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Questo 1 - Habilidade 5
Ferreira Gullar, um dos grandes poetas brasileiros da
atualidade, autor de Bicho urbano, poema sobre a sua relao com as
pequenas e grandes cidades.
Bicho urbano
Se disser que prefiro morar em Pirapemasou em outra qualquer
pequena cidade do pasestou mentindoainda que l se possa de
manhlavar o rosto no orvalhoe o po preserve aquele brancosabor de
alvorada......................................................................A
natureza me assusta.Com seus matos sombrios suas guassuas aves que
so como apariesme assusta quase tanto quantoesse abismode gases e
de estrelasaberto sob minha cabea.
(GULLAR, Ferreira. Toda poesia. Rio de Janeiro:Jos Olympio
Editora, 1991)
Embora no opte por viver numa pequena cidade, o poeta reconhece
elementos de valor no cotidiano das pequenas comunidades. Para
expressar a relao do homem com alguns desses elementos, ele recorre
sinestesia, construo de linguagem em que se mesclam impresses
sensoriais diversas. Assinale a opo em que se observa esse
recurso.
A) "e o po preserve aquele branco / sabor de alvorada."B) "ainda
que l se possa de manh / lavar o rosto no orvalho"C) "A natureza me
assusta. / Com seus matos sombrios suas guas"D) "suas aves que so
como aparies / me assusta quase tanto quanto"E) "me assusta quase
tanto quanto / esse abismo / de gases e de estrelas"
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Para responder a esta questo, leia com muita ateno o enunciado.
Nele encontra-se o conceito de sinestesia: construo de linguagem em
que se mesclam impresses sensoriais diversas, ou seja, a associao
de sensaes diferentes numa mesma expresso.Voc deve compreender o
conceito de sinestesia e, pela lgica, encontrar o exemplo dessa
figura de linguagem. A alternativa correta a letra a, pois a
expresso "branco sabor" associa o sentido da viso (branco) com o do
paladar (sabor).
Autor: Professora Luciane Prendin - Portugus
COMENTRIO DO INEP
A questo procurou verificar a capacidade do participante de
construir o sentido de elementos textuais. A partir da noo de
sinestesia, que lhe foi dada de maneira sucinta, ele teve de
transpor para o texto essa mesma noo, manifestando sua competncia
textual. Pode-se classificar de 'bom', o ndice de acerto (53%), se
considerarmos que a questo trabalhou com a funo conotativa da
linguagem, o que
-
requer uma capacidade de leitura sempre mais desenvolvida. Os
desvios, de forma mais acentuada na alternativa B, so explicveis:
as alternativas incorretas (e, de resto, todo o poema) tambm se
referem manifestaes sensoriais, embora sem a necessria 'mescla',
que o que distingue a sinestesia.
Questo 2 - Habilidade 11
No processo de fabricao de po, os padeiros, aps prepararem a
massautilizando fermento biolgico, separam uma poro de massa em
forma bola e a mergulham num recipiente com gua, aguardando que ela
suba, como pode ser observado, respectivamente, em I e II do
esquema abaixo. Quando isso acontece, a massa est pronta para ir ao
forno.
Um professor de Qumica explicaria esse procedimento da seguinte
maneira:A bola de massa torna-se menos densa que o lquido e sobe. A
alterao densidade deve-se fermentao, processo que pode ser resumido
pelaequao
Considere as afirmaes abaixo.
I A fermentao dos carboidratos da massa de po ocorre de
maneiraespontnea e no depende da existncia de qualquer organismo
vivo.II Durante a fermentao, ocorre produo de gs carbnico, que se
vaiacumulando em cavidades no interior da massa, o que faz a bola
subir.III A fermentao transforma a glicose em lcool. Como o lcool
tem maiordensidade do que a gua, a bola de massa sobe.
Dentre as afirmativas, apenas:
A) I est correta.B) II est correta.C) I e II esto corretas.D) II
e III esto corretas.E) III est correta.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Esta questo aborda conceitos de Qumica, Fsica e Biologia. O
fermento biolgico formado por microorganismos vivos que metabolizam
os carboidratos da massa de po, formando lcool, gs carbnico e
energia, como descrito na frmula qumica da questo. O gs carbnico
formado se expande no meio da massa de po, deixando-a porosa e
menos densa. Quando fica menos densa, a bola impulsionada para
cima, graas fora de empuxo, que atua sobre todo corpo mergulhado em
um fluido. Quando a bola de po flutua na gua, o padeiro sabe que a
reao qumica de fermentao aconteceu tambm na massa de po. Vamos
analisar agora as alternativas.Alternativa I: Errada. A fermentao s
ocorre graas ao dos microorganismos vivos do fermento biolgico.
-
Alternativa II: Correta. O fenmeno est descrito corretamente
nessa alternativa.Alternativa III: Errada. A reao produz lcool, mas
no ele o responsvel pela alterao da densidade da bola e, sim, o gs
carbnico.
Autor: Professor Radams Manosso - Qumica
COMENTRIO DO INEP
Essa questo requeria do participante a capacidade de relacionar
as informaes do texto com o seu conhecimento sobre fermentao,
densidade e compreenso da linguagem qumica para julgar propostas de
explicaes para um fenmeno bem conhecido, presente na prtica
popular. Quase metade dos participantes (48%) evidenciou o
conhecimento requerido e foi capaz de acolher ou refutar as idias
propostas nas afirmaes que buscavam explicar o fenmeno. Observe-se
que as alternativas C e D contm a afirmao II, nica correta,
revelando possivelmente um conhecimento parcial do fenmeno. A
alternativa D provavelmente foi escolhida porque os participantes
foram atrados pela idia bastante disseminada de que a fermentao
produtora de lcool.
Questo 3 - Habilidade 9
Ainda hoje, muito comum as pessoas utilizarem vasilhames de
barro(moringas ou potes de cermica no esmaltada) para conservar gua
a umatemperatura menor do que a do ambiente. Isso ocorre porque: A)
o barro isola a gua do ambiente, mantendo-a sempre a uma
temperatura menor que a dele, como se fosse isopor.B) o barro
tem poder de gelar a gua pela sua composio qumica. Na
reao, a gua perde calor.C) o barro poroso, permitindo que a gua
passe atravs dele. Parte dessa
gua evapora, tomando calor da moringa e do restante da gua, que
soassim resfriadas.
D) o barro poroso, permitindo que a gua se deposite na parte de
fora damoringa. A gua de fora sempre est a uma temperatura maior
que a dedentro.
E) a moringa uma espcie de geladeira natural, liberando
substnciashigroscpicas que diminuem naturalmente a temperatura da
gua.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Conceitos envolvidos: transferncia de calor, mudana de
estado.Essa questo requer a compreenso de como a moringa mantm a
gua fresca em seu interior. O material que compe a moringa poroso,
e a gua preenche esses poros, umedecendo a superfcie externa do
recipiente (diz-se que a moringa "sua"). Assim, a gua entra em
contato com o meio ambiente, e as molculas com energia cintica
suficiente escapam do lquido. Ao evaporarem, elas absorvem calor
proveniente da energia interna do lquido no interior do recipiente,
que diminui de temperatura e resfria. Observa-se que o barro mau
condutor de calor e, portanto, dificulta a transferncia de calor do
meio ambiente para o lquido no interior da moringa por
conduo.Anlise das alternativas (resoluo por eliminao):a) O barro no
isola a gua do meio ambiente justamente por ser poroso;b) No devido
s reaes qumicas endotrmicas (que absorvem calor) entre o barro e a
gua que ocorre o resfriamento;c) Resta observar que no se pode
"tomar o calor da moringa", pois o calor sempre uma energia em
trnsito. Em outras palavras, a energia interna da moringa e da gua
em seu interior diminui, pois ela transferida para as gotas na
superfcie externa. d) A evaporao da gua (vaporizao da gua sem
formao de bolhas) ocorre em qualquer temperatura. Quando isso
ocorre, certas molculas com energia cintica
-
suficiente "escapam" do lquido e, assim, causam uma diminuio da
energia interna do lquido. Se o lquido estivesse em um recipiente
fechado, a disperso dos vapores no ocorreria.e) A moringa no libera
substncias higroscpicas (que absorvem gua).
Autor: Professor Bohdan Metchko Junior - Fsica
COMENTRIO DO INEP
Os poucos participantes (29%) que assinalaram a alternativa
correta dessa questo, mostraram conhecer o papel da moringa de
barro para a manuteno da gua fresca, ou seja, conhecer que o
processo de evaporao de parte da gua, que se infiltra pelas paredes
da moringa, o responsvel pelo resfriamento da gua remanescente em
seu interior. Um nmero maior e significativo de participantes, 48%,
foi atrado pela alternativa que apresenta a idia do barro da
moringa como isolante trmico, o que seria verdade relativamente ao
ar, por exemplo, para o barro seco.
Questo 4 - Habilidade 19
Somos servos da lei para podermos ser livres.Ccero
O que apraz ao prncipe tem fora de lei.Ulpiano
As frases acima so de dois cidados da Roma Clssica que viveram
praticamente no mesmo sculo, quando ocorreu a transio da Repblica
(Ccero) para o Imprio (Ulpiano).
Tendo como base as sentenas acima, considere as afirmaes:
I- A diferena nos significados da lei apenas aparente, uma vez
que os romanos no levavam em considerao as normas jurdicas.
II- Tanto na Repblica como no Imprio, a lei era o resultado de
discusses entre os representantes escolhidos pelo povo romano.
III- A lei republicana definia que os direitos de um cidado
acabavam quando comeavam os direitos de outro cidado.
IV- Existia, na poca imperial, um poder acima da legislao
romana.
Esto corretas, apenas:
A) I e II .B) I e III .C) II e III .D) II e IV .E) III e IV
.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Um dos maiores legados da civilizao romana para a humanidade foi
o Direito, que se desenvolveu pela necessidade de solucionar os
problemas da vida em sociedade.Durante o perodo republicano, a lei
era soberana, como cita Ccero: "Somos servos da lei para podermos
ser livres." Nesse perodo da histria romana, toda a populao estava
subordinada s leis elaboradas pelos cidados, por intermdio de seus
representantes.
-
J no Imprio, a situao mudou. A palavra do imperador passou a ser
mais importante do que a lei. A palavra do imperador tinha fora de
lei. Como cita Ulpiano: "O que apraz ao prncipe tem fora de
lei."Tendo em vista essas informaes, a alternativa correta a letra
e.
Autor: Professores Ederson e Priscila - Histria
COMENTRIO DO INEP
Essa questo basicamente solicitou ao participante que, tendo por
base as frases de Ccero e Ulpiano, identificasse a diferena entre o
imprio e a repblica romanos. O texto e as frases corretamente
interpretados poderiam conduzir alternativa correta, o que permite
afirmar que 'apenas' 41% dos participantes souberam estabelecer
aquela diferena. Os percentuais de respostas s alternativas C e D
indicam que a afirmativa II exerceu atrao porque, provavelmente, os
participantes trabalharam com a generalizao de que Roma o bero da
democracia ou, realizaram uma leitura literal do significado da lei
para cada um daqueles cidados.
Questo 5 - Habilidade 14
Em certa cidade, algumas de suas principais vias tm a designao
radial ouperimetral, acrescentando-se ao nome da via uma referncia
ao pontocardeal correspondente.As ruas 1 e 2 esto indicadas no
esquema abaixo, em que no estoexplicitados os pontos cardeais.
Os nomes corretos das vias 1 e 2 podem, respectivamente, ser: A)
perimetral sul, radial leste.B) perimetral sul, radial oeste.C)
perimetral norte, radial oeste.D) radial sul, perimetral norte.E)
radial sul, perimetral oeste.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Questo bastante fcil, mas que requer muita ateno para que no
haja confuso. O contedo abordado orientao em relao aos pontos
cardeais. O interessante desenhar a rosa-dos-ventos em todos os
quatro sentidos possveis do esquema. Observe que, se voc seguir a
orientao original do esquema fazendo com que a rosa-dos-ventos
indique o alto da pgina como norte , as ruas sero respectivamente
leste e sul, alternativa no disponvel na questo. Virando o desenho
para a esquerda e colocando a perimetral ao sul, voc ter
respectivamente os sentidos sul e oeste, o que corresponde
alternativa B. Mesmo achando a resposta, seria interessante
prosseguir com o desenvolvimento da questo. Desenhando a
rosa-dos-ventos nos outros dois sentidos, voc perceber que o
resultado no vai condizer com as alternativas apresentadas.A questo
trata tambm de contedos relativos a urbanismo. No necessrio, porm,
domin-los para a resoluo da questo. A ttulo de curiosidade, as vias
perimetrais
-
passam pelos permetros da regio central, chamados de anis
perifricos. J as vias radiais assemelham-se ao raio de uma
circunferncia: partem do centro em direo aos bairros.
Autor: Professor Jlio Cezar Winkler - Geografia
COMENTRIO DO INEP
Para a responder corretamente essa questo, o participante
deveria dominar os conceitos de 'perimetral' e 'radial' e ser capaz
de identificar localizaes bidimensionais, usando como referencial
os pontos cardeais, escolhendo a alternativa que combinasse
corretamente essas variveis. A opo pela alternativa E provavelmente
revela o no entendimento dos conceitos de perimetral e radial, e
quem escolheu a alternativa A possivelmente confundiu leste com
oeste. relativamente pequeno - 34% - o nmero de participantes que
escolheu a alternativa correta.
Questo 6 - Habilidade 6
Em uma conversa ou leitura de um texto, corre-se o risco de
atribuir um significado inadequado a um termo ou expresso, e isso
pode levar a certos resultados inesperados, como se v nos
quadrinhos abaixo.
(SOUZA, Maurcio de. Chico Bento.
Rio de Janeiro: Ed. Globo, n o 335, Nov./99 )
Nessa historinha, o efeito humorstico origina-se de uma situao
criada pela fala da Rosinha no primeiro quadrinho, que : A) Faz uma
pose bonita!B) Quer tirar um retrato?C) Sua barriga est
aparecendo!D) Olha o passarinho!E) Cuidado com o flash!
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Quem no se lembra de expresses humorsticas usadas quando se
deseja tirar uma foto, como "Olha o passarinho" ou "Fale xis"?Pois
, essa uma questo fcil e a interpretao do texto simples, e no h por
que ter dvidas quanto resposta, a no ser que no se leia a proposta
da questo.
Autor: Professora Luciane Prendin - Portugus
COMENTRIO DO INEP
Essa questo procurou avaliar se o participante conseguia
inferir, a partir de uma seqncia narrativa de imagens, a expresso
lingstica adequada situao de interlocuo, no caso a fala da
personagem, no primeiro quadrinho. A expresso de uso coloquial
'olha o passarinho!', dependendo do contexto, tem diferentes
significados, que nesse caso foram associados pelo cartunista para
produzir o efeito de humor. A grande maioria - 89% - dos
participantes realizou a inferncia solicitada, analisando a funo da
linguagem e identificando a variante lingstica adequada
-
situao de interlocuo, com base na leitura da seqncia das imagens
e da fala da personagem no terceiro quadrinho. interessante notar a
abrangncia dessa expresso metafrica no Brasil, criada no contexto
informal da fala com seus significados correspondentes. Mesmo
assim, 11% dos participantes, possivelmente, desconhecem essa
expresso ou no conseguiram realizar a transposio do significado
humorstico da fala do ltimo quadrinho.
Questo 7 - Habilidade 7
O resultado da converso direta de energia solar uma das vrias
formas de energia alternativa de que se dispe. O aquecimento solar
obtido por uma placa escura coberta por vidro, pela qual passa um
tubo contendo gua. A gua circula, conforme mostra o esquema
abaixo.
Fonte: Adaptado de PALZ, Wolfgang.
Energia solar e fontes alternativas. Hemus, 1981.
So feitas as seguintes afirmaes quanto aos materiais utilizados
no aquecedor solar:
I- o reservatrio de gua quente deve ser metlico para conduzir
melhor ocalor.II- a cobertura de vidro tem como funo reter melhor o
calor, de formasemelhante ao que ocorre em uma estufa.III- a placa
utilizada escura para absorver melhor a energia radiante do
Sol,aquecendo a gua com maior eficincia.
Dentre as afirmaes acima, pode-se dizer que, apenas est(o)
correta(s): A) I.B) I e II.C) II.D) I e III.E) II e III.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Conceitos envolvidos: transferncia de calor.Para resolver essa
questo, necessrio conhecer princpios de transferncia de calor para
ento verificar se as alternativas esto corretas ou no.I - Se o
material do reservatrio for um bom condutor de calor, h um grande
fluxo de calor do interior do reservatrio para o exterior e,
portanto, perde-se energia. Para que haja um melhor aproveitamento
da energia, o material que compe o reservatrio deve ser isolante.II
- O vidro minimiza as perdas de energia que ocorrem por conveco ele
impede que o ar quente sobre a placa escape e tambm por radiao,
pois, embora deixe
-
passar a luz visvel, reflete as ondas infravermelhas (calor).III
- preciso lembrar que o corpo negro comporta-se como um sistema
ideal, pois absorve toda a radiao incidente sobre ele. A placa
pintada de preto aproxima-se corpo negro e, portanto, absorve mais
radiao (no processo de absoro, a energia luminosa incidente
convertida em energia trmica).
Autor: Professor Bohdan Metchko Junior - Fsica
COMENTRIO DO INEP
Nessa questo, esperava-se que o participante mostrasse ser capaz
de analisar o esquema apresentado, localizando alguns dos elementos
especficos de um coletor solar (reservatrio, vidro e placa),
reconhecendo a funo de cada um deles e identificando as suas
propriedades trmicas para desempenhar de forma mais eficiente o
processo de converso da energia solar em trmica. majoritria (53%) a
opo pela alternativa correta, demonstrando a adequada compreenso da
relao entre propriedades de materiais e funes que desempenham.
tambm significativa (31%) a opo pela alternativa D em que os
participantes relacionaram corretamente metais com boa
condutividade trmica, mas provavelmente descuidaram-se do contexto,
ou seja, de que se tratava de um reservatrio no condutor, para
garantir o isolamento trmico.
Questo 8 - Habilidade 15
Uma companhia de seguros levantou dados sobre os carros de
determinadacidade e constatou que so roubados, em mdia, 150 carros
por ano.O nmero de carros roubados da marca X o dobro do nmero de
carrosroubados da marca Y, e as marcas X e Y juntas respondem por
cerca de 60%dos carros roubados.
O nmero esperado de carros roubados da marca Y :
A) 20.B) 30.C) 40.D) 50.E) 60.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Observe que so roubados 150 carros, e 60% deles so das marcas X
e Y. Mas quanto 60% de 150? Fazendo esse clculo, voc pode concluir
que so roubados 90 carros dessas marcas. Representando isso por uma
equao, temos x + y = 90. O problema tambm indica que so roubados
duas vezes mais carros da marca X do que da marca Y. Na equao, x =
2y. Ento, teremos 2y + y = 90, logo 3y = 90 e y = 30, que o nmero
de carros roubados da marca Y.
Autor: Professor Augusto Bevilaqua - Matemtica
COMENTRIO DO INEP
Para resolver corretamente o problema proposto nessa questo, o
participante deveria mostrar ser capaz de traduzir o enunciado para
a linguagem matemtica correspondente, que resulta em um sistema de
duas equaes lineares com duas incgnitas cuja soluo, com algoritmos
bsicos, a resposta correta. A maioria dos participantes (63%) optou
pela alternativa correta e pode-se presumir que aqueles que
escolheram a alternativa A, trabalharam com o percentual de carros
roubados da marca Y e no converteram o resultado para determinar o
nmero desses carros, como era solicitado pela questo.
-
Questo 9 - Habilidade 4
A tabela abaixo resume alguns dados importantes sobre os
satlites de Jpiter.
Ao observar os satlites de Jpiter pela primeira vez, Galileu
Galilei fez diversasanotaes e tirou importantes concluses sobre a
estrutura de nosso universo.A figura abaixo reproduz uma anotao de
Galileu referente a Jpiter e seussatlites.
De acordo com essa representao e com os dados da tabela, os
pontosindicados por 1, 2, 3 e 4 correspondem, respectivamente, a:
A) Io, Europa, Ganimedes e Calisto.B) Ganimedes, Io, Europa e
Calisto.C) Europa, Calisto, Ganimedes e Io. D) Calisto, Ganimedes,
Io e Europa.E) Calisto, Io, Europa e Ganimedes.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Essa questo, como muitas outras, est baseada na capacidade de
percepo e interpretao. A tabela apresenta o nome dos satlites de
Jpiter, sua distncia mdia em relao ao planeta e seu perodo orbital
(tempo que os satlites levam para dar uma volta completa em
Jpiter). Dentre todas as informaes apresentadas na tabela, a mais
relevante a distncia mdia at o centro de Jpiter. Quando se compara
essa distncia com o esboo, nota-se que o satlite assinalado com o
nmero 2 o que est mais prximo de Jpiter, logo corresponde a Io.
Depois, vem o satlite de nmero 3, que representa Europa. Os
satlites 1 e 4 podem causar confuso, pois esto um de cada lado do
planeta e pode ser arriscado tentar mensurar a distncia a olho. Por
isso, em uma situao parecida, aconselha-se o uso de uma rgua. Voc
vai notar que o satlite 1 o mais prximo e, portanto, corresponde a
Ganimedes, enquanto o satlite 4 corresponde a Calisto. Colocando-se
os satlite em ordem, temos: 1 - Ganimedes, 2 - Io, 3 - Europa e 4 -
Calisto.
Autor: Professor Jlio Cezar Winkler - Geografia
COMENTRIO DO INEP
O participante, para a soluo correta do problema proposto
deveria ser capaz de interpretar a notao utilizada por Galileu para
a representao das distncias entre Jpiter e seus satlites e,
comparar a notao com os dados da tabela. Os participantes que
escolheram a alternativa A, possivelmente no consideraram a notao
de Galileu e associaram os nmeros 1, 2, 3 e 4 aos nomes dos
satlites como se apresentam na tabela. A maioria dos participantes
(66%) optou pela resposta
-
correta.
Questo 10 - Habilidade 12
A adaptao dos integrantes da seleo brasileira de futebol
altitude de LaPaz foi muito comentada em 1995, por ocasio de um
torneio, como pode serlido no texto abaixo.
A seleo brasileira embarca hoje para La Paz, capital da
Bolvia,situada a 3.700 metros de altitude, onde disputar o
torneioInteramrica. A adaptao dever ocorrer em um prazo de 10
dias,aproximadamente. O organismo humano, em altitudes
elevadas,necessita desse tempo para se adaptar, evitando-se, assim,
risco de umcolapso circulatrio.
(Adaptado da revista Placar, edio fev.1995)
A adaptao da equipe foi necessria principalmente porque a
atmosfera de LaPaz, quando comparada das cidades brasileiras,
apresenta: A) menor presso e menor concentrao de oxignio.B) maior
presso e maior quantidade de oxignio.C) maior presso e maior
concentrao de gs carbnico.D) menor presso e maior temperatura.E)
maior presso e menor temperatura.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Conceitos envolvidos: presso atmosfrica.Para resolver essa
questo, necessrio ter uma noo intuitiva de presso e saber que a
atmosfera uma camada de elementos gasosos ao redor da Terra (21% de
oxignio, 78% de nitrognio e o restante de outros gases), em que a
massa e a densidade decrescem com a altura. Vale lembrar que,
embora a atmosfera tenha mais de 600 km de espessura, calcula-se
que 90% de sua massa est abaixo dos 20 km. Com esses dados, possvel
concluir que, se uma pessoa sai do Rio de Janeiro (nvel do mar) e
vai para La Paz (3.700 m de altitude), ao chegar l, a atmosfera
sobre ela apresentar uma menor altura, exercendo uma menor presso.
Como a densidade menor (o ar mais rarefeito), h uma menor
concentrao de oxignio.
Autor: Professor Bohdan Metchko Junior - Fsica
COMENTRIO DO INEP
Para responder corretamente a questo o participante deveria
conhecer que o ar progressivamente mais rarefeito medida que
aumenta a altitude em relao ao nvel mdio dos mares e que, nessas
condies, o gs oxignio, como integrante do ar atmosfrico, exerce
menor presso e est cada vez menos disponvel. A maior parte dos
participantes (55%) demonstrou esse conhecimento. Diante do carter
bsico do contedo exigido relativamente alto o nmero (24%) de
participantes que optaram pela alternativa E: provavelmente, alm de
considerarem que a presso aumenta com a altitude, indicaram a
temperatura do ambiente como fator preponderante necessidade de
adaptao do organismo s grandes altitudes. Possivelmente
lembraram-se de que localidades em grandes altitudes apresentam
baixas temperaturas, o que no se relaciona ao fenmeno descrito no
item.
Questo 11 - Habilidade 8
-
A energia trmica liberada em processos de fisso nuclear pode ser
utilizada nagerao de vapor para produzir energia mecnica que, por
sua vez, serconvertida em energia eltrica. Abaixo est representado
um esquema bsicode uma usina de energia nuclear.
Com relao ao impacto ambiental causado pela poluio trmica no
processode refrigerao da usina nuclear, so feitas as seguintes
afirmaes:
I- o aumento na temperatura reduz, na gua do rio, a quantidade
deoxignio nela dissolvido, que essencial para a vida aqutica e para
adecomposio da matria orgnica.II- o aumento da temperatura da gua
modifica o metabolismo dos peixes.III- o aumento na temperatura da
gua diminui o crescimento de bactrias ede algas, favorecendo o
desenvolvimento da vegetao.
Das afirmativas acima, somente est(o) correta(s):
A) I.B) II.C) III.D) I e II.E) II e III.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
A poluio trmica citada no texto compreende o processo de
aquecimento de ecossistemas aquticos pela adio da gua quente
utilizada na refrigerao de usinas nucleares. O aumento da
temperatura da gua reduz a solubilidade do gs oxignio e do gs
carbnico nela dissolvidos. Dessa forma, o oxignio difunde-se mais
rapidamente para a atmosfera, ocorrendo uma reduo na concentrao
desse gs, o que compromete a vida dos seres aerbicos aquticos. A
atividade de seres aerbicos decompositores tambm comprometida. O
aumento da temperatura da gua estimula o crescimento de algumas
bactrias, como as termobactrias, enquanto os peixes, podem ser
levados morte por asfixia, devido diminuio do gs oxignio.
Analisando-se as trs afirmativas, observa-se que somente as de
nmeros I e II esto corretas.
Autor: Professora Paula Jacomni - Biologia
COMENTRIO DO INEP
A soluo correta do problema proposto nessa questo requeria a
anlise do impacto ambiental que se d em conseqncia do efeito do
aquecimento das guas sobre o ecossistema de um rio. Com
temperaturas maiores, ocorre uma reduo da
-
quantidade de oxignio dissolvido na gua, alm do favorecimento
para um maior desenvolvimento de bactrias, afetando tambm o
metabolismo dos animais aquticos. Esperava-se, portanto, que os
participantes identificassem, dentre as afirmaes apresentadas,
aquelas que apresentavam coerncia entre aumento de temperatura e a
conseqncia descrita. O percentual (39%), relativamente pequeno, de
respostas na alternativa correta, que apresenta como vlidas as
afirmaes I e II, pode ser explicado pela razovel incidncia sobre as
alternativas A e B, associadas a cada uma das referidas afirmaes,
separadamente. Somando-se estas escolhas, pode-se dizer que cerca
de quatro em cada cinco participantes compreende pelo menos parte
do impacto trmico da operao de uma usina junto a um rio.
Questo 12 - Habilidade 7
A energia trmica liberada em processos de fisso nuclear pode ser
utilizada nagerao de vapor para produzir energia mecnica que, por
sua vez, serconvertida em energia eltrica. Abaixo est representado
um esquema bsicode uma usina de energia nuclear.
A partir do esquema so feitas as seguintes afirmaes:
I- a energia liberada na reao usada para ferver a gua que, como
vapora alta presso, aciona a turbina.II- a turbina, que adquire uma
energia cintica de rotao, acopladamecanicamente ao gerador para
produo de energia eltrica.III- a gua depois de passar pela turbina
pr-aquecida no condensador ebombeada de volta ao reator.
Dentre as afirmaes acima, somente est(o) correta(s):
A) I.B) II.C) III.D) I e II.E) II e III.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Conceitos envolvidos: energia e transformao de energia.Para
resolver essa questo, necessrio conhecer o funcionamento bsico de
uma usina nuclear e ento verificar se as alternativas esto corretas
ou no.I - Dentro de um reator nuclear de fisso, ocorrem reaes
qumicas que liberam uma
-
grande quantidade de calor, vaporizando a gua. Esse vapor a alta
presso incide sobre as ps da turbina, fazendo-as girar.II - A
turbina acoplada ao gerador, responsvel pela transformao da energia
cintica de rotao em energia eltrica.III - O vapor de gua a alta
presso, aps girar as ps da turbina, no muda de estado. Para que se
transforme em lquido, deve ser resfriado em um condensador e depois
bombeado novamente.
Autor: Professor Bohdan Metchko Junior - Fsica
COMENTRIO DO INEP
Para resolver corretamente essa questo, o participante deveria
demonstrar, escolhendo entre diferentes afirmaes, a compreenso do
funcionamento bsico de uma usina nuclear, em suas diferentes
etapas, identificando, no esquema apresentado, a seqncia de
transformaes que envolvem a produo de vapor dgua, o movimento da
turbina e o acionamento do gerador. Alm disso, a anlise da afirmao
III supunha a compreenso do papel da gua enquanto fluido de
refrigerao, que circula num sistema fechado, em parte como lquido e
em parte como vapor, sendo indispensvel seu resfriamento, no
condensador, para a volta do vapor fase lquida, dando assim
continuidade ao ciclo. A alternativa correta teve incidncia
significativa de respostas (62%), revelando boa percepo das relaes
funcionais e causais que regem a articulao das partes de uma usina
nucleoeltrica.
Questo 13 - Habilidade 14
Um marceneiro deseja construir uma escada trapezoidal com 5
degraus, deforma que o mais baixo e o mais alto tenham larguras
respectivamente iguais a60 cm e a 30 cm, conforme a figura:
Os degraus sero obtidos cortando-se uma pea linear de madeira
cujocomprimento mnimo, em cm, deve ser:
A) 144.B) 180.C) 210.D) 225.E) 240.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
A escada tem cinco degraus. So dadas a largura do primeiro
degrau, que de 60 cm, e a do quinto degrau, que de 30 cm. A
diferena entre o primeiro e o quinto degrau de 30 cm. Para atingir
o tamanho do ltimo degrau, tem-se 30 cm para dividir
proporcionalmente em quatro degraus. Portanto, 30 / 4 = 7,5.
Deve-se, ento, diminuir, de um degrau para o outro, 7,5 cm.
Baseando-se nessa afirmao, o primeiro degrau tem 60 cm; o segundo,
52,5 cm; o terceiro, 45 cm; o quarto, 37,5 cm; e o quinto, 30 cm.
Somando-se esses valores (60 + 52,5 + 45 + 37,5 + 30 = 225),
chega-se concluso de que 225 cm o comprimento mnimo da pea
linear.
-
Considerando que a escada um trapzio issceles, e aplicando-se o
teorema da base mdia, que diz que "o segmento que une os pontos
mdios dos lados no paralelos de um trapzio igual mdia aritmtica das
suas bases", o terceiro degrau tem: (60 + 30) / 2. Conseqentemente,
o quarto degrau tem (45 + 30) / 2, e o segundo degrau tem (45 + 60)
/ 2. Somando-se os degraus, temos: 60 + 52,5 + 45 + 37,5 + 30 =
225. Portanto, o comprimento mnimo da pea linear de 225 cm.Outra
forma de achar a soluo seria tomar o tamanho do degrau mdio (base
mdia), que de 45 cm, e multiplicar esse valor pela quantidade de
degraus. Assim, temos 45 cm x 5 = 225 cm.
Autor: Professor Augusto Bevilaqua - Matemtica
COMENTRIO DO INEP
O participante ao assinalar a alternativa correta para essa
questo, mostrou saber traduzir o problema proposto para a linguagem
matemtica, conhecer o conceito de que duas retas paralelas cortadas
por transversais geram segmentos proporcionais e utilizar os
diversos algoritmos pertinentes soluo. O problema, de natureza
prtica, envolve conhecimentos de tal ordem bsicos que, pode-se
afirmar ser muito pequeno o percentual (33%) de participantes que
acertou a questo. O distrator B teve um alto ndice de escolha,
provavelmente porque os participantes consideraram uma escada com
4degraus e no 5, como enunciava a questo.
Questo 14 - Habilidade 7
O esquema abaixo mostra, em termos de
potncia(energia/tempo),aproximadamente, o fluxo de energia, a
partir de uma certa quantidade decombustvel vinda do tanque de
gasolina, em um carro viajando com velocidadeconstante.
O esquema mostra que, na queima da gasolina, no motor de
combusto, umaparte considervel de sua energia dissipada. Essa perda
da ordem de: A) 80%.B) 70%.C) 50%.D) 30%.E) 20%.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Conceitos envolvidos: princpios da Termodinmica.Para resolver
esse problema, basta achar a razo entre a energia perdida e a
energia total. Recordando a Segunda Lei da Termodinmica (no
necessrio fazer isso, mas vale a pena), no possvel a uma mquina
trmica que trabalha em ciclos transformar toda a energia que recebe
em trabalho - sempre h perda. Nesse exemplo,
-
a gasolina apresenta potncia de 71 kW (parte do combustvel
evapora antes mesmo de entrar no motor). Aps a combusto, 56,8 kW so
dissipados, perdidos, e a potncia til igual a 14,2 kW. Pode-se,
ento, calcular a porcentagem de perda:
PDISSIPADA 56,8Perda = ----------------- = -------- = 0,80 = 80%
PTOTAL 71,0
Autor: Professor Bohdan Metchko Junior - Fsica
COMENTRIO DO INEP
Nem toda energia produzida por um motor a combusto , de fato,
convertida em trabalho til. Esse o conceito bsico exigido, sob
forma do clculo da eficincia de um motor. A frao da energia
dissipada num motor a combusto muito grande, ou seja, sua eficincia
baixa. Essa concluso pode ser estabelecida a partir do esquema, em
que so apresentadas as transformaes sucessivas por que passa a
energia do combustvel presente no tanque de um carro, at a energia
necessria ao movimento das rodas. A resposta correta supunha uma
identificao clara entre a energia produzida e a dissipada,
especificamente na queima do combustvel no motor. H uma distribuio
quase homognea entre as alternativas incorretas, revelando
tratar-se de escolhas aleatrias. Pouco menos da metade dos
participantes (45%) optou pela alternativa correta, o que
possivelmente demonstra uma leitura desatenta do esquema ou que, no
to comum o conhecimento dos participantes sobre o baixo rendimento
dos motores a combusto.
Questo 15 - Habilidade 2
As sociedades modernas necessitam cada vez mais de energia. Para
entendermelhor a relao entre desenvolvimento e consumo de energia,
procurou-serelacionar o ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) de
vrios pases com oconsumo de energia nesses pases.
O IDH um indicador social que considera a longevidade, o grau
deescolaridade, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita e o poder
de compra dapopulao. Sua variao de 0 a 1. Valores do IDH prximos de
1 indicammelhores condies de vida.Tentando-se estabelecer uma relao
entre o IDH e o consumo de energia percapita nos diversos pases, no
binio 1991-1992, obteve-se o grfico abaixo,onde cada ponto isolado
representa um pas, e a linha cheia, uma curva deaproximao.
* TEP: Tonelada equivalente de petrleo.Fonte: GOLDEMBERG, J .
Energia, meio ambiente
edesenvolvimento. So Paulo: Edusp, 1998.
-
Com base no grfico, correto afirmar que:
A) quanto maior o consumo de energia per capita, menor o IDH.B)
os pases onde o consumo de energia per capita menor que 1 TEP no
apresentam
bons ndices de desenvolvimento humano.C) existem pases com IDH
entre 0,1 e 0,3 com consumo de energia per capita
superior a 8 TEP.D) existem pases com consumo de energia per
capita de 1 TEP e de 5 TEP que
apresentam aproximadamente o mesmo IDH, cerca de 0,7.E) os pases
com altos valores de IDH apresentam um grande consumo de energia
per
capita (acima de 7 TEP).
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Para resolver essa questo, basta analisar o grfico apresentado e
recorrer a um processo de eliminao ao analisar as opes de resposta.
As noes de Geografia apresentadas podem ajud-lo a identificar
alguns erros conceituais nas respostas.Comparando-se as opes com o
grfico, pode-se observar que as questes (A), (B), (C) e (E) esto
erradas e, portanto, a questo correta a letra (D). A grande
armadilha dessa questo que a curva apresentada no grfico mostra um
IDH prximo a 0,8 para os pases de 1 TEP e 5 TEP, o que
aparentemente torna a opo (D) incorreta. Mas o texto da alternativa
(D) menciona apenas a existncia de pases de 1 TEP e 5 TEP de
consumo per capita com IDHs prximos a 0,7. Se voc observar o grfico
com ateno, ver que existe um ponto que representa um pas de 5 TEP
de consumo per capita e IDH prximo a 0,7 e pelo menos dois pontos
que representam pases de 1 TEP de consumo per capita e IDH prximo a
0,7. So esses pontos que tornam a opo (D) correta.
Autor: Professor Jlio Cezar Winkler - Geografia
COMENTRIO DO INEP
Essa questo requeria do participante a interpretao do
comportamento de uma varivel (IDH) em funo de outra varivel
(consumo de energia per capita), representado em um grfico
cartesiano. Pouco mais de um tero (35%) dos participantes assinalou
a alternativa correta. A escolha dos distratores B e E que juntos
atraram 52% dos participantes revela, possivelmente, que eles no
perceberam, no grfico, que a representao por pontos revela a
existncia de pases com baixos valores de IDH e de consumo de
energia. Da mesma forma o grfico apresenta pases com alto valor de
IDH e baixo consumo de energia.
Questo 16 - Habilidade 10
No mapa, apresentada a distribuio geogrfica de aves de grande
porte eque no voam.
-
H evidncias mostrando que essas aves, que podem ser originrias
de um mesmo ancestral, sejam, portanto, parentes. Considerando que,
de fato, talparentesco ocorra, uma explicao possvel para a separao
geogrficadessas aves, como mostrada no mapa, poderia ser:
A) a grande atividade vulcnica, ocorrida h milhes de anos,
eliminou
essas aves do Hemisfrio Norte.B) na origem da vida, essas aves
eram capazes de voar, o que permitiu que
atravessassem as guas ocenicas, ocupando vrios continentes.C) o
ser humano, em seus deslocamentos, transportou essas aves, assim
que elas
surgiram na Terra, distribuindo-as pelos diferentes
continentes.D) o afastamento das massas continentais, formadas pela
ruptura de um continente
nico, dispersou essas aves que habitavam ambientes adjacentes.E)
a existncia de perodos glaciais muito rigorosos, no Hemisfrio
Norte, provocou um
gradativo deslocamento dessas aves para o Sul, mais quente.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
H cerca de 200 milhes de anos, havia um nico continente na
Terra, chamado Pangia. H 180 milhes de anos, teve incio a separao
desse continente por ao das foras endgenas (foras que agem no
interior da Terra) de formao do relevo. Essa separao deu origem a
dois blocos continentais: a Laursia, formada pelas atuais Europa,
Amrica do Norte e sia, e a Gondwana, formada pelas atuais Amrica do
Sul, frica, Antrtida e Oceania.A ema e o avestruz originaram-se no
mesmo ponto da Terra. Mas, com a separao dos continentes pelos
movimentos tectnicos, essas aves dispersaram-se e, devido s variaes
ambientais, adquiriram caractersticas distintas.
Autor: Professor Jlio Cezar Winkler - Geografia
COMENTRIO DO INEP
A presena de aves com ancestrais comuns, em diferentes reas
continentais, hoje separadas por massas ocenicas, requeria do
participante a compreenso da formao dos continentes como resultado
de afastamento espacial de partes, a partir de um conjunto unitrio.
Soma-se a essa compreenso, o reconhecimento da escala de tempo
geolgica, da deriva continental, como compatvel com a de existncia
de determinadas espcies, ou seja, que j havia um ancestral comum
das aves citadas na questo, por ocasio do afastamento entre os
continentes. Tal conhecimento foi revelado pela maioria (68%), que
escolheu a alternativa correta, tendo havido alguma atrao, ainda
que pequena, pela alternativa E que explicava um eventual
deslocamento das espcies em funo das condies climticas.
-
Questo 17 - Habilidade 18
Os quatro calendrios apresentados abaixo mostram a variedade na
contagemdo tempo em diversas sociedades.
Fonte: Adaptado de poca , n o 55, 7 de junho de 1999
Com base nas informaes apresentadas, pode-se afirmar que: A) o
final do milnio, 1999/2000, um fator comum s diferentes culturas e
tradies.B) embora o calendrio cristo seja hoje adotado em mbito
internacional, cada cultura
registra seus eventos marcantes em calendrio prprio.C) o
calendrio cristo foi adotado universalmente porque, sendo solar,
mais preciso
que os demais.D) a religio no foi determinante na definio dos
calendrios.E) o calendrio cristo tornou-se dominante por sua
antiguidade.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
A questo apresenta quatro calendrios de diferentes sociedades.
Eles so solares ou lunares e iniciam a contagem dos anos a partir
de um fato relevante, no caso, o nascimento de Cristo para a
sociedade ocidental, a fuga de Maom para os islmicos, a criao do
mundo para os judeus e o ano do patriarca Huangti para os chineses.
A partir desses dados, pode-se responder s questes, analisando cada
uma das alternativas.A alternativa a est incorreta porque a
passagem do segundo para o terceiro milnio deu-se no rveillon
2000/2001, e essa data refere-se apenas ao calendrio ocidental.A
alternativa b est correta, pois o calendrio cristo adotado
internacionalmente, apesar de as sociedades citadas ainda
preservarem seus calendrios originais.A alternativa c est errada,
pois todos os calendrios, independentemente de serem solares ou
lunares, so precisos.A alternativa d est obviamente errada, pois os
exemplos dados pela questo mostram que a religio foi determinante
na elaborao dos calendrios.A alternativa e est errada, pois, se
observarmos o exemplo, veremos que o calendrio mais antigo o
judaico.
Autor: Professores Ederson e Priscila - Histria
COMENTRIO DO INEP
Para resolver a questo o participante deveria relacionar
corretamente as informaes contidas nas figuras com os smbolos
referentes s diversas tradies culturais. O conjunto de informaes
apresentado deveria levar o participante a perceber que o calendrio
cristo, embora adotado em mbito internacional, no se constitui na
nica referncia utilizada para medir o tempo. A maioria
significativa de 77% dos participantes escolheu a alternativa
correta. Aqueles que optaram pela alternativa C (10%),
provavelmente, vincularam a idia de preciso a calendrio solar.
-
Questo 18 - Habilidade 6
Precisa-se nacionais sem nacionalismo, (...) movidos pelo
presente mas estalando naquele cio racial que s as tradies maduram!
(...). Precisa-se gentes com bastante meiguice no sentimento,
bastante fora na peitaria, bastante pacincia no entusiasmo e
sobretudo, oh! sobretudo bastante vergonha na cara! (...) Enfim:
precisa-se brasileiros! Assim est escrito no anncio vistoso de
cores desesperadas pintado sobre o corpo do nosso Brasil,
camaradas.(Jornal A Noite, So Paulo, 18/12/1925 apud LOPES, Tel
Porto Ancona. Mriode Andrade: ramais e caminhos. So Paulo: Duas
Cidades, 1972)
No trecho acima, Mrio de Andrade d forma a um dos itens do
iderio modernista, que o de firmar a feio de uma lngua mais
autntica, brasileira, ao expressar-se numa variante de linguagem
popular identificada pela (o): A) escolha de palavras como cio,
peitaria, vergonha.B) emprego da pontuao.C) repetio do adjetivo
bastante.D) concordncia empregada em Assim est escrito.E) escolha
de construo do tipo precisa-se gentes.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Apesar de essa questo misturar vrios tipos de informao, se voc
se lembra um pouquinho dos usos da partcula se, com certeza no
encontrar grande dificuldade. Segundo a regra gramatical, o verbo
"precisa-se" deveria ir para o plural (precisam-se), mas essa noo
de verbo concordante com o sujeito h muito desapareceu na variante
popular brasileira. Mas, caso voc no se lembre muito bem desse
assunto ou ficou meio confuso com o texto e as outras alternativas,
o caminho responder por eliminao.A primeira alternativa apresenta
palavras comuns no portugus brasileiro, mas nenhuma "inveno"
nacional. Na dvida, pense em "vergonha": no uma inveno brasileira.
Todos os que falam portugus no mundo conhecem bem essa palavra. A
pontuao no texto no chama nenhuma ateno. Voc provavelmente no viu
nada de estranho nela. Da mesma forma, o "bastante" da terceira
alternativa no nada mais que um mecanismo de retrica, usado para
dar nfase idia. Com o "Assim est escrito", encontramos a mesma
situao: um trecho litrgico usado para maior nfase.
Autor: Professora Luciane Prendin - Portugus
COMENTRIO DO INEP
A questo procurou avaliar se o participante era capaz de, a
partir da leitura de um texto de Mrio de Andrade , identificar e
analisar uma variante lingstica de uso coloquial, utilizadas
estilisticamente pelo autor. O uso estilstico das variantes marcou
a primeira fase da literatura brasileira modernista. O trecho
destaca em seu todo esse uso da linguagem popular. A escolha da
construo 'precisa-se gentes' marca desse uso estilstico. O ndice de
37% na alternativa (A) demonstra, possivelmente, que os
participantes no consideraram a escolha dos vocbulos, dentro do
contexto do texto, confundindo as palavras que aparecem na
alternativa com '...a feio de uma lngua mais autntica...'.O
percentual de acertos foi da ordem de 40%.
Questo 19 - Habilidade 1
A figura abaixo mostra um eclipse solar no instante em que
fotografado emcinco diferentes pontos do planeta.
-
Trs dessas fotografias esto reproduzidas abaixo.
As fotos poderiam corresponder, respectivamente, aos pontos: A)
III, V e II.B) II, III e V.C) II, IV e III.D) I, II e III.E) I, II
e V.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Conceitos envolvidos: princpios da ptica Geomtrica.Essa questo
exige um esforo de abstrao para se imaginar nos pontos marcados e
ter uma viso da Lua. interessante, alm dessa abstrao, saber
diferenciar eclipse total de parcial. Como a primeira foto mostra
um eclipse quase total, conclumos que foi tirada muito prxima ao
cone de sombra, entre os pontos III e IV. Como a Lua aparece
direita do Sol, o ponto em questo o III. Analisando a segunda foto,
percebe-se que ela foi tirada no cone de penumbra - quem est nesse
cone v um eclipse parcial - e o fotgrafo deveria estar no ponto V
(veja que a Lua est mais esquerda que o Sol). A terceira foto tambm
mostra um eclipse parcial e foi tirada no ponto II (a Lua est mais
direita que o Sol).
Autor: Professor Jlio Cezar Winkler - Geografia
COMENTRIO DO INEP
Para resolver o problema proposto, o participante deveria
demonstrar o domnio dos conceitos bsicos de projeo e posio
relativa. Cerca de metade (48%) dos participantes assinalou a
alternativa correta. Aqueles que optaram pelos distratores D e E,
provavelmente, no perceberam que o ponto I est fora do cone de
sombra da elipse; os que assinalaram as alternativas B e C
possivelmente no consideraram a posio relativa.
Questo 20 - Habilidade 5
Potica, de Manuel Bandeira, quase um manifesto do
movimentomodernista brasileiro de 1922. No poema, o autor elabora
crticas e propostasque representam o pensamento esttico
predominante na poca.
PoticaEstou farto do lirismo comedidoDo lirismo bem
comportado
-
Do lirismo funcionrio pblico com livro de ponto expediente
protocolo e [manifestaes de apreo ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pra e vai averiguar no dicionrio o
[cunho vernculo de um vocbulo
Abaixo os
puristas............................................................................................
Quero antes o lirismo dos loucosO lirismo dos bbedosO lirismo
difcil e pungente dos bbedosO lirismo dos clowns de Shakespeare
No quero mais saber do lirismo que no libertao.
(BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e Prosa.Rio de Janeiro.
Aguilar, 1974)
Com base na leitura do poema, podemos afirmar corretamente que o
poeta:
A) critica o lirismo louco do movimento modernista.B) critica
todo e qualquer lirismo na literatura.C) prope o retorno ao lirismo
do movimento clssico.D) prope o retorno ao lirismo do movimento
romntico.E) prope a criao de um novo lirismo.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Questo bastante inteligente. Para comear, Manuel Bandeira teve
como marca de sua obra a busca de novas formas de expresso, sempre.
Mesmo tendo escrito muitos sonetos (especialmente no incio da
carreira), adotou prazerosamente a rebeldia da potica modernista. A
resposta pode estar centrada na anlise de um nico verso do poema.
As alternativas de a a d ficam todas automaticamente descartadas
pelo primeiro verso da segunda parte ("Quero antes o lirismo dos
loucos"). Veja que quem prega um lirismo dos loucos e dos bbedos no
pode nem criticar o "lirismo louco" dos modernistas, como na
alternativa a, ou propor que no haja lirismo, como na alternativa
b. Tampouco pode querer o retorno rigidez de forma e mtrica da
poesia clssica (lembre-se de Cames) ou romntica (lvares de Azevedo,
Castro Alves, Casimiro de Abreu). Prope, sim, um novo tipo de
lirismo. Vemos isso claramente se dermos ateno ao casamento do
primeiro com o ltimo verso da segunda parte ("Quero antes o lirismo
dos loucos" / "No quero mais saber do lirismo que no
libertao").
Autor: Professora Luciane Prendin - Portugus
COMENTRIO DO INEP
Um pouco mais da metade dos participantes (55 %) conseguiu
identificar no texto a proposta esttica do poeta e, em ltima
anlise, do prprio Modernismo. Os distratores com percentuais
significativos de escolha foram apenas B e D. No primeiro caso, o
tom de manifesto, incisivo e demolidor, do poema provavelmente
induziu a opo. No segundo, a explicao se deve possvel relao que o
participante estabeleceu entre o Modernismo e o Romantismo, que de
fato existe, mas que no se aplica ao caso.
-
Questo 21 - Habilidade 20
Ao longo do sculo XX, a taxa de variao na populao do Brasil foi
sempre positiva (crescimento). Essa taxa leva em considerao o nmero
de nascimentos (N), o nmero de mortes (M), o de emigrantes (E) e o
de imigrantes (I) por unidade de tempo.
correto afirmar que, no sculo XX: A) M > I + E + N.B) N + I
> M + E.C) N + E > M + I. D) M + N < E + I.E) N < M - I
+ E.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Questo fcil, mas que requer ateno. O crescimento demogrfico (CD)
o resultado do crescimento vegetativo diferena numrica entre
nascimentos (N) e mortes (M) somado ao contingente imigratrio (I) e
subtrado do emigratrio (E). Temos, ento, a equao: CD = N - M + I -
E. Assim, considerado um pas com crescimento positivo aquele cuja
taxa de natalidade mais fluxo imigratrio superior ao nmero de
mortes mais o contigente que emigra. (Voc se lembra da diferena
entre imigrao e emigrao?). Para resolver a questo, deve-se examinar
os fatores que influenciam a taxa de variao da populao. Verifica-se
que o nmero de nascimentos (N) e de imigrantes (I) tende a
aument-la e que o nmero de mortes (M) e de emigrantes (E) tende a
diminu-la. Sabendo-se que, no sculo XX, a taxa foi sempre positiva
(crescimento), podemos concluir o seguinte:(A) Alternativa errada,
pois o nmero de mortes deve ser, claro, menor que a soma do nmero
de imigrantes, emigrantes e nascimentos.(B) Alternativa correta,
pois os dois fatores do membro esquerdo da desigualdade so fatores
de acrscimo da taxa, e os dois da direita, de decrscimo.(C) Nada se
pode afirmar sobre essa alternativa, pois em cada membro h um fator
de aumento e um de reduo, o que a torna indeterminada.(D) Nada se
pode afirmar sobre essa alternativa por razes iguais s da
alternativa anterior.(E) Como os fatores so valores inteiros
positivos, nada se pode afirmar sobre a alternativa;
indeterminada.
Autor: Professor Jlio Cezar Winkler - Geografia
COMENTRIO DO INEP
Os participantes, frente a situao-problema apresentada, deveriam
identificar um determinado contexto histrico - definido pelo
comportamento da taxa de variao populacional no Brasil do sculo XX,
em funo das variveis referidas no texto da questo - com a sua
expresso em linguagem matemtica. Mais da metade dos participantes
(58%) elaborou corretamente essa identificao. A alternativa C
atraiu 23% dos participantes provavelmente porque eles desconheciam
ou confundiram o significado das palavras emigrao e imigrao.
Questo 22 - Habilidade 13
O grfico abaixo representa o fluxo (quantidade de gua em
movimento) de um rio, em trs regies distintas, aps certo tempo de
chuva.
-
Comparando-se, nas trs regies, a interceptao da gua da chuva
pela cobertura vegetal, correto afirmar que tal interceptao:
A) maior no ambiente natural preservado.B) independe da
densidade e do tipo de vegetao.C) menor nas regies de florestas.D)
aumenta quando aumenta o grau de interveno humana.E) diminui medida
que aumenta a densidade da vegetao.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Nessa questo, bom ter em mente que a devastao e reduo da
cobertura florestal natural um dos fatores que alteram a distribuio
natural da gua no ambiente. Lembre que a floresta natural
desempenha importante papel na distribuio de energia e de gua na
superfcie do solo. O processo de interceptao da gua da chuva pela
copa das rvores afeta, principalmente, a distribuio temporal e
espacial da chuva e diminui a quantidade de gua que chega
efetivamente ao solo. Assim, o perodo de permanncia e perda de gua
nesse tipo de ambiente mais lento, ao contrrio de outros tipos de
coberturas vegetais como, por exemplo, as das reas agrcolas, das
reas reflorestadas ou com florestas regeneradas, que tm sua dinmica
alterada e promovem o aumento do escoamento superficial em volume e
velocidade, favorecendo a lixiviao, a eroso dos solos, a diminuio
da capacidade de infiltrao de gua no solo e a perda da gua em menor
tempo.A observao do grfico mostra que, pouco depois que a chuva se
inicia em uma lavoura agrcola, o fluxo de gua no rio vizinho
aumenta consideravelmente. Desse ponto de vista, pode-se concluir
que a lavoura exibe baixa capacidade de interceptao da gua da
chuva. Em uma floresta natural, somente depois de um tempo maior de
chuva que ocorre um aumento no fluxo da gua do rio. Como o ponto
mximo do grfico que indica a capacidade de interceptao da gua por
floresta natural menor do que o ponto mximo dos dois outros
grficos, podemos dizer que o fluxo de gua menos significativo na
floresta natural em relao s outras reas, mostrando que o ambiente
natural preservado possui uma capacidade de interceptao da gua
maior do que as demais reas.
Autor: Professor Jlio Cezar Winkler - Geografia
COMENTRIO DO INEP
Essa questo apresentou um grfico mostrando as relaes entre
quantidades de gua que alimentam o fluxo fluvial e a cobertura
vegetal, em trs diferentes ambientes, sendo possvel observar a
relao inversa entre as medidas de fluxo fluvial e a densidade da
cobertura vegetal: quanto menos densa a vegetao, mais intensamente
a gua da chuva alimenta o fluxo do rio. Para resolver a
situao-problema, esperava-se que o participante soubesse ou
deduzisse, pela interpretao do grfico, que a interceptao da gua da
chuva pela cobertura vegetal maior no ambiente natural preservado.
Assim, o participante deveria considerar que a quantidade do fluxo
fluvial
-
mantm uma relao inversa com a quantidade de gua interceptada
pela cobertura vegetal, revelando conhecimento sobre o conjunto de
provveis caminhos da gua da chuva em diferentes ambientes. Pouco
mais de um tero dos participantes (36%) indicaram a alternativa
correta. As alternativas C e D atraram juntas quase metade dos
participantes. Aqueles que escolheram C provavelmente no fizeram a
transposio da informao de que o menor fluxo fluvial nas florestas a
curva do grfico mostra isso claramente conseqncia da maior
interceptao de gua da chuva. Supe-se que o termo 'interveno humana'
tenha se constitudo num apelo significativo para aqueles que
optaram pela alternativa D.
Questo 23 - Habilidade 8
No ciclo da gua, usado para produzir eletricidade, a gua de
lagos e oceanos,irradiada pelo Sol, evapora-se dando origem a
nuvens e se precipita como chuva. ento represada, corre de alto a
baixo e move turbinas de uma usina, acionando geradores. A
eletricidade produzida transmitida atravs de cabos e fios e
utilizada em motores e outros aparelhos eltricos. Assim, para que o
ciclo seja aproveitado na gerao de energia eltrica, constri-se uma
barragem para represar a gua.
Entre os possveis impactos ambientais causados por essa
construo, devemser destacados:
A) aumento do nvel dos oceanos e chuva cida.B) chuva cida e
efeito estufa.C) alagamentos e intensificao do efeito estufa.D)
alagamentos e desequilbrio da fauna e da flora.E) alterao do curso
natural dos rios e poluio atmosfrica.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Para resolver essa questo, interessante lembrar a definio de
impacto ambiental: desequilbrio provocado por um choque, um "trauma
ecolgico", causado tanto pela ao do homem quanto por acidentes
naturais. Veja que as alternativas apresentadas apontam para
problemas ambientais de alcance local e global. A chuva cida, por
exemplo, um problema local e ocorre mais freqentemente em regies
industrializadas, ou seja, em grandes centros urbanos, como vem se
percebendo nos EUA, no Canad, em pases da Europa e outras naes
altamente industrializadas. Uma questo global o efeito estufa, que
preocupa principalmente devido ao aumento na temperatura do planeta
e conseqente descongelamento das calotas polares, o que pode elevar
o nvel dos mares. No caso de barragens para represar a gua, os
danos so locais. Uma das principais conseqncias da construo de
barragens a inundao de vrias reas de mata, o que pode provocar um
desequilbrio nos ecossistemas por causa da diminuio e at a extino
de algumas espcies vegetais e animais.Com base nessas informaes, a
nica alternativa que pode ser considerada correta a d.
Autor: Professora Paula Jacomini
COMENTRIO DO INEP
Os participantes deveriam reconhecer os efeitos ambientais
decorrentes do alagamento e formao de barragens para a construo de
uma usina hidreltrica, dentre um conjunto apresentado como
resultante dessa construo. Entre todos os aspectos citados, apenas
o alagamento de grandes reas, a alterao do curso natural dos rios e
o conseqente desequilbrio da fauna e flora representam possveis
impactos ambientais de hidreltricas. Uma ntida maioria (61%) soube
selecionar os efeitos mais
-
plausveis, escolhendo a alternativa correta. Observa-se uma
atrao pela alternativa E, possivelmente porque sua redao comeava
por uma assertiva tambm plausvel - alterao do curso do rio - mas,
complementada por uma afirmao incorreta sobre poluio
atmosfrica.
Questo 24 - Habilidade 19
Casa que no entra sol, entra mdico. Esse antigo ditado refora a
importncia de, ao construirmos casas, darmos orientaes adequadas
aos dormitrios, de forma a garantir o mximo conforto trmico e
salubridade. Assim, confrontando casas construdas em Lisboa (ao
norte do Trpico de Cncer) e em Curitiba (ao sul do Trpico de
Capricrnio), para garantir a necessria luz do sol, as janelas dos
quartos no devem estar voltadas, respectivamente, para os pontos
cardeais: A) norte/sul.B) sul/norte.C) leste/oeste.D)
oeste/leste.E) oeste/oeste.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Essa fcil, e voc achar a resposta rapidamente fazendo um desenho
da Terra com o traado do Equador, do Trpico de Cncer, no Hemisfrio
Norte, e do Trpico de Capricrnio, no Hemisfrio Sul. Lembre-se de
posicionar as casas de frente o Sol, que tem seu deslocamento
aparente aproximadamente sobre a Linha do Equador, sem esquecer a
inclinao do eixo de rotao da Terra. Fique atento: a pergunta
refere-se ao lado em que elas NO devem estar posicionadas.
Autor: Professor Jlio Cezar Winkler - Geografia
COMENTRIO DO INEP
A soluo para o problema proposto nessa questo requeria a
utilizao de referenciais de orientao com base na posio do sol; em
outras palavras, o relacionamento da posio do sol com os pontos
cardeais em hemisfrios diferentes. Apenas 40% dos participantes
mostraram tal compreenso. A escolha da alternativa B por 19% dos
participantes demonstra possivelmente que eles no consideraram a
posio das casas em hemisfrios diferentes. A escolha das
alternativas C, D e E indicam, provavelmente, a dificuldade de
imaginar a trajetria aparente do sol no firmamento.
Questo 25 - Habilidade 1
Joo deseja comprar um carro cujo preo vista, com todos os
descontos possveis, de R$ 21.000,00, e esse valor no ser reajustado
nos prximos meses.Ele tem R$ 20.000,00, que podem ser aplicados a
uma taxa de juros compostos de 2% ao ms, e escolhe deixar todo o
seu dinheiro aplicado at que o montante atinja o valor do
carro.Para ter o carro, Joo dever esperar: A) dois meses, e ter a
quantia exata.B) trs meses, e ter a quantia exata.C) trs meses, e
ainda sobraro, aproximadamente, R$ 225,00.D) quatro meses, e ter a
quantia exata.E) quatro meses, e ainda sobraro, aproximadamente, R$
430,00.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Como o preo vai se manter estvel nos prximos meses, o mais
razovel, em
-
princpio, aplicar o capital de R$ 20.000,00 at que se atinja o
valor do carro.O clculo dos juros compostos ser feito manualmente,
pois no permitido o uso de calculadora.Lembrando que montante (M)
igual ao capital (C) acrescido dos juros (J), ter-se- aps o
primeiro ms:M = 20.000 + 20.000 x 2% = 20.000 + 400 = 20.400Ao
final do segundo ms:M = 20.400 + 20.400 x 2% = 20.400 + 408 =
20.808Ao trmino do terceiro ms:M = 20.808 + 20.808 x 2% = 20.808 +
416,16 = 21.224,16Assim, a alternativa c a correta.
Autor: Professor Augusto Bevilaqua - Matemtica
COMENTRIO DO INEP
Para resolver corretamente o problema proposto nessa questo o
participante deveria converter a linguagem do texto para a
linguagem matemtica, aplicando o conceito de juros compostos para,
identificar e utilizar os algoritmos adequados para a soluo do
problema. A maioria significativa de 65% dos participantes escolheu
a alternativa correta. A escolha por qualquer dos distratores no
permite inferir as causas provveis do erro cometido.
Questo 26 - Habilidade 12
A tabela abaixo apresenta algumas das principais causas de
mortes no Brasil, distribudas por regio.
So conhecidas ainda as seguintes informaes sobre as causas de
bitos:
A dificuldade na obteno de informaes, a falta de notificao e o
acesso precrio aos servios de sade so fatores relevantes na
contabilizao dos bitos por causas mal definidas.
O aumento da esperana de vida faz com que haja cada vez mais
pessoas com maiores chances de desenvolver algum tipo de cncer.
As mortes por doenas do aparelho respiratrio esto estreitamente
associadas poluio nos grandes centros urbanos.
Os acidentes de trnsito e os assassinatos representam a quase
totalidadedas mortes por causas externas.
A regio Norte a nica que apresenta todas as taxas por
10.000habitantes abaixo da taxa mdia brasileira.
Levando em considerao essas informaes e o panorama social,
econmico eambiental do Brasil, pode-se concluir que as regies K, X,
W, Y e Z da tabelaindicam, respectivamente, as regies:
-
A) Sul, Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.B) Centro-Oeste,
Sudeste, Norte, Nordeste e Sul.C) Centro-Oeste, Nordeste, Norte,
Sul e Sudeste.D) Norte, Nordeste, Sul, Centro-Oeste e Sudeste.E)
Norte, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Sul.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Essa questo requer muita ateno, pois voc dever associar alguns
aspectos da regio com as causas de morte mais comuns. Observe a
tabela e analise as alternativas por eliminao.Alternativa a: aponta
a Regio Sul como a regio K, o que improvvel, pois o grande nmero de
bitos por causas mal definidas no corresponde realidade do Sul do
pas. Esse tipo de morte mais comum nas regies mais pobres do
Brasil. Assim, essa opo pode ser descartada.
Alternativa b: aponta a Regio Centro-Oeste como a regio K, que
possui maior nmero de bitos por causas externas (acidentes e
violncia). A alternativa parece correta, considerando que essa uma
regio que concentra aglomerados urbanos expressivos. No entanto, na
seqncia, aponta a Regio Sudeste como sendo a regio X, que tem maior
nmero de mortes por causas mal definidas. Isso no verdadeiro, uma
vez que isso a caracterizaria como uma regio mais pobre. Na Regio
Sudeste, mais comum a morte por doenas respiratrias, pois ela
concentra grandes aglomerados urbanos com forte poluio atmosfrica.
Portanto, essa alternativa tambm pode ser descartada.
Alternativa c: aponta a Regio Centro-Oeste como a regio K, que
possui maior nmero de bitos por causas externas (acidentes e
violncia). J vimos que isso correto. Em segundo e terceiro lugares,
aponta as Regies Nordeste e Norte como as regies X e W,
respectivamente, que possuem o maior nmero de mortes por causas mal
definidas, o que tambm correto, pois o nmero elevado desse tipo de
morte, em relao s outras regies, revela que so regies mais pobres,
onde provavelmente mais difcil obter informaes e onde o acesso aos
servios de sade precrio. A alternativa ainda aponta a Regio Sul e
Sudeste como as regies Y e Z, respectivamente. Isso parece correto,
uma vez que a populao da Regio Sul possui expectativa de vida maior
que a das outras regies, fato que favorece o aparecimento de alguns
tipos de cncer. Alm disso, a Regio Sudeste tem temperaturas baixas
no inverno e poluio urbana intensa, deixando a populao mais
suscetvel s doenas respiratrias. Dessa forma, na alternativa c est
mais bem tipificada a associao dos bitos s caractersticas
regionais.
As alternativas d e e no podem estar corretas, pois apontam
inicialmente a Regio Norte como sendo a regio K, o que infundado,
pois a morte por causas externas (acidentes e violncia) mais comum
nos grandes aglomerados urbanos.
Autor: Professor Jlio Cezar Winkler - Geografia
COMENTRIO DO INEP
Para resolver a situao-problema proposta nessa questo o
participante deveria mostrar ser capaz de organizar os dados e as
informaes da tabela e, com seus conhecimentos, associ-los
corretamente para identificar as regies brasileiras, segundo as
taxas de mortalidade atribudas causas mal definidas ou relacionadas
qualidade de vida ou sade. A resoluo do problema exigiu ateno na
leitura e estrita aplicao das informaes para identificar
corretamente a regio W como sendo a Norte, pois a nica que
apresenta todos os indicadores com valores abaixo dos indicadores
do pas como um todo. Simultaneamente, deveriam considerar que os
habitantes da regio Sudeste, vivendo em sua maior parte nas maiores
metrpoles nacionais, esto mais sujeitos poluio, aos acidentes de
trnsito e aos assassinatos
-
do que o conjunto de habitantes das demais regies, ainda que
seguidos de perto pelos habitantes da Regio Sul. Mais da metade
(52%) dos participantes chegou a essas concluses e optou pela
alternativa correta. O distrator D, escolhido por 19% dos
participantes, posiciona corretamente a regio sudeste mas, por
exemplo, indica 'K' como regio Norte.
Questo 27 - Habilidade 10
O grfico abaixo representa a evoluo da quantidade de oxignio na
atmosferano curso dos tempos geolgicos. O nmero 100 sugere a
quantidade atual deoxignio na atmosfera, e os demais valores
indicam diferentes porcentagensdessa quantidade.
De acordo com o grfico correto afirmar que:
A) as primeiras formas de vida surgiram na ausncia de O2.B) a
atmosfera primitiva apresentava 1% de teor de oxignio.C) aps o
incio da fotossntese, o teor de oxignio na atmosfera mantm-se
estvel.D) desde o Pr-cambriano, a atmosfera mantm os mesmos nveis
de teor de oxignio.E) na escala evolutiva da vida, quando surgiram
os anfbios, o teor de oxignio
atmosfrico j se havia estabilizado.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Essa questo est centrada na relao entre a quantidade de oxignio
na atmosfera e o surgimento da vida no planeta. Voc ficar mais
vontade para solucion-la se lembrar que as primeiras formas de vida
que surgiram no planeta eram anaerbias (seres que no necessitam de
oxignio para sobreviver). Observe o grfico e veja que o
aparecimento de vida no dependia do oxignio existente. Com o passar
do tempo, ocorreram mudanas na atmosfera (aumento da quantidade de
oxignio) e algumas espcies se adaptaram s novas condies do ambiente
terrestre.
Autor:
COMENTRIO DO INEP
Essa questo apresenta, em uma escala de tempo geolgica, a evoluo
da
-
concentrao de oxignio na atmosfera terrestre. O grfico explicita
que o surgimento da vida transformou a atmosfera: o oxignio passa a
estar presente e ter uma concentrao crescente a partir somente do
surgimento da vida. Dessa forma, supe-se que os primeiros seres
vivos, produtores de oxignio molecular, desenvolveram-se em
atmosfera sem esse elemento, ou seja, o oxignio atmosfrico, hoje
essencial vida resultado de vida, no causa primeira. A soluo para o
problema proposto requeria que o participante analisasse a coerncia
entre as vrias alternativas apresentadas e as informaes contidas no
grfico. Pouco mais da metade dos participantes (51%) escolheu a
alternativa correta, e um quinto deles foi atrado pela idia,
expressa pela alternativa E, de que o surgimento dos anfbios j
encontrou a atmosfera estabilizada em termos de seu teor de
oxignio.
Questo 28 - Habilidade 10
Os fluxos migratrios humanos, representados nos mapas abaixo,
mais do queum deslocamento espacial podem significar uma mudana de
condio social.
Fonte: Adaptado de SANTOS, Regina Bega. Migraes no Brasil.
So Paulo: Scipione, 1994.
Analisando-se os mapas, pode-se afirmar que essa mudana ocorreu
com: A) trabalhadores rurais nordestinos, que migraram para So
Paulo nas dcadas de 50 e
de 60, transformando-se em operrios do setor industrial.B)
agricultores sulistas, que migraram para o centro-oeste na dcada de
60,
transformando-se em empresrios da minerao.C) trabalhadores
rurais nordestinos, que migraram para a Amaznia na dcada de 60,
transformando-se em grandes proprietrios de terras.D) moradores
das periferias das grandes cidades, que migraram para o interior do
pas
na dcada de 70 atrados pelas oportunidades de emprego nas
reservas extrativistas.
E) pequenos proprietrios rurais nordestinos que, na dcada de 70,
migraram para So Paulo para trabalhar como bias-frias na colheita
de caf.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Essa questo um pouco confusa, pois impossvel respond-la atravs
da anlise dos mapas de fluxos migratrios apresentados.As
alternativas esto relacionadas situao desses imigrantes aps a sua
chegada ao local de destino, fato no representado nos mapas.
Portanto, voc deve se basear no seu conhecimento sobre as migraes
internas no Brasil para chegar resposta correta.Voc deve saber que
as correntes migratrias inter-regionais no pas se intensificaram a
partir da modernizao brasileira, iniciada na dcada de 50. A
necessidade de mo-de-obra barata para a construo de So Paulo atraiu
imigrantes nordestinos, que se tornaram operrios do setor
industrial ou foram trabalhar na construo civil, como aponta a
alternativa a.
-
Autor: Professor Jlio Cezar Winkler - Geografia
COMENTRIO DO INEP
Para resolver o problema proposto nessa questo o participante
deveria demonstrar conhecimentos bsicos dos principais fatores
responsveis pelas migraes humanas no Brasil, no perodo de 1950 a
1980 e ser capaz de relacion-los com as correntes migratrias
representadas nos mapas. Cerca da metade (49%) dos participantes
assinalou a alternativa que apresenta as relaes corretas. A escolha
dos distratores D e E, que juntos somam 40% das opes, revela
possivelmente o desconhecimento dos fatores de migrao nos perodos
considerados.
Questo 29 - Habilidade 18
O texto abaixo foi extrado de uma crnica de Machado de Assis e
refere-se ao trabalho de um escravo.
Um dia comeou a guerra do Paraguai e durou cinco anos, Joo
repicava e dobrava, dobrava e repicava pelos mortos e pelas
vitrias. Quando se decretou o ventre livre dos escravos, Joo que
repicou. Quando se fez a abolio completa, quem repicou foi Joo. Um
dia proclamou-se a Repblica. Joo repicou por ela, repicaria pelo
Imprio, se o Imprio retornasse.(MACHADO, Assis de. Crnica sobre a
morte do escravo Joo , 1897)
A leitura do texto permite afirmar que o sineiro Joo: A) por ser
escravo tocava os sinos, s escondidas, quando ocorriam fatos
ligados
Abolio.B) no poderia tocar os sinos pelo retorno do Imprio,
visto que era escravo.C) tocou os sinos pela Repblica, proclamada
pelos abolicionistas que vieram libert-lo.D) tocava os sinos quando
ocorriam fatos marcantes porque era costume faz-lo.E) tocou os
sinos pelo retorno do Imprio, comemorando a volta da Princesa
Isabel.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Essa uma questo de resposta rpida. Trata-se de interpretao de
texto, e quem j acumula alguma bagagem de leitura no encontrar
dificuldade para encontrar a resposta. Um sineiro a pessoa
responsvel pelo dobre, pelo repicar, pelo bater dos sinos. Assim, o
velho Joo dobrava os sinos sempre que surgiam notcias novas e
importantes.As outras alternativas fogem totalmente realidade: a
Guerra do Paraguai no est diretamente ligada libertao dos escravos
e, portanto, a primeira alternativa falsa. O Imprio no retornou:
alternativas b e e esto fora. O escravo sineiro era indiferente aos
eventos polticos e tocaria os sinos para anunciar qualquer fato
importante, bom ou ruim para ele. A alternativa c aponta vontade ou
desejo do escravo, justamente aquilo que o texto demonstra no
existir. O velho escravo Joo era quase um autmato que tocava,
repicava e dobrava os sinos mecanicamente.
Autor: Professora Priscila Grahl - Histria
COMENTRIO DO INEP
A resoluo da questo requeria que o participante vinculasse a
idia cclica da repetio de um gesto (tocar o sino) com a indiferena
do personagem machadiano frente s transformaes polticas que no
alteravam o cotidiano do escravo ou do homem livre pobre. A maioria
de 63% dos participantes assinalou a alternativa correta e,16%
deles optaram pela alternativa C provavelmente porque, vincularam o
tocar dos sinos com a vitria dos abolicionistas, valorizando o
significado da abolio para o
-
sineiro escravo, fazendo uma leitura desatenta do texto.
Questo 30 - Habilidade 1
Uma garrafa de vidro e uma lata de alumnio, cada uma contendo
330 mL de refrigerante, so mantidas em um refrigerador pelo mesmo
longo perodo de tempo. Ao retir-las do refrigerador com as mos
desprotegidas, tem-se a sensao de que a lata est mais fria que a
garrafa.
correto afirmar que: A) a lata est realmente mais fria, pois a
capacidade calorfica da garrafa maior que a
da lata.B) a lata est de fato menos fria que a garrafa, pois o
vidro possui condutividade
menor que o alumnio.C) a garrafa e a lata esto mesma
temperatura, possuem a mesma condutividade
trmica, e a sensao deve-se diferena nos calores especficos.D) a
garrafa e a lata esto mesma temperatura, e a sensao devida ao fato
de a
condutividade trmica do alumnio ser maior que a do vidro.E) a
garrafa e a lata esto mesma temperatura, e a sensao devida ao fato
de a
condutividade trmica do vidro ser maior que a do alumnio.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Conceito envolvido: transferncia de calorComo estavam na
geladeira, ambas as garrafas apresentavam a mesma temperatura, pois
estavam em equilbrio trmico. A sensao de frio ao segurar qualquer
um dos recipientes se deve maior ou menor rapidez com que nossa mo,
com maior temperatura, cede calor para o recipiente ao toc-lo -
quanto mais rpida a transferncia, maior a sensao de frio. Essa
rapidez funo da condutividade trmica do recipiente, maior nos
metais que no vidro - da a sensao de que a lata est mais
fria.Anlise das alternativas (resoluo por eliminao):A) esto ambas,
garrafa e lata, mesma temperatura no interior da geladeira.B) esto
ambas, garrafa e lata, mesma temperatura no interior da
geladeira.C) elas realmente esto mesma temperatura, mas no possuem
a mesma condutividade trmica, que a responsvel pela sensao
trmica.D) essa a proposio correta.E) a condutividade trmica do
vidro menor que a do alumnio, ao contrrio do que se afirma.
Autor: Professor Bohdan Metchko Junior - Fsica
COMENTRIO DO INEP
Para resolver o problema proposto nessa questo, o participante
deveria mostrar ser capaz de selecionar as variveis relevantes que
podem explicar o fenmeno descrito pela sensao da lata parecer mais
fria que a garrafa, a saber, temperatura e condutividade trmica de
diferentes materiais. Mais da metade (66%) dos participantes
assinalou a alternativa correta e, possivelmente, a escolha dos
distratores pode ser entendida como compreenso errada da
condutividade trmica do alumnio e do vidro.
Questo 31 - Habilidade 12
Em 1999, o Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento
elaborou oRelatrio do Desenvolvimento Humano, do qual foi extrado o
trecho abaixo.
-
Nos ltimos anos da dcada de 90, o quinto da populao mundial que
vive nos pases de renda mais elevada tinha:
86% do PIB mundial, enquanto o quinto de menor renda, apenas
1%;
82% das exportaes mundiais, enquanto o quinto de menor renda,
apenas 1%;
74% das linhas telefnicas mundiais, enquanto o quinto de menor
renda, apenas 1,5%;
93,3% das conexes com a Internet, enquanto o quinto de menor
renda, apenas 0,2%.
A distncia da renda do quinto da populao mundial que vive nos
pases mais pobres - que era de 30 para 1, em 1960 passou para 60
para 1, em 1990, e chegou a 74 para 1, em 1997.
De acordo com esse trecho do relatrio, o cenrio do
desenvolvimento humanomundial, nas ltimas dcadas, foi caracterizado
pela:
A) diminuio da disparidade entre as naes.B) diminuio da
marginalizao de pases pobres.C) incluso progressiva de pases no
sistema produtivo.D) crescente concentrao de renda, recursos e
riqueza.E) distribuio eqitativa dos resultados das inovaes
tecnolgicas.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
O ndice de Desenvolvimento Humano um indicador criado pela ONU
para medir o nvel de bem-estar de uma populao (pas, estado ou
municpio). Ele resultado de uma ponderao entre indicadores
importantes de qualidade de vida, tais como: longevidade,
analfabetismo, renda, etc.Veja atentamente o texto apresentado
nessa questo e observe que ele valoriza os pases de maior renda,
fazendo uma comparao com o quinto pas de menor renda, fato esse que
expressa o distanciamento desses pases, sobretudo em relao
concentrao de riqueza (renda e explorao de recursos), que notvel
nos pases ricos, em detrimento dependncia econmica dos pases
pobres.A parte do texto que d a resposta da questo a ltima frase,
que indica que, de 1960 a 1997, a distncia de renda passou de 30
para 1 para 74 para 1. Ou seja, os mais ricos ganhavam 30 vezes
mais que os mais pobres em 1960 e passaram a ganhar 74 vezes mais
em 1997, um indicador de que a concentrao de renda est crescendo
cada vez mais.
Autor: Professor Jlio Cezar Winkler - Geografia
COMENTRIO DO INEP
A resoluo dessa questo requeria que o participante interpretasse
corretamente um trecho de um relatrio abordando a distribuio de
renda, de bens e de servios de parcelas da populao mundial, com os
dados colocados de forma comparativa entre os pases mais ricos e os
mais pobres. Os participantes deveriam mostrar a compreenso das
comparaes estabelecidas para situ-las no quadro maior, do
desenvolvimento humano mundial. A interpretao correta do ltimo
pargrafo do trecho citado, abordando a crescente distncia de renda
entre ricos e pobres, era especialmente til para responder
corretamente a questo. A questo mostrou-se de dificuldade mediana,
com 58% dos participantes assinalando a alternativa correta. O
distrator B foi o menos escolhido, revelando, possivelmente, uma
percepo comum maioria dos participantes: no h diminuio da
marginalizao dos pases pobres.
-
Pode-se ainda supor que os mais de 40% que no optaram pela
resposta correta, no tm familiaridade com os conceitos envolvidos
nas alternativas ou, ainda, no puderam trabalhar adequadamente a
comparao desses conceitos com os indicadores expressos no texto, em
linguagem corrente.
Questo 32 - Habilidade 19
O autor do texto abaixo critica, ainda que em linguagem
metafrica, a sociedade contempornea em relao aos seus hbitos
alimentares.
Vocs que tm mais de 15 anos, se lembram quando a gente comprava
leite em garrafa, na leiteria da esquina? (...)Mas vocs no se
lembram de nada, p! Vai ver nem sabem o que vaca. Nem o que leite.
Estou falando isso porque agora mesmo peguei um pacote de leite
leite em pacote, imagina, Tereza! na porta dos fundos e estava
escrito que pasterizado, ou pasteurizado, sei l, tem vitamina,
garantido pela embromatologia, foi enriquecido e o escambau. Ser
que isso mesmo leite? No dicionrio diz que leite outra coisa:Lquido
branco, contendo gua, protena, acar e sais minerais. Um alimento
pra ningum botar defeito. O ser humano o usa h mais de 5.000 anos.
o nico alimento s alimento. A carne serve pro animal andar, a fruta
serve pra fazer outra fruta, o ovo serve pra fazer outra galinha
(...) O leite s leite. Ou toma ou bota fora. Esse aqui examinando
bem, s pra botar fora. Tem chumbo, tem benzina, tem mais gua do que
leite, tem serragem, sou capaz de jurar que nem vaca tem por trs
desse negcio. Depois o pessoal ainda acha estranho que os meninos
no gostem de leite.Mas, como no gostam? No gostam como? Nunca
tomaram! M!
(FERNANDES, Millr. O Estado de S. Paulo , 22 de agosto de
1999)
A crtica do autor dirigida:
A) ao desconhecimento, pelas novas geraes, da importncia do gado
leiteiro para a
economia nacional.B) diminuio da produo de leite aps o
desenvolvimento de tecnologias que tm
substitudo os produtos naturais por produtos artificiais.C)
artificializao abusiva de alimentos tradicionais, com perda de
critrio para julgar
sua qualidade e sabor.D) permanncia de hbitos alimentares a
partir da revoluo agrcola e da
domesticao de animais iniciada h 5.000 anos.E) importncia dada
ao pacote de leite para a conservao de um produto perecvel e
que necessita de aperfeioamento tecnolgico.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Resposta um tanto fcil. Como Millr insiste tanto na mudana da
composio do leite, sempre retomando que h muitas coisas nele hoje
que no havia quando ele era mais jovem, fica fcil identificar a
crtica artificializao dos alimentos tradicionais. Para reforar a
certeza, leiam-se as cinco ltimas linhas: "Esse aqui examinando
bem, s pra botar fora. Tem chumbo, tem benzina, tem mais gua do que
leite, tem serragem, sou capaz de jurar que nem vaca tem por trs
desse negcio. Depois o pessoal ainda acha estranho que os meninos
no gostem de leite. Mas, como no gostam? No gostam como? Nunca
tomaram! M!"
Autor: Professora Luciane Prendin - Portugus
COMENTRIO DO INEP
Para responder questo o participante deveria mostrar ser capaz
de interpretar o
-
texto para inferir a inteno do autor em fazer uma crtica ao
excesso de artificializao de alimentos, usando em seu texto, o
leite, um dos mais tradicionais. A significativa maioria dos
participantes (73%) conseguiu perceber a inteno do autor. As demais
respostas, possivelmente, revelam apenas uma compreenso literal do
texto.
Questo 33 - Habilidade 18
O autor do texto abaixo critica, ainda que em linguagem
metafrica, a sociedade contempornea em relao aos seus hbitos
alimentares.
Vocs que tm mais de 15 anos, se lembram quando a gente comprava
leite em garrafa, na leiteria da esquina? (...)Mas vocs no se
lembram de nada, p! Vai ver nem sabem o que vaca. Nem o que leite.
Estou falando isso porque agora mesmo peguei um pacote de leite
leite em pacote, imagina, Tereza! na porta dos fundos e estava
escrito que pasterizado, ou pasteurizado, sei l, tem vitamina,
garantido pela embromatologia, foi enriquecido e o escambau. Ser
que isso mesmo leite? No dicionrio diz que leite outra coisa:Lquido
branco, contendo gua, protena, acar e sais minerais. Um alimento
pra ningum botar defeito. O ser humano o usa h mais de 5.000 anos.
o nico alimento s alimento. A carne serve pro animal andar, a fruta
serve pra fazer outra fruta, o ovo serve pra fazer outra galinha
(...) O leite s leite. Ou toma ou bota fora. Esse aqui examinando
bem, s pra botar fora. Tem chumbo, tem benzina, tem mais gua do que
leite, tem serragem, sou capaz de jurar que nem vaca tem por trs
desse negcio. Depois o pessoal ainda acha estranho que os meninos
no gostem de leite.Mas, como no gostam? No gostam como? Nunca
tomaram! M!
(FERNANDES, Millr. O Estado de S. Paulo , 22 de agosto de
1999)
A palavra embromatologia usada pelo autor :
A) um termo cientfico que significa estudo dos bromatos.B) uma
composio do termo de gria embromao (enganao) com bromatologia,
que o estudo dos alimentos.C) uma juno do termo de gria embromao
(enganao) com lactologia, que o
estudo das embalagens para leite.D) um neologismo da qumica
orgnica que significa a tcnica de retirar bromatos dos
laticnios.E) uma corruptela de termo da agropecuria que
significa a ordenha mecnica.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
necessrio para a resoluo desta questo:- perceber que o texto
critica o exagerado uso de substncias artificiais nos alimentos;-
conhecer o significado da gria embromar e da palavra
bromatologia.Conhecendo esses significados, voc elimina todas as
alternativas erradas: a, c, d e e.Voc poder ter dvida quanto
alternativa c, que tambm ser eliminada se souber o significado da
palavra lactologia, que o estudo do leite e produtos lcteos e no
das embalagens para leite.Nesta questo, so trabalhados os conceitos
de interpretao de texto, formao de palavras e conhecimentos
gerais.
Autor: Professora Luciane Prendin - Portugus
COMENTRIO DO INEP
A resoluo da questo requeria que o participante, ao ler o texto
vinculasse o significado de um termo de gria - "embromao" - com o
da palavra bromatologia. A
-
resposta correta exigia que o participante no abrisse mo do
sabor picante contido na linguagem metafrica, sabor vinculado ao
conhecimento especfico contido na palavra bromatologia. Cerca da
metade dos participantes (51%) optou pela alternativa correta e, os
20% que escolheram a alternativa C, provavelmente associaram a
referncia feita no texto leite em pacote.
Questo 34 - Habilidade 16
O grfico abaixo refere-se s variaes das concentraes de poluentes
naatmosfera, no decorrer de um dia til, em um grande centro
urbano.
(Adaptado de NOVAIS, Vera. Oznio: aliado ou inimigo.
So Paulo: Scipione,1998)
As seguintes explicaes foram dadas para essas variaes:I- A
concentrao de NO diminui, e a de NO2 aumenta em razo daconverso de
NO em NO2.II- A concentrao de monxido de carbono no ar est ligada
maior ou menor intensidade de trfego.III- Os veculos emitem xidos
de nitrognio apenas nos horrios de pico detrfego do perodo da
manh.IV- Nos horrios de maior insolao, parte do oznio da
estratosferadifunde-se para camadas mais baixas da atmosfera.
Dessas explicaes, so plausveis somente: A) I e II.B) I e III.C)
II e III.D) II e IV.E) III e IV.
COMENTRIO DO EDUCACIONAL
Esta questo est ligada a conhecimentos de xidos da Qumica
Inorgnica e interpretao de grficos. Das questes ligadas Qumica no
Enem 2000, esta a mais difcil e no pode ser resolvida por eliminao.
Vamos analisar as afirmaes:I - Afirmao correta. Olhando o grfico,
vemos que a concentrao de NO sobe rapidamente no incio da manh e
cai logo em seguida, ao mesmo tempo em que a concentrao de NO2
aumenta. Isso indica que o NO formado reagiu com o oxignio do ar,
convertendo-se em NO2. Embora esta afirmativa seja compatvel com o
que vemos no grfico, no fcil para um aluno de ensino mdio concluir
se ela reflete o que ocorre de fato.II - Esta afirmativa verdadeira
e est condizente com o que o grfico nos mostra, pois vemos picos de
concentrao de CO no incio da manh e no final da tarde, momentos de
maior trfego nas ruas.III - Esta alternativa falsa, pois basta
olhar o grfico para perceber que a
-
concentrao de NO2 tem seu pico de manh, mas se mantm elevada ao
longo de todo o dia.IV - Falsa. Olhando o grfico, vemos que h um
aumento de concentrao de oznio (O3) no perodo de maior insolao, com
o pico acontecendo ao meio-dia. O que est errado a afirmao de que o
oznio vem da estratosfera. A migrao do oznio de uma camada da
atmosfera para outra lenta e no se d em questo de poucas horas.
Essa afirmao pode