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SATLITES ARTIFICIAIS: FUNDAMENTOS FSICOS E UTILIDADES
V. H. O. Santos1 e S. R. Gomes2 E-mail: [email protected];
[email protected]
RESUMO O presente artigo trata da tecnologia de satlites e sua
relao com as tecnologias de informao e comunicao, largamente
utilizadas pela humanidade atualmente. Realizamos pesquisas
bibliogrficas em materiais ligados ao tema, e buscamos construir o
artigo de modo que pessoas que no possuem conhecimento nas reas de
Fsica e Engenharia possam entender o tema tratado. Sentimos a
necessidade de construo desse artigo devido ao fato de que muitas
pessoas utilizam as tecnologias relacionadas aos satlites, no
entanto no tem entendimento dos processos de lanamento, como eles
se comportam no ambiente fora
da Terra, e os problemas que o uso dessa tecnologia pode
acarretar como, por exemplo, o lixo espacial. No artigo fazemos um
rpido resumo sobre a histria dos satlites, as operaes para a
colocao de um satlite em rbita e os princpios fsicos relacionados,
alm de discutir um pouco sobre os tipos de rbitas dos satlites e o
lixo espacial. Ao final do artigo esperamos que o leitor tenha
adquirido conhecimento bsico sobre os princpios fsicos por trs do
lanamento e estabilidade orbital dos satlites, bem como a questo do
lixo espacial gerado pelo uso dessa tecnologia.
PALAVRAS-CHAVE: Fsica, rbitas, satlites, tecnologia.
ARTIFICIAL SATELLITES: PHYSICAL FOUNDATIONS AND UTILITIES
ABSTRACT This article deals with the satellite technology and
its relation to information and communication technologies, widely
used by mankind today. We carry out bibliographic research on
materials related to the theme, and we seek to build the article so
that people who do not have knowledge in the areas of physics and
engineering to understand the topic. We feel the need for
construction of this article due to the fact that many people use
the technologies related to satellites, however does not have
release processes, understanding how they behave in the environment
off the ground, and
the problems that the use of this technology can result in, for
example, the space junk. In the article we do a quick rundown on
the history of satellites, operations for placing a satellite in
orbit and the related physical principles, and discuss a little
about the types of orbits of satellites and space junk. At the end
of the article we hope that the reader has acquired basic knowledge
about the physical principles behind the launch and orbital
stability of satellites, as well as the issue of space junk
generated by use of this technology.
KEYWORDS: Physics, orbits, satellites, technology.
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1 INTRODUO
O interesse do ser humano pelo espao sideral, os planetas e os
astros, existe desde a poca das cavernas onde os homens
pr-histricos j admiravam o cu. Milhares de anos depois, com os
trabalhos de fsicos como Galileu Galilei, Tycho Brahe, Johannes
Kepler e Isaac Newton, ao longo dos sculos XVI e XVII, os
conhecimentos fsicos necessrios para o lanamento de foguetes e
satlites foram desenvolvidos no continente europeu. No entanto,
mostrou-se ao longo desses estudos que a tecnologia da poca no
estava capacitada para enviar foguetes e satlites ao espao. Os
primeiros trabalhos com o intuito de buscar solues para os
problemas de engenharia que impossibilitavam o lanamento de
projteis ao espao, s comearam a ser realizados anos antes da
Segunda Guerra Mundial pelos engenheiros Konstantin E. Tsiolkovsky,
Robert H. Goddard e Hermann Oberth, que trabalharam
independentemente e quase sempre com poucos recursos. Os estudos
desses dois engenheiros no foram, inicialmente, bem aceitos e
compreendidos. S a partir da possibilidade de uso dos satlites e
foguetes com fins militares, que a Alemanha, Os Estados Unidos e a
Unio Sovitica passaram a se interessar por essa tecnologia. Findada
a Segunda Guerra Mundial, inicio-se a corrida espacial entre dois
dos vitoriosos: Estados Unidos e Unio Sovitica, durante a chamada
Guerra Fria. Como primeiro produto dessa corrida espacial, dona
tambm de um carter militar, em 4 de outubro de 1957 foi lanado pela
Unio Sovitica o primeiro satlite, o Sputnik 1. A partir da diversos
outros foram lanados, e a tecnologia de foguetes foi sendo cada vez
mais desenvolvida e aperfeioada (CARLEIAL, 1999).
Atualmente os satlites desempenham importante papel em diversos
setores, como os de Estudos do espao (planetas, estrelas ou
fenmenos como buracos negros, nascimento e morte de estrelas etc.);
Telecomunicaes (TV, celular, internet); Monitoramento remoto e
geoprocessamento (estudo da vegetao, das correntes de ar, do clima
dentre outros a partir da observao feita por satlites), etc.
Infelizmente muitas pessoas, embora se sirvam diariamente dessas
tecnologias e seus benefcios, no tem conhecimento das utilidades de
um satlite e da forma como ele se relaciona com as tecnologias de
informao e comunicao. Por isso pretendemos neste artigo discutir de
forma clara e objetiva questes relacionadas aos satlites e suas
utilidades para a tecnologia, visando contribuir para que o
conhecimento sobre esse tema seja mais e melhor divulgado.
2 METODOLOGIA
Para construo do presente trabalho fizemos uma pesquisa
bibliogrfica sobre temas como lanamento, rbitas, tipos (funes) dos
satlites artificiais e lixo espacial, utilizando como principais
fontes de pesquisa o material sobre satlites artificiais produzidos
por Iran Carlos Stalliviere Corra do Instituto de Geografia da
UFRS; os princpios fsicos relacionados ao lanamento e estabilizao
do satlite em rbita, presentes na apostila-aula sobre gravitao de
Caio e Marcelo Macdo, professores da UFS e no texto O Canho orbital
de Isaac Newton. Como assim? de Carlos Henrique Veiga. Os demais
assuntos tratados no presente trabalho (inclusive
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lixo espacial) tiveram como fonte de consulta os demais
referenciais tericos listados nas referencias bibliogrficas.
3 RESULTADOS E DISCUSSO
3.1 Colocando o satlite em rbita
O primeiro estudioso a refletir sobre como se poderia colocar um
satlite em rbita ao redor da Terra foi Isaac Newton. Ele se
questionava como poderia o satlite se manter em rbita ao redor da
Terra sem cair nela, j que a fora gravitacional que o planeta
exerceria sobre o satlite se manteria atuante durante o movimento
ao longo da rbita. Para resolver tal problema, Newton imaginou um
canho capaz de lanar projteis a grandes distncias, posicionado num
local de altitude elevada, onde a influncia do ar pudesse ser
desprezada, devido a este ser muito rarefeito. Essa altitude seria
cerca de 150 km acima do nvel do mar. Segundo o raciocnio de
Newton, devia existir uma velocidade para qual, o corpo sendo
lanado, no casse sobre o solo da Terra, como ocorre quando lanamos
um objeto na horizontal com pequena velocidade. Certamente essa
velocidade deveria ser bastante elevada para que o objetivo fosse
conseguido. Para as velocidades baixas, os projteis que estavam
sendo lanados seriam atrados pela fora gravitacional e cairiam
sobre a Terra (Veiga, 2012). J se essa velocidade fosse atingida, o
projtil continuaria caindo em direo a Terra, mas de forma a fazer
ao seu redor um movimento circular uniforme, como est representada
na figura abaixo.
Figura 1: Esquema de lanamento de projtil pensado por Newton
Segundo MACDO e MACDO, 2012, a Lei da Gravitao Universal de
Newton, diz que todo corpo que possui massa capaz de atrair outros
corpos atravs da chamada fora de atrao gravitacional. Essa fora
diretamente proporcional ao produto das massas dos corpos e
inversamente proporcional ao quadrado das distncias, tudo isso
multiplicado pela constante gravitacional G. Traduzindo isso numa
equao matemtica temos:
Fg = 2 (1)
Para o caso da Terra, as massas m e M sero respectivamente as
massas do corpo e a massa da Terra. Sabendo que essa fora atua de
modo constante, e que se quer fazer o corpo orbitar ao redor da
Terra, Newton considerou que essa fora teria que exercer o papel de
fora centrpeta, ou seja, uma fora que faz com que os corpos que tem
velocidade V, normalmente em
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movimento retilneo, realizem um movimento circular uniforme,
onde o mdulo da velocidade V com que o corpo percorre o comprimento
da circunferncia no muda. A fora centrpeta tem equao dada por:
Fc = 2
(2)
Onde r o raio da circunferncia executada, tambm equivalente
distncia do corpo ao centro da Terra. Como a fora gravitacional faz
o papel de fora centrpeta, podemos igualar suas equaes e encontrar
a velocidade orbital V prevista por Newton:
= 2 =2
R Vo= (3)
Diante do resultado acima chegamos concluso de que a velocidade
orbital proposta por Newton no depende da massa do corpo que vai
realizar o movimento circular uniforme, e sim apenas da massa do
corpo que gera o campo gravitacional de maior intensidade e do raio
da trajetria. Levando em considerao que a massa da Terra
aproximadamente 6,0x1024 kg, o raio 6,37x106 m e a constante
gravitacional G 6,67x10-11 N.m2/kg2, teremos que a velocidade de
escape ser de aproximadamente 8 km/s. A equao proposta, nos mostra
como encontrar o valor da velocidade orbital, ou seja, a velocidade
necessria para que o corpo orbitando ao redor da Terra no caia
nela. Levando em considerao que Newton se valeu da ideia de um
canho hipottico, que pudesse ficar a uma altura superior a 150 km
da superfcie terrestre, fcil perceber que essa equao no poderia se
aplicar para o lanamento de um corpo, no caso um satlite, aqui da
Terra.
Para encontrarmos o valor da chamada velocidade de escape, ou
seja, a velocidade mnima que um corpo tem que ter para que, saindo
da Terra, passe a orbitar ao seu redor, devemos analisar o
comportamento das energias cintica e potencial gravitacional do
corpo, de forma que quando o corpo acumule a energia potencial da
rbita que queremos que ele fique, sua energia cintica seja nula. A
energia cintica se constitui como a energia de movimento do corpo,
ou seja, se um corpo possui movimento em relao a um referencial,
possui energia cintica em relao a esse mesmo referencial. A energia
potencial gravitacional a energia acumulada num corpo devido a sua
interao com o campo gravitacional da Terra. Vejamos a deduo de como
encontrar a velocidade de escape abaixo.
As energias cintica e potencial gravitacional para um corpo na
Terra so dadas respectivamente por:
=122 e =
(4)
Assim a energia mecnica do sistema, ou seja, a soma das energias
cintica e potencial gravitacional, considerando que a dissipao de
energia durante a subida do foguete seja mnima dada por:
Ec + Epg = Em (5)
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Onde a energia potencial gravitacional tem sinal contrrio ao da
energia cintica, pois quanto mais o satlite se aproxima da rbita,
mais energia cintica convertida em potencial. Como o sistema
praticamente no perde energia, a equao acima pode ser escrita
como:
Ec - Epg = 0 Ec = Epg (6)
Substituindo as equaes temos: 122 =
. O que nos leva a: Ve=
2
(7)
Assim percebemos que a velocidade de escape, de dada pela equao
acima, o que representa uma velocidade de aproximadamente 11,3
km/s. Para se colocar um satlite em rbita, o mesmo posto dentro de
um foguete e lana-se esse foguete em direo ao espao. O foguete
imprime ao satlite uma velocidade horizontal, e logo em seguida
comea a se desmontar, at que o satlite fique completamente livre do
foguete e comece a realizar um movimento circular uniforme ao redor
do planeta, devido fora de atrao gravitacional e a velocidade
tangencial rbita (BROWN, 2012). Veja a figura abaixo:
Figura 2: Sequncia de lanamento de satlite em rbita
Atualmente foguetes de alta potncia so utilizados para compensar
a resistncia do ar que imposta ao movimento do projtil que contem o
satlite, j que, como comentamos, normalmente estes so lanados do
solo e no da altitude pensada por Newton.
3.2 As rbitas de um satlite
Segundo CORRA, 2010, os satlites podem ocupar diversos tipos de
rbitas, que variam em relao a tamanho, formato e tipo de satlite
que pode ocup-la. Cada rbita depende de fatores como altitude,
velocidade inicial que impressa ao satlite no momento da colocao do
mesmo em rbita e da velocidade angular apropriada para a finalidade
do satlite que ser usado. Algumas das rbitas descritas pelos
satlites artificiais so: rbita terrestre baixa, rbita polar, rbita
geoestacionria, rbita heliossncrona e rbita elptica.
Uma rbita terrestre baixa aquela em que os satlites, se
encontram abaixo da rbita circular intermdia (ICO) que representa a
rbita que separa a rbita geoestacionria, e a rbita terrestre baixa.
Essa rbita est a cerca de 350 a os 1400 km acima da superfcie do
planeta sendo que as rbitas inferiores a esta so instveis, ou seja,
no asseguram a permanncia do satlite em
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rbita. Isso ocorre devido ao chamado arrastamento atmosfrico,
que consiste na atuao de uma fora de resistncia ao movimento,
imposta pelo ar. Os satlites nessa rbita viajam com velocidade
aproximada de 27.400 km/h ou 8 km/s. Em consequncia um satlite
nessa rbita leva de 90 minutos para dar uma volta ao redor da
Terra. Vale salientar que, dependendo do comprimento da rbita, os
satlites esto sujeitos as aes dos gases atmosfricos na termosfera
(nas alturas entre 80 a 500 km) ou na exosfera (nas alturas de 500
km acima) (CORRA, 2010).
Um satlite em rbita polar se movimenta sobre os polos norte e
sul da Terra em cada um de seus movimentos. Sendo assim, sua rbita
aproximadamente perpendicular linha do equador. Como a rbita do
satlite fixa, provvel que ele varra reas diferentes do planeta, em
sentido vertical, ou seja, varra reas de diferentes latitudes,
devido ao movimento de rotao da Terra. Essa rbita normalmente usada
para satlites de mapeamento geogrfico e geolgico, observao da
superfcie terrestre, satlites meteorolgicos e at satlites espies.
Logo abaixo temos o exemplo de uma rbita polar, que normalmente tem
formato elptico e grande excentricidade, ou seja, bastante
achatada. Essa rbita tambm conhecida como rbita de Molniya (CORRA,
2010). Tambm est representada na figura a rbita equatorial, a
partir da qual podemos perceber a sua perpendicularidade com a
rbita polar. Do lado direito temos outra representao da rbita
polar, com as reas varridas pelo satlite postas em amarelo, e a
rbita em vermelho.
Figuras 3 e 4: rbita polar e equatorial ( esquerda) e rbita de
Molniya ( direita)
Os satlites com rbita geoestacionria so aqueles que se encontram
parados em relao a um ponto fixo na Terra, quase sempre prximos
linha do equador, devido assimetria do formato da Terra, e a
consequente diferena de acelerao gravitacional que ela imprime,
fazendo com que seja necessrio o ajuste da rbita periodicamente.
Por estarem sempre num mesmo ponto em relao ao planeta, esses
satlites so largamente utilizados para as comunicaes. Para que o
satlite seja geoestacionrio, ele deve ter a mesma velocidade
angular de um ponto sobre a Terra, ou seja, ele deve executar uma
volta ao redor do planeta em um dia, j que todos os pontos do
planeta percorrem um ngulo de 360 (valor do ngulo de uma
circunferncia) em um dia (CORRA, 2010).
A rbita heliossncrona tambm um caso de rbita polar, ou
aproximadamente polar. O satlite tem o percurso de movimento entre
os polos norte e sul da Terra e vice-versa, com o diferencial de
que o plano da rbita sempre fixo em relao a um suposto observador
localizado no Sol. Como consequncia, o satlite est na mesma posio
em relao superfcie da Terra todo dia e a aproximadamente a mesma
hora. A aplicabilidade desse tipo rbita que ela pode
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fornecer informaes coletadas a antenas fixas ao longo da
latitude diariamente percorrida. Normalmente os satlites do tipo
heliossncronos so de mdia e baixa rbita, ou seja, se localizam em
altitudes entre 550 e 850 km e so inclinados cerca de 97 a 98 em
relao ao equador. Devido ao movimento de translao da Terra ao redor
do Sol, para manter o plano de rbita constante, os satlites dessa
rbita se inclinam 1 para leste cada dia para compensar os efeitos
da translao. Abaixo temos uma ilustrao de rbita heliossncrona,
vista sobre um dos polos da Terra (CORRA, 2010).
Figura 5: rbita Heliossncrona
Um satlite com rbita elptica mais um caso de satlite com rbita
polar. Nessa rbita o caminho oval, sendo que uma parte est mais
prxima da Terra, (o Perigeo) e a outra est mais distante (o
Apogeu). O perodo desse satlite, ou seja, o tempo que ele leva para
dar uma volta completa em sua rbita de 12 horas. Veja a figura
abaixo, que ilustra a rbita elptica (CORRA, 2010).
Figura 6: rbita Elptica
3.3 Os tipos de satlites e suas utilidades
Os satlites possuem diversas utilidades para a humanidade e esto
diretamente relacionados a muitas das tecnologias de informao e
comunicao utilizadas pelo homem atualmente, como TV, internet e
telefonia celular. Alm disso, os satlites do uma imensa contribuio
para o estudo dos fenmenos da natureza no planeta Terra, bem como a
observao dos planetas do sistema solar, e at outros astros mais
distantes. Existem ainda alguns satlites com finalidades pouco
convencionais, como o caso do satlite Celestis, que carrega cinzas
de pessoas cremadas (CORRA, 2010). Abaixo temos os principais tipos
e uma pequena explanao sobre cada um dos tipos.
Satlites de pesquisa em recursos naturais: permitem obter
diversos tipos de informaes, como pesquisas sobre o magnetismo
terrestre, a atmosfera e ionosfera, mapeamento de recursos naturais
(oceanos, mares, rios, lagos, terras, florestas) e coleta de dados
de morfologia do solo.
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Esses satlites tem uma importncia em especial para a Geografia,
pois os dados coletados por esse tipo de satlite, expressados acima
so temas de grande interesse dessa rea de estudo (CORRA, 2010).
Satlites astronmicos: So basicamente sondas, que fazem a coleta
de dados astronmicos de planetas, galxias, estrelas, meteoros e
meteoritos dentre outros. Inicialmente essas sondas orbitam a Terra
para s depois se encaminharem ao planeta de destino, por isso
consideramos que as mesmas se comportam, durante certo tempo, como
satlites (CORRA, 2010). Um dos satlites astronmicos mais conhecidos
o Hubble que um telescpio ptico lanado pelos Estados Unidos no ano
de 1990.
Satlites meteorolgicos: so utilizados para estudo e anlise do
clima do planeta e das suas intempries. Uma anlise bem detalhada e
livre de grandes alteraes s pode ser feita a partir do espao, onde
o satlite pode coletar dados precisos sobre distribuio das nuvens,
correntes martimas nos oceanos, os principais processos
atmosfricos, verificar o nvel da irradiao trmica da Terra para o
espao, detectar a formao de furaces, dentre outros (CORRA,
2010).
Satlites de telecomunicao: possuem uma importncia que merece
destaque. Eles so responsveis pela recepo e envio dos sinais de
telefonia celular, algumas modalidades de internet e de TV. O
Brasil tem um satlite desse tipo, que foi posto em rbita pela
empresa Embratel, chamado Brasilsat (CORRA, 2010).
Satlites de navegao: tm como principal utilidade possibilitar a
localizao de um determinado objeto na superfcie terrestre, e se
divide em dois tipos: os de localizao e os de posicionamento. Os
satlites de localizao so mais antigos, e necessitam que o objeto
que se quer encontrar na superfcie da Terra emita um sinal, para
que seja captado pelo satlite, e assim este indique a localizao. J
o de posicionamento no necessita dessa emisso de sinal. O segundo
tipo amplamente utilizado nos atuais aparelhos de GPS (CORRA,
2010).
Satlites militares: Se destinam, ou pelo menos se destinavam, a
realizar o mesmo trabalho que os de navegao e localizao, alm de
outros com carter especificamente militar. Esse tipo de satlite foi
utilizado em especial na poca da Guerra Fria, onde Estados Unidos e
Unio Sovitica buscavam constantemente desenvolver aparatos
militares e tecnolgicos mais avanados que os da sua nao rival.
Ambas as naes lanaram satlites que tinham objetivo de monitorar a
nao inimiga, e descobrir o que ela estava fazendo, com o intuito de
se prepara para eventuais ataques da nao inimiga (CORRA, 2010).
3.4 O lixo espacial
Segundo RODRIGUES, s/d, o conceito de lixo espacial, tambm
chamado de detrito espacial, pode ser descrito como objetos que
foram criados pelo homem e postos em rbita, mas que no possuem mais
utilidade, como satlites, naves espaciais, pedaos de foguetes que
foram utilizados para pr os satlites em rbita etc. Vale salientar
que mesmo depois que sua vida til acaba estes satlites e outros
detritos ainda se mantm em rbita ao redor da Terra com uma
velocidade de aproximadamente 30.000 km/h. Cientistas apontam que a
quantidade de lixo espacial, orbitando ao redor da Terra est
chegando a valores preocupantes, e que o problema
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continua se agravando, pois muitos dos satlites e equipamentos
desativados que continuam em rbita colidem uns com os outros,
gerando grande quantidade de destroos, que por sua vez podem
colidir com satlites ainda em uso ou com naves espaciais,
provocando grandes danos a esses equipamentos.
Infelizmente, muitas vezes se esquece de falar sobre o lixo
espacial, quando se fala em preservao do planeta e no
desenvolvimento de estratgias para corrigir os problemas gerados
pela tecnologia utilizada pela humanidade. Muitos pases firmam
tratados que visam o uso consciente dos equipamentos espaciais e do
controle do lixo espacial. Infelizmente muitas vezes esses tratados
so desrespeitados pelos prprios pases que os firmaram, como foi o
caso da China que no ano de 2007 enviou um mssil atmosfera para
destruir um satlite de sua propriedade. Milhares de destroos do
satlite destrudo se espalharam pelas rbitas, aumentando as chances
de colises e danos outros satlites e equipamentos tambm em
rbita.
Outro srio problema o risco desses objetos atingirem a Terra.
Normalmente, aps a coliso, esses objetos diminuem de velocidade, e
dependendo dessa diminuio, podem chegar a no ter velocidade o
suficiente para manter-se em rbita, consequentemente caindo no
planeta. Os objetos de menor extenso normalmente se desintegram na
atmosfera. O problema est nos objetos maiores, que podem manter-se
com tamanho perigoso e provocar estragos e mortes nos locais onde
cair. Alguns objetos j caram em pases como Estados Unidos, Canad,
Frana, Brasil e Nova Zelndia. Como se j no bastasse o problema da
queda dos destroos em si, ainda existe o risco de contaminao por
material radioativo, pois muitos satlites utilizam reatores
nucleares para fornecer energia para o funcionamento do seu
sistema. Uma eventual queda desse tipo de satlite certamente traria
grandes consequncias, no s pela coliso com o planeta, mas tambm
pela contaminao radiolgica que provocaria. Se o problema no for
resolvido, existe a possibilidade de no se poder mais continuar
utilizando as comunicaes via satlite. Esse fato ocorrer porque
futuramente no ser mais vivel colocar satlites em rbita, pois as
colises com o lixo espacial certamente acarretar na destruio dos
mesmos.
Existem algumas formas pensadas para tentar se resolver o
problema do lixo espacial. Dentre elas esto: A utilizao de lasers
instalados na Terra, que poderiam atingir o lixo em rbita e
desvi-lo, fazendo com que cassem na atmosfera da Terra e assim se
desintegrasse durante a queda; o uso de redes feitas de material
resistente e flexvel, que poderiam pegar grandes quantidades de
lixo, e logo aps traz-los para o planeta; fios de cobre e materiais
magnticos, que atraindo o lixo espacial e interagindo com o campo
magntico da Terra atrairiam esse lixo de volta ao planeta; uso do
chamado aerogel, que seria uma liga supergrudenta que colaria
destroos e depois seria recolhida e trazida para a Terra; brao
coletor que poderia agarrar os equipamentos e coloc-los em
recipientes para traz-los de volta a Terra e espumas, que seriam
corpos extremamente porosos para que os detritos em movimento
passassem por dentro deles e reduzissem sua velocidade. Com essa
reduo de velocidade os detritos cairiam na Terra, e se
desintegrariam devido ao atrito com a atmosfera. De uma forma
geral, nenhuma dessas tcnicas est ainda sendo colocada em prtica,
tanto devido necessidade de mais estudos quando aos valores
exorbitantes de seus custos (BIANCHIN, 2008).
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Alm de todos esses problemas, analistas preveem que se o
problema no for resolvido logo, ocorrer a chamada sndrome de
Kessler, que consiste no encapsulamento da Terra por uma camada de
lixo espacial. Diante desse quadro, faz-se cada vez mais urgente a
busca de solues imediatas e eficazes para solucionar o problema.
Abaixo temos uma figura que representa o quadro atual do lixo
espacial ao redor da Terra, onde cada ponto branco representa um
satlite em uso, estao espacial ou destroo (RODRIGUES, s/d).
Figura 7: Representao de satlites e lixo espacial ao redor da
Terra
4 CONCLUSO
Verificamos que a tecnologia de satlites tem grandes implicaes
para o avano dos estudos do espao e dos planetas (inclusive a
Terra), bem como das tecnologias de informao e comunicao utilizadas
cotidianamente por ns. No entanto essa tecnologia demanda
conhecimentos especficos dos quais a grande maioria da populao no
possui. importante que se passe a debater sobre questes ligadas aos
programas espaciais dos diversos pases ao redor do mundo, visto que
essa tecnologia largamente em pregada pela grande maioria dos
pases, alm de que a sndrome de Kessler se mostra um quadro
preocupante e bastante provvel de ocorrer no futuro. Defendemos que
as instituies de ensino e os meios de comunicao passem a divulgar
mais e melhor o tema, buscando informar a populao sobre essa
tecnologia e seus riscos, possibilitando que as pessoas possam, no
s entender o tema, mas que tenham capacidade de opinar minimanete
sobre ele.
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Superinteressante Edio Verde, 2008.
BROWN, Gary. Como funcionam os satlites. Disponvel em . Acesso
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