente"iante te( .ue se perpetuar, co(o ta(b( a ori'inali"a"e te( .ue ser acu(ula"a at .ueas salsic/as =*i.ue( parecen"o al'o "o outro (un"o ou ten/a( 'osto "e lata "e lio

3R=20

9o(o = >á ="eiei in"ica"o, =acre"ito .ue se>a er"a"eiro o se'uinte (es(o .ue o in"iG"uo ten/a u(e.uipa(ento criatio pobre, a eperiEncia po"e ser =criatia e po"e ser senti"a co(o ecitante, no senti"o "e.ue se(pre =/á al'o "e noo e inespera"o no ar 6 claro .ue se a pessoa *or (uito ori'inal e talentosa seu="esen/o po"e aler 20 (il librasD (as, para a.ueles .ue n$o s$o =Picasso, seria u(a i(itaç$o escraiante e

n$o? criatia "esen/ar co(o Picasso Para "esen/ar co(o Picasso, a pessoa =te( .ue ser Picasso =— =tu"o o(ais n$o =será criatio s pessoas .ue se a*erra( a (o"is(os s$o por ="e*iniç$o ente"iantes e sub(issas,eceto .uan"o estaa( @ =procura "e al'o e precisaa( "a cora'e( "e u( Picasso co(o apoio para =sere(ori'inais

+ *ato .ue a.uilo .ue cria(os=20 >á =está lá, (as =a criatii"a"e resi"e no (o"o co(o conse'ui(os a percepç$o, =atras "a concepç$o e "a apercepç$o ssi(, .uan"o ol/o o relA'io, co(o preciso *aer a'ora,

 por =ee(plo, crio u( relA'io, (as ten/o o cui"a"o "e n$o *icar en"o =relA'ios a n$o ser .uan"o = >á sei.ue eiste u( =Por *aor, n$o "eie "e la"o este *ra'(ento "e ilA'ica absur"a =—e( e "isso, =ea(ine?o euse?oPara a>u"ar u( pouco na "iscuss$o, eu "iria =.ue, se estier *ican"o escuro e se eu estier (uito cansa"o outale =u( pouco es.uiAi"e, po"e ser .ue eu e>a relA'ios on"e n$o /a>a nen/u( Posso er =al'o na.uela

 pare"e e at (es(o ler as /oras no (ostra"or KocEs =po"eria( (e "ier .ue apenas a so(bra "a cabeça "eal'u( =pro>eta"a na pare"e

=20Para certas pessoas, a possibili"a"e "e sere( c/a(a"os "e "oi"os, "e =alucina"os, *a co( .ue sea*erre( @ sani"a"eD a*erra(?se a u(a =ob>etii"a"e .ue se po"eria "eno(inar reali"a"e co(partil/a"a Já=ta(b( os .ue preten"e( estar t$o be( .ue tu"o .uanto i(a'ina( real e po"e ser co(partil/a"o=Po"e(os per(itir .ue conia conosco to"o tipo "e pessoa "o (un"o, (as =precisa(os "os outros paraser(os ob>etios, se *or o caso "e 'oar e =aproeitar nossa prApria criatii"a"e, assu(ir certos riscos ese'uir nossos i(pulsos co( as =i"ias .ue os aco(pan/a( ==20

=37=20

Page 23: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 23/142

l'u(as =crianças s$o obri'a"as a crescer nu(a at(os*era intensa(ente =criatia, (as .ue pertence aos paisou @ babá, e n$o @ =criança Isso as su*oca e elas para( "e ser +u "esenole( al'u(a tcnica ="eisola(ento prois$o "e oportuni"a"es para .ue as =crianças ia( suas prAprias i"as, tanto e( casa co(o na escola,= u(a .uest$o (uito a(pla, e u( aio(a o *ato "e .ue as crianças .ue n$o tE( "i*icul"a"e =para sentir.ue eiste( s$o >usta(ente as .ue s$o *áceis "e =li"ar S$o as .ue n$o sente( .ue o princGpio "a reali"a"e as=a'ri"e "e to"as as *or(as=209aso este>a(os li'a"os *or(al(ente a parceiros, po"e(os nos per(itir =to"a e .ual.uer .uali"a"e e to"ae .ual.uer .uanti"a"e &co(o eu>á ="isse) "e pro>eçes e intro>eçesD u(a (ul/er po"e "iertir?se co( as

 brinca"eiras "e seu (ari"o a respeito "o =trabal/o, ou u( (ari"o po"e "iertir?se co( as eperiEncias "e sua=esposa co( a *ri'i"eira essa *or(a o casa(ento==20—a uni$o =*or(al — =a(plia nosso ca(po =para u( ier criatio KocE po"e ser criatio por procuraç$oen.uanto está *aen"o u(a tare*a =rotineira, .ue se *a (ais rapi"a(ente .uan"o se está se'uin"o as=instruçes assinala"as no rAtulo "a 'arra*aostaria "e =saber co(o ocEs est$o "i'erin"o essas i"ias .ue escrei e acabei "e ler + pri(eiro =ponto .ue eu n$o posso *aer co( .ue ocEs *i.ue( criatios =apenas por.ue *alo co( ocEs Seria (el/or .ue euos ouisse 9aso =ocEs n$o ten/a( possuG"o ou ten/a( per"i"o a capaci"a"e "e se surpreen"er e( suas=eperiEncias na i"a, n$o ai ser *alan"o .ue ou po"er =a>u"á?los e( al'u(a coisa, e ta(b( seria "i*icila>u"á?los =atras "e psicoterapia as i(portante .ue saiba(os "e outras pessoas &especial(ente crianças=.ue este>a( sob nossa responsabili"a"e) .ue eperi(entar o ier =criatio se(pre (ais i(portante "o

.ue se sair be(:=;uero esclarecer .ue u(a "Hi"a *ilosA*ica está enoli"a at o Hlti(o "etal/e "a eperiEncia "o =iercriatio =—=20isso por.ue, .uan"o esta(os e( 'oo "e nossa sani"a"e, real(ente sA =cria(os a.uilo .ue"escobri(os t (es(o nas artes n$o po"e(os =ser criatios no ácuo, a (enos .ue se>a(os solistas

38=20

nu( =/ospGcio ou no asilo "e nosso prAprio autis(o Ser criatio e( =arte ou e( *iloso*ia "epen"e(uito "o estu"o "e tu"o o .ue >á eiste, =e o estu"o "o a(biente u(a c/ae para se enten"er eapreciar .ual.uer artista SA .ue a =abor"a'e( criatia *a co( .ue o artista se sinta real esi'ni*icatio, =(es(o .uan"o o .ue ele *e se>a u( *racasso "o ponto "e ista "o =pHblico, ain"a.ue o pHblico continue sen"o u(a parte necessária "e seu e.uipa(ento, tanto =.uanto seus talentos,

seu treina(ento e suas *erra(entas=Portanto, po"e?se a*ir(ar .ue, at o ponto e( .ue este>a(os =raoael(ente sau"áeis "o ponto"e ista pessoal, n$o te(os .ue ier nu( (un"o cria"o por nosso parceiro "e casa(ento, =e nosso parceiro "e casa(ento n$o te( .ue ier e( nosso (un"o 9a"a =u( "e nAs te( seu prAprio(un"o pria"o, e, al( "isso, =apren"e(os a co(partil/ar eperiEncias atras "o uso "e to"os os'raus "e i"enti*icaçes =crua"as ;uan"o esta(os crian"o *il/os criatios nu( (un"o "e *atos=reais, te(os .ue ser n$o?criatios, a.uiescentes e a"aptatiosD (as, no to"o, contorna(os o=proble(a e "escobri(os .ue isso n$o nos (ata e( *unç$o "e nossa =i"enti*icaç$o co( essas pessoin/as noas .ue precisa( "e nAs, =se ta(b( elas tiere( .ue a".uirir u( ier criatio

3%=20

==p1===20=20

=====20

=20

==="u#$ = E, !o,=20 Palestra =#ro"erida na Association o" ,eac?ers o" Mat?ematics( durante sua =Fon"er+ncia de Páscoa

em ?itelands( Putne( Londres( -0 de aril =de -&2>

Page 24: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 24/142

Seria (el/or, se( ="Hi"a, .ue eu *icasse a.ui restrito @ (in/a área, ou se>a, a =psi.uiatria in*antil e @ teoria"o "esenoli(ento e(ocional "a =criança, .ue "eria"a "a psicanálise, e portanto, e( Hlti(a análise, "ereu" =Fon?eço al'uma =coisa "e (eu =o*icioD "ele ten/o prática e eperiEncia acu(ula"a 4a=20área "a(ate(ática e "o ensino, sou (uito =i'norante( =+ aluno (ais noo ="e ocEs sabe (ais "o .ue eu Se n$o*osse pelo *ato "e o sr !a/ta, "es"e a pri(eira carta .ue (e eniou, =ter "e(onstra"o estar ciente "e .ue

 pertenço a u(a especiali"a"e =alienG'ena @ "e ocEs e .ue "e (i( ele sA po"eria esperar u( =co(entáriosobre a ecolo'ia "o >ar"i( especG*ico .ue cultio, eu n$o =teria aceita"o o conite .ue ele e ocEs (e*or(ulara(t =(es(o o tGtulo, =8SumG eu sou:, (e =ate(oria Po"e?se interpretá?lo co(o in"icatio "e .ue eu se>au( =aca"E(ico ersa"o nos clássicos ou u( (estre e( eti(olo'ia, pois, =(eses atrás, insta"o a *ornecer u(tGtulo, pensei Bo(, co(o ou *alar sobre o está'io "o =eu sou ="urante o ="esenoli(ento "o in"iG"uo,ent$o po"eria ser proeitoso incular isso co( a =pala?=20

=:-=20

==ustri'/t=ra latina = sum;9 Percebe( o =troca"il/o &Isso 9alerleT, (as n$o pense( .ue euse>a u( =eru"ito)eu o*icio consiste e( ser eu (es(o ;ue pe"aço "e =(i( (es(o posso "ar a ocEs, e co(o posso l/es "ar u( pe"aço se( parecer .ue perco a =totali"a"e Preciso assu(ir .ue ocEs possa(suportar (in/a =totali"a"e e ta(b( u( certo 'rau "a.uela *or(a "e (aturaç$o =.ue"eno(ina(os inte'raç$o, e eu preciso escol/er apenas u( ou "ois "os ele(entos .ue $o=construir a uni"a"e .ue sou 6QUá (e sinto encora>a"o, pois =sei .ue essas .uestes .ue s$o ob>eto "o estu"ioso "a =personali"a"e/u(ana ta(b( s$o ob>eto "o (ate(áticoD a ri'or, a (ate(ática u(a ers$o "escorpori*ica"a "a=personali"a"e /u(anaFesu(in"o, .uan"o "i'o .ue o aspecto central ="o "esenoli(ento /u(ano a c/e'a"a e a(anutenç$o se'ura "o =está'io "o 6Q S+Q, sei .ue isso ta(b( u(a a*ir(aç$o "o *ato central"a arit(tica, ou, =co(o po"eria "ier, "as operaçes "e so(aKocEs = >á ==20"ee( ter percebi"o .ue, por naturea, treina(ento e prática, sou u(a =pessoa .ue pensa "e (o"o "esenoli(ental ;uan"o e>o u( (enino ou u(a =(enina nu(a carteira escolar,so(an"o ou subtrain"o, e lutan"o co( a =tabua"a "e (ultiplicaç$o, e>o u(a pessoa .ue = >á =te(

u(a lon'a =/istAria e( ter(os "e processo "esenoli(ental, e sei .ue po"e /aer ="e*iciEncias,"istorçes no "esenoli(ento ou "istorçes or'ania"as para li"ar co( ="e*iciEncias .ue tE( "eser aceitas, ou .ue "ee /aer u(a certa =precarie"a"e no .ue tan'e ao "esenoli(ento .ue parece ter si"o =conse'ui"o Ke>o o "esenoli(ento co(o in"o e( "ireç$o @ in"epen"Encia e asi'ni*ica"os se(pre noos =para o conceito "e totali"a"e, .ue po"e ou n$o se tornar u( *ato no=*uturo "a.uela criança, caso ela este>a e continue ia !a(b( =ten/o plena consciEncia "o.uanto se "epen"e "o (eio a(biente, e "o (o"o co(o esse (eio, =inicial(ente i(portantGssi(o,continua a ter si'ni*ica"o e ai ter =si'ni*ica"o (es(o .uan"o o in"iG"uo atin'e a in"epen"En?

N2

cia por (eio ="e u(a i"enti*icaç$o co( caracterGsticas a(bientais, co(o =.uan"o u(a criança cresce, secasa e cria u(a noa 'eraç$o "e =*il/os, ou co(eça a participar "a i"a social e "a (anutenç$o "a estruturasocial =

6sta u(a caracterGstica (in/a .ue ocEs tale possa( =usar, pois, se nos atier(os aos nossos respectiosca(pos, n$o se =espera .ue voc+s =este>a( preocupa"os =co( processos "esenoli(entais co(o =eu

 preciso estar, caso =.ueira lear a cabo (eu trabal/o =— =ain"a (ais se *or =*aE?lo "e (o"o e*icaJá al'o se(pre "i*icil "e ser le(bra"o =.u$o (o"erno o conceito "e in"iG"uo /u(ano !ale a luta=para alcançar esse conceito se re*lita no pri(eiro no(e /ebraico para =eus + (onoteGs(o parece estar(uito incula"o @ epress$o 6Q S+Q Sou o .ue =sou HFo'ito( =er'o suin ="i*erente o sum =a.uisi'ni*ica .ue =ten/o u( sentido ==20"e eistEncia en.uanto pessoa, .ue sinto e( (eu >uGo .ue (in/a=eistEncia *oi proa"a as a.ui esta(os preocupa"os co( u( esta"o =n$o?autoconsciente "e ser, para al("e eercGcios intelectuais ="e autoconsciEncia) Será .ue esse no(e con*eri"o a eus &6Q S+Q) re*lete o

Page 25: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 25/142

 peri'o .ue o =in"iG"uo sente "e estar alcançan"o o esta"o "e u( ser in"ii"ual =Se eu sou, ent$o o caso .ue conse'ui a'rupar isto e a.uilo e reiin"i.uei .ue isto sou eu, e =.ue repu"iei to"o o restoD ao repu"iar on$o?eu, insultei o (un"o, =por assi( "ier, e posso a'uar"ar u( ata.ue 6nt$o, .uan"o as pessoas c/e'ara(

 pela pri(eira e ao conceito "e =in"ii"uali"a"e, rapi"a(ente colocara(?no no cu e l/e "era( u(a o=.ue sA u( oiss conse'uiria escutarIsso retrata "e (o"o =preciso a ansie"a"e inerente @ c/e'a"a "e to"o ser /u(ano ao está'io 6Q S+Q KocEs

 po"e( er isso na.uele >o'o ="o .ual participaa( na praia, 6u sou o rei "o castelo: =I(e"iata(ente e(u(a "e*esa contra u( ata.ue espera"o KocE =u( su>eitin/o no>ento:, ou ent$o, esce "ai, seu su>eitin/ono>ento: Jorácio tin/a u(a ers$o ="esse >o'o in*antil =20

====:!=20

Fe erit .ui =recte *acietD;ui non *aciet, non eritIsso constitui, se( ="Hi"a, u(a ers$o so*istica"a "o está'io "o 6Q S+Q, sen"o .ue =sA se per(ite o 6QS+Q ao rei=20Po"er?se?ia tentar saber co(o .ue se *aia u(a so(a antes "o =a"ento "o (onoteGs(o + .ue .uero"ier .ue a palara =uni"a"e: n$o te( o (enor si'ni*ica"o a n$o ser na (e"i"a e( .ue o ser /u(ano se>au(a uni"a"e 6( outro conteto =po"erGa(os estar "iscutin"o o uso "o prono(e pessoal eu:, o =.ual, ten/oa i(press$o, o pri(eiro prono(e "o "iscurso "a =criança 4o entanto, esse assunto n$o *ica a.ui (uitoclaro, pois as palaras erbalia"as po"e( ir (uito ="epois "o enten"i(ento "a lin'ua'e(, e processos(entais etre(a(ente =co(pleos "ie( respeito a u( perGo"o .ue prece"e a =erbaliaç$oKocEs perceber$o co( *acili"a"e on"e estou .ueren"o c/e'ar @ i"ia "e .ue a =arit(tica co(eça co( oconceito "e =um( ==20e .ue isso "eria necessaria(ente "o = sel" =unitário "e to"a =criança c("esenoli(ento 6sse esta"o representa al'o .ue se conse'uiu "urante o cresci(ento, =e(bora /a>a a

 possibili"a"e "e ele nunca ser alcança"o 4este =(o(ento preciso *aer u(a interrupç$o para li"ar co( u(a =co(plicaç$o i(ensa + .ue *aer co( o processo intelectual .ue *oi cin"i"o =(ate(ática superior po"e *uncionar a.ui separa"a "as =realiaçesou n$o?realiaçes "o in"iG"uo e( ter(os "o esta"o "e uni"a"e Fecon/ece?se o (es(o proble(a e(=outros ca(pos 9onsi"ere(, por ee(plo, o caso "e u( >ui *rente a u(a =/o(olo'aç$o "e partil/a "eal'u( .ue (orreu se( ter *eito =&tale por n$o po"er *aE?lo) u( testa(entoD ou o *ilAso*o .ue n$o sabe a"ata, ou o "ia "a =se(anaD ou o *isico "e 'ran"e *a(a, co(o o *aleci"o (estre "e=NN=20

!rinitT, =9a(bri"'e, .ue po"ia ser isto an"an"o pelas ruas colocan"o u( p na =calça"a e o outro na sar>eta&"aG a necessi"a"e "e se ter u( =Jobson#s Brook entre a calça"a e a rua na rua !ru(pin'ton =— = pelo (enoseu, =.uan"o estu"aa no col'io !/e 7eTs, acre"itaa pia(ente nisso) =

=20Per(ita(?(e ea(inar isso e( ter(os "o "esenoli(ento in"ii"ual & =propAsito >á ==20*aleisobre isso "e (o"o (ais "etal/a"o, e ac/o "i*icil "iscutir o =assunto abreia"a(ente, a (enos .ue ocaricaturie) !e(os u( bebE =*ican"o co( *o(e e "ese>an"o co(er al'o Se o ali(ento c/e'a,=20tu"o be(as, se o ali(ento "e(ora (ais "o .ue (inutos, .uan"o ele =c/e'a, n$o terá (ais si'ni*ica"o para o bebE6 a'ora sur'e a =.uest$o apAs .uanto te(po o ali(ento n$o te( (ais si'ni*ica"o =al'u(!e(os a'ora "ois bebEs u( "eles "ota"o "e u( e.uipa(ento intelectual .ue, testa"o, =eentual(ente l/econ*eriria u( ;I elea"o, e o outro *oi "ota"o abaio ="a ("ia + bebE be(? "ota"o lo'o apren"e, a partir"e certos =ruG"os especG*icos, .ue al'u( ali(ento está sen"o prepara"o Se( erbaliar na"a, =o bebE "i

 para si (es(o 6sse barul/o (e per(ite preer .ue e( =aG co(i"aD portanto, espere u( poucoO: sc/ances s$o "e .ue =tu"o corra be( + bebE pouco "ota"o *ica (ais @ (ercE "a capaci"a"e "e a"aptaç$o ="a($e e te( u(a ci*ra (ais precisa para o sG(bolo =Será .ue ocEs po"e( perceber, a partir "aG, .ue o intelecto =a>u"a a tolerar a *rustraç$o partir "aG po"e?se prosse'uir at er .ue u(a ($e po"e eplorar as =*unçes intelectuais "o bebE a *i( "e se libertar "oGnculo =proeniente "a "epen"Encia "o bebE !u"o isso (uito nor(al, =(as se ocE *ornece @ criança u(e.uipa(ento intelectual aci(a "a ("ia o bebE e a ($e =po"e( se conluiar na eploraç$o "o intelecto, .uese torna cin"i"o =—ou se>a, cin"e a =psi.ue "a eistEncia psicosso(ática e "o ier=crescente?se a isso u( ele(ento "e "i*icul"a"e no ca(po =psicosso(ático, pois o bebE co(eça a"esenoler, na (ente cin"i"a, u( *also sel*e( ter(os "e i"a, sen"o =er"a"eiro o =sel" =20

Page 26: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 26/142

=N5=20

==ustri'/t= psicosso(ático, =.ue *ica escon"i"o e tale per"i"o 6nt$o, en.uanto a (ate(ática superior'an/a i(pulso, a criança =*racassa e( saber o .ue *aer co( u( centaoQ(a paciente .ue =a>u"ou a (e ensinar isso /aia apren"i"o =O "lautista de =Iamelin co( (uita*acili"a"e, =aos cinco ou seis anos 4o entanto, ela *oi *ican"o ca"a e (ais inse'ura "e si (es(a, "e tal

(o"o .ue *inal(ente eio para trata(ento a *i( ="e per"er sua capaci"a"e intelectual cin"i"a &essacapaci"a"e "aa ='ran"e or'ul/o aos pais) e encontrar seu er"a"eiro = sel"; 4a i"a"e "e seis ou =sete anos,"itou @ sua babá, para a reista "a *a(Glia, a =/istAria "e u(a criança, obia(ente ela (es(a, .ue estaa in"o(uito be( na escola e .ue *oi ='ra"ual(ente se tornan"o "e*iciente (ental !in/a (ais "e cin.Lenta =anos.uan"o se libertou, no "ecorrer "e sua análiseKocEs =$o perceber .ue eu encaro o intelecto co(o u(a coisa boa, (as e( (eu trabal/o posso =er "e .ue(o"o ele eplora"o, e nu( relato "escritio "a =personali"a"e ten/o .ue lear e( consi"eraç$o as incrGeiscon.uistas "o intelecto c("i"o, se( per"er "e ista a eistEncia =psicosso(ática in"ii"ualnti'a(ente =— =/á u( sculo — =as pessoas *alaa( ="e (ente e corpo Para sair "o "o(Gnio "o intelectocin"i"o, tiera( =.ue postular u(a al(a 'ora possGel co(eçar co( a psi.ue "o psi.ue?so(a e, a partir"essa base, =aançar para=20a estrutura "a personali"a"e e atin'ir o conceito "o intelecto cin"i"o, =.ue, nu(caso etre(o, e nu(a pessoa (uito "ota"a intelectual(ente, e( =ter(os "e (assa cinenta, po"e *uncionar"e (o"o bril/ante se( (uita =re*erEncia ao ser /u(ano as o ser /u(ano .ue, pela acu(ulaç$o "e

eperiEncias assi(ila"as ="e (o"o nebuloso, po"e a".uirir sabe"oria Hnica coisa .ue o =intelecto po"e*aer *alar sobre a sabe"oria Po"er?se?ia citar =9o(o po"e to(ar?se sábio .ue( *ala sobre bois:&6clesiástico 3825)ssi(, =se'un"o o ponto "e ista .ue estou a"otan"o a.ui, se'ue?se .ue no =intelecto cin"i"o n$o /á li(ites

 para a a"iç$o e a =subtraç$o, para a "iis$o e a (ultiplicaç$o, eceto a.uilo .ue po"e ser "eter(ina"o peloco(puta"or, .ue a.ui =o cre?

NR

 bro /u(ano, se( "Hi"a (uito pareci"o co( os co(puta"ores .ue =ocEs inenta( e usa( co(o parte "esua especiali"a"e as /á u( =li(ite para as so(as co( as .uais u( in"iG"uo po"e se i"enti*icar, e =talli(ite "i respeito ao está'io "o "esenoli(ento "a personali"a"e .ue o in"iG"uo alcançou e =po"e (anter&9o(eça(os co( u( te(a abran'ente "e(ais + =proble(a .ue eu n$o sei on"e parar Já (uito a ser"ito) =Ka(os en*ocar a "iis$o "iis$o n$o apresenta a (enor "i*icul"a"e para o intelecto cin"i"o 4a =er"a"e, n$o /á "i*icul"a"es nessaárea, eceto e( ter(os "e =co(puta"ores e pro'ra(aç$o Isso n$o i"a, isso =cis$o "e i"a as a(osconsi"erar co(o=20 .ue o in"iG"uo c/e'a @ "iis$o + esta"o "e uni"a"e =a con.uista básica para asaH"e no "esenoli(ento e(ocional "e =to"o ser /u(ano 9o( base nesse esta"o, a personali"a"e unitária

 po"e =se per(itir a i"enti*icaç$o co( uni"a"es (ais a(plas =— ="i'a(os, a =*a(Glia, o lar ou a casa = A'ora(a personali"a"e =unitária parte "e u( conceito "e totali"a"e (ais a(plo 6 lo'o =ai se tornar parte "e u(ai"a social ca"a e (ais a(pla, incluin"o as =.uestes polGticasD e &no caso "e al'u(as pessoas) "e al'o .ue

 po"e ser c/a(a"o "e =ci"a"ania no (un"o base "c tal "iisibili"a"e o = sel" =unitário, tale trans*eri"o &por (e"o "e ata.ue) para eus 6 aG=retorna(os ao (onoteGs(o e @ a.uisiç$o "e u( si'ni*ica"o =para u(, solitário, HnicoD co(o elo a.uebra "e u( e( =trEs, a trin"a"eO !rEs, o nH(ero "a *a(Glia (ais si(ples possGel;uan"o ocEs ensina( a =operaç$o "e a"iç$o, "ee( se "e*rontar co( crianças "o =>eito .ue elas E(, ecerta(ente recon/ecer$o trEs tipos

=1 .uelas .ue co(eça( co( *acili"a"e co( o um;=2 .uelas .ue =n$o conse'uira( o esta"o "e uni"a"eD para elas, o =um n$o si'ni*ica =na"a3 .uelas .ue (anipula( conceitos restritos a =consi"eraçes banais "e libras, elins e cents ==20

====47=20

==ustri'/t=KocEs $o se =sentir co(o se iniciasse( essas Hlti(as crianças "ireto na r'ua "e cálculo ou nocálculo "i*erencial =Por .ue n$o pe"ir?l/es .ue =adivin?em( =e( e "e calcular( =utilian"o assi( =seusco(puta"ores internos 4$o e>o por .ue, e( arit(tica, /á =tanta En*ase na res#osta e6ata; =;ue ac/a(

Page 27: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 27/142

"o praer ="e a"iin/ar ;ue ac/a( "e brincar co( (to"os en'en/osos Supon/o =.ue ocEs >á=ea(inara( to"as =essas .uestes, .uan"o pensara( e( seu (to"os "i"áticos=c/o .ue ocEs n$o "eeria( esperar .ue u(a criança .ue n$o alcançou o esta"o "e uni"a"e possa apreciar=pe"aços 6les s$o aterra"ores para a criança e representa( o =caos 6 o .ue ocEs po"e( *aer 6( taiscasos, "eie( "e la"o a =arit(tica e tente( propiciar u( a(biente estáel, .ue possibilite &ain"a .ue tar"iae te"iosa(ente) .ue al'u( 'rau "e =inte'raç$o pessoal se instale na criança i(atura Po"e ser .ue =essa

criança se>a "eota"a a u( ratin/o Isso boa (ate(ática, =ain"a .ue u( tanto (alc/eirosa 6( ter(os "oratin/o, a criança po"e atin'ir a =totali"a"e .ue n$o está po"en"o ser obti"a no = sel" =l( "isso, o rato

 po"e (orrer Isso (uito i(portante 4$o /á =(orte, eceto consi"eran"o?se u(a totali"a"e Feerten"o o=raciocGnio, o senti"o "e totali"a"e "a inte'raç$o pessoal tra =consi'o a #ossiilidade =e real(ente a=certe1a da morteJ =e co( a =aceitaç$o "a (orte a"( u( 'ran"e alGio, alGio "o (e"o ="asalternatias, tais co(o a "esinte'raç$o ou os *antas(as ==20—ou se>a, a =sobreiEncia "e *enV(enos espGritas,

 para "epois "a (orte "a =(eta"e so(ática "a parceria psicosso(ática 6u "iria .ue =crianças sau"áeisencara( a (orte (uito (el/or "o .ue os a"ultos!ale se>a =Htil eu (e re*erir a (ais u( ite( .ue "i respeito ao ="esenoli(ento !rata?se "a interaç$oentre processos pessoais e =prois$o a(biental -s ees isso consi"era"o co(o u( e.uilGbrio entrenaturea e criaç$o o =pensar nesse proble(a especG*ico, a (aioria "as pessoas ten"e a to(ar =parti"o,e(bora n$o /a>a necessi"a"e "issoQ( bebein/o .ue =e( ao (un"o /er"a ten"Encias ao cresci(ento e ao "esenoli(ento, incluin"o os

aspectos =.ualitati?N8

Ko "o "esenoli(ento Po"e?se "ier .ue, .uan"o tier u( ano "e =i"a"e, o bebE saberá trEs palarasD aos"eesseis (eses =proael(ente ai co(eçar a an"arD e aos "ois anos estará *alan"o =S$o esses os nAs"esenoli(entais &reenacre), sen"o (uito coneniente .ue u(a =criança c/e'ue e( ca"a está'io "o"esenoli(ento "entro "o te(po =natural e o percorra no interalo "e te(po "o nAIsso =*ácil "e "ier, (as "eia "e la"o o i(portante *ato "a "epen"Encia ="epen"Encia e( relaç$o @

 prois$o a(biental , no =co(eço, .uase .ue absolutaD rapi"a(ente ela se torna relatia, e a =ten"Encia 'eral ca(in/ar e( "ireç$o @ in"epen"Encia palara?c/ae no .ue tan'e ao la"o =a(biental &correspon"en"o @

 palara "epen"Encia:) =con*iabili"a"e: =—con*iabili"a"e /u(ana =e n$o (ecCnica+ estu"o "a a"aptaç$o "a ($e @s =necessi"a"es "o bebE *ascinante e "e(onstra .ue ela co(eça =co( u(a'ran"e capaci"a"e=20para con/ecer as necessi"a"es "o bebE, atras "e sua capaci"a"e ="e se i"enti*icar

co( ele e (o"o 'ra"ual, ela se "esa"apta e lo'o luta =para se lirar "e seu con*ina(ento, ou se>a, "a preocupaç$o co( u( =bebE e co( as necessi"a"es "ele Se( essa prois$o a(biental /u(ana, o =bebE n$o*a as 'ra"açes "esenoli(entais .ue s$o =/er"a"as co(o ten"Encia KocEs po"e( tra"uir isso, .ue "i=respeito aos bebEs, para u(a lin'ua'e( .ue se apli.ue @ i"a"e escolarora ="esse ca(po alta(ente co(pleo "e estu"o, sur'e u(a .uest$o .ue =concernente @ coisa básica oconceito "e uni"a"ePara o =bebE, a pri(eira uni"a"e .ue sur'e inclui a ($e Se tu"o corre be(, o =bebE c/e'a a perceber a ($ee to"os os outros ob>etos e os E =co(o n$o?eu, "e tal (o"o .ue a'ora /á o eu e o n$o?eu &+ eu =po"eincorporar e conter ele(entos n$o?eu, etc) 6sse está'io "os pri(Ar"ios "o 6Q S+Q sA se instala =real(enteno sel" ="o bebE na (e"i"a e( .ue o co(porta(ento "a *i'ura (aterna su*iciente(ente =bo( — =no .ue "irespeito =@ a"aptaç$o e @ "esa"aptaç$o ssi(, a ($e , no inGcio, u( "elGrio .ue

N% =20

o bebE =precisa ser capa "e "esautoriar, e aG precisa ser substituG"a =pela "escon*ortáel uni"a"e 6Q S+Q,.ue enole a per"a "a se'ura =*us$o unitária ori'inal ($e?bebE: + e'o "o bebE *orte se /ouer u(suporte "o e'o (aterno para =*aE?lo *orteD "o contrário, ele *raco9o(o os ="istHrbios nessa área a*eta( o apren"ia"o e o ensino "a =arit(tica Se( "Hi"a eles po"e(a*etar a relaç$o pro*essor?aluno !o"o e .ual.uer pro*essor precisa saber =.uan"o está li"an"o n$o co( = seuassunto =es#eci"ico( =20(as co( psicoterapia, ou se>a, co(ple(entan"o tare*as inco(pletas .ue=representa( *al/a parental relatia ou absoluta tare*a a .ue (e =re*iro *ornecer u( suporte ao e'o on"eele necessário + =oposto rir "os *racassos "a criança, especial(ente .uan"o eles representa( o (e"o "ese'uir a"iante

=c/o .ue be( con/eci"a a i(portCncia ital "a relaç$o =pro*essor?aluno =É assi( .ue os =psi.uiatras

Page 28: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 28/142

co(eça(, .uan"o se re*ere( a proble(as "e ensino =n$o?con*iabili"a"e "o pro*essor *a co( .ue .uaseto"a criança se ="esinte're ;uan"o u(a criança relata sua "i*icul"a"e e( *aer so(as &ou e( JistAria, oue( =In'lEs), a pri(eira coisa .ue se pensa tale esse pro*essor =n$o sira 4$o poucas crianças tiera(obstruG"o o ="esenoli(ento "e sua apren"ia'e( e( *unç$o "o sarcas(o "o pro*essor 4o entanto, eu n$ocensuro o pro*essor =t$o *acil(ente re.Lente(ente, a criança inse'ura ou =/ipersensGel, e, n$o i(porta.u$o cauteloso o pro*essor se>a, =a criança *ica to(a"a pela "escon*iança 9a"a caso (erece ea(e acura"o,

 pois n$o /á "uas crianças =i"Enticas, (es(o .uan"o a "i*icul"a"e "as "uas ate(ática =ostaria "e iniciar a'ora u( ea(e "a teoria pe"a'A'ica, e( =ter(os "a teoria "o "esenoli(ento "oin"iG"uo, (as ten/o .ue "eiar isso "e la"o es(o assi( "irei .ue "ee =ser *ascinante er co(o, noensino "a ate(ática, =a #essoa #ode =ca#tar o im#ulso criativoJ tale se>a o 'esto =lH"ico "e u(acriança, e ent$o a pessoa po"e usar isso e o ato ="e a criança tentar alcançar, *ornecen"o tu"o o .ue a criança=pu"er apren"er, atra?

s "o ensino, at .ue ela atin>a, co( o passar "o te(po, o =i(pulso criatio -s ees, tal trabal/o po"e ser(ais be( *eito co( =u(a assistEncia in"ii"ual, especial(ente se *or o caso "e *aer =al'u( conserto, por(otio "e a criança ter ti"o eperiEncias in*elies, ou (es(o a eperiEncia "e u(a =pe"a'o'ia rui(, .ue u(a *or(a "e "outrinaç$o =criatii"a"e inerente ao brincar, e tale n$o se>a =encontráel e( nen/u(a outra parte + brincar"e=20u(a criança po"e ser u( lee (oi(ento "e sua cabeça, "e tal =(aneira .ue no >o'o "a cortina contrau(a lin/a, na pare"e eterna, a =lin/a se>a nu( certo (o(ento u(, e lo'o "epois, "ois Isso po"e ocupar

=u(a criança &ou u( a"ulto) por /oras Será .ue ocEs po"e( (e "ier se u( bebE ali(enta"o e( "ois seios=sabe "os "ois, ou será .ue isso, no inGcio, u(a ="uplicaç$o "e u( !ale ocEs consi'a( captar essasatii"a"es =lH"icas, (as n$o sei co(o posto .ue ocEs sabe( as respostas para esses proble(as ;uanto a(i(, sinto .ue =preciso oltar ao (eu ob>etio, .ue apenas o trata(ento "e =crianças "oentes "o ponto "eista psi.uiátrico, e a =construç$o "e u(a teoria "o "esenoli(ento e(ocional "o ser /u(ano =— =(el/or,(ais eata =e (ais HtilPara *inaliar, eu per'untaria por .ue será .ue a ate(ática o (el/or ee(plo "e =u( assunto .ue sA po"eser ensina"o caso /a>a continui"a"e 9aso se =perca u( está'io, o resto *ica se( senti"o c/o .ue acatapora =responsáel por (uitos casos "e colapso (ate(ático &"urante o perGo"o =letio "a pri(aera)D seocEs tiere( te(po, po"e( "ar u(a =assistEncia in"ii"ual @ criança na.uilo .ue ela per"eu =en.uantoestaa e( casa, "e .uarentena=20Po"e ser .ue isso l/es pareça u( atoleiro as eu (e contento =si(ples(ente e( to(ar parte "e u(eercGcio "e *ertiliaç$o =crua"a ;ue( sabe .ue ser /Gbri"o po"e resultar "a (istura

51=20==p1===20=20

=====20

=20

====O concito " $a)!o =self

==Rascun?o inacaado de uma #alestra #ro"erida no Ali Souls

Foile'e( =O6"ord( #ara 8Frime =— ==Um Desa"io ==“,um ='ru#o

da Universidade de O6"ord( & de 4aneiro de -&2:

==Uá *ui brin"a"o anterior(ente co( a /onra "e (e apresentar perante o 'rupo =9ri(e ==— =Q( =esa*io:,e e( *unç$o "isso "escobri .ue os con*erencistas po"e( escol/er =.ual.uer assunto, n$o necessaria(enterelaciona"o ao cri(e Isso (e ="eia co( u(a "i*icul"a"e se posso *alar sobre absoluta(ente .ual.uer=coisa, co(o .ue ou escol/er=20Já seis (eses, .uan"o ocEs (e coni"ara(, su'eri a i"ia "o =conceito "e u( sel* er"a"eiro e "e u(==sel" =*also, e a'ora preciso *aer co( .ue isso se>a u(a contribuiç$o =.ue ocEs sinta( .ue al/a a pena"iscutir

M ==*ácil *alar sobre cri(e, pois sei .ue ocEs n$o s$o cri(inosos 4o entanto, co(o po"eria *alar sobre o

assunto .ue escol/i =se( parecer .ue estou pre'an"o u( ser($o, ==>á .ue, =no *inal "as contas, "e u(a

Page 29: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 29/142

*or(a ou outra, ou e( al'u(a (e"i"a, ca"a u( ="e nAs está "ii"i"o nu( ==sel" =er"a"eiro e nu(==seU ==20*also 4a er"a"e, preciso incular o nor(al co( o anor(al, e solicitar =sua co(placEncia casoeu pareça su'erir, "urante o processo, .ue =to"os nAs so(os "oentes, ou, por outro la"o, .ue as pessoas"oentes =s$o sau"áeis=20Penso .ue concor"ar$o .ue n$o /á na"a "e noo na i"ia=central Poetas, *ilAso*os e i"entes se(pre se ocupara( "a i"ia =

"o *also ==sel"( e a =traiç$o "o ==sel" ==20te( si"o u( ee(plo tGpico "o ==20==9 54 =20

==inaceitáel S/akespeare, tale co( o intuito "e eitar ser =en'ana"o, >untou u( pun/a"o "e er"a"es e passou?as anAs, pela boca ="e u( in"iG"uo (uito c/ato c/a(a"o PolVnio Sen"o assi(, ac/o .ue po"e(os aceitar o consel/o!/is aboe =all to t/ine oXn sel*be true,n" it (ust *olloX, as t/e ni'/t =t/e "aT,!/ou const not t/en be *alse to anT (anYKocEs po"eria( apontar .ual.uer poeta i(portante e (ostrar .ue esse u( =te(a pre"ileto "as pessoas .ue ie(intensa(ente seus senti(entos =!a(b( po"eria( assinalar .ue o teatro conte(porCneo está =procuran"o pelo .ue /á"e er"a"eiro na essEncia "o .ue .ua"ra"o, senti(ental, be(?suce"i"o ou =/ipAcritaKa(os partir "e u( pressuposto o te(a perse'ue a =a"olescEncia inteira, c/e'an"o (es(o a ecoar nos astos sales "asuniersi"a"es "e +*or" e "e 9a(bri"'e ee /aer al'u(as =pessoas a.ui .ue est$o enoli"as nisso elas prAprias,co(o eu =estou, (as pro(eto n$o a"iantar soluçesD caso ten/a(os esses proble(as pessoais, precisa(os ier co( elese =er se o te(po tra al'u( tipo "e eoluç$o pessoal, e( e "e u(a =soluç$oKocEs sabe( .ue passo (eu te(po tratan"o "e =pacientes &psicanálise e psi.uiatria in*antil) e, .uan"o ea(ino os .ue/o>e est$o sob =(eus cui"a"os, ac/o .ue posso ener'ar esse (es(o proble(a e( to"os =eles !ale /a>a u(a li'aç$o

entre o conceito "e (aturi"a"e, ou =saH"e pessoal "o a"ulto, e a soluç$o para esse proble(a "e personali"a"e ==M==co(o se, apAs anos e anos tentan"o *icar co( u( p e( ca"a canoa, acor"ásse(os "e repente e "escobrGsse(os .ue=estie(os o te(po to"o @ beira "o cais6stou "ien"o, "e certa =*or(a, .ue ca"a pessoa te( u( sel* e"uca"o ou socialia"o, e ta(b( =u( sel*pessoal pria"o,=20

55

==.ue sA aparece na inti(i"a"e Isso co(u( e po"e ser consi"era"o =nor(alSe ocEs obserare(, po"er$o er .ue essa "iis$o ="o =sel"

== u(a a.uisiç$o ==saudável ="o =cresci(ento pessoalD na ==doença(a ="iis$o u(a .uest$o "c cis$o na (ente, .ue po"e c/e'ar a =ariar e( pro*un"i"a"eD a (ais pro*un"a c/a(a"a =es.uio*renia=206stou *alan"o, portanto, "e assuntos co(uns, .ue ta(b(s$o =.uestes "o (ais pro*un"o si'ni*ica"o e "a (ais pro*un"a=serie"a"e6n.uanto estaa escreen"o isto, *ui interro(pi"o por =u(aentreista co( u(a criança=20M u( (enino "e "e anos, *il/o "e u( cole'a !e( u( proble(a =ur'ente 6stá ien"o nu( lar *eli, (asisso n$o (u"a o *ato "e =.ue a i"a "i*icil para ele, co(o para .ual.uer outro Seu proble(a =particular no(o(ento .ue ele so*reu u(a trans*or(aç$o na escola, "epois "e u( =perGo"o e( .ue tin/a "i*icul"a"es ein/a sen"o se(pre (alsuce"i"o =9o(eçou a apren"er e a se sair be( !o"o (un"o *icou (arail/a"o e=*alaa "ele co(o sen"o o (ila're "o sculo ZZ: 4o entanto, /á u(a co(plicaç$o co(pan/a essas

=(u"anças u(a outra, sA .ue n$o t$o boa ele n$o conse'ue ="or(ir i a seus pais, pessoas (uitoco(preensias + proble(a = esse ne'Acio "e ir be( na escola M ==terrGel ==M =coisa "e (enina:ica acor"a"o e to(a"o "e to"o tipo "e =preocupaç$o, .ue inclui a i"ia "e .ue seu pai e ele (es(o =$o(orrer Pensa (uito a respeito "e u(a persona'e( /istArica .ue =(orreu aos "eesseis anos "e i"a"e por tertrabal/a"o "e(ais + 'aroto =*oi (uito preciso na cone$o entre suas preocupaçes e sua =(u"ança "ecaráter oi "epois "e ter co(eça"o a ir be(: na escola pela pri(eira eD assi( .ue saiu "a =perua escolar,tee "e repente u( tipo noo "e (e"o, o senti(ento "e .ue =u( /o(e( .ue ele /aia isto iria (atá?loJaia ain"a (ais u(a =co(plicaç$o a i"ia "e ser (orto l/e "aa praer isse 4$o posso "or(ir por.ue,=se *ec/ar os ol/os, ou ser es*a.uea"o:

Page 30: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 30/142

6stou "eian"o "e la"o =u(a lon'a srie "e "etal/es co( ointuito "e possibilitar a =apresentaç$o "o caso no conteto "esta ==20

==09 56=20

==con*erEncia 4u(a "e nossas entreistas, esse (enino (e contou =son/os Q( "eles especial(ente si'ni*icatio ele

relatou u(a =i(a'e( "ele prAprio na ca(a, >unto co( u( assassino (uni"o "e u(a espa"a, e ent$o =ele sentou na ca(a(uito assusta"o, co( a ($o na boca, e o assassino =estaa a ponto "e craar? l/e a espa"a KocEs po"e( perceber noson/o u(a (istura "e assassinato co( u( ata.ue =seual si(bAlico, e este seria o tipo "o son/o inco(u( para u( 'aroto="essa i"a"e .uest$o .ue, ao *alar co(i'o a respeito "esses assuntos, o (enino *oi capa "e =eplicar .ue, se ai

 be( na escola, ent$o ele e seu pai se "$o =be(, (as, co( o correr "o te(po, o 'aroto co(eça a per"er a =i"enti"a"e 4esse ponto, ele se torna "esa*ia"or e "e u( (o"o (eio i"iota co(eça a se recusar =a *aer o .ue l/e "ie( +"eia entrar e( con*lito co( o pai e 'eral(ente ="á u( >eito "e *aer co( .ue os pro*essores *i.ue( irrita"os co( ele =essa *or(ase sente er"a"eiro 9aso esse (enino se>a bo(, ent$o =sur'e o son/o "os assassinos ==—e =aG ele *ica apaora"o, n$otanto co( o *ato "e po"er ser (orto, =(as "e passar para a posiç$o "e .uerer ser (orto, o .ue o *a se =sentir i"enti*ica"oco( (eninas e n$o co( (eninosKe>a( .ue o (enino te( (es(o u( proble(a (uito =srio as, tale e( *unç$o "o *ato "e .ue a relaç$o co( =os pais bastante satis*atAria, ele capa "e se epressar clara(ente Qsan"o a lin'ua'e( .ue propon/o, ele = capa "ee(pre'ar u( *also ==sel" ==20.ue a'ra"a to"o (un"o, (as .ue o *a se sentir pssi(o 6( al'uns =casos, talocorrEncia *aria a pessoa se sentir irreal, (as, para esse =(enino, o proble(a .ue ele se sente a(eaça"o, co(o se *osseser trans*or(a"o nu(a (ul/er ou no parceiro passio ="e u( ata.ue ica ent$o (uito tenta"o a procurar al'o .ue este>a=(ais na lin/a "e u( ==sel" =er"a"eiro ==— =="aG a atitu"e "e "esa*io e insatis*aç$o contGnua, ain"a .ue isso =continuen$o pro"uin"o u(a resposta satis*atAria a seu proble(a =6stou epon"o esse caso por ac/ar .ue o (enino at be( =nor(alD penso .ue ilustra a i"ia .ue tentei "elinearanterior(ente a elaboraç$o "esse proble(a = u(a "as coisas .ue o a"olescente *a !ale ocEs recon/eça( =o (es(o

 proble(a =20

=20

5<=20

=e( =pessoas "e suas relaçes, pessoas essas .ue ocEs sabe( estar =in"o be(, receben"o (e"al/as, elo'iose "istinçes, (as .ue se sente( irreais, "e u(a *or(a ou "e outra, e .ue, para se =sentire( reais, precisa( ser (e(bros incV(o"os na socie"a"eD ocEs =po"e( er essas pessoas *aen"o as coisas "e u( (o"o rui( e

.uase .ue "esapontan"o "elibera"a(ente to"o (un"o6ssa a coisa =terrGel "os ea(es, .ue s$o, e( certo senti"o, rituais "e =iniciaç$o 9o(eça( co( o ea(e"e a"(iss$o ao 'inásio, e =percorre( to"os os 'raus "a escolari"a"e, at o nGel uniersitárioD parece .ue n$ose testa apenas a capaci"a"e =intelectual "o in"iG"uo, a .ual seria (el/or aalia"a atras "e =u( teste "e;I, (as ta(b( a capaci"a"e "e o in"iG"uo se a(ol"ar e tolerar ser *also, e( al'u(a (e"i"a, a *i( "econse'uir =al'o e( relaç$o @ socie"a"e, .ue po"e ser usa"o en.uanto a i"a =ai sen"o elabora"a "epois "a*ase na .ual os priil'ios e as =obri'açes "e u( estu"ante l/e "$o u( lu'ar (uito especial, .uein*eli(ente n$o eterno=Proael(ente ocEs sente( .ue /á certas pessoas no (un"o .ue =po"e( tolerar (uito *acil(ente esseesta"o "e concor"Cncia, ain"a .ue "e (o"o li(ita"o, para obter anta'ens li(ita"as, =en.uanto outras

 pessoas se "es'asta( co(pleta(ente e( relaç$o ao =(es(o proble(a 4atural(ente, caso al'u( estiercon*uso a respeito ="estas .uestes e pe"ir auGlio, a pessoa .ue ai auiliar precisa atin'ir o ==sel"

==er"a"eiro, ou co(o se .ueira c/a(á?lo !o"a e .ue /á u( proble(a insolHel a respeito "esse assunto,

a pessoa .ue =está "c *ora te( .ue respeitar a inte'ri"a"e "o in"iG"uo =6ntretanto, se ocE pai ou ($e "eu( 'aroto ou "e u(a 'arota, natural(ente espera .ue a batal/a entre =o er"a"eiro e o *also ==sel" ==n$o áser traa"a no territArio abran'i"o pelas palaras ensino: e =apren"ia"o: Já tanto para apren"er eaproeitar nesse ca(po =.ue para u( pai trá'ico er o *il/o ou a *il/a precisare( ser antisociais ou, "eal'u( =(o"o, o oposto "e sociais, nu(a poca e( .ue eles tE( c/ance "e se =enri.uecer cultural(ente==20

58

Page 31: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 31/142

==!ale ocEs enten"a( o .ue estou *alan"o se eu lear o assunto "e =olta para a pri(eirain*Cncia KocEs ensina( seus *il/os a "ier =obri'a"o: 4a er"a"e, ocEs ensina( suas crianças a"ier obri'a"o: por poli"e, e =n$o por.ue isso o .ue a criança .uer "ier 6( outras =palaras,ocEs co(eça( ensinan"o boas (aneiras e espera( .ue seus *il/os se>a( capaes "e contar(entiras, ou se>a, "e se =a"aptar @s conençes at o ponto e( .ue a i"a se>a =a"(inistráelKocEs sabe( (uito be( .ue a criança ne( se(pre ="ese>a "ier obri'a"o: (aioria "as crianças

capa "e aceitar essa "esonesti"a"e co(o u( preço a pa'ar =pela socialiaç$o l'u(as criançasn$o po"e( *aer isso +u =al'u( tentou ensiná?las a *alar 'u?'u: ce"o "e(ais ou esse proble(a"a inte'ri"a"e as atin'iu "e (o"o brutal =Se( "Hi"a, /á crianças .ue pre*eriria( ser ecluG"as "a=socie"a"e a contar u(a (entira ==20

=o ="escreer esse processo, ain"a estou *alan"o "e crianças nor(ais Se, =no entanto, eu *or u( pouco a"iante, estarei "escreen"o crianças .ue =$o ac/ar a i"a "i*icil por causa "essanecessi"a"e .ue tE( "e =estabelecer e restabelecer a i(portCncia "o er"a"eiro sel* e( =relaç$o atu"o o .ue se>a *also Supon/o, "e (aneira 'enrica, =.ue, (es(o .ue se>a possGel u(a concess$ona i"a "iária, n$o /á concess$o possGel para o =in"iG"uo e( al'u(a área .ue ele ele'e co(oespecial Po"e ser =ciEncia, reli'i$o, poesia ou >o'os 4a área escol/i"a, n$o =/á lu'ar paraconcesses =20

==p1===20

=====20

=20

===O va)or "a ="-r!!?o 3nsaio a#resentado =na reuni$o 'eral da Association o" Psc?iatric Social orKers( =setemro de -&2!

=.

+ ter(o ="epress$o: te( u( si'ni*ica"o popular e u( si'ni*ica"o =psi.uiátrico 9uriosa(ente, os "oissi'ni*ica"os s$o (uito =se(el/antes Se essa a*ir(aç$o *or er"a"eira, tale /a>a u(a ra$o para isso +"istHrbio ou =esta"o a*etio, a "epress$o, tra consi'o a /ipocon"ria e a =introspecç$oD portanto, a pessoa

"epri(i"a te( consciEncia "e =se sentir /orrGel e ta(b( está ecessia(ente cVnscia "e seu prApriocoraç$o, pul(es, =*i'a"o e "ores reu(áticas 6( contraposiç$o o ter(o =psi.uiátrico /ipo(ania:, talee.uialente ao ter(o =psicanalGtico "e*esa (anGaca:, i(plica .ue se está ne'an"o u( /u(or "epressio, e

 parece n$o =ter e.uialente popular & palara 're'a =?uris = po"eria serir as =?uris =i(plicaria (ais=elaç$o "o .ue /ipo(ania) is$o a.ui epressa .ue =a "epress$o te( alor no entanto, ta(b( claro .ue as pessoas "epri(i"asso*re(, po"e( (ac/ucar a si (es(as ou ="ar cabo "a prApria i"a e .ue al'u(as "elas s$o Gti(as "e=aci"entes psi.uiátricos ese>o ea(inar a.ui u( para"oo=20+s psicanalistas e os assistentes sociais psi.uiátricos acaba( =assu(in"o a responsabili"a"e por casossrios e se enolen"o e( =aplicar psicoterapia .uan"o, ao (es(o te(po, n$o est$o lires eles =(es(os "a"epress$o Uá .ue o trabal/o cons?=20

%&

trutio =u(a "as (el/ores coisas para sair "a "epress$o, *re.Lente(ente =ocorre .ue utilia(os nossotrabal/o co( "epri(i"os &e outros) para =li"ar co( nossas prAprias "epresses=20;uan"o eu era estu"ante "e (e"icina, apren"i .ue a =de#ress$o tra1 =dentro de si mesma o 'erme da

recu#eraç$o; =6sse u( ponto bril/ante na psicopatolo'ia, e incula a "epress$o ao =senti(ento "e culpa &acapaci"a"e para sentir culpa u( sinal "e ="esenoli(ento sau"áel) e ao processo "e luto + luto ta(b(=ten"e a ter(inar seu trabal/o ten"Encia .ue trae( e(buti"a para a recuperaç$o incula a "epress$o=i'ual(ente ao processo (aturacional "a in*Cncia "e ca"a in"iG"uo, =u( processo .ue &e( a(bientes*acilita"ores) con"u @ (aturi"a"e =pessoal, .ue si'ni*ica saH"e

Page 32: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 32/142

O "!nvo)vi(nto =(ociona) 4o =co(eço, o bebE o a(biente e o a(biente o bebE =tras "e u( processo co(pleo &parcial(ente

co(preen"i"o, sobre o .ual eu e =outros >á =escree(os =bastante#), o bebE separa os ob>etos, e aG separa o=amiente "o = sel" =Já u( esta"o inter(e"iário e( .ue o ob>eto co( o .ual o bebE se =relaciona u(ob>eto sub>etio+ bebE passa ent$o a ser =u(a unidade( pri(eiro e( certos =(o(entos e "epois "urante o te(po to"o Q(a

"as (uitas =conse.LEncias "esse noo "esenoli(ento .ue o bebE passa =a ter u( interior; =Sur'e, ent$o,u( =intercC(bio co(pleo entre=R0=20

a.uilo .ue = "entro e a.uilo .ue *ora, .ue continua atras "a i"a "o =in"iG"uo, constituin"o?se na principal relaç$o .ue ele te( co( =o (un"o relaç$o (ais i(portante at (es(o "o .ue orelaciona(ento ob>etal e a ='rati*icaç$o instintual 6sse intercC(bio "e ($o "upla =enole (ecanis(os(entais "eno(ina"os pro>eç$o: e =intro>eç$o: 6 ent$o (uita=20coisa acontece, real(ente (uita, (as*icaria *ora "e nosso conteto ="esenoler essa a*ir(aç$o *onte "esse pro'resso o = #rocesso =maturacional inato no =in"iG"uo, .ue po"e ser *acilita"o peloa(biente + a(biente =*acilita"or necessário, e, se n$o *or =om o su"iciente( =o processo =(aturacional seen*ra.uece ou se interro(pe &Uá "escrei bastante =tais .uestes, e elas s$o co(pleas2)ssi(, a = $ora e a =estrutura do e'o =torna(?se u( *ato, =e a "epen"Encia "e u( noo in"iG"uo e(

relaç$o ao a(biente trans*or(a?se ca"a e (ais, in"o "o =etre(o "a "epen"Encia absoluta at ain"epen"Encia, e(bora =>a(ais atin>a a in"epen"Encia absoluta+ "esenoli(ento e a =instalaç$o "a *orça "o e'o a caracterGstica básica ou i(portante .ue in"ica saH"ee =(o"o natural, o ter(o *orça "o e'o: ai a".uirin"o ca"a e =(ais si'ni*ica"o, @ (e"i"a .ue a criançaa(a"urece 4o inGcio, =o e'o sA te( *orça "ei"o ao suporte e'Aico "a"o pela ($e a"aptatia, .ue "urante=certo te(po capa "e se i"enti*icar (uito inti(a(ente co( seu =bebE9/e'a ent$o u( perGo"o e( .ue a criança se torna u(a uni"a"e, torna?se capa "e sentir 6Q S+Q, te( u(=interior, capa "e caal'ar suas te(pesta"es instintuais e =ta(b( capa "e =conter as =#ress7es e os

estresses 'era"os na reali"a"e =psG.uica interna = A criança =tornouse ca#a1 de se sentir de#rimida;

==206ssa u(a a.uisiç$o "o cresci(ento in"ii"ual ==20

=2-=20

 4ossa is$o ="a "epress$o está inti(a(ente li'a"a ao nosso conceito "e *orça ="o e'o, "eestabeleci(ento "o =selfe "e "escoberta "e =u(a i"enti"a"e pessoalD por essa ra$o .ue po"e(os "iscutir a =i"ia "e .ue a "epress$o te( alor 6( psi.uiatria clGnica, a ="epress$o te((uitas caracterGsticas .ue a torna(, obia(ente, u(a "escriç$o "e "oença, (as =se(pre, (es(oe( "istHrbios a*etios seeros, a presença "o /u(or ="epressio "á al'u(a base para a crença "e.ue o e'o in"ii"ual =n$o está ro(pi"o e po"e ser capa "e (anter a *ortalea, (es(o .ue nareali"a"e =n$o c/e'ue a nen/u( tipo "e resoluç$o "a ==20

'uerra =interna =20

 A =-!ico)ogia "a "-r!!?o ==20

 4$o =to"o (un"o .ue a"(ite .ue /á u(a psicolo'ia "a "epress$o Para =(uitas pessoas&incluin"o al'uns psi.uiatras), .uase .ue u(a =crença reli'iosa acre"itar na bio.uG(ica "a"epress$o, ou nu( e.uialente (o"erno "a teoria "a bGlis =ne'ra .ue capacitou u( 'Enio (e"ieala cun/ar o no(e =(elancolia: KocEs po"e( esperar u(a resistEncia po"erosa =@ i"ia "e .ue /áu(a or'aniaç$o (ental inconsciente atia .ue "á si'ni*ica"o psicolA'ico ao =/u(or Para (i(, noentanto, eiste u( si'ni*ica"o no /u(or nas =árias i(pureas .ue con"ue( a caracterGsticas patolA'icas, e =eu po"eria "escreer al'u(as .ue con/eço &.uilo .ue con/eço se baseia no .ue"escobri e( (eu trabal/o, ao =.ual aplico teorias prAprias e as .ue "eria( "e reu", lein e

Page 33: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 33/142

=ários outros pioneiros)+ A"io, natural(ente, está tranca"o e( al'u( lu'ar nisso tu"o !ale a "i*icul"a"e este>a e(=aceitar tal A"io, (es(o .ue o /u(or "epressio i(pli.ue .ue o A"io =está sob controle =M oes*orço =clGnico para obter o controle .ue "ee(os consi"erar

R2=20

U( ca!o =!i(-)! " "-r!!?o a)ia"a @ -!icon,ro!==20Q(a 'arota "e .uatore anos *oi trai"a ao Jospital In*antil Pa""in'ton =reen por causa "eu(a "epress$o sria o su*iciente para *aer co( =.ue seu "ese(pen/o escolar se "eteriorasse 4u(a entreista =psicoterapEutica &u(a /ora), a 'arota "escreeu u( pesa"elo no .ual sua ($e/aia si"o atropela"a =por u( carro, + c/o*er "o carro tin/a u( bon, co(o o "e seu pai=Interpretei para ela .ue seu intenso a(or pelo pai eplicaa a i"ia ="a (orte "a ($e, en.uanto ao(es(o te(po /aia u(a relaç$o seual representa"a =e( ter(os iolentos 'arota iu .ue ara$o para o pesa"elo era a =tens$o seual e o a(or ceitou o *ato "e seu A"io e( =relaç$o @ ($e,a .ue( era (uito "e"ica"a Seu /u(or (u"ou oi para casa lire "a ="epress$o e to(ou?se capa"e apreciar noa(ente a escola (el/ora =per"urou6sse o tipo (ais si(ples ;uan"o se son/a e se recor"a u( son/o, relatan"o?o ="e (o"o

apropria"o, isso por si sA = >á = u(a =in"icaç$o "e .ue o son/a"or capa "e en*rentar as tensesinternas =enoli"as no son/o + son/o ta(b( in"ica *orça "o e'o, e, =al( "isso, o conteH"o "oson/o "eu u(a a(ostra "a "inC(ica "a =reali"a"e psG.uica interna, pessoal, "a 'arota.ui se po"eria *alar "e =A"io repri(i"o e "e "ese>o "e (orte na posiç$o /eterosseual,=con"uin"o a u(a inibiç$o "os i(pulsos instintuais + .ue =caracterGstico, no entanto, seriao(iti"o nessa lin'ua'e(, ou se>a, o /u(or, a =sensaç$o "e *alta "e i"a na (oça Se ela *icasseia, sua =($e sairia *eri"a !rata?se "e u( senti(ento "e culpa operan"o =preentia(enteO =sel* =co(o ,ni"a" =Se ocEs aceita( "ia'ra(as, Htil representar u(a pessoa por (eio "e u(a =es*era ou u( cGrculoentro "o cGrculo está to"a a =inter?relaç$o "e *orças e ob>etos .ue constitue( a reali"a"e =interna"o in"iG"uo na.uele=20(o(ento +s "etal/es "esse

R3 =20

(un"o interno =s$o (ais ou (enos co(o u( (apa "e Berli(, co( o (uro "e Berli( =si(bolian"o u(lu'ar para as tenses (un"iais

 4esse "ia'ra(a, =u( neoeiro sobre a ci"a"e — =caso /a>a neoeiros =por lá =— representa o /u(or="epri(i"o !u"o está lento e (anti"o e( esta"o "e inrcia 6sse =esta"o "e inrcia relatia controla tu"o e,no caso "os in"iG"uos /u(anos, barra os instintos e a capaci"a"e para se relacionar co( =ob>etos eternosra"ual(ente, o neoeiro *ica (enos "enso e e( certos =locais co(eça (es(o a "esaparecer 6 ent$o po"e/aer *enV(enos surpreen"entes .ue a>u"a(, co(o u(a *resta no (uro "e Berli( na =poca "o 4atal +/u(or "epri(i"o "i(inui "e intensi"a"e, e a i"a se =inicia outra e, a.ui e ali, on"e /á (enos tenses 6assi( =sur'e( rearran>os u( ale($o oriental *o'e para o la"o oci"ental e tale u( ale($o oci"ental se=trans*ira para o la"o oriental e u( (o"o ou "e outro acontece( trocas, =e acaba c/e'an"o u(a poca e(.ue o /u(or "epressio po"e se "issipar =co( se'urança l'o .ue n$o po"e ocorrer e( Berli( acontece no

ee(plo /u(ano o e.uialente "o =(uro terá se (u"a"o u( pouco "e leste para oeste ou "e oeste para=leste+ /u(or "epressio e sua resoluç$o u(a =.uest$o "o arran>o "os ele(entos internos bons e (aus, a

estruturaç$o "e u(a 'uerra =É =co(o u(a (esa "e =sala "e >antar on"e u( (enino ten/a arru(a"o u(*orte e seus =sol"a"in/os=20s (eninas ten"e( a (anter os ele(entos sub>etios =— ==n$o?especG*icos =—=20 por.ue elas po"e(=pensar e( possGeis 'estaçes e bebEs +s bebEs =natural(ente contraria( a i"ia "a *alta "e i"a interior+s (eninos =ine>a( o potencial .ue as (eninas tE(=20.ui n$o se "á tanto alor @ ansie"a"e e ao conteH"o ="a ansie"a"e, (as @ estrutura "o e'o e @ econo(ia

Page 34: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 34/142

interna "o =in"iG"uo "epress$o se aproi(an"o, continuan"o ou "i(inuin"o, in"ica .ue a estrutura "o=e'o suportou u(a *ase "e crise Isso u( triun*o "a =inte'raç$o

RN=20

 A nat,ra ="a cri!

=Po"e(os er apenas "e relance o (o"o co(o sur'e( as crises e ta(b( =certos tipos "c alGio causa principal "o /u(or "epri(i"o u(a noa epenEncia "e ="estrutii"a"e e "e i"ias"estrutias .ue "esaparece( co( o a(or s =noas eperiEncias precisa( "e u(a reaaliaç$ointerna, e =essa reaaliaç$o .ue encara(os co(o "epress$o6 o .ue *ornece alGio =n$o s$o tran.Liliantes 4$o bo( o*erecer sorrisos a u( ="epri(i"o ou*icar >o'an"o a criança "epri(i"a para ci(a e para =baio, o*erecen"o "oces e apontan"o para asárores e "ien"o +l/a .ue lin"oO: Para a pessoa "epri(i"a, a =árore parece (orta e as *ol/as, para"as +u n$o /á nen/u(a *ol/a, apenas o 'al/o ene'reci"o e surra"o, e a paisa'e(=e(poeira"a ;uan"o o*erece(os sorrisos, apenas passa(os por tolos=;ue "i*erença u(a boa perse'uiç$o po"e *aer u(a a(eaça "e ='uerra, por ee(plo, ou u(aen*er(eira /ostil no /ospital psi.uiátrico, ou u( ato "e e(busteO .ui, o =*enV(eno eterno (au po"e ser usa"o e( lu'ar "a (al"a"e interna e =pro"uir alGio atras "a pro>eç$o "e tenses

internasD =o neoeiro po"e ser susta"o SA .ue "i*icil(ente al'u( iria prescreer o (al &!ale otrata(ento ="e c/o.ue se>a o (al prescrito "e (o"o "elibera"oD al'o .ue @s =ees te( utili"a"eclGnica, ain"a .ue, se pensar(os e( ter(os "o ="ile(a /u(ano, se>a u(a *or(a "e e(buste)=20 4o entanto, po"e?se a>u"ar u(a pessoa "epri(i"a a"otan"o?se o =princGpio "e tolerar a "epress$oat .ue ela acabe =espontanea(ente, e pa'an"o tributo ao *ato "e .ue apenas a =recuperaç$oespontCnea po"e ser satis*atAria para o in"iG"uo 9ertas con"içes a*eta( o "es*ec/o, =po"en"oapressá?lo ou retar"á?lo + (ais i(portante o esta"o ="a econo(ia interna Será .ue ela precáriae( .ual.uer =circunstCncia +u será .ue /á nessa econo(ia u(a resera "e ele(entos beni'nos,nas *orças =alin/a"as u(as contra as outras, na perptua neutrali"a"e ar(a"a "a =econo(iainterna

R5=20

=Surpreen"ente(ente, u(a pessoa po"e sair *ortaleci"a, (ais estáel e =(ais sábia "e u(a "epress$o, seco(parar(os seu esta"o no =inGcio "ela as (uito "epen"e "o *ato "e .ue a "epress$o se liberte "a.uilo .uese po"eria "eno(inar i(pureas: arei =a'ora u(a tentatia "e in"icar a naturea "e tais i(pureas= A! i(-,ra! "o =B,(or "-ri(i"o1 Kou colocar nesta =cate'oria to"os =os "racassos de or'ani1aç$o do e'o ==20.ue in"ica( u(a ten"Encia"o paciente para a es.uio*renia, u( tipo =(ais pri(itio "e en*er(i"a"e .ui eiste a(eaça "e="esinte'raç$o, e s$o as "e*esas psicAticas &"iis$o, =etc) .ue "e*ine( o .ua"ro clGnico, .ue inclui "iis$o,"espersonaliaç$o, senti(entos "e irreali"a"e, *alta "e contato =co( a reali"a"e interna !ale /a>a u(ele(ento es.uiAi"e "i*uso, =co(plican"o a "epress$o, "e tal (o"o .ue se po"e e(pre'ar a =epress$o"epress$o es.uiAi"e: 6la i(plica .ue u(a certa or'aniaç$o "o e'o &"epress$o) =(anti"a, apesar "a"esinte'raç$o .ue a a(eaça &cs.uiAi"e) =2 4esta se'un"a cate'oria colocarei os pacientes .ue (antE( =u(a estrutura "e e'o .ue torna possGel a"epress$o e (es(o assi( tE( =delírios =#ersecut rios; = presença "e tais "elGrios in"ica .ue o paciente ouestá usan"o *atores eternos a"ersos, ou está usan"o a (e(Aria "os =trau(as para obter alGio "o e(bate"as perse'uiçes internas, =cu>o acoberta(ento resulta e( /u(or "epri(i"o3 4esta terceira =cate'oria, *aço re*erEncia ao alGio .ue os pacientes obtE( "as tenses internas atras "a=per(iss$o .ue "$o "e se epressare( e( =termos =?i#ocondríacos; =20Po"e?se usar a presença "e "oençasso(áticasD ou, no caso "e ="elGrios persecutArios &se'un"a cate'oria), po"e?se i(a'inar ="oenças so(áticasDou po"e?se pro"ui?las atras "a ="istorç$o "e processos *isiolA'icos

RR=20

Page 35: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 35/142

N 4esta =cate'oria, coloco outro tipo "e i(purea, .ue epressa pelo ter(o =psi.uiátrico =?i#omaniaJ e( psicanálise, =de"esa =maníaca; 6iste ="epress$o, (as ela ne'a"a 9a"a "etal/e "a "epress$o &inrcia,sensaç$o "e =peso, escuri"$o, circunspecç$o, etc) suplanta"o pelo seu =oposto &iaci"a"e, leea,lu(inosi"a"e, *rioli"a"e, etc)D isso =u(a "e*esa Htil, (as o in"iG"uo pa'a por ela .uan"o ocorre oretorno "a "epress$o ineitáel, =.ue suporta"a pria"a(ente=%; = 4esta cate'oria =coloco a oscilaç$o =maníacode#ressiva; =6la le(bra "e certa =*or(a as (u"anças"a "epress$o para a "e*esa (anGaca, (as na =er"a"e (uito "i*erente por causa "e u(a certa caracterGstica,a ="issociaç$o, relatia aos "ois esta"os 4a oscilaç$o =(anGaco?"epressia, o paciente está tanto "epri(i"o

 por controlar =u(a tens$o interna .uanto (aniacAi"eY &n$o (anGaco), por ter si"o possuG"o e atia"o poral'u( aspecto "a =situaç$o interna tensa = 3m cada =oscilaç$o de ?umor o #aciente n$o está em contato

com a =condiç$o relativa N oscilaç$o contrária;

2; =.ui encaio o =e6a'ero das ="ronteiras de e'o =20pertencente ao (e"o "a irrupç$o "e (ecanis(oses.uiAi"es "e ="iis$o, + resulta"o clGnico u(a *ero or'aniaç$o "a =personali"a"e nu( pa"r$o"epressio Isso po"e persistir se( =alteraçes por u( perGo"o lon'o e=20acabar se incorporan"o @

 personali"a"e "o paciente

=7. = 4a =melancolia e no =mau ?umor =/á u(a =espcie "e retorno "o repri(i"o: es(o .ue to"o oA"io e to"a a "estruiç$o este>a( sob controle, o esta"o clGnico =pro"ui"o por tal controle insuportáel paraos .ue entra( e( =contato co( o paciente + =?umor anti?social e ="estrutio, ain"a .ue o A"io "o

 paciente n$o este>a presente = 4$o possGel "esenoler esses te(as a.ui e a'ora + =.ue "ee ser en*atia"o a *orça "o e'o e a(aturi"a"e pessoal .ue se (ani*esta na purea: "o =/u(or "epressio =20

=67

= S,(%rio = "epress$o pertence @ psicopatolo'ia Po"e ser seera e incapacitante, e ="urar a i"a inteira, (as, nosin"iG"uos relatia(ente sau"áeis, ='eral(ente u( esta"o "e /u(or passa'eiro 4o *inal, a "epress$o,=*enV(eno co(u( e .uase uniersal, se relaciona co( o luto, co( a capaci"a"e ="e sentir culpa e co( o

 processo "e (aturaç$o "epress$o =se(pre i(plica *orça "o e'oD assi(, ten"e a su(ir e a pessoa="epri(i"a ten"e a se recuperar para a saH"e (ental

R8=20

==p1===20=20

=====20

=20

=== Agr!!?o =c,)-a r-ara?o Palestra #ro"erida =na Pro'ressive Lea'ue( > de maio de -&2. ==20

ostaria "e =usar (in/a eperiEncia "e psicanalista para "escreer u( te(a .ue se =repete notrabal/o analGtico e se(pre se reeste "a (aior =i(portCncia i respeito a u(a "as raGes "aatii"a"e construtia i respeito @ relaç$o entre =construç$o e "estruiç$o Po"e ser .ue ocEs lo'o

=recon/eça( o te(aele *oi "esenoli"o principal(ente por =elanie lein, .ue reuniu suas i"ias sobre o assunto sobo tGtulo posiç$o "epressia no ="esenoli(ento e(ocional: Se u( no(e a"e.ua"o ou n$o, =outro proble(a + principal .ue a teoria psicanalGtica eolui o te(po to"o, e *oi lein .ue( seinteressou pela ="estrutii"a"e .ue resi"e na naturea /u(ana e co(eçou a *aer co( =.ue elaa".uirisse u( senti"o e( ter(os psicanalGticos oi u( =pro'resso i(portante, .ue ocorreu na"ca"a se'uinte=20@ Pri(eira uerra un"ial uitos "e nAs senti(os .ue nosso =trabal/o n$o po"eria ter si"o *eito se( esse i(portante acrsci(o =@s a*ir(açes "o prAprio reu" a respeito "o"esenoli(ento e(ocional "o ser /u(ano + =trabal/o "e eianie lein a(pliou o "e reu", se(

Page 36: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 36/142

alterar o (o"o "e o =analista trabal/arPo"er?se?ia pensar .ue o assunto pertence ao =ensino "a tcnica psicanalGtica 9aso eu este>aaalian"o correta(ente asituaç$o, =ocEs n$o se i(portaria( co( tal *ato cre"ito, =no=20

=R%=20

entanto, .ue o =te(a se>a "e i(portCncia ital para to"as as pessoas .ue pensa(, =especial(ente por.ue enri.uece nosso enten"i(ento a respeito "o =si'ni*ica"o "o ter(o senti(ento "e culpa:, por >untar senti(ento "e culpa e "estrutii"a"e @ atii"a"e =construtia!u"o soa (uito si(ples e Abio parece( i"ias ="e "estruir u( ob>eto, e sur'e u( senti(ento "eculpa, resultan"o =ent$o nu( trabal/o construtio 4o entanto, o .ue a(os encontrar na prática (uito (ais co(plica"o, e =i(portante, ao se tentar u(a "escriç$o abran'ente, le(brar "o *ato="e .ue constitui u(a a.uisiç$o no "esenoli(ento e(ocional "e u( =in"iG"uo o (o(ento e(.ue essa se.LEncia si(ples co(eça a *aer =senti"o, ou torna?se u( *ato, ou passa a sersi'ni*icatia

=É =tGpico "os psicanalistas o *ato "e, .uan"o tenta( en*rentar u( assunto =sub>etio co(o esse, pensar se(pre e( ter(os "o =indivíduo )ue =se desenvolve; Isso si'ni*ica =retornar a pocas (uitore(otas e tentar "eter(inar o ponto "e =ori'e( 9o( certea, seria possGel pensar na pri(eiraini*incia co(o =u( esta"o e( .ue o in"iG"uo n$o capa "e se sentir culpa"o Po"e?se a*ir(arent$o .ue, nu(a "ata =posterior, sabe(os .ue &caso /a>a saH"e) a pessoa po"e sentir culpa, =outale eperi(entá?la se( .ue /a>a re'istro na consciEncia =6ntre esses "ois (o(entos eiste u( perGo"o e( .ue a capaci"a"e para o senti(ento "e culpa está e( processo ="e estabeleci(ento, e a esse perGo"o .ue o presente estu"o "i =respeito 4$o necessário *ornecer i"a"es e "atas, (as =eu "iria .ue @s ees os pais po"e( "etectar os pri(Ar"ios "e u( senti(ento "e =culpa e( seus *il/os .ue ain"a n$o co(pletara( u( ano "ei"a"e, =apesar "e .ue nin'u( pensaria .ue u(a tcnica "e plena =aceitaç$o "e responsabili"a"e por i(pulsos "estrutios po"eria se instalar "e =(o"o *ir(e antes .ue a criança co(plete cincoanos 7i"an"o co( esse ="esenoli(ento, "escobri(os .ue a .uest$o enole a in**incia co(o=u( to"o, particular(ente a a"olescEncia 6, se *ala(os e( a"olescEncia, esta(os *alan"o e(

a"ultos, pois =nen/u( a"ulto a"ulto o te(po to"o Isso

<0=20

ocorre por.ue =as pessoas n$o tE( eata(ente sua i"a"eD e( al'u(a (e"i"a, elas =tE( to"as as i"a"es, ounen/u(ae passa'e(, 'ostaria "e =acrescentar .ue (e parece relatia(ente *ácil c/e'ar @ "estrutii"a"e .ue eistee( nAs .uan"o ela está =li'a"a @ raia perante a *rustraç$o ou o A"io e( =relaç$o a al'o .ue "esaproa(os,ou .uan"o u(a reaç$o =*rente ao (e"o "i*icul"a"e ca"a in"iG"uo assu(ir plena responsabili"a"e pela"estrutii"a"e, .ue pessoal =e inerente a u(a relaç$o co( u( ob>eto senti"o co(o bo( =— ==20e( outras

 palaras, .ue está relaciona"o ao a(or palara .ue =sur'e a.ui inte'raç$o:, pois, se se concebe u(a pessoa =total(ente inte'ra"a, ent$o tal

 pessoa assu(e plena responsabili"a"e =por todos =os senti(entos e =i"ias .ue pertence( ao estar io:6( contraposiç$o, =ocorre u( *racasso "e inte'raç$o .uan"o precisa(os encontrar *ora "e nAs as coisas .ue"esaproa(os =Pa'a?se u( preço por isso =— ==20a per"a "a "estrutii"a"e .ue na er"a"e nos pertence6stou =*alan"o, portanto, "e al'o .ue te( .ue ocorrer e( to"o e .ual.uer =in"iG"uo =—o "esenoli(ento "a=capaci"a"e "e assu(ir responsabili"a"e pela totali"a"e "os senti(entos e ="as i"ias "esse in"iG"uo,estan"o a palara saH"e: inti(a? (ente relaciona"a ao 'rau "e inte'raç$o .ue torna essa =ocorrEncia

 possGel Q(a coisa po"e ser "ita a respeito "a pessoa =sau"áel ela n$o precisa *icar usan"o o te(po to"o atcnica ="a pro>eç$o para li"ar co( seus i(pulsos e pensa(entos "estrutiosKocEs =co(preen"er$o .ue estou passan"o por ci(a "os está'ios (ais =precoces, a.uilo .ue se po"e c/a(ar"e aspectos pri(itios "o ="esenoli(ento e(ocional Será .ue "eo acrescentar .ue n$o estou (e

Page 37: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 37/142

re*erin"o @s pri(eiras se(anas ou (eses Q( colapso na =área "o "esenoli(ento e(ocional básicocon"u @ "oença "os =/ospitais psi.uiátricos, ou se>a, @ es.uio*renia, .ue n$o te(a "esta palestra .ui,supon/o .ue e( ca"a caso os pais *ornecera( =a prois$o essencial .ue capacitou a criança a iniciar u(a=eistEncia in"ii"ual + .ue estou ==20

=71=20

tentan"o "ier =ta(b( po"eria ser aplica"o aos cui"a"os "ispensa"os a u(a criança =nor(al "urante u(certo está'io "o "esenoli(ento, ou a u(a *ase no =trata(ento "e u(a criança ou u( a"ulto, pois e(

 psicoterapia na"a "e noo real(ente acontece + =(el/or .ue po"e ocorrer "urante o trata(ento .ue seco(plete, e( =al'u(a (e"i"a, al'o .ue n$o /aia si"o co(pleta"o no "esenoli(ento ="o in"iG"uo=20Kou "ar al'uns ee(plos "e trata(entos analGticos anterei "eles =apenas os "etal/es releantes para ai"ia .ue estou tentan"o =apresentar =20

Caso 1 ==20

==ustri'/t=Q( ee(plo e( "a =análise "e al'u( .ue ta(b( psicoterapeuta 6le iniciou a sess$ocontan"o?(e .ue iu u( "e seus =pacientes e( aç$o, ou se>a, saiu "o papel "e terapeuta &.ue li"a =co( o

 paciente no consultArio) e iu seu paciente trabal/an"o + =trabal/o ei'ia (oi(entos (uito rápi"os e era(uito especialia"o, e o paciente estaa se "ese(pen/an"o =(uito be( nessa tare*a peculiar, e( .ueutiliaa (oi(entos rápi"os, =os .uais, no /orário terapEutico, n$o tin/a( o (enor senti"o e =*aia(?no(oi(entar?se no "i$ co(o se ele estiesse possuG"o eu paciente &o terapeuta "esse =/o(e() estaa e("Hi"a sobre o .ue /aia *eito, se /aia si"o bo( ou =n$o,=20ain"a .ue sentisse .ue proael(ente *ora u(a

 boa coisa ter isto seu =paciente trabal/an"o eu paciente *e ent$o u(a re*erEncia @s =suas prApriasatii"a"es nos *eria"os "a Páscoa Possui u(a casa "e ca(po e aprecia (uito o trabal/o *isico e to"o =tipo "eatii"a"e "e construç$o, al( "e 'ostar "e en'en/ocas, =as .uais ele real(ente utilia 6le continuou ent$o"escreen"o sua =i"a "o(stica 4$o preciso trans(itir tu"o isso a ocEs e( seu colori"o e(ocional, (as=si(ples(ente ou "ier .ue ele oltou a u( te(a .ue te( si"o i(portante =e( sua análise recente, na .ualários tipos "e *erra(entas assu(e( papel "e "esta.ue 6( seu ca(in/o para =a sess$o, 'eral(ente *icaal'u( te(po para"o e( *rente @ itrine ="e u(a lo>a perto "a (in/a casa, ol/an"o para u(a *er?

<2 =20

=====20ra(enta (otoria"a .ue te( "entes esplEn"i"os 6sta a (aneira =.ue (eu paciente te( "e seaproi(ar "e sua a'ress$o oral, o i(pulso =a(oroso pri(itio e( to"a a sua cruel"a"e e "estrutii"a"e=Po"erGa(os c/a(á?la "e co(er: ten"Encia e( seu trata(ento aproi(ar?se "essa cruel"a"e e, co(o

 be( =se po"e i(a'inar, a resistEncia para se c/e'ar a ela tre(en"a &Por acaso, esse /o(e( con/ece ateoria, e seria capa "e =*aer u( relato be(?*eito "e to"os esses processos "e (o"o intelectual, =(as elee( para u(a análise "e pAs?'ra"uaç$o por precisar entrar real(ente e( contato co( seus i(pulsos

 pri(itios, =co(o u(a .uest$o n$o "a (ente, (as "a eperiEncia instintual e ="o senti(ento corporal) Já(uito (ais no conteH"o "essa =sess$o, inclusie a "iscuss$o "a .uest$o po"e al'u( co(er o prAprio bolo econtinuar a =possuG?lo;uero etrair u( Hnico aspecto "isso o *ato "e =.ue, .uan"o esse noo (aterial aparecer, relaciona"o aoa(or pri(itio e =@ "estruiç$o "o ob>eto, ent$o 4á =?ouve al'u(a =re*erEncia ao trabal/o construtio

;uan"o *i a interpretaç$o =.ue o paciente buscaa, "e ele (e "estruir &co(en"o:), pu"e le(brá?lo "o .ueele (es(o /aia "ito a respeito ="a construç$o Pu"e le(brá?lo "e .ue, "o (es(o (o"o co(o ele =ira seu paciente e( aç$o, e a aç$o "eu senti"o a (oi(entos ="esa> cita"os, eu ta(b( po"ia E?lo trabal/an"o e(seu >ar"i(, usan"o "ispositios para (el/orar sua =proprie"a"e 6le po"ia cortar pare"es e árores, eapreciaa isso =(uitGssi(o, (as se isso iesse separa"o "o ob>etio construtio seria =u( episA"io (anGacose( senti"o 6sta=20 u(a caracterGstica .ue aparece re'ular(ente e( nosso trabal/o, e = o te(a "e (in/a

 palestra "esta noite!ale se>a er"a"e .ue =os seres /u(anos n$o po"e( tolerar o ob>etio "estrutio e( seu a(or =(ais

 pri(itio i"ia po"e ser tolera"a, no entanto, se o in"iG"uo .ue "ela se aproi(a =te( ei"Encia "e u(

Page 38: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 38/142

ob>etio construtio = >á =@ ($o, "o .ual ele ou ela po"e( ser le(bra"os6stou (e le(bran"o =a'ora "o trata(ento "e u(a (ul/er 7o'o no inGcio co(eti u( erro .ue =.uasecolocou tu"o a per?=

=73=20

"er =Interpretei eata(ente isso, seu sa"is(o oral, o i(pie"oso en'olir "o =ob>eto pertencente ao a(or pri(itio 6u tin/a ei"Encias su*icientes nesse senti"o e real(ente estaa certo, (as a =interpretaç$o *oi"a"a "e anos antes "o te(po pren"i (in/a =liç$o 4o lon'o trata(ento .ue se se'uiu, a paciente sereor'aniou e =tornou?se u(a pessoa real e inte'ra"a, .ue po"ia aceitar a er"a"e sobre =seus i(pulsos

 pri(itios cabou *ican"o prepara"a para essa =interpretaç$o "epois "e "e ou "oe anos "e análise "iária

=Caso 2 =Q( /o(e( =entrou e( (in/a sala e iu u( 'raa"or .ue eu /aia alu'a"o Isso ="eu?l/e i"ias, .ue elerelatou, ao "eitar? se e or'aniar?se para o trabal/o "a =/ora analGtica ostaria "e pensar .ue, .uan"o eutier ter(ina"o =o trata(ento, a.uilo .ue aconteceu co(i'o a.ui será alioso para o =(un"o "e al'u(a*or(a: !o(ei nota (ental(ente "o *ato "e .ue essa obseraç$o = #oderia =in"icar .ue o =paciente estaa

 prAi(o "e u( "esses ata.ues "e "estrutii"a"e co( os .uais eu tie "e =li"ar (uitas ees "es"e .ue seutrata(ento se iniciara, "ois anos =antes ntes "o *inal "o /orário, o paciente /aia alcança"o real(ente u(anoa *or(a "e se relacionar co( sua ine>a e( =relaç$o a (i( pelo *ato "e eu estar sen"o bo(, e( al'u(a

(e"i"a, co(o analista 6le tee o i(pulso "e (e a'ra"ecer por eu ter si"o bo(, =e por ter si"o capa "e *aer o .ue ele precisaa .ue eu *iesse Uá =/aGa(os passa"o por isso anterior(ente, (as a'ora, (ais "o .ue e(=outras ocasies, ele estaa e( contato co( seus senti(entos "estrutios e( =relaç$o ao .ue po"eria serc/a(a"o "e ob>eto bo( ;uan"o tu"o isso =estaa be( estabeleci"o, le(brei?o "e sua esperança, epressa.uan"o c/e'ara e ira o 'raa"or, ou se>a, "e seu trata(ento =ser, por si sA, "e alor, al'o .ue po"eria

contribuir para o =es*orço e( prol "as necessi"a"es /u(anas =(É claro .ue n$o era =necessário =le(brá?lo"isso, =pois o .ue i(porta o .ue /aia ocorri"o, e n$o a "iscuss$o sobre o .ue /aia =ocorri"o)

<N=20

;uan"o li'uei =as "uas coisas, ele "isse .ue se sentia be( co( isso, (as .ue seria =terrGel caso eu tiesseinterpreta"o co( base apenas na pri(eira =obseraç$o, .uer "ier, se eu tiesse to(a"o o seu "ese>o co(oin"icaç$o "e =.ue ele .ueria (e "estruir, + paciente tee .ue alcançar pri(eiro o =i(pulso "estrutio, e tee

"e *aE?lo e( seu prAprio rit(o se'un"o =sua prApria (aneira 4$o /á "Hi"a "e .ue *oi sua capaci"a"e "eter a i"ia "e .ue /aeria, e( =Hlti(a análise, u(a contribuiç$o, .ue tornou possGel .ue =ele entrasse e(contato (ais Gnti(o co( sua "estrutii"a"e, SA .ue =o es*orço construtio *also e "esproi"o "esi'ni*ica"o, a (enos .ue, co(o ele "isse, *osse =prece"i"o "e u(a aproi(aç$o e( relaç$o @ ="estruiç$o6sse /o(e( sentia .ue at ent$o n$o /aia u( =*un"a(ento a"e.ua"o e( seu trabal/oD real(ente &co(o ele(es(o (e le(brou), essa tin/a si"o a ra$o para .ue =iniciasse o trata(ento propAsito ele se"ese(pen/aa be( no =trabal/o, (as, se(pre .ue se aproi(aa "o sucesso, /aia ta(b( u( senti"o "e*utili"a"e e *alsi"a"e, e u(a necessi"a"e "e proar sua =inutili"a"e 6sse in/a sen"o seu pa"r$o "e i"a

=Caso 3 =Q(a cole'a está =contan"o o caso "e u( paciente "o seo (asculino + /o(e( apresenta u( =(aterial .ue

 po"e ser a"e.ua"a(ente interpreta"o co(o sen"o u(a =situaç$o e( .ue a analista rouba"a 6le "e *ato "i@ analista, apAs sentir u( (o(ento "e bo( trabal/o =analGtico c/o .ue ten/o A"io "e ocE por causa "oseu =insi'?t( .ue eata(ente o =.ue eu necessito e( ocED ten/o o i(pulso "e roubar tu"o a.uilo .ue

="entro "e ocE l/e possibilita *aer este trabal/o: +corre .ue, >usta(ente antes "isto, ele *alara &"e passa'e() .ue seria =bo( 'an/ar (ais "in/eiro e aG po"er pa'ar /onorários (ais altos =KocEs po"e( er a(es(a coisa neste caso alcança?se e usa?se u(a =plata*or(a "e 'enerosi"a"e, "e tal *or(a .ue, e a partir"ela, te(?se u( relance "a ine>a, "o roubo e "a ="estrutii"a"e "o ob>eto bo( .ue sub>a @ 'enerosi"a"e e.ue pertence =ao a(or pri(itio

<5=20

Page 39: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 39/142

Caso 4 =

+ prAi(o =ecerto pro( "e u(a lon'a "escriç$o relatia a u(a =a"olescente .ue está se tratan"o co(u(a pessoa .ue cui"a "ela e( sua prApria casa, >unto co( =seus prAprios *il/os 6sse tipo "e arran>oapresenta anta'ens e ="esanta'ens 'arota /aia *ica"o (uito "oente e, @ poca "o inci"ente, estaa e(er'in"o "e u( prolon'a"o perGo"o=re'ressio, .uan"o ent$o tornara?se "epen"ente e in*antilia"a =ee?se acrescentar .ue no (o(ento a

(enina n$o estaa re're"i"a e( =relaç$o ao lar e @ *a(Glia, (as ain"a nu( esta"o (uito especial na áreali(ita"a "as =sesses "e terapia, .ue acontecia( e( /ora (arca"a, @ noitin/a =6( certo (o(ento, a 'arota epressou u( A"io pro*un"o e( =relaç$o @ sra Z &.ue cui"aa "ela e *aia seutrata(ento) !u"o ia be( "urante o =resto "o "ia, (as "urante o trata(ento a sra Z era "estruG"a =repeti"a e

 pro*un"a(ente =É "i*icil epri(ir o ='rau "e A"io .ue a (enina sentia pela sra Z e, na reali"a"e, a=ani.uilaç$o .ue pro(oia e( relaç$o a ela 4$o era u( caso "e a terapeuta sair para er a pacientetrabal/an"o, pois =a sra Z tin/a a 'arota sob seus cui"a"os e( te(po inte'ral e /aia "uas =relaçessepara"as se "esenolen"o entre essas "uas pessoas, si(ultanea(ente =urante o "ia, acontecia "e tu"o a'arota co(eçou a .uerer a>u"ar a =li(par a casa, a lustrar os (Aeis, a ser Htil 6ssa a>u"a era =absoluta(entenoa e nunca /aia si"o u(a caracterGstica "o pa"r$o pessoal "a 'arota e( casa, (es(o =antes "e elaapresentar en*er(i"a"e a'u"a6u po"eria pensar .ue ="ee /aer al'uns a"olescentes .ue ta(b( *ae( (uito pouco para =a>u"ar e(casa ela n$o a>u"aa ne( (es(o a laar os pratos Portanto, os atos prestatios =era( (es(o u(a 'ran"e

noi"a"e e ocorrera( silenciosa(ente &por assi( ="ier), >unto co( a pro*un"a "estrutii"a"e .ue a (eninaco(eçou a "escobrir e( seus aspectos a(orosos pri(itios, alcança"os na =relaç$o co( a terapeuta "uranteas sessesKocEs =Ee( .ue a i"ia se repete + .ue tornou possGel a atitu"e construtia "iurna *oi, natural(ente, o *ato"e a paciente

<R=20

estar se =tornan"o consciente "a "estrutii"a"e as .uero .ue ocEs e>a( o =inerso as eperiEncias construtias ecriatias estaa( to(an"o =possGel .ue a criança eperienciasse sua "estrutii"a"eKocEs po"er$o obserar =u( corolário o paciente precisa "e u(a oportuni"a"e para contribuir, =e a.ui .ue o assunto seli'a @ i"a co(u( +portuni"a"e para a =atii"a"e criatia, para o >o'o i(a'inatio, para o trabal/o construtio =— =

 >usta(ente isso o .ue procura(os *ornecer para to"as as pessoas =Koltarei a esse ponto (ais a"ianteostaria "e tentar or'aniar =as i"ias .ue apresentei at a'ora sob a *or(a "e (aterial =clGnico

=206sta(os li"an"o co( u( aspecto "o senti(ento "e culpa .ue pro( "a =tolerCncia aos i(pulsos "estrutios "o a(or  pri(itio =tolerCncia aos i(pulsos "estrutios resulta nu(a coisa noa a =capaci"a"e "e ter praer e( i"ias, (es(o.ue se>a( i"ias "estrutias, e as ecitaçes corporais a elas =correspon"entes, ou @s .uais elas correspon"e( !al"esenoli(ento ="á espaço para a eperiEncia "a preocupaç$o, .ue e( =Hlti(a análise a base "e tu"o a.uilo .ue *orconstrutioKocEs perceber$o =.ue ários pares "e palaras po"e( ser usa"os, "e acor"o co( o =está'io "e "esenoli(entoe(ocional .ue está sen"o "escrito =ni.uilaç$ocriaç$o=20estruiç$orecriaç$o["ioa(or re*orça"o=Ser cruelser ternoSu>an"oli(pan"o=ani*ican"o ==20reparan"oe assi( por "iantePer(ita(?(e *or(ular (in/a =tese nos se'uintes ter(osse .uisere(, po"e( obserar a (aneira =co(o u(a pessoa repara, e "ier, co( ar "e espertea /, isso =si'ni*ica"estruiç$o

<<=20

=inconsciente: as o (un"o n$o ai (el/orar (uito caso ocEs =a>a( assi( Por outro la"o, po"e ser .ueocEs perceba(, na =reparaç$o "e al'u(, .ue essa pessoa está construin"o u(a *orça pessoal .ue possibilitaa tolerCncia "a ="estrutii"a"e pertencente @ sua naturea Ka(os "ier .ue ocEs ="e al'u( (o"ointerro(pa( a reparaç$o, e ent$o essa pessoa se torna incapa, e( al'u(a (e"i"a, "e assu(ir a

Page 40: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 40/142

=responsabili"a"e por seus i(pulsos "estrutios, e o resulta"o clGnico =será a "epress$o ou ent$o u(a busca"e alGio atras "a ="escoberta "a "estrutii"a"e e( outro lu'ar — =ou se>a, atras ="o (ecanis(o "e

 pro>eç$oPara ter(inar esta rápi"a =eposiç$o "e u( assunto t$o asto, per(ita(?(e *aer u(a lista "e al'u(asaplicaçes, no ="ia?a?"ia, "o trabal/o .ue sub>a ao .ue eu "isse1 e al'u(a =(aneira, a oportuni"a"e para contribuir nos a>u"a a aceitar a ="estrutii"a"e — =.ue básica,

=*a parte "e nAs (es(os e pertence ao a(or =-=.ue o co(er ==202 Propiciar a oportuni"a"e e estar perceptio .uan"o as pessoas reela( =(o(entos construtios ne(

se(pre *unciona, e po"e(os er por .ue isso ="eeria acontecer "essa (aneira3 a(os oportuni"a"e para .ue =al'u( contribua, e po"e(os c/e'ar a trEs resulta"osa) 6ra >usta(ente isso o .ue era necessário =

 b) oportuni"a"e utilia"a "e (o"o *also, e eentual? (ente =as atii"a"es construtias torna(?seausentes, pois s$o senti"as co(o =*alsas=20c) oportuni"a"e o*ereci"a a al'u( .ue incapa "e se aproi(ar ="a "estrutii"a"e pessoal senti"aco(o u(a reproaç$o, e o =resulta"o clGnico "esastrosoN Po"e(os utiliar as =i"ias .ue "iscuti para 'oar "e u( enten"i(ento intelectual a respeito "o =(o"oco(o *unciona o senti(ento "e culpa, estan"o no ponto e( .ue a ="estrutii"a"e se trans*or(a e(construtii"a"e &ee?se assinalar .ue =o senti(ento "e culpa ao .ual (e re*iro 'eral(ente silencioso,

n$o? consciente =É =u( senti(ento "e =culpa potencial, anula"o pelas

<8=20

atii"a"es =construtias, + senti(ento clGnico "e culpa, .ue se constitui co(o u( =obstáculoconsciente, outra .uest$o)=5. partir "aG, =alcança(os al'u( enten"i(ento sobre a "estrutii"a"e co(pulsia .ue =po"eaparecer e( .ual.uer lu'ar, (as .ue u( proble(a especial na =a"olescEncia e u(a caracterGsticaco(u( "a ten"Encia anti?social in"a .ue a "estrutii"a"e se>a =co(pulsia, (ais /onesta "o.ue a construtii"a"e n$o =alicerça"a no senti(ento "e culpa, .ue sur'e "a aceitaç$o "os i(pulsos"estrutios "iri'i"os ao ob>eto senti"o co(o bo(=R 6ssas .uestes se relaciona( @s coisas tre(en"a(ente =i(portantes .ue est$o se "esenrolan"o"e (o"o u( tanto obscuro .uan"o =os pais est$o proporcionan"o u( bo( co(eço "e i"a a seu

 bebE=7. =inal(ente, =c/e'a(os @ *ascinante .uest$o *ilosA*ica po"e al'u( =co(er seu prAprio bolo e continuar a possuG?lo ==20

=79=20

==p1===20=20

=====20

=20

=== A =")in*ncia co(o !ina " !-rana =20

 Palestra =#ro"erida na 5orstal Assistant overnors Fon"erence( no Qin' =Al"reds Foile'e( inc?ester(

aril de -&20 ==20

in"a .ue o =tGtulo "e (in/a palestra ten/a si"o incluG"o no pro'ra(a co(o = "elin.LEnciaco(o sinal "e esperança:, eu pre*eriria =*alar a respeito "a ten"Encia anti?social: ra$o .ueesse ter(o po"e ser aplica"o a ten"Encias =.ue aparece( na etre(i"a"e nor(al "a escala, "e ee( .uan"o e( nossos =prAprios *il/os ou e( crianças .ue ie( e( bons lares, e =a.ui .ue se

Page 41: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 41/142

 po"e er (el/or a cone$o .ue creio eistir entre a ten"Encia e a esperança ;uan"o o =(enino oua (enina *icara( e(pe"erni"os pela *alta "e co(unicaç$o, =o ato anti?social n$o sen"o al'o e(.ue se recon/eça u( S+S, ou =.uan"o 'an/os secun"ários tornara(?se i(portantes, e = >á =sealcançou ='ran"e perGcia e( al'u(a atii"a"e anti?social, ent$o *ica (ais "i*icil ain"a ener'ar&apesar "e ain"a estar lá) o =S+S, .ue u( sinal "e esperança no (enino ou na (enina =anti?sociais

se'un"a coisa .ue .uero "eiar clara .ue sei =.ue n$o posso *aer o trabal/o "e ocEs 6(*unç$o "e (eu te(pera(ento, n$o siro para *aE?loD "e =.ual.uer (aneira, n$o sou ne( 'ran"ene( alto o su*iciente !en/o =certas /abili"a"es e u( certo tipo "e eperiEncia, e al'o a ser=eri*ica"o se eiste ou n$o al'u( ca(in/o entre as coisas .ue sei e o trabal/o .ue ocEs="esenole( Po"e acontecer .ue na"a "o .ue eu "i'a á ter e*eito =sobre o .ue ocEs $o *aer.uan"o oltare( ao =traba?=20

=>-=20

l/o 4o =entanto, po"e /aer al'u( e*eito "e tipo =indireto( = pois, @s ees, po"e l/es parecer u( insulto @naturea /u(ana .ue a (aioria ="os rapaes e "as (oças co( .ue( ocEs li"a( ten"a( a tornar?se u(=incV(o"o KocEs tenta( relacionar a "elin.LEncia .ue tE( =@ sua *rente co( assuntos 'erais, tais co(o a

(isria, /abitaçes pobres, lares ro(pi"os, ="elin.LEncia parental, e u( colapso "a prois$o social=ostaria "e sentir .ue, co(o resulta"o "a.uilo .ue ten/o a "ier, =ocEs ser$o capaes "e er "e (o"o u( pouco (ais claro .ue, =em todos os casos =)ue a#arecem em seu camin?o( ?ouve um começo( =e no co(eço=/aia u(a "oença, e o (enino ou a (enina tornou?se =uma criança =carente; =206( outras palaras, eisteu( senti"o na.uilo .ue ocorreu nu( ="eter(ina"o (o(ento, ain"a .ue, @ poca e( .ue ca"a pessoa aparece=para ser cui"a"a, esse senti"o 'eral(ente se ten/a per"i"o=20+ terceiro ponto .ue eu 'ostaria "e esclarecer "i respeito ao *ato "e =.ue sou psicanalista 4$o estouapre'oan"o .ue a psicanálise te( =u(a contribuiç$o "ireta a o*erecer ao trabal/o "e ocEs Se =tier, al'orecente, e eu (es(o trabal/o na tentatia "e *or(ular u(a teoria =.ue se>a aliosa por ser er"a"eira, e atcerto ponto "erie "o =enten"i(ento obti"o atras "a psicanálise

 4esse (o(ento, =c/e'o @ (in/a tese principal, .ue, na er"a"e, n$o "e (o"o al'u( =co(plea e acor"oco( (eu ponto "e ista, .ue se baseia na =eperiEncia &e(bora se>a u(a eperiEncia, a"(ito aberta(ente,co( =crianças (enores, .ue est$o prAi(as "a ori'e( "e seus proble(as, e n$o proE( "as piores

=con"içes sociais), a =tend+ncia =antisocial está inerentemente li'ada N #rivaç$o; 6( outras palaras,=u( *racasso especG*ico (ais i(portante "o .ue u( *racasso social ='eral Para a criança .ue o ob>eto "enosso estu"o, po"e?se ="ier .ue as coisas iam em( mas( de =re#ente( começaram a n$o ir t$o em assim;

=+corre u(a =(o"i*icaç$o .ue altera a i"a inteira "a criança, e essa (o"i*icaç$o a(biental acontece

.uan"o a criança = >á =te( i"a"e =su*iciente para enten"er as coisas 4$o .ue

82=20

a criança =pu"esse ir a.ui e *aer u(a con*erEncia sobre si (es(a, (as, caso se =l/e o*ereça( con"içes

 propGcias, ela capa "e =repro"uir o .ue aconteceu pelo *ato "e, @ poca "o ocorri"o, =>á ser="esenoli"a o su*iciente para se conscientiar "o eento 6( outras =palaras, e( con"içes especiais "e

 psicoterapia, a criança capa "e se le(brar, e( ter(os "o =(aterial pro"ui"o, no brincar, nos son/os ou no*alar, "as =caracterGsticas essenciais "a priaç$o ori'inal ostaria "e =co(parar essa situaç$o co( "istHrbios

a(bientais ocorri"os nu( está'io (ais pri(itio "o ="esenoli(ento e(ocional Q( bebE pria"o "eoi'Enio n$o sai =por aG esperan"o conencer al'u( "e .ue, se tiesse /ai"o =oi'Enio su*iciente, estariatu"o be( Perturbaçes a(bientais .ue "istorce( o "esenoli(ento e(ocional "e u( =bebE n$o pro"ue(ten"Encias anti?sociaisD pro"ue( ="istorçes "a personali"a"e .ue re"un"a( e( psicoses, .ue a lea( ="eu( /ospital (ental a outro, ou ent$o sua i"a ai se'uin"o co( al'u(as "istorçes a.ui e ali, no =teste "ereali"a"e, e assi( por "iante, tale "o tipo "e ="istorç$o .ue social(ente aceito ten"Encia anti?social=n$o se relaciona co( u(a carEncia, (as si( co( u(a priaç$o caracterGstica "a =ten"Encia anti?social o i(pulso .ue "á ao (enino ou @ =(enina para .ue olte( a u((o(ento anterior @ con"iç$o ou =(o(ento "e priaç$o Q(a criança .ue ten/a si"o sub(eti"a a tal priaç$o

Page 42: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 42/142

so*reu inicial(ente u(a =ansie"a"e i(pensáel, e ent$o reor'aniou?se 'ra"ual(ente, at =atin'ir u( esta"oraoael(ente neutro *ica concor"an"o co( tu"o, pelo =*ato "e .ue u(a criança n$o po"e *aer na"a (aisal( "e concor"ar !al esta"o po"e ser =raoael(ente satis*atArio, "o ponto "e ista "as pessoas .ue "iri'e(=o local 6nt$o, por u(a ra$o ou por outra, co(eça a sur'ir a =esperançaD isso si'ni*ica .ue a criança, se(ter a (enor consciEncia "o .ue está ocorren"o, co(eça a =sentir u( i(pulso "e oltar para antes "o (o(ento"a priaç$o, e =assi( "es*aer o (e"o "a =ansiedade =im#ensável ou da con"us$o )ue e6istiam antes )ue se

or'ani1asse o estado =neutro; M =eata(ente esse o =aspecto en'a?=20=>!=20

noso .ue =pessoas .ue cui"a( "e crianças anti?sociais precisa( con/ecer, se =.uisere( er senti"o no .ueestá se passan"o e( torno "elas !o"a e =.ue as con"içes *ornece( u( certo 'rau "e noas esperanças,=ent$o a =tend+ncia antisocial trans"orma se numa característica =clínicaG a criança tornase d-/ícil;

 4esse ponto, =necessário er .ue esta(os *alan"o "e "ois aspectos "a ten"Encia =anti?social ostaria "erelacionar u( "esses aspectos @ =interaç$o "a criança pe.uena co( a ($eD e o outro co( o "esenoli(ento

 posterior, .ue constitui a =interaç$o "a criança co( o pai + pri(eiro se re*ere a to"a =criança, e o se'un"o sere*ere aos (eninos + pri(eiro te( a er co( =o se'uinte *ato e( sua a"aptaç$o @s necessi"a"es "a criança,a ($e capacita o *il/o a encontrar =ob>etos "e (o"o criatio 6la o inicia no uso criatio "o (un"o ;uan"o=isso *al/a, a criança per"e contato co( os ob>etos, per"e a capaci"a"e "e encontrar .ual.uer =coisa

criatia(ente 4o (o(ento "e esperança, a criança alcança =u( ob>eto =—e o rouba =É =u( atoco(pulsio e =a criança n$o sabe por .ue a'e assi( uitas ees, a criança se sente louca por =ter ti"o u(aco(puls$o "e *aer al'o se( saber por .uE =4atural(ente, a caneta?tinteiro rouba"a "a WoolXort/#s n$o=satis*aD n$o o ob>eto .ue estaa sen"o procura"oD "e .ual.uer (o"o, a criança =está procuran"o acapaci"a"e "e encontrar, e n$o buscan"o u( =ob>eto 4o entanto, po"e /aer al'u(a satis*aç$o na.uilo .ueela =*a "urante u( (o(ento "e esperança (aç$ rouba"a "o po(ar u( caso (ais li(Gtro*e Po"e ser .ue=este>a (a"ura, po"e ter u( 'osto a'ra"áel e po"e ser "ierti"o ser =perse'ui"a pelo *aen"eiro Por outrola"o, po"e ser .ue a (aç$ este>a er"e e, se *or co(i"a, proo.ue "or "e estV(a'o no (eninoD =po"e serta(b( .ue ele n$o co(a a.uilo .ue roubou, (as =si(ples(ente >o'ue tu"o *ora, ou .ue ele or'anie oroubo se( correr o =risco "e ter .ue trepar no (uro ele prAprio 6ssa se.LEncia (ostra a transiç$o "a

 brinca"eira =nor(al para o ato anti?social6 assi(, caso ea(ine(os o pri(eiro =tipo "e epress$o "a ten"Encia anti?social, po"e(os c/e'ar a al'o=.ue, "e t$o co?

8N=20

(u(, c/e'a a =ser nor(al + *il/o "e al'uns "e ocEs reiin"ica o "ireito "e ir =@ "espensa e pe'ar u( p$oin/oD ou o *il/in/o "e "ois anos "e =outros "e ocEs *a u(a eploraç$o na bolsa "e suas esposas e tirau(a (oe"a 9aso ea(ine(os to"os os ='raus, encontra(os, nu( etre(o, al'o .ue está se enri>ecen"oco(o =ato co(pulsio se( si'ni*ica"o e se( pro"uir satis*aç$o "ireta, =(as *lorescen"o en.uanto/abili"a"eD e, e( outro etre(o, eiste al'o .ue acontece repeti"a(ente e( to"a =*a(Glia u(a criança rea'e@ priaç$o, (es(o .ue =relatia, *aen"o uso "e al'u( ato anti?social, e os pais respon"e( "e =(o"oin"ul'ente "urante u( certo perGo"o, no .ual po"e?se er be( .ue a criança está passan"o por u(a =*ase"i*icil;uero ea(inar, paralela(ente, a priaç$o e( =ter(os "a criança e "o paiD o princGpio, no entanto, o(es(o = criança

— =no (o(ento *alo "e =u( (eninoD (es(o .ue se>a u(a (enina, continuo *alan"o sobre o (enino =.ue /ána (enina — ="escobre .ue =se'uro ter senti(entos a'ressios e ser a'ressio, por causa "o .ua"ro ="ere*erEncias "a *a(Glia, .ue representa a socie"a"e "e *or(a localia"a con*iança "a =($e e( seu (ari"o,ou no apoio .ue ai conse'uir, caso o solicite, "a =socie"a"e local, tale o apoio "e u( policial, cria a

 possibili"a"e "e =a criança eplorar ru"e(ente atii"a"es "estrutias .ue se relaciona( ao =(oi(ento e('eral, e (ais especi*ica(ente @ "estruiç$o =relaciona"a @ *antasia .ue se acu(ula e( torno "o A"io 4esse=ca(in/o &por causa "a se'urança a(biental, "a ($e sen"o apoia"a pelo pai, etc), a criança torna?se capa"e *aer =u(a coisa (uito co(plea, ou se>a, inte'rar seus i(pulsos "estrutios =co( os a(orosos, e oresulta"o, .uan"o tu"o corre be(, .ue a =criança recon/ece a reali"a"e "as id@ias ="estrutias .ue =s$oinerentes, na i"a, ao ier e ao a(or, e encontra (o"os e (aneiras "e =prote'er "e si (es(a pessoas e

Page 43: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 43/142

ob>etos aloria"os 4a er"a"e, a =criança or'ania sua i"a "e (o"o construtio, a *i( "e n$o se =sentir(uito (al e( relaç$o @ "estrutii"a"e real .ue passa por sua (ente Para a".uirir isso e( seu="esenoli(ento, a criança =re)uer de modo =asoluto( um

>%=20

==ustri'/t=amiente )ue se4a =indestrutível em certos as#ectos essenciaisG=.co( to"a =certea, os tapetes $o *icar su>os, as pare"es ter$o .ue receber =papel noo e @s ees u(ai"raça será .uebra"a, (as, "e al'u(a =*or(a, o lar se (ant( coeso, e por trás "e tu"o está a con*iança .uea criança te( na =relaç$o "os paisD a *a(Glia u(a e(presa .ue continua =*uncionan"o ;uan"o ocorre u(a

 priaç$o, e( ter(os "c u( =ro(pi(ento "o lar, especial(ente se /ouer u(a "esaença entre os pais, ocorreu(a coisa (uito sria na or'aniaç$o =(ental "a criança e repente, suas i"ias e seus i(pulsos =a'ressiostorna(?se inse'uros Penso .ue i(e"iata(ente a criança assu(e o controle .ue acabou "e ser per"i"o ei"enti*ica?se co( o noo =.ua"ro "c re*erEncias *a(iliar Fesulta"o a criança per"e sua =prApriai(pulsii"a"e e espontanei"a"e + nGel "e ansie"a"e =t$o alto .ue o ato "e eperi(entar, .ue po"eria *aE?la c/e'ar a u( acor"o co( a =prApria a'ressii"a"e, torna?se i(possGel Se'ue?se u( perGo"o =.ue po"e ser outra e &co(o no pri(eiro tipo "e priaç$o) =raoael(ente satis*atArio "o ponto "e ista "a.ueles .uecui"a( "a criança, no .ual o =(enino está (ais i"enti*ica"o co( os tutores "o .ue co( seu =prAprio sel"

==20i(aturo

 4esse tipo "e caso, a ten"Encia anti?social *a co( =.ue o (enino se re"escubra se(pre .ue sinta al'u(aesperança "e =retorno "a se'urança, o .ue si'ni*ica u(a =redescoerta da =#r#ria a'ressividade; =6 claro.ue ele =n$o sabe o .ue está ocorren"oD si(ples(ente "escobre .ue (ac/ucou =al'u( ou .ue .uebrou u(ai"raça Portanto, nesse caso, e( e "e =a esperança lear a u( sinal "e S+S e( ter(os "o roubo, elacon"u a u( sinal ="e S+S c( ter(os "e u(a =e6#los$o de =a'ress$o; =a'ress$o proael(ente seráse( senti"o e be( "iorcia"a "a lA'ica, e =n$o bo( per'untar @ criança .ue a'e "essa *or(a por .ue =ela.uebrou a >anela, ne( in"a'ar @ criança .ue roubou o (otio =pelo .ual ela pe'ou o "in/eiro=206sses "ois tipos clGnicos "e (ani*estaç$o "e ten"Encia anti? =social est$o real(ente relaciona"os entre sie (o"o 'eral, =si(ples(ente o caso "e .ue o roubar se relaciona co( u(a pri?

8R

aç$o .ue ocorreu (uito antes "a eplos$o a'ressia, ="urante o "esenoli(ento e(ocional "a criança Jáal'o e( co(u( =na reaç$o social a a(bos os tipos "e co(porta(ento anti?social ="urante esse (o(ento "eesperança ;uan"o a criança rouba, ou a'ressia, a socie"a"e suscetGel n$o =apenas "e n$o perceber a(ensa'e(, (as &(ais "o .ue proáel) ai =se sentir esti(ula"a a respon"er (oral(ente reaç$o (aciça=natural e( "ireç$o @ puniç$o pelo roubo e @ eplos$o (anGaca, e n$o se poupa( =es*orços para obri'ar o

 >oe( cri(inoso a "ar u(a eplicaç$o, =e( ter(os lA'icos, .ue, na reali"a"e, n$o se aplica( 4o *inal "e=u(as poucas /oras "e in.urito insistente, ei"Encias "e i(presses "i'itais, etc, as =crianças anti? sociais$o se sair co( al'u( tipo "e con*iss$o =e eplicaç$o, si(ples(ente para pVr u( *i( ao in.urito=intoleráel e inter(ináel 6ssa con*iss$o n$o te(, no entanto, o (enor alor, por.ue, (es(o .ue possa=conter *atos er"a"eiros, n$o po"e c/e'ar @ er"a"eira causa ou =@ etiolo'ia "a perturbaç$o =4a er"a"e, "esper"Gcio "e te(po *icar etor.uin"o con*isses =ou or'aniar co(isses "e apuraç$o "e *atos6(bora o .ue =te( si"o a*ir(a"o a.ui possa n$o ter li'aç$o co( o (ane>o "iário "e u( 'rupo "e (eninos ou=(eninas, necessário ea(inar a situaç$o, pois e( certas =circunstCncias po"e ser .ue a teoria ten/aal'u(a aplicaç$o =prática Seria possGel, por ee(plo, a al'u( .ue este>a encarre'a"o "e u( 'rupo "e=(eninos "elin.Lentes, or'aniar contato pessoal "o tipo =terapEutico 6( certo senti"o, "es"e .ue *uncione,to"a co(uni"a"e = terapEutica s crianças n$o tE( na"a a 'an/ar ien"o nu( 'rupo caAtico e, (ais ce"o

ou (ais tar"e, =caso n$o /a>a u(a "ireç$o *orte, aparece u( "ita"or entre a =crianças 4o entanto, /á u(outro si'ni*ica"o para a palara =terapEutico: .ue "i respeito a=20se colocar nu(a posiç$o na .ual al'u(

 possa se co(unicar e( =nGel pro*un"oc/o .ue na (aioria "os casos =i(possGel para as pessoas .ue "iuturna(ente cui"a( "esses (eninos=*aere( e( si (es(as os a>ustes necessários .ue as capacitaria( a per(itir 

8<=20

u( contato =pessoal ou al'u( tipo "e psicoterapia 6u >a(ais aconsel/aria al'u( =a tentar usar os "ois(to"os 4o entanto, eu pensaria, ao (es(o te(po, .ue al'uns po"eria( se =incu(bir "esses assuntos, e .ue

Page 44: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 44/142

os rapaes &ou as (oças) po"eria( ='an/ar (uito co( sesses terapEuticas especialia"as ee? se=en*atiar, contu"o, a enorme di"erença =)ue e6iste na atitude de voc+s( )uando est$o sendo res#onsáveis

=#ela direç$o total( e )uando est$o numa relaç$o #essoal =com a criança; Para co(eçar, as =atitu"es e(relaç$o @ (ani*estaç$o anti?social s$o be( ="i*erentes nos "ois casos Para al'u( .ue cui"a "e u( 'rupo, a=atitu"e anti?social si(ples(ente ina"(issGel 4a sess$o terapEutica, n$o se =coloca a .uest$o "a(orali"a"e, a n$o ser a .ue sur'e "a =prApria criança sess$o terapEutica n$o u( =co(itE "e apuraç$o "e*atos, e .ue( .uer .ue este>a realian"o o trabal/o terapEutico =n$o está preocupa"o co( a er"a"e ob>etia,e si( co( a.uilo .ue o =paciente sente co(o real

Já al'o a.ui .ue po"e ser =transplanta"o "ireta(ente "a psicanálise, >á= .ue psicanalistas =sabe( (uito be( .ue e( "eter(ina"as sesses co( seus pacientes s$o =acusa"os "e al'o "e .ue s$o inocentes +s pacientes po"e( acusá?los "e (u"ar al'u( ob>eto "a =sala sA para en'aná?losD ou po"e( sentir co(se'urança o =*aoritis(o "o analista por outro paciente, etc 6stou (e re*erin"o ao =.ue se "eno(inatrans*erEncia "elirante: Para o analista .ue n$o sabe se "e*en"er, po"eria ser (uito =natural "ier .ue oob>eto está no (es(o lu'ar, ou .ue /oue apenas =u( erro, ou .ue ele *e o (el/or .ue pV"e para n$o *icar=*aorecen"o nin'u( 'in"o "essa *or(a, o analista =n$o vai usar o =material )ue o #aciente a#resenta;=+ paciente está iencian"o no presente al'o .ue te( reali"a"e e( al'u( ponto "e seu =passa"o e, caso oanalista se per(ita *icar no lu'ar para ele "esi'na"o, =ai /aer u( "es*ec/o, no senti"o "e .ue o pacienteai se recuperar "o ="elGrio ei"o @ necessi"a"e "e o analista aceitar o papel "esi'na"o no (o(ento pelo=paciente, "eerá ser (uito "i*icil trocar o papel "e "ireç$o "e =u( 'rupo para u(a aceitaç$o in"ii"ualD(as, se isso pu"er ser =*eito, a reco(?

88

 pensa tale =se>a enor(e os .ue "ese>a( tentar, no entanto, necessário =le(brar .ue esse n$o o tipo "e trabal/o .ue po"e ser e(preen"i"o =super*icial(ente Se a entreista co( u((enino=20 (arca"a para as terças?*eiras, @s trEs /oras "a tar"e, =esta te( .ue ser u(a =data

 sa'rada( =e na"a "ee =inter*erir + (enino n$o ai tirar proeito "e u( encontro, a n$o ser .ue elese torne =preisto, por ser con*iáel, e claro .ue u( "os pri(eiros (o"os ="e aproeitá?lo, casosinta con*iabili"a"e, o "esper"Gcio =ee?se aceitar e tolerar tais crises 4$o /á necessi"a"e "e.ue o in"iG"uo no papel "e psicoterapeuta =se>a inteli'ente Hnica coisa necessária o "ese>o "ese =enoler, na.uele perGo"o "e te(po particular, li(ita"o, co( o .ue =.uer .ue lá ocorra ouapareça atras "a cooperaç$o inconsciente .ue o paciente pro"u, a .ual lo'o se ="esenole e

"esenca"eia u( processo po"eroso =M =esse processo nas =crianças .ue torna essas sessesaliosas= Di!c,!!?o =urante a ="iscuss$o .ue /oue apAs a palestra, u( "os assistentes *e a se'uinte per'unta co(o=recon/ecer, nu( 'rupo "e (eninos, a.uele .ue po"eria ser escol/i"o para =esse tipo "etrata(ento in/a resposta, .ue tee .ue ser bree, *oi "e .ue se "eeria escol/er u( (enino .uetiesse =acaba"o "e es.uentar a te(peratura "o local pela circunstCncia "e ser =especial(ente"i*icil 6sse proble(a clGnico especial, .ue ai =resultar e( puniç$o ou enri>eci(ento posterior, po"e ser usa"o co(o u(a co(unicaç$o =in"icatia "a noa esperança

.uest$o .ue =esperança essa + .ue a criança espera *aer =M "i*icil respon"er a =essa.uest$o criança, se( sabElo, espera conse'uir lear =al'u( .ue a ouça a recor"ar?se "o(o(ento "e priaç$o ou "a =*ase e( .ue a priaç$o consoli"ou?se nu(a reali"a"e inescapáel

esperança .ue o =(enino ou a (enina se>a capa "e reeperi(entar, na relaç$o co( a =pessoa.ue está a'in"o co(o psicoterapeuta, o intenso so*ri?=20

====89=20

e (ais =pro*un"a entre o (enino e o terapeuta 4o *i( "e u(a /ora, o (enino =conse'uiu le(brar e"escreer, co( pleno senti(ento, o instante "i*icil =.ue n$o /aia si"o capa "e en*rentar anos atrás, .uan"ose sentira aban"ona"o nu( /ospital "escriç$o =*oi "a"a para ilustrar o (o"o co(o a pessoa .ue *a o trabal/o "e =psicoterapia precisaaban"onar te(poraria(ente tu"o a.uilo .ue *oi usa"o =no (ane>o "e u( 'rupo, ain"a .ue, claro, antes "o

Page 45: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 45/142

tr(ino "o te(po "estina"o, precise /aer u( retorno =@ atitu"e 'eral .ue to(a possGel o *unciona(ento "o'rupo + "r =Winnicott repetiu .ue n$o tin/a certea "e .ue nos 'rupos Borstal =*osse possGel co(binar o(ane>o 'eral co( o trabal/o in"ii"ual, (es(o .ue *osse =co( u( ou "ois (eninos "e ca"a e 6le sentiu,no entanto, .ue po"ia =/aer al'u( bene*icio a partir "a tentatia "e "escreer as "i*icul"a"es =inerentes eta(b( as possGeis reco(pensas\ =20

(ento .ue =prece"eu a reaç$o @ priaç$o 4o (o(ento e( .ue a =criança usou o suporte "a"o pelo terapeuta para alcançar o intenso =so*ri(ento "a.uele *atG"ico (o(ento ou perGo"o "e te(po, se'ue?se u(a (e(Aria"a =@#oca anterior =@ = #rivaç$o; =essa *or(a, a =criança c/e'a @ capaci"a"e per"i"a "e encontrar ob>etos,ou @ =se'urança per"i"a "o .ua"ro "e re*erEncias criança recupera =u(a relaç$o criatia co( a reali"a"eeterna, ou co( o perGo"o e( .ue a espontanei"a"e era se'ura, =(es(o .ue enolen"o i(pulsos a'ressios

 4esse (o(ento, o oltar *oi =*eito se( roubo e se( a'ress$o, por.ue al'o .ue acontece auto(atica(ente,co(o resulta"o "a c/e'a"a "a =criança á.uilo .ue preia(ente /aia si"o intoleráel o =so*ri(ento reatio @

 priaç$o Por so*ri(ento, enten"o u( =esta"o "e con*us$o, "e "esinte'raç$o "a personali"a"e, u( cair parase(pre, u(a per"a "e contato co( o =corpo, u(a "esorientaç$o co(pleta, e outros esta"os "essa =natureassi( .ue al'u( ten/a lea"o u(a criança a essa =área, e a criança ten/a passa"o pela eperiEncia "erele(brá?la e "o .ue ocorreu antes, ent$o a pessoa n$o =ai ter nen/u(a espcie "e "i*icul"a"e e( enten"er

 por .ue as =crianças anti?sociais *ica( a i"a inteira procuran"o por a>u"a "essa =espcie 6ssas crianças n$o po"e( reconciliar?se co( suas prAprias i"as at .ue al'u( =ten/a *eito a re'ress$o co( elas, capacitan"o?as a le(brar, =atras "o retorno ao resulta"o i(e"iato "a priaç$o]+ ="r Winnicott tentou *aer co( .ue esse ponto *icasse (ais claro "an"o =co(o ee(plo o inGcio "e u(aentreista co( u( (enino .ue l/e *ora trai"o por.ue roubara =+ (enino estaa in"olente(ente recosta"ona ca"eira coloca"a ao la"o, e( =sua sala, para u( "os pais Seu pai estaa se co(portan"o (uito be(,=co(o .ue substituin"o a criança, en.uanto a criança eploraa e ao (es(o te(po to(aa conta "a=situaç$o ;ual.uer tentatia "e *aer co( .ue o (enino se =co(portasse teria i(pe"i"o a possibili"a"e "e*aer uso pro"utio "a.uela /ora ra"ual(ente, o (enino se "etee nu( certo tipo ="e >o'o + pai pV"e ir

 para a sala "e espera e se'uiu?se ent$o u(a =co(unicaç$o ca"a

%0

e (ais =pro*un"a entre o (enino e o terapeuta 4o *i( "e u(a /ora, o (enino =conse'uiu le(brar e "escreer, co( pleno senti(ento, o instante "i*icil =.ue n$o /aia si"o capa "e en*rentar anos atrás, .uan"o se sentira aban"ona"o nu(/ospital

"escriç$o =*oi "a"a para ilustrar o (o"o co(o a pessoa .ue *a o trabal/o "e =psicoterapia precisa aban"onarte(poraria(ente tu"o a.uilo .ue *oi usa"o =no (ane>o "e u( 'rupo, ain"a .ue, claro, antes "o tr(ino "o te(po"estina"o, precise /aer u( retorno =@ atitu"e 'eral .ue to(a possGel o *unciona(ento "o 'rupo + "r =Winnicottrepetiu .ue n$o tin/a certea "e .ue nos 'rupos Borstal =*osse possGel co(binar o (ane>o 'eral co( o trabal/oin"ii"ual, (es(o .ue *osse =co( u( ou "ois (eninos "e ca"a e 6le sentiu, no entanto, .ue po"ia =/aer al'u(

 bene*icio a partir "a tentatia "e "escreer as "i*icul"a"es =inerentes e ta(b( as possGeis reco(pensas\

%1=20

==p1===20=20

=====20

=20

==tri'/t==20

Ti-o! " -!icotra-ia= Palestra =#ro"erida no MASMA HMental llness Association Social and Medical =As#ects(

Famrid'e( 2 de março de -&2- ==20

Page 46: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 46/142

===+ue(?se co( (ais =*re.LEncia "iscusses sobre arie"a"es "e "oenças "o .ue sobrearie"a"es "e terapia Se( "Hi"a, as "uas se =relaciona(D ou *alar antes "as "oenças e "epois "asterapias ==20

Sou =psicanalista, e ac/o .ue ocEs n$o se inco(o"ar$o se eu "isser =.ue a base "a psicoterapia otreina(ento psicanalGtico Isso =inclui a análise pessoal "o analista estu"ante *ora tal treina(ento,

a teoria e a (etapsicolo'ia psicanalGtica =.ue in*luencia( to"a psicolo'ia "inC(ica, "e .ual.uerescola=6iste(, no entanto, (uitas arie"a"es "e psicoterapia, .ue "eeria( ="epen"er n$o "os pontos"e ista "o terapeuta, (as "as necessi"a"es "o paciente ou ="o caso ;uan"o possGel,aconsel/a(os psicanálise ;uan"o n$o =*or possGel, ou /ouer ar'u(entos contra, ent$o po"e?secriar u(a =(o"i*icaç$o a"e.ua"a=20entre os (uitos pacientes .ue (e procura(, sA u(a porcenta'e( (uito =pe.uena real(enteobt( trata(ento psicanalGtico, ain"a .ue eu =trabal/e no centro "o (un"o psicanalGtico6u po"eria *alar =sobre as (o"i*icaçes tcnicas ei'i"as .uan"o o paciente psicAtico ouli(Gtro*e, (as =n$o este oob>etio "a presente "iscuss$o+ .ue =(e interessa a.ui especial(ente a (aneira pela .ual u( analista =treina"o po"e *aer

outra coisa .ue n$o análise, =20=%3=20

==ustri'/t=e "e (o"o =proeitoso Isso i(portante .uan"o o te(po "isponGel para o trata(ento li(ita"o =— =situaç$o =aliás co(u( 6( inH(eras ocasies parece .ue outros trata(entos =s$o (ais in"ica"os"o .ue a.uele .ue eu pessoal(ente sinto ter e*eito (ais =pro*un"o, co(o a psicanálisentes "e (ais na"a, "eie(?(e ="ier .ue al'o "e essencial "a psicoterapia .ue nen/u( outro =trata(ento

 po"e ser (istura"o co( ela Se a i"ia "e aplicar u(a conulsoterapia está 'an/an"o corpo, n$o = possGel*aer psicoterapia, pois o c/o.ue altera to"o o .ua"ro =clGnico + paciente ou te(e ou "ese>a secreta(ente&ou a(bos) o =trata(ento *Gsico, e o psicoterapeuta acaba=20nunca con/ecen"o o er"a"eiro proble(a "o

 pacientePor outro =la"o, ten/o .ue asse'urar cui"a"os *Gsicos ao corpo

+ =prAi(o passo .ual nosso ob>etio ese>a(os *aer to"o o =possGel, ou o (Gni(o possGel 6( psicanálise, per'unta(o?nos .uanto po"e(os *aer 4o outro etre(o, na =(in/a clGnica /ospitalar, nossole(a o .u$o pouco precisa(os =*aer Isso se(pre nos "eia conscientes "o aspecto econV(ico "o =caso,e ta(b( nos *a ol/ar para a "oença central na *a(Glia, ou para a "oença social, "e tal (o"o .ue =possa(oseitar per"er nosso te(po e 'astar o "in/eiro "e outra pessoa, =*ornecen"o trata(ento in*erior no caso "e u("ra(a *a(iliar 4$o =/á na"a "e ori'inal nisso, (as tale ocEs 'oste( "e ouir u( =psicanalista "iE?lo, >á.ue os psicanalistas corre( o 'ran"e =risco "e se ere( apan/a"os e( trata(entos lon'os, "urante os .uais=po"e( per"er "e ista u( *ator eterno a"erso=20;uanto "as "i*icul"a"es "o paciente se "ee( apenas ao *ato "e .ue =nin'u( o ouiu "e (o"ointeli'ente escobri (uito rapi"a(ente, =/á .uarenta anos, .ue o ato "e *aer ana(nese co( as ($es, caso=se>a be(?*eito, , por si sA, u(a psicoterapia ee?se "ar te(po ao te(po e natural(ente a"otar u(a=atitu"e n$o?(oralistaD .uan"o a ($e acaba "e "ier o .ue te( e( =(ente, po"e ser .ue ela (es(aacrescente 'ora enten?

%N=20o e( .ue =(e"i"a os sinto(as atuais se encaia( no pa"r$o 'lobal "a i"a =*a(iliar "a criança,e a'ora posso (ane>ar a situaç$o, =si(ples(ente por.ue ocE (e per(itiu co(preen"er a /istAriainteira por (i( (es(a e e( (eu prAprio rit(o: Isso n$o = sA u(a .uest$o .ue se re*ere a pais.ue trae( seus *il/osD =os a"ultos *ala( "e si prAprios, e po"e?se "ier .ue psicanálise = u(aana(nese lon'a, (uito lon'a=206 claro .ue ocEs con/ece( a trans*erEncia e( psicanálise 4o =conteto psicanalGtico, os pacientes trae( a(ostras "e seu passa"o e ="e sua reali"a"e interna, e as epe( nas *antasias

Page 47: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 47/142

correspon"entes a =sua relaç$o se(pre (utante co( o analista essa *or(a, po"e?se *aer co( .ueo =inconsciente se torne 'ra"ual(ente consciente Q(a e inicia"o esse =processo, e obti"a acooperaç$o inconsciente "o paciente, /á =(uito a ser *eitoD "aG a "uraç$o ("ia "e u( trata(entoser lon'a 6 interessante ea(inar as pri(eiras =entreistas Se u( trata(ento psicanalGtico estáco(eçan"o, o =analista te( .ue ter cui"a"o e( n$o ser (uito esperto lo'o no =inGcio, e /á boasraes para isso, + paciente tra @s pri(eiras entreistas to"a a sua =crença e to"as as suas

suspeitas ee?se per(itir .ue tais etre(os =encontre( epress$o real Se o analista ea'era noinGcio, o =paciente po"e *u'ir, ou "esenoler u(a crença esplEn"i"a e *icar /ipnotia"ontes "e continuar, "eo =(encionar al'uns outros pressupostos 4$o "ee /aer nen/u(a área=resera"a no paciente psicoterapia n$o abran'e a reli'i$o "o paciente, seu interesse cultural ousua i"a pria"a, (as u( =paciente .ue (ant( parte "e si (es(o co(pleta(ente na "e*ensia=está eitan"o a "epen"Encia .ue inerente ao processo =KocEs er$o .ue a "epen"Encia acarretaal'o "e correspon"ente no terapeuta u(a con*iabili"a"e =pro*issional .ue (ais i(portante at "o.ue a con*iabili"a"e "os =("icos na clGnica ("ica co(u( 6 interessante .ue o >ura(ento=/ipocrático ten/a recon/eci"o isso co( to"a a clareaSe'un"o a teoria =.ue sub>a a to"o o nosso trabal/o, u( "istHrbio .ue n$o ten/a =causa *Gsica e.ue se>a, e( conse.LEn?

===cia, psicolA'ico, =representa u( obstáculo no "esenoli(ento e(ocional "o in"iG"uo psicoterapia=tenciona apenas e t$o? so(ente "es*aer esse obstáculo, "e tal =(o"o .ue o "esenoli(ento ten/a lu'aron"e anterior(ente n$o era =possGel6( outras palaras u( "istHrbio psicolA'ico si'ni*ica i(aturi"a"e, i(aturi"a"e "o cresci(ento =e(ocional"o in"iG"uo, e esse cresci(ento inclui a eoluç$o "a =capaci"a"e "o in"iG"uo "e se relacionar co( pessoase co( o a(biente ="e (o"o 'eral=20Para esclarecer (el/or, preciso *ornecer a ocEs u(a is$o "o ="istHrbio psicolA'ico e "as cate'orias "ei(aturi"a"e pessoal, =(es(o .ue isso enola u(a si(pli*icaç$o 'rosseira "e u(a =.uest$o (uitoco(plea Já trEs cate'orias pri(eira nos tra @ (ente o ter(o =psiconeurose: .ui se inclue( to"os os"istHrbios "os =in"iG"uos .ue *ora( be( cui"a"os "urante os pri(eiros está'ios, ="e tal *or(a .ue seencontra( nu(a posiç$o "esenoli(ental e( .ue *al/a( e @s ees conse'ue( ser =be(?suce"i"os *rente@s "i*icul"a"es "e u(a i"a plena, u(a i"a na =.ual o in"iG"uo co(an"a os instintos =—e n$o =co(an"a"o por eles eo incluir a.ui as arie"a"es (ais nor(ais: ="a "epress$o se'un"a cate'oria tra @ (ente a palara =psicose: .ui, al'o "e erra"o aconteceu nas *ases (ais

 precoces "o ="esenoli(ento in*antil, sen"o o resulta"o u( "istHrbio na =estruturaç$o básica "a personali"a"e "o in"iG"uo 6ssa =*al/a básica, co(o Balint#=20 a "eno(inou, po"e ter pro"ui"o u(a psicose in*antil, ou "i*icul"a"es =posteriores po"e( ter reela"o u(a *al/a na estrutura "o e'o .ue passara="espercebi"a +s pacientes "essa cate'oria>a(ais *ora( su*iciente(ente =sau"áeis para se tornare(

 psiconeurAticosFesero a terceira cate'oria para os inter(e"iários =a.ueles .ue co(eçara( be(, (as cu>o a(biente *al/ou,e( al'u(

%R=20

 ponto ou =repeti"a(ente, "urante u( perGo"o prolon'a"o "e te(po 6ssas =crianças, ou a"ultos oua"olescentes, po"eria( reiin"icar, co( to"o =o "ireito !u"o ia be( at .ue=20e (in/a i"a

 pessoal n$o po"e (ais se "esenoler, at .ue o =a(biente recon/eça seu "bito para co(i'o: =É

=claro .ue n$o=20 co(u( .ue a priaç$o e o so*ri(ento .ue essa *al/a pro"u =este>a("isponGeis @ consciEncia, "e tal (o"o .ue, e( e "e =palaras, encontra(os na clGnica u(aten"Encia anti?social e .ue =po"e se cristaliar e( "elin.LEncia e reci"ias 4o (o(ento, portanto, ocEs est$o =obseran"o a "oença psicolA'ica atras "a etre(i"a"eerra"a ="e trEs telescApios Por u( "eles, ocEs Ee( a "epress$o =reatia, .ue te( a er co(i(pulsos "estrutios .ue aco(pan/a( os =i(pulsos a(orosos e( relaçes bipessoais&basica(ente, a =criança e a ($e)D e ta(b( Ee( a psiconeurose, .ue te( a =er co( aa(bialEncia, ou se> a, a coeistEncia "e a(or e A"io, enoli"a e( relaçes trian'ulares

Page 48: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 48/142

=&basica(ente, a criança e os pais) relaç$o =eperi(enta"a /o(osseual e /eterosseual(ente,e( proporçes =aria"astras "o se'un"o telescApio, ocEs Ee( os está'ios (ais precoces "o "esenoli(entoe(ocional =sen"o "istorci"os por *al/as na assistEncia @ in*Cncia "(ito =.ue se>a (ais "i*icilcriar certas crianças "o .ue outrasD (as, co(o =n$o esta(os a.ui para censurar nin'u(, po"e(osatribuir a causa "a "oença a u(a *al/a "e criaç$o =Ke(os u(a *al/a na estruturaç$o "o = sel" =e na

capaci"a"e "o = sel" = para se relacionar =co( ob>etos "o (eio a(biente ostaria "e eplorar co(ocEs esse =rico eio, (as n$o possoPor (eio "esse telescApio, e(os as árias *al/as .ue pro"ue( o .ua"ro clGnico "a =es.uio*renia,ou .ue pro"ue( subcorrenteas psicAticas .ue =perturba( o *luo uni*or(e "a i"a "e (uitos "enAs .ue conse'ui(os =ser rotula"os "e nor(ais, sau"áeis e (a"uros;uan"o obsera(os a "oença "esse (o"o, esta(os =apenas en"o "e (aneira ea'era"a ele(entos.ue eiste( e( .ual?

%<=20

.uer u( "e =nAsD n$o e(os na"a .ue pu"esse colocar as pessoas =psi.uiatrica(ente "oentes nu((un"o @ parte aG a tens$o inerente ao trata(ento ou cui"a"o "e pessoas psicolo'ica(ente

en*er(as =(ais "o .ue e( trata(entos atras "e "ro'as e nos assi( c/a(a"os =trata(entos*isicos+ terceiro telescApio lea nossa =atenç$o para lon'e "as "i*icul"a"es inerentes @ i"a, e( "ireç$o a="istHrbios .ue tE( naturea "i*erente, pois a pessoa .ue *oi =pria"a "e al'o .ue =>á tee estái(pe"i"a ="e se aproi(ar "os proble(as .ue l/e s$o inerentes, por causa "e u( =ressenti(ento,u( "ireito >usti*ica"o para .ue se repare u(a a'ress$o =.uase recor"a"a 4As, nesta sala, tale n$oeste>a(os ne( "e lee nessa cate'oria =(aioria "e nAs po"e "ier 4ossos pais co(etera(erros, =*rustrara(?nos constante(ente, e coube a eles apresentar?nos o princGpio "a reali"a"e, oar.uiini(i'o "a espontanei"a"e, "a criatii"a"e e "o =senti"o "o real, S eles nunca nosaban"onara( "e er"a"e: + =aban"ono constitui a base "a ten"Encia anti? social e, por (ais .ue=n$o 'oste(os "e .ue roube( nossa bicicleta, .ue ten/a(os "e usar a =polGcia para i(pe"ir aiolEncia, po"e(os er e enten"er por .ue =esse (enino ou a.uela (enina nos *orça a aceitar u(

"esa*io, se>a =pelo roubo, se>a pela "estrutii"a"ei to"o o possGel para construir u( .ua"ro teArico .ue sub>a @ ="escriç$o, .ue inicio a'ora, "eal'u(as arie"a"es "e =psicoterapia=Catgoria 1+ =-!icon,ro!=20

Se a ="oença incluG"a nesta cate'oria precisa "e trata(ento, ='ostarGa(os "e *ornecer psicanálise,u( conteto pro*issional "e con*iabili"a"e a(pla no .ual o inconsciente =repri(i"o possa *icarconsciente Isso sur'e co(o resulta"o "o =apareci(ento, na trans*erEncia:, "e inH(eras a(ostras"e =con*litos pessoais "o paciente 4u( caso *aoráel, as "e*esas contra a

%8=20

ansie"a"e .ue =sur'e( "a i"a instintia e sua elaboraç$o i(a'inatia torna(?se =ca"a e (enosrG'i"as, e ca"a e (ais sob o siste(a "e controle ="elibera"o "o pacienteCatgoria 2+$a)Ba =no! c,i"a"o! iniciai!

;uan"o ="oenças "esse tipo necessita( "e trata(ento, precisa(os possibilitar =.ue o pacienteten/a eperiEncias .ue correspon"eria( (ais =propria(ente @ in**incia, e( con"içes "e etre(a"epen"Encia Ke(os .ue tais con"içes po"e( ser =encontra"as *ora "a psicoterapia or'ania"a,

Page 49: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 49/142

 por ee(plo, nas a(ia"es, =nos cui"a"os "e en*er(a'e( .ue po"e( ocorrer por (otio "e"oenças =*isicasD e e( eperiEncias culturais, inclusie as assi( c/a(a"as reli'iosas Q(a *a(Glia=.ue continua a cui"ar "e u(a criança *ornece oportuni"a"es para a =re'ress$o a u(a "epen"Enciaat (es(o (uito intensa Feal(ente, =u(a caracterGstica constante "e u(a i"a *a(iliar .ue este>a be( a"apta"a ao (eio =social .ue essa oportuni"a"e se>a continua(ente o*ereci"a, co( o=intuito "e restabelecer e en*atiar ele(entos "e cui"a"o .ue =inicial(ente pertence( ao cui"a"o

in*antil KocEs concor"ar$o co(i'o .ue al'u(as crianças aprecia( suas =*a(Glias e sua crescentein"epen"Encia, en.uanto outras continua( =a usar suas *a(Glias "e (o"o psicoterapEutico.ui aparece =a assistEncia social co(o u(a tentatia pro*issional "e "ar a a>u"a .ue po"eria ser*orneci"a por =pais, *a(Glias e uni"a"es sociais, "e (o"o n$o?pro*issional + =assistente social, "e(o"o 'eral, n$o psicoterapeuta, no senti"o "escrito na cate'oria 1 4o entanto, ao =aten"er asnecessi"a"es "a cate'oria 2, o assistente social torna?se u( =psicoterapeutaKocEs po"e( perceber .ue (uito "o .ue u(a =($e *a co( u(a criança po"eria ser c/a(a"o "ese'urar: 4$o sA o se'urar =concreto, .ue por si = >á = (uito =i(portante, constituin"o u( ato"elica"o .ue sA po"e ser realia"o pelas pessoas certas, e "e (o"o ="elica"oD (uito "o cui"a"oco( a criança =corres?=20

=99=20

 pon"e a u(a =interpretaç$o ca"a e (ais a(pla "a palara se'urar: + =se'urar: inclui to"o o (ane>o*isico, "es"e .ue a"apta"o @s =necessi"a"es in*antis ra"ual(ente, a criança aloria o ato "e serliberta"a:D isso correspon"e a sua =intro"uç$o ao princGpio "a reali"a"e, .ue no inGcio se c/oca =co( oPrincGpio "o Praer &onipotEncia supri(i"a) *a(Glia =continua esse se'urar:, e a socie"a"e=20se'ura: a*a(GliaPo"e?se "escreer a assistEncia =social co(o o aspecto pro*issional "essa *unç$o nor(al "os pais e ="euni"a"es sociais locais, u( se'urar: "e pessoas e =situaçes, en.uanto se "á oportuni"a"e @s ten"Encias "ecresci(ento s ten"Encias "e cresci(ento est$o =presentes o te(po to"o, e( to"a e .ual.uer pessoa, a n$oser .uan"o a ="esesperança &causa"a por *al/a a(biental repeti"a) ten/a con"ui"o a u( isola(ento=estrutura"o 6ssas ten"Encias tE( si"o "escritas e( ter(os "e =inte'raç$o,=20"e a psi.ue se enten"er co( ocorpo, "e u( *icar incula"o ao outro, e ="o "esenoli(ento "a capaci"a"e "e estabelecer relaçes ob>etais=!ais processos se'ue( seu curso, a n$o ser .ue se>a( blo.uea"os por =*al/as no se'urar: e no aten"er os

i(pulsos criatios "o in"iG"uo=Catgoria + =-riva?o=;uan"o os pacientes =s$o "o(ina"os por u(a área "e =#rivaç$o e( =sua /istAria pre'ressa, "ee?se

a"aptar o trata(ento a esse *ato =9o(o pessoas, eles po"e( ser nor(ais, neurAticos ou psicAticos =É="i*icil "eter(inar =o pa"r$o pessoal, pois se(pre .ue a esperança se aia o (enino ou a (enina pro"uu( sinto(a &rouban"o, sen"o =rouba"oD "estruin"o ou sen"o "estruG"o) .ue *orça o a(biente a =perceber e aa'ir eral(ente a aç$o punitia, (as claro =.ue o paciente precisa (es(o "e plena aceitaç$o ereco(pensa 9o(o eu "isse, .uase se(pre =n$o se po"e *aer isso, pois a consciEncia n$o "ispe "e =tantos

ele(entos =É i(portante, no =entanto, .ue u(a escaaç$o sria

=100 ==20

nos =está'ios (ais re(otos "e u(a carreira anti?social pro"ua a c/ae e a =soluç$o Po"er?se?ia co(eçar oestu"o "a "elin.LEncia co( =o estu"o "a.uilo .ue anti?social e( crianças relatia(ente nor(ais, cu>oslares est$o intactos, e a.ui penso =ser possGel, co( *re.LEncia, rastrear a priaç$o e o =etre(o so*ri(ento.ue resultou e .ue alterou to"o o curso "o "esenoli(ento =in*antil &publi.uei al'uns casos e posso "aroutros ee(plos, se /ouer =te(po) .uest$o a.ui .ue se encarre'a a socie"a"e "e =to"os os casos n$o?trata"os e n$o?tratáeis — =s$o os casose( =.ue a ten"Encia anti?social se estabiliou e( "elin.LEncia =necessi"a"e, nessa circunstCncia,

 proporcionar a(bientes especialia"os, .ue "ee( ser "ii"i"os e( "ois =tipos1 .ueles .ue espera( socialiar a criança est$o =pratican"o o se'urar:2 .ueles cu>o intento a (era =custA"ia, a *i( "e preserar a socie"a"e at .ue (eninos e (eninas ten/a(

Page 50: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 50/142

=i"a"e su*iciente para sere( "eti"os, e at .ue a"entre( o (un"o na =.uali"a"e "e a"ultos .ue $o se(prese (eter e( apuros 6sse tipo "e =instituiç$o "ee *uncionar o (ais suae(ente possGel, .uan"oa"(inistra"o "e (o"o =ri'orosoSerá .ue ocEs percebe( .ue (uito peri'oso =basear u( siste(a "e cui"a"os @ criança nu( trabal/o *eitoe( lares para "esa>usta"os, especial(ente no =trata(ento be(?suce"i"o: "e "elin.Lentes e( centros "e="etenç$o partir "o .ue eu "isse, possGel =co(parar os trEs tipos "e psicoterapia=20Q( psi.uiatra praticante precisa ser capa "e passar "e u( tipo "e =psicoterapia para outro co(*acili"a"e, e at *aer os trEs tipos =ao (es(o te(po, se necessário=101=20

oenças "e =.uali"a"e psicAtica &cate'oria 2) ei'e( .ue or'anie(os u( tipo =co(pleo "e se'urar: .ueinclui, se necessário, o cui"a"o *isico .ui, o terapeuta ou a en*er(eira entra( e( cena =.uan"o o a(bientei(e"iato "o paciente n$o conse'ue *aer *rente @ =situaç$o 9o(o "isse u( a(i'o &o *aleci"o Uo/nFick(an) =Insani"a"e n$o ser capa "e encontrar al'u( .ue te a'Lente: =— =e eiste( a.ui "ois =*atoreso 'rau "e "oença "o paciente e a capaci"a"e "o a(biente "e tolerar os sinto(as essa =*or(a /á al'uns .ueest$o por aG, no (un"o, (ais "oentes "o .ue =a.ueles .ue se encontra( e( /ospitais psi.uiátricos =psicoterapia @ .ual (e re*iro po"e parecer u(a a(ia"e, (as n$o u(a a(ia"e, =pois o terapeuta está

sen"o pa'o e sA E o paciente co( /ora =(arca"a e, al( "isso, apenas por u( te(po li(ita"o, = >á .ue o

ob>etio "e =to"a terapia c/e'ar a u( ponto e( .ue cessa a relaç$o =pro*issional, por.ue o ier e a i"a "o paciente assu(e( o =co(an"o:, e o terapeuta passa ao trabal/o se'uinteQ( terapeuta co(o outros pro*issionais na (e"i"a e( .ue, ="urante o trabal/o, seu co(porta(ento assu(e(aior i(portCncia "o .ue =sua i"a pria"a 6le pontual, a"apta?se @s necessi"a"es "e seu =paciente e n$o"eia atuare( seus prAprios i(pulsos *rustra"os no contato co( os =pacientesicará ei"ente .ue os pacientes (uito co(pro(eti"os =incluG"os nesta cate'oria pressiona( (uito ainte'ri"a"e "o =terapeuta, >á .ue necessita( "e contato /u(ano e "e senti(entos reais, e (es(o assi(=precisa( colocar u(a con*iança absoluta na relaç$o "a .ual =tanto "epen"e( s (aiores "i*icul"a"esaparece( .uan"o /oue =se"uç$o "urante a in*Cncia "o paciente 4esse caso, "ee?se eperi(entar u("elGrio "urante =o trata(ento .ue o terapeuta está repetin"o a se"uç$o =4atural(ente, a recuperaç$o"epen"e "e se "es*aer a se"uç$o =in*antil, .ue /aia lea"o a criança @ i"a seual real "e (o"o (uito

 pre(aturo, e( e "e leá?la a u(a =i"a seual i(a'inária, estra'an"o a pri(eira prerro'atia "a =criançao brincar ili(ita"o

102=20

 4a terapia =plane>a"a para li"ar co( "oenças psiconeurAticas &cate'oria 1) =po"e?se obter co(*acili"a"e o conteto psicanalGtico clássico "e =reu", pois o paciente >á =tra ao trata(ento =u(certo 'rau "e crença e "e capaci"a"e para con*iar 9o( tu"o isso ='aranti"o, o analista te( aoportuni"a"e "e per(itir .ue a trans*erEncia =se "esenola por si (es(a, e e( e "os "elGrios "o paciente sur'e(, =co(o (aterial "e análise "e son/os, a i(a'inaç$o e i"ias, =epressas e( *or(asi(bAlica, .ue po"e( ser interpreta"as "e acor"o co( o processo, @ (e"i"a =.ue ele se "esenoleatras "a cooperaç$o inconsciente "o =pacienteIsso tu"o o .ue o te(po (e per(ite *alar a respeito ="a tcnica psicanalGtica, .ue precisa serapren"i"a e = >á = =su*iciente(ente "i*icil, (as n$o t$o eaustia .uanto u(a terapia ="estina"a a

en*rentar o "istHrbio psicAtico psicoterapia "estina"a a li"ar co( a =ten"Encia anti?social sA *unciona, co(o eu>á "isse, se o=paciente está no inGcio "e sua carreira anti?social, antes .ue se =estabeleça( /abili"a"es"elin.Lentes e 'an/os secun"ários 6 sA nos pri(eiros está'ios .ue o =paciente sabe .ue u( paciente e sente necessi"a"e "e ir @ rai ="o proble(a ;uan"o possGel trabal/ar nessa lin/a, o("ico =e o paciente inicia( u(a espcie "e /istAria "e "etetie, usan"o to"a e .ual.uer pista "e.ue se ="ispon/a, inclusie o .ue se con/ece "a /istAria pre'ressa "o caso, e =o trabal/o *eitosobre u(a *ina ca(a"a .ue se encontra e( al'u( lu'ar entre o =inconsciente pro*un"a(enteenterra"o e a i"a consciente e a (e(Aria ="o paciente

Page 51: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 51/142

6( pessoas nor(ais, a ca(a"a entre o consciente e o =inconsciente preenc/i"a por aspiraçesculturais i"a cultural "o "elin.Lente notoria(ente =escassa, pois para ele n$o /á liber"a"e,eceto na *u'a para o =son/o n$o?le(bra"o ou para a reali"a"e ;ual.uer tentatia "e =eplorar aárea inter(e"iária n$o con"u ne( @ arte ne( ta(pouco @ reli'i$o ou ao brincar, (as =aoco(porta(ento anti?social co(pulsio Para o in"iG"uo, tal =co(porta(ento inerente(ente n$o?co(pensa"orD para a socie"a"e, ="anoso

103=20

==p1===20=20

=====20

=20

=== A =cura=20

 Palestra =#ro"e rida #ara m@dicos e en"ermeiros na i're4a de S$o Lucas( =Iat"ield( no dia de S$o Lucas( ->

de outuro de -&0. ==20

Qsan"o a =oportuni"a"e .ue (e *oi o*ereci"a, .uero tentar erbaliar al'uns "os =pensa(entos esenti(entos .ue i(a'inosere( co(uns a to"os nAs = 4$o li"o co( a reli'i$o "a eperiEncia interiorD essa n$o (in/a lin/a especG*ica 7i"o co( a=*iloso*ia "e nosso trabal/o en.uanto pro*issionais "a (e"icina, u(a =espcie "e reli'i$o "asrelaçes eternas6is u(a =palara boa e( nossa lGn'ua 9QF Se essa palara pu"esse *alar, esperar?se?ia .ue ela=contasse u(a /istAria s palaras tE( esse tipo "e alor tE( =raGes eti(olA'icas, tE( /istAria9o(o os seres /u(anos, =@s ees tE( .ue lutar para estabelecer e (anter sua i"enti"a"e6( nGel =(ais super*icial, a palara cura: assinala u( "eno(ina"or co(u( =entre a prática

("ica e a reli'iosa cre"ito .ue cura:, =e( suas raGes, si'ni*i.ue cui"a"o ais ou (enos porolta "e 1<00, ela co(eçou =a "e'enerar, passan"o a "esi'nar u( trata(ento ("ico, co(o, por=ee(plo, a cura pela á'ua + sculo se'uinte acrescentou?l/e =i(plicaç$o "o "es*ec/o be(?suce"i"o saH"e se restaura no paciente, a "oença "estruG"a, =eorcia?se o espGrito (au+s ersos ==20

=105=20

7et t/e Xater =an" t/e bloo"Be o* sin t/e "ouble curecontE( (ais "o .ue =u(a su'est$o "a passa'e( "o cui"a"o para o trata(ento ==20—a =transiç$o .ue estouen*ocan"o a.ui e a'ora6ntre os "ois =etre(os "o uso "a palara, po"e?se encontrar, na prática ("ica, =u( /iato cura, nosenti"o "o trata(ento, "a be(?suce"i"a erra"icaç$o "a "oença e sua causa, =ten"e /o>e a se sobrepor aocui"a"o +s ("icos est$o en'a>a"os e( te(po inte'ral na batal/a "e i(pe"ir .ue os "ois =si'ni*ica"os "a

 palara perca( contato u( co( o outro Po"e?se "ier .ue =o clGnico 'eral cui"a, (as precisa con/ecer ostrata(entos 6( =contraste, o especialista se E co( proble(as "e "ia'nAstico e erra"icaç$o "a "oença, e te(=.ue se es*orçar para le(brar "o se'uinte o ato "e cui"ar ta(b( =pertence @ prática ("ica 4u( "esses"ois etre(os, o =("ico u( assistente social, e na er"a"e .uase .ue pesca e( á'uas "o cura, =ou se>a, "o(inistro reli'ioso 4o outro etre(o, o ("ico u( =tcnico, tanto ao *aer o "ia'nAstico .uanto ao aplicaro =trata(entoei"o á asti"$o "o ca(po, ineitáel a especialiaç$o nu( senti"o ou no =outro 4o entanto, co(o

Page 52: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 52/142

 pensa"ores, n$o esta(os "ispensa"os "e tentar =u(a abor"a'e( /olGstica+ .ue as pessoas .uere( "e nAs, =("icos e en*er(eiros + .ue .uere(os "e nossos cole'as, .uan"o so(os=nAs .ue *ica(os i(aturos, "oentes ou el/os 6ssas con"içes =— i(aturi"a"e, ="oença e el/ice trae(consi'o a "epen"Encia Se'ue?se .ue =necessário /aer con*iabili"a"e 9o(o ("icos, assistentes sociais=e en*er(eiros, so(os c/a(a"os a ser con*iáeis "e (o"o /u(ano &e n$o (ecCnico), a ter con*iabili"a"e=construG"a sobre nossa atitu"e 'eral &Kou presu(ir no (o(ento nossa =capaci"a"e para recon/ecer a"epen"Encia e nos a"aptar(os ao .ue =encontra(os)

10R=20

 4$o /á ="iscuss$o sobre o alor "e u( trata(ento e*ica &eo o *ato "e =n$o ser alei>a"o @ penicilinaD (in/a esposa, por sua e, "ee sua =i"a @ penicilina) ee?se to(ar co(o 'arantia a

ciEncia aplica"a @ =prática ("ica e cirHr'ica =É =i(proáel .ue "esalorie(os o trata(entoespecG*ico 4o entanto, =possGel ao obsera"or ou pensa"or .ue aceita esse princGpio =passar para outras consi"eraçes==.Fon"iailidade versus de#end+ncia = o assunto ="esta palestra 7o'o *icará ei"ente .ue ote(a lea a in*initas =co(plei"a"es, "e (aneira .ue, para /aer u( "elinea(ento "as áreas a"iscutir, necessário estabelecer *ronteiras arti*iciais =

KocE er$o "e i(e"iato .ue essa (aneira "e *alar separa o =("ico .ue pratica por si prAprio "o("ico .ue a'e para a =socie"a"eSe eu criticar a pro*iss$o ("ica, "ee *icar claro .ue sinto or'ul/o e( ser (e(bro "essa=cate'oria "es"e .ue (e "iplo(ei, /á cin.Lenta anos 4unca .uis ser =na"a al( "e ("ico 6sse*ato n$o (e i(pe"iu "e perceber erros *la'rantes e( nossas atitu"es e =reiin"icaçes sociais, e eul/es asse'uro .ue senti o proble(a na =prApria pele=20!ale possa(os er (el/or e co( (ais *acili"a"e as *al/as "e nossos =cole'as .uan"o so(os pacientes, incluin"o?se o*ato "e .ue sabe(os =(el/or o .uanto "ee(os @ (e"icina e @en*er(a'e( .uan"o =*ica(os "oentes e nos recupera(os

É =claro .ue n$o estou (e re*erin"o a erros 6u (es(o co(eti erros .ue "etesto =recor"ar 9ertae, antes "o a"ento "a insulina, a*o'uei u( ="iabtico, nu(a tentatia estHpi"a e i'norante "e

obe"ecer a =or"ens superiores + *ato "e .ue o /o(e( iria (orrer in"epen"ente(ente "e .ual.uercoisa .ue se *iesse n$o (e aliia ne( u( pouco =6 ten/o *eito coisas piores eli o ("ico >oe( .ue n$o se =E eposto co(o i'norante antes "e ter construG"o al'u(a =reputaç$o entre oscole'as .ue ir$o ener'ar seus "esastres as tu"o isso tril/ar ca(in/os /á =(uito con/eci"osceita(os a *alibili"a"e co(o u( *ato inerente @ =con"iç$o /u(ana

10<=20

ostaria "e =ol/ar a (aneira co(o ocEs e eu pratica(os a (e"icina, a cirur'ia e a =en*er(a'e(, =)uando

a estamos #raticando em( e n$o construin"o =(aterial para re(orso+ .ue eu po"eria escol/er !en/o =necessi"a"e "e apelar para a eperiEncia especialia"a .ue tie a =prática"a psicanálise e "a psi.uiatria in*antil in/a su'est$o .ue a psi.uiatria =te( u( 'ran"e potencial=

de"eedacK = para a prática =("ica psicanálise n$o se resu(e a interpretar o inconsciente repri(i"oD ,

=antes, o *orneci(ento "e u( conteto pro*issional para a con*iança, =no .ual esse trabal/o po"e ocorrerui 'ra"ual(ente (e =trans*or(an"o "e ("ico "e crianças e seus pais c( psicanalista psicanálise &co(oa psicolo'ia analGtica) =está li'a"a a u(a teoria e ao treina(ento intensio "e uns poucos =in"iG"uosseleciona"os e auto?eleitos + treina(ento ob>etia =*ornecer u(a psicoterapia .ue alcance a (otiaç$oinconsciente, e .ue essencial(ente *aça uso "a.uilo .ue se ="eno(ina trans*erEncia: 6 assi( por "ianteKou =enunciar al'uns princGpios .ue nasce( "o tipo "e trabal/o .ue eu e (eus cole'as nos ="escobri(os*aen"o 6scol/i seis cate'orias "escritias1 =Jierar.uias2 ;ue( está "oente epen"Encia

Page 53: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 53/142

3 =6*eitc "a posiç$o cui"a"o?cura sobre nAs=20N 6*eitos posteriores=%; ==rati"$o^propiciaç$oR Se'urar: =acilitaç$o 9resci(ento in"ii"ual=201 Pri(eiro, a .uest$o "as /ierar.uias escobri(os .ue, .uan"o =esta(os *ace a *ace co( u( /o(e(,u(a (ul/er ou u(a criança, esta(os =re"ui"os a "ois seres /u(anos "e (es(o nGel s /ierar.uias cae(=Posso ser ("ico, en*er(eiro, assistente social, u( parente .ue ie na (es(a casa =— =ou, a propAsito,=psicanalista ou pa"re 4$o *a "i*erença Feleante a relaç$o interpessoal, e( to"os os seus ricos e=co(plica"os (aties /u(anos

108=20

Já u( lu'ar =para /ierar.uias na estrutura social, (as n$o no con*ronto =clGnico2 esse ponto apenas u( passo para a per'unta =.ual "os "ois está "oente -s =ees, u(a=.uest$o "e coneniEncia 6 Htil .ue se enten"a o alGio =i(e"iato .ue o conceito "e "oença e "eestar "oente tra ao le'iti(ar a "epen"EnciaD a.uele .ue =be(?suce"i"o na reiin"icaç$o "e ser"oente se bene*icia "e u( =(o"o especG*ico KocE está "oente: (e lea nataral(ente =para a posiç$o "a.uele .ue respon"e=20@ necessi"a"e, ou se>a, @ a"aptaç$o, @ preocupaç$o =e @con*iabili"a"e, cura, no senti"o "e =cuidado; =+ ("ico, o en*er(eiro, ou se>a lá .ue( *or, assu(enatural(ente u(a =atitu"e pro*issional Isso n$o acarreta nen/u( senti"o "e =superiori"a"e;ual "os "ois seria o "oente Po"er?se?ia .uase ="ier .ue o pressuposto "e u(a posiç$o "e curata(b( u(a "oença, sA .ue "o outro la"o "a (oe"a Precisa(os ="e nossos pacientes tanto.uanto eles precisa( "e nAs + preboste "e =erbT citou recente(ente S$o Kicente "e Paula Fea para .ue os =pobres possa( nos per"oar por a>u"á?los: Po"erGa(os rear para .ue os "oentes nos per"oe( por =respon"er(os @s necessi"a"es "e suas "oenças 6sta(os *alan"o "e =a(or, (as se oa(or te( .ue ser *orneci"o por pro*issionais, nu( =conteto pro*issional, ent$o "ee?se eplicar osi'ni*ica"o "a palara 4este sculo, s$o os =psicanalistas .ue *ae( essa eplicitaç$o3 'ora po"e(os =ol/ar os e*eitos "esse pressuposto &"e .ue /á u(a pessoa .ue cui"a) =e( nAs(es(os 4ota(os cinco aspectos principaisa) 4o papel "e =cui"a"ores?cura"ores, n$o so(os (oralistas ier a u( paciente .ue =ele (au por estar "oente n$o o a>u"a !a(b( n$o a>u"a =en.ua"rar u( la"r$o, ou u( as(ático, ou u(

es.uio*rEnico e( cate'orias (orais + paciente sabe .ue =n$o esta(os lá para >ul'á?lo

10%=20

 b) So(os (uito =/onestos, er"a"eiros, "ien"o .ue n$o sabe(os .uan"o real(ente =n$osabe(os Q(a pessoa "oente n$o suporta nosso (e"o "a er"a"e =Se te(os (e"o "a er"a"e, (el/or escol/er outra pro*iss$o .ue n$o a "e ("icoc) =4As nos torna(os con*iáeis nu( senti"o .ue sA po"e(os =sustentar e( nosso trabal/o pro*issional .uest$o .ue, sen"o =pessoas &pro*issional(ente) con*iáeis, prote'e(os nossos pacientes "o i(preisto uitos "eles so*re( =precisa(ente "issoD *icara( su>eitos ao i(preistoco(o parte "e seu =pa"r$o "e i"a 4$o po"e(os nos "ar ao luo "e encaiar?nos nesse =pa"r$otrás "a i(preisibili"a"e está a con*us$o (ental e, atrás "ela, po"e?se encontrar o caos, e(

=ter(os "o *unciona(ento so(ático, isto , u(a ansie"a"e =i(pensáel .ue *isica") ceita(os o a(or e o A"io "o =paciente, so(os por eles a*eta"os, apesar "e n$o proocar(osnen/u( "eles, ne( esperar(os obter satis*açes =e(ocionais nu(a relaç$o pro*issional 6sta"eeria ser elabora"a =e( nossa i"a pria"a e nos "o(Gnios "a i"a pessoal, ou ent$o na=reali"a"e psG.uica interior, .uan"o o son/ar se concretia e a".uire *or(as &6( =psicanálise,estu"a?se isso co(o u( *ator essencial e "á?se o no(e =trans*erEncia: para as "epen"EnciasespecG*icas .ue =sur'e( entre o paciente e o analista + ("ico .ue se enole e( (e"icina *isicae cirur'ia te( (uito a apren"er ="a psicanálise, especial(ente nessa área !o(an"o u( ponto(uito =si(ples

Page 54: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 54/142

 se =um m@dico c?e'a N ?ora cominada( ele e6#erimenta um re"orço tremendo na con"iança =)ue

o #aciente tem nele Tou nela( =e isso n$o =i(portante apenas para eitar an'Hstia no paciente,(as ta(b( para incre(entar os processos so(áticos .ue ten"e( @ =cicatriaç$o, tale (es(o "cteci"os, co( certea "e =*unçes)e) !o"os concor"aria( *acil(ente co( o pressuposto ="e .ue o ("ico ou o en*er(eiro n$o s$ocruis co( a *inali"a"e "e sere( cruis cruel"a"e aparece =ineitael(ente e( nosso trabal/o,

(as para =tolerar a =crueldade =20precisa(os ol/ar para a prApria i"a *ora "e nossas relaçes=pro*issionais =É claro .ue

110=20

eu po"eria =*alar "e cruel"a"e e in'ança pratica"as por ("icos, (as n$o = "i*icil colocar esse tipo "e"istorç$o e( seu "ei"o lu'ar =N Para alcançar e*eitos (ais pro*un"os e( nAs a partir "e nosso recon/eci(ento "a ="oença e portanto "asnecessi"a"es "e "epen"Encia "e nossos =pacientes, precisa(os consi"erar .uestes (ais co(pleas "eestrutura ="a personali"a"e Por ee(plo u( sinal "e saH"e (ental a capaci"a"e .ue u( in"iG"uo te(

 para =penetrar, atras "a i(a'inaç$o, e ain"a assi( "c (o"o preciso, =nos pensa(entos, nos senti(entos enas esperanças "e outra pessoa, e =ta(b( "e per(itir .ue outra pessoa *aça o (es(o co( ele Supon/o .ue

 pa"res e ("icos cui"a"ores?cura"ores =se>a( bons nesse tipo "e coisa, por lire escol/a 6orcistas e=cura"ores atras?"e?trata(ento n$o precisa( "isso=20!ale u(a capaci"a"e ea'era"a "e brincar co( i"enti*icaçes =crua"as se>a al'u(as ees u(obstáculo es(o assi(, u(a =aaliaç$o "a.uilo .ue estou c/a(an"o "e capaci"a"e para =i"enti*icaçescrua"as — =saber colocar?se no =lu'ar "o outro e per(itir o inerso po"eria ser u(a "as =caracterGsticasi(portantes na seleç$o "e estu"antes "e (e"icina &se essa capaci"a"e pu"esse ser testa"a) =4$o resta "Hi"a"e .ue a i"enti*icaç$o crua"a enri.uece e( =(uito to"as as eperiEncias /u(anas, e .ue as pessoas .ue tE(

 pouca capaci"a"e para isso acaba( *ican"o ente"ia"as e s$o =ente"iantes l( "isso, n$o po"e( eercerna"a al( "e u(a =*unç$o "o tipo tcnica na prática ("ica e po"e( causar (uito so*ri(ento se( perceber

Ua(es Bal"Xin *alou =recente(ente na =BBC =.ue os crist$os se es.uecera( "e (encionar u( peca"o ainconsciEncia 6u po"eria =acrescentar a.ui u(a nota sobre as i"enti*icaçes crua"as ="elirantes 6stasreal(ente causa( estra'os=%; 'ora c/e'o @ =.uest$o "a 'rati"$o Uá (e re*eri a ela na citaç$o "e =S$o Kicente "e Paula 'rati"$o

 parece (uito bonita, ==20

=111=20

e aprecia(os =a.uela 'arra*a "e uGs.ue especial e a caia "e bo(bons .ue s$o =epresses "e a'ra"eci(ento"e nossos pacientes 4o entanto a ='rati"$o n$o t$o si(ples assi( Se as coisas $o be(, os pacientes n$orecon/ece( =nosso es*orço, e sA .uan"o /á ne'li'Encia &u( al'o"$o ="eia"o no peritVnio) eles se torna(er"a"eiros consi'o (es(os e =recla(a( 6( outras palaras (uita 'rati"$o, co( certea a 'rati"$oea'era"a, u(a .uest$o "e =apai'ua(ento /á *orças "e in'ança latentes, e (el/or =.ue elas se>a(aplaca"ass pessoas "oentes *ica( na ca(a plane>an"o presentes 'enerosos ou co"icilos para testa(entos, (as os=("icos, os en*er(eiros e outros *ica( contentes co( o *ato "e .ue ="epois "a alta o paciente triste lo'oes.uece, ain"a .ue tale n$o =se>a es.ueci"o 6u "iria .ue os ("icos e os en*er(eiros .ue eperi(enta(lutos re"uplica"os e =repetitios Q( "os peri'os "e nossa i"a pro*issional .ue po"e(os =*icare(pe"erni"os, pois a per"a repeti"a "e pacientes nos torna =cautelosos .uanto a *icar (uito prAi(os "o"oente noo Isso especial(ente er"a"eiro co( =relaç$o a en*er(eiras .ue cui"a( "e bebEs "oentes, ou.ue =assu(e( o cui"a"o "e bebEs aban"ona"os e( cabinas tele*Vnicas, ou =encontra"os e( (alas &co(o6rnest), na Seç$o "e c/a"os e Per"i"os "a Kictoria Station prática "a =clGnica 'eral nu(a ci"a"e "o interior po"e ser a resposta para esse =proble(a, pois o ("icoie >unto co( seus pacientes ==20—se( ="Hi"a a (el/or (aneira "e eercer a (e"icina + ("ico e o=paciente, os "ois se(pre lá, (as sA @s ees co(o ("ico e =paciente+ ("ico po"e apren"er (uito co( a.ueles .ue se especialia( no cui"ar?curar:, =(ais "o .ue no curar

Page 55: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 55/142

erra"ican"o a'entes "o (al:R 6iste =u(a coisa .ue necessita especial(ente ser recupera"a na prática ("ica, e ou ter(inar (in/a

 palestra *alan"o nela +corre .ue o =cui"ar?curar: u(a etens$o "o conceito "e =se'urar: 9o(eça co(o bebE no Htero, "epois co( o =bebE

112=20

==ustri'/t==20no colo, /aen"o u( enri.ueci(ento a partir "o processo "e cresci(ento ="a criança, poisa ($e .ue con/ece a.uele bebE especG*ico =.ue ela "eu @ lu torna esse enri.ueci(ento possGel=20+ te(a "o a(biente *acilita"or capacitan"o o cresci(ento pessoal e o =processo (aturacional te( .ue ser u(a "escriç$o "os cui"a"os .ue o =pai e a ($e "ispensa(, e "a *unç$o "a *a(Glia Isso lea =@ construç$o "a"e(ocracia co(o u(a etens$o "a *acilitaç$o *a(iliar, co( os in"iG"uos =(a"uros eentual? (enteto(an"o parte "e acor"o co( sua i"a"e e =capaci"a"e na polGtica e na (anutenç$o e reconstruç$o "a=estrutura polGtica=20o la"o "isso se encontra o senti"o "e i"enti"a"e pessoal, .ue =essencial a to"o ser /u(anoD e = s #ode

 se =reali1ar de "ato em cada indivíduo em "unç$o de uma materna'em =satis"atria e "e u( =supri(entoa(biental "o tipo "o se'urar: "urante os está'ios ="e i(aturi"a"e + processo (aturacional, por si sA, n$o

 po"e =con"uir o in"iG"uo atras "e seu processo "e se tornar in"iG"uoPortanto, .uan"o *alo =e( cura no senti"o "o cui"ar?curar:, aparece a ten"Encia =natural "e ("icos e

en*er(eiros a respon"er @s necessi"a"es "os =pacientes, (as a'ora isso eplicita"o=20e( ter(os "e saH"e re'istra"o e( ter(os "a "epen"Encia =natural "o in"iG"uo i(aturo, .ue eoca, nas *i'uras parentais, a=ten"Encia a *ornecer con"içes .ue incre(ente( o cresci(ento =in"ii"ual Isso n$o cura no senti"o "otrata(ento, (as si( no senti"o "o =cui"ar?curar:, o assunto "e (in/a palestra =— ==20e po"eria ser o le(a"e nossa pro*iss$o6( ter(os "a "oença =social, o cui"ar?curar: po"e ser (ais i(portante para o (un"o "o =.ue a cura?trata(ento: e "o .ue to"o "ia'nAstico e =preenç$o .ue aco(pan/a(=20a.uilo .ue 'eral(ente se "eno(inaabor"a'e( cientG*ica.ui =esta(os ir(ana"os aos assistentes sociais, cu>a atribuiç$o =seriço social "e caso: po"e ser istaco(o u(a etens$o =bastante co(plea "o uso "a palara se'urar: e co(o u(a aplicaç$o prática "ocui"ar?curar: =

 4u( conteto pro*issional, "a"o o co(porta(ento pro*issional =apropria"o, po"e ser .ue o "oente encontreu(a solu?

113=20===ç$o pessoal =para proble(as co(pleos "a i"a e(ocional e "as relaçes interpessoaisD o .ue *ie(osn$o *oi aplicar u( trata(ento, =(as *acilitar o cresci(entoSerá pe"ir (uito ao clGnico .ue =ele prati.ue o cui"arcurar: 6sse aspecto "o nosso trabal/o =parece *al/are( ter(os "a reiin"icaç$o por /onorários (ais altos e sabota o siste(a "e /ierar.uias =aceitas 4o entanto,

 po"e ser apreen"i"o *acil(ente por pessoas =a"e.ua"as e tra al'o (uito (ais satis*atArio "o .ue osenti(ento "e =ter si"o esperto=20Su'iro .ue encontre(os, no aspecto cui"ar?curar: "e nosso =trabal/o pro*issional, u( conteto paraaplicar os princGpios .ue =apren"e(os no inGcio "e nossas i"as, .uan"o ra(os pessoas =i(aturas e nos *oi"a"o u( cui"ar?curar: satis*atArio e cura, por assi( "ier, antecipa"a &o (el/or tipo "e =(e"icina

 preentia) por nossas ($es satis*atArias: e por =nossos pais6 se(pre i(portante "escobrir .ue nosso trabal/o se =incula a *enV(enos inteira(ente naturais, e aosuniersais, al'o .ue esperarGa(os =encontrar nas (el/ores poesias, *iloso*ias e reli'ies

11N

==p1===20=20

=====20

=20

Page 56: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 56/142

=== A =contri<,i?o "a (? -ara a !oci"a" =20

=Psescrito N #rimeira coleç$o de #alestras do dr; innicott =N rádio 55F( #ulicada so o título =criança e a =*a(Glia,=20-&%0 ==20

Penso .ue to"o =(un"o possui u( interesse (aior, u( i(pulso (otor pro*un"o e( ="ireç$o a

al'o Se a i"a "e al'u( "ura o su*iciente, "e tal =(o"o .ue essa pessoa possa ol/ar para trás, ela po"erá "iscernir u(a ten"Encia ur'ente .ue inte'rou to"as =as "iersas e aria"as atii"a"es "e suai"a pro*issional e "e sua i"a =pria"a 4o (eu caso, = >á posso er e( (eu =trabal/o o i(portante papel "ese(pen/a"o pelo i(pulso "e"escobrir e =aloriar a boa ($e co(u( Sei .ue os pais s$o t$o i(portantes =.uanto as ($es, ereal(ente u( interesse na (aterna'e( inclui u( interesse nos pais =e na parte ital .ue eles"ese(pen/a( nos cui"a"os ao bebE ;uanto a =(i(, no entanto, @s ($es .ue (e sinto pro*un"a(ente co(peli"o =a (e "iri'ir=20;uer (e parecer .ue *alta al'u(a coisa na socie"a"e /u(ana s =crianças cresce( e torna(?se por sua e pais e ($es, (as, "e (o"o ='eral, n$o c/e'a( ao ponto "e saber e "e recon/ecereata(ente o .ue =suas ($es *iera( para elas no inGcio Já u(a ra$o so(ente a'ora .ue seco(eçou a perceber a =parcela .ue cabe @ ($e 9ontu"o, ten/o .ue "eiar claras certas =coisas @s

.uais n$o estou (e re*erin"o 4$o estou =.ueren"o "ier .ue as crianças "eeria( a'ra"ecer aos pais por tE?las concebi"o 9o(to"a =certea, elas po"e? =20

=117=20

ria( esperar =.ue sua in"a ten/a si"o u(a .uest$o "e satis*aç$o e praer =(Htuos +s pais certa(ente n$o po"e( esperar a'ra"eci(entos pelo =*ato "e .ue os bebEs 'an/e( eistEncia +s bebEs n$o pe"e( paranascerJá al'u(as outras =coisas .ue n$o estou .ueren"o "ier Por ee(plo n$o .uero =sustentar .ue as criançasten/a( .ual.uer obri'aç$o e( =relaç$o a seus pais por conta "e sua cooperaç$o na construç$o "o lar e nosa*aeres "a *a(Glia, (es(o .ue =eentual(ente se "esenola al'u(a espcie "e 'rati"$o Bons pais=co(uns constroe( u( lar e (antE(?se >untos, proen"o ent$o u(a =raç$o básica "e cui"a"os @ criança e

(anten"o portanto u( conteto e( .ue ca"a criança =encontra 'ra"ual(ente a si (es(a &seu =seu) =e ao(un"o, e u(a =relaç$o operatia entre ela e o (un"o as os pais n$o .uere( 'rati"$o =por issoD eles tE(suas reco(pensas e, e( e "e receber =a'ra"eci(entos, pre*ere( er seus *il/os crescere( e se tornare(eles =prAprios pais e construtores "e lar Isso po"e ser "ito "e outra *or(a =est$o cobertos "e ra$o os(eninos e as (eninas .ue censura( os =pais .ue, "epois "e tere(?nos trai"o @ eistEncia, n$o l/es=*ornece( o supri(ento (Gni(o necessário para iniciare( a i"aurante o Hlti(o (eio sculo te( =/ai"o u( crescente au(ento na consciEncia "o alor "o lar=&in*eli(ente, essa consciEncia pro( "a co(preens$o "os =e*eitos "e u( lar rui() 9on/ece(os al'u(as"as raes .ue *ae( essa lon'a e ei'ente tare*a =— =o trabal/o "os pais ="e co(preen"er os *il/os — =aler a

 penaD e, "e =*ato, acre"ita(os .ue esse trabal/o proE a Hnica base real para a =socie"a"e, sen"o o Hnico *ator  para a ten"Encia "e(ocrática "o siste(a social "e u( paGs+ lar, =contu"o, "e responsabili"a"e "os pais e n$o "a criança ;uero ="eiar be( claro .ue n$o estou

 pe"in"o a nin'u( .ue *i.ue =epressan"o 'rati"$o + .ue (e preocupa "e (o"o especG*ico n$o retroce"e

ne( ao =(o(ento "a concepç$o, ne( aança tanto .uanto a =construç$o "e u( lar 6stou preocupa"o co( arelaç$o .ue a =($e te( co( o bebE pouco antes "o

118=20

 parto e nas =pri(eiras se(anas e (eses apAs o nasci(ento 6stou tentan"o c/a(ar a =atenç$o para a i(ensacontribuiç$o ao in"iG"uo e @ =socie"a"e .ue a boa ($e co(u( *a "es"e o co(eço, co( seu (ari"o "an"osuporte, e .ue ela =*a si(ples(ente por ser "eota"a a seu *il/oSerá .ue o =n$o?recon/eci(ento "a contribuiç$o "a ($e "eota"a se "ee >usta(ente ao *ato "e ela ser

Page 57: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 57/142

i(ensa 9aso se aceite =essa contribuiç$o, se'ue?se .ue to"o /o(e( ou (ul/er sa"ios, to"o /o(e( ou to"a(ul/er =.ue te( o senti(ento "e ser u(a pessoa no (un"o, e para a .ual o (un"o =si'ni*ica al'u(a coisa,to"a pessoa *eli te( u( "bito in*inito para co( u(a (ul/er o (es(o te(po, .uan"o essa pessoa =*oicriança, ela n$o sabia na"a a respeito "a "epen"Encia =/aia "epen"Encia absoluta6u en*atiaria, u(a e (ais, .ue o =resulta"o "e tal recon/eci(ento — =.uan"o ele aparece =— =n$o ai ser a'rati"$o, ne( elo'ios + resulta"o ai ser a ="i(inuiç$o e( nAs (es(os "e u( (e"o Se nossa socie"a"e=retar"ar o recon/eci(ento pleno "essa "epen"Encia, .ue u( *ato =/istArico no está'io inicial "o"esenoli(ento "e ca"a in"iG"uo, /aerá u( =blo.ueio tanto no pro'resso .uanto na re'ress$o, u(

 blo.ueio .ue se =baseia no (e"o Se o papel "a ($e n$o *or er"a"eira(ente =recon/eci"o, ent$o per(anecerá u( (e"o a'o "a "epen"Encia -s ees, esse (e"o to(a a *or(a "e =u( (e"o "e Q7J6F,ou (e"o "e u(a (ul/er, e outras ees ai assu(ir =*or(as (enos *áceis "e recon/ecer, (as .ue se(preinclue( o (e"o "a ="o(inaç$o=20In*eli(ente, o (e"o "a "o(inaç$o n$o lea (uitas pessoas a =eitare( ser "o(ina"osD ao contrário,enca(in/a?as e( "ireç$o a =u(a "o(inaç$o especG*ica ou escol/i"a Feal(ente, caso se =estu"asse a

 psicolo'ia "o "ita"or, po"er?se?ia esperar "escobrir, entre outras coisas, .ue e( sua =prApria luta pessoal eleestá tentan"o controlar a (ul/er cu>a ="o(inaç$o ele inconsciente(ente te(e, tentan"o controlá?la =atras"e u( enclausura(ento, a'in"o por ela, e por sua e "e(an"an"o =su>eiç$o e a(or: totais ==20

=119=20

uitos =estu"iosos "a /istAria social pensara( .ue o (e"o "e Q7J6F u(a =causa po"erosa "oco(porta(ento aparente(ente ilA'ico "os seres =/u(anos e( 'rupo, (as esse (e"o rara(ente te( suasraGes "esen"a"as esen"a"o na rai "e ca"a /istAria in"ii"ual, =o (e"o "e Q7J6F se trans*or(a e((e"o "e recon/ecer a "epen"Encia =Por conse'uinte, eiste( raes sociais (uito *ortes para .ue se=esti(ule a pes.uisa nos está'ios (ais precoces "a relaç$o ($e?criançae (in/a =parte, ocorre .ue *ui lea"o a "escobrir tu"o o .ue pu"e a respeito "o =si'ni*ica"o "a palara"eoç$o:, no senti"o "e (e (anter o =(ais plena(ente possGel in*or(a"o e recon/eci"o e( relaç$o @(in/a prApria =($e 4esse (o(ento, u( /o(e( está e( posiç$o (ais "i*icil "o =.ue u(a (ul/erD ele n$o

 po"e, obia(ente, reconciliar?se co( sua =($e atras "o ato "e se tornar ($e o /o(e( sA resta aalternatia "e aproi(ar?se ao (ái(o "a =consciEncia "a.uilo .ue a ($e realia + "esenoli(ento "a=(aterna'e( co(o u(a .uali"a"e e( seu caráter n$o ai ser (uito pro*un"a, e a *e(inili"a"e nu( /o(e((ani*esta?se apenas =co(o u( ca(in/o paralelo aos assuntos principaisPara o /o(e( .ue =está enre"a"o nesse proble(a, u(a soluç$o participar "e u( =estu"o ob>etio "o papel"a ($e, especial(ente o .ue ela "ese(pen/a no inGcio

 4o (o(ento =presente, costu(a?se ne'ar a i(portCncia "a ($e "i?se .ue nos =pri(eiros (eses trata?seapenas "e u(a .uest$o "e cui"a"os corporais, =e .ue portanto, no inGcio, u(a boa en*er(eira seria osu*iciente 6iste( at ($es =&espero .ue n$o neste paGs) @s .uais se *ala .ue elas =devem ser m$es ="e seus*il/os, sen"o =esse o 'rau (ais etre(o "e ne'ar .ue a (aterna'e(: se ori'ina =natural(ente no ato "e ser($e contece co( *re.LEncia .ue, =pouco antes "a co(preens$o "e al'u( assunto, /á u( está'io "ene'aç$o, ou ce'ueira, =ou u( n$o?er "elibera"o, co(o o (ar .ue recua *rente @ praia =antes "e lançar aestron"osa on"a7i(pea a"(inistratia, os ="ita(es "a /i'iene, u( i(pulso elo'iáel para a pro(oç$o "a saH"e corporalessas e to"a

120=20

espcie "e =coisas se interpe( entre a ($e e a criança, e =i(proáel .ue as ($es se er'a( porsi (es(as nu( es*orço =or.uestra"o para protestar contra as inter*erEncias l'u( precisa a'ir e(*aor "as ($es >oens .ue est$o ten"o seu =pri(eiro e seu se'un"o bebE, e .ue necessaria(ente seencontra(, elas =(es(as, e( esta"o "e "epen"Encia Po"e?se partir "o princGpio "e =.ue nen/u(a($e "e bebE rec(?nasci"o ai *aer 'ree contra os ("icos e as en*er(eiras, n$o =i(porta.uantas *rustraçes eista(, pois ela está enoli"a =in"a .ue (uitas "e (in/as palestras pelo rá"io se>a( "iri'i"as =@s ($es, as ($es >oens, @s .uaiselas se "estina( "e (o"o especial, proael(ente n$o ir$o =ler estas palestras 4$o "ese>o alterar

Page 58: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 58/142

isso 4$o posso partir "o =pressuposto "e .ue as >oens ($es iria( .uerer saber o .ue *ae(.uan"o "escobre( seu praer e( se =preocupar co( os prAprios *il/os 6las te(e(, (uitonatural(ente, ="eiar .ue a instruç$o estra'ue seu praer e sua eperiEncia =criatia, .ue oele(ento essencial .ue con"u @ satis*aç$o e ao cresci(ento >oe( =($e precisa "e proteç$o ein*or(aç$oD precisa "o (el/or =.ue a ciEncia ("ica po"e o*erecer e( ter(os "e cui"a"oscorporais =e preenç$o "e aci"entes eitáeis 6la precisa "e u( ("ico e "e u(a en*er(eira .ue

con/eça =e e( .ue( "eposite con*iança Precisa "a "eoç$o "e u( (ari"o, =e "e eperiEnciasseuais satis*atArias 4$o, a >oe( ($e =n$o u(a pessoa .ue usual(ente apren"e atras "eliros 4o entanto, ao =preparar os pro'ra(as para publicá?los, tie .ue (anter a *or(a "a=conersa "ireta co( >oens ($es, pelo *ato "e .ue isso *ornece u(a "isciplina Q( escritor "a=naturea /u(ana precisa ser constante(ente lea"o na "ireç$o "a =lin'ua'e( si(ples, lon'e "o >ar'$o "o psicAlo'o, (es(o .ue tal =>ar'$o possa ser alioso e( contribuiçes para reistascientG*icasProael(ente a.ueles .ue = >á = passara( pela =eperiEncia "a (aterna'e(, e .ue se per(ite(ol/ar e( torno, teria( al'u( =interesse e( ler, e po"e( a>u"ar a *aer o .ue /o>e e( "ia t$o=necessário, ou se>a, "ar suporte (oral @ boa ($e co(u(, e"u?

121=20

ca"a ou =n$o, inteli'ente ou li(ita"a, pobre ou rica, e prote'E?la contra =tu"o e to"os .ue se interpusere(entre ela e seu bebE !o"os nAs ="ee(os >untar *orças .ue capacite( o inGcio e o "esenoli(ento natural "arelaç$o e(ocional entre as =($es e seu bebE 6sse trabal/o coletio u(a etens$o "o =trabal/o "o pai, "otrabal/o "o pai "es"e o inGcio, .uan"o a ($e =está carre'an"o, sustentan"o e a(a(entan"o seu bebED no

 perGo"o =anterior ao .ual o bebE ai po"er usar o pai "e outras (aneiras

122=20

==p1===20=20

=====20

=20

=== A criana no =gr,-o $a(i)iar Palestra #ro"erida =na con"er+ncia da Associaç$o das 3scolas de 3n"erma'em( sore =8Pro'ressos na

educaç$o #rimáriaO6"ord( 2 de 4ul?o de -&22 =Qlti(a(ente, (uito =te( si"o escrito sobre esse te(a, a criança e a *a(Glia, e =(uito "i*Gcil saber co(o

contribuir "e (o"o ori'inal para esse =assunto t$o asto ee /aer u( senti(ento 'eral "e .ue = >á =se"isse tu"o e "e =.ue o tGtulo *icou "estituG"o "e senti"o si(ples(ente pelo uso repeti"o Fecente(enteaconteceu u(a =certa renoaç$o, atras "a (u"ança "e En*ase nas ="iretries, "e tal (o"o .ue o "esta.uea'ora n$o "a"o ao =in"iG"uo, (as @ *a(Glia Já u( certo tipo "e plano para .ue se (o"i*i.ue o pa"r$o "oseriço =social, "e (aneira a se consi"erar a *a(Glia co(o centro e a =criança co(o parte "a *a(Glia6( (in/a opini$o, isso =n$o representa (u"ança real, por.ue a criança se(pre *oi estu"a"a e( relaç$o @

*a(Glia ou e( =relaç$o @ *alta "e u(a Se>a lá co(o *or, po"e(os lançar =($o "e .ual.uer coisa .ue aliie a(onotonia Penso .ue, se ol/ar(os =para a contribuiç$o psicanalGtica, po"ere(os "ier .ue n$o /oue u(e.uilGbrio na En*ase .ue =os psicanalistas tE( "a"o ao trata(ento "a criança =psicanálise passou por u(lon'o perGo"o "e "iscuss$o sobre o =trata(ento "a criança co(o u( *enV(eno isola"o Isso n$o pV"e sereita"o entro "e cGrculos =psicanalGticos /á, no entanto, u(a (u"ança =— ==20a"in"a "os processos "e"esenoli(ento "as i"ias as ocorre .ue a =(u"ança =20

=123=20

Page 59: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 59/142

na "iretri =n$o "iri'i"a ao psicanalista =É ="iri'i"a ao =seriço social e( 'eral, e eu "iria .ue o seriçosocial se(pre consi"erou a =*a(Glia .uan"o obseraa a criançaJá u( receio e( (in/a =(ente u(a En*ase ea'era"a no (ane>o "as "i*icul"a"es /u(anas e( =ter(os "a*a(Glia e "e outros 'rupos co(o *u'a ao estu"o "o in"iG"uo, se>a =criança, a"olescente ou a"ulto 6( al'u((o(ento "o trabal/o "o =seriço social "e caso, o pro*issional se E *rente a u( in"iG"uo, *ora "o 'rupo.ui resi"e( as (aiores "i*icul"a"es, e ta(b( o =(aior potencial "e (u"anças

9o(eçarei, portanto, co( u( =pe"i"o le(bre(?se "a criança in"ii"ual, "o processo "e ="esenoli(ento"a criança, "o "escon*orto "a criança, "a necessi"a"e .ue a criança te( "e auGlio pessoal e "a =capaci"a"e.ue ela te( "e usar a a>u"a pessoal, si(ultanea(ente, =claro, @ le(brança contGnua "a i(portCncia "a*a(Glia e ="os ários 'rupos escolares e "e to"os os outros .ue con"ue( ao 'rupo .ue =c/a(a(os "esocie"a"e6( .ual.uer seriço social "c caso, ="ee?se to(ar u(a "ecis$o .ual a pessoa "oente neste caso =in"a.ue se>a a criança, @s ees outra pessoa .ue causou e está (anten"o a perturbaç$o, ou =ent$o po"e ser .ueo proble(a se>a u( *ator social 6sses s$o =casos especiais, e os assistentes sociais tE( plena consciEncia="esse proble(a, o .ual, contu"o, n$o "eeria ce'á?los para o *ato "e .ue, na es(a'a"ora (aioria "os=casos, .uan"o a criança apresenta sinto(as, os sinto(as aponta( para =u( so*ri(ento na criança =—e a(el/or resposta =seria u( trabal/o co( a criançaostaria "e le(brá?los "e =.ue isso especial(ente er"a"e na.uela (irGa"e "e casos .ue =eiste( naco(uni"a"e, (as .ue n$o c/e'a(=20@s 9lGnicas "e +rientaç$o @ 9riança, .ue natural(ente =acaba( li"an"oco( os casos (enos co(uns e (ais co(pleos 6( outras =palaras, se ocEs ol/a( @ sua olta, para ascrianças .ue =con/ece( e( sua *a(Glia e e( seu conteto social, er$o u( 'ran"e nH(ero "e =crianças .ue

necessitaria( "e u(a a>u"ain/a, (as .ue nunca =procuraria( u(a clGnica =É

=124=20

==ustri'/t= para essas =crianças .ue o auGlio *uncionaria (el/or, e s$o essas crianças .ue precisa( "e atenç$o in"ii"ual s =crianças "as clGnicas n$o s$o representatias "as =crianças .ue precisa( "e auGlio na co(uni"a"e i'o isso =con*i"encial(ente para esta au"iEncia, .ue co(posta "e pro*essores, e a 'ran"e (aioria "as crianças .ue =ocEs ensina( n$o s$o pacientes "asclGnicas S$o =crianças co(uns, ou (uito pareci"as co( as .ue pertence( ao =prAprio 'rupo social"e ocEs 4$o /á pratica(ente nen/u(a criança .ue n$o necessite "e a>u"a e( =relaç$o a al'u(

 proble(a pessoal, onte(, /o>e ou a(an/$ =É ==20co(u( ocEs li"are( co( esses proble(asna escola atras "o =con/eci"o (to"o "e i'norar o proble(a:, ou por (eio "e u(a ="isciplinacui"a"osa(ente "osa"a, ou ensinan"o al'u( tipo "e trabal/o =@ criança, ou *acilitan"o os i(pulsos

criatios =É =necessário =a"(itir .ue, no con>unto, a is$o .ue ocEs tE( "e psicolo'ia precisaser e precisa per(anecer "i*erente "a is$o ="o assistente social e "o psi.uiatra in*antilKocEs $o =co(preen"er .ue precisa /aer u(a sobreposiç$o al'uns "e seus =alunos "eeria(estar *re.Lentan"o u(a clGnica e al'u(as "as crianças "a clGnica "eeria( estar li"an"o =co( suas"i*icul"a"es por (eio "a a>u"a "e tios, tias e pro *essores e ="e outras *or(as "e prois$o social==20

===O gr,-o ( =r)a?o ao in"iv9",o =20

;uero =aproeitar a oportuni"a"e para le(brá?los co( al'u( "etal/e "o (o"o =pelo .ual *a(Glia

constitui u( 'rupo, cu>a estrutura se relaciona co( =a estrutura "a personali"a"e "o in"iG"uo *a(Glia o pri(eiro a'rupa(ento, e "e to"os os a'rupa(entos o =.ue está (ais prAi(o "e seru( a'rupa(ento "entro "a uni"a"e "a =personali"a"e + pri(eiro a'rupa(ento si(ples(enteu(a ="uplicaç$o "a estrutura unitária ;uan"o "ie(os .ue a *a(Glia o pri(eiro a'rupa(ento,=esta(os *alan"o (uito natural(ente e( ter(os "o cresci(ento "o in"i? ==20

=125=20

Page 60: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 60/142

i"uo, e isso =se >usti*ica pelo ="ato "e .ue a (era =passa'e( "o te(po n$o te( nen/u( Gnculoco( a i"a /u(ana .ue se co(pare, e( *orça, ao Gnculo .ue =se relaciona ao *ato "e .ue, nu(certo ponto "o te(po, ca"a pessoa =co(eça sua i"a e, por u( processo "e cresci(ento, *a co(.ue u(a =área "o te(po se>a pessoal criança está co(eçan"o a se separar "a ($e e, antes .ue a ($e =possa ser percebi"a "e (o"o

ob>etio, ela a.uilo .ue se po"eria ="eno(inar u( ob>eto sub>etio =É real(ente u( c/o.ue

=consi"eráel para a criança ter .ue eperi(entar al'o =inter(e"iário entre o uso "a ($e en.uantoob>eto sub>etio, ou =se>a, en.uanto u( aspecto "oself =e u( ob>eto .ue =n$o o=selfe portantose situa =*ora "o controle onipotente 6 a ($e lea a cabo u(a tare*a (uito =i(portante, ao sea"aptar @s necessi"a"es "a criança, "e tal (o"o .ue acaba "i(inuin"o u( pouco o i(pacto "oc/o.ue a .ue =(e re*eri, e .ue "i respeito ao contato co( o princGpio "a =reali"a"e *i'ura(aterna ai sen"o "uplica"aJá al'u(as =culturas on"e se *a u( es*orço "elibera"o para i(pe"ir .ue a ($e se torne u(a pessoa, "e tal (o"o .ue a =criança *ica "es"e o co(eço asse'ura"a contra o c/o.ue associa"o =@ per"a 6( nossa cultura, a ten"Encia encarar co(o u( *ato =nor(al .ue a criança eperi(ente oc/o.ue e( to"a a sua etens$o, @ (e"i"a .ue a =($e se torna u(a pessoa a"apta"ora eterna,e(bora ten/a(os .ue =a"(itir .ue /á Gti(as ;uan"o *unciona, a ri.uea "a eperiEncia se tornau( ar'u(ento e( seu *aor + estu"o antropolA'ico "essa =área *ornece (aterial *ascinante para o pes.uisa"or e( relaç$o =aos resulta"os "a cis$o precoce e "elibera"a, social(ente ="eter(ina"a,"a *i'ura (aterna=20+ pai entra no .ua"ro 'eral "e "uas (aneiras t certo ponto, ele = u(a "as "uplicaçes "a*i'ura (aterna 4os Hlti(os =cin.Lenta anos, te( /ai"o neste paGs u(a (u"ança na =orientaç$o,"e tal (o"o .ue os pais se tornara( (uito (ais reais para seus *il/os =no papel "e "uplicaçes "a($e "o .ue eles

12R=20

era(, parece, ="ca"as atrás 4o entanto, isso inter*ere co( a outra =caracterGstica "o pai, se'un"oa .ual ele acaba entran"o na i"a "a =criança co(o u( aspecto "a ($e .ue "uro, seero,i(placáel, intransi'ente, in"estrutGel, e .ue, e( =circunstCncias *aoráeis, ai 'ra"ual(ente setornan"o a.uele =/o(e( .ue se trans*or(a nu( ser /u(ano, al'u( .ue po"e ser te(i"o,=o"ia"o, a(a"o, respeita"o=20esse (o"o, e(os .ue u( 'rupo .ue se "esenoleu, e .ue isso se "eu "e ="uas *or(as  pri(eira correspon"e si(ples(ente @ etens$o "a =estrutura "a personali"a"e "a criança e "epen"e"e processos "e =cresci(ento outra *or(a "epen"e "a ($e e "e sua atitu"e e( relaç$o a essacriança especG*icaD "e =outras pessoas .ue po"e( estar "isponGeis co(o *i'uras (aternasD "a=atitu"e "a ($e para co( as ($es substitutasD "a atitu"e social na =locali"a"eD e aG ent$o"epen"e=20"o e.uilGbrio "os "ois aspectos .ue "escrei "a *i'ura paterna + =(o"o "e ser "o painatural(ente "eter(ina a (aneira co(o a criança =usa ou n$o esse pai, na *or(aç$o "a *a(Glia

"essa criança =particular É =claro .ue, "e =.ual.uer (o"o, o pai po"e estar ausente ou (uito e(ei"Encia, e tais ="etal/es *ae( u(a "i*erença enor(e no si'ni*ica"o "a palara *a(Glia: para a

criança =especG*ica "a .ual este>a(os *alan"o propAsito, con/eci =u(a criança .ue "eu o no(e "e a(Glia: para seu ob>eto =transicionalc/o .ue nesse caso /oue u( recon/eci(ento (uito precoce "a ina"e.uaç$o ="a relaç$o parental,e *oi incriel(ente ce"o .ue essa criança =tentou re(e"iar a "e*iciEncia .ue percebeu, c/a(an"o

sua boneca "e =a(Glia É =o Hnico ee(plo =.ue con/eço e( .ue isso aconteceu !rinta anos"epois, essa pessoa =ain"a está lutan"o contra a incapaci"a"e "e aceitar o "istancia(ento entre seus=pais6spero ter conse'ui"o trans(itir a ocEs .ue, .uan"o =*ala(os a respeito "e u(a criança &se>a "e.ue seo *or) e sua =*a(Glia, esta(os i'noran"o os está'ios "i*iceis por (eio "os .uais essa criança

Page 61: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 61/142

especG*ica a".uiriu =u(a *a(Glia 4$o se trata si(ples(ente "e /aer u( pai e u(a =($e, e "e .uetale

12<=20

outras =crianças apareça( co( o te(po, passan"o ent$o a eistir u( lar =co( pais e *il/os,

enri.ueci"o co( tias, tios e pri(os 6ssa apenas =a opini$o "e u( obsera"or Para as cincocrianças "e u(a *a(Glia, /á cinco *a(Glias 4$o =necessário ser psicanalista para er .ue essascinco *a(Glias =n$o s$o necessaria(ente se(el/antes, e se( "Hi"a n$o s$o =i'uaisO -rinc9-io "a =ra)i"a"='ora .ue intro"ui a i"ia "a *a(Glia paralela(ente ao conceito "o ob>eto sub>etio tornan"o?seu( ob>eto =.ue percebi"o ob>etia(ente, 'ostaria "e continuar a estu"ar essa =área Já u(a(u"ança incriel(ente 'ran"e .ue ocorre no "esenoli(ento "os seres /u(anos eata(ente entre=esses "ois tipos "e relaciona(ento Pessoal(ente, tentei *aer u(a =contribuiç$o no senti"o "eobserar o (el/or possGel os =ob>etos transicionais e os *enV(enos transicionais, ou se>a, to"as ascoisas .ue a criança e(pre'a =.uan"o está passan"o por essa *ase, na .ual a capaci"a"e "e realiar=percepçes ob>etias li(ita"a e a principal eperiEncia "a =relaç$o co( o ob>eto precisacontinuar sen"o o relaciona(ento co( ob>etos =sub>etios & propAsito, n$o possGel utiliar a

=epress$o ob>eto interno: a.uiD o ob>eto .ue po"e(os er =eterno e percebi"osub>etia(ente, ou se>a, a"( "os i(pulsos criatios "a =criança, "a (ente "a criança Q(a.uest$o (ais co(plica"a =.uan"o a criança, a'ora co( u( interior, to(a ob>etos percebi"oseterna(ente e os coloca ="entro "e si co(o i(a'ens internas 6sta(os "iscutin"o a.ui u(=está'io anterior @.uele e( .ue a epress$o ob>eto =interno: se aplica)=20Q(a "i*icul"a"e .ue se apresenta nu(a "escriç$o "esse tipo =.ue, .uan"o u(a criança nesseestá'io se relaciona co( o .ue estou =c/a(an"o "e ob>eto sub>etio, n$o /á "Hi"a "e .ue*unciona, ao =(es(o te(po, u(a percepç$o ob>etia 6( outras palaras, a criança n$o po"eria ter=inenta"o co(o a

128=20

orel/a =es.uer"a "e sua ($e es(o assi(, necessário .ue se "i'a .ue =a orel/a es.uer"a "a ($e co( a.ual a criança está brincan"o = u( ob>eto sub>etio criança alcançou e criou a.uela orel/a e( particular.ue estaa lá para ser ="escoberta 6 isso .ue to(a ecitante a cortina "e u( teatro ;uan"o ela =se abre,ca"a u( "e nAs ai criar a peça .ue ai ser encena"a, e ="epois "isso po"e(os at (es(o "escobrir .ue asobreposiç$o "a.uilo .ue cria(os =— =a.uilo .ue ca"a u( ="e nAs criou *ornece (aterial para u(a "iscuss$o"a peça .ue *oi encena"a

 4$o posso se'uir a"iante se( =(encionar .ue eiste u( certo e(buste nesse aspecto, inerente ao="esenoli(ento "a capaci"a"e in"ii"ual "e se relacionar co( ob>etos =6stou len"o este trabal/o paraocEs, u(a au"iEncia .ue criei Por(, "ee?se a"(itir .ue, ao escreer o trabal/o, =eu pensei, at certo

 ponto, na au"iEncia .ue na reali"a"e está =a.ui a'ora ostaria "e pensar .ue esta au"iEncia .ue está a.ui=a'ora po"e, e( al'u(a (e"i"a, >untar?se=20@ au"iEncia .ue eu tin/a e( (ente .uan"o escrei o trabal/o,(as =n$o /á nen/u(a 'arantia "e .ue as "uas au"iEncias en/a( a se =relacionar entre si o escreer esteestu"o, ten/o .ue brincar, e =brinco na área .ue "eno(ino transicional, na .ual si(ulo .ue se encontra (in/a=au"iEncia ocEs, co(o est$o a.ui e a'ora6ssa *ase .ue =escol/i para "iscutir, e e( relaç$o @ .ual @s ees (e =re*eri utilian"o a epress$o*enV(enos transicionais:, i(portante no "esenoli(ento "e ca"a =criança Q( a(biente (e"iana(enteaceitáel: pressupe =te(po, "e tal (o"o .ue a criança se>a a>u"a"a por al'u( .ue se =a"apte "e *or(aetre(a(ente sensGel en.uanto a criança está no processo "e a".uirir a capaci"a"e ="e usar a *antasia, "eapelar para a reali"a"e interna e para o son/o, e ="e (anipular brin.ue"os o brincar, a criança penetra naárea =inter(e"iária .ue estou c/a(an"o a.ui "c e(buste, e(bora "ea "eiar claro .ue =eis?=20

=129=20

Page 62: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 62/142

te saH"e =nesse aspecto particular "o e(buste criança usa u(a posiç$o =entre ela (es(a e a ($e ou o pai,se>a lá .ue( *or, e ent$o o =.ue .uer .ue ocorra u( sG(bolo "a uni$o ou "a n$o?separaç$o "essas "uascoisas separa"as + =conceito be( "i*icil, e penso .ue seria releante para a *iloso*ia =.ue ele pu"esse serco(preen"i"o !ale ta(b( *osse possGel =colocar a reli'i$o (ais u(a e=20"entro "a eperiEncia"a.ueles .ue crescera( *ora "o conceito "e =(ila'resPara nossos ob>etios nesta palestra, o i(portante =.ue a criança precisa "e u( perGo"o "e te(po no .ual=eperiEncias estáeis nos relaciona(entos po"e( ser utilia"as para o "esenoli(ento "a =áreainter(e"iária, na .ual *enV(enos transicionais ou =lH"icos possa( se estabelecer para essa criançaespecG*ica, "e =(o"o .ue, "esse (o(ento e( "iante, a criança po"e "es*rutar tu"o o .ue "eria "o uso "osG(bolo, pois o =sG(bolo "a uni$o proporciona u( alcance (ais a(plo @ =eperiEncia /u(ana "o .ue a

 prApria uni$o= &"a! vin"a!

 4o ="esenoli(ento nor(al, ou repetir, a criança precisa "e =tempo ==20para .ue tal *ase possa sereplora"a por co(pleto +u se>a, a =criança precisa ser capa "e eperi(entar os ários tipos "e =relaçesob>etais nu( (es(o "ia, ou tale ao (es(o te(poD por =ee(plo ocE po"e er u(a criancin/aaproeitan"o a relaç$o co( u(a tia ou co( =u( cac/orro, ou u(a borboleta, e po"e er .ue a criança n$o sA=está realian"o percepçes ob>etias, co(o aprecian"o o enri.ueci(ento proeniente "a ="escoberta Isso

n$o si'ni*ica, no entanto, .ue a criança este>a =pronta para ier no (un"o "escoberto .ual.uer (o(ento,a criança =se (istura "e noo co( o berço, ou co( a ($e, ou co( os o"ores *a(iliares, instalan"o?se outrae nu( a(biente =sub>etio + .ue estou tentan"o "ier .ue s$o os pa"res =*a(iliares "a criança, (ais"o .ue .ual.uer outra coisa, .ue a

130=20

abastece( ="a.uelas recor"açes "o passa"o, "e tal (o"o .ue, ao "escobrir o =(un"o, a criança se(prerealia u(a ia'e( "e olta =—e essa ia'e( *a =senti"o para ela 9aso se>a a *a(Glia "a prApria criança,=ent$o a ia'e( "e olta n$o sub(ete nin'u( a presses, por =ser "a essEncia "a *a(Glia .ue ela per(aneçaorienta"a para si (es(a e para as pessoas ="entro "elain"a .ue tais pontos n$o ei>a( ilustraç$o, =ou epor u( aconteci(ento "e u( caso clGnicoQ(a paciente =resu(e os trau(as acu(ula"os e( sua in*Cncia, relatan"o u( inci"ente "a (aneira co(o os

 pacientes (uitas ees o =*ae( 9o( suas prAprias palaras, (ostra a i(portCncia "o *ator =te(po 6utin/a (ais ou (enos "ois anos "e i"a"e *a(Glia estaa na praia i.uei pera(bulan"o lon'e "e (in/a ($ee co(ecei =a *aer "escobertas c/ei conc/in/as Q(a "elas (e con"uia a outra, =/aia u( nH(eroili(ita"o "e conc/in/as e repente, eu *i.uei co( (uito (e"o, e =/o>e posso enten"er o .ue aconteceu*i.uei interessa"a e( "escobrir o =(un"o e es.ueci "e (a($e Isso ocasionou e( (i( a i"ia "e .ue=(a($e /aia se es.ueci"o "e (i( ei a olta e sai corren"o para (a($e =— =ela estaa lá, a poucos (etros6la (e pe'ou no colo, inician"o?se o processo "e =restabelecer (in/a relaç$o co( ela eu interesse nela=proael(ente parecia ser pe.ueno, (as eu precisaa "e te(po para (e =sentir restabeleci"a e per"er asensaç$o "e pCnico G, "e repente, (a($e (e pVs no c/$o "e noo: = paciente está e( análise, reconectan"o?se co( o =episA"io e, a partir "o trabal/o realia"o na análise, pV"e=acrescentar'ora sei o .ue ocorreu i.uei esperan"o to"a a (in/a i"a ser capa "e =alcançar o está'io se'uinte =— =se(in/a ($e =n$o tiesse (e posto no c/$o, eu teria l/e "a"o u( abraço, e ro(pi"o =e( lá'ri(as, lá'ri(as "eale'ria e *elici"a"e o >eito co(o =aconteceu, nunca (ais encontrei (in/a ($e:o se re*erir ao =inci"ente, enten"e?se .ue a paciente ta(b( estaa se re*erin"o a u( pa"r$o "esse tipo "esituaç$o, =basea"o e( (e(Arias superpostas "e situaçes se(el/antes +

131=20

i(portante =nesse eeGplo .ue ela (ostra a (aneira "elica"a co( .ue, se tu"o =ai be(, acon*iança in*antil no ca(in/o "e olta =reconstruG"a 6sse te(a eplora"o nos trEs olu(es "aautobio'ra*ia "e Fic/ar" 9/urc/, principal(ente no =Hlti(oo obserar(os u(a criança "e "ois anos, po"ere(os =perceber a ocorrEncia "e i"as e in"as .ue

Page 63: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 63/142

acarreta( n$o pe.uenos riscosD se *al/are(, altera( a i"a inteira "a criança =Kários (e(bros "a*a(Glia "ese(pen/a( papis "i*erentes, e as =crianças $o se utilian"o "eles para *aer co( .uesuas =eperiEncias abran>a( u( ca(po ca"a e (ais etenso na .uali"a"e "as i"as e =in"asessa *or(a, *re.Lente u(a criança ser (uito ="i*erente no lar e na escola + pa"r$o (aisco(u( a criança *icar ecita"a na escola co( a "escoberta "e coisas noas, "c aspectos =noos"e u(a reali"a"e .ue acabou "c perceberD e, e( casa, ser =consera"ora, isola"a, "epen"ente,

 prAi(a "o pCnico, presera"a ="a crise pela a"aptaç$o sensGel "a ($e ou "e pessoas prAi(asPo"e "ar?se o contrário, (as isso =tale se>a (enos nor(al e portanto (ais proáel "e ori'inar="i*icul"a"es .uan"o acontece "c a criança estar c/eia "e con*iança =na escola, e( relaç$o aal'u(a pessoa ou ao conteto, e e( casa ser irrita"iça, =inconstante e in"epen"ente "e (o"o pre(aturo Isso po"e ocorrer .uan"o =n$o eiste espaço para a criança ser "entro "e casa, ou.uan"o u( se'un"o *il/o torna?se o *il/o "o (eio, no caso "e trEs =crianças, "e (o"o .ue essacriança per"e e( to"os os senti"os, =at .ue al'u( perceba .ue a criança alterou seute(pera(ento =e, (es(o "entro "e u(a boa *a(Glia, tornou?se u(a criança carente= La)"a" ="!)a)"a"=ostaria "e elaborar u( pouco (ais o te(a "a *a(Glia relaciona"o ao te(a "o in"iG"uo .ue estáse "esenolen"o =entre os (uitos aspectos "esse *enV(eno, .ue te( (uitas *acetas,

132=20

==ustri'/t=eu pre*eriria *alar ="os con*litos "e leal"a"e .ue s$o inerentes ao "esenoli(entoin*antil6( ter(os (ais si(ples, o =proble(a po"e ser assi( eplica"o /á u(a 'ran"e "i*erença entre=u(a criança .ue se a*astou "a ($e e c/e'ou at o pai e *e a =ia'e( "e olta e a criança .ue >a(ais realiou tal eperiEncia 4u(a lin'ua'e( (ais =so*istica"a, a criança n$o está e.uipa"a, nos pri(eiros =está'ios, a conter ocon*lito "entro "o =selfIsso al'o .ue ="eia(os a car'o "o assistente social, e sabe(os a press$o.ue isso =representa para a"ultos (a"uros .uan"o *ae( seriço social "e caso e ="urante u( certo perGo"o "e te(po contE( os con*litos inerentes a ca"a u( "eles + assistente social "á =(aisi(portCncia @ contenç$o "o caso "o .ue a .ual.uer outra =aç$o especG*ica relaciona"a ao in"iG"uo

no 'rupo .ue =en'loba o caso criança i(atura precisa "e u(a situaç$o na .ual n$o se espere =leal"a"e, e na *a(Glia .ue po"e(os encontrar tolerCncia e( =relaç$o ao .ue parece "esleal"a"e, (as .ue tale se>a apenasu(a =parte "o processo "e cresci(ento=20Q(a criança se "iri'e a u( relaciona(ento co( o pai e, ao *aE?lo, ="esenole u(a atitu"e para co( a ($e .ue correspon"e ao =relaciona(ento co( o pai criança n$o so(ente po"e er a($e ="e (o"o ob>etio, a partir "o lu'ar on"e o pai está, (as ta(b( "esenole u(a relaç$o "o

tipo a(orosa co( o =pai .ue enole A"io e te(or e( relaç$o @ ($e =É ==20peri'oso oltar @($e a partir "essa posiç$o 4o entanto, =/oue al'o .ue se construiu 'ra"ual(ente, e a criançaolta @ =($eD nessa reorientaç$o *a(iliar, ela E o pai "e (o"o =ob>etio e seus senti(entoscontE( A"io e (e"o6sse tipo "e coisa continua co(o u(a eperiEncia "e =ai( na i"a "iária "a criança e( casa

=É =claro .ue n$o precisa ser a relaç$o pai?($eD po"e ser a eperiEncia "e =ir "a ($e para a babáe oltar, ou po"e ser u(a tia, u(a aA ou =u(a ir($ (ais el/a 4u(a *a(Glia, 'ra"ual(ente po"e?se con/ecer =to"as essas possibili"a"es e eperi(entá?las, e u(a criança po"e se re?

133 =20

conciliar co( =os (e"os associa"os a to"as elas l( "isso, a criança po"e =c/e'ar a apreciar asecitaçes re*erentes a esses con*litos, "es"e .ue elas possa( ser conti"as e, =nos >o'os, as crianças"e u(a *a(Glia intro"ue( to"as as =tenses e os estresses .ue pertence( a esse tipo "e

Page 64: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 64/142

=eperi(entaç$o co( "esleal"a"es, incluin"o (es(o tenses e ciH(es .ue percebe( eistir nosa"ultos "a.uele a(biente 4u( =certo senti"o, essa u(a boa (aneira "e "escreer a i"a *a(iliar c( =ter(os teAricos !ale o tre(en"o interesse .ue o brincar "e papai e =(a($e eerce sobre ascrianças "erie "e u(a a(pliaç$o 'ra"ual "a iEncia "e eperi(entar =al'u(as "esleal"a"es-s ees po"e?se aaliar (el/or a =i(portCncia "esses >o'os .uan"o ocorre o caso "e u( bebE=te(por$o na *a(Glia M =claro .ue esse =bebE n$o po"e usar os >o'os "os ir($os e ir($s, .ue >á

=enole( u( 'rau "e co(plei"a"e .ue te( u(a /istAria para esses ir($os e ir($s Po"e ser .uea criança (ais noa =se enola "e (o"o (ecCnico e .ue se sinta seera(ente eli(ina"a ou=ani.uila"a pelo enoli(ento, .ue n$o criatio, = >á .ue a =criança teria "e co(eçar "e noo econstruir, "es"e o inGcio, a =co(plei"a"e "as leal"a"es crua"asFecon/eço, claro, .ue =/á caracterGsticas positias e libi"inais nos senti(entos re*erentes ao >o'o=*a(iliar, (as o conteH"o .ue cria ecitaç$o está (uito =associa"o @ .uest$o "as leal"a"escrua"as 4esse senti"o, o >o'o =*a(iliar u( preparo per*eito para a i"a=20 escola po"e *ornecer, co( *acili"a"e, u( alGio tre(en"o para =a criança .ue ie e( *a(GliaPara crianças pe.uenas, .ue =brinca( a (aior parte "o te(po, as brinca"eiras "a escola n$o s$o=assi( t$o básicas, e lo'o passa( a >o'os .ue "esenole( /abili"a"es Já a.ui u(a =.uest$o "e"isciplina 'ra"ual, e tu"o isso u(a =si(pli*icaç$o (uito be(?in"a para al'uns e (uito irritante para =outros Q(a si(pli*icaç$o (uito precoce, "o tipo .ue a escola pro(oe relaciona"a ao >o'o=*a(iliar "e crianças .ue ie( e( *a(Glia, po"e ser ista co(o u( =e(pobreci(ento, pelo (enos para a.ueles .ue suporta( o >o'o *a?

13N=20

(iliar e cu>as *a(Glias suporta( o *ato "e .ue as crianças =est$o brincan"o "c *a(Glia6( co(paraç$o, po"e?se er =.ue *il/os Hnicos solitários tE( tu"o a 'an/ar in"o lo'o para u('rupo "e >o'o on"e, e( al'u(a (e"i"a, =o brincar po"e ter relaçes interpessoais e leal"a"escrua"as =criatias para a criança=M por esse tipo "e =ra$o .ue n$o po"e /aer u(a "ecis$o satis*atAria .ue en/a ="e ci(a no .ue"i respeito @ i"a"e apropria"a para as crianças =ire( para a escola 4essas .uestes "elica"as,ca"a caso u( caso, e isso si'ni*ica .ue to"os os =tipos "e prois$o .ue eista( na iin/ança"eeria( estar ="isponGeis 6( caso "e "Hi"a, o lar "a criança on"e =po"e( ocorrer as

eperiEncias (ais ricas, (as "ee?se estar se(pre i'ilante e( relaç$o a =u(a criança .ue, poru(a ra$o ou por outra, n$o po"e ser =criatia no >o'o i(a'inatio se n$o passar al'u(as /oraslon'e "a =*a(Glia e"ucaç$o pri(ária pertence @ área na .ual a criança at a'ra"ece o *ato "c =se "istrair "aelaboraç$o "as co(plei"a"es .ue a i"a o*erece, =atras "a apren"ia'e( e "a a"oç$o "eleal"a"es =especG*icas, e "a aceitaç$o "e re'ras e pa"res .ue E( >unto co( o uni*or(e escolar sees, essas =con"içes persiste( no perGo"o "a a"olescEncia, (as *ica(os =tristes .uan"o ascrianças per(ite( .ue isso aconteça, n$o =i(porta .u$o coneniente se>a "o ponto "e ista "o pro*essor a"olescEncia "e =to"o (enino e (enina al'o .ue a'uar"a(os, pois lá reaparece(=to"as as eperi(entaçes e leal"a"es crua"as .ue sur'ira( =criatia(ente no >o'o *a(iliar, sA.ue "esta e a ecitaç$o n$o a"( apenas "os (e"os, (as =ta(b( "as eperiEncias libi"inaisnoas e intensas .ue a =puber"a"e libera

=M claro .ue a =*a(Glia tre(en"a(ente aliosa para o >oe( ou a >oe( =a"olescente,especial(ente .uan"o ele ou ela *ica( co(pleta(ente =aterroria"os a (aior parte "o te(po, ain"a.ue no C(bito "a saH"e, =>á .ue a(or =intenso pro"u auto(atica(ente A"io intenso ;uan"o o.ua"ro "e =re*erEncias *a(iliares persiste, o a"olescente po"e atuar sobre seus paisD tal

135=20

===atuaç$o /aia =si"o a substCncia "o brincar i(a'>natio no está'io "os 2 aos=5anos "a i"a =*a(iliar;uer (e parecer .ue *re.Lente(ente se pensa a *a(Glia e( ter(os "e u(a estrutura (anti"a pelos pais co(o

Page 65: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 65/142

u( .ua"ro "e =re*erEncias no .ual as crianças po"e( ier e crescer =9onsi"era?se a *a(Glia u( lu'ar on"eas crianças "escobre( =senti(entos "e a(or e A"io, e on"e elas po"e( esperar si(patia e tolerCncia, assi(co(o a =easperaç$o .ue ocasiona( as o .ue en/o "ien"o se relaciona =co( (in/a sensaç$o "e .ue a

 parte "ese(pen/a"a por ca"a criança =na *unç$o "a *a(Glia, no .ue "i respeito ao encontro "a criança co( a"esleal"a"e, =está sen"o u( pouco subesti(a"a *a(Glia lea a to"o tipo "e =a'rupa(entos, a'rupa(entosesses .ue $o se a(plian"o at atin'ir o ta(an/o "a socie"a"e local e "a socie"a"e e( 'eral

 4a =reali"a"e "o (un"o e( .ue as crianças tale precise( ier en.uanto a"ultos, to"a leal"a"e enoleal'u(a coisa "e =naturea oposta, .ue po"eria ser c/a(a"a "e "esleal"a"e, e a criança =.ue tee aoportuni"a"e "e alcançar to"as essas coisas "urante seu =cresci(ento está e( (el/ores con"içes "e assu(iru( lu'ar neste (un"oSe al'u( eentual(ente =retroce"er no te(po, perceberá .ue as "esleal"a"es co(o as "eno(ino, =s$o u(acaracterGstica essencial "o ier, e proE( "o *ato "e =.ue se al'u( te( "e ser ele (es(o será "esleal atu"o a.uilo .ue n$o *or ele (es(o s (ais a'ressias =e por isso (ais peri'osas palaras "o (un"o s$o

encontra"as na =a*ir(aç$o 6Q S+Q =É  preciso a"(itir, no =entanto, .ue sA a.ueles .ue alcançara( oestá'io "e *aer essa =a*ir(aç$o .ue est$o real(ente .uali*ica"os para sere( =(e(bros a"ultos "asocie"a"e

13R=20

==p1===20=20

=====20

=20

===O a-rn"ia"o =in$anti) 3studo a#resentado =numa con"er+ncia sore 3van'elismo <amiliar so os aus#ícios do

=F?ristian ,eamCorK nstitute o"3ducation( no Qin'sCood Foile'e "or =<urt?er 3ducation( % de

 4un?o de -&2>

Ki( *aer esta =con*erEncia na .uali"a"e "e ser /u(ano, pe"iatra, psi.uiatra in*antil =e psicanalista Se eu ol/ar para .uarenta anos atrás, percebo u(a =(u"ança "e atitu"e Já .uarenta

anos seria i(proáel .ue pessoas en'a>a"as no ensino =reli'ioso pu"esse( esperar u(acontribuiç$o positia "e u( =psicanalista 6spero .ue ocEs saiba( .ue n$o *ui coni"a"o a=co(parecer a.ui na .uali"a"e "e pro*essor "e reli'i$o, ne( (es(o "e crist$o, (as si( co(oal'u( co( u(a lon'a =eperiEncia nu( ca(po li(ita"o, u( ca(po intensa(ente preocupa"oco( =os proble(as /u(anos "e cresci(ento, i"a e plenitu"e Seu presi"ente "isse al'o a =respeito"e eu saber (ais "o .ue nin'u( acerca "o co(porta(ento =in*antil 6le "ee ter li"o isso nacontracapa "e al'u( liroO KocEs ='ostaria( .ue eu contribuGsse co( o con/eci(ento "e al'o (ais"o .ue apenas *enV(enos =super*iciais, ou "o co(porta(ento aparente na estrutura total "a=personali"a"e palara plenitu"e: sur'e nesse (o(ento Já u(a cate'oria "e pessoas .ueestu"a( o co(porta(ento in*antil e "eia( ="e la"o a (otiaç$o inconsciente e a relaç$o entre o=co(porta(ento e o con*lito "entro "a pessoa, e portanto *ica( =co(pleta(ente *ora "e contatoco( al'u( .ue está ensinan"o reli'i$o =— =ac/o .ue isto =o .ue o presi"ente "e ocEs .ueria

"ier .ue estou interessa"o no ="esenoli(ento=20"o ser /u(ano, "entro "o conteto *a(iliar e=social=20

=137=20

==ustri'/t==20!en"o si"o cria"o co(o u( (eto"ista XesleTano, >ul'o ter cresci"o na =prática reli'iosa "aI're>a e se(pre *i.uei (uito contente co( o *ato ="e .ue (in/a e"ucaç$o reli'iosa ten/a per(iti"o .ue eu(e ="esenolesse e( outras "ireçes Sei .ue estou *alan"o para u(a au"iEncia esclareci"a, para .ue(=reli'i$o n$o se resu(e a ir @ i're>a to"os os "o(in'os 6u ="iria .ue a.uilo .ue co(u(ente se "eno(ina

Page 66: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 66/142

reli'i$o sur'e "a naturea =/u(ana, e(bora al'uns pense( .ue a naturea /u(ana *oi res'ata"a "asela'eria atras "e u(a =reelaç$o .ue eio "e *ora "a naturea /u(anaQ(a e ten"o ="eci"i"o .ue /á al'u(a contribuiç$o positia .ue o saber =psicanalGtico po"e *aer aoensino e (es(o @ prática "a reli'i$o, /á u(a srie "e assuntos "e 'ran"e =i(portCncia .ue po"ere(os"iscutir >untos KocEs precisa( "e =(ila'res nesta poca "e obseraç$o prAi(a, ob>etia =KocEs sente(necessi"a"e "e ape'ar?se a u(a i"a apAs a (orte KocEs =precisa( localiar o (ito entre os ci"a"$os "e

 pensa(ento "e se'un"a =cate'oria KocEs precisa( continuar rouban"o a criança, o a"olescente ou o a"ulto"e sua bon"a"e inata, inculcan"o?l/e =(orali"a"ePreciso (e restrin'ir a u( assunto para (e (anter ="entro "o /orário e ta(b( "entro "a área "e (in/a=eperiEncia especG*ica c/o .ue (e coni"ara( para ir a.ui /o>e por causa "e al'u(a =coisa .ue an"ei"ien"o a respeito "a capaci"a"e .ue u(a criança te( ="e acre"itar =(. Isso "eia e( aberto =a .uest$o"a.uilo .ue se coloca no *inal "a *rase + .ue estou =*aen"o separar eperiEncia "e i"a e e"ucaç$o 4a=e"ucaç$o, ocEs po"e( trans*erir para a criança as crenças .ue tE( =si'ni*ica"o para ocEs (es(os e .ue

 pertence( @ pe.uena área =cultural ou reli'iosa na .ual ocEs casual(ente nascera( ou a .ual =aconteceu "eocEs escol/ere( co(o alternatia=20@ pri(eira situaç$o as o sucesso "e ocEs ai "epen"er "a=capaci"a"e .ue a criança te( "e crer + "esenoli(ento "essa =capaci"a"e n$o u(a .uest$o "ee"ucaç$o, a (enos .ue se =a(plie o senti"o "essa palara para al'o .ue ela nor(al(ente n$o si'ni?

138

ica =É u(a .uest$o ="e eperiEncia "e "esenoli(ento "o bebE e "a criança, no .ue ="i respeito aoscui"a"os "e .ue eles s$o alo ($e te( a er co( isso, e tale ta(b( o pai e os =outros .ueco(partil/a( o a(biente i(e"iato "o bebE =— ==20inicial? (ente, no entanto, a ($eKocEs $o =perceber .ue as coisas para (i( s$o se(pre u(a .uest$o "e =cresci(ento e "esenoli(ento

 4unca penso no esta"o "e u(a pessoa a.ui =e a'ora a n$o ser e( relaç$o ao (eio a(biente e ao cresci(ento"ela "es"e sua concepç$o =at a poca "o nasci(ento+ bebE nasce co( ten"Encias =/er"a"as .ue o i(pulsiona( i(petuosa(ente para u( processo "e=cresci(ento Isso inclui a ten"Encia e( "ireç$o @ inte'raç$o "a personali"a"e, e( "ireç$o @ =totali"a"e "a

 personali"a"e e( corpo e (ente, e e( "ireç$o ao =relaciona(ento ob>etal, .ue 'ra"ual(ente se torna u(a.uest$o "e =relaç$o interpessoal, @ (e"i"a .ue a criança co(eça a crescer e a notar a eistEncia "e outras

 pessoas =!u"o isso e( "e "entro "o (enino ou "a (enina 6sses processos "e =cresci(ento, no entanto,n$o po"e( ocorrer se( u( a(biente =*acilita"or, especial(ente no inGcio, .uan"o /á u(a con"iç$o "e"epen"Encia .uase absoluta + a(biente =*acilita"or re.uer u(a .uali"a"e /u(ana, e n$o u(a per*eiç$o=(ecCnica, "e tal (o"o .ue a epress$o ($e =satis*atAria: (e parece aten"er @s necessi"a"es "e u(a

"escriç$o "a.uilo .ue a criança precisa, =se os processos "e cresci(ento /er"a"os se tornare( u(a reali"a"eno ="esenoli(ento "essa criança especG*ica 4o inGcio, a totali"a"e "o processo "e "esenoli(ento ocorre"ei"o a ten"Encias =/er"a"as tre(en"a(ente itais e( "ireç$o ao "esenoli(ento =—@ =inte'raç$o, aocresci(ento a coisa .ue u( "ia *a a criança =.uerer an"ar e assi( por "iante Se /ouer u(a prois$oa(biental =satis*atAria, essas coisas ocorre( co( a criança Por(, se o a(biente *acilita"or n$o *orsatis*atArio, ro(pe?se a =lin/a "a i"a, e as ten"Encias /er"a"as, (uito po"erosas, n$o =po"e( lear acriança @ plenitu"e pessoal

Q(a ($e =satis*atAria co(eça co( u( alto 'rau "e a"aptaç$o @s necessi"a"es "o bebE =É =isto o .ue

=si'ni*ica ser satis?=20

====16=20

=*atAria: a tre(en"a capaci"a"e .ue as ($es nor(al(ente tE( ="e se "eotare( @ i"enti*icaç$o co( o bebE;uan"o a ='rai"e está c/e'an"o ao *i(, e no inGcio "a i"a "o bebE, as ($es est$o "e tal *or(ai"enti*ica"as co( o bebE .ue =elas pratica(ente sabe( co(o ele está se sentin"o, "e tal *or(a .ue =po"e(se a"aptar @s necessi"a"es "ele, e assi( tais necessi"a"es =ser$o satis*eitas + bebE passa ent$o a ser capa "e"ar continui"a"e a seu "esenoli(ento, .ue o =inGcio "a saH"e ($e está estabelecen"o a base para a=saH"e (ental "o bebE, e, (ais "o .ue a saH"e, para a plenitu"e e a ri.uea, co( to"os os peri'os e con*litos.ue =eles acarreta( e co( to"o o incV(o"o e a *alta "e >eito =caracterGsticos "o cresci(ento e "o"esenoli(entossi( a =($e — =e ta(b( o pai =ain"a .ue este n$o ten/a o (es(o relaciona(ento *isico no inGcio =— =capa "e se =i"enti*icar co( o bebE se( *icar ressenti"a e "e se a"aptar @s =necessi"a"es "ele es(a'a"ora(aioria "os bebEs "o (un"o, nos Hlti(os (il/ares "e anos, te( ti"o u(a (aterna'e( =satis*atAriaD se assi(

Page 67: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 67/142

n$o *osse, o (un"o estaria (ais c/eio "e =loucos "o .ue "e pessoas s$s =—e isso n$o =acontece Para certas(ul/eres, essa i"enti*icaç$o *e(inina co( o =bebE representa u(a a(eaçaD elas *ica( co( receio "e >a(aisrecuperar sua in"ii"uali"a"e, e por =causa "essas ansie"a"es /á al'u(as .ue ac/a( "i*icil, no inGcio,="eotar?se a esse etre(o "e a"aptaç$o

==20É Abio .ue =as *i'uras (aternas aten"e( @s necessi"a"es instintias "o bebE =as esse la"o "arelaç$o entre pais e *il/os *oi ecessia(ente =en*atia"o nos pri(eiros cin.Lenta anos "a literatura

 psicanalGtica + (un"o psicanalGtico leou =(uito te(po =—e o =pensa(ento sobre o "esenoli(ento in*antilte( si"o etre(a(ente in*luencia"o pelos Hlti(os sessenta anos ="e pensa(ento psicanalGtico =— ==20paraobserar, por ee(plo, a i(portCncia "o (o"o pelo .ual se to(a =u( bebE nos braços, e, .uan"o se co(eça a

 pensar nisso, =percebe?se seu si'ni*ica"o *un"a(ental KocEs po"eria( *aer u(a =caricatura "e al'u(*u(an"o u( ci'arro e se'uran"o u( bebE pela perna, balançan"o?o =e colocan"o?o no ban/o =— =to"o (un"osabe .ue =n$o

1N0=20

"isso .ue u( =bebE necessita Já al'u(as coisas (uito sutis a.ui !en/o =obsera"o e *ala"o co( (il/ares"e ($es e percebi"o co(o elas pe'a( o =bebE, sustentan"o a cabeça e o corpo Se ocE to(ar o corpo e acabeça "e u( bebE nas ($os e n$o =pensar .ue constitue( u(a uni"a"e, e aG tentar apan/ar u( lenço ou=.ual.uer outra coisa, pronto a cabeça ai para trás e a =criança se "ii"e e( "uas partes cabeça e corpo

criança co(eça a c/orar e nunca (ais ai se es.uecer ="isso coisa terrGel .ue na"a es.ueci"o 6 ent$oa =criança sai pelo (un"o sentin"o *alta "e con*iança nas coisas =c/o .ue certo "ier .ue crianças pe.uenas e bebEs n$o se le(bra( "e na"a .uan"o tu"o sai be(, =(as le(bra( .uan"o as coisas ca(in/a((al, pois "e repente se le(bra( "e =.ue a continui"a"e "e sua i"a *oi perturba"a, e sua cabeça caiu para=trás, ou coisa se(el/ante, e *ora( aciona"as to"as as "e*esas, e elas rea'ira( a isso, e isso = u(aconteci(ento (uito "oloroso, al'o "e .ue elas nunca $o se =libertar 6 elas tiera( .ue se /aer co( isso,e se isso eiste no =pa"r$o "os cui"a"os a elas "ispensa"os constrAi?se u(a *alta "e =con*iança no a(bienteSe as coisas correra( be(, as =crianças nunca a'ra"ece(, pois n$o tE( con/eci(ento "esse *ato =Já na*a(Glia u(a 'ran"e área "e "bito n$o?recon/eci"o, .ue n$o "bito al'u( 4in'u( "ee coisa =al'u(a,(as nin'u( atin'e a (aturi"a"e estáel .uan"o a"ulto se =al'u( n$o tiesse se encarre'a"o "ele ou "elanas etapas =iniciais6ssa .uest$o "e se'urar: e (anusear tra @ baila to"a a .uest$o "a con*iabili"a"e /u(ana =Q( co(puta"or n$o po"eria *aer o tipo "e coisa .ue ten/o (enciona"o =a.uiD te( .ue /aer con*iabili"a"e =B,(ana &ouse>a, na er"a"e, =incon*iabili"a"e) urante o "esenoli(ento "a a"aptaç$o, a ='ran"e a"aptaç$o (aternaao bebE 'ra"ual(ente "i(inui =9onse.Lente(ente, o bebE co(eça a *icar *rustra"o e ira"o, e precisa sei"enti*icar co( a ($e =Fecor"o?(e "e u( bebE "e trEs (eses .ue, ao ser lea"o ao seio, =colocaa a ($o na

 boca "a ($e para ali(entá?la antes "e =co(eçar a su'ar o seio 6le era capa "e ter u(a i"ia "a.uilo .ue sua=($e estaa sentin"o

1N1=20

criança =po"e (anter ia a i"ia "e u( pai, u(a ($e ou u(a babá por =(uitos (inutos, (as, se a ($e*ica *ora "urante "uas /oras, ent$o =a ima'em ="a ($e .ue o =bebE te( "entro "e si es(aece e co(eça a

(orrer ;uan"o a ($e =olta, ela outra pessoa É ="i*icil (anter ia =a ima'em ==20"entro "e siurante (ais ou (enos "ois anos, a criança rea'e (uito =(al @ separaç$o os "ois anos, a criança con/ece=su*iciente(ente be( seus pais para ser capa "e se interessar n$o =apenas por u( ob>eto ou u(a situaç$o,

(as por u(a pessoa real os "ois anos, a criança precisa "a =($e, por ee(plo, se tier .ue ir ao /ospitalas o bebE se(pre =necessita "a estabili"a"e a(biental .ue *acilita a continui"a"e "a =eperiEncia pessoalpren"o (uito n$o so(ente obseran"o crianças e *alan"o co( ($es, (as ta(b( =tratan"o "e pessoas >áa"ultasD to"os eles se torna( bebEs e =crianças "urante o trata(ento !en/o .ue *in'ir ser (ais a"ulto "o .ue=real(ente sou para li"ar co( isso !en/o u(a paciente .ue no (o(ento =conta co( cin.Lenta e cinco anos"e i"a"e 6la po"e (anter ia (in/a =ima'em =se (e ir trEs =ees por se(ana uas ees aceitáelQ(a e por se(ana, =(es(o .ue eu l/e "E u(a sess$o be( prolon'a"a, n$o su*iciente =ima'em

=es(aece =É t$o 'ran"e a "or ="e er to"os os senti(entos e to"o o si'ni*ica"o se esain"o .ue ela (e="i .ue n$o ale a pena, .ue (el/or (orrer Portanto, o pa"r$o "c trata(ento te( .ue "epen"er "e co(o

Page 68: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 68/142

se (ant( ia a =ima'em ="a *i'ura parental =;uan"o al'u( está realian"o al'o pro*issional(entecon*iáel, n$o po"e eitar "e =se tornar u(a *i'ura parental Presu(o .ue to"os ocEs est$o =enoli"os e(al'u( tipo "e atii"a"e pro*issional(ente con*iáel, e =nessa área li(ita"a ocEs se co(porta( (uito(el/or "o .ue e( casa, e seus clientes "epen"e( "e =ocEs e co(eça( a se apoiar e( ocEstos "e =con*iabili"a"e /u(ana estabelece( u(a co(unicaç$o (uito antes .ue =o "iscurso si'ni*i.ue al'o —

=o (o"o co(o a =($e ol/a .uan"o se "iri'e @ criança, o to( e o so( "e sua o, =tu"o isso co(unica"o(uito antes .ue se co(preen"a o "iscurso

1N2=20

So(os pessoas =.ue acre"ita( 6sta(os a.ui nesta a(pla sala e nin'u( está =preocupa"o co( o *ato "e oteto ir abaio cre"ita(os no ar.uiteto =cre"ita(os por.ue al'u( nos proporcionou u( bo( inGcioFecebe(os u(a co(unicaç$o =silenciosa, por u( certo perGo"o "c te(po, "e .ue ra(os a(a"os, =nosenti"o "e .ue po"Ga(os con*iar na prois$o a(biental, e portanto continua(os co( nosso cresci(ento e="esenoli(entoQ(a criança .ue n$o eperi(entou o cui"a"o =pr?erbal, e( ter(os "o se'urar: e "o (anuseio =—

=20con*iabili"a"e =/u(ana —, = u(a criança =carente Hnica coisa .ue po"e ser aplica"a "e (o"o lA'ico a

u(a criança =carente o a(or, a(or e( ter(os "e se'urar: e (anuseio =É ==20"i*icil *aer isso .uan"oa criança (ais el/a, (as po"e(os =tentar, co(o por ee(plo .uan"o *ornece(os cui"a"os "o(sticos

="i*icul"a"e pro( "a necessi"a"e .ue a criança te( "e *aer teste =e "e er se esse a(or, esse se'urar: eesse (anuseio pr?erbal a'Lenta( a "estrutii"a"e li'a"a ao =a(or pri(itio ;uan"o tu"o ai be(, a"estrutii"a"e *ica subli(a"a e( =coisas co(o co(er, c/utar, brincar, co(petir e assi( por "iante 4o=entanto, a criança se encontra >usta(ente neste está'io (uito pri(itio =— =eis a.ui al'u( =para a(ar —, =e aGo .ue se =se'ue a "estruiç$o Se ocE sobreie, ent$o sur'e a id@ia ="a ="estruiç$o as antes "e tu"oeiste a "estruiç$o, e se =ocE co(eça a a(ar u(a criança .ue n$o *oi a(a"a, no senti"o pr?erbal, po"e ser .ue ocE se e>a e( =apuros e repente, ocE rouba"o, as >anelas s$o .uebra"as, o ='ato tortura"o, entreoutras coisas terrGeis 6 ocE =sobreie a tu"o isso KocE ai ser a(a"o por ter sobreii"oPor .ue será .ue, se *ico ="e p a.ui e "i'o .ue tie u( bo( co(eço, ai parecer .ue estou (e=an'lorian"o + .ue estou "ien"o .ue na"a "o .ue sou capa (eu (es(oD ou *oi /er"a"o, ou outra

 pessoa (e capacitou a c/e'ar on"e =estou ra$o "e isso soar co(o u(a *an*arrice .ue (c =i(possGel,co(o ser /u(ano, acre"itar .ue n$o *ui eu .ue escol/i =(eus prAprios pais 6 aG eu "i'o n$o *ui esperto porter *eito tal escol/a Po"e parecer i"iota, (as =esta(os li"an"o co( a naturea

1N3=20

/u(ana, e e( =.uestes "e cresci(ento e "esenoli(ento /u(anos precisa(os estar =prontos para aceitar para"oosD possGel conciliar a.uilo .ue =obsera(os co(o sen"o er"a"e e a.uilo .ue senti(os

Para"oos n$o eiste( para sere( =resoli"os, (as para sere( obsera"os =M =nesse ponto .ue=co(eça(os a nos sentir "ii"i"os e( "ois ca(pos Precisa(os obserar o .ue =senti(os, e ao (es(ote(po usa(os nosso crebro para elaborar o .ue = isso .ue nos prooca senti(entos Ka(os a"otar (in/asu'est$o "e =.ue a totali"a"e "a epress$o "e a(or &pr?erbal) e( ter(os "e se'urar: e (anusear te(=u(a si'ni*icaç$o ital para ca"a bebE e( "esenoli(ento =6nt$o po"e(os "ier .ue co( base no .ue *oieperi(enta"o por u( =in"iG"uo, po"erGa(os ensinar, "i'a(os, o conceito "e braços eternos Po"e(os usara =palara eus: e *or(ar u( Gnculo especG*ico co( a "outrina =e a I're>a crist$, (as isso enole u(asrie "e passos + ensinar =aparece a.ui co(o a base "a capaci"a"e "e crer "a.uela criança particular Se,

=no caso "e o ensino ter ocorri"o e( bases (orais, assu(i(os u(a lin/a "e =tratar certas coisas co(o peca(inosas, at .ue ponto po"e(os ter =certea "e n$o estar rouban"o a capaci"a"e "e a criança e(cresci(ento c/e'ar, = #or si mesma( =a u( senso pessoal ="e certo e erra"o, a partir "e seu prAprio"esenoli(ento Po"e?se roubar u( (o(ento i(portantGssi(o "as =pessoas .uan"o o senti(ento Sintou( i(pulso para *aer isso e =a.uilo, (as ta(b(:, e aG elas c/e'a( a al'u(a *ase pessoal "e"esenoli(ento .ue po"eria ter =si"o total(ente interro(pi"a se al'u( "issesse 4$o á =*aer na"a"isso, .ue está erra"o: 6nt$o, ou eles $o =concor"ar, o .ue caracteria u(a "esistEncia, ou $o "esa*iar, o.ue caracteria u(a situaç$o on"e =nin'u( sai 'an/an"o e n$o /á cresci(ento

o (eu ponto ="e ista, o .ue ocEs ensina( sA po"e ser i(planta"o e( =capaci"a"es .ue >á =est$o

Page 69: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 69/142

 presentes =na criança, *un"a"as e( eperiEncias precoces e na continui"a"e "e =u( se'urar: con*iáel, e(ter(os "e u( cGrculo escolar e social ca"a e (ais a(plo

1NN=20

==p1===20

=20=====20

=20

=== A i(at,ri"a" "o =a"o)!cnt =20

,raal?o =a#resentado no - 3ncontro Anual da 5ritis? Student LTealt? Association( =em

 BeCcastleu#on ,ne( -> de 4ul?o de -&2> ==20

=O<!rva;! -r)i(inar! ==20

in/a =abor"a'e( e( relaç$o a esse assunto t$o asto "eria "e (in/a =eperiEncia especG*ica sobseraçes .ue eu porentura =en/a a *aer (ol"a(?se na *Vr(a "a atitu"e psicoterápica 9o(o psicoterapeuta, nor(al(ente leo e( consi"eraç$o o =se'uinte =20

— =o "esenoli(ento =e(ocional "o in"iG"uoD ==20

— =o papel "a ($e e ="os paisD =20

— =a *a(Glia co(o =u(a eoluç$o natural e( ter(os "as necessi"a"es in*antisD— =o papel "a escola e ="e outros 'rupos istos co(o etenses "a i"ia "a *a(Glia e =co(o alGio "os pa"res*a(iliares=20estabeleci"osD=— =o papel especial "a =*a(Glia e( sua relaç$o co( as necessi"a"es "os a"olescentesD =20

— =a =imaturidade do =adolescenteJ =20

— =a a.uisiç$o ='ra"ual "a (aturi"a"e pelo a"olescenteD=—a a.uisiç$o =in"ii"ual "a i"enti*icaç$o co( a'rupa(entos sociais e co( a =socie"a"e, se( (uita per"a"a espontanei"a"e in"ii"ualD=20

1N5=20

— =a estrutura "a =socie"a"e =—sen"o essa palara =usa"a co(o u( substantio coletio, e a socie"a"e sen"oco(posta "e =uni"a"es in"ii"uais, (a"uras ou n$oD=—a abstraç$o =relatia @ polGtica @ econo(ia, @ *iloso*ia e @ cultura, =ista co(o o au'e "os processos "e

cresci(ento naturaisD— =o (un"o co(o u(a =superposiç$o "e (il/es "e pa"res in"ii"uais, u( sobre o =outro "inC(ica u( processo "e cresci(ento /er"a"o por to"o in"iG"uo Parte?se "o =pressuposto "e .ue /oueu( a(biente *acilita"or satis*atArio, co(o =con"iç$o =sine )ua non para o inGcio "o =cresci(ento e "o"esenoli(ento in"ii"uais Já 'enes .ue "eter(ina( =pa"res e ten"Encias /er"a"as para o cresci(ento ea =a.uisiç$o "e (aturi"a"eD n$o /á cresci(ento e(ocional, no entanto, a n$o ser e( relaç$o @ =prois$oa(biental, .ue precisa ser satis*atAria Po"e?se notar =.ue a palara per*eito: n$o entra nessa *rase =per*eiç$o pertence @s (á.uinas, e as i(per*eiçes prAprias "a a"aptaç$o /u(ana =@s necessi"a"esconstitue( u(a caracterGstica essencial "o (eio =a(biente *acilita"or i"ia "a =de#end+ncia individual = básica e( tu"o issoD no inGcio, ela .uase absoluta e ai ='ra"ual e

Page 70: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 70/142

or"ena"a(ente so*ren"o alteraçes "e u(a "epen"Encia =relatia ca(in/a para a in"epen"Encia 6sta n$o setorna absoluta, e o in"iG"uo isto co(o uni"a"e =autVno(a n$o , na reali"a"e, in"epen"ente "o a(biente,ain"a =.ue eista( (aneiras pelas .uais o in"iG"uo (a"uro possa se sentir =lire e =in"epen"ente, *ican"o*eli por possuir u(a i"enti"a"e pessoal lin/a =precisa entre o eu e o n$o?eu torna?se in"e*ini"a"ei"o=20@s i"enti*icaçes crua"ast o (o(ento, enu(erei =árias seçes "e u(a enciclop"ia "a socie"a"e /u(ana, e( =ter(os "e u(aebuliç$o perptua na super*icie "o cal"eir$o ="o cresci(ento in"ii"ual, isto coletia(ente e recon/eci"oco(o "inC(ico parte .ue posso abor"ar a.ui = necessaria(ente li(ita"a, e por isso ac/o i(por?=20

1NR=20

tante .ue o =.ue ou "ier se>a consi"era"o e( relaç$o ao asto pano "e *un"o ="a /u(ani"a"e, /u(ani"a"e.ue po"e ser ista "e (uitos (o"os e e( =.ual.uer u(a "as etre(i"a"es "e u( telescApio=20Saúde =ou doença?

Uma =vez .ue eu "eie as ='enerali"a"es "e la"o e (e torne =mais específico, precisodecidir se incluo isso ou =ecluo a.uilo =Por exemplo: =existe a questãoda doença psiquiátrica in"ii"ual =socie"a"e inclui to"os os seus (e(bros in"ii"uais

estrutura "a =socie"a"e *orneci"a e (anti"a pelos seus (e(bros sau"áeis "o =ponto "e ista psi.uiátrico 4o entanto, ela precisa conter os .ue s$o "oentes =— =a socie"a"e, por =ee(plo, cont(— =os i(aturos &e( =i"a"e)D=—os psicopatas &o =pro"uto *inal "a priaç$o pessoas .ue, =)uando t+m =es#erança( =20precisa( *aer co(.ue a socie"a"e recon/eça o *ato "e sua =priaç$o, se>a "e u( ob>eto bo( ou a(a"o, se>a "e u(a =estrutura==20.ue pu"esse ser con*iáel para a'Lentar as presses .ue sur'e( ="o (oi(ento espontCneo)D=— =os neurAticos &ator(enta"os por (otiaçes inconscientes e =a(bialEncias)D=— =as pessoas "e ='Enio instáel &oscilan"o entre o suicG"io e al'u(a outra alternatia, .ue po"e =incluir as(ais altas realiaçes, e( ter(os "e =contribuiç$o)D

=—os es.uiAi"es =&.ue >á =tE( estabeleci"o u( trabal/o para a i"a inteira, ou se>a, o =estabeleci(ento"eles (es(os, ca"a u( co(o u( in"iG"uo co( senso "e =i"enti"a"e e "e se sentir real)D=—os es.uio*rEnicos =&.ue, ao (enos "urante os surtos, n$o po"e( se sentir reais e no =(Gni(o po"e(realiar al'o na base "e ier por procuraç$o)

1N<=20

esses, te(os =.ue acrescentar a cate'oria (ais incV(o"a=— ==20.ue inclui (uitas pessoas .ue se coloca( e( posiçes "e autori"a"e =ou responsabili"a"e =, =ou se>a,os =paranAi"es a.ueles .ue s$o "o(ina"os por u( siste(a "e pensa(ento 6sse siste(a "ee ser=constante(ente eibi"o para eplicar al'u(a coisa, sen"o a alternatia =&para o in"iG"uo .ue te( essa"oença) u(a a'u"a con*us$o "e =i"ias, u(a sensaç$o "e caos e a per"a "e .ual.uer preisibili"a"e6( to"a ="escriç$o "e "oença psi.uiátrica, ocorre u(a =superposiç$o s pessoas n$o se encaia( "ireitin/oe( 'rupos ="e "oenças 6 por isso .ue ("icos e cirur'ies sente( tanta "i*icul"a"e e( enten"er a

 psi.uiatria 6les "ie( =KocEs tE( a "oença e nAs te(os &ou a(os ter, e( u( ou ="ois anos) a cura: 4en/u( rAtulo psi.uiátrico se en.ua"ra =nesse casoD (enos ain"a o rAtulo "e nor(al: ou sau"áel:Po"erGa(os ol/ar a socie"a"e e( =ter(os "a "oença e consi"erar o *ato "e .ue seus (e(bros "oentes, "e

=u( (o"o ou "e outro, ei'e( atenç$oD po"e(os obserar co(o a socie"a"e se torna colori"a pelos=a'rupa(entos "e "oenças .ue co(eça( nos in"iG"uosD ou, ain"a, =po"e(os ea(inar o (o"o pelo .ual as*a(Glias e as uni"a"es sociais =po"e( pro"uir in"iG"uos psi.uiatrica(ente sau"áeis, eceto .uan"o elas,

 >usta(ente as uni"a"es a .ue eles =pertence(, nu( certo (o(ento os "istorce( ou torna( incapaes=4$o optei por ol/ar a socie"a"e "essa *or(a +ptei por ol/ar para a =socie"a"e em termos de sua =sade(

ou se>a, ="o cresci(ento e perptuo re>uenesci(ento .ue e(ana natural(ente "a =saH"e "e seus (e(brossau"áeis "o ponto "e ista psi.uiátrico i'o isso (es(o saben"o .ue =@s ees a proporç$o "e (e(brosn$o?sau"áeis =psi.uiatrica(ente nu( 'rupo po"e ser (uito alta, "e tal (o"o .ue os =ele(entos sau"áeis,ain"a .ue e( con>unto, n$o po"e( encE?los G, ent$o, a prApria uni"a"e social =torna?se u( caso

Page 71: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 71/142

 psi.uiátricoPreten"o conse.Lente(ente =obserar a socie"a"e co(o se ela *osse co(posta "e pessoas =psi.uiatrica(ente

sau"áeis es(o assi(, a socie"a"e >á =te( proble(as =su*icientes 6 co(oO

1N8=20

Po"e?se notar =.ue n$o usei a palara nor(al: 6ssa palara está (uito =incula"a ao pensa(ento *ácilcre"ito, no entanto, .ue a saH"e =psi.uiátrica eiste Isso si'ni*ica .ue (e sinto >usti*ica"o por estu"ar a

=socie"a"e &co(o outros = >á =*iera() e( ter(os ="o cresci(ento in"ii"ual e( "ireç$o @ plenitu"e

 pessoal "oto o se'uinte aio(a = >á =.ue n$o eiste =nen/u(a socie"a"e .ue n$o se>a *or(a"a, (anti"a econtinua(ente reconstruG"a sen$o por =in"iG"uos, n$o /á plenitu"e pessoal se( socie"a"e, e n$o =/ásocie"a"e *ora "os processos "e cresci(ento coletio "os =in"iG"uos .ue a co(pe( Precisa(os apren"er a

 parar "e procurar pelo ci"a"$o "o (un"o e =nos contentar(os e( ac/ar, a.ui e ali, pessoas cu>a uni"a"esocial se =esten"e para al( "a ers$o local "e socie"a"e, ou al( "o =nacionalis(o, ou al( "os li(ites "eu(a seita reli'iosa 4a er"a"e, precisa(os aceitar o =*ato "e .ue pessoas psi.uiatrica(ente sau"áeis"epen"e(, para sere( =sau"áeis e para sua plenitu"e pessoal, "o *ato "e ==.serem leais a uma área

limitada da sociedadeJ =tale ao clube "e =boc/a local 6 por .ue n$o SA se procurar(os ilbert urraTY por =to"a parte .ue *racassare(os,ese #rinci#al =

Q(a =con*ir(aç$o "e (in/a tese (e con"u "e i(e"iato @s tre(en"as =(u"anças .ue ocorrera( nosHlti(os cin.Lenta anos no .ue "i respeito @ i(portCncia "a (aterna'e( =satis*atAria Isso inclui os pais, (aseles "ee( (e per(itir o uso ="a palara (aternal: para "escreer a atitu"e 'lobal e( =relaç$o aos bebEs eo cui"a"o a eles "ispensa"o + ter(o paternal: te(, =necessaria(ente, "e c/e'ar u( pouco "epois "o ter(o(aternal: =ra"ual(ente, o pai torna?se u( *ator si'ni*icatio en.uanto /o(e( =epois e( a *a(Glia,cu>a base a uni$o "e=20

=149==20

 pais e =($es, co(partil/an"o a responsabili"a"e por a.uilo .ue *iera( =>untos, a.uilo .ue c/a(a(os "e u(noo ser /u(ano

 _u( =bebEeie(?(e (encionar a prois$o (aternal Jo>e sabe(os .ue i(portante o (o"o pelo .ual se pro(oe =o

se'urar: e o (anuseio "o bebE, .ue i(portante .ue( =está cui"an"o "o bebE =—

se "e *ato a =($e ououtra pessoa 6( nossa teoria a respeito "os cui"a"os co( a =criança, a continui"a"e "o cui"a"o tornou?seu(a caracterGstica central "o conceito "e a(biente *acilita"or Percebe(os .ue =unica(ente pelacontinui"a"e "a prois$o a(biental .ue o noo bebE =e( esta"o "e "epen"Encia po"e ter u(a continui"a"ee( sua lin/a "e =i"a, e n$o u( pa"r$o "e reaç$o ao i(preisGel e ao repetitioFe*iro?(e a.ui ao =trabal/o "e BoXlbT a reaç$o "a criança "e "ois anos "e i"a"e =@ ausEncia "a ($e&(es(o .ue te(porária), caso se prolon'ue =al( "a capaci"a"e "e o bebE (anter ia sua i(a'e( Seutrabal/o, ain"a .ue precise ser eplora"o =(ais a *un"o, obtee aceitaç$o 'eral2 i"ia .ue sub>a a tal=estu"o se esten"e @ .uest$o "a continui"a"e "os cui"a"osD re(onta =ao inGcio "a i"a pessoal "o bebE, antes(es(o .ue ele perceba ob>etia(ente a ($e por inteiro, co(o =pessoaQ(a outra caracterGstica na .uali"a"e "e psi.uiatras ="e crianças, n$o esta(os apenas preocupa"os co( asaH"e ostaria .ue isso alesse para to"a a psi.uiatria 6sta(os =preocupa"os co( a ri.uea "a *elici"a"e.ue se "esenole na saH"e e =.ue n$o se =desenvolve na "oença =psi.uiátrica, (es(o .uan"o os 'enes

 po"eria( lear a criança e( ="ireç$o @ plenitu"e

t +l/e(os para os cortiços e =para a pobrea n$o so(ente co( /orror, (as ta(b( atentan"o para a possibili"a"e "e .ue, para u( bebE ou u(a =criança, u( cortiço po"e ser (ais se'uro=150=20

e =(el/or: co(o a(biente *acilita"or "o .ue u(a *a(Glia co( u(a =casa bonita, on"e n$o eiste( as perse'uiçes co(uns3 !a(b( po"e(os sentir .ue ale a pena lear e( conta as "i*erenças =essenciaisentre os 'rupos sociais e( ter(os "e pa"res e costu(es =!o(e?se, por ee(plo, a prática "e en*aiar osnenEs, e( contraste =co( a per(iss$o "e .ue a criança eplore e c/ute, aceita .uase .ue total(ente nasocie"a"e tal co(o a =con/ece(os na In'laterra ;ual a atitu"e local e( relaç$o =@ c/upeta, a c/upar o

Page 72: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 72/142

"e"o e aos eercGcios auto?erAticos 9o(o = .ue as pessoas rea'e( @s incontinEncias naturais "os pri(eiros(eses "e i"a e @ sua relaç$o =co( a continEncia 6 assi( por "iante *ase "e !rubT in' ain"a =está e(

 processo "e reabilitaç$o pelos a"ultos .ue tenta( "ar a =seus bebEs o "ireito "e "escobrir u(a (orali"a"e pessoal, e po"e(os consi"erar =isso co(o u(a reaç$o @ "outrinaç$o .ue ai ao etre(o "a =per(issii"a"etotal ee *icar claro .ue as "i*erenças entre os =ci"a"$os brancos e ne'ros, nos 6sta"os Qni"os, n$o s$otanto u(a .uest$o "e cor "a pele, (as "e =ali(entaç$o ao seio 6 incalculáel a ine>a "a populaç$o =brancaali(enta"a e( (a(a"eira e( relaç$o aos ne'ros, .ue s$o, e( sua (aioria, acre"ito, ali(enta"os ao seioPo"e?se notar =.ue estou preocupa"o co( a (otiaç$o inconsciente, al'o .ue n$o = u( conceitointeira(ente popular +s "a"os "e .ue necessito n$o =po"e( ir "e u( *or(ulário "e co(puta"or 4$o se

 po"e pro'ra(ar co(puta"ores para .ue =*orneça( (otios .ue s$o inconscientes nos in"iG"uos .ue =s$o as

cobaias "a inesti'aç$o =É  por isso .ue pessoas =.ue passara( a i"a *aen"o psicanálise "ee( 'ritar e(*aor "a =sani"a"e, contra a crença insana e( *enV(enos super*iciais .ue =caracteria( as inesti'açesco(puta"oria"as "os seres /u(anos= Mais con"us$o =— ==20+utra *onte "e con*us$o o pressuposto *ácil "e .ue, se pais e =($es criare( be(seus bebEs e crianças,=151=20

/aerá =(enos proble(as 7on'e "issoO Isso *un"a(ental para o (eu te(a, =pois i(plica .ue, .uan"ool/a(os para a a"olescEncia, on"e os =Eitos e as *al/as "os cui"a"os ao bebE e @ criança E( @ baila, al'uns

"os proble(as .ue en*renta(os na =atuali"a"e tE( relaç$o co( os ele(entos positios "a (o"erna=e"ucaç$o "e *il/os e "as atitu"es (o"ernas re*erentes aos "ireitos ="o in"iG"uoSe ocE *ier tu"o o .ue po"e para pro(oer o cresci(ento pessoal "e seus =*il/os, ai ter "e ser capa "eli"ar co( resulta"os incrGeis Se =seus *il/os acabare( se encontran"o, n$o $o se contentar sen$o e( seencontrar e( sua totali"a"e, e isso ai incluir a a'ress$o e =os ele(entos "estrutios e( si prAprios, assi(co(o os ele(entos .ue =po"e( ser rotula"os co(o a(or Kai ser lon'a a luta .ue ocEs =ter$o "e en*rentar=209o( al'uns "e seus *il/os, ocEs ter$o sorte se o .ue l/es =(inistrara( rapi"a(ente capacitá?los a usarsG(bolos, a brincar, a =son/ar, a sere( criatios "e (o"o satis*atArio, e(bora, (es(o assi(, =o ca(in/o atc/e'ar a esse ponto possa estar c/eio "e pe"ras 6, se>a lá co(o =*or, ocEs $o co(eter erros, e esses errosser$o istos e =senti"os co(o "esastrosos, e seus *il/os tentar$o *aer co( .ue =ocEs se sinta( responsáeis

 pelos reeses (es(o .uan"o ocEs n$o *ore( responsáeis =6les si(ples(ente "ie( 4$o pe"i paranascer: =reco(pensa "e ocEs e( na ri.uea .ue ai aparecen"o 'ra"ual(ente no =potencial .ue ca"a (enino ou(enina te( Se ocE tier Eito, =precisa estar prepara"o para *icar enciu(a"o "e seus *il/os, .ue =est$oten"o (el/ores oportuni"a"es "e "esenoli(ento pessoal .ue as =.ue ocE tee KocE ai se sentirreco(pensa"o se al'u( "ia sua *il/a pe"ir .ue ocE =cui"e "o bebE "ela, nu(a in"icaç$o "e .ue ela ac/a .ueocE = capa "e *aer isso "e (o"o satis*atArio, ou se "e al'u(a =(aneira seu *il/o .uiser ser i'ual a ocE,ou se apaionar por u(a 'arota .ue ocE (es(o teria aprecia"o, se =*osse (ais >oe( s reco(pensas

c/e'a( =indiretamente; =É claro .ue ocE =sabe .ue n$o receberá a'ra"eci(entos

152=20

Kou passar =a'ora a recolocar essas .uestes con*or(e elas a*eta( a tare*a "os =pais .uan"o as criançasest$o na puber"a"e, ou ien"o as =an'Hstias "a a"olescEncia=20in"a .ue (uita coisa este>a se publican"o sobre os proble(as =in"ii"uais e sociais .ue aparecera(nesta "ca"a, on"e .uer .ue os =a"olescentes este>a( lires para se epressar, po"e /aer espaço para

=co(entários pessoais sobre o conteH"o=20"as *antasias a"olescentes;uan"o c/e'a a a"olescEncia, =(eninos e (eninas e(er'e( "e (o"o irre'ular e "esa>eita"o "a in*Cncia =e"a "epen"Encia, e( "ireç$o ao esta"o "e a"ultos 9rescer =n$o "epen"e apenas "e ten"Encias /er"a"asDta(b( u(a .uest$o "e entrelaça(ento =co(pleo co( o a(biente *acilita"or Se a *a(Glia ain"a pu"er ser =utilia"a, será utilia"a e( lar'a (e"i"a Se a *a(Glia n$o =estier (ais @ "isposiç$o, ne( .ue se>a para ser

 posta "e la"o &uso ne'atio), ent$o =necessário proer pe.uenas uni"a"es sociais para conter o processo "ecresci(ento "o a"olescente 4a =puber"a"e, reaparece( os (es(os proble(as .ue estiera( presentes nos=pri(eiros está'ios, .uan"o as crianças era( bebEs ou criancin/as relatia(ente ino*ensias Kale notar .uen$o =por ter proce"i"o be( no inGcio, ou ain"a por estar proce"en"o "a =(es(a (aneira a'ora, .ue ocEai contar co( u( *unciona(ento =tran.Lilo "a (á.uina 4a er"a"e, ocE po"e esperar proble(as 9ertos

Page 73: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 73/142

 proble(as s$o inerentes a esses =está'ios posteriores6 (uito Htil co(parar i"ias "a =a"olescEncia co( as "a in*ancia Se o .ue eiste na *antasia "o=cresci(ento pri(itio morte( =ent$o na =*antasia a"olescente eiste =assassinato; es(o .uan"o o=cresci(ento no perGo"o "a puber"a"e continua se( (aiores crises, a =pessoa po"e precisar li"ar co(

 proble(as 'raes, pois crescer si'ni*ica =to(ar o lu'ar "os pais 3 realmente o"a1; = 4a *antasia=inconsciente, a a'ressii"a"e inerente ao crescer 6 a criança =n$o te( (ais o ta(an/o "e u(a criança

153=20

cre"ito .ue =se>a tanto Htil co(o le'Gti(o analisar(os o >o'o 6u sou o Fei ="o 9astelo: 6sse >o'o "irespeito ao ele(ento (asculino e( (eninos =e (eninas &o te(a ta(b( po"eria ser coloca"o e( ter(os "oele(ento *e(inino e( (eninas e =(eninos, (as n$o posso *aer isso a.ui) 6sse u( >o'o "o =inGcio "o

 perGo"o "e latEncia, e na puber"a"e trans*or(a?se =nu(a situaç$o "e i"a

6u sou o Fei "o 9astelo: a a*ir(aç$o "e u( esta"o pessoal =É =u(a a.uisiç$o .ue correspon"e ao

cresci(ento e(ocional "o in"iG"uo =É =u(a posiç$o =.ue i(plica a (orte "e to"os os riais ou ainstalaç$o "a "o(inCncia s se'uintes palaras "e(onstra( o ata.ue espera"o =KocE u( su>eitin/ono>ento: &ou esce "aG, seu =su>eitin/o no>ento:) 4o(eie seu rial e saberás .ue( s 6 =lo'o o pati*ese(?er'on/a nocauteia o Fei e torna?se Fei +s +pies re*ere(?se a esse erso ie( .ue o =>o'o anti.LGssi(o, e .ue Jorácio &20 a9) re'istra as =se'uintes palaras "as crianças

Fe erit .ui recte *acietD =;ui non *acient, non eritN

 4$o ac/a(os .ue a naturea /u(ana ten/a se altera"o as precisa(os =consi"erar a.uilo .ue eterno noe*`(ero Precisa(os tra"uir =esse >o'o in*antil para a lin'ua'e( "a (otiaç$o inconsciente "a=a"olescEncia e "a socie"a"e Se a criança está se tornan"o a"ulta, @s custas "o corpo (orto "e u( =a"ulto.ue essa (u"ança conse'ui"a &supon/o .ue o leitor sabe =.ue estou (e re*erin"o @ *antasia inconsciente,

ao (aterial .ue =sub>a ao brincar) É =claro .ue (eninos e =(eninas po"e( "ar u( >eito "e atraessaressa *ase por (eio "e u(a =srie "e acor"os co( os pais e se( necessaria(ente (ani*estar rebeli$o e( casa

 4o =entanto, pru"ente le(brar .ue a rebeli$o pertence @=15N=20

liber"a"e .ue =ocEs "era( a seus *il/os, .uan"o os criara( "e (o"o a .ue eles =eistisse( por si

 prAprios Po"er?se?ia "ier, e( al'uns (o(entos =KocE se(eou u( bebE e col/eu u(a bo(ba: ri'or, isso se(pre er"a"e, (as ne( se(pre aparece assi( = 4as *antasias inconscientes co(o u( to"o, re*erentes ao =cresci(ento "urante a puber"a"e e naa"olescEncia, eiste a ==.morte de al'u@m; =Boa parte "elas po"e ser en*renta"a atras "o >o'o,"e "esloca(entos =e a partir "e i"enti*icaçes crua"asD na psicoterapia "o a"olescente &*alo co(o psicoterapeuta), =no entanto, encontra?se a (orte e o triun*o pessoal co(o al'o inerente =ao processo "e (aturaç$o e a.uisiç$o "o nGel a"ulto Isso torna as coisas "i*iceis para pais e tutoresKocEs =po"e( ter certea "e .ue a situaç$o "i*icil ta(b( para os =prAprios a"olescentes, .uec/e'a( co( ti(i"e ao assassinato e ao =triun*o relaciona"os @ (aturaç$o, nessa *ase crucial Po"eser .ue o te(a inconsciente se torne =(ani*esto atras "e u( i(pulso suici"a, ou (es(o "osuicG"io e( =si +s pais n$o po"e( *aer (uita coisaD o (el/or .ue tE( a *aer = soreviver(

=sobreier inatos, =se( (u"ar "e cor, se( ne'ar .ual.uer princGpio i(portante Isso =n$o .uer

"ier .ue eles (es(os n$o possa( crescerJá u(a certa taa "e (ortali"a"e na =a"olescEncia, e u(a certa taa "e (aturi"a"e e( ter(os "eseo e =casa(entoD tale eles se torne( pais co(o os prAprios pais as, e( =al'u( lu'ar, sub>au(a luta "e i"a ou (orte Isso te( .ue acontecer =situaç$o per"e e( (uito sua ri.uea caso seten/a Eito e( =eitar co( *acili"a"e o e(bate "c ar(asIsto (e con"u ao ponto =principal o "i*icil aspecto "a imaturidade ="o a"olescente ="ultos(a"uros precisa( saber "isso e precisa( acre"itar e( sua =prApria (aturi"a"e co(o nunca=20Po"e?se perceber .ue "i*icil "ier essas coisas se( .ue /a>a =(al?enten"i"os,>á .ue po"e((uito *acil(ente soar co(o conersa =ul'ar sobre i(aturi"a"e SA .ue n$o essa a intenç$o =

Page 74: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 74/142

Q(a criança "e .ual.uer i"a"e &"i'a(os, seis anos) po"e "e repente sentir =necessi"a"e "e setornar responsáel, tale ==20

=155=20

"ei"o @ =(orte "e u( "os pais ou ao ro(pi(ento "a *a(Glia Q(a criança =assi( po"e *icar

 pre(atura(ente el/a=20e per"er a espontanei"a"e, os >o'os e o i(pulso criatio "espreocupa"o =Q(a"olescente po"e se encontrar nessa posiç$o co( (uita =*re.LEncia se E "e repente "iante "o oto ou "a

=responsabili"a"e "c ter(inar u(a *acul"a"e É =claro .ue, se as =circunstCncias se alterare( &poree(plo, ocE *ica "oente, ou =(orre, ou está co( "i*icul"a"es *inanceiras), ent$o n$o po"e eitar .ue sur>ao conite ao (enino ou @ (enina =para .ue se torne u( a'ente responsáel antes "o te(poD tale os =ir($os(ais noos ten/a( .ue receber cui"a"os ou e"ucaç$o, ou po"e /aer u(a necessi"a"e absoluta "e "in/eiro

 para sobreier =É ="i*erente, no =entanto, .uan"o, co(o *ruto "e u(a polGtica "elibera"a, os a"ultostrans*ere( responsabili"a"esD real(ente, tal =ato po" representar u(a espcie "e aban"ono nu( (o(entocrGtico =6( ter(os "o >o'o, ou "o >o'o "a i"a, ocE ab"ica >usta(ente .uan"o =o a"olescente ai te (atarl'u( *ica *eli Se( "Hi"a, o a"olescente n$o *icaD e ele .ue =a'ora se tornou o =estalis?ment; !o"a=atii"a"e i(a'inatia, to"o i(pulso "e i(aturi"a"e se per"e( rebeli$o n$o *a (ais =senti"o, e oa"olescente .ue 'an/a o >o'o (uito "epressa lo'o =apan/a"o e( sua prApria ar(a"il/aD te( .ue se tornar

"ita"or, te( .ue =*icar a'uar"an"o ser assassina"o— =

ser (orto n$o =por u(a noa 'eraç$o "e seus prAprios*il/os, (as por =ir($os 4atural(ente, ele procura controlá?los=206ssa u(a "as (uitas situaçes e( .ue a socie"a"e i'nora =a (otiaç$o inconsciente, colocan"o?se e(risco 9o( certea o =(aterial "iário "o trabal/o "o psicoterapeuta po"eria ser u( pouco =utilia"o pelossociAlo'os e polGticos, assi( co(o por pessoas co(uns .ue se>a( a"ultas =— =ou se>a, a"ultas e( =suali(ita"a es*era "e in*luEncia, (es(o .ue ne( se(pre o se>a( na i"a pria"a6stou =a*ir(an"o &"o'(atica(ente, e( *unç$o "a brei"a"e) .ue o =a"olescente =imaturo; i(aturi"a"e u( =ele(ento essencial "a saH"e "urante a a"olescEncia SA eiste =u(a cura

15R=20

 para a =i(aturi"a"e =—a ==.#assa'em do tem#o e =o cresci(ento para a (aturi"a"e .ue o te(po po"etraer 4o *i(, essas ="uas coisas resulta( na e(er'Encia "e u(a pessoa a"ulta 4$o se po"e apressar ne(

retar"ar esse processo, ain"a .ue ele possa ser =interro(pi"o ou "estruG"o, ou "e'enerar e( "oença psi.uiátrica =Penso nu(a 'arota .ue se (antee e( contato co(i'o atras "a =a"olescEncia 6la n$o estaa e(trata(ento os .uatore anos, reelaa ten"Encias =suici"as !o"os os está'ios .ue atraessou *ora((arca"os por poe(as =6is a.ui u(, be( curto, "a poca e( .ue ela estaa co(eçan"o a =e(er'ir "essaten"EnciaI*once Tou#re /urt =—Xit/"raX =Tour /an"KoX not to speak t/ose Xor"sDn" t/en beXare or =loin' unaXareou#=20ll *in" Tour /an" outstretc/e" a'ainYPortanto, ela n$o =está apenas passan"o "e u(a *ase suici"a para outraD no *inal @s =ees /á u(a pita"a "eesperança Jo>e, aos inte e trEs anos, =essa >oe( *un"ou seu prAprio lar, "escobriu os pri(Ar"ios "e u(lu'ar na socie"a"e e =tornou?se capa "e "epen"er "e seu parceiro 6la n$o so(ente a(a seu =lar e seu *il/o,(as ta(b( *oi capa "e inte'rar a.uela tristea, ao ="escobrir seu ca(in/o, e "e encontrar u(a noa(aneira "e se reconciliar =co( seus pais, se( per"er a prApria i"enti"a"e passa'e( "o te(po =*e issotu"oPenso nu( (enino .ue n$o conse'uia se a>ustar =@s restriçes "e u(a escola bastante raoáel u'iu para o(ar, eitan"o assi( =ser epulso urante al'uns anos, eerceu consi"eráeis presses =sobre sua ($e, (asela assu(iu a responsabili"a"e e( relaç$o a ele epois "e certo te(po, oltou e entrou na uniersi"a"e, on"ese =saiu (uito be( pelo *ato "e con/ecer

==157=20

Page 75: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 75/142

lGn'uas "e =.ue nin'u( >a(ais ouira *alar Passou por ários e(pre'os antes ="e se *iar nu(a carreiracre"ito .ue ele ten/a se casa"o, (as n$o =ten/o a intenç$o "e "ier .ue o casa(ento se>a a soluç$o total =—

=e(bora o casa(ento =*re.Lente(ente in"i.ue o inGcio "e u(a socialiaç$o 6ssas "uas /istArias s$o co(unse, ao (es(o te(po, =etraor"inárias i(aturi"a"e u(a parte preciosa "a =a"olescEncia 6la cont( as caracterGsticas (ais *ascinantes "o=pensa(ento criatio, senti(entos noos e "escon/eci"os, i"ias para u( (o"o "e i"a "i*erente socie"a"e precisa ser =c/acoal/a"a pelas aspiraçes "e seus (e(bros =n$o?responsáeis Se os a"ultosab"ica(, os a"olescentes torna(?se =a"ultos pre(atura(ente, (as atras "e u( processo *also Q(consel/o @ socie"a"e para o be( "os =a"olescentes e "e sua i(aturi"a"e n$o per(itir .ue eles .uei(e(=etapas e a".uira( u(a *alsa (aturi"a"e atras "a trans*erEncia "e =responsabili"a"es .ue n$o s$o "eles,ain"a .ue eles lute( por elas9o( a 'arantia "e .ue os =a"ultos n$o $o ab"icar, certa(ente po"e(os consi"erar o G(peto ="osa"olescentes para se encontrar e "eter(inar seu prAprio "estino co(o a coisa (ais ecitante .ue po"e(os erno (un"o .ue =nos ro"eia i"ia a"olescente "e u(a socie"a"e i"eal =esti(ulante e ecitante, (as o

 proble(a .ue a a"olescEncia =i(atura e irresponsáel 6sse aspecto, o (ais sa'ra"o "e to"a aa"olescEncia, "ura apenas =al'uns anos, e u(a caracterGstica .ue precisa ser per"i"a @ =(e"i"a .ue sealcança a (aturi"a"e6stou se(pre le(bran"o a =(i( (es(o a socie"a"e .ue carre'a, perpetua(ente, esse esta"o "ea"olescEncia, =e n$o o rapa ou a (oça .ue, in*eli(ente, se trans*or(a( e( =a"ultos e( poucos anos e sei"enti*ica( (uito precoce(ente co( al'u( =tipo "e estrutura on"e noos bebEs noas crianças e noos

a"olescentes po"e( *icar lires para ter ises, =son/os e noos planos para o (un"o+ triun*o "i respeito a essa =a.uisiç$o "e (aturi"a"e atras "o processo "e cresci(ento + =triun*o n$ote( relaç$o co(

158=20

a *alsa =(aturi"a"e, basea"a na personi*icaç$o *ácil "e u( papel a"ulto =atos terrGeis se encerra( nessaa*ir(aç$o==20A nat,ra "a i(at,ri"a"

=É =necessário =consi"erar por u( (o(ento a naturea "a i(aturi"a"e 4$o po"e(os esperar .ue oa"olescente este>a cVnscio "e sua prApria =i(aturi"a"e, ou .ue con/eça as caracterGsticas "a i(aturi"a"e

 4e( = necessário .ue ele as enten"a + .ue i(porta .ue os ="esa*ios "a a"olescEncia se>a( en*renta"os

;ue( "ee en*rentá?los9on*esso .ue (e =sinto ultra>an"o o assunto ao *alar sobre ele ;uanto (ais *ácil a =erbaliaç$o, (enose*eito se obt( I(a'ine al'u( "ien"o =a a"olescentes parte (ais ecitante "e ocEs suai(aturi"a"e: Isso seria =u( ee(plo 'rosseiro "e co(o n$o en*rentar o "esa*io a"olescente =Po"e ser .ue a*rase en*rentar o "esa*io: represente u( retorno =@ sani"a"e, pois o entendimento =*oi substituG"o =pelocon"ronto; =Qsa?se a.ui a palara =con*ronto: para in"icar u( a"ulto .ue se (ant( *ir(e e =reiin"ica o"ireito "e ter u( ponto "e ista pessoal, al'u( .ue =po"e ter o apoio "e outros a"ultosO = #otencial na =adolesc+ncia =—+bsere(os .ue tipo ="e coisa os a"olescentes n$o conse'uira(s (u"anças "a =puber"a"e ocorre( e( i"a"es "iersas, (es(o e( crianças sau"áeis =+s rapaes e as(oças na"a po"e( *aer al( "e esperar por elas !al espera i(pe u(a =press$o consi"eráel sobre to"os,especial(ente sobre a.ueles cu>o ="esenoli(ento (ais tar"io 6stes po"e( acabar i(itan"o os .ue se="esenolera( (ais ce"o, situaç$o .ue con"u a u( *alsa (aturaç$o, cu>a base a =i"enti*icaç$o, e n$o o

 processo inato "e cresci(ento e =.ual.uer (aneira, a (u"ança seual n$o a Hnica Já u(a =(u"ança e("ireç$o ao cresci(ento *isico e=20@ a.uisiç$o "e *orça realD portanto, /á u( peri'o

15%=20

=real .ue "á noo =si'ni*ica"o @ iolEncia Uunto co( a *orça e( a espertea e o =con/eci(ento prático6 sA co( o passar "o te(po e co( a eperiEncia "e i"a .ue o (enino e a =(enina po"e( aceitar aresponsabili"a"e por tu"o o .ue ocorre no (un"o ="a *antasia pessoal 6n.uanto isso, /á u(a suscetibili"a"eetre(a =@ a'ress$o, .ue se (ani*esta na *or(a "e suicG"ioD ou ent$o a a'ress$o =se trans*or(a nu(a busca

 por perse'uiç$o, .ue u(a tentatia ="e sair "a loucura "e u( siste(a persecutArio "elirante +n"e a

Page 76: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 76/142

=perse'uiç$o espera"a "elirante(ente, /á o risco "e .ue ela se>a prooca"a, nu(a =tentatia "e eas$o "aloucura e "o "elGrio Q( >oe( &ou u(a =>oe() psi.uiatrica(ente "oente, co( u( "elGrio be( estrutura"o,

 po"e in*la(ar u( siste(a "e pensa(ento 'rupal e =lear a episA"ios .ue se baseia( e( perse'uiç$o= #rovocada; =Q(a e alcança"a a "eliciosa si(pli*icaç$o "e u(a posiç$o =persecutAria, a lA'ica n$o te((ais ali"a"e

 4o entanto, =a press$o (ais "i*icil "e to"as a .ue se re*ere @ *antasia se6ual inconsciente =e @ riali"a"e=associa"a @ escol/a ob>etal+ a"olescente, ou o (enino ou a =(enina .ue ain"a est$o e( processo "e cresci(ento, ain"a n$o po"eassu(ir responsabili"a"e =pela cruel"a"e, pelo so*ri(ento, pelos /o(icG"ios e assassinatos .ue =o panora(a(un"ial o*erece Isso poupa o in"iG"uo .ue se encontra =nesse está'io "e u(a reaç$o etre(a contra aa'ress$o pessoal latente, ou se>a, o suicG"io =&u(a aceitaç$o patolA'ica "a responsabili"a"e por to"o o (al=.ue eiste ou po"er ser i(a'ina"o) Parece .ue o senti(ento "e culpa =latente .ue eiste no a"olescente

terrGel asta(?se anos para o "esenoli(ento, no in"iG"uo, "a =capaci"a"e "e "escobrir, no =self =o

e.uilGbrio entre o be( e o (al, e entre o A"io e a "estruiç$o .ue =aco(pan/a( o a(or "entro "o =self

= 4esse senti"o, a =(aturi"a"e correspon"e=20@ i"a posterior, e n$o se po"e esperar .ue o a"olescenteener'ue =al( "o está'io se'uinte, o perGo"o e( torno "os inte anos =-s ees se assu(e .ue (eninos e (eninas .ue, co(o se "i, =pula( "e ca(a e( ca(a: e .ue (antE(relaçes seuais

1R0=20

&e tale =ten/a( u(a 'rai"e ou "uas) alcançara( a (aturi"a"e seual 6les =(es(os sabe( .ue isso n$o

er"a"e, e co(eça( a "esprear o =seo co(o tal É =*ácil "e(ais =(aturi"a"e seual te( .ue incluir to"a a *antasia seual inconsciente, e =o in"iG"uo, e( Hlti(a análise, precisa ser capa "e aceitar tu"o o .ueaparece na (ente >unto co( =a escol/a ob>etal, a consciEncia ob>etal, a satis*aç$o seual e =o entrelaça(entoseual 6 /á ta(b( o senti(ento "e culpa, .ue = apropria"o e( ter(os "a *antasia inconsciente co(o u(to"o=Fonstruç$o( =re#araç$o( restituiç$o =—+ a"olescente ain"a =n$o po"e con/ecer a satis*aç$o proeniente "a=participaç$o nu( pro>eto .ue precisa incluir a caracterGstica ="a con*iança + a"olescente n$o po"e aaliar o.uanto o trabal/o "i(inui o senti(ento pessoal "e culpa =&.ue se re*ere a i(pulsos a'ressios inconscientes,inti(a(ente =incula"os ao relaciona(ento ob>etal e ao a(or), e( *unç$o "e sua =contribuiç$o social, e

assi( a>u"a a "i(inuir o (e"o interno, al( "o 'rau "e =i(pulso suici"a e a propens$o a aci"entes= dealismo =—Po"e?se "ier .ue u(a ="as caracterGsticas ecitantes "os a"olescentes seu i"ealis(o =6lesain"a n$o se *a(iliariara( co( a "esilus$o, e o corolário ="isso .ue est$o lires para construir planosi"eais Por ee(plo estu"antes "e arte =po"e( er .ue possGel ensinar be( arte, e portanto reiin"ica(=.ue se ensine arte correta(ente 6 por .ue n$o 6 .ue eles n$o lea( e( conta .ue eiste( poucas pessoas.ue po"e( ensinar arte ="ireito +u ent$o eles Ee( .ue as instalaçes *isicas =s$o ina"e.ua"as, eG'uas e

 po"eria( ser (el/ora"as, e ent$o ='rita( +s outros .ue encontre( "in/eiro para isso=20Pois be(:,"ie(, aban"one( os pro'ra(as "e ar(a(entos e =utilie( o "in/eiro na construç$o "e u(a noauniersi"a"e: =4$o cabe ao a"olescente ter u(a is$o a lon'o prao, prApria ="a.ueles .ue atraessara(árias "ca"as e est$o co(eçan"o a *icar el/os

1R1=20

!u"o isso =absur"a(ente si(pli*ica"o +(ite a i(portCncia pri(or"ial "a a(ia"e =+(ite u(a "e*esa "a posiç$o "a.ueles .ue ie( se( casa(ento ou =cu>o casa(ento a"ia"o 6 "eia "e la"o o proble(a "a bisseuali"a"e, .ue acaba se =resolen"o, e(bora nunca "e (o"o co(pleto, e( ter(os "e escol/a e=constCncia ob>etal !a(b( consi"era"o ponto pacG*ico ='ran"e parte "o .ue se re*ere @ teoria "o brincarcriatio l( "isso, eiste a /erança =culturalD n$o se po"e esperar .ue, na a"olescEncia, o (enino ou a=(enina ("ios ten/a( (ais "o .ue u(a a'a i"ia "a /erança =cultural "o /o(e(D as pessoas tE( .uetrabal/ar "uro sA para saber .ue ela eiste os sessenta anos, =a.ueles .ue /o>e s$o rapaes e (oças $o*icar se( *Vle'o, =tentan"o recuperar o te(po per"i"o na perse'uiç$o "as ri.ueas "a =ciiliaç$o e "e seussubpro"utos acu(ula"os+ principal .ue a =a"olescEncia (ais "o .ue a puber"a"e *isica, ain"a .ue este>a =(uito basea"a nela

Page 77: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 77/142

"olescEncia i(plica cresci(ento, e esse =cresci(ento lea te(po in"a .ue ocorra cresci(ento,a=20res#onsailidade =@ dever das "i'uras #arentais; =Se elas ab"ica(, os =a"olescentes s$o obri'a"osa u( salto para a *alsa (aturi"a"e, per"en"o sua (aior =ri.uea a liber"a"e "e ter i"ias e a'ir por i(pulso= S,(%rio ==20

Fesu(in"o, = ecitante .ue a a"olescEncia se>a participante e ten/a o =atia, (as o es*orço .ue

o a"olescente *a para se sentir aci(a "e =to"as as necessi"a"es "o (un"o precisa ser en*renta"oD necessário .ue se l/eS *orneça reali"a"e, por (eio ="e u( ato "e con*ronto 6sse con*ronto te(.ue ser pessoal +s a"ultos =s$o necessários para .ue os a"olescentes ten/a( i"a e iaci"a"e =con*rontaç$o re*ere?se @ contenç$o .ue n$o retalia"ora, .ue n$o cont( =in'ança, (as .ue te(

*orça prApria =É ==20salutar le(brar .ue o estu"ante turbulento e sua (ani*estaç$o =po"e( ser,e( parte, pro"uto "e u(a atitu"e

1R2

.ue te(os =or'ul/o "e ter conse'ui"o atras "os cui"a"os "ispensa"os ao bebE =e @ criança eie .ue o >oe( altere a socie"a"e e ensine o a"ulto a er o (un"o ="e (o"o total(ente nooD (as, se /ouer "esa*io por parte "o (enino ou ="a (enina e( cresci(ento, "eie .ue u( a"ulto en*rente o "esa*io 6 ele =n$o ai

ser necessaria(ente a'ra"áel 4a *antasia inconsciente, essas s$o .uestes "e i"a ou =(orte

1R3=20

==p1===20=20

=====20

=20

===O #reço de =desconsiderar a #es'uisa

 #sicanalíticaPalestra profer"da =na onfer'ncia An#al da ational Association for Mental :ealth, =intit#lada ;7 preço da sa+de mental =“, no Assemly :ail, =h#rch :o#se, <estminster, $5 de fe!ereiro de 1965=ara termos uma =id&ia do pre'o que pa1amos por ne1li1enciar os ac#ados dapesquisa psicanaltica, =precisamos nos inda1ar primeiro sobre a natureza dapesquisa =psicanaltica. $erá que %ustamente aqui a ci4ncia se divide em=pesquisas aceitáveis e pesquisas que dizem respeito ao inconscienteG Umaconsidera'"o importante precisa ser =feitaF n"o se deve esperar que o p)blico em1eral este%a =interessado em motiva'es inconscientes.ode-se dizer que =existem dois camin#os para a verdadeF

o po&tico e o cientfico. As dados de pesquisa se relacionam com=a aborda1em cientifica. = A =pesquisa =cientfica, que pode ser um=20trabal#o ima1inoso e criativo, está atrelada a um ob%eto limitado, =ao resultado do experimento e 3 predi'"o.A =vnculo entre a verdade po&tica e a verdade cientfica se =encontra, comcerteza, nas pessoas =20 em mim e em voc4. A poeta que #á em mim alcan'aa verdade num =lampe%o, e o cientista que #á em mim busca uma faceta daverdade6 o =cientista alcan'a o ob%etivo imediato e, na medida em que o faz,

Page 78: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 78/142

=apresenta-se um novo ob%etivo.=20 verdade po&tica tem certas vanta1ens. ara o indivduo, a =verdade po&ticaoferece satisfa'es profundas, e na nova =express"o de uma vel#a verdadeexiste a possibilidade de uma nova =experi4ncia criativa, em termos da beleza. >muito dificil, no=20

=11=20

entanto, usar a verdade po&tica. :rata-se de uma quest"o de =sentimentos, e nemtodos sentem a mesma coisa em rela'"o a um =determinado problema. trav&sda verdade cientfica, que tem um ob%etivo limitado, esperamos fazer com quepessoas que =usam a mente e podem ser influenciadas por considera'es=intelectuais c#e1uem a um acordo em certas áreas. +a poesia, al1o verdadeirose cristaliza6 para plane%ar nossa =vida, precisamos da ci4ncia. $! que a ci4nciase equivoca no =problema da natureza #umana, e tende a perder de vista o ser#umano como =um todo.=20u estava pensando nisso enquanto ol#ava pela :M o funeral de $ir =inston

V#urc#ill. A que me deixou exausto, enquanto eu lá me =encontrava,comodamente sentado, foi o peso do caix"o e a press"o =suportados em nome detodos n!s por aqueles oito carre1adores. A fardo da cerim?nia repousava nos=ombros daqueles #omens, que #aviam sido ornamentados de modo apropriado.= :M nos relatou #ist!rias ntimas a respeito do quase colapso de =um ou outrocarre1ador, e correu um boato de que o caix"o, revestido de c#umbo, pesavameia =tonelada, depois reduzida para um quarto.Sem, eu con#eci um =inventor, um #omem que fazia ci4ncia aplicadaF ele teveuma id&ia. =@nventou um caix"o muito leve e tentou colocá-lo no mercado. $eesse #omem tivesse consultado uma d)zia de =psicanalistas, descobriria quetodos concordariam em dizer que o peso =sustentado pelos carre1adores & o

peso da culpa inconsciente, um =smbolo da dor. Um caix"o leve implica umane1a'"o da tristeza, conseqQentemente, uma =falta de seriedade.> verdade que qualquer pessoa sensvel =poderia ter rea1ido a isso de modopo&tico. Vonsidere a1ora, no =entanto, um comit4 de plane%amento composto deservidores civis de alto nvel, 3s =voltas com um funeral oficial. +a área doprocesso intelectual de =1rau superior, & necessário encontrar uma alternativapara a =verdade po&tica & a isso que se dá o nome de pesquisa cientfica.$eria preciso invocar a =ci4ncia, e o primei-=20

KW2

ro experimento cientfico seria li1ado 3s modifica'es =de press"o san1Qnea de#omens que carre1am 1randes pesos. Uma =centena de pro%etos afloram 3mente. Bas 7e esta & a quest"o8 =será que esses pro%etos, se combinados, noslevariam ao conceito de =simbolismo inconsciente e 3 tristezaG > para a que a=psicanálise nos conduz. reciso per1untarF como se poderia usar a =investi1a'"opsicanalticaG Iue tipo de investi1a'"o poderia ser c#amada de pesquisapsicanalticaG7c#o =que devo i1norar tudo aquilo que os psicanalistas escreveram uns para os=outros.8

Page 79: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 79/142

  pesquisa psicanaltica n"o pode ser restrin1ida =ao padr"o que se adapta 3pesquisa nas ci4ncias fisicas. :odo analista faz pesquisa, mas =n"o uma pesquisaplane%ada enquanto tal, pois o analista precisa =se1uir necessidades que semodificam e os ob%etivos da pessoa em análise. sse fato nunca pode serocultado, A tratamento do paciente n"o =pode ser adiado por necessidades de

pesquisa, e %amais se pode repetir o =contexto da observa'"o, A mel#or & que oanalista volte a examinar o que aconteceu, relacione isso com a =teoria emodifique a teoria de modo apropriado.+"o #á d)vida de que se poderia delinear um pro%eto de pesquisa6 possoapresentar =um plano a1oraF um pesquisador adequado, com um con#ecimentooperante da =teoria do crescimento #umano, poderia visitar formalmente dezanalistas, =munido de #onorários e de uma=20)nica per1unta, que bem poderiaserF como & que a id&ia do =O:A apareceu no material das análises que voc4srealizaram no =m4s passadoGoder-se-ia escrever um trabal#o valioso sobre =esse material, que incluiria aid&ia do preto como ela aparece nos son#os dos pacientes e no brincar das=crian'as. ssa id&ia revelaria al1o do simbolismo que ela carre1a, =e as rea'esinconscientes que as várias pessoas t4m em =rela'"o ao preto. se1undaper1unta poderia serF será que suas =observa'es confirmam a teoriapsicanaltica corrente ou elas =solicitam uma modifica'"o da teoriaG Um resultadopoderia ser a =descoberta de que ainda #á=20

KWP

muita coisa descon#ecida a respeito do si1nificado do preto no =inconsciente. Bastamb&m #á muita coisa con#ecida e que está =esperando para ser divul1ada.Iual & o pre'o de se i1norar essa pesquisa que poderia ser feita com tanta=facilidadeG Um pre'o muito alto & que vai continuar #avendo o =desentendimento

das pessoas de pele branca em rela'"o 3s de =pele ne1ra, e dos mil#es dene1ros em rela'"o aos brancos. Iual & o pre'o de nosso desperdcio =sistemáticoda observa'"o sistemática daquilo que está =sendo feito por todo analistapraticante que está atento enquanto =trabal#aG

 inda se vai perceber que a pesquisa psicanaltica tem pouco a fazer com ratos e=cac#orros, ou com %o1os de sal"o, ou com avalia'es e =concluses estatsticas,A material da pesquisa psicanaltica =& essencialmente o ser #umano... sendo,sentindo, a1indo, relacionando-se =e contemplando.ara mim, a pesquisa analtica & a =experi4ncia coletiva de analistas, que s!precisa ser or1anizada =de modo inteli1ente. Vada um de n!s realizou umaquantidade tremenda de observa'es detal#adas e =estamos transbordando de

con#ecimento e ele está sendo =desperdi'ado. Vontudo, nosso trabal#o serefere 3 motiva'"o inconsciente, e isso nos afasta dos plane%adores. araencontrar um =p)blico que leia seus ac#ados, o cientista 7em assuntos #umanos8=precisa, infelizmente, i1norar o inconsciente.:alvez =dev4ssemos aceitar o fato de que a motiva'"o inconsciente n"o & o pratopreferido da sociedade, exceto quando =ele se cristaliza em al1uma forma de arte.

 ceitando isso, podemos =encarar de novo a quest"oF que pre'o pa1amosXG responder que =pa1amos o pre'o de permanecer onde estamos, %o1uetes da

Page 80: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 80/142

economia, da poltica e do =destino. essoalmente, n"o ten#o queixas.$e1ue-se uma =enumera'"o de exemplos si1nificativos da rea'"o ne1ativa da=sociedade 3 uni"o entre o conceito de inconsciente e a investi1a'"o cientfica, =eeu os forne'o sem ter a menor id&ia de que uso possa ser feito =deles. +"o ten#oque provar aqui que a psicanálise & a mel#or =forma de tratamento.=20

1=$em d)vida, a =psicanálise fornece uma forma )nica de preparo para o analista6=isso ocorre mesmo que um caso fracasse enquanto procedimento terap4utico.$e =eu estiver correto no tema simples que estou abordando no presente =estudo,ent"o um treinamento e uma prática em psicanálise poderiam ser altamentevalorizados quando um #omem ou uma mul#er =dese%am se preparar para lidarcom seres #umanos, se%am eles =saudáveis ou doentes.ermitam-me supor que, em vez de inquirir =a respeito do “preto”, ospesquisadores fossem per1untar sobre a 1uerra, a bomba e a =explos"opopulacional.=>#erra( =  discuss"o do =valor inconsciente da 1uerra=20& praticamente umtabu para indivduos ou 1rupos. +o entanto, caso =se deixe isso de lado, comcerteza o pre'o será nada menos do que =o desastre de uma terceira 1uerramundial.= ? oma( oder-se-ia =examinar o simbolismo inconsciente da fisicatermonuclear e sua =aplica'"o em termos de bombas. $"o os analistas que seocupam =de casos limtrofes 7personalidades esquiz!ides8 que dispem deinforma'"o nesse campo. stou pensando na =bomba como um exemplo, dentroda fisica, daquilo que em psicolo1ia =din;mica se denomina desinte1ra'"o dapersonalidade.0&plos.o =pop#lacional(  =explos"o populacional 1eralmente & estudada emtermos da economia, =mas #á mais que pode ser dito e o assunto n"o se es1otana palavra “sexualidade”. Vom toda certeza, as =dificuldades no controle dasuperpopula'"o aparecem na prática =psicanaltica diária. Bas, como eu %á disse,o psicanalista tem que aprender a ocultar aquilo que aprende, se =resi1nar diantedo fato de que nin1u&m quer saber o que um exame =pessoal e intenso revelaacerca dos sentimentos #umanos.=ermitam-me ol#ar por um instante o vasto territ!rio da psiquiatria, ainda que eun"o se%a, estritamente falando, =um psiquiatra.=20

()* ==20

==ustri'/t= A #si'uiatria de =adultos

m certos #ospitais e =clnicas para doentes mentais adultos, os psiquiatras t4m=acrescentado, 3 sua moderna atitude #umana, uma tentativa de aplicar=descobertas psicanalticas. Autros #ospitais se contentam com a atitude#umana, dificil o =suficiente por si mesma, quando centenas e at& mil#ares depacientes =ficam confinados numa institui'"o.xiste uma =considerável contribui'"o para o entendimento dos fen?menosdepressivos que está esperando =ser levada do campo psicanaltico para o campopsiquiátrico. Um =aspecto disso 7escol#o apenas um detal#e8 poderia ser a

Page 81: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 81/142

necessidade que =as pessoas deprimidas t4m de que se l#es permita ficaremdeprimidas e serem mantidas vivas e =cuidadas durante um perodo de tempo emque possam resolver seus =pr!prios conflitos ntimos, com ou sem psicoterapia.

 Es =vezes pode-se ter nostal1ia da palavra “asilo”, se ela pudesse ter o si1nificadode um ref)1io, para onde =certos tipos de pacientes depressivos pudessem

retirar-se em busca de =abri1o. A pre'o, aqui, tem que ser medido em termos desofrimento =#umano e desperdcio. Um detal#e prático & que o p)blico deveriaaceitar o suicdio como um =acontecimento triste, e n"o encará-lo como indicativode al1uma =ne1li14ncia do psiquiatra. amea'a de suicdio & uma =esp&cie dec#anta1em, que faz com que o psiquiatra %ovem superprote%a e =forne'a umsuper- tratamento ao paciente, interferindo com o mane%o =#umano do casodepressivo comum.Um assunto muito mais =controverso, como voc4s podem constatar se ficarempara ouvir o aspecto biol!1ico #o%e, =& o da pesquisa da esquizofrenia,especialmente quando muitos ensinam =que a esquizofrenia & uma doen'a,resultado de #eran'a e de uma =disfun'"o bioqumica. esquisas nessa lin#arecebem pleno apoio. +o entanto, aqui =tamb&m existe uma contribui'"o a serdada pela psicanálise. =m fun'"o de erros de dia1n!stico, os psicanalistas t4msido =for'ados a estudar pessoas esquiz!i-

KWW

des e come'am a ter coisas a dizer sobre pessoas que l#es trazem =umasintomatolo1ia esquiz!ide. +esse trabal#o do psicanalista, a =esquizofreniaaparece como um dist)rbio da estrutura'"o da =personalidade.=20/eliz do psicanalista que tem al1um ami1o psiquiatra que recebe e cuida =deseus pacientes analticos quando eles entram em surto e ainda =convida oanalista a continuar assumindo o tratamento, quer dizer, o =aspectopsicoterap4utico do tratamento. Uma 1rande quantidade de pesquisa psicanaltica

 %á =foi suspensa por causa de suspeitas m)tuas entre psiquiatras e =psicanalistas.A valor da atividade interdisciplinar nesse campo n"o pode ser medidoexatamente em termos de cura, mas em termos da =forma'"o do psiquiatra e dopsicanalista.De modo 1eral, a =tend4ncia da psicanálise & relacionar a etiolo1ia da=esquizofrenia com uma revers"o do processo de matura'"o da primeira inifincia,na &poca cm que a depend4ncia =absoluta & um fato. @sso poderia trazer aesquizofrenia para a esfera =da luta #umana universal e poderia afastá-la dadimens"o do =processo especfico de uma doen'a. A mundo m&dico precisaur1entemente desse fra1mento de sanidade, =pois as doen'as que sur1em daluta #umana n"o deveriam ser =a1rupadas %unto com dist)rbios que s"o

secundários a processos =de1enerativos.+"o posso me referir ao meu pr!prio campo, a psiquiatria infantil, =pois, para fazer uma condensa'"o que me satisfizesse, seria =necessário um livro inteiro.= A #rática =m+dica=, 9á uma =área t"o vasta de intera'"o entre o campo da prática =m&dica e o dapsicanálise que n"o posso fazer mais do que uma =breve refer4ncia a ela. mesma inte1ra'"o que se faz necessária nos dois aspectos da personalidade

Page 82: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 82/142

=cindida do paciente, em que o dist)rbio psicossomático esconde o =dist)rbiomental,=20

====1 =20

tamb&m se faz necessária entre m&dicos e psicanalistas. =Vomo & que o pacientepsicossomático pode conse1uir =inte1ra'"o se aqueles que cuidam do caso n"oentram em acordoG =m todos esses campos existem #o%e or1aniza'es profissionais que tentamestabelecer pontes e inte1rar os resultados =dos vários 1rupos de investi1adores,incluindo os psicanalistas, que =sempre acabam desempen#ando o inc?modopapel de camel?s da =motiva'"o inconsciente.

 A educação =+o campo da =educa'"o, o pre'o de se i1norarem os resultados da pesquisa=psicanaltica poderia ser medido em termos de ne1li14ncia na escola maternal,=na educa'"o primária, e em tudo aquilo que veio de Bar1aret =BcBillan, $usan@saacs e outros. oderia ser medido em termos da perda de oportunidade para oaprendizado criativo, em =oposi'"o ao aprendizado em que se & ensinado, ou em

termos da =interfer4ncia na educa'"o de crian'as normais, em =fun'"o da falta deinstitui'es que separem as crian'as emocionalmente perturbadas, especialmente=as oriundas de lares deficitários.xemplificando um detal#e =especficoF a puni'"o corporal em ton, ou emqualquer escola =destinada a crian'as normais, vindas de lares intatos, n"o podeser discutida do mesmo =modo que se discute a id&ia da puni'"o corporal emescolas para =meninos e meninas anti-sociais e carentes. Besmo assim, as cartaspara o =@he @imes =tendem a i1norar esse =fato. Bas a id&ia da puni'"o corporaltem um si1nificado =inconsciente que difere, caso a crian'a este%a na cate1oriados saudáveis ou dos doentes. os professores precisa ser =apresentada adin;mica do cuidado infantil tanto quanto & =necessário que se l#es ensine a

ensinar. les precisam, al&m =disso, receber instru'"o em dia1n!sticoeducacional.=20

KWH

 A =relação mãe-criança=+"o vou fazer =sen"o uma breve refer4ncia 3 área de relacionamento =m"e-crian'a e pais-crian'a, pois %á escrevi min#a parte da =contribui'"o psicanalticapara esse assunto. Mou =lembrá-los, no entanto, que a psicanálise tende amostrar que a =base da sa)de mental n"o & s! #ereditária, e tamb&m n"o &apenas uma quest"o probabilstica6 a base da sa)de =mental se estabelece

ativamente durante a primeira inf;ncia, quando a =m"e & satisfat!ria em suatarefa, e no intervalo de tempo que =dura a inffincia, vivida numa famlia que sedesempen#e enquanto tal.

  pesquisa psicanaltica, =portanto, dá o máximo apoio 3 m"e satisfat!ria nomane%o =naturalmente satisfat!rio de seu fil#o, e 3 coopera'"o parental, enquantoela existe e continua a funcionar de modo =satisfat!rio. :amb&m dá o máximoapoio 3 famlia =enquanto institui'"o em exerccio, especialmente em dois=momentos cruciais no desenvolvimentoF a idade pr&-escolar e a adolesc4ncia.

Page 83: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 83/142

Dá ainda o mesmo apoio 3 =intera'"o viva entre pais e professores, quecaracteriza o mel#or =momento do perodo de lat4ncia.= A adolescência =

  pesquisa =psicanaltica contribui para uma teoria 1eral da adolesc4ncia e de=sua rela'"o com a puberdade, %untando seus esfor'os com o trabal#o feito por

outros profissionais no que diz respeito a =essa fase do desenvolvimento. :alvez ofato, atualmente universal, de =que os adolescentes est"o sendo adolescentesdurante a adolesc4ncia, se%a, em si 7pelo menos em parte8, um resultado positivodos =princpios provenientes da pesquisa psicanaltica.

 queles =que valorizam a famlia e pensam que o indivduo precisa de umcontexto familiar podem encontrar maior apoio na =pesquisa psicanaltica do queem qualquer outro lu1ar. psi-=20

()"=canálise revelou o =modo pelo qual o processo maturacional no crescimento doindivduo precisa de um ambiente facilitador, e como o ambiente facilitador, =emsi, & uma coisa muito complexa, com suas pr!prias =caractersticasdesenvolvimentais.=O m+dico de =família=, > tentador =acrescentar al1umas palavras sobre a tarefa do m&dico de famlia.=Um inqu&rito entre os psicanalistas 3 &poca em que o 9ealt# =$ervice foiinstitudo teria trazido=203 tona o con#ecimento %á disponvel de que acomunidade tem um =potencial dc #ipocondria ilimitada, com a correspondenteansiedade =#ipocondraca do m&dico que abusa de receitas. +o entanto, n"o=seria razoável esperar a solicita'"o de uma informa'"o desse tipo 3 &poca doplane%amento, =%á que o plane%amento tem sua pr!pria motiva'"o =inconsciente. Apre'o, aqui, tem sido pesado.

 l&m do mais, =a informa'"o %á estava prontaF o p)blico odeia e inve%a osm&dicos, enquanto cada membro do p)blico =ama e confia em seu pr!priom&dico6 ou, inversamente, o p)blico =idealiza a profiss"o m&dica, mas ao mesmotempo os indivduos =n"o conse1uem ac#ar um m&dico que sirva para elespr!prios. As sentimentos p)blicos e =individuais tendem a ser opostos no que dizrespeito aos m&dicos. =os m&dicos sucumbem ao mesmo conflito demotiva'es =inconscientes. os mel#ores, dentre os m&dicos, est"oexcessivamente envolvidos com a clnica para fazerem uma pausa =eexaminarem ob%etivamente seus pr!prios problemas.=.m caso es#ecial =de tendência anti-social:alvez o uso mais =positivo das descobertas psicanalticas pela sociedade ten#aocorrido =em sua aborda1em do problema=20

=18% =20

do comportamento anti-social. Uma raz"o para isso talvez resida =no fato de queo exame da crian'a anti-social conduz a uma =#ist!ria de priva'"o e 3 rea'"o quea crian'a tem a =um trauma especfico. Desse modo, existe menos resist4ncia 3pesquisa da =din;mica da tend4ncia anti-social, pois o que se encontra n"o =&exatamente a motiva'"o inconsciente. $ob circunst;ncias =adequadas, a crian'a

Page 84: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 84/142

com experi4ncia real de priva'"o & recuperável, sem que se lance m"o =doprocesso analtico. sociedade usou bastante o trabal#o de SoYlbZ =e deOobertson sobre separa'"o, e um resultado prático tem sido =a institui'"o devisitas facilitadas e a coabita'"o de pais e fil#os em al1uns =#ospitais infantis. mrela'"o a outras aplica'es dessa =pesquisa, poder- se-ia dizer que uma das

razes da rápida =aceita'"o, no p!s- 1uerra, dos ber'ários, no lu1ar das 1randesinstitui'es, foi que os =ber'ários s"o muito mais baratos, recebendo, assim, oapoio de =altos funcionários do :esouro.A pre'o de i1norar coisas =con#ecidas sobre a delinqQ4ncia pode=20ser medidoem termos dos custos para a comunidade. 9á, por&m, uma =caractersticapositiva, aquiF o V#ildren ct 7ei da Vrian'a8, de =KT(H, que & medicinapreventiva no que diz respeito 3 =delinqQ4ncia, talvez a mel#or coisa isolada emtoda a enorme área que estou =examinando.=/ividendos=+"o & min#a inten'"o ser totalmente pessimista. Da mesma forma que /reudpermeou a vida, a =literatura e as artes visuais, assim tamb&m os princpios da=psicolo1ia din;mica tiveram seus efeitos sobre o cuidado infantil, a =educa'"o ea prática reli1iosa. m todos os lu1ares, as pesquisas dos analistas =fortaleceramtodos aqueles que pensam em termos do crescimento emocional =do indivduo eque pensam na sa)de como um camin#o que o =indivduo percorre, dadepend4ncia para a independ4ncia, e do pro1resso da crian'a em ir seidentificando, =1radualmente e=20

181=no devido tempo 7isto =&, depois, e n"o durante a adolesc4ncia8, com asociedade, =tomando parte, como adulto, em sua manuten'"o e modifica'"o.Vom o tempo será mais fácil aceitar =que as descobertas da psicanálise sempreestiveram alin#adas com =outras tend4ncias orientadas para uma sociedade quen"o viola a =di1nidade do indivduo. Vaso o mundo sobreviva 3s pr!ximasd&cadas, =descobrir-se-á que a id&ia impopular das motiva'es =inconscientestem sido um elemento essencial na evolu'"o da =sociedade, e que a pesquisapsicanaltica terá tido sua parte em poupar o mundo daquilo que, sem o conceitode =motiva'"o inconsciente, acaba se transformando em destino. $eria =bom quea motiva'"o inconsciente pudesse ser mais aceita e mais estudada, antes quec#e1ue o =tempo de o destino mudar nosso modo de soletrá-la parafait=accompli(=$% 

18$ =20

==p1===20=20

=====20

=20

====0ste feminismo=Rasc#nho de #ma palestra proferida na Progressi!e eag#e, $% de no!emro

Page 85: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 85/142

=de 196=sta =& a cois mais peri1osa que eu fiz nos )ltimos anos. +aturalmente, eu =n"oteria escol#ido esse ttulo, mas estou disposto a assumir =quaisquer riscos queeste%am envolvidos e se1uir adiante, fazendo uma =afirma'"o pessoal.$erá que posso admitir como verdade que #omens e mul#eres n"o s"o

=exatamente i1uais e que cada #omem tem um componente feminino e cada=mul#er um componente masculinoG reciso ter al1uma base para elaborar =umadescri'"o das semel#an'as e das diferen'as existentes entre os sexos. Deixeiespa'o para =uma palestra alternativa caso esta audi4ncia n"o concorde comessa =suposi'"o. Vaso voc4s di1am que =n.o h) di2Brenças, =paro =por aqui.De qualquer maneira, o tema & amplo e n"o posso incluir tudo o que sei ou pensosaber. ode ser que al1o que =se%a importante para al1u&m permane'a ocultonaquilo que vou =deixar de lado.==,A aborda!em desenvolvimentista==:en#o uma tend4ncia natural para considerar esse assunto em termos do=desenvolvimento do indivduo, desenvolvimen=-=20

==(1=3= =20

to que come'a no incio de tudo e vai at& o momento da =morte, na vel#ice.Desenvolvimento & min#a especialidade. +"o me =preocupa definir se o #omem &mel#or do que a mul#er, ou se #á um =uso para o termo “bonitin#a” do ladofeminino que exi1e uma contrapartida do lado masculino, como =por exemplo“fort"o”. :udo isso deve ser deixado para os =poetas.+a realidade 7caso voc4s saibam o que quero dizer com =isso8, o #omem e amul#er possuem formas pr!prias. > muito conveniente que um rapaz queira ser,no con%unto, um =#omem, e uma mo'a, no con%unto, queira ser uma mul#er. +oentanto, =isso n"o &, de modo al1um, o que se pode constatar em todos os

=casos. , caso se leve em considera'"o os sentimentos mais profundos e oinconsciente, pode-se descobrir com =facilidade um #omem dur"o morrendo devontade de ser uma 1arota, e uma adolescente de vida =sexual intensa sentindoconcomitantemente uma permanente inve%a dos =#omens. +a verdade, pode-seesperar todo tipo de identifica'"o =cruzada, e os problemas adv4m principalmentedo modo como essas coisas inconvenientes podem estar de =fato escondidas noinconsciente reprimido. roblemas piores adv4m do =modo como, em pessoasesquiz!ides, uma cis"o na personalidade pode separar os elementos masculinose femininos, ou separar o =funcionamento do todo do funcionamento das partes.ermitam-me =examinar isso em cinco nveis arbitráriosFK. maioria dos =mac#os tornam-se #omens e a maioria das f4meas tornam-se

mul#eres, mas precisamos considerar os vários tiposF =#eterossexuais,#omossexuais ou bissexuais.2. adolesc4ncia camin#a num ritmo lento e temos que esperar que, durantecinco anos =ou mais, os adolescentes brinquem com todas as variantes antes de=escol#er se v"o ser #omens mac#os e mul#eres f4meas.P. =pr&-puberdade & uma idade em que uma alta propor'"o de crian'as revelauma =temporária inclina'"o pelo sexo oposto. ==20

=KH(=20

Page 86: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 86/142

(. ntes disso, no perodo de lat4ncia, nin1u&m se importa =muito se uma mo'aveste ==2eans, =embora, por al1uma raz"o, se espere que os meninos pare'ammeninos e =fa'am coisas de meninos, como bri1ar e se reunir em 1rupos. Bas#o%e =em dia os meninos podem ser maternais e criativos, se quiserem. moda=se modifica e nin1u&m pode prever qual será na d&cada se1uinte.

==*2 =inda mais cedo, a idade crucial do perodo pr&-escolar encontra a maioriadas crian'as 7exceto as que est"o =prestes a sucumbir a al1um dist)rbiopsiquiátrico8 num estado =a1udo de atra'"o pelo pai do sexo oposto, com tens"oem =rela'"o ao=20pai do mesmo sexo, por causa da ambival4ncia ou se%a, amore !dio =coexistem. l1uns encontram, e outros n"o, um elemento correspondente=no pai ou na m"e.

 qui, supe-se uma vida de fantasia6 as =crian'as son#am, brincam, ima1inam eusam a ima1ina'"o al#eia6 sua vida =& muito rica e seus sentimentos, violentos.Abviamente, muita coisa =depende do acaso6 por exemploFUm menino ama seu pai, que se =intimida e n"o pode corresponder em fun'"o deuma #omossexualidade natural, que se encontra reprimida. A =menino fica ent"oprivado de pai. @sso atrapal#a sua =#eterossexualidade, pois ele n"o podeabandonar-se a uma =rela'"o de !dio com seu pai.=20Au uma menina ama seu pai, mas a m"e diminui todos os #omens e rouba =oespetáculo. ent"o a 1arota “perde o bonde” com o pai, =mas “pe1a o bonde”com seu irm"o maior.=20Um menino ou uma menina sofrem com o fato de ela ser um ano mais vel#a,=e ent"o os sexos precisam ser trocados.Um menino & o =terceiro em meio a quatro fil#os #omens. sse terceiro meninopercebe =todo o dese%o que os pais tin#am de ter uma menina. :ende a seencaixar no papel =desi1nado, mesmo que os pais procurem ocultar seudesapontamento.=m outras palavrasF a natureza dos pais, o lu1ar da crian'a dentro da =famlia eoutros fatores afetam o quadro clássico que se con#ece como complexo dedipo.=20

==(1=* =20

a1ora iremos mais fundo, em busca de mecanismos mais primitivos. =Vomo &que um beb4 se entende com seu pr!prio corpoG m parte, =experienciandoexcita'"o. Bas os meninos que experimentam =ere'es e as meninas que t4mcontra'es va1inais quando se relacionam com certas pessoas, com o amor, oucom =o funcionamento do corpo, est"o numa posi'"o diferente daquela =demeninos e meninas que n"o vivenciam tais experi4ncias inte1rativas. Buito vai

depender da atitude dos pais em =rela'"o a todos esses fen?menos naturais. l1uns pais fracassam =em espel#ar aquilo que existe6 outros estimulam aquiloque s! existe =de forma embrionária..m =detale es#ecifico==9á um detal#e que precisa ser examinado em separado. > a qualidade =que o!r1"o masculino tem de ser !bvio, em contraste com a qualidade do =!r1"ofeminino de ser escondido. +"o podemos falar em feminismo =deixando isso delado.

Page 87: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 87/142

/reud inventou o conceito de fase fálica, precedendo a 1enitalidade plena. oder-se-ia c#amá-la de fase =de ostenta'"o e exibicionismo. +"o #á d)vida de que as=meninas sentem certo inc?modo quando passam por essa fase, ou por aquiloque corresponde a ela =nas meninas. or um instante, elas se sentem inferiores,ou mutiladas. A =trauma disso & variável, de acordo com fatores externos

=7posi'"o na famlia, natureza dos irm"os, atitude dos pais, etc.8, mas n"o permiteque se ne1ue que, nessa =fase, o menino ==tem =e a menina n"o. prop!sitoF omenino pode urinar de uma forma que as meninas inve%am, =tanto quanto inve%ama ere'"o do menino. inve%a do p4nis & =um fato.=20+a fase se1uinte, da 1enitalidade plena, a menina se i1uala6 torna-se=importante e inve%ada pelos meninos, pois ela pode atrair o pai, ter =beb4s7eventualmente por si mesma ou por procura'"o8 e, na =puberdade, ela tem seiose re1ras, e todos os mist&rios s"o dela. ==20

=KH*=20

Bas /reud insistiu at& o fim da vida no fato de que estaremos =perdendo al1o

importante se ne1li1enciarmos o efeito que o trauma da =“inferioridade” tem sobreas meninas na fase fálica. 7l1uns analistas tentaram mostrar que /reud errounesse ponto6 que era /reud quem =estava se exibindo perante as mul#eres,plantando sua pr!pria =complica'"o na #umanidade.8

 s conseqQ4ncias do trauma =vivido pelas meninas durante a fase fálica s"o dase1uinte naturezaFK. $upervaloriza'"o do =p4nis ereto em sua exibi'"o e domin;ncia.2. @nve%a do =mac#o entre as meninas.P. /antasia de um p4nis escondido, que =um dia vai se desenvolver eaparecer.=20(. /antasia de existir um p4nis que n"o existe mais.

=5( =3el"rio =nas =meninas dc que existe um p4nis, e ne1a'"o da diferen'a entreo #omem e a mul#er =durante o está1io fisico6 e ==del"rio ==20nos meninos deque a menina tem um p4nis, s! que escondido. @sso =contribui para a atra'"o docanc", do ==striptease, etc. =:udo isso alimenta a or1aniza'"o sadomasoquista, e al1umas =perverses s"ouma tentativa elaborada de fazer com que al1uma =uni"o sexual aconte'a, apesar do delrio de que a menina tem um p4nis.is aqui uma raiz do =feminismo. +"o posso a%udar se #ouver muito mais nofeminismo, e se a =l!1ica puder ser invocada em favor do muito que o feminismofaz e =diz. raiz disso está no delrio 1eneralizado, ==tanto nas meninas comonos meninos, =de =que #á um p4nis na mul#er, e na fixa'"o especial de al1uns

#omens e mul#eres na fase fálica, ou se%a, no =está1io imediatamente anterior 3aquisi'"o da 1enitalidade =plena.:alvez a pior parte, do ponto de vista sociol!1ico, se%a =o lado masculino dessedelrio em massa que faz com que os #omens enfatizem o aspecto =“castrado” dapersonalidade =femini=-=20

=KHW=20

Page 88: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 88/142

na, o qual, por sua vez, ocasiona uma cren'a na inferioridade =feminina que deixaas mul#eres furiosas. +o entanto, n"o esque'am =7caso #a%a feministas aquipresentes8 que a inve%a masculina em =rela'"o 3s mul#eres & incalculavelmentemaior, ou se%a, a inve%a que o #omem tem da =capacidade feminina plena #o%e em dia mais do que nunca. =

spero ter deixado claro que esse & um problema universal, e =que & o mesmotanto nos normais como nos anormais, s! que n"o #á =espa'o no anormal napsiconeurose para fantasiar e =brincar, devido a um certo 1rau de repress"o.Au se%a, al1uns =aspectos da totalidade n"o est"o disponveis para uso na auto-express"o e para incorpora'"o na =estrutura do desenvolvimento dapersonalidade. Deve-se notar, no =entanto, que & preciso que existamnecessidades desenvolvimentais =para #aver al1um crescimento saudável aponto de se alcan'ar a inve%a do p4nis.ode-se dizer, =ent"o, que o feminismo envolve um 1rau maior ou menor de=anormalidade. +um p!lo, existe o protesto feminino contra uma =sociedademasculina dominada pela ostenta'"o da fase fálica masculina6 no outro, existe ane1a'"o feminina =de sua inferioridade real ==n#ma certa fase ==20dodesenvolvimento fisico. $ei que uma afirma'"o simples como essa =&inadequada, mas voc4s compreendem que ela pode constituir uma =tentativa dea1rupar uma 1rande complexidade no ;mbito de poucas =palavras.=20Vontinuando o assunto do ponto de vista desenvolvimental, qual & a =situa'"odo meninin#o ou da meninin#a quando a fase fálica =entra em cenaG aracrian'as que foram assoladas pela pobreza durante as fases mais primitivas,=como por exemplo na &poca da amamenta'"o, & normal que =fiquem excitadasdurante essa se1unda c#ance que a fase fálica parece =oferecer=20 tanto para os meninos como para as meninas. Desse modo, podem-se=diferenciar dois 1ruposF meninos e meninas que alcan'am a fase =fálica depoisde terem tido experi4ncias plenas nos está1ios =mais primitivos, e aqueles quec#e1am a essa fase =20

=KHH=20

com uma priva'"o relativa ou muito pronunciada. fase =fálica assume umaimport;ncia exa1erada para os que a atin1em =%á tendo sofrido priva'"o. De umaforma ou de outra, #á uma =#ist!ria anterior de problemas para essa ou qualqueroutra fase, e & claro =que n"o posso deixar de mencionar a exist4ncia detend4ncias =patol!1icas #ereditárias.:udo isso faz parte da prática =cotidiana de um psicanalista e n"o tem muito valorem discusses 1erais 7como esta aqui8 que n"o se =relacionem com terapia. s

pessoas t4m que aceitar o que s"o e =aceitar a #ist!ria de seu desenvolvimentopessoal, %untamente com as =influ4ncias e atitudes ambientais locais6 elas t4mque continuar vivas e, =vivendo, tentar se relacionar com a sociedade de modo a#aver uma =contribui'"o nos dois sentidos.ssas coisas que s"o =localizadas nas condi'es anormais est"o presentes noestado de sa)de, embora se encontrem modos de esconder =os elementos maisrudes sem que #a%a muita perda de contato com tais =elementos. or exemplo,mediante o uso da fantasia.

Page 89: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 89/142

=4antasia e realidade #sí'uica interna=ara =al1umas pessoas, a fantasia & al1o manipulado, al1o semel#ante ao queum 1ibi representa para uma =crian'a. Vontudo, a fantasia vai muito mais fundona realidade =psquica interna, que & a parte vital da personalidade como um=todo, a n"o ser que uma doen'a determine que=20n"o pode existir um interior,

n"o #avendo, portanto, nen#uma =realidade psquica interna. > uma caractersticada maturidade, =e conseqQentemente da sa)de, que a realidade psquica interna=do indivduo se enrique'a o tempo todo com experi4ncias, e fa'a com que asexperi4ncias =reais do indivduo se%am o tempo todo ricas e reais. Desse modo,tudo =o que existe sobre a face da :erra pode ser encontrado no indivduo, =que &capaz de sentir a realidade de tudo o que se%a verdadeiro e passvel =de serdescoberto.=20

=(1"=20

$endo saudável, portanto, a mul#er pode encontrar uma vida =masculina emexperi4ncias ima1inativas identificando-se com #omens. =+a forma mais 1rosseira

de identifica'"o, amul#er pode usar um =#omem, e assim 1an#ar o b?nus detransferir sua masculinidade e experimentar aquilo que tem em sua =experi4nciaenquanto mul#er. ode-se dizer o mesmo em termos do uso =que um #omem fazde uma mul#er.==,5nve%a do se6o o#osto=@sso =me conduz 3 se1uinte formula'"oF ==para a!aliar de modo pleno o /#esignCca ser #ma m#lher a pessoa tem /#e ser #m homem, e para a!aliar=plenamente o /#e D ser #m homem D necess)rio ser m#lher(=  =inve%a do sexo oposto fornece uma raz"o para 1rande parte da frustra'"o depessoas que vivem vidas =excessivamente dependentes dos instintos. Au se%aF amaioria das pessoas =entre a puberdade e os cinqQenta anos. lvio a esse tipo

de =frustra'"o prov&m da vida cultural, onde a vincula'"o com o sexo & mnima. = l1uns casamentos se rompem ap!s o perodo da paix"o, =pois a identifica'"ocruzada se enfraquece e ent"o a inve%a masculina do fato de a mul#er ser mul#erse equilibra com a =inve%a feminina de o #omem ser #omem. ent"o esses doisseres que se =amavam come'am a atirar pratos um no outro. A #omem e amul#er se =i1ualam quando o assunto & arremesso de pratos. +essa novaparceria, instala-se outra vez a =identifica'"o cruzada, e por certo tempo #á umaeconomia no que =se refere 3 lou'a da casa.> dificil para as crian'as =suportarem isso em seus pais, mas n"o #á como evitá-lo. s for'as podem ser t"o intensas que s! =mesmo uma vtima entre os fil#osfaz com que os pais substituam o =arremesso de pratos por uma rela'"o sexual,

ou se separem para =salvar a lou'a. =20

=KT0=20

> fácil perceber que um #omem que & sempre-t"o-doce =pode levar a parceira aurna necessidade tremenda de um #omem muito =mac#o mesmo que se%a ummac#o #orrvel, um mac#o cruel e =1rosseiro que nin1u&m conse1uiria suportar =20, ou pode fazer com que ela recorra 3 sua pr!pria masculinidade, =exa1erando

Page 90: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 90/142

os in1redientes de seu feminismo latente. Besmo assim, #omens =maternaispodem ser muito )teis. $"o boas m"es substitutas, o =que & um alvio quando am"e tem muitos fil#os, ou quando ela adoece, ou quando elas querem voltar =atrabal#ar. :amb&m ocorre que muitas mul#eres querem que seus =maridos se%ammaternais com elas. Iuem n"o sofreu uma certa =priva'"o no que diz respeito 3

materna1emG +"o se pode aproveitar amizades femininas sem-o temor de=complica'es #omossexuais.:udo isso mostra como a =prática da mono1amia & dificil. Au será que ela &=impossvel, um aspecto que o ensinamento crist"o talvez i1nore de maneiraexa1eradaG Besmo assim, as pessoas procuram =descobrir se podem manterurna rela'"o ntima durante toda a =vida, pois muito se 1an#a da acumula'"o deexperi4ncias =compartil#adas. +o entanto, se observarmos as pessoas bri1ando,veremos como & 1rande sua desvanta1em se t4m =uma vida psquica pessoalrelativamente desimportante, e portanto uma =elabora'"o fantasiosa da realidaderelativamente restrita, e um envolvimento =cultural pouco desenvolvido. vidacultural a%uda quando o #omem ou a =mul#er se desapaixonam e durante ase1unda fase do %o1o do casamento. ==7ulere muleres =- =Iuero a1ora considerar um aspecto 3s vezes ne1li1enciado desse =assunto t"ovasto. 9á uma diferen'a entre #omens e mul#eres que & mais importante =do queestar num dos p!los do dar ou do receber, se%a na =alimenta'"o, se%a no sexo. > ase1uinteF n"o & =possvel esquivar-se ao fato de que todo #omem=20

==("=(= =20

e toda mul#er ==!ieram de #ma m#lher( ==:entativas s"o feitas para se livrardessa situa'"o =inc?moda. 9á a quest"o da ==co#!ade, =e no =mito ori1inal doarlequim existe um #omem que dá 3 luz. /reqQentemente se encontra a id&ia de

que se nasce da cabe'a6 sem =d)vida & fácil pular da palavra “concep'"o” paraas =palavras “concebido por”. fortunada & a crian'a que tanto =& “concebida”quanto & resultado de uma concep'"o fisica.ntretanto, todo #omem e =toda mul#er crescem dentro de um )tero, e todosnascem, nem que se%a =atrav&s de uma opera'"o cesariana. Iuanto mais seexamina isso, =mais & necessário que exista o termo BU9O, um termo quetorna possvel a compara'"o =entre #omens e mul#eres. :en#o de ser breve6portanto, me aprofundo no =assunto formulando dois está1ios em nossopensamento.K. =Descobrimos que o problema n"o & tanto que todas as pessoas estavam ládentro e depois nasceram, mas =que no incio todas as pessoas foram

==dependentes de uma =mul#er. > necessário dizer que no come'o todo mundoera ==completamente =dependente de uma mul#er, e depois tornou-serelativamente dependente. =arece que o padr"o da min#a sa)de mental, comotamb&m da de =voc4s foi, desde o incio, estabelecido por uma mul#er, que fez demodo satisfat!rio aquilo =de tin#a que fazer, num está1io em que, para sersi1nificativo, o =amor s! pode se expressar fisicamente. :odos nascem comtend4ncias =#ereditárias para a matura'"o, mas para que elas se concretizem &necessário que exista um =ambiente facilitador satisfat!rio. @sso si1nifica uma

Page 91: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 91/142

adapta'"o =inicial sensvel da parte de um ser #umano. sse ser #umano &=mul#er, e 1eralmente m"e.2. Bais profunda do que isso & a experi4ncia de um beb4, que no =incio envolveessa mul#er porque a crian'a ainda n"o separou, =do =self, a =m"e, o suprimentoambiental, o “se1urar”, o alimentar e o =mane%ar sensveis. A ==self ainda =n"o se

diferenciou. Da a depend4ncia total. ==20=KT2=20

 1ora, & realmente muito dificil que um #omem ou uma mul#er =aceitem deverdade o fato da independ4ncia absoluta e depois =relativa, naquilo que ela seaplica ao #omem e 3 mul#er %á =adultos. or tal raz"o #á um fen?meno separadoque denominamos BU9O, que domina todo o cenário e =afeta todo o nossoraciocnio. BU9O & a m"e =n"o-recon#ecida dos primeiros está1ios de vida detodo #omem e de =toda mul#er.$e1uindo essa id&ia, podemos encontrar um novo modo de especificar a diferen'aentre =os sexos. s mul#eres o possuem quando se relacionam com a BU9O,

=atrav&s de uma identifica'"o com ela. ara toda mul#er, #á =sempre tr4smul#eresF K8 o beb4 menina, 28 a m"e, P8 a m"e da m"e.

 s tr4s =1era'es de mul#er aparecem constantemente em mitos, ou ent"o=aparecem tr4s m"es em tr4s fun'es separadas. +"o =importa se ten#a beb4sou n"o, uma mul#er está presente nessa s&rie infinita, ela & beb4, m"e e =av!6 ela& m"e, beb4 menina e beb4 do beb4. @sso a =capacita a ser bastante en1anadora.ode ser aquela coisin#a doce para a1arrar seu marido, tornando-se uma esposa-mul#er =dominadora, e depois uma 1raciosa av!. > tudo a mesma coisa, =porqueela %á come'a sendo tr4s, enquanto o #omem come'a com =um impulso tremendopara ser um s!. Um & um e completamente s!, e o será cada vez mais.A #omem =n"o pode fazer o que a mul#er faz, esse fundir-se na lin#a1em, sem

=violar a ess4ncia de sua natureza. @sso pode ocorrer no caso de uma =doen'a.Von#e'o um #omem 7um paciente8 que se identificou muito cedo com mul#eres,na =verdade com o seio. $ua pot4ncia era uma fun'"o do seio. +"o =#avia#omens em sua vida, s! ele mesmo “dentro”, com mul#eres, =e emasculado emseu pr!prio funcionamento fisico masculino. Bas ele %amais foi uma pessoa=satisfeita, e deu-se a um trabal#o imenso, tratando-se durante anos para=alcan'ar uma unidade masculina e conse1uir se separar das mul#eres. =:endoencontrado seu selfmascu%ino )nico, tornou-se capaz de se relacionar de umaforma diversa e nova com =outros #omens )nicos ou se%a, de ter ami1os#omens.=20

==("=3= =20

u diria que a mul#er feminista parece inve%ar essa coisa nos =#omensF quantomais os #omens amadurecem, mais s"o )nicos. l1uns =#omens inve%am asmul#eres porque elas n"o precisam resolver o =problema de uma rela'"oindividual com uma BU9O por serem mul#eres, assim como s"o =f4meassedutoras e c#armosas e desamparadas solicitando com =sucesso ocaval#eirismo dos #omens. 7Vlamores de “Ande =está o caval#eirismo de

Page 92: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 92/142

anti1amenteG”8=20Bas o fato inc?modo permanece, para #omens e mul#eresF uns e =outras emal1uma &poca dependeram de uma mul#er, e de al1uma forma o =!dio dessasitua'"o teve que ser transformado numa esp&cie =de 1ratid"o =20 no caso dca pessoa alcan'ar sua maturidade plena.

==Os amantes do #eri!o==20 a1ora, permitam-me que l#es pe'a para considerarem um novo detal#eF=por que os #omens buscam o peri1oG > in)til tentar parar as =1uerras, osacidentes de tr;nsito, as expedi'es ao verest ou a Barte, ou proibir o boxe, semobservar o que os =#omens dese%am.

 s mul#eres em virtude de sua =identifica'"o com as mul#eres do passado, dopresente e do futuro = enfrentam o risco do parto. +"o & aconsel#ável fin1ir queo parto n"o acarreta nen#um risco, ou =se%a, existe um peri1o inerente 3 fun'"onatural da mul#er. As =#omens inve%am esse peri1o 3 mul#er6 al&m disso,sentem-se =culpados por causar a 1ravidez e ent"o ficam lá sentados, bonitin#os,ol#ando a mul#er passar por aquilo tudo, =n"o somente o parto, mas todo oconfinamento e as responsabilidades =teifivelmente restritivas dos cuidados paracom a crian'a. ortanto, =as mul#eres tamb&m assumem riscos, e sempre ofar"o. l1umas se sentem compelidas a =assumi-los de modo insano. st"otentando passar pela vida em brancas =nuvens. Bas, quando um #omem morre,ele está morto, enquanto =20

=KT(=20

que as mul#eres sempre foram e sempre ser"o. A #omem & como a =1rama.Dessa forma, os #omens tamb&m t4m seus problemas. A =terrvel em rela'"o 31uerra & que & muito freqQente #aver #omens sobreviventes que admitem terencontrado a maturidade, =inclusive a maturidade sexual, quando arriscavam a

vida. ortanto, =n"o #avendo mais 1uerras, os #omens se v4em em maus len'!is6mesmo assim, odeiam ser mortos, a menos que ten#am certeza da causa. ===A#êndice==20/iz um apan#ado 1eral dos assuntos que se a1rupam em torno da palavra=“feminismo” e que se referem 3s intera'es universais =entre mac#os e f4meas.9á muito mais para ser dito, e isso n"o deve ser motivo de ver1on#a. Iuanto maisol#amos, mais enxer1amos. ==20

=KTC=20

==p1===20

=====20=20

=== A #ílula e a =8ua===Moc4s bem sabem que eu %amais in1eri plula. sei muito pouco a seu respeito.Bas quando me solicitaram a =falar sobre ela a ==idDia ==20foi simplesmentemaravil#osa, e no come'o parecia ser exatamente o =que eu queria fazer, falarsobre a lula e o u ro1ressista.

Page 93: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 93/142

=Descobri que n"o ten#o a menor inclina'"o para qualquer tipo de =propa1anda.> !timo quando a pessoa tem essa tend4ncia e a realmente pode =“fazer a festa”6dependendo do que ela disser, nin1u&m mais vai =sequer se aproximar da plula,ou todo mundo vai querer tomá-la. ==KTW=20

Uma vez, #á poucos anos, me envolvi com al1o que escrevi no = =eE Society a=respeito de se experienciarem depresses, principalmente a =adolesc4ncia, mas& claro que foi um ensaio muito avan'ado para =a &poca, e as coisas mudammuito rápido, n"o & mesmoG 9á mais ou menos dez anos, as pessoas diziam quea =plula lo1o seria razoavelmente se1ura e estaria disponvel, e que =alteraria ocenário adolescente, alteraria o cenário de todos os =pais. Sem, isso aconteceu, edificilmente voc4s poder"o se lembrar quando ela n"o alterou o =cenário. >interessante pensar como isso se encaixa =ima1inativamente no esquema decoisas. u apostaria que n"o fizemos =nossa li'"o de casa no que diz respeito aolado ima1inativo disso.Sem, =outro dia eu dei uma parada tin#a muito poucos pacientes para =atender 

e sentei no c#"o, que & o mel#or lu1ar para =sentar, com uma esfero1ráfica nam"o e uma fol#a de papel, e penseiF a1ora vou fazer um esbo'o do que =falareino sábado. > fácil, porque sei o que vou dizer, =con#e'o os limites e as coisasque vou suprimir, a, b, c e assim por =diante. Bas n"o saiu nada, o dia inteiro5

 =20)nica coisa que saiu foi um poema. Mou l4-lo para voc4s porque =ele mesurpreendeu6 no entanto, como n"o sei escrever poesia, esse =poema n"o servepara coisa al1uma. A ttulo & “l#e $ilent =[ill” 7A assassinato silencioso8F=20A sillZ ili for folRs not iii5#Z not Yait tili Zou RnoY =<odNs YillG#atNs emptZ Yill in time refi#i=nd pre1nant #ili be razed to nu.

Ben5 #ave Zour Yill, put \acR in =\ill6=20<iris5 drinR Zour fili of#is c#lorop#Zll./ear not t#e spill Zou =RnoY t#e drili,]ou RnoY a still and silent Rill... t#e ill. =$o taRe mZ quili K surellZ YillF=KTH=20

DonNt dallZ dill Yit# sillZ ili, \ust Yait until Y#at =#appens Yill5 :#en paZ t#e bill.ortanto, era isso o que estava =em min#a mente quando comecei a escrever.embrou-me o ato de fazer =al1o, com um peda'o de madeira. > como se voc4spensassemF vou fazer uma escultura em madeira6 e a arran%am um =form"o e um

peda'o de olmo, e v"o esculpindo assim e assado =at& descobrir que t4m diantede si uma feiticeira. @sso n"o =implica que voc4s ten#am pensado numa feiticeira,mas que a pr!pria atividade com o =material alterou aquilo que voc4s faziam, e oresultado acabou =surpreendendo voc4s. Moc4s se descobrem fazendo umafeiticeira porque o olmo fez a coisa andar =dessa maneira. Moc4s podem traduzirisso da maneira que quiserem = em qualquer forma artstica =20, mesmo quetermine nuns versin#os meio idiotas como os meus. /az com =que a 1ente sesurpreenda consi1o mesmo, pois voc4 acaba fazendo al1o =que n"o esperava.

Page 94: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 94/142

ortanto, vamos deixar o poema de lado, e ver o que =acontece com ele.=20Moltemos a1ora ao outro lado das coisasF para a l!1ica, a l!1ica =consciente.Buita coisa na nossa vida & simplesmente c#ata, e =muitssimo simplificada,porque esquecemos o inconsciente, deixamo-lo =de lado6 ou s! recorremos a elena man#" de domin1o. $! colocamos em prática aquilo que & l!1ico, e =temos de

faz4-lo. $omos pessoas civilizadas, usamos nosso intelecto, =nossa mente enossa ob%etividade. dquirimos a capacidade de calcular =quantas pessoas v"oexistir no ano 2000, e==KTT=20

em que data a ^ndia vai se tornar compacta. nem precisamos ir =at& lá.odemos pensar na data em que ondres vai se tomar =compacta %á estamosfazendo isso, com os autom!veis.=ortanto, podemos pensar em termos da l!1ica da situa'"oF será que & l!1ico ter famlias =enormes, isso sem considerar o fato de as pessoas poderem criá-las,=ou o fato de ser ou n"o l!1ico entupir nossa terra com um =n)mero excessivo decrian'asG odemos responderF “+"o, n"o &.” :udo bem5 Mamos ter =apenas doisfil#os, ou tr4s, por casal, ou s! tr4s quando um =deles for mon1ol!ide ou falecerde poliomielite6 e ent"o voc4s =poderiam dizerF “Mamos ter quatro, porque euqueria um menino e acabamos tendo tr4s =meninas se1uidas.” De qualquer modo,a coisa emperra e volta tudo =3 estaca zero, quando voc4s continuam tendofil#os, quando eles =aparecem. pode ser que voc4s descubram que est"o tendouma diminui'"o em suas =inibi'es em suas inibi'es sexuais, que talvez=resulte em n"o #aver absolutamente nen#uma crian'a na famlia = e derepente voc4s percebem que est"o falando sobre coisas que s"o puramenteinconscientes. +um certo =sentido, as inibi'es sexuais s"o t"o interessantesquanto =construtivas e contribuem para a sociedade na mesma medida que as=compulses sexuais, de tal modo que estamos apenas nos descrevendo uns aos=outros, e esperando n"o nos sair muito mal.Moc4s %á =pensaram bastante no assunto, e eu n"o ten#o que discutir coisas que=voc4s %á sabem. stamos falando sobre a popula'"o mundial, sobre a=capacidade de 1an#ar din#eiro e educar fil#os, e se estamos apenas =querendoinseri-los no sistema educacional, ou se podemos mandá-los =para aquilo queconsideramos uma escola que & adequada para aquela crian'a em particular masque poderia n"o =servir para mais nin1u&m. :udo & uma quest"o dediscernimento, =e 1ra'as a Deus temos c&rebro e ==$%podemos ==pensar nascoisas e a1ir se1undo aquilo que pensamos. l!1ica nos =leva direto ao fato deque & evidente que n"o somos capazes de =lidar com um n)mero ilimitado decrian'as, e isso poderia ser dito mesmo por uma =pessoa que =20

=200=20

tivesse uma d)zia de fil#os. 9á um %eito de trabal#ar com =essa quest"o depensar nas coisas em termos de planos e pensar =naquilo que realmente ocorre,e notamos que a correla'"o entre =elas n"o & muito alta. lane%amos as coisas eai observamos o que acontece = e as duas coisas adquirem uma novadimens"o.

Page 95: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 95/142

 1ora vamos ver o =caso dc uma 1arota de dezesseis anos, e o que ela queria demim era que eu l#e dissesse que #avia sido =mac#ucada ao nascer. la come'oucom uma desvanta1emF nasceu muito =azul, com o cord"o umbilical enrolado aopesco'o. ssa mo'a =morreu, e sem d)vida suas c&lulas nervosas sofreram umbelo estra1o. la n"o #avia sido muito =lesada

simplesmente sua personalidade tin#a uma =profundidade limitada, com a quallutara durante toda a vida. ssim que =entrava em qualquer tipo de escola, todomundo %á ia dizendoF“$e voc4 se esfor'asse mais, faria isso =mel#or.” a ela ficava se esfor'ando, seesfor'ando, mas =nin1u&m diziaF “@sso n"o tem tanta import;ncia assim.” =rauma mo'a extremamente bela e atraente, e muito amadurecida emocionalmente.=Iuando veio 3 consulta, trouxe consi1o um livroF “stou lendo isto =aqui &muito interessante”6 e era ==20mesmo um livro interessante. Bas dava paraperceber que ela tin#a =problemas para entender o livro, para entender o que eu evoc4 =entenderamos, pois ela n"o conse1uia captar o esprito da =coisa, n"o“c#e1ava lá”./icamos desen#ando rabiscos sinuosos, para lá e para cá, e um de seus=desen#os obviamente teve que se transformar numa cabe'a e num corpo, =e#avia uma coisa no desen#o que parecia uma corda. u l#e disseF =“9á umacorda em torno dessa crian'a, #á um cord"o em torno do pesco'o dessa pessoa.”@sso =ocorreu por acaso no meio da brincadeira e continuamos =brincando. ela me disseF “ prop!sito, eu nasci com o =cord"o enrolado no pesco'o.” l1u&m#avia contado a ela. u l#e disseF “Al#e, a1ora temos um desen#o =disso.” elaF“> mesmoG” la n"o #avia pensado nesses =termos. $! que foi assim queemer1iu, a partir do material l)dico, e quando fiz per1untas, descobri que era umfato real, e n"o =uma lenda familiar. embarcamos=20

==,=(= =20

nesse fato, e eu l#e disseF “Me%a” 7eu n"o a prote1i de =modo al1um8, “voc4nasceu com essa coisa em volta do pesco'o6 =voc4 ficou azul e foi pre%udicadaquando nasceu, mas está lutando =para ir em frente. Moc4 acabou ficando comuma capacidade cerebral limitada, mas com o tempo =talvez mel#ore e, se tiverum pouco de paci4ncia, poderá descobrir =o que fazer em rela'"o a isso aindan"o sei o qu4. =A fato & que seu problema n"o & ficar se esfor'ando, e sim quepossui um c&rebro danificado.” =la foi para casa e sua rea'"o foi falar 3spessoasF “$into =que al1u&m finalmente me compreende.” quela coisa emer1iude uma =situa'"o tremendamente complexa, e a partir da essa mo'a passou aa1ir =de modo muito diferente. stabelecemos uma rela'"o muito boa, ela =a1ora

pode me usar, e eu dei um %eito para que ela possa viver uma vida =normal semque nin1u&m fique esperando que ela fa'a o que n"o pode, pois certas coisas=precisam de uma profundidade de personalidade e de intelecto que está =al&mde sua capacidade.Buito freqQentemente, ela tem crises =a1udas terrveis, e isso incomoda a famliae todo mundo que está em volta at& =os animais. $eus pais, apesar de 1ostaremmuito dela, n"o podem =mant4-la em casa, pois n"o suportam ver a estrutura dacasa se esfacelar quando ela atin1e o =limite de sua capacidade de toler;ncia.

Page 96: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 96/142

Verto dia, me telefonaram. =/ui v4-la imediatamente. la estava tendo uma crisea1uda 7a1ora =voltamos 3 plula8F fora a uma festa=20 coisa que tentava n"ofazer, pois ela era muito atraente e =sempre #avia al1u&m que notava suapresen'a de imediato, e em dez =minutos os dois estavam se divertindo 3 be'a, afesta ficava =!tima, mas o que acontecia depoisG la n"o conse1uia manter a

coisa. la tin#a id&ias muito decididas a =respeito do que 1ostava e n"o 1ostava,e do que ac#ava certo ou =errado, e tamb&m instintos muito intensos. $! que,nessa ocasi"o, #avia encontrado um #omem que a a1radara. @sso era o queimportava, =sendo muito dificil para ela recusá-lo. assim, quando acabou a=festa, se ela n"o fosse para a cama com ele, n"o saberia como =lidar com afrustra'"o e todo o resto, =20

=202=20

==ustri'/t=e ela =n"o #avia adquirido a capacidade de lidar com esta coisa todadentro de =si, em son#os ou de outras maneiras. la ficou a noite inteira, mas=acabou n"o aceitando o rapaz ele respeitou a decis"o =dela. $! que essa

mo'a ficou completamente arrasada com o desapontamento por ele n"o t4-la=estuprado e assumido a responsabilidade, e com a outra coisa, que era =seurespeito pelo mo'o, pois ela sabia que se os ami1os dele descobrissem que ele#avia =passado uma noite com ela, sem terem tido rela'es sexuais, iriam=desprezá-lo. ssim, ela o deixou, tendo ele que ir para casa com a =op'"o decontar uma mentira ou dizerF=20“Sem, ela n"o quis”6 e isso n"o seria bom. larespeitou =tudo isso, mas ficou absolutamente arrasada, no estado mais terrvel=possvel, e perturbou a famlia inteira eles n"o sabiam onde ela #avia estado,embora estivessem de certa forma =acostumados com esse tipo de coisa. prop!sitoF o mo'o era =africano, ne1ro retinto, al1o que n"o parecia fazer muita=diferen'a para a famlia. +"o era esse o problema principal, ainda que, para ela,

fosse muito =excitante ter um #omem ne1ro. $! que isso & um outro assunto. ==20ortanto, esse #omem a1iu de modo correto, mas ela ficou desesperada=%ustamente por ele ter a1ido de modo correto, e tamb&m tremendamente=aliviada6 e a entrou em um conflito que n"o conse1uia resolver. =nt"o, ela me disseF “Me%a s!, o problema n"o tem nada a ver com sexo, tem a ver com a =plula. :odas as min#as ami1as tomam plula. $e eu n"o puder =tomá-la,vou me sentir inferior e infantil.” $eus pais l#e diziam =que ela n"o ia tomar aplula nem qualquer outro anticoncepcional, a n"o ser que ela =come'asse al1ocom al1u&m com quem fosse viver%unto, e ter al1um =tratamento. \ul1avam queessa era uma boa maneira de acabar com a =#ist!ria e ent"o disseramF “indan"o & #ora de voc4 usar a plula ou anticoncepcionais. Moc4 precisa =aprender a

se conter.” quest"o eraF para essa 1arota de =dezesseis anos, a plula era umaquest"o de =stat#s ==terrivelmente importante. $e ela estivesse tomando a plula,tudo =estaria bem. ssas pessoas sen -=20

====20P=20

tem que, se al1o fosse diferente, ent"o tudo estaria bem. =mo'a disseF “$e eutivesse a plula, voc4 sabe que eu n"o =iria tomá-la, mas eu simplesmente ten#oque t4-la. $e o pessoal =fica a dizendoF voc4 n"o pode tomar plula. voc4 s! tem

Page 97: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 97/142

dezesseis anos, a & que eu ten#o que =tomar a plula. Mou conse1uir, vou tomar eponto final.” > =assim que essa mo'a &, e tudo se complica pelo fato de que ela=n"o se aprofunda em sua realidade interna de um modo que possa a%udá-la =aelaborar as coisas. Iuando ela come'ou a freqQentar o local que =estavafreqQentando, que & bom e receptivo, veio me ver e disseF =“:ive o dia mais

=incr"!el =da =min#a vida.” euF “A que voc4 =fe*FG ==/iquei ac#ando que eladeveria ter tido uma s&rie de #omens ne1ros5 =la me dizF “ndamos por umriac#o e apan#amos 1irinos.” Besmo assim, de seu ponto =de vista, n"o tomar aplula e n"o ter permiss"o para =obt4-la era al1o al&m de sua capacidade. :udoera exa1erado. mim =me parece 3s vezes que podemos ol#ar para as coisasdessa forma e ver.Iuero relatar =mais um caso. Uma sen#ora muito inteli1ente, que sofreupriva'es =quando crian'a, veio me ver re1ular- mente. la se casou e teve=fil#os, mas no momento está divorciada e muito sozin#a. Vomo resultado de umacerta mel#ora por =causa do tratamento, ela come'ou a se soltar um pouco, e um#omem =convidou-a para %antar5 :udo bem, a1ora ela & livre, pode sair para %antar,e ficou muito feliz com isso, pois #avia =1ostado bastante dele. ent"o, & !bvio n"o sei =como isso acontece , de al1uma forma eles acabaram no quarto.=ssa sen#ora me disseF “+"o sei o que as pessoas andam pensando #o%e emdia6 em KT*T parece que =todo mundo pensa que se deve viver em fun'"o daplula. +"o =penso em sexo #á uns dez anos e n"o vivo em fun'"o da =plula. len"o tin#a nen#um contraceptivo, e ent"o & claro que eu tive que =apelar para avel#a desculpa da menstrua'"o.” Bas essa id&ia =& muito estran#a, voc4spercebemG la me diziaF “Iue coisa =incrvel. is a um #omem que=20querdormir com uma mul#er e presume que ela tome plula. ssa & a =lin1ua1em deKT*T, n"o &G” ssas duas ==20

=20(=20

coisas fazem parte de uma mesma maneira l!1ica de observar o =problema,mesmo que essa mul#er ten#a uma profundidade enorme e possa =observá-lo demodos diferentes.stou tentando ver se consi1o =demonstrar a voc4s que. do meu ponto de vista,#á uma área n"o resolvida na qual =a l!1ica, os sentimentos, a fantasiainconsciente, etc. n"o se =%untam. les n"o se relacionam um com o outro demodo apropriado, =n"o se resolvem um ao outro, embora se%a necessário possuiros dois, e =se%a necessário tolerar as contradi'es. > claro que podemos=resolver qualquer problema refu1iando-nos na área cmdida do intelecto. Deal1um modo, estamos livres de sentimentos =nesse localF poderamos dizer

“dial&tico”6 colocamos isto =contra aquilo e podemos resolver qualquer problemaque exista. Au, se =n"o podemos, nos tornamos capazes. Bas, se nos refu1iamosno intelecto =cindido, n"o v"o voc4s pensar que conse1uimos dizerF “Verto, =#áproblemas que n"o podem ser resolvidos, e n!s conse1uimos =tolerar tenses.” >o que estou tentando ilustrar com a mo'a que tin#a uma =limita'"o ocasionadapor um dano cerebral, ocorrido por ocasi"o =de seu nascimento. la descobriucomo & dificil tolerar as tenses =que sur1em 3 nossa volta e que nos deixam emd)vida sobre tudo, e nos fazem valorizar a d)vida. $im, porque a =certeza e a

Page 98: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 98/142

sanidade soam terrivelmente entediantes. > claro que a =insanidade tamb&m &entediante, embora #a%a al1o que muitas podem =tolerar, at& certo ponto =20 aincerteza.Iuero c#e1ar a1ora a uma coisa surpreendente, al1o =que voc4s s! disserampara si mesmos, de modo que n"o estou =falando nada de ori1inal. +osso

assunto & o assassinato de beb4s. =+"o estamos falando de matar beb4s porques"o anormais, mon1ol!ides, espasm!dicos ou =defeituosos. stes, n!sprote1emos de imediato, eles recebem cuidados =especiais, n!s nos a%udamosmutuamente com isso. stamos falando a =respeito do assassinato de beb4s, 3parte essas complica'es. um assunto muito difcil que =sentimosimediatamente que queremos evitar em nosso camin#o. stamos =falando dal!1ica malt#usiana, e=20

=,* =20

do senso comum a respeito dela, e n"o queremos ser incomodados =com tudoisso. $! que a1ora eu estou fazendo a se1uinte per1untaF =será que n!s n"o

teramos que nos incomodar com issoG=20Iuando eu era pequeno, e tin#a ratos, se eu ficasse mexendo nos =ratin#os, arata diziaF “> assimG nt"o vou tomá-los de =volta”6 ela ent"o os comia ecome'ava tudo de novo. As 1atos =tamb&m s"o assim. c#o que os cac#orrosn"o fazem isso, mas eles foram treinados durante um mil#"o de anos para =n"oserem lobos, e ent"o ficaram domesticados, a n"o ser que =este%am com#idrofobia. arece que min#a rata de estima'"o estava =resolvendo o problema,ao dizerF “+"o preciso da plula6 se eu ac#ar que esses beb4s n"o v"o =ter umambiente apropriado para crescer, que #á um mau c#eiro na =m"o desse menino,ent"o & s! com4-los e come'ar tudo =de novo.” :udo muito simples. credito,embora n"o ten#a muita certeza, pois =essas coisas se misturam facilmente com

a mitolo1ia que os abor1ines =australianos costumavam comer al1umas de suascrian'as, em certa &poca2. ra assim que eles resolviam seu problemapopulacional. essa =comilan'a de beb4s nada tin#a a ver com !dio. stoutentando =discutir o fato de que al1um m&todo acaba sendo descoberto quando oambiente se torna insuficiente para =dar conta do n)mero de crian'as. A mundoteve, realmente, um =excelente m&todo, at& recentemente. s pessoas morriamde =disenteria e outras coisas, como moscas, mas a1ora os m&dicos aparecem edizemF “Moc4s n"o =precisam morrer de disenteria, n"o precisam morrer demalária, =n"o precisam morrer de doen'a nem de epidemias.” ent"o a=popula'"o ficou pensando em outras formas, porque n"o podemos mais deixar,=por assim dizer, para Deus a tarefa de matar todo mundo, ainda que se%a =!bvio

que podemos arran%ar uma 1uerra e a as pessoas se matariam =desse modo.=20*=20

$e formos l!1icos, vamos ter que conversar sobre um outro =assunto dificilF quebeb4 vamos assassinarG m que idade um beb4 =come'a a ser #umanoG maioria das pessoas concorda que um beb4 =& um ser #umano quando ele %á &um feto a termo. ent"o n"o vamos matá-los. /alamos sobre o =perodoimediatamente anterior ao nascimentoF “+"o vamos matar =beb4s que se%am

Page 99: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 99/142

viáveis.” Sem, a consultamos um m&dicoF =“m que idade um beb4 & viávelG”les dizem que & quando o peso & x ou Z, dois quilos e =meio, dois quilos e umquarto, dois quilos, fica parecendo um leil"o. = a aceitamos o consel#o dosm&dicos quanto a ser ou n"o assassinato, vamos um pouquin#o antes e dizemosF“:udo certo. =borto. \á decidimos.”

\ustamente nestes dias estou =aconsel#ando uma mo'a, que era feliz nocasamento, mas que estava muito inquieta, e quando =seu marido foi convocadopara o Ariente percebi que ela simplesmente =n"o iria suportar. +"o mesurpreendeu quando ela me telefonou e =disseF “stou 1rávida, mas n"o 1osto dopai da crian'a e odeio a id&ia de romper meu casamento6 =tudo isso me deixa emdesespero.” Vomo n"o pude entrar em contato =imediato com o pai da crian'a,dei um %eito de ela tirar a =crian'a. > l!1ico que todo mundo ficou satisfeito que euten#a feito isso, e a 1arota =estava pronta para a volta de seu marido6 e os doistiveram dois fil#os, =e o lar n"o foi desfeito pela c#e1ada de um estran1eirin#onascido dc =um caso amoroso n"o dese%ado que ela n"o p?de evitar pelo fato den"o ter =adquirido uma capacidade mais profunda de tolerar as coisas.:udo =& bem l!1ico. o que voc4 me diz da mo'aG la ainda se =sente muito malcom o assassinato da crian'a de tr4s meses que trazia dentro de si, mas podetolerar o =mal-estar6 e eu posso conversar com ela, e ela sabe que se sente muito=mal com isso. ortanto, n"o & apenas a l!1ica, n"o & mesmoG xiste oassassinato. stamos falando sobre al1o realmente =tremendo.Moltando um pouco atrás, #á uma mo'a que aos =dezoito anos foi solicitada paraprestar auxlio num #ospital =psiquiátrico. 1rande preocupa'"o desse #ospitalera auxiliar os %ovens lá=20

=20W=20

internados, e ent"o eles desi1naram essa mo'a para ficar em =contato pr!ximo

com um rapaz esquizofr4nico. osso 1arantir a =voc4s que ela o a%udoumuitssimo. $! que nessa mesma &poca =ficou 1rávida. enso que sua m"eac#ou que era uma irresponsabilidade do #ospital e proibiu a mo'a =de continuarindo lá e de prestar auxlio 3 unidade. :odos =n!s dissemosF “Verto, & necessáriotirar bem rápido o =nen4 dessa mo'a.” Dei um %eito de fazer com que isso seconsumasse, forcei nesse sentido, =porque nesses casos os m&dicos costumamdizer “Mamos pensar mais =um pouco”6 e voc4s voltam dois meses depois, quandoa m"e %á =come'ou a se li1ar ao beb4, e acaba #avendo um trauma se elapraticar o aborto. Bais =freqQentemente ainda %á & tarde demais, e ela terá que=carre1ar um beb4 n"o dese%ado, e a sim temos um problema =terrvel. $e%acomo for, corri com as coisas, e a 1arota se livrou do beb4 antes =de ficar li1ada a

ele. ela está bem, n"o sente nen#uma culpa. =stá plane%ando casar com orapaz que era esquizofr4nico, e querem =ter uma famlia assim que seestabelecerem na vida.stou pedindo que =conservemos o lado fantasioso, emocional, da coisa, aindaque #a%a uma =indul14ncia ao extremo da l!1ica, porque acredito na ob%etividadee em se ol#ar para as coisas de um =modo direto, e em se fazer al1o em rela'"oa isso6 mas n"o em =tornar as coisas tediosas pelo esquecimento da fantasia, dafantasia =inconsciente. Moc4s bem sabem que isso n"o & nada popular. +in1u&m

Page 100: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 100/142

& menos =tolerante com a fantasia inconsciente do que o p)blico em 1eral. A=extremo da l!1ica nos dá a plula e seu uso, e sei que isso faz =uma diferen'aincrvel, e percebo tamb&m que o mundo pode usá-la. $! acredito que =todosvamos ficar muito insatisfeitos se o que pudermos fazer se reduzir =a tal atitude, ea vamos perceber que a plula & aquilo que =c#amei de “A assassinato

silencioso”. Beu poema cont&m uma boa dose de conflito, n"o resolve nada,=mas mesmo assim me conduz inesperadamente áquilo que eu n"o sabia =queiria falarF na ima1ina'"o, o assassinato silencioso de =beb4s & a plula. spessoas conse1uiram ter sentimentos em rela'"o =a =isso.=

=$%8===stou acostumado a esse assunto porque lido com crian'as. Mamos examinar oca'ula de uma famlia. Descobri que ele = ou ela matou todos os outros quen"o se se1uiram a =ele. Descobri que muitos deles ficam lidando com sentimentosde culpa aterradores, por terem matado todas as outras crian'as. =ortanto,ficamos bem acostumados com tudo isso quando estamos =#abituados com afantasia que existe na vida das crian'as.=Moc4s podem pensar que fiquei aqui falandoF “:udo bem, descobrimos que aplula anda matando os beb4s, portanto =n"o vamos tomá-la.” Bas eu n"o disseisso. $! estou =dizendoF “> claro que recon#ecemos que existem &pocas em que=dizemos, _$im, n!s matamos beb4sN. $! que o fazemos de modo respeitoso.”+"o porque os =odiemos esse & o ponto. Batamos os beb4s porque n"o=podemos proporcionar-l#es um ambiente adequado para que eles cres'am.=Bas n!s descemos a coisas muito primitivas, que t4m a ver com =destrui'"o,que dizem respeito ao relacionamento ob%etal. m certo =sentido, antes do !dio, orelacionamento ob%etal envolve a =destrui'"o.+"o consi1o tratar de um assunto sem me envolver, e quando estou falando=sobre ele em al1um lu1ar, acabo, como outras pessoas, me descobrindo=son#ando a respeito. :ive dois son#os a noite passada. +o primeiro, eu =estavanuma confer4ncia. +"o como esta aqui, era al1o mais parecido com a Vonfer4ncia=sicanaltica que #ouve em Ooma, este ano, 3 qual n"o =compareci. 9avia láuma famlia inteiraF #omens, mul#eres, =crian'as. 9avia uma quantidade imensade pessoas. as coisas estavam indo bem, quando de repente entra em cena,como =um tuf="=o, a fil#a dessa famlia. stou correndo e estava telefonandopara os lu1ares pr!ximos e =para o #otel, dizendo “Bam"e perdeu a bolsa5”. eladisseF =“Iuero que voc4s compreendam isso, pode ser que ela encontre a bolsa,mas enquanto ela estiver =perdida todo mundo aqui vai ter que procurá-la5” todomundo =passou a procurar nada de confer4ncia, nada de coisa nen#uma ==—,

==ficamos procurando a bolsa da m"e.

aqui está al1o que devemos tolerar, se estamos pensando no conte)dofantasioso do uso da =plula. @nfelizmente, n"o=20

=$%9=20

se pode evitar que esse conte)do envolva a fantasia de a mul#er =perder suaqualidade de ser mul#er.

 c#o que o outro era um son#o =masculino. @nteressou-me pois #avia um ob%eto

Page 101: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 101/142

branco simplesmente =maravil#osoF a cabe'a de uma crian'a. $! que n"o eraesculpido, mas a representa'"o bidimensional de =uma escultura. u dizia a mimmesmo, no son#oF “Me%a, o sombreado e a =luz s"o t"o bem feitos que se podeat& esquecer que & uma =representa'"o capric#ada da cabe'a de uma crian'a, epensar nas implica'es desse fato, que & =o si1nificado da sombra e da luz.” +o

son#o, antes de acordar, eu =diziaF “@sto n"o tem nada a ver com o problema dosne1ros, de =preto e branco tem rela'"o com o que existe por trás desseproblema. Vom o preto e o branco =que existe no ser #umano individual.” assimera. a eu =percebi obviamente que era a ua =20 eu me levanto muito durante anoite, e 1osto de ficar admirando a ua. =u sabia muito bem que era ela, porqueme veio 3 cabe'aF Diabos, =#á uma bandeira americana na ua5 nt"o, derepente, me dei conta, =pois comecei a ficar l!1ico outra vez, que estávamos devolta ao assunto da =menstrua'"o e da mul#er que #avia ditoF“:ive que voltar =atrás e usar outra vez a vel#a desculpa da menstrua'"o.” A =fato& que estamos aqui participando de al1o extremamente primitivo, que tem a =vercom a ua e sua li1a'"o com as mul#eres e com o modo pelo qual =o mundo sedesenvolveu. :erminei dizendoF “A teste de nossa =civiliza'"o no momento, testeque & diferente de um dia para o outro, &F será que n!s, como =poetas, vamosconse1uir nos recuperar do pouso americano na uaG” =m)sica dizF “u l#e deia ua, muito cedo voc4 dela se =cansou.” \á estou cansado dela, sem d)vida.Bas quando os poetas recome'am a escrever a seu respeito, como se =nin1u&mtivesse lá pousado, como se ela si1nificasse coisas, do =mesmo modo quesi1nifica para mim e para voc4 quando a vemos no c&u com seu bril#o eesplendor, ma%estade e mist&rio, ent"o podemos =retroceder 3 &poca em queelaboramos tudo o que ela si1nifica, =quando sabamos o que si1nificava sombrae ==20

=2K0=20

luz. $e pudermos voltar 3 poesia e nos recuperarmos do pouso =americano naua, antes que aconte'a a mesma coisa em M4nus, =poderemos $entir que aciviliza'"o ainda tem al1uma esperan'a. =ssa & uma forma divertida de terminar,quando na verdade estou falando a =respeito da plula. $! que, do meu ponto devista, %á que eu =nunca vi nen#uma plula, e sem d)vida %amais in1eri al1uma, por=tudo o que sei, a plula poderia se parecer com a ua. :alvez se%a essa min#afantasia.=20

==Moon anding ==20

K=20

:#eZ saZ:#eZ reac#ed t#e moonlanted a fla1a =fla1 stiffened ofcourse 7no 1ods breat#e t#rere8=20

Page 102: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 102/142

K Yould fearK Yould panicK Yould doubtK Yould =maRe a mistaReK Yould faint

K Yould leap, scream, lau1#, 1o =to pieces.=20@@Vlever dcvils+ot $A t#eZ.=20

=2KK=20

@@@=20

#at moonG=20

:#eZ made a room out of t#eir #eads@n a computer box t#eZ =devised+ear-infinite complexitZ and t#enxplored its =finiteness. nd t#en:#eZ stepped on to it, planted a stiffened =fla1,=20nd tooR some marbles #ome, but not for c#ildren=20

to plaZ Yit#.=20

@M=20

9as anZt#in1 alteredG@s t#is t#e s#ape of manNs =triump#, t#e marR of manNs 1reatnesst#e climax of =civilizationt#e 1roYin1 point ofmanNs cultural lifeG @s =t#is t#e moment for settin1 up a 1od=20Y#o is pleascd Yit# #is creative effortsG=20

M=20

+o not for me=20

:#is is not mZ moon:#is is not t#e sZmbol of cold puritZ =

:#is is not t#e tide-master+or t#e p#ase-determinant of =YomenNs bodies t#e lamp ficRle Zet predictable tot#e s#ep#erd astronomer t#at =variablZ li1#ts up t#e darR ni1#t or 1enerates batsand 1#osts and =Yitc#es and t#in1s t#at 1o bump.=20

=$1$ =3=M@ ==20:#is is not t#e moon oft#e ma1ic casement, Aft#e personal dream of =\uliet of

Page 103: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 103/142

t#e balconZ,M@@BZ moon #as no fla1no =stiffened fla1@ts life is in its active beautZ

@ts variable =li1#t@ts luminositZ. J=20

7+urse K come8=20

=2KP=20

==p1===20

=====20

=20

====/iscussão dos ob%etivos da !uerra=0scrito em 19%=ara =alvio de muitos, o primeiro-ministro tem-se mostrado pouco disposto a=discutir os ob%etivos da 1uerra. +!s lutamos para existir.=essoalmente, n"o ten#o ver1on#a da id&ia de lutar apenas para =existir. +"ofazemos nada de extraordinário quando lutamos simplesmente porque n"oqueremos ser exterminados =ou escravizados. =e =mDchant animal, /#and on =l =Hatta/#e il = se =defend(  =&tica n"o entra na conversa, e se formossuficientemente tolos =para sucumbir n"o iremos nem ter a c#ance de aproveitarnosso erro. =$e lutamos para existir, n"o podemos reivindicar que somos mel#ores do que

nossos inimi1os. +o =momento em que dizemos que lutamos para possuir, oupara continuar =possuindo, no entanto, introduzimos certas complica'es, e seformos ousados o suficiente para afirmar que temos al1uma =qualidade que falta anossos inimi1os, e que deveria ser preservada, =estaremos afirmando al1o quen"o será fácil %ustificar. =VonseqQentemente, será mel#or manter nossos ob%etivost"o simples quanto possvel.=+"o existe nen#uma raz"o clara para %ustificar que a capacidade de =conduzir opas 3 vit!ria deva ser acompan#ada da=20capacidade de discutir os ob%etivos da 1uerra, e pode ser impor-=20

==,(=* =20

==ustri'/t=tante =n"o for'armos o primeiro-ministro a fazer al1o que este%a emdesacordo com sua ndole. A que o sr. =V#urc#ill tem ver1on#a de fazer, noentanto, n!s, que temos menos =responsabilidade direta, faremos at& comproveito. odemos examinar a possibilidade de estarmos defendendo =al1ovalioso, e, se ac#armos que & esse o caso, podemos tentar =elaborar o que esseal1o possa ser. quando as palavras =“democracia” e “liberdade” aparecem nadiscuss"o, podemos tentar entender o que si1nificam.Vom o intuito de =limpar a área, eu pediria que se aceitasse o se1uinte postuladoF

Page 104: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 104/142

caso =se%amos mel#ores do que nossos inimi1os, somos apenas um pouquin#o=mel#ores. l1uns anos ap!s a 1uerra, uma afirma'"o cautelosa como essapareceria =presun'osa. m min#a opini"o, n"o adianta nada fin1ir que a=natureza #umana & fundamentalmente diversa na leman#a e na <r"- Sretan#a,ainda que isso me deixe, admito, com a responsabilidade de =explicar as

recon#ecidas diferen'as de comportamento nos dois =pases. credito que essadiferen'a pode ser explicada sem que =se%a necessário supor que existamdiferen'as absolutamente fundamentais. oder-se-ia dizerF se & t"o =!bvio que ocomportamento & diferente aqui e lá, n"o & o =comportamento que interessa, nofinal das contasG $em d)vida, mas =existe o comportamento e o comportamentototal. Vomportamento & uma coisa6 comportamento total & outra. A=comportamento total inclui a responsabilidade #ist!rica6 tamb&m =leva em contaa amplia'"o da base da motiva'"o atrav&s da =identifica'"o inconsciente com osinimi1os. A comportamento total tamb&m inclui a =capacidade de o indivduoconse1uir 1ratifica'"o em conex"o =com id&ias, talvez a1ressivas e cru&is, e deobter alvio =quando id&ias intoleráveis que amea'am 1an#ar a consci4ncia s"oatuadas ou se%a, quando =se compartil#a com os outros membros de um 1rupoa responsabilidade por =essas id&ias.=20Volocando em palavras simples, podemos nos sentir bons, ser =bem-comportados, mas precisamos de um par;metro para a consci4ncia =da bondade.A )nico par;metro realmente =satis- ==20

=2K*=20

=f=at!rio ==20para a bondade & a maldade, e o comportamento total inclui essa=maldade, mesmo que nosso inimi1o & que se%a mau.+o momento, =estamos na posi'"o aparentemente afortunada de ter um inimi1oque =dizF “u sou mau6 ten#o a inten'"o de ser mau”, o que nos capacita a sentirF“$omos bons.” $e =nosso comportamento pode ser considerado bom, n"o fica

claro de modo =al1um que podemos escapar a nossa responsabilidade pelaatitude alem" =e pela utiliza'"o alem" das qualidades peculiares a 9itler. +averdade, #averia um peri1o real =e imediato em tal complac4ncia, %á que adeclara'"o do =inimi1o & #onesta %ustamente onde a nossa & desonesta. Deacordo =com a min#a vis"o, essa & uma das razes do poder que eles t4m paraquebrar seus oponentes a partir de =dentro. les o impelem a uma posi'"o decerteza que se rompe por =ser falsa.=20squecemos com muita facilidade o fato de que, quando acontece uma=1uerra, ela tem um valor que se reflete no curso da poltica. > =muito dificilmanter a paz como um fen?meno natural durante um =perodo superior a um certon)mero de anos, e seria possvel demonstrar que presses e tenses =internas

estavam aparecendo na estrutura poltica do pas quando a =amea'a externac#e1ou e nos deu alvio. 7@sso n"o implica que a 1uerra foi en1endrada paraprevenir uma revolu'"o, =como dizem al1uns.8m outras palavras, a natureza #umana, =denominada coletivamente estruturasocial, n"o & um assunto =simples, e nen#uma a%uda vem dos soci!lo1os quandoeles ne1am o poder da cobi'a e da a1ress"o que todo =indivduo tem queenfrentar dentro do pr!prio ==self se =quiser parecer civilizado. maneira maisfácil para o indivduo =& ver as suas partes desa1radáveis apenas quando elas

Page 105: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 105/142

aparecem em =outras pessoas. A dificil & que ele ve%a que toda cobi'a, a1ress"oe embuste no mundo =em =poderiam =ter =sido sua responsabilidade, mesmoque o fato em si n"o o se%a. @sso & verdade =tanto para o stado como para oindivduo.$e quisermos nos =instruir, os elementos da )ltima d&cada est"o dese%osos de

nos =ensinar. Um passo em nossa instru'"o=20====$1 =20

veio de Bussolini, que falou com todas as letras, antes de 9itler =aparecer nocenário, que a )nica posse %ustificável era aquela =1arantida pela for'a fisica. +"otemos que discutir se isso & =certo ou errado do ponto de vista &tico6 devemosapenas notar que, qualquer um que este%a preparado para =a1ir, ou mesmo parafalar, baseado nesse princpio, acaba for'ando =todo mundo a a1ir se1undo essemesmo princpio. Bussolini insinuava =que a <r"-Sretan#a, a /ran'a, a 9olanda ea S&l1ica estavam assumindo uma posi'"o falsa ao =reivindicar direitosterritoriais, como se Deus assim tivesse ordenado, =e discutiu-se que, mesmo quesuas palavras fossem apenas um blefe, para =for'ar-nos a decidir outra vez se

valia ou n"o a pena lutar por nossa =posi'"o, ele talvez nos ten#a prestado umbom servi'o.+ossa tarefa fica imensamente simplificada se aceitamos o fato de que, em=nossa natureza, somos basicamente i1uais aos nossos inimi1os. odemos=ent"o examinar sem temor nossa pr!pria natureza, nossa cobi'a e =nossacapacidade de iludir a n!s pr!prios6 se acima de tudo isso descobrirmos quedefendemos al1o =valioso para o mundo, estaremos em condi'es de avaliar issoem =sua devida propor'"o.Deve-se lembrar que, se descobrirmos =que fazemos coisas boas com o poderque possumos, isso n"o si1nifica que podemos possu-las sem despertar =inve%a.Um inimi1o pode inve%ar n"o apenas o que possumos, mas =tamb&m a

oportunidade que nosso poder nos dá de 1overnar bem e =espal#ar bonsprincpios, ou pelo menos de controlar as for'as que poderiam ocasionar=desordem.m outras palavras, se recon#ecemos a import;ncia da =cobi'a nas questes#umanas, podemos encontrar al1o al&m da =cobi'a, ou podemos descobrir queela & um amor de tipo primitivo. odemos tamb&m descobrir que a =compuls"opara adquirir poder resulta do medo do caos e do =descontrole.$erá que poderamos descobrir outra =%ustificativa possvel para lutar,%á que esta &antes de tudo uma luta pela vidaG +a verdade, s! existe um modo de =sustentar areivindica'"o de que ==20

=2KH=20

somos mel#ores do que nossos inimi1os sem nos envolvermos numa =discuss"ointerminável sobre o si1nificado da palavra =“mel#or”F se pudermos demonstrarque nosso ob%etivo representa um =está1io mais maduro do desenvolvimentoemocional do que o ob%etivo de nossos =inimi1os. Um bom exemplo seria sermoscapazes de demonstrar que os =nazistas est"o se comportando comoadolescentes ou =pr&-adolescentes, enquanto n!s estamos a1indo como adultos.

Page 106: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 106/142

  ttulo de ilustra'"o, eu diria =que a atitude de Bussolini, “lutar para possuir” 7sefor real, e =n"o apenas palavras8, & relativamente madura, e que a atitude =“confiee ame seu lder” s!=20& normal para o rapaz imaturo e pr&-adolescente. Deacordo com =essa id&ia, Bussolini nos desafiou a comportarmo-nos como adultos,=enquanto os nazistas nos desafiaram como adolescentes e n"o puderam =nos

compreender por n"o conse1uirem enxer1ar sua pr!pria imaturidade.+ossa =reivindica'"o, provavelmente, & que os nazistas s"o =pr&-adolescentesconfiantes, e que n!s estamos lutando para sermos =adultos. stamos tentandonos sentir livres, tanto quanto ser livres, e estamos dispostos a lutar, sem sermosbelicosos, =para nos tornarmos lutadores potencialmente interessados na arte dapaz. =$e reivindicamos isso, precisamos estar preparados para defender a=reivindica'"o e entender o que ela si1nifica.<eralmente parte-se do =princpio de que todos amamos a liberdade e queremoslutar ou morrer =por ela. oucos recon#ecem que essa suposi'"o & peri1osa e=n"o-verdadeira e esses poucos, parece-me, n"o conse1uem compreender aquiloque descrevem.

  verdade parece ser =que 1ostamos da id&ia da liberdade e admiramos aquelesque se sentem =livres, mas ao mesmo tempo temos receio da liberdade, e emcertas =ocasies tendemos a nos deixar controlar. dificuldade em compreenderisso =& que o Vonsciente e o inconsciente n"o s"o, de modo al1um, =id4ntiaos.$entimentos e fantasias inconscientes conferem ilo1icidade =ao comportamentoconsciente. :amb&m pode #aver uma discrep;ncia enorme entre aquilo de que1ostamos =quando estamos excitados e aquilo de que 1ostamos nosintervalos.=20

=2KT=20

  interfer4ncia no exerccio e no 1ozo da liberdade aparece =sob duas formas

principais. m primeiro lu1ar, o 1ozo da liberdade s! =se aplica realmente aosperodos entre as excita'es corporais. =9á muito pouca 1ratifica'"o corporal, enen#uma que se%a intensa, a se extrair da liberdade6 ao =passo que as id&ias decrueldade ou escravid"o est"o =notoriamente associadas com experi4nciassensuais e excita'"o =corporal, mesmo que separadas da pervers"o real, ondetais coisas s"o atuadas como um substitutivo da =experi4ncia sexual. ortanto, &necessário que os amantes da =liberdade sintam o poder sedutor da id&ia daescravid"o e do =controle. ode n"o ser muito cort4s mencionar os prazeressecretos do corpo e os pensamentos que os =acompan#am, mas asextraordinárias interrup'es de liberdade =que a #ist!ria re1istra n"o podem serexplicadas se permanecemos =sob uma conspira'"o de sil4ncio e ne1a'"o.

m se1undo lu1ar, a experi4ncia da liberdade & =cansativa, e em certos intervalosa pessoa livre procura um descanso da =responsabilidade e dá boas-vindas aocontrole. 9á uma piada muito con#ecida a respeito de uma escola moderna, ondeum =aluno dizF “or 1entileza, será que n!s ==temos que =fazer o que queremos#o%eG” 9á uma resposta sensvel implicada =nessa anedota, que &F “9o%e eu voul#e dizer o que fazer, pois =voc4 & uma crian'a e & ainda muito %ovem paraassumir a responsabilidade plena por seus =pensamentos e a'es.” $! que se forum adulto que faz a =per1unta 3s vezes dizemosF “$im sen#or, voc4 tem que fazer 

Page 107: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 107/142

sim. =@sso & que & liberdade5” provavelmente ele está muito disposto a fazer umesfor'o para =exercitar sua liberdade e mesmo apreciá-la, desde que #a%a umferiado =de vez em quando.

 qui, outra vez, para nos sentirmos livres temos =que ter um par;metro. Vomovamos ter consci4ncia da liberdade sen"o por meio do =contraste com a falta

delaG escravid"o dos ne1ros africanos =forneceu e ainda fornece umafacilidade falsa a =respeito de nossa pr!pria liberdade6 e o reaparecimento dotema da escravid"o em nossos =livros, filmes e m)sicas & nosso m&todo deconse1uir o =sentimento de que somos livres. ==20

=220=20

+ossa civiliza'"o ainda n"o encarou o problema da =liberdade a n"o ser no quese refere 3 exist4ncia da =escravid"o ne1ra. se incluirmos, como aliás deveramosfazer, a =quest"o da emancipa'"o dos escravos. :alvez a leman#a ten#a estadomenos envolvida do que =n!s ou a m&rica nessas duas experi4ncias, que s"ouma s! =em termos de comportamento total. +esse caso, isso faria uma enorme

=diferen'a no mane%o individual do alem"o quanto 3 crueldade pessoal e aoimpulso de controlála, =criando uma necessidade maior de ele atuar nos dias de#o%e as =experi4ncias de crueldade e de escraviza'"o que os americanos=atuaram, no escravismo dos ne1ros, e ainda est"o atuando, atrav&s da 1randeemancipa'"o.

  liberdade =representa uma press"o sobre a personalidade do indivduo6 o#omem =livre fica sem o alvio das id&ias que ele possa ter de estar =sendoperse1uido. Dele & retirada qualquer l!1ica que o desculpe de seus sentimentos=a1ressivos ou de raiva, a n"o ser a insaciabilidade da pr!pria =cobi'a. ele n"otem nin1u&m que l#e d4 ou retire a =permiss"o para fazer o que ele quiser emoutras palavras, que o poupe da tirania =de uma consci4ncia. +"o & de admirar

que as pessoas temam =n"o somente a liberdade, mas tamb&m a id&ia deliberdade e o =dar liberdade.=20$er mandado proporciona um 1rande alvio ao #omem, e a )nica coisa =quese exi1e & que o culto aos #er!is entre em a'"o. +o =momento presente,permitimos que o sr. V#urc#ill e al1uns outros =elementos de seu 1abinetemandem em n!s de modo t"o insensato que isso s! pode ser explicado pelo=pressuposto de que todos estamos completamente en%oados da liberdade e=nostál1icos de um perodo de escravid"o. +o com&rcio, por =exemplo,inventaram-se re1ras e re1ulamentos que est"o al&m da compreens"o dopequeno ne1ociante. +o =incio, ele fica incomodado, depois torna-sedesconfiado, e al1uns =dos mel#ores de sua área s"o 1radualmente for'ados a

desistir, =ou s"o levados ao colapso fisico ou mental. ode-se dizer o mesmo arespeito =de muitos outros setores. +"o #á d)vida de que isso=20

==$$=1 ==20

tem um certo valor por causa de sua crueldade e estupidez, as quais =s! perdemem import;ncia, para os seres #umanos, para a liberdade. =Minculando liberdadee paz, e escravid"o, 1uerra e esfor'o de =1uerra, alcan'amos um belo estado de

Page 108: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 108/142

coisas, o qual. no entanto, depende da =conveni4ncia de al1u&m estar 1uerreandoconosco. $e formos =estimulados a lutar a cada duas ou tr4s d&cadas, parece que=ficamos capazes de aproveitar a prática da, democracia e da experi4ncia deliberdade. muito raro con#ecer um =indivduo que se%a livre e que se sinta livre, e que

possa assumir =plena responsabilidade por suas a'es e pensamentos sem se=frustrar em demasia, ou se%a, sem manifestar inibi'"o no estado de excita'"o.:anto a inibi'"o quanto a =licenciosidade s"o fáceis, e pode-se comprá-las bembaratin#o =transferindo-se a responsabilidade a um lder idealizado ou a um=princpio6 o resultado, no entanto, & a pobreza de personalidade.$endo a liberdade al1o que deve ser =imposto 3queles que s"o capazes deassumi-la, & necessário =um vidente para avaliála e mostrar 3s pessoas que valea pena =lutar e morrer por ela e isso & uma verdade que se repete, 1era'"oap!s 1era'"o. =Bártires 1an#am a liberdade para sua pr!pria 1era'"o, n"o =paraos sindicalistas de todos os tempos. A amor 3 liberdade, por si =s!, n"o 1eraliberdade. o fato de as pessoas que est"o sob escravid"o =amarem a id&ia daliberdade n"o si1nifica que elas ir"o =amá-la quando estiverem livres. > sabidoque, ao primeiro 1ostin#o de liberdade, as pessoas ficam paralisadas de medo,=sem saber o que fazer com ela. a com ela se reconciliam, o que =implica que,em maior ou menor medida, desistiram dela.$e & =dificil sentir-se livre, n"o & menos difcil dar liberdade aos outros. A perodode 1uerra nos =proporciona n"o apenas um perodo de alvio temporário da=press"o de ser livre, mas tamb&m a oportunidade para que os ditadores ten#amseu dia. :emos ditadores =em toda parte e freqQentemente eles fazem coisasbelssimas, que =%amais poderiam ser feitas atrav&s do m&todo parlamentar.Iuando se atin1e um acordo quanto ao ob%etivo, a =execu'"o & apenas umaquest"o de efici4ncia. $erá ==20

=222=20

que esses #omens estar"o plenamente satisfeitos ao final da =1uerra, e secontentar"o em ficar de lado para permitir a aurora de =um novo dia democráticoG

Dizem que esta 1uerra está sendo levada a cabo pela liberdade, e eu acredito queal1uns de nossos =lderes podem alcan'ar esse alto ob%etivo. Vom o passar dotempo, =vamos cedendo o tanto de nossa liberdade que o sr. V#urc#ili %ul1a=necessário. speremos que existam aqueles que possam se sentir livres etolerar =a liberdade al#eia quando a batal#a estiver 1an#a.Democracia & =exerccio da liberdade, e o 1overno parlamentar & a tentativa de

=fazer com que a liberdade se%a possvel atrav&s da disposi'"o dos indivduos detolerar o =eclipse de suas opinies, caso eles se%am menos votados. =disposi'"o de tolerar que a coisa n"o ocorra do seu %eito, =quando al1u&m n"oconse1ue obter o apoio da maioria, & uma aquisi'"o #umana =impressionante,que envolve muito des1aste e muita dor. $! & =possvel se #ouver uma permiss"ode 1ratifica'"o, atrav&s =do ato de, periodicamente e de modo il!1ico, livrar-se dolder. ara #aver estabilidade, o rei & =mantido, ilo1icamente, de modopermanente. +a verdade, a ess4ncia da =democracia & a divis"o da cabe'a em

Page 109: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 109/142

rei e primeiro-ministro. =varia'"o americana desse tema investe um #omem deperman4ncia por um =perodo limitado de tempo.

  mim causa extremo desconforto ver =que se fala em democracia, nesta &pocasolene, como se ela =si1nificasse apenas o stado servindo o povo, ao inv&s de opovo servindo o stado. $em d)vida, o essencial da democracia =& que o povo

n"o apenas ele%a mas tamb&m se livre de seus =lderes e assuma essaresponsabilidade. As sentimentos %ustificam a =mudan'a, ainda que a l!1ica e oraciocnio possam roubar a crueza a esses sentimentos.==22P=20

or sorte, sendo a natureza #umana como ela &, cedo ou tarde =acabaaparecendo al1uma raz"o que %ustifique a remo'"o dos =c#efes, mesmo dos maisamados e confiáveis6 s! que o motivo =primário da remo'"o de um poltico &sub%etivo, e será encontrado no sentimento inconsciente, de maneira =que, se ospolticos ficam en1as1ados, torna-se manifesta uma =s&rie de fen?menos quea1re1am !dio n"o-expresso e =a1ressividade n"o-satisfeita.+os )ltimos anos, uma 1rande amea'a 3 democracia veio da tend4ncia =de ospolticos dese%arem se aposentar em fun'"o da idade, ou =morrer trabal#ando, emvez de sofrer uma derrota parlamentar. Borrer =n"o & suficiente. Dizem que umbom membro da V;mara dos Vomuns bate forte =e espera receber o troco. A fatode V#urc#ili ter substitudo =V#amberlain por meio de um procedimentoparlamentar e n"o se ter =adiado a remo'"o do sr. V#amberlain por al1uns dias,de medo do ataque inimi1o, =constituiu uma bela oportunidade para a democracia5

m min#a =opini"o, a maior contribui'"o de loZd <eor1e para a =poltica dasduas )ltimas d&cadas foi seu desempen#o como c#efe “assassinado”, enquantotodos =os outros vel#os estavam evitando ser “assassinados”, =aposentando-seinvictos. loZd <eor1e teve que ser mantido morto, e em =certas &pocas ele deveter se sentido desperdi'ado, quando percebemos que ele estava a%udando apreservar a =democracia da runa, oriunda do medo que os polticos t4m da=remo'"o il!1ica.A mesmo sentimento teve eco nas recentes =elei'es presidenciais atrav&s do1rito “+"o ao terceiro mandato”. reservar Ooosevelt pode =si1nificar adecad4ncia da democracia nos stados Unidos, %á que =da pr!xima vez ele vai ter que sair, e portanto nen#um presidente =poderá ser sacrificado, derrubadoilo1icamente, por pelo menos oito anos, A =resultado tem que ser um refor'o datend4ncia 3 1uerra, 3s =revolu'es, ou 3 ditadura.As nazistas, que obviamente =adoram que se l#es di1a o que fazer, n"o sesentem responsáveis pela escol#a de um lder, e s"o =incapazes de derrubá-lo,

sendo pr&-adolescentes nesse as- ==20

=22(=20

pecto. odemos reivindicar que, no modo de vida democrático, =nosso ob%etivo &a liberdade, se pretendemos um compartil#ar maduro =de responsabilidades,especialmente a responsabilidade pelo patncdio =il!1ico, que tornamos possvelpor meio da cis"o de nossa fi1ura paterna. +"o devemos nos =surpreender, no

Page 110: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 110/142

entanto, quando outros nos apontam nosso fracasso em =alcan'ar tal liberdade.$! podemos dizerF & o que pretendemos, =ou o que, enquanto na'"o,conse1uimos alcan'ar em curtos perodos, entre as 1uerras. =Oealmente &esperar muito que a liberdade pessoal e o sentimento de =liberdade se%amalcan'ados por mais que umas poucas pessoas, uns =poucos #omens e mul#eres

valorosos de cada &poca, que n"o adquiriram necessariamente fama.Iuando se c#e1a =a um esclarecimento verbal dos ob%etivos da 1uerra, s! sepode ter =certeza de uma coisaF se quisermos sobreviver, precisamos ter=disposi'"o de lutar. :amb&m reivindicamos que nossa esperan'a & mais do quelutar, pois =tentamos praticar a liberdade =20 o que pode dar muita di1nidade aoanimal #umano. $e pensarmos que =defendemos a maturidade dodesenvolvimento, mais do que o fazem nossos =inimi1os, teremos al1o de muitoforte para atrair a simpatia do mundo, =embora isso n"o evite que ten#amos quelutar ou morrer se necessário.+osso =primeiro ob%etivo & vencer a 1uerra. $upondo que a ven'amos, vamos=enfrentar a dificil tarefa de, antes de mais nada, restabelecer nossa =pr!prialiberdade, nosso sistema parlamentar e o modo de vida =democrático, inclusive amáquina de remo'"o il!1ica dos =polticos. sse & nosso se1undo ob%etivo de1uerra. A terceiro =& procurar ou estar preparado para dar as boas-vindas aoselementos =maduros dos pases inimi1os. spera-se que muitos alem"es e=italianos que a1ora demonstram uma mentalidade desafiadoramente=adolescente se%am capazes de um avan'o pessoal em dire'"o 3 maturidade ou se%a, podemos esperar que muitos =deles este%am seduzidos pelaadolesc4ncia ou pr&-adolesc4ncia, =e n"o que este%am fixados=20

==$$=5 ==20

num está1io imaturo de desenvolvimento em fun'"o de uma =incapacidade

pessoal de amadurecer. ois somente na medida em que os =alem"es estiveremmaduros & que a id&ia de liberdade l#es pode =ser proveitosa.ara mim, ainda #á al1o que se pode dizer a respeito do 1an#ar a 1uerra. +esta1uerra em =particular, 1an#ar si1nifica apelar para todo e qualquer blefe na=propa1anda. +osso trabal#o & testar tudo aquilo que nos & %o1ado =por meio depalavras. > por isso que aqueles que advo1am a propa1anda de nossa parteori1inam =em n!s mais suspeita do que admira'"o. Deve #aver um lu1ar para =apropa1anda como parte da máquina de 1uerra, mas & importante que=consi1amos uma vit!ria militar, e n"o uma vit!ria moral.

  mel#or esperan'a para um =perodo de paz & que a 1uerra termine no momentoem que a luta =termina. $e o lado vencedor estabeleceu uma supremacia em

armas, o =vencido ainda pode manter a cabe'a er1uida. utar e perder n"o & piorpara a alma do que lutar e =vencer.ode-se tentar ser mais claro ainda e dizer que, se os =alem"es vencerem, suavit!ria será por sua superioridade em =termos de luta, e n"o de espetáculo6 se n!svencermos, como confiamos, novamente será por nossa =superioridade de luta.$e, no entanto, uma paz artificial & =celebrada antes que se estabele'a de modoindubitável a supremacia =pelas armas, ent"o o vel#o problema da culpa vaivice%ar outra vez, e a paz que todos =n!s esperamos será novamente estra1ada.

Page 111: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 111/142

Auvimos muito pouco =a respeito do valor da 1uerra, o que n"o causa estran#eza, %á que con#ecemos tanto de seus #orrores. Bas com certeza & possvel =queessa luta verdadeira entre alem"es e brit;nicos tenda a =promover 1radualmentea maturidade de ambos os lados. retendemos c#e1ar =a um ponto de satura'"o,quando #ouver satisfa'"o militar e respeito m)tuo entre os =combatentes, um

respeito que nunca mais pode sur1ir entre propa1andistas =econtrapropa1andistas, nem, temo, entre pacifistas e pacifistas. =oder-se-iaalcan'ar um novo perodo =20

=22*=20

de respeito m)tuo entre combatentes amadurecidos, um novo =perodo de paz,que talvez dure um outro par de d&cadas, at& =que uma nova 1era'"o cres'a eprocure resolver ou obter =alvio de seus pr!prios problemas a seu pr!prio modo.

  atribui'"o de culpa pela 1uerra n"o entra nesse =esquema, %á que todoscompartil#amos dela, pois paz si1nifica =impot4ncia, a n"o ser quandoconquistada atrav&s da luta e do =risco pessoal de morte.=20

=22W=20

==p1===20

=====20

=20

====Os muros de 9erlim=0scrito em no!emro de 1969=A =muro de Serlim & o exemplo mais not!rio de um fen?meno que pode serencontrado em toda parte, mas que 1an#a si1nificado =especial pelo fato de omundo ter-se tornado um local )nico e de a =ra'a #umana ter alcan'ado umaesp&cie de unidade.9á =muitas maneiras de examinar esse fen?meno no mundo da poltica prática en"o seria possvel que =uma s! pessoa abarcasse todo o assunto. partir daprática =psicanaltica, no entanto, parece necessário dizerdeterminadas=20coisas, duas das quais dese%o desenvolver como temasseparados.

  =primeira tem a ver com o desenvolvimento da unidade individual. +"o =&possvel ol#ar de modo proveitoso para o estado clnico de um =ser #umano num)nico momento. > muito mais vanta%oso estudar o desenvolvimento desseindivduo em =sua rela'"o com o meio, e isso inclui um estado da provis"o=ambiental e de seu efeito no desenvolvimento do indivduo, As =processosmaturacionais #erdados no indivduo s"o potenciais6 necessitam de um ambientefacilitador para sua =viabiliza'"o, pelo menos em certo 1rau e medida, e #á=varia'es importantes no meio social conforme o local e a &poca. Deve-sepresumir que o mundo, na medida em que se transforma em =unidade em termossociol!1icos, n"o pode ser mel#or do que os =indivduos que o compem. ode-se fazer um dia1rama do =indivduo=20

Page 112: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 112/142

=,,"=20

#umano, e a superposi'"o de um bil#"o desses dia1ramas =representa a somatotal da contribui'"o dos indivduos que =compem o mundo, sendo, ao mesmotempo, um dia1rama sociol!1ico do =mundo. xiste aqui uma complica'"o6apenas determinada propor'"o de indivduos & que adquire, =em seudesenvolvimento emocional, al1o que poderia ser c#amado de estado =unitário.Oealmente, & bem provável que o conceito de =indivduo se%a um conceitorelativamente moderno e que n"o ten#am existido pessoas inteiras sen"o =#ápoucos s&culos6 ou talvez ten#a #avido uns poucos indivduos =inteirosexcepcionais por volta dos dois )ltimos s&culos. > =muito fácil #o%e em diaassumir a exist4ncia do indivduo enquanto unidade, e supor que essa unidade=constitui a base de tudo aquilo que & #umano6 e que todo indivduo =que n"oten#a conquistado a inte1ra'"o em al1o que poderia ser =denominado umaunidade ainda n"o alcan'ou o patamar a partir do qual se pode adquirirmaturidade, se%a =lá qual for o si1nificado dessa palavra.or conse1uinte, o =mundo precisa conter uma certa propor'"o de indivduos que=n"o conse1uem atin1ir a inte1ra'"o a ponto de se tornarem uma unidade e queportanto n"o podem =contribuir, exceto de modo destrutivo, para a inte1ra'"omundial. =ara prosse1uirmos nosso assunto & necessário deixar de lado essa=complica'"o e tamb&m considerar o mundo sociol!1ico como a superposi'"o dc=mil#es de indivduos inte1rados uns aos outros. ode-se admitir =que no mundon"o se encontrará nada mel#or do que aquilo que pode =ser atin1ido no ser#umano.=20Iuando estudamos beb4s e crian'as em desenvolvimento, e os seres=#umanos se desenvolvendo em todos os 1rupos em todo o mundo, descobrimos=que a inte1ra'"o em uma unidade n"o si1nifica que o =indivduo alcan'ou a paz.A indivduo adquire um selfque pode conter conflitos de toda esp&cie, =referentesaos instintos e 3s necessidades refinadas do esprito, =e tamb&m os conflitosrelacionados ao meio. A dia1rama do ser #umano =mais saudável que se possaconceber pode ser visto como uma ==20

=2P0=20

esfera, ou mais simplesmente um crculo e de imediato =será necessáriocolocar uma lin#a passando pelo centro. A =indivduo que atin1ir esse 1rau desa)de & capaz de conter =todos os conflitos que sur1em=20de dentro e de fora e,embora sempre possa #aver 1uerra ou uma 1uerra =potencial ao lon1o da lin#acentral, dc ambos os lados da lin#a =or1anizam-se 7pelas for'as inte1rativas

inerentes ao desenvolvimento #umano8 a1rupamentos de =elementos beni1nos epersecut!rios.+a realidade psquica =interna que estou descrevendo, nem sempre #á 1uerrasimplesmente por =causa da lin#a e da separa'"o dos elementos beni1nos epersecut!rios. possvel proporcionar =a%uda pelo fato de que os elementosbeni1nos podem ser exportados ou =pro%etados o mesmo ocorrendo com oselementos persecut!rios. =Dessa maneira, os seres #umanos est"o sempreinventando Deus e est"o sempre or1anizando dep!sitos de =de%etos ou de

Page 113: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 113/142

produtos peri1osos.9á dois extremos, do ponto de =vista clnico, quando se examinam os seres#umanos se1undo o modo =como eles lidam com essas questes. +um extremo,a totalidade do conflito que o indivduo pode =con#ecer & reunida na realidadepsquica interna pessoal. =ssume-se responsabilidade por tudo. Devido ao

peri1o que=20cada movimento representa, estabelece-se automaticamentecontrole sobre =tudo. disposi'"o de ;nimo, portanto, & a depress"o. +o=extremo oposto, a 1uerra potencial na realidade psquica interna =n"o pode sertolerada, e o indivduo procura por um representante dela na sociedade, tantolocal como =1eral, e em )ltima análise no conceito social unificado do mundo =emque vivemos. Dessa forma, n"o se trata somente do fato de sempre =existirconflito no meio social, mas tamb&m de que os indivduos que compem asociedade inventam e =mant4m tal conflito6 e os indivduos n"o apenas sofremcom os =conflitos no mundo ao seu redor, mas tamb&m obt4m alvio, pois =oconflito externo ao indivduo o alivia do conflito interno ou se%a, da realidade=psquica interna pessoal.As idealistas com freqQ4ncia se =pronunciam como se existisse um indivduo semnen#uma lin#a no centro =do dia1rama=20

=,3(=20

da pessoa, n"o #avendo nele nada exceto for'as beni1nas =utilizáveis para bonsprop!sitos. +a prática, no entanto, todos =os que estudam essas questesdescobrem que, se os indivduos =est"o quase livres de for'as e ob%etospersecut!rios ou “maus”, isso si1nifica =simplesmente que al1um mecanismo dotipo bode expiat!rio está =atuando e que o indivduo está conse1uindo alvio deuma =perse1ui'"o real, ima1inária, provocada ou delirante.Da mesma maneira, & impossvel =conceber al1u&m que se%a de todo mau, ou

se%a, que s! conten#a =elementos persecut!rios, n"o importando o que a palavra=“mau” si1nifique. @sso poderia ocorrer, no entanto, na psicopatolo1ia, onde, =emcertos casos de suicdio, o indivduo faz um arran%o, colocando =todos os ob%etosmaus dentro do ==self e =exterminando-os, ap!s exportar ou pro%etar aquilo quesente ser bom. =7Oecordo-me aqui da bio1rafia de #ilip 9esseltineF ele p?s o1ato =para fora, fec#ou a porta e abriu o 1ás.8 Abservar-se-á que no estadodepressivo que faz parte da estrutura =da personalidade do indivduo normal oupsiquiatricamente saudável =#á uma toler;ncia ao estado de 1uerra potencial. >como se =#ouvesse um muro de Serlim, ou o que #o%e em dia & denominado lin#ade paz do ex&rcito, em =Selfast. ssas questes s"o provincianas6 no dia em queo presente =estudo tiver encontrado um leitor, talvez elas ten#am sido esquecidas,

=em fun'"o de al1um exemplo mel#or de lin#a divis!ria, o qual, na pior das=#ip!teses, poster1a o conflito e, na mel#or das #ip!teses, =mant&m distantes asfor'as opostas por lon1os perodos, de forma que as pessoas possam brincar eperse1uir a arte da paz. =ssa paz depende do sucesso temporário de uma lin#adivis!ria =entre as for'as oponentes6 a bonan'a entre as &pocas em que o =murodeixa de se1re1ar o bem e o mal.=20m todas as localidades existe uma quest"o poltica como pano de =fundo, ea solu'"o temporária para essa quest"o, que envolve =1uerra e 1uerra civil, & a

Page 114: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 114/142

base para os momentos de paz e de =aquisi'"o cultural. @sso & o mesmo que ofato bem recon#ecido de que existem condi'es =especiais que fazem de umail#a 7se ela n"o for muito 1rande8 um =lu1ar em que se pode pra- ==20

=2P2=20

ticar a arte da paz. m outras palavras, se uma comunidade n"o =& uma il#a, elatem fronteiras e #á um estado de tens"o nessas =fronteiras. A comportamentodas pessoas que est"o tanto de um lado da fronteira como do outro determina anatureza da =vida do povo, e aqui fica de novo imediatamente claro o quanto &=produtivo tolerar o anta1onismo sem que se ne1ue o anta1onismo em si. o=mesmo tempo, a toler;ncia do anta1onismo=20& a coisa mais dificil de seconse1uir em poltica. > sempre =mais fácil fortalecer-se e empurrar as fronteirasum pouquin#o mais =ou faz4-las passar por cima da cabe'a do povo, dominandoo 1rupo =social, de modo que n"o #a%a liberdade para esse 1rupo, ainda que #a%aliberdade para o 1rupo =maior e mais forte que obteve o domnio.@sso & um reflexo =do tipo de coisa que pode acontecer no indivduo quando o

fascnio =por um lder ou por determinada id&ia dá ao indivduo certeza absolutade suas a'es e o =transforma num ditador que n"o possui d)vidas, nemapresenta =#ipocondria ou depress"o, mas apenas e t"o-somente uma=compuls"o para manter o domnio. sse & o domnio do bom sobre o mau, mas adefini'"o de bom e mau & =privil&1io do ditador, e n"o uma quest"o para serdiscutida =entre os indivduos que compem o 1rupo, n"o ficando, portanto, =sobrevis"o constante no que diz respeito ao seu si1nificado. ode-se dizer que, =at&certo ponto, a ditadura sucumbe porque o si1nificado fixo =atribudo ao bom e aomau eventualmente torna-se entediante, e as pessoas =tornam-se dese%osas dearriscar a vida pela causa da espontaneidade e da =ori1inalidade.ode-se come'ar a aplicar imediatamente essas =questes a qualquer pequeno

problema que apare'a. or exemploF se o muro na =@rlanda do +orte está entre ocatolicismo e o protestantismo, isso =si1nifica que n"o #á espa'o para uma1n!stico saudável. =:odo=20mundo que estiver na @rlanda do +orte no presentemomento tem que ser ou =protestante ou cat!lico, ainda que mesmo o si1nificadodos termos =protestante e cat!lico n"o este%a aberto a discuss"o, mas possa=estar estabelecido pelas razes #ist!ricas,=20

==,3=3= =20

capazes de conferir a tal discuss"o um si1nificado local, =especfico para a @rlandado +orte. De certo modo, talvez a @rlanda =do +orte se%a o muro de Serlim

permanente que divide a @n1laterra e o =ire. $e o ire inclusse a @rlanda inteira,ent"o o muro seria a á1ua que separa as duas il#as. +a verdade, =n"o restammuitas d)vidas de que apareceria um lin#a irre1ular =dividindo as popula'es em<las1oY, iverpool e em outras áreas do oeste da il#a, e isso poderia implicaruma exacerba'"o da =tens"o entre protestantes e cat!licos em ondres.m ondres =no presente momento, e na <r"-Sretan#a de modo 1eral, o estadode fixidez da bandeira protestante =facilita a toler;ncia ao catolicismo. Do mesmomodo, na @rlanda =cat!lica #á uma certa toler;ncia em rela'"o ao protestantismo,

Page 115: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 115/142

pois considera-se o catolicismo como parte do clima. > =quando os dois climas seencontram que ocorre o c#oque.+"o =& dificil fazer afirma'es dessa esp&cie em rela'"o a =outros pases,embora em todo caso qualquer afirma'"o que se%a feita de modo =muitoapressado corra o risco de ser muito pobre em termos de verdade, =%á que a

verdade & complicada, e conseqQentemente interessante, =al&m de enraizada na#ist!ria. +o entanto, para efeito de ilustra'"o, & possvel =realizar o exerccio deampliar a ima1ina'"o %untamente com o =con#ecimento de al1uns fatos.A denominador comum de todos esses =problemas & o estado de 1uerra potencialque existe entre fac'es que =aparecem aos pares. sse tema, ou se%a, o temaque me interessa enquanto =estou aqui escrevendo, tem a ver com o ponto deencontro entre as =fac'es e a or1aniza'"o no lu1ar em que as fronteiras seencontram ou se encontrariam, se =n"o fosse pela terra-de-nin1u&m entre asduas fronteiras. Buito =daquilo que c#amamos de civiliza'"o torna-se impraticável3 =medida que nos aproximamos da barreira alfande1ária, de tal maneira que osque via%am com passaporte ficam maravil#ados =com a facilidade com que ofazendeiro pode arar seu campo e cruzar a =fronteira diariamente quantas vezesquiser, e praticamente sem notar que =o faz, ao passo que, se f?ssemos se1ui-lo,seramos mortos. +os locais em que ==20

=2P(=20

os fazendeiros n"o podem brincar com a fronteira desse modo, =nessa árearecon#ecemos um estado de 1uerra potencial, e a n"o =buscamos a arte da pazou a criatividade l)dica.=20 interessante comparar o rico desenvolvimento que passou a existir na=fronteira entre a @n1laterra e a sc!cia, ainda que #a%a poucas =indica'es deonde come'a a @n1laterra e onde termina a sc!cia, ou vice-versa. odemos

apreciar a modifica'"o 1radual do =sotaque, e a 4nfase na #ist!ria tem umcolorido um pouco diferente =caso se vá um pouquin#o mais para o norte ou parao sul. $em d)vida, a%uda muito o fato de a il#a ser mais estreita ao sul de=dimbur1o, de modo que sentimos mais ou menos que estamos na sc!cia=quando estamos na sc!cia, sem que nin1u&m nos di1a.

  =fronteira entre a @n1laterra e o as de <ales tem que ser observada em termosda 1eo1rafia e das montan#as. = fronteira entre Serlim Acidental e SerlimAriental & um muro =construdo pelo #omem que tem que ser necessariamentefeio, pois =n"o #á nen#um si1nificado na palavra “beleza” que possa ser vinculadoao recon#ecimento de que aqui, =exatamente neste ponto, & o lu1ar onde, se n"o#ouvesse muro, =#averia 1uerra. Bas o aspecto positivo do muro de Serlim & o

=recon#ecimento do fato de que a natureza #umana n"o=20& capaz da totalidade,exceto em termos do #umor depressivo e do =recon#ecimento do conflito narealidade psquica interna do =indivduo, e de uma disposi'"o de poster1ar aresolu'"o =do conflito e de tolerar o desconforto desse #umor. +aturalmente, emtermos =do tempo, a pessoa pode ver que existe uma alternativa entre a=resolu'"o do conflito, que si1nifica 1uerra ou conquista, e a =toler;ncia do estadode tens"o, que si1nifica a aceita'"o de um muro de Serlim ou de al1o=equivalente.

Page 116: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 116/142

@sso si1nifica uma psicose manaco-depressiva em =termos do tempo e dasociolo1ia, que & a mesma coisa que a psicose =manaco-depressiva dcaltern;ncia de #umor no indivduo, que por sua vez & a mesma coisa que o=#umor deprimido de uma pessoa inteira que aceita o fato do conflito na=realidade psquica interna. ==20

=2PC=20

==p1===20

=====20

=20

=== A =liberdade =20

==4#s.o de dois ensaios escritos por !olta de 1969 ==20

sta & uma ocasi"o propcia para uma coloca'"o a =respeito do si1nificado da

liberdade. +"o será feita nen#uma =refer4ncia 3 vasta literatura, tanto dentrocomo fora da =psicanálise,=20

que aborda essa %d&ia. +"o & possvel, no entanto, eu =me eximir daresponsabilidade de propor uma nova vis"o da liberdade, =3 luz dos conceitos desa)de e de criatividade que ten#o =enfatizado.=20

  quest"o da liberdade %á foi introduzida quando me referi ao =fator ambiental quetorna a criatividade in)til, ou a destr!i no =indivduo ao produzir um estado dedesesperan'a. ssa & a =quest"o da liberdade em termos da sua aus4ncia e dacrueldade envolvida tanto na restri'"o fisica como na =aniquila'"o da exist4nc%a

fisica pessoal de um indivduo =atrav&s da domina'"o, como por exemplo numaditadura. ssinalei =que tal domina'"o pode ser encontrada em casa, e n"oapenas no cenário =poltico.> bem sabido que pessoas cora%osas descobriram, =atrav&s dos s&culos, quetin#am um certo senso de liberdade, e mesmo um senso mais incrementadoquando se encontravam =em situa'"o de restri'"o fisica. m al1um outro lu1ar,citei =o verso bem=20

=2PW=20

con#ecidoF “Buros de pedra n"o fazem uma pris"o6 nem =barras de ferro, uma %aula.”m termos do indivduo que tem =al1uma medida da sa)de psiquiátrica, o sensode liberdade n"o fica totalmente dependente da atitude ambiental. Oealmente, &=possvel que as pessoas sintam terror da liberdade quando ela l#es =& permitidaap!s ter sido proibida. Abservou-se al1o assim no =cenário poltico durante o)ltimo meio s&culo, quando tantos pases finalmente alcan'aram a liberdade e=n"o sabiam o que fazer com ela.+um livro que n"o está =essencialmente preocupado com a poltica, o estudodeve ser o do =sentido da liberdade referente 3 sa)de psiquiátrica do indivduo.

Page 117: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 117/142

 queles que entram em contato com a =teoria psicanaltica pela primeira vezsentem, com razoável =freqQ4ncia, que ela, por mais interessante que possa ser,& de =certo modo assustadora. A pr!prio fato de que possa #aver uma teoria dodesenvolvimento emocional do =indivduo relacionada ao ambiente, e de que ateoria possa ser =ampliada para explicar perturba'es no desenvolvimento e

estados =de doen'a, deixa muita 1ente realmente perturbada. pessoa que derpalestras =para 1rupos de estudantes mais vel#os a respeito do desenvolvimento=emocional da crian'a e da din;mica dos dist)rbios mentais e =psicossomáticosespera, de tempos em tempos, abordar a premente quest"o do =determinismo. claro que n"o existe nen#uma teoria dos estados =emocionais e da sa)de, dosdist)rbios da personalidade e das =excentricidades do comportamento que n"o sebaseie em al1um pressuposto determinista. +"o a%uda muito se o =conferencistatenta fazer concesses a al1uma área que este%a de =al1um modo fora dodeterminismo. A estudo da personalidade que está especialmente associado aotrabal#o de /reud, trabal#o esse que =constituiu um enorme avan'o na tentativado #omem de entender a si =mesmo, & uma extens"o da base te!rica da biolo1ia,que por sua =vez & uma extens"o da base te!rica da bioqumica, da qumica e dafisica. 9á um contnuo =nas afirma'es te!ricas sobre o universo, se a pessoacome'a =com a teoria da estrela pulsante e ter- ==20

=2PH=20

mina com a teoria do dist)rbio psiquiátrico e da sa)de no =ser #umano, incluindoa criatividade ou examinando o mundo de modo =criativo, que & a evid4ncia maisimportante de que o #omem está =vivo e de que aquilo que está vivo & o #omem.Abviamente, & muito dificil para al1uns seres =#umanos, talvez para todos, aceitar o determinismo como um fato =básico, e #á muitos camin#os bem con#ecidospara escapar a ele. =$empre que al1u&m ol#a para uma dessas sadas de

emer14ncia, sente al1uma esperan'a de que ela n"o vai =estar bloqueada. orexemplo, se al1u&m examinar a percep'"o =extra-sensorial, vai perceber umatentativa de provar que ela existe, =mas vai sentir uma ambival4ncia no que dizrespeito ao desfec#o, %á que, ao se provar que ela =existe, bloqueia-se umapossibilidade de escape ao determinismo, e o =resultado & mais um exemplo dematerialismo 1rosseiro. A materialismo =n"o & bonito, nem tampouco a1radável,mas tamb&m n"o podemos dizer que dese%amos ficar =permanentementeprocurando uma maneira de escapar ao determinismo.=A conferencista em psicolo1ia din;mica que por repetidas vezes =encontra essetipo de ob%e'"o a seu tema como um todo, por parte de um estudante que fique=perturbado pelo determinismo implicado, lo1o percebe que esse problema =n"o

afeta todos os estudantes o tempo todo. +a verdade, a maioria das =pessoas n"ofica incomodada pelo entendimento, at& onde ele possa existir, de que a vida tem=uma base determinista. De repente, o assunto adquire uma import;ncia =vitalpara o estudante, ou pode tornar-se momentaneamente importante =paraqualquer pessoa, mas o fato & que a maioria das pessoas se sente livre paraescol#er a maior parte do =tempo. > esse sentimento de ser livre para escol#er ede ser capaz de criar =novamente que torna a teoria determinista irrelevanteFsentimo-nos =livres a maior parte do tempo. A determinismo pode ser apenas um

Page 118: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 118/142

aspecto =da vida inc?modo de vez em quando.=20A que n"o pode ser i1norado & o fato de que uma propor'"o =muito 1rande depessoas, #omens, mul#eres e crian'as, =sen=-=20

=$I9=20

tem-se intensamente perturbadas por al1o, e isso pode facilmente =tomar a formade uma revolta contra o determinismo. recisamos examinar =o que vem a seresse medo e encará-lo com seriedade. A sentimento de liberdade contrasta em talmedida com =o sentimento de n"o ser livre que um estudo desse contraste torna-se =imperativo.9á uma coisa muito simples que pode ser dita sobre =esse assunto complexo,que & que a doen'a psiquiátrica & sentida como uma esp&cie de =pris"o, de modoque uma pessoa doente do ponto de vista =psiquiátrico pode se sentir ainda maisrestrin1ida na doen'a do =que uma pessoa que este%a numa pris"o de verdade. >necessário descobrir al1um modo de compreender o que a pessoa doente=descreve em termos de falta de liberdade. 9á uma maneira de =considerar essa

quest"o, baseada em teorias %á bem 1astas que =sur1iram da práticapsicanaltica. Deve-se recordar que, enquanto que em rela'"o 3 sa)de =a teoriapsicanaltica tem muito a aprender, no que diz respeito a =doen'as ela %á sabemuito. o investi1ar esse problema, & =)til fazer um balan'o da sa)de psiquiátricae da doen'a em termos das defesas que se or1anizaram na =personalidade#umana. :ais defesas assumem muitas formas, e foram =enunciadas em toda asua complexidade por vários autores li1ados 3 =psicanálise. +"o #á d)vida, noentanto, de que as defesas s"o uma parte essencial da =estrutura dapersonalidade #umana, e que sem a or1aniza'"o das =defesas s! existe o caos ea or1aniza'"o de defesas contra o =caos.Um conceito )til aqui & que na sa)de psiquiátrica #á uma ==fle&iilidade =na

=or1aniza'"o das defesas, enquanto que na doen'a psiquiátrica, pelo contrário,as defesas s"o relativamente =r1idas. ode-se detectar um senso de #umor nasa)de mental como =parte da capacidade de brincar, sendo o senso de #umoruma esp&cie de =%o1o de cintura na área da or1aniza'"o das defesas. sse %o1ode cintura dá um sentimento de =liberdade tanto para o su%eito quanto paraaqueles que est"o ou que =dese%am ficar envolvidos com o indivduo em quest"o.=+o=20 extremo da

=2(0=20

doen'a psiquiátrica, n"o #á %o1o de cintura na =or1aniza'"o defensiva, de tal

maneira que o indivduo se =entedia com sua pr!pria estabilidade na doen'a. >essa ri1idez =de or1aniza'"o defensiva que faz as pessoas se queixarem de faltade liberdade. ssa =& uma quest"o muito diferente do tema filos!fico do=determinismo, devido ao fato de as alternativas para a liberdade e a =falta deliberdade serem inerentes 3 pr!pria natureza #umana, e de tais problemasconstantemente exi1irem =resolu'"o imediata na vida de qualquer pessoa. $"o=particularmente ur1entes na vida do beb4 e da crian'a pequena, e=conseqQentemente na vida dos pais, que est"o o tempo todo elaborando

Page 119: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 119/142

alternativas de adapta'"o e treinamento, =esperando dar 3 crian'a aquelaliberdade de impulso que faz com =que a vida se%a sentida como real e valendo apena ser vivida e =que conduz a uma vis"o criativa dos ob%etos e tamb&m 3alternativa representada pelo =aprendizado e pela necessidade de os paisretomarem sua pr!pria vida =privada, mesmo 3 custa dos 1estos impulsivos da

crian'a e das =reivindica'es de auto-express"o.=209o%e em dia, em nossa cultura, estamos col#endo as recompensas de uma=era em que n"o se poupam esfor'os para dar 3s crian'as os =prim!rdios deal1um senso da liberdade de elas existirem por si mesmas, =apesar de al1unsdesses resultados serem desconfortáveis quando a =crian'a c#e1a 3adolesc4ncia. ode-se observar uma tend4ncia social de rea1ir a isso, de talmaneira que aqueles que assumem a =responsabilidade pelo mane%o deadolescentes dificeis tendem a =questionar a validade das teorias que fizeramcom que toda uma =1era'"o tentasse dar 3s crian'as um bom come'o. m outraspalavras, a sociedade está sendo estimulada, pelas =pessoas que amam aliberdade, a adotar medidas severas, que =eventualmente podem resultar numaditadura. sse & o peri1o. 9á =problemas administrativos enormes e um 1randedesafio=203 teoria que compe a espin#a dorsal de nosso trabal#o.=20

=2(K=20

==ustri'/t= A =ameaça à liberdade=Vonsiderar o conceito de liberdade conduz a um exame da amea'a 3 =liberdade.:al amea'a sem d)vida existe, e o )nico momento =adequado para investi1á-la &antes de a liberdade ser perdida. +a medida em que se considera a liberdadecomo uma =quest"o da economia interna do indivduo, n"o & fácil =destru- la6 ouse%a, se a liberdade & vista antes em termos da =flexibilidade do que da ri1idez naor1aniza'"o defensiva, ent"o trata-se de um aspecto da sa)de do =indivduo, e

n"o do tratamento a ele dispensado. +o entanto, =nin1u&m & independente domeio, e existem condi'es ambientais que destroem o sentimento de liberdademesmo naqueles que =poderiam 1ozá-lo. Uma amea'a prolon1ada poderia minara sa)de =mental de qualquer pessoa e, como eu tentei enunciar, a ess4ncia da=crueldade & destruir no indivduo aquele 1rau de esperan'a que faz al1umsentido a partir do =impulso criativo e do viver e pensar criativos.$upondo que exista =uma amea'a 3 liberdade, ent"o & necessário dizer, antes=de tudo, que o peri1o adv&m do fato de que aqueles que s"o livres tantointernamente como no =contexto social s"o passveis de assumir a liberdadecomo al1o =1arantido. qui existe al1o comparável 3 necessidade de deixar com=que m"es e pais que est"o lidando satisfatoriamente com seus beb4s e crian'as

saibam que =tudo aquilo que est"o fazendo tem import;ncia, bem como &=a1radável ou satisfat!rio em al1uma medida. $e as coisas est"o =correndo bem,eles d"o tudo isso como certo e n"o se apercebem de que est"o lan'ando as=bases da sa)de mental de toda uma nova 1era'"o. $"o muito =facilmenteempurrados para o lado ou para trás, por qualquer pessoa que ten#a um sistemade pensamento, ou se%a, =qualquer pessoa com al1um tipo de convic'"o queprecisa ser =difundida, ou uma reli1i"o a que as pessoas devem ser convertidas.=$"o sempre as coisas naturais que acabam sendo estra1adas, como quando

Page 120: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 120/142

uma =nova auto-estrada & construda exatamente no isolamento do campo, =ondese podia encontrar serenidade. =sere-

2(2

=n=idade ==n"o sabe como lutar por si mesma, e o impulso ansioso pelo avan'oe =pelo pro1resso parece conter toda a din;mica. id&ia está =contida na frase de\obn BaZnard [eZnes, “A pre'o da liberdade =& a eterna vi1il;ncia”, que acabousendo adotada como lema pelo ==eE Statesman(==xiste, portanto, uma amea'a 3 liberdade e a todos os fen?menos naturais,simplesmente porque eles =n"o cont4m o impulso da propa1anda, e quando osfen?menos =naturais forem atropelados %á será tarde. or pouco que possa=parecer, %á & al1uma coisa mostrar, para as pessoas livres, o valor da liberdade edo =senso de liberdade, mesmo que se c#e1ue ao ponto de c#amar a =aten'"opara o fato indubitável de que o “sentir-se =livre” pode provocar exatamente asrestri'es em rela'es 3s quais se aprecia a liberdade. > claro que =isso se referea restri'es no meio ambiente, mas #á um valor =limitado para a liberdade interior,que descrevi em termos de =flexibilidade na or1aniza'"o das defesas, se ela for

experimentada conscientemente apenas em =circunst;ncias persecut!rias.Vom base nisso & =interessante, sen"o valioso, examinar outras razes paraexistir =uma amea'a a tudo aquilo que & natural. su1est"o que estou tentandoapresentar & que, quando descrevemos al1o =dizendo que & natural, e que sereferir aos seres #umanos e 3 =personalidade #umana, estamos tentandodescrever al1o que tem a ver com =a sa)de. m outras palavrasF=20a maioria das pessoas & razoavelmente saudável e 1oza de sua =sa)de semter muita consci4ncia disso, ou mesmo sem saber que =possui sa)de. +o entanto,sempre #á indivduos na comunidade =cu%a vida & dominada em al1uma medidapor al1um dist)rbio psiquiátrico, ou =por al1uma infelicidade cu%a ori1em l#es &descon#ecida, ou por uma =incerteza de que est"o felizes por estarem vivos ou

de que querem continuar vivos. :entei resumir =isso dizendo que essas pessoassofrem de uma ri1idez de defesas. +em =sempre se percebe que aqui #á al1omais profundo at& do que as =distin'es de classe social. Bais fundo do que ocontraste entre pobres e ricos, =ainda que os problemas =práti=-=20

====,:3 ==20

cos associados a qualquer desses dois extremos produzam efeitos =t"opoderosos que esses efeitos acabam facilmente dominando o =cenário.Iuando o psiquiatra e o psicanalista observam o mundo, =n"o podem deixar deperceber que existe esse terrvel contraste entre os que s"o livres para aproveitara vida e =vivem criativamente e os que n"o s"o livres por estar o tempo todo

=lidando com a amea'a da ansiedade ou de um colapso, ou a amea'a de =umdist)rbio comportamental, que s! faz sentido quando se con#ece o contexto1lobal.m outras =palavras, para aqueles que t4m mais do que certo 1rau de perda de=liberdade por terem de enfrentar os efeitos de uma fal#a ambiental, ou =talvezuma fal#a #ereditária, a sa)de=20& al1o que s! pode ser observado a dist;ncia, eque n"o pode =ser alcan'ado, e aqueles que a alcan'am deveriam ser=destrudos. quantidade de ressentimento acumulado nessa área =& terrvel e

Page 121: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 121/142

corresponde 3 culpa da pessoa que está bem por se sentir bem. +esse sentido, as=pessoas que est"o bem s"o “aquelas que t4m”, e os doentes =s"o “aqueles quen"o t4m”. s pessoas que est"o bem se or1anizam febrilmente para a%udar osdoentes, os infelizes e os =insatisfeitos, e os suicidas em potencial, do mesmomodo como ocorre na =esfera econ?mica, onde os que t4m din#eiro suficiente t4m

o impulso de ser caridosos, como que tentando afastar o fluxo de =ressentimentoesperado por parte dos outros membros da comunidade que =n"o t4m o alimentonem o din#eiro que l#es daria liberdade para se mover e talvez para encontraral1o que valesse a pena =procurar.$! & possvel observar o mundo de um modo de =cada vez, e ainda que oscontrastes econ?micos e psiquiátricos =ten#am muitas afinidades um com o outros! se pode c#amar a aten'"o para um aspectoF o da sa)de e o da =doen'amental. oder-se-ia fazer refer4ncia ao mesmo assunto em =termos de educa'"o,ou de beleza fisica, ou de quociente de =inteli14ncia. +o momento & suficientec#amar a aten'"o para o desentendimento que deve =existir entre os que est"obem e os que n"o est"o, no sentido ==20

=2((=20

psiquiátrico. Vomo & fácil 3queles que est"o bem =desenvolverem uma esp&ciede auto-respeito, o que sem d)vida =provoca um !dio ainda maior naqueles quen"o est"o bem.=Oecordo-me aqui de um ami1o, uma !tima pessoa, que fez muito em suacarreira m&dica, e que era muito =respeitado em sua vida privada. ra umapessoa um tanto deprimida. =embro-me de uma discuss"o a respeito da sa)deem que ele =surpreendeu um enorme 1rupo de m&dicos, todos totalmenteempen#ados na elimina'"o de doen'as, ao =iniciar sua contribui'"o com aspalavrasF “c#o a sa)de =repulsiva5” le falava a s&rio. Vontinuou 7mobilizando

seu senso de #umor8 descrevendo o modo como =um ami1o, com quem viveraquando estudante de medicina, acordava bem =cedo, tomava ban#o frio e seexercitava, come'ando o dia c#eio de =;nimo. m contraste, ele ficava deitado nacama, todo deprimido, incapaz =de se levantar a n"o ser quando temia asconseqQ4ncias de =n"o faz4-lo.ara considerar em sua totalidade essa =quest"o do ressentimento da pessoapsiquiatricamente doente em rela'"o =3s pessoas que est"o bem, e n"o se deixar apan#ar em defesas =r1idas ou na sintomatolo1ia de al1uma doen'a, &necessário =examinar a teoria da doen'a psiquiátrica. > sempre estran#o quandoum psicanalista enfatiza o fator =ambiental. Dentre todas as pessoas, foram ospsicanalistas que c#amaram =a aten'"o para o conflito no indivduo que forma a

base da =psiconeurose e da doen'a mental. :em sido imensamente valiosa acontribui'"o da =psicanálise que capacitou pessoas adequadamente qualificadasa tratar =dos indivduos, em vez de permanecerem culpando o ambiente. As=indivduos 1ostam de sentir que a doen'a pertence a eles e ficam aliviadosquando v4em o analista tentando =buscar as razes de sua doen'a nelesmesmos. +uma extens"o =variável, essa busca & bem-sucedida. > importante, noentanto, que o analista que este%a promovendo tal =tratamento se%a selecionadode modo correto e tamb&m se%a treinado =para usar a t&cnica6 a%uda muito o fato

Page 122: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 122/142

de ele ou ela terem =experi4ncia no trabal#o. m nen#um caso, portanto, seelimina totalmente o=20

==$=5 ==20

fator ambiental. +a busca da etiolo1ia da doen'a, os pr!prios =psicanalistasdescobriram que & necessário recuar 3s =questes da intera'"o entre o beb4 ou acriancin#a e o meio =ambiente. quilo que 9einz 9artmann c#amou de “ambiente=esperado em =m&dia”=**PP20 , eu c#amei de “m"e devotada comum”, e outrost4m- se utilizado de termos parecidos para descrever um ambiente =facilitador queprecisa ter determinadas qualidades para o processo =maturacional na crian'apequena ser efetivo e a crian'a se tornar uma pessoa real, no sentido de se sentirreal num mundo =real.$em descartar a tremenda import;ncia de se descobrirem as =ori1ens dodesconforto de al1u&m nele mesmo, em sua #ist!ria pre1ressa, e em suarealidade interna, acabou sendo necessário admitir ou =reivindicar que, emquestes de etiolo1ia, em )ltima análise, o =importante & o ambiente. m outras

palavras, se o ambiente for =satisfat!rio, ent"o o beb4, a criancin#a, a crian'a emcrescimento, a crian'a mais vel#a e o =adolescente t4m c#ances de crescer deacordo com o potencial #erdado. =Do outro lado da lin#a, em que a provis"o ambiental n"o & =satisfat!ria, oindivduo, em al1uma medida, ou talvez em 1rande medida, n"o & capaz de=alcan'ar plenitude em rela'"o a seu potencial. 9á, portanto, =uma afirma'"overdadeira a se fazer, em cada caso, a respeito =“daqueles que est"o bem” e“daqueles que n"o est"o bem” em termos psiquiátricos, e =pode-se ver oressentimento a1indo em fun'"o dessa esp&cie de =distin'"o. stou su1erindoque, embora todas as outras esp&cies =de distin'"o de classe ten#am suavalidade e produzam ressentimentos pr!prios, o =ressentimento que descrevo

talvez se%a o mais si1nificativo de todos. => verdade que um 1rande n)mero deindivduos que tiveram um desempen#o excepcional, ou que movimentaram omundo, =ou que deram al1uma contribui'"o notável, pa1aram um alto =pre'o porterem sido o que foram ==20

=2(*=20

para o mundo, como se estivessem na fronteira entre os que =“t4m” e os que “n"ot4m”. ode-se perceber que =deram al1uma contribui'"o excepcional a partir dainfelicidade, ou =movidos por um sentido de amea'a interna. @sso no entanto n"oaltera o fato de existirem dois =extremos nessa áreaF os que t4m al1o que

preenc#e a si pr!prios =e os que, em fun'"o de fal#as ambientais durante asprimeiras =fases de suas vidas, n"o s"o capazes de preenc#er a si mesmos.Deve-se esperar que os )ltimos se =ressintam da exist4ncia dos primeiros. Ainfeliz vai tentar destruir =a felicidade. queles que s"o apan#ados na pris"o dari1idez de =suas pr!prias defesas v"o tentar destruir a liberdade. queles que n"opodem ter um pleno =1ozo de seu corpo v"o tentar interferir com o 1ozo do corpo.mesmo de =seus pr!prios fil#os, a quem amam. queles que n"o amam v"o=tentar destruir, por meio do cinismo, a simplicidade das rela'es =naturais6 e

Page 123: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 123/142

aqueles 7do outro lado da fronteira8 que est"o =demasiadamente doentes para sevin1ar, e que passam a vida em #ospitais =psiquiátricos, fazem com que os sadiosfiquem se sentindo culpados por serem =sadios e livres para viver em sociedade eparticipar da poltica =local e mundial.9á muitas maneiras de descrever tudo isso, ou =se% a, o peri1o para a liberdade

que a pr!pria liberdade 1era. queles que est"o suficientemente bem e=suficientemente livres precisam ser capazes de suportar o triunfo =inerente a seuestado. +"o foi nada al&m da sorte o que l#es deu a =oportunidade de seremsaudáveis.=20

=2(W=20

==p1===20

=====20

=20

====Al!umas refle6ões sobre o si!nificadoda #alavra=,;democracia<==0scrito para o ==9uman Oelations, =2#nho de 195%==ntes de mais nada, permitam-me dizer que estou ciente de estar fazendo=comentários a respeito de um assunto que se situa fora da min#a especialidade.=ode ser que os soci!lo1os e os cientistas polticos se ressintam =de talimpertin4ncia. Besmo assim, me parece valioso que os pesquisadores cruzem=temporariamente as fronteiras, desde que considerem 7como eu8 que suas=observa'es v"o inevitavelmente parecer in14nuas aos que =con#ecem aliteratura relevante ao tema e est"o familiarizados com um %ar1"o profissional queo intruso i1nora. =

9o%e em dia, a palavra “democracia” tem 1rande =import;ncia. > usada com todotipo de sentido6 a v"o =al1unsFK. Um sistema social onde quem manda & o povo.2. Um sistema social em que o povo escol#e o lder. =P. Um sistema social em que o povo escol#e o 1overno.(. Um =sistema social em que o 1overno dá liberdade ao povo em rela'"o =aFa8 pensar e expressar opinies,b8 empreendimentos.=5( =Um =sistema social que, existindo num perodo de sorte, pode permitir queos indivduos 1ozem de liberdade de =a'"o.=20

==,=:"=20

==ustri'/t==ode-se estudarFK. etimolo1ia da palavra.=202. #ist!ria das institui'es sociais 1re1os, romanos, =etc.P. A uso da palavra nos vários pases e culturas =contempor;neas <r"-Sretan#a, stados Unidos, O)ssia, =etc.=20(. A uso abusivo que ditadores e outros fazem da palavra, en1anando o

Page 124: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 124/142

=povo, etc.m qualquer discuss"o de um termo como democracia, =& obviamente muitoimportante conse1uir uma defini'"o que se%a =adequada para o tipo especfico dediscuss"o em pauta.= A =psicologia do #so do termo

==$erá possvel usar psicolo1icamente esse termoG ceitamos e nosacostumamos a =estudos psicol!1icos de outros termos dificeis, tais como =“%uzonormal”, “personalidade saudável”, =“indivduo bem a%ustado 3 sociedade”, eesperamos que tais estudos se%am valiosos na medida em que d4em =plenaimport;ncia aos fatores emocionais inconscientes. Uma das =tarefas da psicolo1ia& estudar as id&ias presentes e as id&ias =latentes ao uso de tais conceitos, n"orestrin1indo a aten'"o ao si1nificado !bvio ou consciente. =/az-se aqui uma tentativa de iniciar um estudo psicol!1ico. == A =definiç.o operacional do termo=$% ==arece possvel encontrar um conte)do latente importante no termo=“democracia”, qual se%a, de que uma sociedade democrática & =“madura”, querdizer, que apresenta uma qualidade que & aliada 3 =maturidade individual quecaracteriza seus =membros saudáveis

2C0

=Define-s=e=20

====portanto a democracia, neste estudo, como “uma sociedade bem a%ustada aseus membros ==sa#d)!eisG( =ssa =defini'"o está de acordo com a vis"oexpressa por O. . BoneZ[Zrle.> o modo como as pessoas usam =o termo que tem import;ncia para o psic!lo1o.\ustifica-se um =estudo psicol!1ico seo elemento ==$%mat#ridade ==estiver implicado no termo. su1est"o

& que, em todos os =usos do termo, pode-se encontrar su1eridaa id&ia de maturidade, ou de maturidade relativa, ainda queadmitamos =ser dificil definir esses termos de modo adequado.= A =sa+de psi/#i)tricam =termos psiquiátricos pode-se dizer que o indivduo maduro & o =indivduonormal ou saudável. De acordo com sua idade cronol!1ica e seu contexto social,existe um 1rau apropriado de desenvolvimento =emocional. 7$upe-se que existamaturidade fisica.8

  sa)de =psiquiátrica &, portanto, um termo sem si1nificado fixo. De =maneiraid4ntica, o termo “democrático” n"o precisa ter um si1nificado fixo. Utilizado poruma =comunidade, pode indicar os ==indi!"d#os /#e s.o mais mad#ros, e n.o os/#e s.o menos mad#ros, na estr#t#ra da sociedade( ==Dessa forma, poder-se-iaesperar que o si1nificado cristalizado da =palavra se%a diverso na <r"-Sretan#a,nos stados Unidos e na Uni"o $ovi&tica, e ainda assim descobrir que o termoret&m al1um valor =por implicar o recon#ecimento da maturidade como sa)de.Vomo se =pode estudar o desenvolvimento emocional da sociedadeG :al estado=precisa ser relacionado ao estudo do indivduo, e os dois estudos precisam serfeitos simultaneamerite.=20

=2CK=20

Page 125: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 125/142

==A má'uina democrática==Deve-se fazer uma tentativa de enunciar as qualidades aceitas da máquinademocrática. máquina precisa existir para a ==eleiç.o =de =lderes atrav&s dovoto livre e de elei'es verdadeiramente secretas. =máquina precisa existir paraque as pessoas =se =li!rem dos =lderes por meio da elei'"o secreta. máquina

precisa =existir para a elei'"o ==ilgica e a =remo'"o de lderes.  ess4ncia da máquina =democrática & o voto livre 7elei'"o secreta8. A ponto,aqui, =& que ela 1arante a liberdade de o povo expressar seus sentimentos mais=profundos, ==separados dos pensamentos conscientes$(+o =exerccio do voto secreto, toda a responsabilidade pela a'"o =& assumidapelo indivduo, se ele for suficientemente saudável para isso. A voto expressa odesfec#o de uma luta dele consi1o =mesmo, tendo sido a cena externainternalizada e portanto trazida em =forma de associa'es ao inter%o1o de for'asexistentes em seu =pr!prio mundo pessoal, interno. @sto &, a decis"o sobre amaneira de votar & a express"o da =solu'"o de uma luta dentro da pessoa. Aprocesso parece ser mais =ou menos o que se se1ue. A indivduo torna pessoal acena externa, =com seus muitos aspectos sociais e polticos, no sentido de que seidentifica 1radualmente com todas as partes =em conflito. @sso si1nifica que elepercebe a cena externa em termos de =sua pr!pria luta interna, etemporariamente permite que sua luta =interna se%a travada em termos da cenapoltica externa. sse processo de vaiv&m envolve trabal#o, toma =tempo e fazparte da máquina democrática, no sentido de =proporcionar um tempo deprepara'"o. Uma elei'"o s)bita =produziria um a1udo senso de frustra'"o noeleitorado. A mundo interno de cada votante==2C2=20

tem que ser transformado em arena poltica durante um perodo =limitado detempo.$e #ouver d)vidas quanto ao si1ilo da =elei'"o, o indivduo, mesmo que se%asadio, s! pode =expressar suas =reaçes ==atrav&s do voto.= A =m)/#ina democr)tica imposta==$eria possvel impor a máquina democrática a uma comunidade, =mas isso n"oseria criar uma democracia. $eria necessário =al1u&m para continuar a manter amáquina 7para elei'es secretas, etc.8 =e tamb&m para for'ar as pessoas aaceitarem os resultados.==A tendência democrática inata=, =  =democracia & uma aquisi'"o, num certo momento, de uma sociedade=limitada, isto &, de uma sociedade que tem al1uma fronteira natural. ode-sedizer de uma democracia de =verdade 7como o termo & usado #o%e8F = =esta

sociedade, neste momento, h) mat#ridade s#ficiente no desen!ol!imentoemocional de #rna =proporç.o s#ficiente de indi!"d#os /#e a compem, a pontode =e&istir #ma tend'ncia inatJ em direç.o ) criaç.o, K =recriaç.o e Kman#tenç.o da m)/#ina democr)tica(==$eria importante descobrir que propor'"o de indivduos & =necessária para#aver uma tend4ncia democrática inata. xpressando isso de outra maneiraF qual& a =propor'"o de =indiv-

Page 126: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 126/142

=$5I=20

duos anti-sociais que uma sociedade pode conter sem que a =tend4nciademocrática inata submer%aG==Lma s#posiç.o$e a =$e1unda <uerra Bundial, e o esquema de evacua'"o em particular,=elevou a propor'"o de crian'as anti-sociais na <r"-Sretan#a =de x por centopara, di1amos, 5& =por =cento, isso poderia ter afetado com facilidade o sistemaeducacional, de =modo que a orienta'"o educacional seria para os =5& =por=cento anti-sociais exi1indo m&todos ditatoriais, e distante das K00 = 5& =por=cento das crian'as que n"o fossem anti-sociais.Uma d&cada depois, esse problema poderia ser enunciado da se1uinte formaF=enquanto uma sociedade podia dar conta de x por cento de criminosos,=se1re1ando-os em prises, =5& =por =cento deles tenderiam a produzir umareorienta'"o 1eral em =dire'"o aos criminosos.= A =identificaç.o imat#ra com a sociedade=Vaso =existam, em determinado momento numa sociedade, x indivduos que=demonstrem sua falta de senso social desenvolvendo uma tend4ncia anti-social,#á uma quantidade =* =de =indivduos rea1indo 3 inse1uran'a interna atrav&s da=tend4ncia alternativa a identifica'"o com a autoridade. ssa =identifica'"o &doentia, imatura, pois n"o & uma =identifica'"o com a autoridade que sur1e daautodescoberta. > o =senso da moldura sem o senso do quadro, um senso daforma sem a manuten'"o da =espontaneidade. > uma tend4ncia pr!-sociedademas =antiindivduo. s pessoas que se desenvolvem dessa maneira podem ser=c#amadas de “anti-sociais ocultas”.=20As anti-sociais ocultos n"o s"o “pessoas totais”, n"o =mais do que os anti-sociais manifestos, %á que cada um deles precisa ==20

=2C(=20

encontrar e controlar a for'a conflitante no mundo externo, fora =do =self =mcontraste, a pessoa saudável, que=20& capaz de ficar deprimida, & capaz deencontrar o conflito =inteiro dentro do ==self =tanto quanto & capaz de v4-lo forado ==self =na realidade externa 7compartil#ada8 Iuando pessoas saudáveis sea1rupam, cada uma delas contribui com um mundo completo, pois =cada umadelas traz uma pessoa completa.As anti-sociais ocultos =proporcionam um tipo de lideran'a que &sociolo1icamente imatura. =l&m disso, esse elemento numa sociedade fortalecemuito o peri1o que =deriva de seus elementos francamente anti-sociais,

especialmente quando =as pessoas comuns permitem com muita facilidade queos indivduos que =t4m impulso para liderar ven#am a ocupar postos- c#ave. Umavez nessa =posi'"o, esse lder imaturo imediatamente come'a a se rodear =deindivduos anti-sociais !bvios, que l#e d"o boas-vindas, =como se ele fosse seuc#efe natural=207falsa resolu'"o da divis"o8.=7s =indeterminados==+unca & t"o simples assim, pois, se #ouver 7x = =*N =por cento de indivduosanti-sociais numa comunidade, n"o & verdadeiro dizer que K00 7x = =*N =por

Page 127: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 127/142

cento s"o “sociais”. 9á os que est"o numa =posi'"o indeterminada. oder-se-iaformular isso da se1uinte maneiraF=20

 nti-sociais@ndeterminadosr!-sociedade por&m =anti indivduo@ndivduos saudáveis, capazesde =contribui'"o social=20

:A:=20

:oda a responsabilidade democrática recai sobre os K00 =7x = Z = *N =por=cento de indivduos que est"o amadurecendo=20

x por centoZ por cento=* =por =cento

K00 7x `Z ` *N =por =centoK00 por cento=20

=$55 =20

como indivduos, e que est"o 1radualmente se tornando capazes =dc acrescentarum sentido social a seu bem fundamentado desenvolvimento =pessoal.Iue porcenta1em representa K00 6 = =Z *N =por =exemplo, na <r"-Sretan#a de #o%eN=20G :alvez bem pequena, di1amos P0 por cento. $e #ouver P0por cento de =pessoas maduras, talvez 20 por cento dos indeterminados possamser =suficientemente influenciados a ponto de serem incluidos entre os =maduros,

elevando ent"o o total para C0 por cento. $e, no entanto, a porcenta1em maduracair =para 20 por cento, pode-se esperar uma queda ainda maior na porcenta1em=dos indeterminados que a1iriam de modo maduro. $e os P0 por cento madurosna comunidade recuperarem os 20 por cento =indeterminados, ou se%a, um totalde C0 por cento, talvez 20 por cento =dos maduros na comunidade s! recuperemK0 por cento dos =indeterminados, ou se%a, um total de P0 por cento.=20nquanto um total de C0 por cento indicaria uma tend4ncia =democrática inatasuficiente para efeitos práticos, P0 por cento =n"o seriam suficientes para evitaruma submers"o no meio =constitudo pelos anti-sociais 7ocultos e manifestos8somados aos indeterminados6 =estes )ltimos, por suas fraquezas, ou por seumedo, seriam =persuadidos a se associar aos anti- sociais.

$e1ue-se uma =tend4ncia antidemocrática, uma tend4ncia para a ditadura,caracterizada no incio por um inc#a'o =febril da fac#ada democrática 7fun'"oencobridora do termo8. =Um sinal dessa tend4ncia & a institui'"o correcional, a ditadura localizada, ocampo de treinamento para os =lderes pessoalmente imaturos que s"o anti-sociais invertidos =7pr!-sociais por&m antiindivduos8.:anto a pris"o =como o #ospital psiquiátrico de uma sociedade saudável est"operi1osamente pr!ximos da =institui'"o correcional. > por essa raz"o que os

Page 128: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 128/142

m&dicos =dos criminosos e dos insanos t4m que estar constantemente em 1uarda=se n"o quiserem de repente se ver usados, sem perceber, como a1entes da==20

=2C*=20

tend4ncia antidemocrática. +a verdade, sempre deve existir =uma lin#a fronteiri'ana qual a distin'"o entre o tratamento =corretivo do oponente poltico ouideol!1ico e a terapia da pessoa =insana n"o & clara. 7Oeside aqui o peri1o socialdos m&todos fisicos de terapia =do paciente psiquiátrico, comparado com averdadeira psicoterapia, ou =mesmo da aceita'"o de um estado de insanidade.m psicoterapia, o =paciente & uma pessoa que está em p& de i1ualdade com om&dico, que tem o direito de estar =doente, e tamb&m o direito de reivindicarsa)de e plena =responsabilidade por vises pessoais, polticas ou =ideol!1icas.8

 A =criação do fator democrático inato=$e =democracia & maturidade, e maturidade & sa)de, e se a sa)de & dese%ável,ent"o vamos procurar al1o que =possa promov4-la. Vom toda certeza, n"o a%uda

nada impor uma =máquina democrática a um pas.:emos que voltar ao 1rupo =dos K00 7x =Z = =*N =indivduos. :udo dependedeles. As membros desse 1rupo podem insti1ar =a pesquisa.odemos descobrir que, em qualquer &poca, nada podemos fazer para aumentara quantidade do fator =democrático inato, comparativamente ao que foi feito 7oun"o8 =pelos pais e lares dos indivduos quando beb4s, crian'as e =adolescentes.=20odemos, no entanto, evitar comprometer o futuro. odemos evitar =interferirnos lares que podem dar conta, ou que est"o dando conta, =de lidar com suaspr!prias crian'as e adolescentes. sses ons =lares com#ns ==fornecem o )nicocontexto em que se pode criar o fator democrático =inato. sse & um enun-

=,*) =20

ciado realmente modesto sobre a contribui'"o positiva, pois =#á umacomplexidade surpreendente em sua aplica'"o.==$%4atores ad!ersos ao f#ncionamento de #m om lar com#m=K. => muito dificil as pessoas recon#ecerem que a ess4ncia de uma=democracia realmente repousa no #omem comum, na mul#er comum e no larcomum.2. Besmo =que uma poltica 1overnamental sábia confira liberdade para que os=pais conduzam seus lares a seu modo, isso n"o si1nifica que os =funcionáriosque colocam as polticas oficiais em prática ir"o respeitar a posi'"o dos pais. =

P. Sons pais comuns n"o precisam de a%uda. recisam de tudo o =que a ci4nciapode oferecer em termos de sa)de fisica e de =preven'"o e tratamento daenfermidade fisica6 tamb&m querem instru'es =sobre puericultura e a%udaquando seus fil#os apresentam doen'as =psicol!1icas ou problemas decomportamento. Bas, caso procurem tal =assist4ncia, será que eles podem tercerteza de que sua responsabilidade n"o vai ser =retiradaG $e isso ocorrer, elesdeixar"o de ser os criadores do fator =democrático inato.(. Buitos pais n"o s"o bons pais =comuns. $"o casos psiquiátricos, ou s"o

Page 129: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 129/142

imaturos, ou s"o anti-sociais num sentido mais amplo, ou =socializados apenasem sentido restrito6 ou n"o s"o casados, ou =t4m uma rela'"o instável, ou vivemdiscutindo, ou s"o separados, e assim por diante. sses pais atraem a aten'"o da=sociedade por causa de seus defeitos. A problema &Fserá que =a sociedade percebe que n"o se pode permitir que a orienta'"o =em

dire'"o a essas caractersticas patol!1icas afete a orienta'"o em dire'"o aos=lares saudáveis comunsG ==20

=2CH=20

=5( ==20m qualquer dos casos, a tentativa dos pais de proporcionarem paraseus =fil#os um lar, no qual eles possam crescer como indivduos e em que =cadaum ==!) grad#almente acrescentando a =capacidade de se identificar com ospais, e em se1uida com a1rupamentos =cada vez maiores, come'a no incio,quando a m"e entra em =acordo com seu beb4, A pai, aqui, & o a1ente protetorque liberta a m"e para que ela se dedique ao =beb4.9á muito se recon#ece a import;ncia do lar, e =recentemente os psic!lo1os

descobriram muita coisa em rela'"o =ao modo como um lar estável n"o apenascapacita as crian'as a encontrarem a si mesmas e aos outros, =mas tamb&m fazcom que elas comecem a se qualificar como membros da =sociedade, numsentido mais amplo.Bas a quest"o da =interfer4ncia na rela'"o inicial m"e- crian'a exi1e umaconsidera'"o especial. m nossa sociedade, =#á uma interfer4ncia crescentenesse aspecto, e #á o peri1o =extra de que al1uns psic!lo1os defendam o pontode vista de que a =)nica coisa que importa & o cuidado fsico. @sso s! podesi1nificar que, na fantasia inconsciente das =pessoas em 1eral, as fantasias maisterrveis se re)nem em torno =da rela'"o m"e-crian'a. +a prática, a ansiedade=inconsciente & representada porF

K. Uma=204nfase exa1erada nos processos ==Oisicos =da =sa)de, por parte dem&dicos e at& de psic!lo1os.2. Márias teorias de que a amamenta'"o ao seio & ruim, de que o =beb4 precisaser treinado assim que nasce, de que os beb4s n"o =deveriam ser manipuladospelas m"es, etc.6 e 7no ne1ativo8 de que a =amamenta'"o tem =de =ser instituda,de que n"o se deve fazer nen#um treinamento e de =que %amais se deveria deixar os beb4s c#orar, etc.P. Uma interfer4ncia no acesso da m"e ao =beb4 nos primeiros dias, e na primeiraapresenta'"o da =realidade externa que a=20

=2CT=

==m"e fa'a ao beb4. final de contas, essa & a base da capacidade que o novoindivduo tem para se relacionar com =uma realidade externa cada vez maisampla6 caso se estra1ue ou impe'a =a tremenda contribui'"o da m"e, realizada=atra!Ds de s#a de!oç.o, ==n"o resta nen#uma esperan'a de que o indivduoeventualmente passe para o 1rupo K00 =& = Z = =x8, =que 1era sozin#o ofator democrático inato.=/esenvolvimento de temas subsidiários> a eleição de #essoas ===Autra parte essencial da máquina democrática & o fato dc se ele1er uma

Page 130: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 130/142

==pessoa( ==9á muita diferen'a entreF K8 o voto para uma pessoa6 28 o voto paraum partido com um =con%unto de tend4ncias6 e P8 o apoio um princpio ntido, por=meio de elei'es.K. elei'"o de uma pessoa implica que os eleitores acreditam em si mesmoscomo pessoas, e portanto =acreditam na pessoa que nomeiam ou em quem

votam. pessoa eleita tem a =oportunidade de a1ir como pessoa. nquantopessoa total 7saudável8, o eleito traz o conflito total dentro de si, que o capa- cita a=ter uma vis"o, ainda que pessoal, da situa'"o externa total. => claro que elepode pertencer a determinado partido e ser con#ecido =por determinadatend4ncia. +o entanto, ele pode se adaptar de modo sutil a condi'es =que semodifiquem6 se ele realmente modificar sua tend4ncia =principal, poderá sereele1er.2. elei'"o de um partido =ou de uma tend4ncia 1rupal & relativamente menosmadura. +"o requer que os eleitores confiem num =ser #umano. ara as pessoasimaturas, no entanto, & o )nico =procedimento l!1ico, precisamente porque apessoa imatura n"o pode =conceber ou acreditar num indivduo realmentemaduro. A resultado do voto para partidos ou =tend4ncias, ou se%a, para umacoisa e n"o para uma pessoa, & o =estabelecimento de um panorama r1ido, maladaptado a rea'es=20

=$6% =,==sensveis. +"o se pode amar ou odiar a =coisa =que =se ele1eu quando ela &adequada para indivduos que t4m um =senso de self =mal =desenvolvido. oder-se-ia dizer que um sistema de vota'"o & =menos democrático, por ser menosmaduro 7em termos do desenvolvimento emocional do indivduo8, quando a=4nfase & colocada no voto ao princpio ou partido, e n"o no =voto 3 pessoa.P. vota'"o de um ponto especfico se encontra ainda mais afastada de qualquercoisa que possa estar =associada 3 palavra “democracia”. 9á muito poucamaturidade =num referendo 7ainda que ele possa se a%ustar, em situa'esexcepcionais, a um sistema maduro8, xemplo de um referendo =in)tilF oplebiscito sobre a paz da <r"-Sretan#a feito no =perodo entre- 1uerras. spessoas foram solicitadas a responder a =uma per1unta especficaF “Moc4 & afavor da 1uerra ou a favor da pazG” Um 1rande n)mero de pessoas =se abstevede votar por saber que a per1unta n"o era razoável. =Dentre aqueles quevotaram, uma propor'"o enorme assinalou com uma =cruz a palavra “paz”, aindaque, na verdade, quando as circunst;ncias se modificaram, =estivessem a favorda 1uerra, quando ela come'ou, e tomassem parte na =luta. quest"o & que,nesse tipo de interro1at!rio, s! =#á espa'o para a express"o dos dese%os==conscientes( ==+"o #á a menor rela'"o entre assinalar a palavra “paz” =numa

c&dula e votar numa pessoa que & con#ecida por sua luta em favor da =paz,desde que se 1aranta que o fracasso em lutar n"o vai si1nificar =um abandonoindolente de aspira'es e responsabilidades, e a =trai'"o a ami1os.

  mesma ob%e'"o tamb&m se aplica 3s pesquisas <allup de Apini"o =p)blica eoutros inqu&ritos, mesmo que se tome muito cuidado para =que essa armadil#ase%a evitada. De qualquer maneira, o voto por um =ponto especfico&=20realmente um substituto muito pobre do voto em favor de uma pessoa, que,

Page 131: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 131/142

=uma vez eleita, tem um espa'o de tempo no qual utilizar seu =pr!prio %ul1amento. Oeferendos n"o t4m nada a ver com =democracia.=20

==,?=(= =20

==A#oio a uma tendência democrática> sumário=K. A =apoio mais valioso & dado de modo ne1ativo, atrav&s da n"o-interfer4nciaor1anizada na boa rela'"o comum =m"e- crian'a e no bom lar comum.2. ara um apoio mais =inteli1ente, mesmo que do tipo ne1ativo, & necessáriamuita =pesquisa sobre o desenvolvimento emocional do beb4 e de crian'as detodas as faixas etárias, e tamb&m sobre a =psicolo1ia da m"e que amamenta, esobre a fun'"o do pai nos =vários está1ios.P. exist4ncia desse estudo demonstra =uma cren'a no valor da educa'"o para oprocedimento democrático6 sem d)vida, ela s! pode ser =fornecida se #ouvercompreens"o, e s! pode ser )til se =fornecida ao indivduo emocionalmentemaduro ou saudável.(. =Autra conclus"o importante poderia ser que se evitasse implantar a máquina

=democrática em comunidades totais. A resultado s! pode ser o =fracasso e oretrocesso do crescimento democrático verdadeiro. =alternativa valiosa & apoiaros indivduos emocionalmente maduros, mesmo que eles se%am poucos, e deixarque o =tempo fa'a o resto.==Pessoa ==20 ==omem ou muler@=A =aspecto que deve ser considerado & se & possvel substituir a=palavra=20“pessoa” por “#omem” ou “mul#er”.A fato & =que os comandantes polticos da maioria dos lu1ares s"o #omens,=ainda que cada vez mais se utilizem mul#eres em postos de =responsabilidade.:alvez se possa supor que #omens e mul#eres ten#am capacidade i1ual,enquanto =#omens e mul#eres. Vaso contrário, n"o seria possvel dizer que

=apenas =20

=2*2=20

os #omens servem para liderar, sob pretexto de sua maior capacidade =intelectualou emocional para postos polticos superiores. +o =entanto, isso n"o elimina oproblema. > tarefa do psic!lo1o =c#amar a aten'"o para os fatores=inconscientes =que =s"o deixados de lado com facilidade, mesmo emdiscusses s&rias sobre esse tipo de assunto. Deve-se considerar o sentimento=inconsciente popular em rela'"o ao #omem ou 3 mul#er que s"o =eleitos para aposi'"o de c#efes polticos. $e #ouver uma =diferen'a na fantasia, conforme se

trate de um #omem ou de mul#er, isso n"o =pode ser i1norado nem colocado delado pelo comentário de que as =fantasias n"o devem ser levadas em conta porserem “apenas =fantasias”.+o trabal#o psicanaltico e em outros trabal#os associados, descobre-se quetodos os =indivduos 7#omens e mul#eres8 mant4m um certo medo de BU9OC.=l1uns indivduos t4m esse medo em 1rau maior do que outros, mas =pode-sedizer que ele & universal. muito diferente de dizer que um indivduo teme uma=mul#er em particular. sse medo da BU9O & um poderoso a1ente na

Page 132: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 132/142

=estrutura da sociedade, responsável pelo fato de a mul#er manter as =r&deaspolticas em muito poucas sociedades. :amb&m & responsável pelo =enormevolume de crueldade contra as mul#eres, que pode ser encontrado =em costumesaceitos em quase todas as civiliza'es.=20 con#ecida a raiz desse medo da BU9O. Oelaciona- se com o fato de que

=na #ist!ria mais remota de todo indivduo que se desenvolve =adequadamente e& s"o, e que foi capaz de=$6I ==20

==ustri'/t=se =encontrar a si mesmo, existe um d&bito para com uma mul#er aquela que se devotou a ele quando ele =era beb4, e cu%a devo'"o foiabsolutamente essencial para o =desenvolvimento saudável desse indivduo. ssadepend4ncia =ori1inal n"o & recordada, exceto quando o medo da BU9Orepresentar o primeiro =está1io desse recon#ecimento.A alicerce da sa)de mental do =indivduo & feito bem no incio, quando a m"e está=simplesmente sendo devotada a seu beb4, e quando a crian'a & duplamentedependente, por ser totalmente =inconsciente da depend4ncia. +"o #á rela'"ocom o pai que =ten#a tal qualidade, e por essa raz"o o 1rupo avalia de modo mais=ob%etivo um #omem que este%a por cima, no sentido poltico, do que uma mul#er=que ocupe a mesma posi'"o.

 s mul#eres freqQentemente =dizem que, se estivessem ocupando postos decomando, n"o #averia =1uerras. 9á razes para duvidar disso enquanto umaverdade absoluta, embora, mesmo que a =reivindica'"o se %ustificasse, aindaassim n"o se se1uiria que =#omens ou mul#eres tolerariam o princpio 1eral de asmul#eres na =maioria das vezes ocuparem os postos polticos de maior poder. 7Voroa, estando fora da poltica, ou =al&m da poltica, n"o & afetada por essas=considera'es.8Vomo um desdobramento disso, pode-se =considerar a psicolo1ia do ditador, queestá no p!lo oposto de qualquer coisa que a palavra “democracia” possa=si1nificar. ==Lma das ra"*es da necessidade de alg#Dm ser #m ditador pode sera =comp#ls.o para lidar com esse medo de m#lher encla#s#rando-a e at#ando

 por ela( =A =curioso #ábito de o ditador exi1ir n"o apenas obedi4ncia =absoluta edepend4ncia absoluta mas tamb&m “amor” talvez tamb&m derive dessa fonte.

 l&m disso, =a tend4ncia de 1rupos de pessoas de aceitar ou mesmo procurar=domina'"o ==real deriva =do medo de serem dominados por uma ==m#lher dafantasia( sse =medo os leva a procurar ser dominados por um ser #umanocon#ecido, e =at& mesmo a dar boas-vindas a ele, especialmente al1u&m quetomou para si o encar1o de personificar e portanto limitar as =qua-

2*(=lidade má1icas da mul#er todo-poderosa da fantasia, que & credora =de umimenso d&bito. A ditador pode ser derrubado, e eventualmente =pode morrer6 masa fi1ura feminina da fantasia inconsciente primitiva n"o tem limites para sua=exist4ncia ou poder.==A relação #ais-filosA =con%unto democrático inclui o provimento de certo 1rau de =estabilidade para1overnantes eleitos6 na medida em que conse1uem lidar =com seu trabal#o sem

Page 133: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 133/142

se afastar do apoio de seus eleitores, eles continuam. Dessa =forma, as pessoasobt4m uma certa parcela de estabilidade, que n"o =poderiam manter em rela'"o atodos os pontos atrav&s da =vota'"o direta, mesmo que ela fosse possvel. considera'"o psicol!1ica, aqui, & que na =#ist!ria de todo indivduo existe ofen?meno da rela'"o =pai- fil#o. inda que na vida poltica democrática madura os

eleitores presumivelmente se%am seres #umanos maduros, =n"o se pode suporque n"o #a%a lu1ar para um resduo da =rela'"o pai- fil#o, com vanta1ens !bvias. t& certo ponto, =na elei'"o democrática as pessoas maduras ele1em paistemporários, o que si1nifica que =eles tamb&m recon#ecem o fato de que at&certo ponto os eleitores =continuam sendo crian'as. Besmo os pais temporárioseleitos, ou =se%a, os 1overnantes do sistema poltico democrático, s"o elespr!prios crian'as quando est"o =fora de seu trabal#o poltico profissional. $e aodiri1ir =autom!vel ultrapassarem a velocidade máxima permitida, ficam sob=censura %udicial comum, pois diri1ir um carro n"o faz parte de seu encar1o de1overnar. Vomo lderes =polticos, e s! enquanto tais, s"o pais temporários e,=depois de terem sido destitudos numa elei'"o, revertem 3 =sua condi'"o infantil.> como se fosse conveniente brincar de pais e fil#os porque as coisas =funcionammel#or dessa maneira. m outras palavras, por #aver vanta1ens =na rela'"o pais-fil#os, al1uma coisa disso se mant&m6 mas, para ==20

====2*C= =20

==ustri'/t=que =isso se%a possvel, uma propor'"o suficiente de indivduos precisaser crescida o bastante para =n"o se importar de brincar de ser crian'a.Da mesma forma, =& ruim que as pessoas que est"o brincando de ser pais n"oten#am, elas mesmas, pais. +esse %o1o, 1eralmente se pensa que poderia =#aver uma outra c;mara de representantes, frente 3 qual os =1overnantes eleitos pelopovo teriam que responder. +este pas, essa =fun'"o pertence 3 V;mara dosordes, que at& certo ponto & composta por aqueles que =det4m um ttulo

#ereditário, e at& certo ponto por aqueles =que conse1uiram uma posi'"o atrav&sda relev;ncia do =auxlio prestado a várias áreas do servi'o p)blico. Uma vezmais, os “pais” dos “pais” s"o =pessoas, e capazes de contribui'es positivasenquanto seres =#umanos. /az sentido amar, odiar, respeitar ou desprezar aspessoas. =+"o #á substituto, numa sociedade, para os seres #umanos ou para osdiri1entes, na medida =em que se avalie tal sociedade de acordo com a qualidadede sua =maturidade emocional.

 l&m disso, num estudo do contexto social =na <r"-Sretan#a, podemos ver queos lordes s"o crian'as em rela'"o =3 Voroa. qui, em cada caso c#e1amosnovamente 3 pessoa, que =conserva sua posi'"o por meio da #ereditariedade, etamb&m por manter o amor do povo por sua personalidade e por suas =a'es.

Iuando o monarca leva um pouco adiante a quest"o e =proclama uma cren'a emDeus, temos um fato que a%uda. qui conse1uimos c#e1ar aos assuntos =inter-relacionados do Deus Boribundo e do Bonarca terno.==As fronteiras !eo!ráficas de uma democracia=ara =o desenvolvimento de uma democracia, no sentido de uma estruturamadura =da sociedade, parece necessário #aver al1uma fronteira 1eo1ráficanatural para essa sociedade, t& recentemente e mesmo #o%e em =dia, & !bvioque a limita'"o =ma-

Page 134: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 134/142

2**

=rtima =da =<r"-Sretan#a 7exceto no que se refere ao ire8 tem sido a 1rande=responsável pela maturidade de nossa estrutura social. $u'a =tem 7menossatisfatoriamente8 limites montan#osos. t& recentemente, =a m&rica tin#a avanta1em de um Aeste que oferecia explora'"o =ilimitada6 isso si1nificou que os

stados Unidos, enquanto unidos por =la'os positivos, n"o precisaram at& bempouco tempo sentir a fundo as lutas internas de uma comunidade =fec#ada, unidatanto pelo !dio e apesar dele como =pelo amor.Um pas que n"o tem fronteiras naturais n"o =pode afrouxar uma adapta'"o ativaaos vizin#os. m certo sentido, o medo ==simplifica =a =situa'"o emocional,porque muitos dos Z indeterminados e dos x anti-sociais =tornam-se capazes dese identificar com o stado, na base de uma =rea'"o coesa, pela amea'a dcperse1ui'"o externa. :al =simplifica'"o, no entanto, & feita 3 custa dodesenvolvimento em dire'"o 3 maturidade que & uma =coisa dificil, que envolve orecon#ecimento pleno do conflito e o =n"o-empre1o de nen#uma outra sada ouretorno 7defesas8.

m =qualquer caso, a base para uma sociedade & a personalidade #umana total,e a personalidade tem limites. A =1ráfico de uma pessoa normal & um crculo7esfera8, de modo que =tudo que n"o & o self pode ser descrito como estandotanto dentro =como fora da pessoa. +"o & possvel que as pessoas possam irmais adiante na constru'"o da =sociedade do que avan'aram em seu pr!priodesenvolvimento pessoal. =or essas razes, encaramos com suspeita o uso de termos tipo =“cidadania domundo”. :alvez apenas poucos #omens e mul#eres realmente 1randes, e=razoavelmente idosos, consi1am c#e1ar t"o lon1e em seu pr!prio=desenvolvimento, a ponto de %ustificar que se pense em termos t"o =amplos.=20$e nossa sociedade fosse o mundo inteiro, ent"o seria necessário, =de

tempos em tempos, ficar deprimido 7como uma pessoa inevitalmente fica =detempos em tempos8, e seria necessário ser capaz de recon#ecer plenamente oconflito essencial dentro de si =mesmo. A conceito de uma sociedade 1lobal=20

====2*W=20

acarreta a id&ia do suicdio do mundo, tanto quanto da =felicidade do mundo. oressa raz"o, esperaramos que os =prota1onistas militantes da situa'"o mundialfossem indivduos =que estivessem no p!lo manaco de uma psicose manaco-depressiva.==A educação se!undo a doutrina democrática=  =tend4ncia democrática, do modo como ela existe, pode ser fortalecida por umestudo da =psicolo1ia tanto do indivduo como da sociedade. As resultados de um=estudo desse tipo devem ser fornecidos numa lin1ua1em que se%a =inteli1velpara as democracias existentes e tamb&m para todos os =indivduos saudáveis, afim de que eles se tornem ==a#toconscientes de modo inteligente(  =menos queten#am autoconsci4ncia, n"o podem saber o que atacar ou =o que defender, nemtampouco podem recon#ecer quando sur1e um ataque =3 democracia. “A pre'oda liberdade=20& a eterna vi1il;ncia.” Uma vi1il;ncia realizada por quemG =Doisou tr4s dos K00 =& = y *N ==20por cento de indivduos maduros. As outrosest"o muito ocupados, =sendo bons pais comuns, a%udando na tarefa de fazer os

Page 135: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 135/142

fil#os crescerem =e desenvolvendo a si mesmos.==,A democracia na !uerra=  =per1unta que deve ser feita &F existe democracia na 1uerraG Vom toda=certeza, a resposta n"o & um simples “sim”. ri1or, durante =um perodo de1uerra existem al1umas razes para que se anuncie uma =suspens"o temporária

da democracia.> claro que =indivduos saudáveis, maduros, formando coletivamente uma=democracia, deveriam ser capazes de ir 3 1uerra a fim deF K8 criar espa'o paracrescerem6 28 defender aquilo =que & valioso e%á & possudo, etc.6 e P8 lutar contra=tend4ncias =20

=2*H=20

antidemocráticas enquanto existirem pessoas para sustentar tais =tend4ncias pormeio da luta*.+o entanto, conceber as coisas =dessa maneira tem sido muito raro. De acordocom a descri'"o =acima, uma comunidade nunca & composta dc K00 dc

indivduos maduros e saudáveis.:"o =lo1o a 1uerra se aproxima, #á um rearran%o de 1rupos, de modo que, =%á na&poca em que a 1uerra está ocorrendo, n"o s"o os =saudáveis que est"ocuidando de toda a luta. xistem quatro 1ruposFK. Buitos dos =anti-sociais, %unto com os paran!icos leves, sentem-se mel#or por=causa da 1uerra, e d"o boas-vindas 3 amea'a persecut!ria =real. ncontramuma tend4ncia pr!-social por meio da luta ativa.2. Dos indeterminados, muitos se =aferram ao que deve ser feito, utilizando talveza triste realidade da =1uerra para crescer, al1o que n"o poderiam fazer de outraforma. ==20P. Dos anti-sociais ocultos, talvez al1uns encontrem uma oportunidade =para o

impulso de dominar nas várias posi'es- c#ave criadas =pela 1uerra.(. As indivduos maduros e saudáveis n"o se =mostram necessariamente t"o bemcomo os outros. +"o t4m tanta certeza quanto os outros de que o =inimi1o se%aruim. :4m d)vidas. :4m, tamb&m, uma vis"o =mais positiva da cultura mundial, dabeleza e da amizade, e n"o podem acreditar com muita facilidade que a 1uerrase%a necessária. =Vomparados com os quaseparan!icos, s"o lentos em pe1ar aarma na =m"o e puxar o 1atil#o. +a verdade, perdem o ?nibus para a lin#a=dofront, ==mesmo que, se lá c#e1arem, se%am o fator confiável e os mais=capazes de se adaptar 3 adversidade.=20

 l&m disso, al1uns dos que s"o saudáveis em tempos de paz =tornam-se anti-sociais na 1uerra 7desertores conscientes8,=20

=2*T=20

n"o por covardia, mas por uma d)vida pessoal 1enuna, da =mesma forma que osanti-sociais dos tempos de paz tendem a empreender =a'es cora%osas durante a1uerra.or essas e outras =razes, quando uma sociedade democrática está lutando, & o1rupo inteiro que luta, e seria dificil encontrar um =exemplo de 1uerra conduzida

Page 136: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 136/142

 %ustamente por aqueles que fornecem 3 =comunidade, em tempos de paz, o fatordemocrático inato.=20ode ser que quando uma 1uerra ten#a perturbado uma democracia, o mel#or =que se tem a dizer & que naquele momento a democracia acabou, e =aquelesque 1ostam desse modo de vida v"o ter que come'ar de novo, lutando dentro do

1rupo para o restabelecimento da =máquina democrática, depois que o conflitoexterno ten#a =terminado.ste & um assunto amplo, que merece a aten'"o =de pessoas de mente aberta.=&umário ==20

K. A uso da palavra “democracia” pode ser estudado do ponto =de vistapsicol!1ico, com base no que esse uso implicaem =termos de maturidade.2. +em a democracia nem a maturidade podem =ser implantadas numasociedade.=20P. A fator democrático inato numa comunidade deriva dos trabal#os de =umbom lar comum.(. principal atividade para a promo'"o =da tend4ncia democrática & ne1ativaFevitar a interfer4ncia no bom lar comum. A estudo da psicolo1ia e da educa'"o de=acordo com o que & con#ecido fornece a%uda adicional. ==20

2W0

=5( ==9á um si1nificado todo especial na devo'"o da boa m"e comum =a seufil#o, fundamentando-se nessa devo'"o a capacidade para uma conseqQentematuridade emocional. Uma =interfer4ncia maci'a nesse aspecto, numasociedade, poderia =rápida e efetivamente diminuir o potencial democrático dessasociedade, do mesmo modo que diminuiria a riqueza de sua =cultura.=20

2WK

=

==p1===20

=====20

=20

===O =lu!ar da monar'uia=0scrito em 19%

==ropon#o que se examine o lu1ar da monarquia na <r"- Sretan#a. :en#o quefazer isso sem con#ecimento da literatura =especificamente relacionada com amonarquia e sem especializa'"o =em 9ist!ria, mas talvez se%a válida a desculpade que a monarquia =& al1o com que convivemos, e sobre a qual nos mantemos otempo todo =informados, atrav&s da televis"o e da imprensa popular, e em=conversas com motoristas de táxi e com ami1os locais. or =coincid4ncia, moroperto do alácio de SucRin1#am, cu%a bandeira, desfraldada ou recol#ida, informase a rain#a =está em casa ou n"o. Bas para todas as pessoas neste pas #á

Page 137: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 137/142

=uma quest"o permanente e =vitalF será que Deus salvou a =rain#a=G trás disso#áo dito popular “A rei está morto, viva o =rei5”, que & si1nificativo na medida emque implica que a monarquia sobrevive ao =rei. is a o x da quest"o.

 inda que eu n"o se%a =particularmente sentimental em rela'"o 3 realeza e as=famlias reais, encaro com seriedade a exist4ncia da monarquia, acreditando que

a <r"-Sretan#a seria um lu1ar =muito diferente para se viver se ela n"o existisse,e deixando de =lado uma outra quest"oF diferente para mel#or ou=$=I=20

para piorG :amb&m deixo de lado todas as considera'es =complexas referentesa uma avalia'"o ob%etiva de quem & #o%e o =rei, ou a rain#a, enquanto pessoas.=20ntes de mais nada, para fazer um exame da monarquia e do lu1ar que ela=ocupa na comunidade, & natural que se formule a se1uinte per1untaF o =quedizem as pessoas comuns quando abordadas de modo adequado e tendo=oportunidade de expressar uma opini"o pessoalG > claro que a maioria daspessoas demonstra dois tipos de =atitudesF uma relativa aos sentimentos e outra 3conversa'"o. =

  atitude relativa 3 conversa'"o & expressa pelo %o1o =que se c#ama falar. verbaliza'"o nos dá liberdade de a'"o para uma ampla explora'"o de=possibilidades6 pode ser que ten#amos pontos de vista conflitantes numa=mesma discuss"o e ar1umentemos pelo simples prazer de ar1umentar. =+essetipo de exibi'"o de atitude, que & muito valiosa, tamb&m & verdade que a =maioriadas pessoas i1nora a terrvel complica'"o que & a =motiva'"o inconsciente, Ainconsciente & considerado um =inc?modo, uma esp&cie de estra1a-prazeres. Ainconsciente diz respeito 3 psicanálise =e 3 terapia de 1ente doente. ==op#,==20falemos o que pensamos saber e apresentemos racionaliza'es que=passam por razes. n"o nos permitamos ser s&rios demais, ou =vamos acabar nos defrontando com o amor ou com a 1uerra em menos tempo =do que

levaramos para pronunciar “\acR Oobinson”. Besmo assim, conversa s&ria &indcio de =civiliza'"o, e poderia #aver um convite para quem conversaF dar=espa'o ao inconsciente. atitude referente aos sentimentos, sendo uma=resposta total, inclui o inconsciente6 mas as pessoas n"o conse1uem =fazer deimediato %usti'a aos sentimentos, como fariam se fossem =pessoas totais.=20+a atitude verbalizada em rela'"o ao lu1ar da monarquia em nossa =cultura,descobrimos que o assunto todo da realeza & muito facilmente =considerado umconto de fadas. ode ser que contos de fadas se%am encarados como al1ofamiliar, aconc#e1ante, que traz ale1ria, =um enriquecimento da vida diária. Au==20

=2W(=20pode ser que o conto de fadas se%a sentido como um exerccio =escapista, queenfraquece nossa decis"o de alterar as coisas ruins da =economia, a moradiaruim ou inadequada, a solid"o das pessoas idosas, o desamparo dos deficientesfisicos, o desconforto =da su%eira e da pobreza, a tra1&dia das perse1ui'esbaseadas =em preconceitos. palavra “escapista” condensa essa atitude, e =&com base nisso que se condena o conto de fadas.Vorrespondendo a isso existe a =palavra “sentimental”, que diz respeito 3 atitude

Page 138: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 138/142

daqueles que =nunca acordam de verdade, que n"o conse1uem ver amonstruosidade de =uma favela e que %á se retiraram para o mundo do faz-de-conta.As que usam a palavra =“escapista” desprezam os que s"o sentimentais6 ossentimentais =n"o sabem exatamente o que fazer com aqueles que se l#es

opem, =at& que se ve%am completamente desnorteados, confundidos numa=situa'"o poltica, talvez uma revolu'"o que n"o tem o =menor si1nificado paraeles.==,O uso inconsciente da monar'uia=A =pressuposto que sub%az ao que estou discutindo aqui & dificil de =entender oude assumir. Mai direto 3 base da exist4ncia do =indivduo e ao aspecto maisfundamental da rela'"o ob%etal. sse =pressuposto pode ser enunciado dase1uinte maneiraF =o ='ue ==D om est) sempre sendo destr#"do( ==20@ssoenvolve o conceito de inten'"o inconsciente. $ua verdade & =mais ou menossemel#ante 3 verdade do ditado popularF “ beleza =está nos ol#os de quem av4.”sse & um dos fatos da =vida. parece em nosso #ino nacionalF=20“Deus salve arain#ao rei5” $alvar do qu4G > fácil =pensar em salvar o rei e a rain#a dosinimi1os, ainda que as )ltimas =lin#as do #ino fa'am %usti'a a essa id&ia. 7> muitoen1ra-

=,)* =20

'ada a express"o “suas artiman#as de vel#aco”J, mas =sabemos que isso n"o &ox da quest"o.8 As seres #umanos n"o =conse1uem deixar em paz al1o que &bom. recisam conse1ui-lo e =destru-lo.

 A =sobrevivência se#arada da #reserva çdo=sta =& uma quest"o pertinenteF por que será que as coisas boas existem, se

sua exist4ncia e sua bondade incitam =as pessoas e podem conduzir 3 suadestrui'"oG 9á uma =resposta, que apela para as qualidades verdadeiras dacoisa boa. coisa =boa pode =sore!i!er( =  =sobreviv4ncia pode ser um fato emfun'"o das propriedades da =coisa boa que está sempre sendo destruda. ois acoisa boa & amada, valorizada e =quase que adorada, de uma nova maneira. lapassou pelo teste de ter =sido usada de modo cruel e de ter sido um ob%eto quen"o prote1emos =de nossos impulsos 7e id&ias8 mais primitivos.

  monarquia está sempre sob teste. ode =sobreviver 3s fases dificeis por causade um apoio monarquista ou =leal, mas, no fim, tudo depende dos reis e dasrain#as que se ac#am no =trono, na posi'"o de reis, sua escol#a pessoal 3 parte.> %ustamente aqui que o princpio =de #ereditariedade se mant&m. ste #omem

7ou esta mul#er8 encontra-se =no trono n"o por escol#a dele ou nossa , oupor voto =poltico, ou por m&rito6 mas por simples #ereditariedade.xaminando o assunto dessa =maneira, descobre-se que & quase um mila1re quea monarquia ten#a =sobrevivido por mais de mil anos em nosso pas. 9ouvemomentos =precários, a impossibilidade de deixar #erdeiros, pessoas n"o-amadas ou =n"o- amáveis colocadas na posi'"o de rei de modo for'ado, =e#ouve a morte de reis. or&m, a interrup'"o da monarquia foi =um fen?meno raro,

Page 139: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 139/142

e tanto & assim que lo1o pensamos em VromYell,==2W*=20

que talvez ten#a a%udado o pas a perceber que um bom ditador =pode ser pior doque um mau soberano.9á duas =considera'es importantes que sur1em do fato de uma coisa boa que=ten#a sido submetida, sem prote'"o, a todo tipo de sentimento ter sobrevivido, oque implica =inibi'"o do impulso e poster1a'"o do momento da verdade, o =testeverdadeiro.Uma dessas considera'es diz respeito aos =indivduos envolvidos, em qualquer&poca. sobreviv4ncia da coisa 7aqui, a monarquia8 a torna valiosa, e =capacitapessoas de todos os tipos e idades a perceberem que a vontade =dc destruir n"otem nada a ver com raiva tem a ver com um =amor primitivo, e a destrui'"oocorre na fantasia inconsciente, ou no son#o pessoal que corresponde =ao dormir.

  coisa fica destruda apenas na realidade psquica =interna pessoal. +a vidadesperta, a sobreviv4ncia do ob%eto, se%a =lá qual for, traz um sentido de alvio eum novo senso de confian'a. 1ora fica claro que & ==de!ido a propriedades /#es.o s#as ==20que as coisas podem sobreviver, apesar de nosso son#o, apesar dopano de =fundo de destrui'"o em nossa fantasia inconsciente. A mundo =come'aa existir a1ora por si pr!prioF um lu1ar onde viver, n"o um lu1ar para recear ou aoqual sempre devemos obedecer ou no qual =ficamos perdidos6 e tamb&m n"o umlu1ar onde lidar apenas com os =son#os ou com a indul14ncia 3 fantasia.Buito da =viol4ncia no mundo refere-se a uma tentativa de alcan'ar a destrui'"oque em si mesma =n"o & destrutiva, a menos, & claro, que o ob%eto n"o consi1a=sobreviver, ou c#e1ue a ser provocado at& a retalia'"o. 9á =portanto um valor1rande, profundo at&, para o indivduo quando as coisas centrais sobrevivem, umexemplo =das quais, em nosso pas, & a monarquia. realidade se torna mais=real e o impulso pessoal de explora'"o primitivo, menos peri1oso. =

  se1unda considera'"o tem a ver com a poltica. +um pas que n"o se%a muito1rande, =e que ten#a uma #ist!ria, e que, se possvel, se%a uma il#a 7quer =dizer,nen#uma fronteira exceto o mar8, & possvel manter uma =dualidade, um sistemapoltico com=20

=2WW=20

o 1overno podendo ser periodicamente destrudo, enquanto a =monarquiapermanece indestrutvel 7“A rei está morto, viva o =rei”8.

 l1o !bvio, que no entanto precisa sempre ser =repetido, & que o funcionamentodo sistema democrático parlamentar 7em oposi'"o 3 id&ia da ditadura8 depende

=da sobreviv4ncia da monarquia, e ==pari pass# ==20a sobreviv4ncia damonarquia depende do sentimento de que o povo =realmente pode, atrav&s dovoto, derrubar um 1overno por meio de uma =elei'"o parlamentar, ou livrar-se deum primeiro-ministro. resume-se aqui que =a derrubada de um primeiro-ministroou de um 1overno precisa ser feita =na base do sentimento, expressa em vota'"osecreta, e n"o com =base em pesquisa de opini"o p)blica 7tipo <allup8, que n"oconse1ue dar express"o ao sentimento =profundo ou 3 motiva'"o inconsciente,ou 3s tend4ncias =que parecem il!1icas.

Page 140: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 140/142

ivrar-se de uma fi1ura poltica ou de um partido envolve al1o menos imediato, ouse%a, a =elei'"o de um c#efe poltico alternativo. +o caso da pr!pria =monarquia,isso & resolvido previamente. Desse modo, a monarquia pode =ori1inar umsentimento de estabilidade num pas em que o cenário poltico & tumultuado, comoaliás =deve ser periodicamente.

=O =lu!ar da #essoa 'ue ocu#a a #osição de rei=/elizmente & verdade que a sobreviv4ncia da monarquia n"o =depende dapsicolo1ia nem da compreens"o l!1ica, ou de al1uma =palavra #ábil pronunciadapor um lder poltico ou reli1ioso. +o final das contas, a sobreviv4ncia depende do=#omem ou da mul#er que estiver no trono. $eria interessante ver qual =& a teoriaque se poderia construir em torno de fen?menos t"o =interessantes.stamos sempre=20conscientes do fato de que se pode destruir num dia umamonarquia que =foi alicer'ada em mil anos de 9ist!ria. la poderia ser =destrudapor teorias falsas ou por ==20

=2WH=20

um %ornalismo irresponsável. oder-se-ia ridicularizar a =monarquia, como fazemaqueles que s! enxer1am um conto de fadas, ou =que v4em um bal& ou umaencena'"o teatral, quando na verdade =poderiam se dar conta de um aspecto dapr!pria vida. sse aspecto da pr!pria vida precisa ser claramente =compreendido,pois 1eralmente n"o & levado em considera'"o =numa fala descritiva. Diz respeitoa uma área intermediária, onde =ocorrem a transi'"o do sono para a vi1lia e davi1lia para o sono. > o lu1ar ocupado pela =experi4ncia l)dica e cultural, eocupado tamb&m pelos ob%etos =transicionais, constituindo-se todos eles emevid4ncias de sa)de =psiquiátrica2.> surpreendente que, embora a teoria da personalidade e da vida #umana =se%adescrita principalmente em termos da alternativa do son#o pessoal e =da

realidade existente ou compartil#ada, ao ol#armos sem viseiras, percebemos quea maior parte da vida de adultos, adolescentes, =crian'as e beb4s & 1asta nessaárea intermediária. =pr!pria civiliza'"o poderia ser descrita nesses termos.

  =mel#or maneira de estudar essa área & em termos de beb4s vivendo sob oscuidados de m"es e pais =satisfat!rios, com uma vida dom&stica adequada.nunciei do modo =mais claro que me foi possvel que a caracterstica dessa área=& a =aceitaç.o do parado&o =que =vincula a realidade externa 3 experi4nciainterna. um paradoxo =que nunca deve ser resolvido. m termos do beb4 comum peda'o de pano ou um =ursin#o, essenciais para a se1uran'a e a ale1ria,simbolos de uma =m"e ou de um elemento materno 7ou paterno8 sempredisponvel, =%amais lan'amos o desafioF voc4 criou isso ou%á ac#ou prontoG

==resposta ==n"o tem import;ncia, ainda que a =perg#nta =se%a =relevante esi1nificativa.m termos da monarquia, o #omem ou a =mul#er que está no trono representa oson#o de todo mundo, e ==ainda assim =& ==2WT=20

um #omem ou uma mul#er real, com todas as caractersticas =#umanas.$! se estivermos lon1e dessa mul#er, a rain#a, podemos =nos permitir son#ar e

Page 141: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 141/142

colocá-la na área do mito. $e vivermos =pr!ximos dela, & muito possvel que nosse%a dificil manter o son#o. ara mil#es, entre eles eu =mesmo, essa mul#er estárepresentando para mim um son#o meu, e ao =mesmo tempo ela & um ser#umano que posso ver dentro de seu =autom!vel, enquanto espero sentado numtáxi que ela saia do alácio de SucRin1#am para desempen#ar al1uma =fun'"o

que & parte de seu papel, desi1nado pelo destino, no =qual a maioria de n!s amant&m. nquanto estou pra1ue%ando por causa do atraso que ela vai provocar=no meu compromisso, sei que precisamos de formalidade, da defer4ncia =e daparafernália do son#o tornado realidade. > muito possvel =que a mul#er que &rain#a este%a tamb&m odiando isso tudo, =mas =2amais saeremos, =por =n"otermos quase nen#um acesso aos detal#es da vida e da pessoa que & =essamul#er em particular, sendo esse o modo de manter seu valor =enquanto son#o.$em esse valor, ela n"o passa de uma vizin#a.=> claro que poderamos tentar tirar o v&u. <ostamos de ler a respeito da rain#aMit!ria, e inventamos =#ist!rias que s"o ao mesmo tempo sentimentais eobscenas, mas no =centro disso tudo existe uma mul#er 7ou um #omem8 que temou n"o tem =a capacidade de sobreviver, de existir sem rea1ir 3 provoca'"o ou 3=sedu'"o, at& que um sucessor #ereditário assuma essa =terrvelresponsabilidade, quando ela 7ou ele8 morre. > uma =responsabilidade terrvel,

 %ustamente por ser irreal em sua dura realidade, porque onde #á =vida pode #aver morte, porque no momento crucial existe isolamento, um =1rau sem paralelo desolid"o.

 o examinar essa área =intermediária em que vivemos e brincamos, onde somoscriativos, o paradoxo tem que =ser tolerado, nunca resolvido. ara deixar esseaspecto mais claro, =pode-se examinar o fato dos retratos reais. les t4m umvalor artstico enorme e foram colecionados pela rain#a e seus ante- ==20

=2H0=20

cessores atrav&s dos s&culos, e pertencem a ela. ao mesmo =tempo pertencem3 na'"o a cada um de n!s pois a =rain#a & nossa rain#a e & a personifica'"ode nosso son#o. =@ma1inem uma liquida'"o da monarquia, e imediatamente essalinda cole'"o vai virar uma =lista de pre'os num catálo1o, e vamos perd4-la paraum qualquer =que ten#a libras ou d!lares para 1astar num momento determinado.=Do modo que está, com a rain#a nos representando como proprietária, nemprecisamos =pensar nos falsos termos do valor do din#eiro.==&umário

  =sobreviv4ncia da monarquia depende, conseqQentemente, de suas =pr!prias

qualidades6 de seu lu1ar lado a lado 3 arena poltica no parlamento e nosprocedimentos eleitorais, que s"o conduzidos =principalmente de modo verbal6 denossos pr!prios son#os ou potencial =inconsciente6 de quem realmente & o#omem ou a mul#er que ocupa a =posi'"o de rei e=20da natureza da famlia real,e de questes de c#ance de vida ou =morte acidental ou por doen'a6 da sa)depsiquiátrica 1eral da =comunidade, que abran1e uma propor'"o n"o muito 1randede =pessoas ressentidas pela priva'"o6 de fatores 1eo1ráficos6 e assim por diante.

Page 142: 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

7/18/2019 9220 d w Winnicott - Tudo Começa Em Casa

http://slidepdf.com/reader/full/9220-d-w-winnicott-tudo-comeca-em-casa 142/142

$eria um erro =pensar que n!s pr!prios vamos preservar aquilo que ac#amos que=& bom. +o final, o que vai decidir a quest"o & a capacidade da monarquia desobreviver. +o momento, parece que temos =sorte. odemos valorizarprofundamente quem sofre as presses =decorrentes da 1rande #onra e doprivil&1io de estar no trono desta =terra, uma terra que n"o & muito 1rande, que &

cercada pelo mar, e que %á inspirou uma =m)sicaF “ +ice ittle :i1#t ittle @sland”J.==2HK=20

==onclusão=Bin#a =tese & que a quest"o n"o & salvar a monarquia. elo =contrário. exist4ncia contnua da monarquia & uma das indica'es de que aqui =e a1oraexistem condi'es nas quais a democracia 7um reflexo das =questes familiares,no contexto social8 pode caracterizar o sistema =poltico, e nas quaisprovavelmente n"o vai sur1ir uma ditadura, beni1na ou mali1na 7qualquer delas se=baseia no medo8. $ob tais condi'es, os indivduos, se forem =saudáveis doponto de vista emocional, podem desenvolver o senso de =existir, podem realizaral1uns de seus potenciais pessoais, e podem brincar.=20

=282=20

==p1===20

=====20

=20

=20