Sábado 25 de junho de 2016 43 PUBLICIDADE LARGADA. Espetáculodeslumbrante noiníciodacompetição PUBLICIDADE ç Terminou no passado dia 18 o Campeonato Nacional de Fundo 2016. A prova, organizada pela Federação Portuguesade Colum- bofilia (FPC), em parceria com as 14 associações columbófilas dis- tritais e as 400 coletividades que, aproximadamente, representam um universo de 9 mil columbófi- los, reuniu os melhores pombos- correios lusitanos. As duas provas tiveram como local de solta Al- buixech, Valência, e levaram es- tes ‘atletas’ apercorrer distâncias que variam entre os 600 e os 800 km, num espaço temporal de 7 a 10 horas de voo, com início em solo espanhol. Coroadososcampeõesdistritais, por zona e a nível nacional, o 1º classificado do país é Nuno Micae- lo, do Clube Columbófilo Asas de Portalegre, da Associação Colum- bófila do distrito de Portalegre. A fêmea que lhe deu essa classifica- ção chegou ao pombal, na locali- dade de Cabeço de Vide, há uma semana, às 14h13, depois de per- correr 628,307 km. O coordenador desportivo da FPC, Almerindo Mota, fez um ba- lanço muito positivo: “Depois de falar com os columbófilos, a no- ção que tenho é a de que a prova foi um sucesso a todos os níveis.” O coordenador acredita que este tipo de provas promove o conví- vio a nível nacional, porque este desporto também vive “da cria- ção de amizades”. Para2017,emtomdescontraído, Almerindo Mota, deixa o aviso: “É preciso começar, desde já, a pre- parar a época desportiva, porque não podemos amolecer.” Na primeira solta, que decorreu no dia21 de maio, 51.012 pombos – correio estiveram inscritos. Na prova do passado sábado foram 46.603. Acolumbofilia, que jáfoia segunda modalidade com mais praticantes em Portugal, logo a seguir ao futebol, pretende cha- mar novos amantes dos pombos- correios, de forma a estimular cada vez mais a competição e a promover ainteração entre todo o mundo columbófilo. * Almerindo Mota, coordenador desportivo, faz umbalanço positivo do Nacionalde Fundo AÚLTIMALARGADAEM VALÊNCIA VOLTOU ATER UMA PARTICIPAÇÃO INTERESSANTE COM 46.603 POMBOS çNo arquipélago dos Açores, apaixão pelaco- lumbofilia também se faz sentir. Na ilha de São Miguel há duas coletivi- dades, o Clube Colum- bófilo de São Miguel (CCSM) e o Clube de Amigos da Columbofilia do Nordeste (CACN). Na ilha Ter- ceira existe o terceiro clube aço- riano, a Sociedade Columbófila da Ilha Terceira. Médico e columbófilo, Luís Soares (na foto) é o presidente da direção do CCSM, clube fundado há 16 anos e um dos impulsiona- dores da columbofilia no arqui- pélago, estando ainda envolvido nas atividades, de cariz mais lú- dico, do CACN. Com raízes no continente, foinamaiorilhaaço- riana que começou a competir. As motivações foram “o gosto pelo pombo-correio, a paixão pelacriação dos animais e o entu- siasmo das chegadas”, destaca. Não hesita em declarar que a co- lumbofilia do continente não é igualàdosAçores:“Asduasreali- dades não têm nada de seme- lhante, não há pontos comuns.” As diferenças começamno pom- bo. “Nós sabemos que o pombo, nanatureza,éumaavede voo terrestre, logo, o voo marítimo necessita de aprendizagem e de um período de adaptação.” As soltas decorrem em alto-mar a 100, 150, 200 milhas da costa. As provas diferem muito das que acontecem no continente. “As tradicionais categorias da co- lumbofilia terrestre, velocida- de, meio-fundo e fundo, aqui diluem-se completamente. De certa forma, uma prova de 50 milhas marítimas (representa, em linha reta, quase 100 km) pode ser equiparada a uma de fundo”, assegura o dirigente. Nos aspetos logísticos também se fazem sentir os contrastes. As soltas efetuadas sobre terra, em São Miguel, só podem ter até 70 km, pois é a extensão territorial da ilha. Nas restantes provas são necessários outros meios, como revela Luís Soares. “Nas provas interilhas temos um acordo com a SATA Açores para o transporte aéreo dos pombos, para as soltas de alto–mar temos protocolos com empresas de transporte marítimo que asseguram o transporte de barco ounavio.” * ç Apesar das dificuldades em conseguir ter meios e apoios para continuar amanter acolumbofi- lia viva no arquipélago, os co- lumbófilos açorianos não dei- xam de competir de forma entu- siasta. Este ano houve o primeiro Campeonato Insular, e, no futu- ro, através do protocolo estabe- lecido com a Federação Portu- guesade Columbofilia, o objetivo é fazer um Campeonato Insular Ibérico, uma prova que pudesse congregar columbófilos dos Açores, daMadeirae das ilhas es- panholas das Canárias. A prova termina a 15 de julho, comaClássicadaTerceira. Desa- fiadoadeixarumamensagemaos amantes da columbofilia, Luís Soares fez um pedido: “Reparem naquilo que se faz nos Açores, que é algo de meritório, diferente, mas comqualidade.” * NOS AÇORES Campeonato insular COLUMBOFILIA POMBOSPORTUGUESES BRILHAM NOSCÉUS Uma realidade competitiva diferente