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1 Capítulo 37: Sessenta e Quatro Técnicas Clínicas Este capítulo fornece uma taxonomia de técnicas clínicas comumente usadas em Musicoterapia Improvisacional. Uma técnica é definida como uma operação ou interação iniciada pelo terapeuta para provocar uma reação imediata do cliente, ou para dar forma à sua experiência imediata. Como discutido na unidade I, uma técnica difere de um procedimento quanto a ser uma simples estratégia ou operação apontada para uma resposta imediata. DESENVOLVENDO UMA TAXONOMIA Para desenvolver uma taxonomia de técnicas, foi necessário ao autor isolar, definir e nomear a variedade de técnicas em uma forma consistente. Uma das dificuldades encontradas na revisão da literatura é que o mesmo termo é geralmente usado em referência a diferentes técnicas, e que diferentes termos são geralmente usados para se referir à mesma técnica. Consequentemente, a terminologia pode ser bem confusa, quando se comparam técnicas usadas em diferentes modelos de terapia. Devido à confusão na terminologia, um vocabulário especial teve de ser desenvolvido. O vocabulário é baseado em similaridades e diferenças nas técnicas em si, em vez de usos idiossincráticos e terminologias individuais de terapeutas. Sempre que possível, termos comumente aceitos e definições foram mantidas. Para isolar e distinguir as técnicas, foi necessário identificar formas, nas quais as técnicas pudessem ser comparadas. Similaridades e diferenças foram mais freqüentemente encontradas nas seguintes três áreas, cada uma das quais envolvendo diversas variáveis: Foco. As técnicas variam em termos de quais aspectos da experiência de comportamento do cliente serão o foco de observação e intervenção. Quando usa uma técnica, o terapeuta pode observar e/ou responder à música do cliente, movimento, verbalizações, etc. Objetivos. Toda técnica tem seus próprios objetivos clínicos e usos. Portanto, para comparar diferentes técnicas, é importante perguntar o que é realizado pelo uso delas. Que respostas ou reações do cliente cada técnica é estruturada para
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Dec 27, 2015

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Capítulo 37: Sessenta e Quatro Técnicas Clínicas

Este capítulo fornece uma taxonomia de técnicas clínicas comumente usadas

em Musicoterapia Improvisacional. Uma técnica é definida como uma operação ou

interação iniciada pelo terapeuta para provocar uma reação imediata do cliente, ou

para dar forma à sua experiência imediata. Como discutido na unidade I, uma

técnica difere de um procedimento quanto a ser uma simples estratégia ou operação

apontada para uma resposta imediata.

DESENVOLVENDO UMA TAXONOMIA

Para desenvolver uma taxonomia de técnicas, foi necessário ao autor isolar,

definir e nomear a variedade de técnicas em uma forma consistente. Uma das

dificuldades encontradas na revisão da literatura é que o mesmo termo é geralmente

usado em referência a diferentes técnicas, e que diferentes termos são geralmente

usados para se referir à mesma técnica. Consequentemente, a terminologia pode

ser bem confusa, quando se comparam técnicas usadas em diferentes modelos de

terapia.

Devido à confusão na terminologia, um vocabulário especial teve de ser

desenvolvido. O vocabulário é baseado em similaridades e diferenças nas técnicas

em si, em vez de usos idiossincráticos e terminologias individuais de terapeutas.

Sempre que possível, termos comumente aceitos e definições foram mantidas.

Para isolar e distinguir as técnicas, foi necessário identificar formas, nas quais

as técnicas pudessem ser comparadas. Similaridades e diferenças foram mais

freqüentemente encontradas nas seguintes três áreas, cada uma das quais

envolvendo diversas variáveis:

Foco. As técnicas variam em termos de quais aspectos da experiência de

comportamento do cliente serão o foco de observação e intervenção. Quando usa

uma técnica, o terapeuta pode observar e/ou responder à música do cliente,

movimento, verbalizações, etc.

Objetivos. Toda técnica tem seus próprios objetivos clínicos e usos. Portanto,

para comparar diferentes técnicas, é importante perguntar o que é realizado pelo

uso delas. Que respostas ou reações do cliente cada técnica é estruturada para

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provocar? O cliente vai explorar um novo padrão de resposta, continuar e elaborar o

padrão vigente, ou alterar, mudar, ou extinguí-lo? Que tipos de relações vão ser

facilitadas, ou enriquecidas, as intramusicais, intrapessoais, intermusicais ou

interpessoais?

Implementação. Quando implementa uma técnica, o terapeuta pode engajar o

cliente através da música, movimento, verbalização, etc. Alguma técnicas podem ser

implementadas em várias modalidades, outras podem ser implementadas em

somente uma. A modalidade do terapeuta pode ser a mesma do cliente, ou

diferente. O terapeuta pode implementar a técnica enquanto o cliente está dando

uma resposta, (i.e., simultaneamente) ou depois (i.e., sucessivamente). A técnica

pode envolver, adaptar ou acompanhar o que o cliente está fazendo, provocar uma

nova resposta, ou intervir. E, finalmente, se a técnica envolve improvisação, ela

pode ser referencial ou não referencial.

Como ficará evidente, as técnicas coincidem consideravelmente. Algumas

técnicas compartilham o mesmo foco, mas diferem quanto à implementação ou

objetivos. Outras, são implementadas em forma semelhante, mas focalizam

aspectos diferentes da experiência do cliente, e possuem diferentes objetivos

clínicos.

As técnicas raramente são utilizadas isoladamente. Mais freqüentemente,

elas são implementadas em várias combinações com outras técnicas. Podem ser

combinadas simultaneamente, ou em várias seqüências, daí produzirem

intermináveis variações em seu foco, objetivo e implementação.

Devido às muitas semelhanças, coincidências e combinações, é

freqüentemente difícil isolar uma técnica, ou distinguir uma de outra. Ainda assim,

sob um ponto de vista clínico, tal separação e definição se torna essencial para seu

uso efetivo. Ao se revisar os vários modelos de terapia improvisacional, dois critérios

foram usados para identificar e isolar as técnicas. Primeiro, a técnica pode ser

compreendidas como uma estratégia de intervenção, embora possa ser combinada,

ou freqüentemente usada em conjunção com outra. Segundo, quando utilizada

isoladamente, a técnica é diferente de todas as outras técnicas, seja no foco

objetivo, ou padrão de implementação, embora possa ter certas similaridades e

coincidências.

Usando esses critérios, sessenta e quatro técnicas clínicas foram

identificadas na prática da Musicoterapia Improvisacional. A tabela XXXVII fornece

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uma breve definição de cada técnica. Muitas dessas técnicas são aplicáveis dentro

de cada setting grupal ou individual.

DEFINIÇÕES E USOS

Cada técnica possui várias aplicações quando utilizada isoladamente, e muito

mais quando usada em conjunto com outras. Por questões de clareza, as 64

técnicas têm sido agrupadas sob títulos, de acordo com sua aplicação primária, ou

uso na sessão de improvisação. As técnicas são comumente usadas para: transmitir

empatia, fornecer uma estrutura musical para a improvisação do cliente, organizar o

processo de improvisação, estimular as improvisações referenciais, explorar

emoções e discutir questões terapêuticas. Deve-se notar que cada técnica, na

verdade, se adequa a vários títulos, e há um infinito número de títulos que poderiam

ser usados.

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Tabela XXXVII

Sessenta e Quatro Técnicas em Musicoterapia Improvisacional Por Kennteh Bruscia

TÉCNICAS DE EMPATIA TÉCNICAS DE DEDUÇÃO Imitar: ecoar ou reproduzir uma

resposta do cliente, depois de a resposta ser completada.

Repetir: reiterar o mesmo ritmo, melodia, letra, padrões de movimento, etc., seja contínua ou intermitentemente.

Sincronizar: fazer o que o cliente está fazendo ao mesmo tempo.

Modelar: apresentar ou demonstrar algo para o cliente imitar ou competir.

Incorporar: usar um motivo musical ou comportamento do cliente como tema para uma improvisação, ou composição, e elaborá-lo.

Criar Espaços: deixar espaços na estrutura da própria improvisação, para o cliente inserir.

Regular: combinar com o nível de energia do cliente (i.e., intensidade e velocidade).

Inserir: esperar por um espaço na música do cliente para preencher a lacuna

Refletir: ir ao encontro dos estados de humor, atitudes e sentimentos exibidos pelo cliente.

Estender: adicionar alguma coisa para o final da improvisação do cliente, para suplementá-la.

Exagerar: trazer algo que seja único ou se destaque, acerca de uma resposta ou comportamento do cliente, pela amplificação.

Completar: responder ou completar a pergunta musical do cliente, ou frase antecedente.

TÉCNICAS DE ESTRUTURAÇÃO TÉCNICAS DE REDIREÇÃO: Base Rítmica: manter uma batida

básica ou fornecer uma fundação rítmica para o cliente improvisar.

Introduzir Mudança: iniciar novo material temático (ex.: ritmos, melodias, letras) e levar a improvisação em direção diferente.

Centro Tonal: fornecer um centro tonal, escala, ou base harmônica como fundamento para o cliente improvisar.

Diferenciar: improvisar música simultânea, que é separada, distinta e independente da música do cliente, ainda que compatível.

Dar Forma: ajudar o cliente a definir a extensão de uma frase e dar a ela uma forma expressiva.

Modular: mudar a métrica ou tonalidade da improvisação em vigor, com o cliente.

TÉCNICAS DE INTIMIDADE Compartilhar Instrumentos: usar o

mesmo instrumento que o cliente, ou tocá-lo cooperativamente.

Dar de Presente: apresentar ao cliente um presente, como uma execução musical, instrumento, etc.

Intensificar: aumentar a dinâmica, andamento, tensão rítmica e/ou tensão melódica.

Acalmar: reduzir ou controlar a dinâmica, andamento, tensão rítmica e/ou melódica.

Intervir: interromper, desestabilizar ou redirecionar fixações, perseverações, ou estereótipos do cliente.

N.T.: Na descrição que se segue, algumas técnicas levam seus nomes originais entre parêntesis devido a muitas vezes, os termos não abrangerem toda a sua extensão de significado em língua inglesa.

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Criar Laços: desenvolver um pequeno trecho ou canção, baseado nas respostas do cliente, e usá-lo como tema para a relação.

Reagir: após uma improvisação, ou playback, perguntar ao cliente o que ele gostou, ou não.

Solilóquios: improvisar uma canção como se falasse consigo próprio sobre o cliente.

Estabelecer Analogia: após uma improvisação ou playback solicitar ao cliente que cite uma situação na vida, que seja análoga à improvisação ou experiência.

TÉCNICAS DE PROCEDIMENTO

TÉCNICAS REFERENCIAIS

Capacitar: instruir o cliente quanto a improvisar ou, do contrário, assisti-lo.

Parear: o terapeuta improvisa diferentes motivos musicais, para respostas selecionadas do cliente e então, toca o motivo, toda vez que o cliente emite a resposta.

Trocar: mudar de uma modalidade e/ou meio de expressão para outro.

Simbolizar: levar o cliente a usar algo musical (ex.: instrumento, tema) para representar algo mais (ex. evento ou pessoa).

Pausa: fazer com que o cliente “descanse” em várias articulações da improvisação.

Recoletar: levar o cliente a lembrar, ou imaginar sons que acompanhem uma situação, ou evento, e reproduzi-los.

Recuar: assumir um papel de menor atividade ou controle, e deixar o cliente dirigir a experiência.

Associação livre: levar o cliente a dizer o que quer que venha à mente, enquanto ouve uma improvisação, incluindo imagem, lembranças ou associações.

Experimentar: fornecer uma estrutura ou idéia para guiar a improvisação do cliente e faze-lo experimentar

Projetar: levar o cliente a improvisar música que descreva uma situação verdadeira, sentimento, evento, relação, etc.

Conduzir: dirigir uma improvisação musical com gestos ou sinais.

Fantasiar: levar o cliente a improvisar música para uma fantasia, estória, mito ou sonho.

Ensaiar: fazer o cliente praticar uma improvisação.

Contar Estória: improvisar música e estimular o cliente a inventar uma estória.

Executar: fazer o cliente re-fazer uma improvisação, após esta ser ensaiada.

Reproduzir: fazer o cliente escutar uma gravação de sua improvisação

Relatar: após uma improvisação, ou playback, fazer o cliente relatar sua experiência enquanto improvisava.

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TÉCNICAS DE EXPLORAÇÃO EMOCIONAL

Holding: à medida que o cliente

improvisa, o terapeuta fornece um fundo musical que esteja em ressonância com os sentimentos do cliente, enquanto os contém.

TÉCNICAS DE DISCUSSÃO Conectar: verbalizar ou perguntar

ao cliente como vários aspectos de suas experiências ou expressões se relacionam umas às outras.

Sondar: perguntar ou fazer afirmações que extraiam informação do cliente.

Copiar: expressar sentimentos que o cliente tenha dificuldade de admitir, ou liberar completamente.

Clarificar: levar o cliente a elaborar, clarificar ou verificar informação que já tenha sido oferecida.

Contrastar: fazer o cliente improvisar qualidades ou sentimentos opostos.

Fazer Transições: levar o cliente a encontrar vários modos, dentro de uma improvisação, de ir de uma qualidade ou sentimento para seu oposto.

Resumir: recapitular verbalmente eventos em terapia e colocá-los concisamente, ou revisar as experiências do cliente, ou respostas durante uma fase particular de terapia ou situação de vida.

Integrar: introduzir elementos de contraste na improvisação, e então combinar, equilibrar ou fazê-los compatíveis.

Feedback: verbalizar como o cliente apareceria, soaria ou se sentiria em relação a outra pessoa

Seqüenciar: ajudar o cliente a colocar as coisas em ordem seqüencial (ex.: partes de uma improvisação, eventos de uma estória, ou informação autobiográfica).

Interpretar: oferecer possíveis explanações para as experiências do cliente.

Cisão: improvisar com o cliente, dois aspectos conflitantes do seu self.

Metaprocessar: levar o cliente a mudar para um nível de consciência que o capacite a observar e reagir ao que ele está fazendo ou sentindo.

Transferir: improvisar duetos com o cliente que explorem relações significativas em sua vida.

Reforçar: recompensar o cliente ou retirar o reforço, de acordo com seu comportamento.

Tomada de papel: trocar vários papéis com o cliente, enquanto se improvisa.

Confrontar: desafiar o cliente, por apontar discrepâncias, ou contradições em suas respostas.

Ancorar: associar uma experiência significativa em terapia a algo que vai capacitar o cliente a lembrar facilmente, ou recolocar a experiência em uma modalidade, meio ou forma que vai externalizá-la, ou consolidá-la.

Revelar: revelar algo pessoal ao cliente, falar sobre si mesmo durante uma sessão.

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Técnicas de Empatia

Um dos aspectos mais poderosos da terapia improvisacional é o de que o

terapeuta possui inúmeras formas de transmitir empatia diretamente. Isso é

usualmente efetuado indo-se ao encontro do cliente não verbalmente, ou

espelhando o que o cliente está fazendo. Ir ao encontro do cliente serve, não só

para transmitir empatia, mas também para estabelecer rapport, e provocar uma

resposta interativa. As técnicas nesta categoria incluem imitar, sincronizar,

incorporar, regular, refletir e exagerar, as quais podem ser implementadas em várias

modalidades, e com vários níveis de precisão.

Imitar: O terapeuta ecoa ou reproduz uma resposta do cliente, após a

resposta ser apresentada. O terapeuta pode focar a imitação em qualquer som,

ritmo, intervalo, melodia, movimento, expressão facial, verbalização, resposta ao

tocar, etc., oferecidos pelo cliente. A imitação deve ser usada seletivamente (i.e.,

somente com certas respostas do cliente) e cuidadosamente ( i.e., de uma forma

que não conduza ao mimetismo).

A imitação é usada para focar a atenção do cliente em suas próprias ações,

para reforçar o cliente a reagir ou se comunicar, para indicar ao cliente quais

aspectos de sua resposta são relevantes à tarefa ou situação, para transmitir

aceitação ao que o cliente oferece, para verificar a intenção da mensagem do

cliente, para estabelecer o revezamento como um paradigma interacional, para dar

ao cliente uma oportunidade de liderar e ter controle sobre o terapeuta, e para

modelar o comportamento imitativo.

Técnicas diferentes, ainda que proximamente relacionadas, são as de

sincronizar, incorporar, regular e refletir. Imitar se distingue de sincronizar, no sentido

de que ocorre após a resposta do cliente, em vez de durante. É distinto de

incorporar porque não envolve elaboração. É distinto de refletir porque é uma réplica

objetiva de idéias musicais e materiais, em vez de uma interpretação subjetiva dos

sentimentos subjacentes. É diferente de regular porque focaliza um material musical

temático, em vez da quantidade de energia gasta.

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Uma variação desta técnica é o terapeuta fazer um cliente imitar o outro. É a

chamada “imitação de iguais”.

A técnica de imitar pode também ser implementada verbalmente. Envolve

repetir, textualmente, o que o cliente diz e, dependendo do propósito, com a mesma

ou com diferente inflexão tonal. A imitação verbal pode ser usada para reforçar as

afirmações do cliente, provocar clarificação, ou induzir a auto-consciência

Sincronizar. O terapeuta faz aquilo que o cliente faz, à medida em que o

cliente está fazendo, regulando o tempo do processo, de modo que suas ações

coincidam. A técnica de sincronizar pode ser realizada em vários níveis de precisão.

Quando sincroniza, o terapeuta pode tentar combinar vários aspectos da resposta

do cliente, ou apenas certas dimensões. Além disso, o terapeuta pode permanecer

na mesma modalidade de expressão (unimodal) ou transferir-se para outra

(transmodal).

Em um contexto musical, a sincronia unimodal ocorre quando o terapeuta

combina os ritmos e melodias e/ou letras do cliente e permanece em união com o

mesmo, à medida em que estão sendo produzidas. Na sincronia musical unimodal, o

terapeuta tem várias opções para variar a precisão. O terapeuta pode sincronizar

com apenas um certo elemento musical da improvisação do cliente (ex.: ritmo,

melodia, letra, dinâmica). Pode usar o mesmo meio (ex.: vocal, instrumental) que o

cliente, ou outro meio diferente. Outras variações incluem “imitação de canon”

(quando o terapeuta está uma ou mais batidas atrás do cliente, na produção do que

o cliente faz) e “espelhamento musical” (quando o terapeuta iguala a melodia do

cliente pela reprodução de cada intervalo na direção oposta, ou movimento

contrário).

A sincronia unimodal pode ser também implementada em outras modalidades

como movimento, mímica e representação. Nestas modalidades, o terapeuta

sincroniza com alguns ou todos os aspectos da postura, comportamento de

movimento, ou ações do cliente. Isto pode variar das expressões faciais a posições

corporais, ou de movimentos sutis reflexivos, como respirar e piscar os olhos, para

atos motores de coordenação grossa, com objetivos bem diretos. Uma variação

Do original: peer imitating. Opta-se pelo termo “iguais” em referência ao status cliente. Do original: self-awareness. Do original: crossmodal.

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muito comum que ocorre na interação de movimento face-a-face é o espelhamento.

No espelhamento o terapeuta executa as mesmas ações, ou movimentos que o

cliente, mas reverte sua direção, como numa imagem especular.

Na sincronia transmodal, o terapeuta equipara temporariamente a ação do

cliente em uma modalidade diferente, ou executa um ato completamente diferente

em uníssono temporal. Por exemplo, o terapeuta pode improvisar música em

sincronia com os movimentos do cliente, mover-se em sincronia com a música do

cliente, ou falar em sincronia com a respiração do cliente.

A sincronia é usada para apoiar, estabilizar, ou fortalecer a resposta do

cliente, para promover a auto-consciência do cliente, trazer mais intimidade na

relação cliente-terapeuta, dar ao cliente oportunidades de liderança, transmitir

aceitação e identificação, e desenvolver uma compreensão empática do cliente.

As técnicas proximamente relacionadas, mas diferentes, incluem o imitar,

refletir e regular. Sincronizar envolve imitar as ações do cliente simultaneamente, em

vez de sucessivamente. Embora freqüentemente envolva ir além dos atos

observáveis do cliente, sincronizar não envolve necessariamente refletir os

sentimentos do cliente, ou equiparar seu nível de energia.

Incorporar. Quando improvisa com o cliente, o terapeuta toma um motivo

rítmico ou melódico apresentado pelo cliente, e faz disso um tema em sua própria

improvisação. Incorporar vai além do imitar, no sentido de que o tema do cliente

pode ser modificado, desenvolvido e exagerado. Mais adiante, o motivo é estendido

em uma improvisação inteira, a qual pode também incluir outros temas e materiais

pertencentes, tanto ao terapeuta quanto ao cliente.

A técnica de incorporar pode ser implementada ao longo do tempo em que o

cliente apresenta o tema, ou em uma sessão subsequente. Gravações de sessões

anteriores geralmente revelam uma riqueza de idéias musicais que o cliente

ofereceu e não foram percebidas antes. Essas idéias podem ser eficazmente usadas

como temas para improvisações subsequentes com o cliente.

Esta técnica é usada para dar reforço ao cliente, na apresentação de um tema

musical, transmitir aceitação da música do cliente, modelar criatividade musical e

expressão, modelar várias formas de trabalhar através de um sentimento musical e

Do original: motif. Do original: theme.

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constituir um repertório musical para uso em terapia. Geralmente precede a técnica

de “criar laços”.

A técnica de incorporar deve ser utilizada cuidadosamente. Duas ab-reações

podem ocorrer. Alguns clientes podem ficar muito assoberbados e ameaçados,

quando sua música é tomada pelo terapeuta. Outros podem reagir com

ressentimento. Para eles, a incorporação simboliza o terapeuta roubar sua criação e

invadir sua privacidade.

Regular / Compassar (Pacing). O terapeuta iguala o nível de energia do

cliente, pelo uso da mesma intensidade e velocidade de esforço que o cliente. Na

técnica de regular, o terapeuta não necessariamente executa as mesmas ações, na

mesma modalidade, ao mesmo tempo. O foco é na quantidade e fluxo de energia,

não importando o conteúdo musical ou emocional da resposta do cliente. Regular

pode ser unimodal ou transmodal. Na técnica de regular unimodal, o terapeuta canta

ou toca no mesmo andamento e nível de dinâmica que a música do cliente. No

movimento, o terapeuta se move na mesma velocidade e peso que o cliente. No

discurso o terapeuta fala na mesma freqüência e volume que o cliente. Em todos

esses exemplos, o terapeuta pode, ou não, usar os mesmos ritmos, melodias,

movimentos ou palavras. Daí, o conteúdo musical e emocional da expressão do

terapeuta pode ser diferente da do cliente.

Na técnica transmodal de regular, o terapeuta vai ao encontro da energia do

cliente, mas em uma modalidade diferente. Por exemplo, o terapeuta pode

musicalmente combinar o peso e a velocidade dos movimentos do cliente, ou pode

se mover de acordo com a velocidade e nível de dinâmica da música do cliente. Seja

regulando na mesma, ou em diferente modalidade, uma pista importante para o

terapeuta é o fraseado do cliente. Em geral, o cliente tem um modo característico de

dar forma (ou não dar forma) ao fluxo de energia em sua música, movimento ou

discurso. Regular efetivamente pode, portanto, envolver tanto combinar a extensão e

forma do fraseado do cliente, quanto usar a técnica chamada “dar forma”.

A técnica de regular é usada para aumentar a relação física do cliente com o

meio ambiente, estabelecer rapport, aumentar o conforto, promover auto-

consciência / percepção, desenvolver empatia e preparar o cliente para modular a

outro nível de energia.

Refletir. O terapeuta expressa os mesmos estados ou sentimentos que o

cliente está expressando. O terapeuta pode refletir na mesma modalidade que o

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cliente (unimodal) ou em diferente modalidade (transmodal), seja durante a auto-

expressão do cliente, ou imediatamente depois. As modalidades principais da

técnica de refletir são música, letra, verbalização e movimento.

Na reflexão musical, o terapeuta improvisa para combinar estados ou

sentimentos que o cliente está expressando, através da música (unimodal),

linguagem corporal (transmodal) ou verbalizações (transmodal). A reflexão musical

pode também incluir improvisar uma impressão musical da personalidade do cliente.

A reflexão musical pode acompanhar ou seguir a auto-expressão do cliente, e

o terapeuta pode, ou não, usar o mesmo meio (ex.: voz, instrumento) ou materiais

(ex.: ritmo, melodia) que o cliente. Daí, a reflexão musical não necessariamente

envolve imitar ou sincronizar com o cliente; no entanto, regular é parte integrante do

refletir.

Na técnica de refletir letras, o terapeuta entoa, ou canta a letra que descreva

o que o cliente está fazendo, e que sentimentos o cliente está mostrando através da

música (unimodal), linguagem corporal (transmodal), ação motora (transmodal) ou

representação (transmodal). A reflexão da letra usualmente acompanha as ações do

cliente, ou auto-expressão.

Refletir uma letra é semelhante à técnica chamada “solilóquio”, mas difere no

sentido de descrever o que o cliente está fazendo, em vez de o que o terapeuta está

pensando.

Na reflexão verbal, o terapeuta verbaliza acerca dos estados ou sentimentos

expressos pelo cliente, através das palavras (unimodal), música (transmodal) ou

movimento (transmodal). A reflexão verbal pode acompanhar ou seguir a auto-

expressão verbal do cliente, na música ou movimento, mas sempre seguir a

expressão verbal do cliente. Enquanto refletindo verbalmente as verbalizações do

cliente, o terapeuta não necessita usar as mesmas palavras que o cliente para

transmitir os sentimentos e significados expressos através delas.

Na reflexão pelo movimento, o terapeuta usa a linguagem corporal e o

movimento para refletir estados ou sentimentos apresentados pelo cliente através da

postura (unimodal), música (transmodal) ou verbalizações (transmodal). A reflexão

pelo movimento pode acompanhar, ou seguir a auto-expressão do cliente.

Em todos os casos, refletir requer ao terapeuta, ter o foco nos sentimentos do

cliente no momento – como são apresentados, ou expressos pelo cliente em uma

modalidade particular. Refletir também requer ao terapeuta interpretar os

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sentimentos subjacentes à expressão do cliente e traduzi-los em impressões, na

mesma, ou em diferente modalidade.

A reflexão é usada para promover a auto-consciência emocional do cliente,

transmitir aceitação das ações e sentimentos do cliente, estabelecer rapport e

demonstrar empatia e compreensão.

Exagerar. O terapeuta exagera algo que seja único, ou distinto no cliente, ou

no que o cliente está fazendo. Se o cliente está improvisando, o terapeuta pode

exagerar um timbre, ritmo, melodia, intervalo, contorno, ou estrutura de frase

instigantes, que estejam sendo usados pelo cliente, ou qualquer sentimento que

esteja sendo expresso. Se o cliente não está improvisando, o terapeuta pode refletir

os sentimentos e estados de humor observados na conduta do cliente, e, então

exagerá-los musicalmente.

Esta técnica é usada para trazer a qualidade exagerada na percepção do

cliente e, possivelmente, usá-la como foco para exploração musical. Deve-se tomar

cuidado para não conduzir ao mimetismo.

Técnicas de Estruturação

Base Rítmica. O terapeuta mantém uma batida básica, ou fornece um ostinato

rítmico como fundamento à improvisação do cliente. A base é usada para ajudar o

cliente a organizar sua improvisação, de acordo com um pulso subjacente, para

estabilizar o andamento do cliente, ajudá-lo a controlar seus impulsos, e promover

sentimentos de segurança e estabilidade. Fornece apoio físico e psicológico para os

esforços do cliente e o mantém “com os pés no chão”, na realidade física. Deve-se

ter cuidado para evitar controlar ou constranger a improvisação do cliente, através

do embasamento rítmico. A base rítmica é similar à integração e ao holding. É

diferente de integrar porque envolve manter o pulso e o metro, em vez de justapor

complexidades rítmicas em cima deles. Além disso, a base é estritamente voltada ao

ritmo musical, enquanto que integrar pode também envolver, justapor e equilibrar

emoções conflitantes que estão sob investigação. Base é diferente de holding no

sentido de que não envolve equiparar simultaneamente a intensidade emocional da

improvisação do cliente.

Centro Tonal. O terapeuta fornece um centro tonal, escala ou base harmônica

para a improvisação do cliente. Pode envolver limitar os tons que o cliente usa para

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uma escala em particular, fornecendo um baixo de base, adicionando um ponto de

pedal, som grave, ostinato melódico, bordão ou um acompanhamento de cordas.

O centro tonal é usado para ajudar o cliente a organizar suas melodias,

garantir o êxito do cliente, estimular o pensamento musical, ajudar o cliente a

desenvolver conceitos de dissonância e consonância (tanto na música quanto na

vida), evocar emoções e estados específicos, estabilizar e conter os sentimentos

expressos pelo cliente, e fornecer a estrutura e reasseguramento necessários para o

cliente resolver sentimentos dissonantes.

A técnica de centrar é usada sempre que a atonalidade não seja

terapeuticamente indicada. Em contraste com o centro tonal, a atonalidade fornece

muito poucas fronteiras melódicas ou harmônicas para estados de humor e

sentimentos. Assim, a atonalidade pode servir como um catalisador emocional e

como um excelente meio para expressar sentimentos não formados ou

desarticulados. O centro tonal, por outro lado, é indicado sempre que o cliente está

pronto para confrontar ou conter sentimentos incipientes, ou sempre que a natureza

imprevisível e volátil da atonalidade for muito estressante.

O centro organiza materiais tonais, enquanto a base organiza materiais

rítmicos. Como a base, o centro pode ser usado em conjunção com técnicas de

integração e holding.

Dar Forma. Em um contexto musical, o terapeuta ajuda o cliente a definir a

extensão e forma de uma idéia musical completa. A extensão de uma frase pode

ser estabelecida através da modelagem, parada sincronizada e início com o cliente,

ou através da adição de letra. A forma da frase pode ser definida pelo fornecimento

de um evento focal (ex.: um tom de clímax no início, meio ou fim da frase) e, então,

o direcionamento do fluxo de energia através de crescendos, diminuendos,

acelerandos e ritardandos.

Há duas formas efetivas de ajudar o cliente a reconhecer ou estabelecer a

extensão e forma de sua expressão. São elas: fazê-lo usar dois instrumentos, um

para o começo de um crescendo ou acelerando e o outro para a nota-clímax da

cadência, e improvisar com o cliente usando as técnicas de imitar, sincronizar e

regular.

Esta técnica é usada para dar forma aos impulsos do cliente. Como tal, ajuda

a concretizar e externalizar os impulsos internos e sentimentos do cliente em formas

sonoras, com significado. É freqüentemente usada quando o cliente não é capaz de

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organizar impulsos motores em unidades expressivas, ou quando não é capaz de

despejar seus sentimentos em idéias musicais, ou unidades de frase. É também útil

para desenvolver materiais temáticos para incorporar, e técnicas de criar laços, bem

como para guiar a improvisação do terapeuta, quando este tenta refletir ou regular.

Técnicas de Dedução

Repetir. O terapeuta apresenta o mesmo ritmo ou melodia várias vezes, seja

em sucessão, ou com breves intervalos. O ritmo, ou melodia, pode pertencer ao

terapeuta ou ao cliente. A técnica serve a duas funções distintas: provocar uma

resposta musical e estabelecer um clima, ou estado emocional.

Quando se tenta provocar uma resposta musical, o terapeuta repete um tema

que termina com uma pausa. Se o tema é uma idéia musical completa, a repetição

sinaliza ao cliente, imitar o modelo do terapeuta, enquanto a pausa que

imediatamente segue o motivo fornece, ao cliente, uma oportunidade para

responder. Se o tema não é uma idéia completa, a repetição sinaliza ao cliente

responder à questão musical do terapeuta, enquanto a pausa transmite que o

terapeuta está esperando por uma resposta. Em ambos os casos, a repetição é

usada para engajar o cliente em uma interação musical e para ajudá-lo a perceber e

lembrar-se do tema musical.

Quando usada para estabelecer um clima emocional, o terapeuta repete o

material musical para criar sentimentos de expectativa e previsibilidade no ouvinte.

Dependendo de como a música é repetida, a repetição pode levar o cliente a não

esperar mudanças, a esperar que alguma coisa em particular aconteça, ou a esperar

que aconteça algo não previsível.

Quando os materiais musicais são repetidos precisamente do mesmo modo,

sem mudança nos elementos, a expectativa é de que não haverá mudanças no

futuro. A situação é, portanto muito previsível. A previsibilidade gera sentimentos de

conforto, segurança, estabilidade e consistência no cliente.

Quando os materiais musicais são repetidos com o mesmo elemento mudado

de uma forma consistente, claras expectativas do resultado final podem ser

previsíveis. Por exemplo, se a melodia é repetida várias vezes, cada vez ficando

mais e mais alta, o ouvinte não apenas espera que ocorra uma mudança em

particular, mas também pode prever o resultado musical. Isso constrói sentimentos

Page 15: 64_tecnicas_-_BRUSCIA

15

de previsibilidade e antecipação, conforto e aventura, estabilidade e mudança,

expectativa e atenção.

Finalmente, quando os materiais musicais são repetidos mas com elementos

diferentes mudando a cada vez, há claras expectativas de que alguma coisa vai

acontecer, mas o resultado não é previsível. Nesta situação, o ouvinte está

constantemente tentando desenvolver expectativas, mas não pode prever o que

acontecerá. Isso, portanto, gera sentimentos de antecipação, inevitabilidade e algum

desconforto.

Modelar. O terapeuta apresenta ou demonstra um comportamento-alvo,

qualidade, sentimento, traço, etc. para o cliente tentar igualar. Modelar pode incluir:

apresentar um motivo musical ou movimento para o cliente imitar, demonstrar um

instrumento, improvisar para o cliente observar, exibir um comportamento em

particular, exemplificar um traço pessoal desejável, etc.

A técnica é usada quando há uma resposta específica que o cliente necessita

desenvolver, e quando é apropriado e possível ao terapeuta fornecer o modelo.

Uma variação desta técnica é o terapeuta fazer um cliente modelar para

outro. Isso é chamado “modelagem de iguais”.

Criar Espaços. O terapeuta improvisa e fornece espaços freqüentes na

estrutura da improvisação para o cliente responder ou injetar sons. Diferentemente

do inserir, onde o terapeuta preenche espaços na improvisação do cliente, esta

técnica envolve fazer espaços na improvisação do terapeuta para o cliente

preencher.

Criar espaços é uma técnica que pode ser implementada em música,

movimento, dança ou discurso. Em música, os espaços podem ser silêncios vagos

(i.e., pausas) ou silêncios preenchidos (i.e., tons sustentados ou acordes). Pode

também consistir em fornecer fundo musical que convide à participação do cliente.

Inserir. O terapeuta permanece silencioso e improvisa somente quando o

cliente faz pausa, dando a ele responsabilidade primária pela improvisação,

enquanto também sugere opções para continuação. Esta técnica pode ser

implementada em música, movimento ou drama. Na música, o inserir pode ser um

único tom, acorde ou tema curto. Pode ser de pouco significado temático, ou pode

sugerir novas direções. Uma inserção é o comentário do terapeuta sobre a frase e

sua antecipação da próxima.

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16

Inserir é uma técnica usada para fornecer continuidade à improvisação,

transmitir atenção de uma distância segura, e indicar prontidão para fornecer apoio

além de focalizar, ou redirecionar a improvisação.

A técnica de inserir pode também ser usada em situações verbais. É

especialmente apropriada quando o cliente está falando sobre uma seqüência de

eventos, ou quando está criando uma estória. O terapeuta pode inserir uma palavra,

frase ou sentença que encoraje o cliente a continuar, focar a narração em questões

ou tópicos específicos, conectar eventos sucessivos ou provocar clarificação. Inserir

é uma técnica fundamental no contar estórias musical.

Proximamente relacionadas, mas diferentes, são as técnicas de criar espaços

(que já foi comparada), estender e completar. Enquanto inserir envolve criar

comentários provocativos ou condutores entre segmentos completos da expressão

do cliente, estender envolve acrescentar algo que aumente a extensão do que o

cliente já ofereceu. Assim, as inserções não são estruturalmente parte do

oferecimento do cliente, enquanto que extensões o são. Além disso, inserir tem a ver

com guiar futuras respostas, em vez de aumentar ou completar respostas passadas.

Inserir não é completar, no sentido de que pode não ser baseado nas

estruturas de frase prévias do cliente, e no sentido de que abre, em vez de fechar,

unidades estruturais e idéias.

Estender. Em um contexto musical, o terapeuta aumenta a extensão da frase

do cliente. Pode efetuá-lo por adição de sons ao fim da frase, ou por adição de uma

frase coincidente à do cliente. Esta técnica é usada para ajudar o cliente a expressar

uma idéia completa ou sentimento, e dar continuidade à improvisação. Quando a

extensão coincide com a frase do cliente, esta técnica pode também servir para

sustentar o tocar do cliente.

Em um contexto verbal, o terapeuta estende a emissão vocal do cliente, por

preencher os detalhes ou acrescentar o que o cliente omitiu.

Enquanto inserir complementa o que o cliente está fazendo, estender

suplementa isso com detalhes importantes.

Completar. O terapeuta responde ou completa a pergunta musical

apresentada pelo ciente. Esta técnica é o oposto de repetir e modelar, no sentido de

que, em vez de apresentar a frase antecedente para o cliente responder, o terapeuta

espera o cliente apresentar uma frase antecedente, antes de responder com uma

frase conseqüente.

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Completar é uma técnica usada para construir conceitos de forma, e para

promover interação com o terapeuta. Pode ser usada após o rodízio ser

estabelecido, e o cliente ter sido motivado a formar seqüências musicais com o

terapeuta. É usualmente precedida pelo modelar e repetir.

Como uma extensão, e diferente de uma inserção, a resposta de completar

do terapeuta é uma parte estrutural da resposta do cliente. Uma resposta necessita

de outro para alcançar fechamento. Completar é diferente de estender, no sentido

de que o terapeuta acrescenta uma frase completa, ou seção sua, em vez de

suplementar a do cliente com detalhes a mais.

Técnicas de Redireção

Introduzir Mudança. O terapeuta tenta redirecionar a improvisação do cliente,

introduzindo material temático novo e iniciando uma nova seção na improvisação.

Isso é conseguido quando se descontinua o processo musical em vigor, e se fazem

mudanças perceptíveis no motivo rítmico ou melódico, usados como temas. Quando

introduz a mudança, o terapeuta pode também usar a técnica de modular; no

entanto, isso não é necessário. Enquanto modular envolve mudar o fundo rítmico ou

tonal, esta técnica envolve mudar as figuras rítmicas ou tonais.

Introduzir mudança é usualmente garantido quando o cliente fica paralisado

no que está fazendo e não quer mudar para nenhuma outra direção, ou quando o

cliente quer fazer algo novo, mas chegou a um impasse.

A técnica é o equivalente musical de mudar de assunto em um diálogo verbal.

Ela alcança as mesmas coisas, e possui os mesmos perigos. É uma tentativa de

contra-atuar a ruminação, seja ela verbal ou musical.

Diferenciar. Quando improvisa com o cliente, o terapeuta distingue e separa

as duas partes pela execução de ritmos, melodias, timbres, dinâmicas, registros,

configurações de textura, etc., que são muito diferentes do que o cliente apresenta,

embora compatíveis. O propósito da técnica é contrastar as duas identidades

musicais e estabelecer independência entre os papéis, enquanto mantendo uma

relação.

Quando o cliente é propenso a disputar com o terapeuta, a técnica é eficaz no

sentido de motivar o cliente a mudar sua música. Quando o cliente está ameaçado,

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a diferenciação musical reassegura ao cliente que ele não será engolfado ou

submetido pelo terapeuta e que este manterá uma distância segura.

Diferenciar é distinto de introduzir mudança porque focaliza o simultâneo, em

vez de relações sucessivas, e porque seu propósito é manter as diferenças entre o

terapeuta e o cliente, em vez de motivar o cliente a fazer as mesmas mudanças que

o terapeuta.

Modular. Quando improvisa com o cliente, o terapeuta gradualmente muda

metros ou tonalidades. O propósito desta técnica é mudar de um estado de humor,

ou sentimento, para outro. Modular é uma técnica sempre efetuada depois que

cliente e terapeuta improvisaram no mesmo metro e tonalidade.

Diferentemente de introduzir mudança, modular não necessariamente envolve

mudanças no conteúdo musical da improvisação. Assim, o material temático prévio

pode ser recolocado em novos metros ou tonalidades. Uma vez que o conteúdo

pode permanecer o mesmo, esta técnica não é tão intrusiva quanto mudar o tópico

em uma discussão verbal. Em vez disso, é o equivalente musical de mudar a

perspectiva ou atitude de alguém em relação ao tópico.

Diverso de diferenciar, modular não é técnica usada para manter diferenças

com o cliente, em metros ou tonalidades. Em vez disso, a técnica aponta para

ambos, cliente e terapeuta, juntos, em outro metro ou tonalidade, que não a vigente.

Intensificar. Quando improvisa com o cliente, o terapeuta estimula a música

pelo aumento da dinâmica, andamento, tensão rítmica e/ou tensão melódica. A

tensão, em qualquer desses elementos, pode ser sustentada, ou acumulada através

de frases de clímax, que são repetidas.

Esta técnica é utilizada para obter a atenção do cliente, excitar e energizar a

improvisação do mesmo, propiciar prática no controle de energias e impulsos, e

fornecer oportunidades para liberar a tensão de um modo aceitável. Quando se usa

esta técnica, as tensões devem ir para um clímax e não devem ser sustentadas

depois que uma quantidade apropriada de energia foi liberada. Deve-se ter cuidado

para não superestimular o cliente através desta técnica.

Esta técnica não é para ser confundida com exagerar. Exagerar envolve

enfatizar o que quer que se distinga nas respostas do cliente, seja uma alta ou baixa

tensão. Exagerar não é uma tentativa de mudar a música do cliente pelo aumento de

seu nível de tensão musical.

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Intensificar também é uma técnica diferente de introduzir mudança e modular,

embora possa ser usada conjuntamente. Intensificar não envolve necessariamente

mudanças nos temas rítmicos ou melódicos, metros ou tonalidades. No entanto, tais

mudanças podem ajudar a elevar a tensão musical.

Acalmar. Quando improvisa com o cliente, o terapeuta “relaxa” a música, pela

manutenção da dinâmica e andamento, dentro de uma freqüência moderada,

mantendo o ritmo e a melodia simples e repetitivos, e formando as frases no sentido

decrescente, para liberar a tensão. Esta técnica é usada para induzir o relaxamento,

restaurar a ordem emocional e reduzir a ansiedade. É o reverso do intensificar, tanto

em objetivo quanto implementação, no sentido de que focaliza na redução da tensão

do cliente, ou nível de energia. Deve-se tomar cuidado para não relaxar o cliente

demasiadamente, do contrário ele não estará motivado a participar da sessão.

Intervir. O terapeuta interrompe ou redireciona fixações, perseverações, ou

estereótipos que são manifestos na música, movimentos, ações ou verbalizações do

cliente. Em um contexto musical: síncopes fortes, ritmos atravessados, atrasos de

batidas ou rubatos são usados para desestabilizar ou romper o ritmo do cliente;

modulações, alterações cromáticas, e atonalidade são usadas para desestabilizar

respostas tonais ou melódicas; e mudanças em instrumentos e técnicas de

manipulação são usadas para desestabilizar estereótipos em sua utilização.

Intervir é muito mais drástico e intrusivo que meramente “introduzir mudança”,

porque envolve interromper ativamente o comportamento vigente do cliente. É uma

técnica para ser usada somente quando o cliente é extremamente inapropriado, e

quando permitir ao cliente continuar é terapeuticamente contraproducente. Deve-se

tomar cuidado para que intervir não cause ansiedade severa, atuação, ou completo

afastamento.

Técnicas de Intimidade

Compartilhar Instrumentos. O terapeuta e o cliente tocam o mesmo

instrumento, seja independentemente ou interdependentemente. Ou, o cliente

compartilha um instrumento com um colega ou pessoa significativa. Esta técnica é

usada para trabalhar questões de limites interpessoais, explorar questões de

Do original: act-out.

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controle, trazer maior intimidade na relação, desenvolver cooperação e uma relação

de trabalho, e estabelecer reciprocidade. Quando partes dos instrumentos são

usadas para representar pessoas simbolicamente, esta técnica também fornece uma

riqueza de informação sobre as relações do cliente com outros significativos.

Esta técnica pode não ser indicada para clientes que sejam extremamente

territoriais, ou ameaçados por engolfamento. Isto é, deve-se tomar cuidado em usar

a técnica com clientes que tenham fronteiras pessoais altamente defendidas ou

doentiamente definidas. O cliente deve também ter algum grau de confiança na

pessoa que está compartilhando o instrumento.

Dar de Presente. O terapeuta apresenta ao cliente um presente, como uma

execução musical, um instrumento, uma partitura, uma flor, comida, ou um pertence

pessoal. O presente pode ser espontaneamente oferecido pelo terapeuta, ou

especificamente requisitado pelo cliente. O presente transmite que o terapeuta se

importa com o cliente enquanto também simboliza cuidado.

Em terapia improvisacional, o terapeuta muito freqüentemente executa uma

composição ou improvisa para o prazer auditivo do cliente. Dando sua música ao

cliente, o terapeuta o nutre musicalmente, enquanto se mostra a ele.

Criar Laços (Bonding). Através de atividades de improvisação, o terapeuta e o

cliente desenvolvem um tema musical que simboliza, ou se torna associado com a

relação terapêutica. A música expressa a natureza única de tal relação e significa

muitas das coisas que terapeuta e cliente compartilharam juntos. Esta técnica é

usada para estabelecer um laço com o cliente, transmitir aceitação e cuidado, e

solidificar os sentimentos de confiança do cliente.

Solilóquios. O terapeuta improvisa uma canção como se falasse com ele

mesmo sobre o cliente. Esta técnica é usada quando o cliente não está pronto para

aceitar questões diretas, ou comunicação acerca de um tópico em particular. As

letras de um solilóquio geralmente expressam incertezas sobre os sentimentos do

cliente, ou transmitem reações que o terapeuta tenha sobre o cliente.

Uma variação desta técnica é o cliente improvisar uma canção como se

falasse consigo próprio. Algumas vezes, é necessário decidir sobre um tópico para o

solilóquio.

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21

Técnicas de Procedimento

Capacitar. O terapeuta dá instruções, demonstrações, assistência física ou

aviso técnico ao cliente. Esta técnica é usada para facilitar a participação do cliente

na experiência musical, ou terapêutica, estabelecer uma relação de trabalho (ou

aliança) com o cliente, e ajudá-lo a alcançar seus próprios objetivos musicais ou

terapêuticos.

Trocar (Shifting). O terapeuta troca de uma modalidade expressiva para outra

(música, movimento, drama, verbal, arte) ou de um meio para outro, dentro da

modalidade (ex.: voz, instrumento, sons corporais).

A troca é usada para facilitar a expressão do cliente acerca de sentimentos

difíceis, trazer maior profundidade emocional à expressão do cliente, ajudá-lo a

consolidar ou mobilizar seus sentimentos, e contra-atuar o uso que o cliente faz de

uma modalidade, ou meio, como forma de resistência. Uma explicação para o uso,

ou trocas, de várias modalidades, ou meios, é dada no capítulo anterior, sob o título

de “Meios e Papéis”.

Pausa. O terapeuta faz o cliente “descansar” ou “congelar” durante uma

improvisação, e permanecer suspenso até certo ponto, até ser sinalizado para

prosseguir. Durante a pausa, o cliente tem a oportunidade de armazenar os eventos

do passado e presente, enquanto antevê o futuro.

A técnica pode ser implementada na improvisação em música, dança ou

drama. O terapeuta pode sinalizar os descansos, ou pausas, enquanto a

improvisação progride, ou instruir o cliente antecipadamente, sobre onde tais pausas

terão lugar.

Esta técnica é usada para promover auto-consciência, revisar objetivos,

acessar o progresso, e definir ou reconsiderar opções para continuação. É

particularmente útil para desenvolver auto-responsabilidade e solução criativa de

problemas.

Recuar. Após desempenhar um papel proeminente na improvisação, o

terapeuta recua e permite ao cliente dirigir a improvisação. Isso pode envolver a

descontinuidade de um processo musical, ou técnica, renunciar um papel musical,

esperar o cliente liderar, seguir o que quer que o cliente faça, ou parar, tudo junto,

por breves períodos. Quando recua, um vazio perceptível deve ter lugar, na

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continuidade musical, tornando óbvio ao cliente que o terapeuta se retraiu e está

esperando por ele, para que tome o papel de liderança.

O recuo é usado para dar responsabilidade ao cliente pelo que acontecer e/ou

permitir a ele projetar-se na música, sem estar sendo influenciado pelo terapeuta.

Em um processo verbal em grupo, esta técnica pode ser usada para motivar

clientes a serem sensíveis uns com os outros, quando a necessidade aumenta, em

vez de sempre contar com o terapeuta para responder. Em tais situações, o

terapeuta pode recuar, ficando em silêncio e/ou não contactando, com o olhar,

aqueles que esperam uma resposta.

O recuo deve ser implementado cuidadosamente. Quando feito muito de

repente, ou drasticamente, o cliente pode se sentir abandonado e sem apoio, por

parte do terapeuta. Ou, o cliente pode se sentir assoberbado com a

responsabilidade colocada nele, pelo terapeuta.

A técnica de recuar pode ser implementada junto às técnicas de criar espaços

e inserir. Ela difere bastante, em objetivo, dessas duas últimas técnicas.

Experimentar. Em um contexto musical, ou de movimento, o terapeuta

apresenta uma estrutura, procedimento, ou idéia para guiar a improvisação do

cliente, e pede a este que os experimente, com todas as suas possibilidades

expressivas. O terapeuta pode também introduzir um instrumento novo, ou diferente,

e fazer o cliente explorar seu som e possibilidades de manipulação.

Em um contexto verbal ou dramático, o terapeuta apresenta uma situação ou

problema, e pede ao cliente que manifeste diferentes reações e soluções, em uma

“tempestade cerebral”. Ou, o terapeuta pode apresentar uma solução, e pedir ao

cliente que teste sua eficácia, ou adequação.

Experimentar é uma técnica usada para ajudar o cliente a identificar e testar

várias alternativas ou escolhas, promover a criatividade, remover bloqueios no

pensamento do cliente, explorar os efeitos de vários tipos de estrutura, e promover a

liberdade com responsabilidade.

Conduzir. A improvisação é dirigida por uma pessoa, através de gestos

expressivos, símbolos musicais, mensagens verbais, ou outros sistemas de sinais.

Aquele que conduz pode ser o terapeuta ou o cliente. Como tal, a pessoa pode

determinar qualquer aspecto, ou todos, da improvisação, incluindo tanto os

elementos musicais (ex.: ritmos, melodias, acordes), quanto os interpessoais (ex.:

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quem toca, qual parte, quando). A técnica pode ser utilizada em improvisações de

música, dança, ou em drama.

É usada para fornecer oportunidades de aprendizado dos papéis de liderar e

de seguir, desenvolver a auto-confiança e a coesão grupal.

Ensaiar. O terapeuta faz o cliente (ou grupo) praticar uma parte, ou a

totalidade de uma improvisação. É uma técnica que pode ser usada em

improvisação com música, dança ou em drama.

Esta técnica é utilizada para ajudar o cliente a dominar um aspecto particular

do meio ou da improvisação, ou preparar-se para demonstrar uma execução. Serve

para desenvolver o orgulho pelo trabalho que se faz, encorajar a perseverança e a

disciplina, e ganhar auto-controle. Com grupos, ensaiar também promove coesão e

domínio do papel.

Executar. O terapeuta leva o cliente a executar uma improvisação, que foi

trabalhada e ensaiada. A improvisação pode envolver música, dança ou drama.

Esta técnica é usada para objetivar o processo de improvisar, fornecer um

produto para os esforços do cliente, motivar e focar os esforços do cliente, e

fornecer oportunidades para o auto-monitoramento. Pode ser feita com ou sem

platéia. Quando feita para uma platéia, propicia uma fonte de orgulho pelos esforços

de alguém, dá oportunidades para o ganho de reconhecimento, e encoraja o

compartilhar com os outros.

Esta técnica pode ser utilizada como o reverso da técnica de “dar de

presente”, no sentido de que envolve os clientes darem sua música ao terapeuta, ou

platéia, em vez de vice-versa.

Reproduzir (Playback). O terapeuta grava a improvisação do cliente (ou

grupo) e a toca de volta, imediatamente após, ou um tempo depois.

Esta técnica é utilizada para promover auto-consciência, estimular o

desenvolvimento de uma identidade, e desenvolver habilidades na auto-reflexão.

Com muitos clientes, fornece um produto tangível para seus esforços, e uma grande

fonte de orgulho; no entanto, para aqueles clientes que não estão prontos para tal

feedback, pode ser uma técnica muito ameaçadora.

O playback é separado das três próximas técnicas, porque pode ser

implementado com qualquer técnica, ou mais que uma delas, e porque pode ser

implementado sem qualquer processamento verbal.

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24

Relatar. Esta técnica pode ser usada imediatamente após uma improvisação,

durante ou após o playback. O terapeuta pede ao cliente que relate vários aspectos

da experiência de improvisação, incluindo o que realmente teve lugar musicalmente,

e quaisquer pensamentos, ou sentimentos, que o cliente teve, em diferentes pontos,

na improvisação.

A técnica de relatar é usada para favorecer a auto-consciência, e para coletar

informação, sobre a experiência de improvisação, que vá ajudar sua interpretação. É

especialmente útil quando o cliente está improvisando referencialmente, e o

terapeuta necessita informação sobre como vários aspectos da improvisação se

relacionam ao programa.

Reagir. A técnica de reagir pode ser usada imediatamente depois de uma

improvisação, durante ou depois de um playback. O terapeuta pede ao cliente que

reaja à improvisação em si. Aqui, em vez de relatar o que acontecia durante o

processo de improvisação, o cliente diz como se sentiu acerca do produto em si. As

reações podem incluir o que o cliente gosta, ou não gosta, ou como ele avalia a

improvisação esteticamente.

Esta técnica é usada para obter informação sobre a auto-imagem do cliente,

clarificar atitudes e sentimentos em relação a quaisquer referências programáticas e

favorecer sentimentos positivos em relação ao self.

Estabelecer Analogia. Após o cliente terminar de improvisar, durante ou

depois de um playback, o terapeuta pede que ele cite uma situação da vida real que

seja análoga à improvisação.

Esta técnica é usada para ajudar a fazer conexões entre a música do cliente e

sua experiência de vida, estimular a verbalização sobre crenças pessoais e ajudar o

cliente a usar a música como um meio de explorar e projetar idéias.

Diferentemente de relatar e reagir, que não requerem análise ou reflexão em

profundidade, a técnica de estabelecer analogia requer ao cliente analisar e refletir

sobre a improvisação e a vida, e encontrar metáforas e relações. Diferentemente de

imaginar, onde associações livres são feitas, a analogia requer que relações lógicas

em estrutura e conteúdo sejam encontradas entre a música e a experiência de vida.

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Técnicas Referenciais

Parear. O terapeuta associa motivos musicais improvisados a respostas de

comportamento do cliente. Cada motivo é pareado com uma resposta particular e

tocado toda vez que o cliente emite a resposta. Esta técnica é usada para transmitir

a disponibilidade do terapeuta, e vontade de acompanhar o cliente, para estabelecer

um meio de interagir e se comunicar com o cliente e obter rapport.

Simbolizar. O terapeuta faz o cliente associar algo musical com algo não-

musical, ou vice-versa. Uma vez que a associação é feita, a entidade musical é

usada simbolicamente em uma improvisação para representar, sinalizar, ou se referir

à entidade não-musical. A entidade musical pode ser um instrumento, som,

qualidade de som, movimento, ritmo, ou melodia, etc.; a entidade não-musical pode

ser um evento, ação, pessoa, personagem, fantoche, boneco, animal, sentimento,

etc.

Esta técnica é usada para encorajar a exploração da identidade musical,

explorar os sentimentos do cliente sobre a entidade não-musical e encorajar o

cliente a projetar sentimentos pessoais e experiências na música. Também acessa

material inconsciente.

Recoletar. O cliente imagina eventos ou situações, lembra de como eles soam

e, então, reproduz os sons através da improvisação. Por exemplo, o cliente imagina

como um jantar no feriado, em casa, usualmente soa, e então, reproduz as várias

vozes e sons.

Esta técnica é usada para sensibilizar o cliente a como os sons são

associados a eventos, situações, pessoas e sentimentos, e preparar o cliente para

tipos mais abstratos de improvisação referencial. Pode também ser usada para

acessar material inconsciente associado com os sons, na vida passada ou presente

do cliente, e para revelar sua história sonora.

Livre Associação. O terapeuta improvisa música para evocar imagens,

recordações, e associações por parte do cliente. O cliente relata verbalmente suas

livres associações, seja durante ou depois da improvisação. Ou, o cliente escuta sua

própria improvisação e relata o que quer que venha à mente. Esta técnica é usada

para preparar o cliente para improvisações referenciais, enquanto também explora

material inconsciente. A técnica é o reverso do simbolizar e projetar, porque é

receptiva, em vez de expressiva.

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Projetar. O terapeuta leva o cliente a improvisar um trecho de música que

descreva uma situação, sentimento, problema, etc., na vida real, que necessite

investigação terapêutica. O terapeuta ou o cliente podem selecionar o tema.

Esta técnica é usada para explorar aspectos inconscientes e conscientes do

tema, facilitar a expressão e liberar sentimentos problemáticos, e trazer maiores

percepções e insights.

Fantasiar. O terapeuta faz o cliente improvisar música para uma fantasia,

sonho, estória ou mito. A improvisação do cliente serve para ancorar o mundo

imaginário ao mundo da realidade sensorial. Esta técnica é usada para acessar

material inconsciente e externalizar o material em formas que possam ser analisadas

e compreendidas. É diferente de projetar, no sentido de que lida com fantasia, em

vez de realidade.

Contar Estória. O terapeuta e/ou cliente improvisa segmentos de música e o

cliente cria uma estória para eles. Esta técnica é usada para extrair material

autobiográfico do cliente, encorajar a projeção, na estória, de sentimentos

recalcados, e distribuir sentimentos irracionais em uma seqüência lógica de causa-

efeito.

Técnicas de Exploração Emocional

Holding. À medida que o cliente improvisa (geralmente com um título ou

emoção como tema), o terapeuta fornece um fundo musical ou acompanhamento,

que reverbere os sentimentos do cliente, enquanto também oferece uma estrutura

musical para conter sua liberação.

Por fornecer um fundo de reverberação, o terapeuta capacita o cliente a

expressar e liberar os sentimentos completamente; no entanto, diferentemente de

outras técnicas, o terapeuta não se move no primeiro plano, e expressa sentimentos

que o cliente está suprimindo ou evitando. Em vez disso, o terapeuta segue a

liderança do cliente, ficando ao fundo.

Por fornecer uma estrutura musical simpática ao fundo, o terapeuta oferece

um container seguro para os sentimentos do cliente. Pelo fato de que a estrutura

não é imposta nos sentimentos, mas reunida, aos poucos, deles, fornece um ponto

de referência, em vez de uma força organizadora, ou de base.

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Holding é um uso combinado de várias técnicas, incluindo refletir, regular, dar

base, e centrar. A chave para seu uso eficaz é saber, de momento a momento,

quando os sentimentos do cliente necessitam ser reverberados e quando

necessitam ser contidos.

Holding é uma técnica usada para encorajar a completa expressão de

sentimentos difíceis, enquanto também assegura, ao cliente, que esses sentimentos

podem ser liberados em um modo não ameaçador. É uma técnica também usada

para transmitir o apoio e compreensão do terapeuta, enquanto também desenvolve

insights empáticos posteriores.

Copiar Duplicando (Doubling). O terapeuta expressa sentimentos que o

cliente não esteja capaz de admitir ou expressar completamente. Vai além do refletir

e do holding, no sentido de que tem o foco em sentimentos latentes, em vez de

manifestos, e no sentido de que expressa sentimentos pelo cliente, bem como com o

cliente. Vai além do regular porque exagera, em vez de igualar a intensidade dos

sentimentos do cliente (ou falta deles).

A técnica de copiar pode ser unimodal ou transmodal. É mais freqüentemente

implementada em um setting dramático, através de verbalização ou improvisação

musical; no entanto, pode ser também aplicada em uma variedade de outras

situações. Tanto o copiar verbal quanto musical, podem acompanhar, ou seguir, a

auto-expressão do cliente. O copiar pode ser efetuado somente pelo terapeuta, ou

por um grupo sob a direção do terapeuta.

Em um contexto musical, o terapeuta pode copiar os sentimentos latentes na

música do cliente (unimodal), dramatizações (transmodal), movimentos (transmodal)

ou verbalizações (transmodal). Em um contexto verbal, o terapeuta geralmente copia

sentimentos latentes na dramatização do cliente.

A técnica de copiar é usada para trazer sentimentos reprimidos à consciência

do cliente, para estimular sua completa expressão, facilitar a liberação catártica e

ajudar o cliente a reconhecer e aceitar seus próprios sentimentos.

Uma variação comum desta técnica é “copiar com iguais”, onde um cliente é

“copiado” por outro cliente, em vez de o ser pelo terapeuta. Esta técnica é usada

quando o papel a ser copiado não é apropriado para o terapeuta, e quando a

personalidade de um outro cliente é mais adequada. É também usada para ajudar o

cliente que está copiando, a colocar seus próprios sentimentos em favor do cliente

que está sendo copiado.

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28

Contrastar. O terapeuta leva o cliente a explorar qualidades ou sentimentos

contrastantes, através da improvisação musical, de movimento, ou dramática. Pode-

se usar a discussão verbal para definir, clarificar e consolidar elementos importantes

de cada contraste.

Na exploração dos contrastes, o terapeuta pode levar o cliente para dentro

deles, através de sua própria música, movimento ou papel, ou simplesmente dar as

instruções verbais necessárias para encontrá-los. O cliente pode improvisar sozinho

ou com o terapeuta.

Os contrastes são explorados seqüencialmente, em vez de simultaneamente,

e através de mudanças imediatas, em vez de graduais (estes aspectos distinguem

esta técnica da de cisão e da de fazer transições).

Os contrastes que podem ser explorados incluem: qualidades musicais (ex.:

alto/baixo, rápido/lento, rítmico/não-rítmico, agudo/grave, tonal/atonal, etc.);

instrumentos e timbres (sopro/corda/percussão, instrumento que é

soprado/dedilhado/tocado com arco, etc.); qualidades de sentimento (ex.: feliz/triste,

tenso/calmo, raivoso/pacífico, etc.); e qualidades de movimento (ex.: livre/não-livre,

direto/indireto, rápido/sustentado, pesado/leve).

O contraste pode envolver mudanças graduais ou repentinas, de uma

qualidade para outra. Quando se exploram mudanças graduais, os clientes têm a

oportunidade de aprender como fazer transições emocionais. Pela tradução dessas

transições, em música ou movimento, o cliente aprende como dar forma às frases,

de acordo com a vida (duração) de um sentimento. Isso requer uma percepção de

adequação de tempo dos sentimentos, e controle de impulso.

A técnica de contrastar é usada para aumentar o espectro de expressão do

cliente, modelar a liberdade expressiva, separar e definir sentimentos e suas

qualidades de expressão e preparar para separar incongruências nas emoções do

cliente. É também útil na construção de conceitos de forma musical.

Fazer Transições. O terapeuta leva o cliente a descobrir como fazer

transições suaves ou graduais, de uma qualidade ou sentimento contrastante para

outro, ou de uma idéia, tema ou evento, para outro. Esta técnica pode ser

implementada através da improvisação musical, dramática ou de movimento, e é

facilitada através da discussão verbal de contrastes e transições. O terapeuta pode

modelar uma transição, ou estabelecer a situação de forma que o cliente tenha que

descobri-la. O cliente pode trabalhar sozinho, ou com o apoio do terapeuta.

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Quando o foco está em fazer mudanças graduais, de uma qualidade ou

sentimento para outro contrastante, a técnica fornece ao cliente uma oportunidade

de aprender como dar forma a frases musicais, ou de movimento, ou eventos

dramáticos, de acordo com a vida de um sentimento. Quando focaliza em idéias a

conectar, temas ou eventos na modalidade particular, a técnica oferece uma

oportunidade ao cliente de aprender como fazer transições emocionais, e como

estruturar sentimentos em uma experiência significativa do todo.

Integrar. O terapeuta integra elementos conflitivos, ou incongruentes dentro

da: experiência do cliente, relação terapeuta-cliente, ou grupo. Integrar pode ser

efetuado através de improvisação musical, de movimento, dramática, ou discussão

verbal. Geralmente envolve encontrar um denominador comum que vai unificar ou

ligar, juntos, os elementos conflituais em um todo concordante. Orientações para

esta técnica podem ser encontradas nos Perfis de Improvisação (ver unidade 9).

Seqüenciar. O terapeuta ajuda o cliente a encontrar uma seqüência

significativa para seções de improvisação, eventos de uma estória, ou informação

autobiográfica. Embora possa ser implementada não-verbalmente, a técnica é mais

facilmente executada verbalmente.

Seqüenciar é uma técnica usada quando o cliente necessita experienciar

continuidade, ou perceber relações de causa-efeito. É especialmente útil com

clientes que sejam distraídos, ou que tenham pobre orientação de realidade.

Cisão (Splitting). O terapeuta e o cliente exploram cisões ou polaridades na

experiência de self do cliente. A cisão pode abranger idéias contraditórias,

sentimentos incongruentes, tendências conflitivas, em movimento ou musicais,

papéis incompatíveis, etc. O terapeuta improvisa uma parte do self do cliente,

enquanto o cliente improvisa a outra. As partes são exploradas simultaneamente –

uma vez que coexistem e se conflituam, uma com a outra dentro do cliente. O

terapeuta e o cliente podem trocar as partes e repetir o exercício várias vezes.

A técnica pode ser implementada através das improvisações musical, de

movimento, ou dramática, e é facilitada através da discussão verbal das partes.

A técnica é usada para trazer aspectos do self à consciência, promover

percepção e insight sobre como as partes conflitantes são relacionadas e não-

relacionadas, e preparar o cliente para integrar aspectos conflitantes do self.

Transferir. Através de improvisação em duetos com o terapeuta ou colega, o

cliente explora uma relação significativa em sua vida. A improvisação geralmente

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focaliza uma interação particular, ou padrão de interação. O terapeuta toma o papel

do outro significativo, enquanto que o cliente faz ele mesmo. Os papéis podem,

então ser trocados. Esta técnica pode ser implementada através de improvisação

musical, de movimento, ou dramática, e é facilitada pela discussão verbal dos

papéis, antes e depois da improvisação. Também pode ser aplicada em

improvisações grupais, representando a família do cliente.

A técnica é usada para obter informação autobiográfica, para descobrir

tendências de interação do cliente, promover percepção do papel deste na relação,

revelar projeções do cliente em outra pessoa, e explorar possíveis áreas de

crescimento na relação.

Tomada de Papel. O terapeuta faz o cliente tentar diferentes papéis dentro de

uma improvisação, ou atividade musical. Diferentemente de transferir, esta técnica

lida com papéis que são específicos à improvisação, ou atividade. Em música, esses

papéis podem incluir: figura-fundo, solo-acompanhamento, lider-seguidor, partes

instrumentais, partes vocais, soprano-baixo, personagens em uma estória, etc. O

cliente pode trocar papéis dentro de uma improvisação ou atividade, ou de uma

atividade para outra.

Esta técnica é usada para desenvolver habilidades envolvidas em cada papel,

promover flexibilidade de papéis e desenvolver habilidades sociais.

Ancorar. Quando o cliente tem uma experiência significativa em terapia, o

terapeuta faz algo para ancorar a experiência na memória do cliente. Isso pode

envolver associar a experiência com algo que seja facilmente lembrado (ex.:

conectar a experiências sensoriomotoras, eventos memoráveis, sentimentos fortes),

recolocar a experiência em outra modalidade ou meio (ex.: ajustar uma improvisação

de dança à música) , ou colocar a experiência em uma forma ou objeto

externalizado, concreto (ex.: fazer uma gravação, desenho, poema).

Ancorar capacita o cliente a reter o que foi apresentado em terapia, e

generalizar para outras situações fora da terapia.

Técnicas de Discussão

Conectar. O terapeuta verbaliza, ou pede ao cliente que verbalize, como um

aspecto da discussão em vigor, e/ou improvisação, se relaciona com outro. Em

terapia improvisacional, as principais conexões a fazer são: entre vários elementos

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na música do cliente, entre várias afirmações do cliente (na sessão e entre sessões),

entre a música do cliente e seus sentimentos, entre vários sentimentos, entre

pensamentos e sentimentos, entre o cliente e outra pessoa, entre o cliente e a

música do terapeuta, entre o cliente e o terapeuta, e assim por diante.

Conectar ajuda o cliente a clarificar sua própria experiência, enquanto

também ajuda o terapeuta a interpretá-la. É ainda um meio muito sutil de confrontar

o cliente. Pelo fato de relatar aspectos da experiência do cliente que não tinham sido

relacionados antes, o terapeuta o leva a ter uma percepção e insight próprios.

Sondar. O terapeuta faz perguntas, ou faz afirmações elaboradas para extrair

informação sobre o cliente. Esta técnica deve ser usada com sensibilidade e

parcimônia. Se demasiadamente usada, torna-se interrogação e espreita, ambos

não facilitadores de uma terapia. O cliente deve se sentir confortável o suficiente

para revelar-se, sem muito incitamento.

Clarificar. O terapeuta faz perguntas ou afirmações elaboradas para clarificar,

ou verificar informação já fornecida pelo cliente. Uma vez que extrair nova

informação é bem diferente de clarificar o que já foi dado, esta técnica é tida como

diferente da técnica de sondar. Aqui, novamente, no entanto, a técnica de clarificar

deve ser usada com parcimônia e com sensibilidade, do contrário, o cliente vai achar

que o terapeuta não está ouvindo, ou que é incapaz de entender o que ele tem a

dizer. A técnica de clarificar não deve tampouco interromper o fluxo de pensamentos

do cliente, ou evitá-lo de fazer suas próprias clarificações.

Resumir. O terapeuta revê uma discussão, improvisação, ou sessão de

terapia, e recapitula os eventos, ou idéias principais. A técnica é particularmente útil

quando o cliente fala por longos períodos, ou quando revelou uma grande

quantidade de informação, sendo necessário um resumo conciso para lembrar os

pontos principais. Esta técnica também é usada para trazer fechamento, conectar

finais e consolidar a experiência.

Feedback. O terapeuta verbaliza como o cliente, ou grupo parecem ser, soar,

ou estar para uma terceira parte objetiva, ou observador. As interpretações não

estão incluídas no feedback. Esta técnica é usada para desenvolver a auto-

consciência e a auto-reflexão.

Interpretar. O terapeuta oferece explicações, ou significados possíveis para a

experiência do cliente. Esta técnica é usada para dar, ao cliente, insight sobre si

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próprio, modelar a auto-análise e treinar o cliente em fazer suas próprias

interpretações.

Metaprocessar. O terapeuta faz o cliente mudar para um nível de consciência

que o capacite observar e reagir ao que está acontecendo. Por exemplo, enquanto o

cliente está improvisando, o terapeuta pode pedir-lhe que escute ou observe o que

está fazendo. Ou, enquanto o cliente está descrevendo um sentimento, o terapeuta

pede que ele descreva como é estar tendo aquele sentimento. Em um grupo, o

terapeuta pode perguntar “Onde está o grupo agora?”. Em termos existenciais, esta

técnica remove o cliente de um modo espontâneo de consciência para um de

reflexão.

Reforçar. O terapeuta recompensa o cliente, ou retira uma recompensa, de

modo a aumentar ou diminuir um comportamento, ou qualidade em particular.

Confrontar. O terapeuta desafia as respostas do cliente. Em um contexto

verbal, isso pode consistir em informar o cliente sobre discrepâncias em seus

comportamentos, verbalizações, sentimentos, improvisações, etc., ou entre eles. Em

um contexto musical, isso pode consistir em criar dissonância, ou tensão que desafie

o cliente a modificar, de algum modo, sua resposta vigente. Esta técnica é usada

para trazer insight ao cliente, e para motivar mudança.

Revelar. O terapeuta revela algo sobre si ao cliente, ou grupo, que se

relacione diretamente a uma questão do cliente. Esta técnica é usada somente

quando a auto-revelação vai facilitar o processo terapêutico.

Livro: Improvisational Models of Music Therapy Bruscia, K. (1987).

Springfield, IL: Charles C Thomas Publishers. Tradução de Márcia Cirigliano, M. M. T.