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8ºc trabalho saga

Jul 05, 2015

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Este trabalho surge no âmbito da disciplina de Língua Portuguesa.

Durante o primeiro período, abordámos o conto “Saga” de Sophia de Mello Breyner Andresen e a nossa professora de Língua Portuguesa propôs-nos desenvolver duas temáticas.

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No conto temos dois espaços que se apresentam como os pólos centralizadores da acção: a ilha de Vig e uma “cidade carregada de memórias”. Esta cidade pode ser associada à cidade do Porto.Demonstra que esta afirmação é verdadeira.

A “Saga”, sendo um conto de ficção, tem alguns aspectos biográficos da autora.Demonstra a presença desses mesmos aspectos no conto.

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Na obra “Saga” encontramos várias expressões que nos remetem para a cidade do Porto, sem nunca ser mencionado o nome Porto.

Vamos apresentar alguns exemplos retirados da obra “Saga”:

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(…) penetraram sob o arco das gaivotas, na barra estreita de um rio esverdeado e turvo (…). À esquerda, subindo a vertente, erguia-se o casario branco, amarelo e vermelho…

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Na estrada que corria junto às margens viam-se bois enfeitados e vermelhos, puxando carros de madeira que chiavam sob o peso de pipas, pedra e areias.

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(…) à porta das adegas respirou a frescura sombria e o cheiro do vinho entornado.

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Caminhou ao longo do rio, na margem onde as mulheres, descalças, carregavam cestos de areia...

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Penetrou nas igrejas de azulejo e talha que não eram claras e frias como as igrejas do seu país, mas doiradas e sombrias…

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Depois destes pequenos excertos que retirámos da “Saga” e que nos permitem concluir que se trata da cidade do Porto, vamos estabelecer um paralelismo entre a história de ficção e a história verídica da autora e dos seus antepassados.

Para isso, baseámo-nos em dois documentos: O barco dos Andresen da Dinamarca ancorou em

Portugal, por Rita Roby Gonçalves; Uma Vida Vertical, por Luís Miguel Queirós.

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Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu no Porto (…). O seu pai, João Henrique Andresen, era neto de um dinamarquês, Jan Henrik, que se fixou no Porto e que ali fez fortuna, primeiro no sector da cabotagem, depois no negócio dos vinhos. A mãe, Maria Amélia de Mello Breyner (…) pertencia a uma família aristocrática de fortes tradições liberais.

Uma Vida Vertical Por LUÍS MIGUEL QUEIRÓS Sábado, 03 de Julho de 2004

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Hans também se fixou no Porto e ali fez fortuna. Também trabalhou no negócio dos vinhos com Hoyle.

Hoyle era armador e negociava no transporte de vinho para os países do Norte… (“Saga”)

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Hans casou com a filha de um general liberal que desembarcou no Mindelo… (“Saga”)

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Os antepassados de Sophia de Mello Breyner chegaram a Portugal em meados do século XIX, vindos da ilha de Föhr, no arquipélago das Frísias.

Tudo começou com um adolescente de espírito aventureiro que viria a introduziu o nome Andresen no nosso país.

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Estávamos no século XIX e na altura o isolamento da vida numa ilha era ainda mais constrangedor. Foi neste cenário que certo dia, em 1840, Jann Andresen pediu aos pais - Thomaz Andresen e Thunke Poppen - autorização para embarcar num veleiro.

O barco dos Andresen da Dinamarca ancorou em Portugal, por Rita Roby Gonçalves

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Hans vivia na ilha de Vig e queria ser um grande marinheiro. Certo dia, sem a autorização do pai, fugiu num cargueiro inglês que seguia para o Sul.

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Após semanas a viajar pelos mares da Europa, o barco ancorou no Porto numa manhã quente, e os marinheiros dinamarqueses tomaram conta da cidade. A bordo manteve-se o mais novo tripulante, o jovem Andresen, com a incumbência de tomar conta da embarcação. Às tantas, aborrecido, encontrou uma pele de um urso-polar e resolveu estendê-la na coberta do barco, com o objectivo de atrair transeuntes.

O barco dos Andresen da Dinamarca ancorou em Portugal, por Rita Roby Gonçalves

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Por meio de gestos, contava aos curiosos a história da caça ao urso-polar e cobrava 10 réis a quem quisesse entrar no barco para apreciar de perto a pele do animal. O negócio corria-lhe bem até que o comandante, regressado de terra, se deparou com aquele cenário.

Irado com a ousadia do rapaz, o comandante perseguiu-o até onde pôde com o intuito de o sovar.

Mais rápido e mais jovem, Andresen refugiou-se em terra e nunca mais os seus companheiros lhe puseram a vista em cima.

O barco dos Andresen da Dinamarca ancorou em Portugal, por Rita Roby Gonçalves

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Maria Alice Rios contou esta aventura no livro “Famílias Tradicionais do Porto”. Do resto da vida de Jann Hinrich Andresen, o que se sabe é que as coisas lhe correram de feição. Ficou em terra e nunca mais pensou voltar à gelada ilha de Föhr.

O barco dos Andresen da Dinamarca ancorou em Portugal, por Rita Roby Gonçalves

Vemos claramente este episódio retratado no conto “Saga”, aquando da querela entre Hans e o capitão.

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Podia não saber falar uma única palavra de português, mas tinha jeito para os negócios. Primeiro, empregou-se numa loja de candeeiros. Deu-se bem. Mais tarde, seguiu a sua paixão: os vinhos. Trabalhou afincadamente e era obstinado nos negócios. Em poucos anos, criou uma verdadeira fortuna com base no vinho do Porto.

O barco dos Andresen da Dinamarca ancorou em Portugal, por Rita Roby Gonçalves

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Hans também fez fortuna.

Associado ao inglês, Hans começou a construir uma fortuna pessoal que nunca tinha projectado. Era um homem de negócios hábil porque se apercebia da natureza das coisas… (“Saga”)

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Em 1854, com a anexação das Frísias pelo imperador alemão, durante a Guerra dos Ducados, Jann Hinrich reagiu violentamente e pediu a naturalização portuguesa. D. Fernando II, príncipe regente, concedeu-lha, no Paço de Sintra. A partir de então, o dinamarquês, que na altura já era um respeitado homem de negócios, passou a chamar-se João Henrique Andresen. E assim ficou conhecido para sempre.

O barco dos Andresen da Dinamarca ancorou em Portugal, por Rita Roby Gonçalves

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Nas gerações que se seguiram, a fortuna da família foi consolidada e os negócios floresceram. João Henrique júnior comprou a Quinta de Campo Alegre, onde a família viveu muitos anos. Foi na Quinta de Campo Alegre que a escritora Sophia de Mello Breyner - 4.ª geração dos Andresen - passou a infância.

O barco dos Andresen da Dinamarca ancorou em Portugal,

por Rita Roby Gonçalves

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Hans, depois de Hoyle morrer, compra uma quinta com características semelhantes à Quinta do Campo Alegre onde a autora cresceu. Por sua vez esta quinta fica muito próximo do cemitério de Agramonte onde podemos encontrar um túmulo cuja inscrição pertence à família Andresen.

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Algumas fotografias do túmulo da família Andresen, no cemitério de Agramonte, no Porto.

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Em pedra e em bronze, com mastros quebrados e velas rasgadas, o navio foi construído sobre a campa de Hans. Este estranho jazigo que entre lápides, bustos, anjos de pedra, canteiros e piedosas cruzes tinha algo de arrebatado e selvático …

“Saga”

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Desta forma, fizemos uma pesquisa e elaborámos este trabalho.

Esperamos que ele seja uma mais-valia para todos os alunos.

Trabalho realizado pelos alunos do 8ºCFrazão, 2010