Top Banner

of 7

2.2 Artigo_Qualidade

Apr 10, 2018

Download

Documents

ricardofulasi
Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
  • 8/8/2019 2.2 Artigo_Qualidade

    1/7

    Paulo R. L. Helene e Roberto de SouzaI dade na indstria da construo civilno deve ficar restrito. nem ser con-fundido apenas com a realizao dealguns ensaios em materiais e compo-nentes. Esse simplismo contrasta for-temente com o conceito atual e maiselaborado de controle da qualidade.que engloba todas as atividades e eta-pas do processo de produo e usodas edificaes e que incorpora tcni-cas da estatstica de h muito conhe-cidas e empregadas em outras inds-trias.2 Caractersticas da

    indstria da construo

    cialmente de produo de prodnicos e no de produtos seriados;d) trata-se de uma indstria no aplicvel a produo em ca(produtos mveis passando por rrios fixos) e sim a produo contrada (operrios mveis atuando bre um produto fixo] ;e) trata-se de uma indstria queprega mo-de-obra de carter terrio com possibilidades pequenaspromoo dentro da empresa. Isspercute numa baixa motivao ptrabalho e consequentemente numminuio da qualidade do produto;f) apresenta uma grande dispee diversidade da produo, carrizada por realizar-se em locais dtos -fbricas, escritrios de pjamento e projetos e canteiros obras -e por gerar. atravs derios processos, diferentes prodcomo materiais, projetos. edifcios,fra-estrutura urbana etc.Essas caractersticas prprias ddstria da construo aliadas a normalizao e legislao deficientesacomodao do setor produtivo einstituies pblicas e falta dganizao dos usurios que nem pre conseguem reivindicar "produde melhor desempenho, vm retardo a incorporao e implantao Programas de Controle da Qualidademaioria das obras de construo do pas.Enquanto por razes bvias j te e aceita uma sistemtica comxa de controle, avaliao. anlispreviso do andamento fsico da

    1 IntroduoA indstria da construo civil uma das mais importantes, qualquerque seja o parmetro que se utilize:volume de inverso, capital circulan-te, nmero de pessoas empregadas,

    utilidade dos produtos, e outros. Ape-sar disso, do ponto de vista da quali-dade e com todas as excees que sefaam, a construo em geral aparececomo uma indstria atrasada.Tem-se constatado, por exemplo, queo desempenho das construes habi-tacionais construdas no Brasil temdeixado a desejar. Observa-se com fre-quncia a deteriorao precoce dasmoradias e das reas comuns dos con-juntos habitacionais com nus aosusurios, construtores e poder pbli-co. Em recente estudo da incidnciade manifestaes patolgicas ocorri-das em conjuntos habitacionais cons-truidos no Estado de So Paulo, foramconstatados, em mdia, mais de qua-tro problemas por unidade (1), princi-palmente fissuras, umidade ascensio-nal e descolamentos de revestimentos.Da mesma forma, aps exaustivo exa-me e avaliao de 11 novos sistemasconstrutivos destinados habitaopopular, o IPT comprovou que nenhumdeles atendia simultaneamente a to-dos os requisitos e critrios de de-sempenho estabelecidos para unidadeshabitacionais localizadas na GrandeSo Paulo (2), apesar que, com algu-mas modificaes de projeto, dez de-les poderiam atender ao desempenhomnimo desejvel.As razes dessas deficincias sovrias e parte delas pode seguramen-te ser imputada ausncia de um Pro-grama de Controle da Qualidade doprocesso de produo e uso da habi-tao, instrumento de h muito conhe-cido e utilizado pelas indstrias de ou-tros setores da economia.O IPT, desde sua fundao h 90anos, vem contribuindo para a melho-fia da qualidade da construo civil,na medida em que, j naquela poca,permitia o ensaio e a verificao das Foto 1 -Fissura vertical em canto de p

    Toda atividde humana na qual, apartir de certas matrias-primas eatravs de um certo processo, se ob.tenha um produto final, suscetvelde ser controlada desde que o proces-so se repita em algumas condiesessenciais. Dessa forma cabe falar docontrole da qualidade de todas as eta-pas da construo, desde o planeja-mento, passando pelo projeto, pela fa-bricao de materiais e componentes,pela execuo, e at mesmo pela eta-na de utilizao dos produtos gerados.No s os produtos, mas tambm osprocessos e os servios, so passveisde serem controlados.O que sucede com a indstria daconstruo civil que ela tem carac-tersticas prprias que a tornam me.nos gil que as demais indstrias, naaquisio e aproveitamento das tc-nicas de controle da qualidade. Po-dem-se fazer as seguintes reflexesde carter comparativo (3) que ajudama melhor entender o atraso da cons-truo civil:a) trata-se de uma indstria muitotradicional, to antiga como o ho-mem, dotada, portanto, de uma grandeinrcia;b) trata.se de uma indstria itine-rante, de carter nmade, na qual aconstncia de condies, matrias-pri-mas e processos se d com mais difi-culdades que em outras indstrias de

  • 8/8/2019 2.2 Artigo_Qualidade

    2/7

    / @)ATUA SOBRE# OS P-AZO8"O"\ os CUSTOS

    \ \

    @UASOBREOS A8~.CTO8TcNICO8 Figura 1 -Objeto dos diferentes controlesda construo3 As etapas do processode produo e uso naconstruo civil nientes no processo de produo euso da construo, procurando-se ava.liar Qual a importncia de cada um.Todos influiro na qualidade final etero maior ou menor participao nasistemtica de controle da qualidadesegundo a atividade que esteja sendorealizada num determinado instante.A figura 5 (vide pg. seguinte) rela-ciona os principais intervenientes eatravs da sua anlise pode-se obser-var uma vez mais que o problema daqualidade na construo civil com-plexo e inclui aspectos tcnicos, le-gais, institucionais, polticos e outros.

    o processo de produo na constru-o pode ser decomposto em quatroetapas de curta durao relativa: a deplanejamento. a de projeto. a de fa-bricao de materiais e componentese a de execuo. conforme indicadona figura 2 (3). Aps a produo pro-priamente dita segue-se uma etapa fi.na! de longa durao. denominada uso.onde esto envolvidas as atividadesde operao e manuteno dos produ-tos gerados.O nvel de desempenho e satisfaoproporcionado pela construo aosusurios vai depender em muito daqualidade obtida nas quatro etapas deproduo do empreendimento, assimcomo dos servios de operao e ma-nuteno. durante o uso (vide fotos1, 2 e 3).A ttulo ilustrativo apresenta-se, nafigura 3, a incidncia da origem dosproblemas patolgicos observados nasconstrues civis de alguns pases eu-ropeus (3). Como se pode verificar, aorigem dos problemas est distribudanas diversas etapas do processo deproduo e uso das edificaes. Emcada etapa do processo o controle daqualidade dever ter uma meta espe-

    5 Mecanismos de controleda qualidade

    cfica a fim de se obter um resultadofinal que satisfaa s exigncias dousurio, conforme indicado na figu-ra 4 (4),

    A organizao e implementao docontrole da qualidade na construocivil deve envolver um mecanismoduplo de ao: o controle de produoe o controle de recebimento.O controle de produo exercidopor quem gera produtos em uma dasetapas do processo: planejamento, pro-jeto, fabricao e execuo. Trata-se4 Os intervenientes no

    processoPara a implantao de um Programade Controle da Qualidade necess-rio que seja feito um exerccio no sen.tido de identificar todos os interve-

    Foto 3 -Infiltrao de gua em paredes defachada atravs de telhados e calhas -aFoto 2 -Ascenso capilar de gua por ausncia ou insuficincia de impermeabilizao dos

    representada por cronogramas de bar-ras e teorias do caminho crtico (PERT /C PM), h grande resistncia para in-corporar uma sistemtica -na maio-ria das vezes at menos complexa -de controle da qualidade. Tambm nocampo financeiro e de gerenciamen-to das obras aceita-se perfeitamenteteorias complexas de controle de flu-xo de caixa, amortizaes e manuten-o de equipamentos, enquanto pare-ce haver dificuldades para simplesidentificaes de lotes e mostragensde materiais a serem controlados. Afigura 1 ilustra os diferentes objetosde controle na construo civil.

  • 8/8/2019 2.2 Artigo_Qualidade

    3/7

    DINAMAR- I R UM .A .N IACA

    BLGICA I GRA- I R EP B LIC ABRETANHA Fedo ALEMA

    ~ PAisETAP~ProjetoMat./Comp.ExecuoUso

    49%11%~10%

    37% 36%25%-m-9%

    37%22%

    T9:~

    14%30%-;1%""

    46 a 49%15%22%8a9%

    mos anos, tem apontado para nque de forma geral podem ser cderados insatisfatrios, redundaem problemas transferidos aos rios e em gastos incorridos pelo pblico na recuperao e manutende edificaes precocemente deradas, cuja magnitude no dezvel.Algum esforo tem sido feitopas no sentido de estabelecer documentao tcnica e mecanisque possam viabilizar um Progde Controle da Qualidade envolveas vrias etapas do processo deduo e uso da habitao. Esseforo porm tem-se mostrado iciente tanto do ponto de vista tcem que lacunas importantes dser ainda preenchidas, quanto emlao s aes polticas institucione legais, hoje praticamente inexites e que deveriam estabelecer mecanismos e procedimentos tornar possvel a implantao dprograma dessa natureza.

    Figura 3 -Origem dos problemas patolgicosde um controle interno, dentro do qualcabe ainda distinguir o chamado auto.controle, que exercido automatica-mente pelos envolvidos na produo,do controle independente. ainda queinterno, exercido pelo pessoal da mes-ma empresa. porm, alheio produ-o propriamente dita. Esse controleinterno independente muito comumnas grandes empresas, tais como si-derrgicas e montadoras de autom-veis. Algumas construtoras j adotamequipes de controle interno da quali-dade, independentes daquelas que es-to engajadas na produo propria-mente dita.O controle de recebimento, por ou-tro lado, exercido por quem fiscali.za e aceita os produtos e os serviosexecutados nas vrias etapas do pro-cesso, ou seja, pelo promotor, peloproprietrio ou seus prepostos. Trata-se de exercer um controle no instan-te da passagem de uma atividade aoutra ou de uma etapa a outra, ondegeralmente ocorre a transferncia deresponsabilidade. Pode ser considera.do um controle externo produo.Na figura 6 apresenta-se um quadro-resumo da dinmica de organizaodo Controle da Qualidade, podendo-seobservar que o controle de produoe o controle de recebimento no soiguais nem podem ser confundidos,apesar de serem complementares enecessrios para o sucesso de umprograma de controle da qualidade (5).O controle de produo poe serentendido como a sistemtica que au-xilia o" produtor" a conseguir o pro-duto especificado da forma mais ra-cional e econmica possvel. Visa ob.ter informaes sobre a constncia doprocesso de produo (uniformidade)e o nvel de qualidade do que estsendo produzido, possibilitando a cor-reo dos desvios observados. Cadaatitude corretiva do processo decorre

    6.1 PlanejamentoQuanto etapa de planejamento empreendimentos habitacionais, problemas principais encontram-sem localizao dos conjuntos, mvezes no inseridos na malha ue carentes de equjpamentos urbcomunitrios e de servios e nplantao inadequada s condiesmeio fsico, propiciando o surgimde processos de eroso e/ou dao do meio ambiente (vide foNesse sentido aponta-se comocessrio, em termos de qualidaddefinio de uma Sistemtica deliao das Condies de Implantde assentamentos habitacionais, cada em uma documentao tque formule critrios para implantde conjuntos habitacionais e mentos, levando.se em consideraaspectos de localizao e adequa variveis fsicas e scio-econmic

    Do ponto de vista fsico, devemenfatizados os aspectos geotcne de clima e, do ponto de vista econmico, as condicionantes quterferem, direta ou indiretamecom o nlvel de satisfao e aspida populao com respeito ao amte construdo (7) .

    das respostas s seguintes perguntas:-Que aspecto do processo de pro-duo mudo'J?-Quanto mudou?-Quando mudou?-Quanto tempo permanecer amudana?A sistemtica de controle de pro-duo deve indicar a necessidade deintroduzir medidas corretivas antesque o limite especificado seja viola-do. Por exemplo, se a especificaoadmite um mximo de 5% de defei-tuosos, a funo de controle deve in-dicar a necessidade de medidas cor-retivas quando a porcentagem de de-feituosos chegar aos 3% ou 4%.No controle de recebimento do pro-duto acabado, a finalidade da deciso julgar a conformidade ou no de umacerta quantidade do produto aos limi.tes especificados. ~ necessrio, por-tanto, estabelecer, para cada deciso,uma quantidade determinada do pro-duto, denominada lote, dentro do qualfar-se uma amostragem.O controle de recebimento pode sebasear em um controle por atributos(por exemplo controle da etapa deprojeto e da etapa de execuo) ouem um controle por variveis (porexemplo, controle de recebimento demateriais).Segundo Meseguer (3), a experin-cia tem demonstrado que existemquatro nveis de controle da qualida-de na construo civil, que vo ocor-rendo sucessivamente medida queh um progresso na implementaodos Programas de Controle da auali-dade, conforme indicado na figura 7.6 Situao atual no setorhabitacional

    A qualidade dos conjuntos habita-cionais produzidos no pas, nos lti-

    PLANEJAMENTO6.2 Projeto

    CONTROLE PROJETO Na etapa do projeto habitaciodispe-se hoje no pas de umacumentao tcnica que mesmo contemplando todos os aspectos nsticos, de infra.estrutura e dasficaes, fornece uma base m

    { Atender s normas gerais de desempenho, cdi-go de obras, regulamentos{ Atender s normas especificas de desempenho,s normas e documentos prescritivos

    MATERIAIS I { P:oduzir e receber de acordo com o especi-IYI" ,..nl'..~ I ficadoAEXECUAo I { Atender ao projetado e ao especificado

  • 8/8/2019 2.2 Artigo_Qualidade

    4/7

    lecno/o9'.. de Ed,."c.esINTERVENIENTE INTERFERE.NCIA NA QUALIDADEAPEL NO PROCESSO

    Fornece recursos financeiros para viabilizar oempreendimentoToma a deciso de construir e faz o planejamentodo empreendimento

    Agente Financeiro Define os n(veis de desempenho a atenderPromotorProjetista

    Define os n(veis de desempenho desejadosProjeta, especifica e calcula Define o desempenho potencial e as qualidades espe-c(ficas

    Responde pela qualidade dos materiais, componentes eequipamentosabricante Fabrica materiais, componentes e equipamentosEnsaia materiais, componentes, elementos, sistecm5 e equipamentosExecuta 5 obras

    Laboratrios de Ensaio Comprova a conformidadeAvalia o desempenhoResponde pela qualidade dos servios e do produtofinalonstrutor

    Empresas de OrganizlK;'o eControle Gerencia partes do empreendimento e projeta eexecuta planos de controleProduzem normas preferencialmente por con-senso entre consumidores e produtoresssociaes Normativas

    Controla a qualidadeDefine a qualidade de forma geralCertifica a conformidade

    Toma a deciso de construir e contrata os serviosPromove a manutenSo do produto finalroprietrioUniversidades e Institutos dePesquisa

    Forma profissionaisDesenvolve novos conhecimentos e novastecnologiasDifunde informaes tecnol6gicas

    Influi na qualidade atravs da forma de contrataoMantm o desempenho ao longo do tempo-~DeSenvolve metodologias de controle e fornece assistncia tecnolgica ao processo de produoGera documentao tcnica de refernciaDefine a qualidade de forma geralAprova projetosPune a falta de qualidade

    Estado Estabelece a legislao pertinente

    Ordena o exercicio e a responsabilidade dosprofissionaisssociIes Profissionais Identifica os responsveis pela qualidade das partesIUsurio Desfruta e opera o produto final Explcita necessidadesSofre as consequncias da m qulidade

    ceiros e promotores, de uma Sistem.tica de Avaliao de Projetos que per-mite primeiro explicitar de forma clarae inequvoca o que se quer dos pro-jetos e, segundo, avaliar sua conformi-dade s referncias estabelecidas.Para as edificaes habitacionaisque se utilizam de sistemas constru-tivos inovadores, existe no pas umconjunto de referncias tcnicas, de-senvolvido tambm pelo IPT para oBNH (2), que estabelece os nveis m-nimos de desempenho a serem aten-didos por novos sistemas construtivos

    e os mtodos para sua avaliao. Essadocumentao tcnica, j aplicada prtica e revista, coloca-se hoje comoinstrumento valioso no desenvolvi-mento de novas tecnologias de pro-duto na rea habitacional e a basetcnica para um Sistema de Homolo.gao de novos componentes e siste-mas construtivos a serem introduzidosna construo de habitaes.

    o brasileira (ABNT e Inmetro) sobreo assunto.O sistema ideal para assegurar aqualidade de materiais e componentesseria o da Certificao de Conformi-dade desses produtos. A discussomais aprofundada sobre oS vrios mo-delos de certificao e as perspecti-vas de sua aplicao no Brasil sofeitas em outro artigo desta srie (9).Sua implementao, a nvel nacionale a curto prazo. mostra-se porm in.vivel. deixando aberta uma lacunaque pode ser preenchida. via ao doBNH. seus agentes financeiros e pro-motores e os construtores e fabrican-tes que trabalham para o SFH, pelaimplantao de uma Sistemtica deQualificao e Recebimento de Mate.riais e Componentes. Essa sistemticafoi desenvolvida pelo IPT e discutidacom os agentes financeiros e promo-tores do Estado de So Paulo. emprojeto desenvolvido para a SICCT-Secretaria da Indstria. Comrcio,Cincia e Tecnologia do Estado deSo Paulo (10).

    5 -Principais intervenientes no processoPara as obras que se utilizam dee sistemas construtivos con-as referncias tcnicasso em parte as Normasde Projeto (ABNT e Inme-cobrindo, basicamente, obras dee infra-estrutura e as edi-e suas partes.Um outro conjunto de documentosque subsidia a etapa deedificaes habitacionaispelo sistema convencional,no Procontrol (8), projetopelo IPT para o BNH em

    Esse conjunto engloba seis pro-de apresentao de proje-e 17 especificaes de elemen-Toda essa documentao tcnicae documentos dod sustentao implan-pelo BNH e seus agentes finan-(') Diretrizes gerais; fundaes; estrutura;instalaes hidrulicas e instala-(") Fundaes; estruturas de concreto arma-moldado no local; paredes de tijolos macI-de barro cozido; paredes de blocos vaza-de concreto simples; paredes de blocos

    estrutura de madeira para telhados;telhas de cimento-amianto; telhadotelhas cermicas; pinturas externas e inter-pisos cermicos; pisos cimentados; reves-de argamassa; instalao pr~ial de

    6.3 Materiais e componentesA etapa de fabricao de materiais

    e componentes e o recebimento emobra desses produtos so tambmsubsidiados por uma srie de especi-6.4 Execuo

  • 8/8/2019 2.2 Artigo_Qualidade

    5/7

    6.5 Uso: operao e manuteno tamento habite,cional, necessria elaborao de procedimentos adequdos de recuperao dos conjuntospois a degradao em certos locaatingiu nveis no cobertos por programa normal de manuteno pventiva.Elaborados esses documentos e ciados os trabalhos, caberia ao Pgrama de Controle da Qualidade coprovar a qualidade do que est senfeito assim como fazer cumprir atividades estabeleci das.

    contra apoio documental nas normasbrasileiras (ABNT e Inmetro), envol-vendo as edificaes, os servios deurbanizao e de infra-estrutura, nosProcedimentos de Execuo e Fiscali-zao de Elementos, elaborados peloIPT tanto no mbito do Procontrol (8)como do projeto SICCT (10) e no Ma-nual de Fiscalizao de Obras elabo-rado pela Associao Brasileira deCohabs destinado a orientar os agen-tes promotores na medio de servi-os, controle adminIstrativo e legal e noacompanhamento tcnico da execuo. uma documentao que fornecebase para implementar, a partir dareviso e otimizao dos mecanismosj existentes a nvel do BNH, de seusvrios agentes e das construtoras,uma Sistemtica de Fiscalizao deObras que permita, primeiro, explicitaras tcnicas de bem construir orien-tando os servios a serem executados,e segundo, avaliar se os servios eas vrias partes da obra esto con-forme o especificado.Quando da utilizao de sistemasconstrutivos inovadores, estes deveroser objeto de programas especficosde Controle da Qualidade na fase deexecuo, cabendo ao proponente dainovao tecnolgica apresentar, quan-do esta for submetida ao Sistema deHomologao, as tcnicas de produoe controle interno que pretende im-plementar, ficando a cargo do BNH eseus agentes financeros e promoto-res definir o controle de recebimentotanto dos servios quanto das partesa serem executadas.

    Finalmente a etapa de uso do con-junto habitacional e de suas unida-des, embora a mais longa delas amais carente tecnicamente. Quase ne-nhuma documentao tcnica dispo-nvel sobre normas de uso, operaoe manuteno do conjunto e suasedificaes. Especialmente quandose trata de sistemas construtivos ino-vadores, a situao ainda maisgrave, pois, embora impliquem usos eatividades de operao e manutenoespecficos, os moradores e mesmoos agentes promotores no esto in-formados e orientados sobre tais es-pecificidades. Essa situao deixaaberto espao para que a ao dousurio, desorientada, e a omisso doagente promotor introduzam fatoresde degradao da edificao e seuentorno, fazendo com que o nvel dedesempenho do conjunto caia abaixodos mnimos desejados.Mesmo considerando que as aesde controle da qualidade adotadas nasetapas de planejamento, projeto, fabri-cao de materiais e execuo mini-mizem os problemas patolgicos, faz-se necessrio implementar uma Siste-mtica para Fiscalizao da Operaoe Manuteno dos conjuntos habitacio-nais e suas partes, de forma a asse-gurar seu desempenho satisfatrio aolongo do temp.Na situao atual pode-se afirmarque, alm da carncia de documentostcnicos que orientem a operao emanuteno das partes de um assen-

    CONTROLEOEPROOUO CONTROLE DE RECEBIMENTOControle dos fatores que intervm naqualidadeque ? Comprovao da conformidadeAssegurar que se alcance a qualidadeespecificada ao mnimo custo possvelor que se faz?

    Quem o faz?Como se faz?Quais as vri-veis de controle?Atua sobre

    o ProdutorInspe6o contfnua

    Verificar que se alcanou comomlnimo, a qulllidade especificadaO Promotor, O ProprietrioInspeo intermitenteAs representativas da qualidade85pecificadaO produto

    As que intervm no processo produtivoo processo

    Figura 6 -Mecanismos de controle da qualidade

    NIVEL I DEFINIO SIMBOLOSistema tradicional de superviso. No existe controle daqualidade no conceito atual

    @esenvolve-se um controle de recebimento (CRI23

    Desenvolve-se~mc;:;i;trOie de produo (CPI absolutamenteindependente do contrOle de recebimento (CRI --Desenvolve-se um controle de produo (CP) combinado com

    7 PerspectivasAs propostas apontadas anteriomente visando implantao de Programa de Controle da Qualidaddo processo de produo e uso habitao podem ser resumidas forma indicada na figura 8 (vide

    gina seguinte).Analisando a documentao tcnicdisponvel nas vrias etapas do pcesso pode-se afirmar que, hoje, pas, possvel a aplicao de programa.piloto de controle da quadade em empreendimentos habitacionais de interesse social, promovendo aperfeioamento do referencial tnico atual e adequando os aspectos tnicos aos administrativos. A documetao disponvel cobre as atividaderelacionadas com projeto, fabricae recebimento de materiais e com execuo, etapas nas quais podem ginar se a grande maioria dos probmas patolgicos das edificaes.A implantao de um programamplo e completo de controle da qlidade, se efetuada atravs do BNBanco Nacional da Habitao e seagentes, com a participao ativa dconstrutoras, projetistas, fabricantes usurios, poderia acarretar os segutes benefcios imediatos:

    -obteno de assentamentos hatacionais com nvel adequado de sempenho;

    -reduo da incidncia dos pblemas patolgicos e dos correspondentes gastos com recuperao;-elevao da qualidade dos protos e dos materiais e componentesda edificao;-melhoria da qualifcao da mde-obra decorrente da maior qualidaddos servios;-consolidao de um referenciatcnico que instrumentalize a ados agentes promotores junto aos pjetistas, construtores e fabricantes;-racionalizao dos servios

  • 8/8/2019 2.2 Artigo_Qualidade

    6/7

    (3) GARCIA MESSEGUER. Alvaro Para uma teo-ria de Ia calidad en construcion Informesde Ia construclon (348r 5-22, mar 1983(4) HELENE, Paulo R L Control de obras. Ma-drid, Instituto Eduardo Torroja, 197615p(Cemco 76).(5) -.Controle de qualidade do concreto, 1980(Dissertao de Mestrado apresentada Escola Politcnica da USP).(6) TANGO, Carlos E S. & HELENE, Paulo R LControle de qualidade uma proposta pa-ra a normalizao em alvenaria estruturalIn COLQUIO SOBRE ALVENARIA ES-TRUTURAL DE BLOCOS DE CONCRETO,So Paulo, 1977 Anais... So Paulo, Ibra-con, 1977(7) SOUZA, Roberto de Ao tecnolgica e pro-duo de habitaes propostas Arqul.tetura e Urbanismo 1 (3) 100-102, nov1985.(8) INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLGICASDO ESTADO DE SO PAULO Programade Controle de QualIdade das Constru.6es Habltaclonals -Procontrol. SAoPaulo -1983 (Relatrio n' 18503)(9) MONTENEGRO, Marcos e SOUZA, Robertode. A Certificao de conformidade naconstruo civil A CONSTRUO SAoPaulo (1857r 13-16, sel1983 (EncarteT E n' 10)(10) INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLGI-CAS Estudo para o controle de quall.dade dos componentes e do produtofinal de conjuntos habltaclonals. SoPaulo, 1984 (Relatrio n' 21 363{

    4 -Eroso de taludes em conjuntos habitacionais por falhas de implantao -a origem dose encontra na etapa de planejamento (implantao inadequada)

    tes e o consenso h de ser articuladoe obtido: no h mais condies his-tricas no pas de relegar a qualidadedo morar a segundo plano.A sociedade brasileira amadureceue nesse momento constituinte querver suas necessidades bsicas atendi-das, em quantidade. e qualidade.

    -valorizao dos institutos dedas universidades e dos la-de ensaios a nvel nacional,o apoio aos programas dee o desenvolvimento de no-eriais e tcnicas;-valorizao e aumento do acervoprestigiando as entidades(ABNT e Inmetro);-melhor aproveitamento dos re-materiais, tcnicos, humanos e

    aos beneficiados.A viabilizao de um programa des-natureza depende, alm do equacio-aspectos tcnicos, depoltico-institucionais eadministrativas e legais, quee envolvem o conjunto deno processo habitacio-do BNH aos usurios. Os interes-em muitos aspectos so divergen-

    Referncias bibliogrficas(1) IOSHIMOTO, Eduardo Incidncia de manifes-taes patolgicas em edificaes habi-tacionais A CONSTRUO Sio Paulo(1933( 21-24, fev 1985 (Encarte T EnO48).(2) MITIDIERI FILHO, Cludio V & SOUZA, Ro-berto de. Avaliao de desempenho desistemas construtivos destinados habi-tao popular Parte 1 A CONSTRUOSio Paulo (1957( 21-26, ago 1985 Parte2 A CONSTRUO Slo Paulo (1959(29-32, ago 1985

    ETAPA DOPROCESSO SISTEMTICA AIMPLEMENTAR DOCUMENTAAOTCNICAAvaliCW;"o das Condies deImplantao de Assentamen-tos HabitacionaisPlanejamento A estabelecerAvaliao de ProjetosHomologao de Compo-nentes e Sistemas Inovadores

    J disponvelJ dispon velProjeto

    Qualificao e Recebimentode Materiais J disponvelJ dispon(vel

    Materiis eComponentesExecuo Fiscalizao de Obras

    Fiscalizao da Operao

  • 8/8/2019 2.2 Artigo_Qualidade

    7/7

    REFERNCIA BIBLIOGRFICA

    HELENE, P. R. H.; SOUZA, R. Controle da qualidade na indstria da construocivil. In: SO PAULO, Instituto de Pesquisas Tecnolgicas do Estado. Diviso de

    Edificaes. Tecnologia de edificaes. So Paulo, 1988. p. 537-542.