-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
ICEN Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Prof.: Joo Carlos
Martins Mafra
REAES EM COMPOSTOS AROMTICOS RESSONNCIA: Na ressonncia os
eltrons podem se mover nos seguintes sentidos: 1) Eltrons se movem
para uma carga positiva ou para uma outra dupla ligao:
Ex.: 2) Um par de eltrons no ligantes pode migrar para uma ligao
dupla:
Ex.:
O hibrido de ressonncia pode ser representado por:
+ +
+++
+
+
+
+
+
+++
RO
NH2R
NH2+
O-
RO
NH2+
CO O-
O-
C-O O-
O
C-O O
O-
C
O
O O
+
NH2NH2NH2NH2NH2
NH2-
-
-
+ + +
HBRIDO DERESSONNCIA
ESTRUTURAS DE RESSONNCIA
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
2
3) Um nico eltron no ligante (Radical) migra para uma dupla
ligao.
Ex.:
Para que ocorra ressonncia necessrio que os eltrons
participantes, estejam em tomos vizinhos, ou seja, sejam
conjugados. Ex.: ENERGIA DE RESSONNCIA
Porm, quando o benzeno hidrogenado experimentalmente, a variao
de
entalpia padro (H0) medida de 49,8 Kcal / Mol. Um valor bem
menor que o esperado baseando-se no valor obtido para hidrogenao de
uma nica ligao dupla.
+
+
H 2
H 2 3
c a t .
c a t .
H o = - 26,8 Kcal/mol
H o = 3 x (- 26,8 Kcal/mol) - 85,8 Kcal/mol
Hipoteticamente um cicloexatrieno
cicloexeno
+ H23 = 49,8 cal/mol Valor obtidoexperimentalmente
. . . .
.
. .
..
.
.
.
.CH2 CH2 CH2 CH2 CH2
Sistema conjugado
++
+
Sistema no conjugadoisolado por um carbono sp3
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
3
Esta diferena de energia encontrada entre o valor esperado e o
efetivamente medido (85,8 49,8 = 36 Kcal / Mol) conhecida como
energia de estabilizao, promovida pela deslocalizao eletrnica
obtida na ressonncia. EFEITO DA DESLOCALIZAO DOS ELTRONS NO pKa Por
que o cido actico mais cido que o etanol, uma vez que ambos
apresentam um hidrognio ligado a um tomo de oxignio? Quando ocorre
a deprotonao, as espcies formadas so: o on acetato e o on etxido.
No on etxido a carga negativa encontra-se localizada no tomo de
oxignio sem a possibilidade de deslocalizao (ressonncia) o que
poderia estabiliz-la. Este fato torna o on etxido bastante reativo
(como base ou nuclefilo), podendo abstrair
"Cicloexatrieno"
Benzeno
Cicloexano
= 85,8 cal/mol
= 49,8 cal/mol
E
Coordenada de reao
O
OHOH
pKa = 4,76 pKa = 15,9
O
OH
O
O-H++
on acetato
O-
on etxido
+ H+OH
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
4
um prton de uma fonte protnica, regenerando o etanol (seu cido
conjugado). No on acetato, a carga negativa pode migrar em direo da
ligao vizinha, deslocalizando-a. Este fato leva a uma estabilizao
desta carga tornando o on acetato menos reativo (menos bsico). Ex.:
O mesmo fato da deslocalizao explica a diferena de acidez entre o
fenol (pKa = 10) e o cicloexanol (pKa = 16). Exerccio: Seguindo
estes conceitos, tente explicar a diferena de acidez entre os
nitrognios protonados, nas molculas abaixo. CRITRIOS DE
AROMATICIDADE Para uma substncia ser considerada aromtica, ela deve
cumprir os seguintes requisitos: 1) Deve conter, num anel, um
sistema conjugado de eltrons . Este fato justifica que
a molcula seja cclica e plana. 2) O sistema deve conter um nmero
par de eltrons.
O
OO
O-O-
O-
on estabilizado por ressonncia
Hbrido de ressonncia
OH O-O- O O
-+H+
O
-
-
on fenxido on fenxido
OH O-
H++
No pode ser estabilizado por ressonncia
NH3 NH3++
Anilina protonada Cicloexilamina protonada
pKa = 4,60 pKa = 11,2
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
5
3) Deve seguir a regra de Hckel (4n + 2) eltrons, onde n igual a
um nmero inteiro, logo, quando um composto aromtico tiver 2 eltrons
(n ser igual a 0); 6 eltrons (n = 1); 10 eltrons (n = 2); 14
eltrons (n = 3); 18 eltrons (n = 4); etc.
AROMATICIDADE CICLOPROPENO
No aromtico, pois no apresenta um sistema conjugado, ou um
sistema ininterrupto de orbitais p.
CICLOPROPENIL CTION: aromtico, pois neste caso a molcula
apresenta um anel com um sistema de orbitais p ininterruptos,
podendo ocorrer ressonncia. O Ciclopropenil nion, pode ser
aromtico? Por qu? Este on (cicloeptatrienil ction) aromtico ou
no?
Caso seja, escreva todas as estruturas de ressonncia
possveis.
O ciclooctatetraeno (antiaromtico) reage rapidamente com 2 mols
de potssio metlico para formar um dinion aromtico. Justifique esse
fato e escreva todas as estruturas de ressonncia para esse
dinion.
+ 2K + 2K+
Ciclooctatetraeno (no aromtico) Ciclooctatrienil dinion
(composto aromtico)
Justifique o fato apresentado acima
-
+
on troplium
+
+
+
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
6
CONSEQNCIAS DA AROMATICIDADE
A diferena de pka entre um tomo de hidrognio ligado a um carbono
sp e, um outro tomo de hidrognio, ligado a um carbono sp, reside no
fato da maior eletronegatividade do carbono sp em relao ao sp3
(devido ao carter s do orbital do carbono). Porm, a acidez dos
prtons ligados ao carbono sp3 do ciclopentadieno bastante superior
a de um prton de carbono sp3 comum, sendo superior inclusive a de
prtons de carbono sp e aproximando-se a acidez da gua.
H H- H+
H
pKa = 16
Como se explica o fato do ciclopentadieno, apresentar um pKa to
baixo, para os hidrognios ligados a um carbono sp?
No ciclopentadieno, no so cumpridos os requisitos de
aromaticidade, pois os
eltrons no circulam livremente pelo ciclo devido ao carbono
saturado (sp3). Porm, quando ocorre a deprotonao, todos os carbonos
passam a ser sp o que favorece a conjugao eletrnica entre todos os
orbitais p. Essa conjugao pode ser vista nas estruturas de
ressonncia de mesma energia (equivalentes) mostradas na figura
abaixo:
Note que todos os carbonos apresentam uma carga negativa, nas
estruturas de
ressonncia, o que torna este nion altamente deslocalizado (muito
estvel). Alguns compostos organometlicos resultam da aromaticidade
do
ciclopentadienil nion. Por exemplo, o composto organometlico
ferroceno formado da reao de 2 mols do ciclopentadienil nion com um
mol de on ferro +2 (ferroso). O ferroceno um composto estvel que
apresenta uma estrutura curiosa parecida com um sanduche onde o
tomo de ferro encontra-se no centro da estrutura e os tomos
HC CH HC C - H++
H3C CH3 H3C CH2-
+ H+
pKa = 25
pKa = 50
HH -H+-
-
- -
-
-
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
7
de carbonos dos ciclos nas extremidades superior e inferior.
Como os carbonos do ciclopentadienil nion se equivalem todos estaro
igualmente ligados ao on ferroso.
NOMEMCLATURA DE BENZENOS MONOSUBSTITUIDOS Alguns benzenos
monosubstituidos so nomeados simplesmente colocando o nome
do grupo substituinte, seguido pela palavra benzeno. Ex.:
Alguns benzenos monosubstituidos apresentam nomes especiais em
funo do tipo de substituinte em questo. Estes nomes especiais devem
ser memorizados.
Ex.:
Br Cl NO2
Bromobenzeno Clorobenzeno Nitrobenzeno Etilbenzeno
CH3 OH SO3H OCH3 NH2
Tolueno Fenol AnilinaAnisolcido benzenosulfnico
Ferroceno
FeFe+2
+2
-
Estireno Benzaldedo cido benzico Benzonitrila
CNCO2HCHOO
Acetofenona
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
8
Com exceo do tolueno, todos os alquil-benzenos so nomeados como
derivados do benzeno.
Ex.: Se o grupo alquil no puder ser, inambiguamente, nomeado, o
composto passa a
ser chamado como um alcano substituido. Neste caso, temos:
Ex.:
BENZENOS DISUBSTITUIDOS Benzenos dissubstituidos so nomeados de
modo a indicar a posio relativa dos substituintes. Suas posies
relativas podem ser indicadas por nmeros ou pelos prefixos orto,
meta e para. Ex.: 1,2 Dibromobenzeno 1,3 Dibromobenzeno 1,4
Dibromobenzeno orto Dibromobenzeno meta Dibromobenzeno para
Dibromobenzeno o Dibromobenzeno m Dibromobenzeno p
Dibromobenzeno
Isopropilbenzeno (Cumeno)
sec-butilbenzeno t-butilbenzeno
ClO
O
2-fenil-3,3-dimetileptanoCloreto de benzila
difenilter
dibenzilter
Br
Br
Br
Br
Br
Br
Como grupo substitunte, chamado de grupo FENIL.
Como grupo substitunte, chamado de grupo BENZIL
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
9
Se os dois substituntes forem diferentes, eles sero listados em
ordem alfabtica. O anel numerado de modo a fornecer a menor numerao
possvel e, ao primeiro grupo em ordem alfabtica dado o nmero 1.
Ex.: 1 Cloro 3 iodobenzeno 4 Nitroanilina 2 etilfenol meta
Cloroiodobenzeno p - Nitroanilina o - etilfenol e no e no e no 1
Iodo 3 Clorobenzeno p Aminonitrobenzeno o etil - hidroxibenzeno
Alguns benzenos dissubstituidos (poucos) recebem nomes especiais,
que so incorporados o nome de ambos os substituntes. BENZENOS
POLISSUBSTITUDOS Caso o benzeno tenha mais de 2 substituntes, os
substituntes so numerados, segundo a menor numerao possvel. Os
substituntes so listados em ordem alfabtica com seus nmeros
apropriados. Ex.:
Assim como no caso de benzenos dissubstituidos, se um dos
substituntes puder ser incorporado ao nome, este grupo recebe a
posio 1, independente da posio dos outros substituntes. Ex.:
OHCl
I
H2N
NO2
OH
CH3
CH3
CH3
H2N
CH3
para-toluidinameta-xilenoorto-cresol
NO2Br
Cl
Cl
NO2
Br
Br
O2N
Cl
2-Bromo-4-cloro-1-nitrobenzeno
4-Bromo-1-cloro-2-nitrobenzeno
1-Bromo-4-cloro-2-nitrobenzeno
4-Cloro-2-nitroacetofenona
2,6-Diclorofenol3,4-Dibromoanilina
O2N Cl
OOH
ClCl
NH2
Br
Br
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
10
EXERCCIOS: 1) Escreva a estrutura correspondente aos nomes
listados abaixo: a) m diclorobenzeno b) p bromofenol c) o
nitroanilina d) 2 bromo 4 iodo nitrobenzeno e) 2- fenilexano f) 3-
benzilpentano g) m clorotolueno h) 2,5 dinitrobenzaldedo i) o
xileno j) m cresol 2) Escreva corretamente os nomes incorretos
listados abaixo. a) 2,4,6 Tribromobenzeno b) 3 hidroxinitrobenzeno
c) p metilbromobenzeno d) 1,6 Diclorobenzeno CONSIDERAES SOBRE A
REATIVIDADE DO BENZENO Anteriormente, verificamos que o benzeno
formado por um ciclo de 6 carbonos com hibridao sp, apresentando um
sistema conjugado com 6 eltrons . Isto nos d a idia que o benzeno
apresenta uma nuvem eletrnica envolvendo os carbonos, ora na parte
superior, ora num plano inferior a estes carbonos, como num
sanduche. Devido a este fato, o benzeno pode atuar numa reao qumica
como uma espcie nucleoflica, ou seja, doadora de eltrons, devido
sua alta densidade eletrnica. Figura: Mostra os seis orbitais
moleculares ligantes do benzeno Em virtude da elevada energia de
estabilizao dos compostos aromticos, conseguida com a ressonncia,
estas substncias no so suscetveis a reaes de adio, que so reaes
caractersticas de alquenos. Uma vez que na adio ocorreria uma
quebra da aromaticidade do sistema caracterizando um processo
energeticamente desfavorvel.
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
11
Reao de Adio a Dupla Ligao: Benzeno como Nuclefilo: Como um
nuclefilo o benzeno pode reagir com um eletrfilo gerando um on
carbnio (carboction) acarretando em quebra da aromaticidade. Esse
carbnio pode ser parcialmente estabilizado por ressonncia com as
outras duas duplas do anel. Essa espcie pode reagir com uma base
(nuclefilo) de duas maneiras. Numa delas o nuclefilo ataca o
carbono positivo levando a uma reao de adio, ou ento, retira o
prton do carbono sp3 regenerando a aromaticidade do sistema numa
reao de substituio. Essa segunda possibilidade bem mais favorvel em
relao primeira, pois mantm a estabilidade conferida pela
aromaticidade, como pode ser visto no grfico abaixo.
E
H E H E H E
Estruturas de ressonncia do on carbnio
Grfico de coordenada de reao para substituio eletroflica e para
adio eletroflica ao benzeno.
Energia Livre
Coordenada de reao
E
H E
EZ
E Z+
Z -
HZ+
+
Produto de adio
Produto de substituio
E E
Z
+ E+Z -+
Carbniointermedirio
Produto deadio eletroflica
H
BrHBr
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
12
REAO DE SUBSTITUIO ELETROFLICA AROMTICA ( SEA) Neste tipo de
reao um hidrognio ligado ao anel aromtico substitudo por um
eletrfilo. Reao geral (hipottica): Os tipos mais comuns de
substituio eletroflica aromtica, so:
1) Halogenao: Onde o H do anel trocado por Cl, Br ou I. 2)
Nitrao: Um grupo nitro (NO2) substitui o H. 3) Sulfonao: Um cido
sulfnico (SO3H) substitui o H.
4) Acilao de Friedel Crafts: Um grupo acila substitui o H (RC= O
grupo acila). 5) Alquilao de Friedel Crafts: Um grupo alquila (R)
substitui o H.
Todas estas reaes de SEA ocorrem por um mecanismo em duas
etapas. Na primeira etapa, um par eletrnico do benzeno ataca uma
espcie eletroflica (E+), formando um carbnio intermedirio, o qual
estabilizado por ressonncia. Na Segunda etapa da reao, um prton do
anel benznico abstrado (geralmente por uma base presente no meio),
e os eltrons da ligao C H restabelecem a aromaticidade do anel.
MECANISMO GERAL DA SEA Ataque eletroflico:
Esta etapa apresenta uma energia de ativao elevada, pois, parte
de uma espcie aromtica, gerando um intermedirio no aromtico. Por
isto, esta a etapa lenta da SEA.
+ E+
E
H++
+ E+
H
EH
EH
E
+ +
+
Estruturas de ressonnciaque estabilizam o CARBNIO.
H
E+
++
Hbrido deressonncia
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
13
Desprotonao (restabelecimento da aromaticidade): 1) HALOGENAO DO
BENZENO
+ Cl2FeCl3
ClHCl+ CLORAO
+ Br2FeBr3
BrHBr+ BROMAO
+ I2HNO3
I
H++*
IODAO
* I2 + HNO3 I+2 (e letrfilo)
Energia Livre
Coordenada de reao
E
H E
E++
B -
HB+
Energia deativao doataque eletroflico
E
+
+
Deprotonao
B
H E
+
r pi da
E
HB+ +
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
14
O cido de Lewis (FeCl3, FeBr3 ou AlCl3) utilizado na bromao e na
clorao, enquanto na iodao utilizado um agente oxidante para
favorecer a formao do eletrfilo. O FeBr3 como um catalisador
regenerado ao final do processo. Para Clorao: Para Iodao: 2) NITRAO
DO BENZENO Reao Geral: Nesta reao o cido sulfrico adicionado para
atuar como cido forte e desidratante para favorecer a formao do
eletrfilo (+NO2 - on nitrnio).
Cl Cl + FeCl3 Cl+
+ FeCl4-
+ Cl+
H
Cl+
+ FeCl4-
- FeCl3
Cl
HCl+
Br Br + FeBr3 Br+
+ FeBr4-
+ Br+
H
Br+
+ FeBr4-
- FeBr3
Br
HBr+
* I2 + HNO3 I+2 (e letrfilo)
+ HNO3H2SO4
NO2
+ H2O
H+
+ HI
I
-
+
H
II++
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
15
Mecanismo: 3) SULFONAO DO BENZENO
Nesta reao so utilizados o cido sulfrico concentrado ou o cido
sulfrico fumegante (mistura de H2SO4 + SO3) conhecido tambm como
Oleum. A espcie eletroflica gerada o +SO3H.
Reao geral:
Mecanismo:
Os cidos sulfnicos so cidos extremamente fortes devido alta
estabilizao do on sulfonato.
+NO2+
H
NO2+
B NO2
H OSO3H++
+ -OSO3H
H2O +
HO3S OH HO3S OH
H
HO3S+
SO3H SO3-
+ H+
pKa = - 0,6
+NO2+H2O
-OSO3H++
HO NO2H
+HO NO2 H OSO3H
SO3H
H3O+H2SO4
+ +
+
H
SO3H+
B SO3H+SO3H HB++
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
16
A reao de sulfonao uma reao reversvel. Mecanismo de Dessulfonao:
4) ACILAO DE FRIEDEL-CRAFTS
Dois tipos de SEA foram desenvolvidos, independentemente, pelos
pesquisadores Charles Friedel (Francs) e James Crafts (Americano).
A acilao ocorre pela substituio de um tomo de H do anel por um
grupo acila (RC=O), enquanto que na alquilao o grupo um alquil
(R).
Os reagentes utilizados, para tanto, pode ser um cloreto de
acila ou um anidrido
(para acilao). Os eletrfilos so formados pela ao do cido de
Lewis (AlCl3).
Reao Geral:
Mecanismo:
SO3H H3O+,100 oC
+ SO3 H++
SO3H
+H++
H
SO3H+
+SO3H
RO
Cl
1) AlCl 3
2) H2O
R
O
+ HCl+
RO
OR
O
1) AlCl 3
2) H2O
R
O
+ + RO
OH
RO
ClAlCl3 AlCl4
-+ RO
R O +
on aclium
R S
O
O
O-R S
O
O-
OR S O
O
O-
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
17
IMPORTANTE!!! Como o produto da reao de acilao de Friedel
Crafts, uma
cetona, deve ser utilizado mais de um equivalente de AlCl3.
Devido complexao do produto (cetona) com o AlCl3 (cido de Lewis
utilizado como catalisador).
Ex.:
5) ALQUILAO DE FRIEDEL CRAFTS:
A primeira etapa da alquilao de FriedelCrafts, a formao de um
carbnio, a partir de um haleto de alquila e um cido de Lewis
(geralmente AlCl3).
Podem ser utilizados os fluoretos, cloretos, brometos e iodetos
de alquila. Os
haletos de vinila e arila, no podem ser utilizados, uma vez que
seus Carbnios so muito instveis para serem formados.
Reao geral:
Mecanismo:
Como os alquilbenzenos formados so mais reativos que o benzeno
geralmente observa-se a formao de produtos de polialquilao do anel
aromtico.
R
O
+ AlCl3 R
OAlCl3
H2O R
O
Al(OH)3 HCl+ +
AlCl3+ R Cl
R+ HCl
AlCl3 AlCl4-
+R Cl + R+
AlCl3AlCl4
-+
HR
+
R
+ HClR+
Catalisador
+ R+R
+ R+R
Rmais reativo
+ HB+
BHR
OR
O+ R
O
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
18
Este problema pode ser facilmente minimizado, utilizando-se uma
quantidade de benzeno muito maior que o eletrfilo (geralmente como
prprio solvente). Desta forma, ser mais provvel que o eletrfilo
encontre uma molcula de benzeno para reao, do que uma molcula de
alquilbenzeno.
A alquilao de FriedelCrafts dependente da estrutura do carbnio
formado, uma vez que carbnios primrios podem rearranjar para formar
espcies mais estveis. A reao do benzeno com cloreto de n-butila
catalisada por AlCl3 leva a formao de uma mistura de produtos, onde
o produto majoritrio oriundo de um rearranjo do carbnio formado
inicialmente, levando a uma espcie mais estvel.
Outro exemplo de rearranjo do on carbnio pode ser observado na
reao do cloreto de neopentila com benzeno catalisado por AlCl3
descrita abaixo.
A alquilao de FriedelCrafts pode ser efetuada com carbnios
gerados, a partir de alquenos com HF como catalisador, ou a partir
de lcoois catalisado por BF3.
+ Cl AlCl30 oC +
65% 35%
H
Carbnio primrio
Migrao 1,2 de hidreto
H
Carbniosecundrio
MAIS ESTVEL
+ Cl AlCl3
100% No formado
+
Cl AlCl3Migrao 1,2 de metila
Muito mais estvel
+ HF
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
19
Mecanismo para a alquilao via alqueno e HF:
Se carbnios primrios so pouco estveis, como podemos preparar
alquilbenzenos (primrios)? Resposta atravs de uma reao de acilao de
Friedel-Crafts seguida de uma reduo de cetona para metileno.
A reduo de uma cetona a um grupo metileno geralmente, pode ser
efetuada pelo mtodo de Wolff-Kishner ou pelo mtodo de Clemensen,
como pode ser visto abaixo. Dependendo da molcula em questo pode-se
optar por um ou outro (em meio cido ou bsico).
H
+H F
-
+ HF
Reduo*+
O1) AlCl 32) H2O
O
Cl
R
R
Reduo deWOLFF-KISHNER
H2NNH2, HO-,
Reduo deCLEMMENSEN
Zn(Hg), HCl,
R
O
+BF3
60 oC
CICLOEXILBENZENO (56%)
HO+ H2O
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
20
O EFEITO DOS SUBSTITUINTES NA REATIVIDADE DO ANEL AROMTICO
FRENTE A SEAr
A etapa determinante da velocidade de uma reao de substituio
eletroflica aromtica a etapa do ataque do anel aromtico (nuclefilo)
a um eletrfilo. Neste caso, se o grupo substituinte do anel
aromtico, de alguma forma elevar a densidade eletrnica do anel,
ocorrer um aumento na velocidade de reao, uma vez que a interao
nuclefilo-eletrfilo favorecida. De modo contrrio, se o grupo
substituinte diminuir a densidade eletrnica do anel, a reao deve
ocorrer mais lentamente. A densidade eletrnica do anel pode ser
influenciada pelo substituinte, pela doao ou retirada de eltrons.
Esta doao ou retirada de eltrons pode ocorrer de duas maneiras
basicamente: Por Efeito Indutivo (relacionado com a
eletronegatividade dos grupos), que um efeito mais localizado (de
vizinhanas); ou por Efeito de Ressonncia (relacionado com a migrao
de eltrons atravs de orbitais conjugados). Velocidade relativa de
benzenos substitudos frente SEAr. X = Grupo eltron-doador. Y =
Grupo eltron-atrator. EFEITO INDUTIVO No efeito indutivo, devemos
comparar a eletronegatividade do grupo ligado ao anel aromtico. Se
o tomo (ou grupo) ligado ao anel aromtico for mais eletronegativo
que o hidrognio, anteriormente ligado, ele deve exercer um efeito
retirador de eltrons maior que o mesmo. Logo, devemos ter uma
diminuio da velocidade de reao. No caso de grupos menos
eletronegativos que o tomo de hidrognio, devemos ter um aumento da
velocidade de SEAr, pois teremos um efeito eltron doador.
CH3 um grupo eltron-doador, consequentemente: - Aumenta a
densidade eletrnica do anel atravs de seu efeito indutivo;
- Torna o anel mais reativo frente eletrfilos (E+);
- Aumenta a velocidade da reao de SEAr.
Dessa forma chamado de grupo ativante ou ativador do anel
aromtico frente SEAr.
X Y
O carbono sp 3 menos eletronegativoque o carbono sp 2. Logo,
teremos umefeito de doao de eltrons da metilapara o anel
aromtico.
CH3
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
21
NH3+ um grupo eltron-atrator, consequentemente: - Diminui a
densidade eletrnica do anel atravs de seu efeito indutivo;
- Torna o anel menos reativo frente eletrfilos;
- Diminui a velocidade da reao de SEAr.
Dessa forma chamado de grupo desativante ou desativador do anel
aromtico frente SEAr.
EFEITO DE RESSONNCIA
Na ressonncia, temos a doao de eltrons (migrao) no sentido dos
grupos para o anel aromtico (efeito +R), ou do anel aromtico para
os grupos (efeito R). Para que esta migrao ocorra devemos ter
eltrons conjugados.
Pares de eltrons no ligantes de um tomo ligado diretamente ao
anel aromtico, podem ser doados ao mesmo, criando uma carga
negativa. Este fato, aumenta consideravelmente a densidade
eletrnica no anel, estes grupos sero considerados grupos ativantes
frente reao de SEAr.
No caso de grupos que possam retirar os eltrons de uma dupla do
anel, ser
gerada uma carga positiva dentro do anel; isto desfavorece a
reao com eletrfilos, que so espcies carregadas positivamente. Estes
grupos so chamados de grupos desativantes frente reao de SEAr.
Grupos ativantes por ressonncia:
Grupos com pares de eltrons livres, doam eltrons ao anel,
gerando uma carga negativa nas posies orto e para, em relao a
ele.
OCH3 OCH3OCH3 OCH3 OCH3
Neste caso o grupo +NH3 maiseletronegativo. Desta forma,
teremosum efeito de retirada de eltrons.
+NH3
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
22
Grupos desativantes por ressonncia:
Grupos desativantes por ressonncia geram uma carga positiva no
anel aromtico, passando pelas posies orto e para, em relao a
ele.
Importante:
Repare que em ambos os exemplos anteriores (anisol e
acetofenona) no se observam a formao de carga nos carbonos da posio
meta, em relao ao grupo que faz a ressonncia. Este fato nos indica
que em reaes de SEAr, com sistemas aromticos substitudos, teremos
posies com reatividade diferentes em funo do grupo presente no
anel. Este fato implica diretamente na regiosseletividade observada
em reaes de SEAr em anis substitudos.
Grupos ativantes orientaro a SEA para as posies orto e para.
Grupos desativantes orientaro a SEA para a posio meta. Exemplos
da regiosseletividade apresentada em anis aromticos
monosubstituidos:
O OO O O
CH3
+ Br2FeBr3
CH3Br
CH3
Br
+
Br
+ Cl2FeCl3
Cl
BrCl
Br
+
O
+ HNO3H2SO4
O
NO2
NO2
+ Br2FeBr3
NO2
Br
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
23
ESTRUTURAS DE RESSONNCIA PARA O ATAQUE ELETROFLICO EM ANIS
MONOSSUBSTITUDOS
No caso do tolueno, que um ativante fraco, notamos que o ataque
nas
posies orto e para, apresentam uma estrutura de ressonncia
estabilizada pelo efeito +I do grupo metila, este fato favorece o
ataque nestas posies, pois diminui a energia do estado de transio
para estes ataques (vide esquema abaixo).
No caso do anisol, que um sistema ativado por ressonncia
(ativante forte), ocorre a formao de uma estrutura de ressonncia a
mais, obtida pela estabilizao da carga positiva do anel, pelos
pares eletrnicos do tomo de oxignio, quando o ataque ocorre nos
carbonos das posies orto e para (ver esquema abaixo).
+ E+
orto
meta
para
CH3H
E
CH3H
E
CH3HE
CH3
HE
CH3
HE
CH3
HE
CH3
CH3
E H
CH3
E H
CH3
E H
MAIS ESTVEL
MAIS ESTVEL
+ E+
orto
meta
para
OCH3H
E
OCH3H
E
OCH3HE
OCH3
HE
OCH3
HE
OCH3
HE
OCH3
OCH3
E H
OCH3
E H
OCH3
E H
RELATIVAMENTE MAIS ESTVEL
OCH3H
E
RELATIVAMENTE MAIS ESTVEL
OCH3
E H
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
24
No caso do nitrobenzeno (sistema fortemente desativado por induo
e ressonncia), o ataque nas posies orto e para, gera um carbnio
muito instvel, pois a carga positiva gerada passa no carbono
diretamente ligado ao grupo desativante (NO2), o que aumenta
consideravelmente a energia do estado de transio para o ataque
nestas posies. Estas estruturas em questo, no so formadas quando o
ataque se d na posio meta (vide esquema abaixo), da o fato do grupo
nitro ser meta orientador.
RELAO DE SUBSTITUIO ORTO / PARA EM ALQUILBENZENOS A relao de
substituio orto/para em alquilbenzenos depende basicamente de dois
fatores: o efeito indutivo dos grupos alquila e o impedimento
estreo provocado por grupos volumosos. Podemos notar nos exemplos
descritos abaixo, na medida em que os grupos substituintes aumentam
de volume, a substituio na posio orto vai diminuindo, este fato se
d pelo efeito estrico provocado por estes substituntes. No caso do
tolueno, o produto de substituio na posio orto favorecido, pois o
grupo metil um ativante por efeito indutivo (efeito de vizinhana) e
seu volume no to grande quanto o dos grupos etil e t-butil.
+ E+
orto
meta
para
NO2H
E
NO2H
E
NO2HE
NO2
HE
NO2
HE
NO2
HE
NO2
NO2
E H
NO2
E H
NO2
E H
RELATIVAMENTE INSTVEL
RELATIVAMENTE INSTVEL
CH3
+ HNO3H2SO4
CH3NO2
CH3
NO2
+
61% 39%
+ HNO3H2SO4
NO2
NO2
+
50% 50%
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
25
TABELA COM O PERFIL DOS SUBSTITUNTES MAIS COMUNS EM
AROMTICOS
+ HNO3H2SO4
NO2
NO2
+
18% 82%
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
26
CONSIDERAES ADICIONAIS SOBRE A REAO DE SEAr EM ANIS
SUBSTITUDOS
Nos casos onde os anis aromticos so bastante ativados, no
necessrio a
adio de um catalisador para que ocorram reaes de bromao. As
iodaes tambm so passiveis de ocorrer nesses sistemas sem a
necessidade de catlise.
Ex.:
O
O
HO OH
O
O
HO OH
X
X X
X
X2 excesso
X = Br ou I
Fluorescena (amarela) X = Br; Eosina (carmim)X = I; Eritrosina
(carmim)
Se o cido de Lewis utilizado juntamente com um excesso de bromo
ocorrer a tribromao do anel.
OCH3
+ 3 Br2FeBr3
OCH3Br
Br
Br
+ 3 HBr
Grupos ativantes muito volumosos impedem a entrada do eletrfilo
na posio orto favorecendo a entrada do eletrfilo na posio para,
menos impedida. Este fato bem ilustrado na sntese da
p-nitroacetanilida, onde o produto para-substituido obtido quase
que exclusivamente.
OCH3 OCH3Br
Br2+
OCH3
Br
+
N H 2 O
Cl Piridina
N
O H
HNO3
H 2SO 4
A c e t a n i l i d a
N
OH
NO2
N H 2
N O 2
1) HCl, H 2 O, 2) HO -
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
27
Sistemas muito ativados so muitas vezes nitrados utilizando-se
um meio mais brando, sem a utilizao de cido sulfrico como
catalisador. Este meio faz o uso de cido actico como solvente,
formando uma mistura aceto-ntrica, a qual vai liberando +NO2,
lentamente. As reaes de FRIEDEL-CRAFTS (acilaes ou alquilaes) no so
observadas em sistemas aromticos ligados a grupos fortemente
desativantes. Anilinas, quando submetidas a reaes de FRIDEL-CRAFTS,
tambm no formam produtos de substituio eletroflica aromtica, devido
complexao dos pares eletrnicos da anilina com o cido de Lewis
(AlCl3). Nas acilaes as aminas ou fenis podem reagir inicialmente
com um cloreto de acila para formar uma amida ou um ster,
respectivamente, os quais podem sofrer um posterior rearranjo
conhecido como rearranjo de Fries, para formar os produtos de
acilao como mostrado nos exemplos abaixo.
NH2
AlCl3NH2
AlCl3
SISTEMA MUITO DESATIVADO
+
N
NO2
NNO2
CH3CO2H
HNO3
N
NO OCORRE REAO
NO OCORRE REAO
AlCl3
AlCl3
Cl
O
Cl
+
+
NO2
SO3H
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
28
Ref.: Convenient Synthetic Approach to 2,4-Disubstituted
Quinazolines. S. Ferrini, F. Ponticelli, M. Taddei, Org. Lett.,
2007, 9, 69-72.
Ref.: Fries rearrangement in methane sulfonic acid, an
environmental friendly acid. A.Commarieu, W. Hoelderich, J. A.
Laffitte, M.-P. Dupont, J. Mol. Cat. A.: Chemical, 2002, 182-183,
137-141.
REAES DE SEAr EM ANIS COM MAIS DE UM SUBSTITUNTE Quando um anel
dissubstitudo sofre uma SEAr o efeito dirigente de ambos os grupos
devem ser considerados. Se os substituintes orientam a entrada do
eletrfilo para a mesma posio o produto da reao facilmente previsto,
como visto abaixo na nitrao do p-nitrotolueno.
CH3
NO2
CH3
NO2
NO2HNO3
H2SO4
os dois substituintes orientam para esta posio(meta em relao ao
nitro e orto em relao a metila)
Na molcula do m-clorotolueno trs posies so favorecidas para a
entrada do eletrfilo. Porm, em uma delas no ocorrer a substituio
devido ao impedimento estreo provocado pelos dois substituintes
(metila e cloro), formando assim dois produtos de substituio
eletroflica.
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
29
CH3
Cl
CH3
Cl
NO2
HNO3
H2SO4
os dois substituintes orientam para estas posies (orto e para em
relao a metila e ao cloro)
CH3
Cl
O2N
+maior impedimento estreo
Quando os dois substituintes dirigirem a substituio para posies
diferentes, um substituinte mais fortemente ativador prevalecer
sobre um ativador mais fraco ou um substituinte desativador. Este
fato observado na bromao do p-cresol que leva a formao de um nico
produto de substituio orientado pela hidroxila fenlica.
CH3
OH
CH3
Br
OH
+ HBr
NICO PRODUTO
Metila (ativador fraco)orienta para esta posio
Hidroxila (ativador forte)orienta para esta posio
Br2
Quando os dois substituintes no apresentam muita diferena no
poder orientador, nenhum deles ir dominar a seletividade e uma
mistura de produtos ser obtida, como pode ser observada na nitrao
do p-clorotolueno.
CH3
Cl
CH3
NO2Cl
HNO3
H2SO4
MISTURA DE PRODUTOS
Metila (ativador fraco)orienta para esta posio
Cloro (desativador fraco)orienta para esta posio
CH3
Cl
NO2+
Exerccio: indique o produto de SEAr formado preferencialmente em
cada uma das reaes abaixo:
O
O
H
O
HNO3
AcOH
O O
HNO3/H2SO4
AcOH
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
30
REAES DE SUBSTITUIO ELETROFLICA NO NAFTALENO Assim como o
benzeno o naftaleno um composto aromtico com anis ou ncleos
fundidos. A molcula do naftaleno apresenta trs estruturas de
ressonncia contribuintes.
Da mesma maneira que o benzeno o naftaleno capaz de sofrer reaes
de SEAr. Esta substituio ocorre preferencialmente na posio alfa em
detrimento da posio beta do naftaleno, como pode ser visto nas
nitraes desse sistema.
HNO3H2SO4
NO2
1-nitronaftaleno(-nitronaftaleno)
+ H2O
Duas evidncias experimentais acerca da reatividade do naftaleno
so: Ele mais reativo que o benzeno; A SEAr ocorre preferencialmente
na posio alfa em detrimento da posio beta.
O fato da maior reatividade do naftaleno em relao ao benzeno
pode ser ilustrado atravs da reao de bromao do mesmo que ocorre sem
a necessidade da utilizao de um catalisador (cido de Lewis), o que
ocorre somente em sistemas aromticos bastante reativos.
Br
+ Br2 + HBr
1-bromonaftaleno A explicao para ambas as evidncias podem ser
dada analisando-se as
estruturas de ressonncia formadas quando ocorre o ataque
eletroflico no benzeno e, comparando-as com as estruturas formadas
no ataque eletroflico nas posies alfa e beta do naftaleno, como
visto a seguir.
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
31
EH
EH
EH
E
Estruturas de ressonncia para o ataque eletroflico no
benzeno
Estruturas de ressonncia para o ataque eletroflico a posio alfa
do naftaleno:
E H E
H E
H E
H E H E H E
H E
Estruturas de ressonncia para o ataque eletroflico a posio beta
do naftaleno:
E
H
E
H
E
H
E
H
E
H
E
H
E
Como podemos observar na anlise das estruturas de ressonncia
para o ataque eletroflico, o naftaleno mais reativo que o benzeno
em funo do carbnio (carboction estabilizado por 7 estruturas de
ressonncia no caso do ataque alfa) gerado ser mais estvel que no
caso do bezeno (estabilizado por 3 estruturas de ressonncia). Ainda
sobre estas estruturas podemos observar que o ataque posio alfa do
naftaleno gera um carbnio que pode ser estabilizado por sete
estruturas de ressonncia onde em quatro delas a aromaticidade de um
dos anis mantida, enquanto o ataque em beta leva formao de seis
estruturas de ressonncia onde
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
32
em somente duas delas um dos anis permanece com sua
aromaticidade integra. Desta forma, podemos concluir que o ataque
eletroflico na posio alfa mais favorvel que na posio beta do
naftaleno.
A reao de sulfonao do naftaleno nem sempre leva a formao do
produto
substitudo na posio alfa. Caso a reao seja realizada sob condies
que no favoream o equilbrio (temperaturas abaixo de 80C, fato que a
torna irreversvel) o produto obtido ser o cido
alfa-naftalenossulfnio (produto cintico). Porm, quando realizada
sob condies que favoream o equilbrio (temperaturas em torno de
160C, fato que a torna reversvel) ocorrer preferencialmente formao
do cido beta-naftalenossulfnio (produto termodinmico).
SO3H
+ H2O
cido 1-naftalenossulfnio (produto cintico)
H2SO4
80oC
SO3H
SO3H+ H2SO4
160 oC
cido alfa-naftalenossulfnio (produto cintico)
cido beta-naftalenossulfnio (produto termodinmico)
O produto substitudo na posio alfa o mais fcil de ser formado
porque o carboction que leva a sua formao mais estvel. Enquanto o
produto substitudo na posio beta mais estvel porque h mais espao
nessa posio para o grupo sulfnio volumoso. Na posio alfa o grupo
sulfnio est muito prximo do tomo de hidrognio da posio alfa vizinha
levando a um estado de repulso.
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
33
No caso de SEAr em naftalenos substitudos, a natureza do
substituinte determinar em qual anel ir ocorrer a reao. Se o
substituinte for desativador, o eletrfilo se ligar
preferencialmente na posio alfa do outro anel, uma vez que o anel
com o substituinte menos reativo (desativado). Como exemplo, na
nitrao do 1-nitronaftaleno ocorre entrada de um segundo grupo nitro
na posio alfa do anel vizinho menos impedido. como pode ser visto
abaixo:
NO2 NO2
NO2
+ HNO3/H2SO4
Se o substituinte ativante, o eletrfilo vai atacar
preferencialmente o anel em que est ligado o substituinte uma vez
que o mesmo mais reativo. Nesse caso o eletrfilo ser dirigido posio
alfa, que seja orto ou para em relao ao substituinte, devido
possibilidade de maior estabilizao dessas posies pelo efeito
eltron-doador desses substituintes, como pode ser visto nos
exemplos abaixo.
OCH3 OCH3
O
O
Cl
1) AlCl3
2) H2O+ + HCl
CH3+ Br2 + HBr
CH3
Br
Exerccio: Escreva a estrutura do produto formado na clorao das
substncias apresentadas abaixo.
OCH3CH3
A) B)
NO2
BrC) D)
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
34
REAES DE SUBSTITUIO NUCLEOFLICA AROMTICA (SNAr) Devido ao
sistema de duplas conjugadas os compostos aromticos so bases de
Lewis. A troca de um substituinte por um reagente nucleoflico (por
exemplo: OH-, NH2-) , geralmente, bem mais difcil que a substituio
eletroflica. Abaixo representado um esquema geral de uma substituio
nucleoflica aromtica (SNAr).
X Y
+ Y + X
Nessa reao eliminado o substitunte X juntamente com o par de
eltrons da ligao com o anel aromtico. Por isso, fundamental que o
grupo deslocado seja um nion de baixa energia (mais estvel), ou uma
molcula neutra. Como exemplo, podemos citar: halogenetos, o grupo
sulfnio e o grupo diaznio. A substituio de um tomo de hidrognio ,
pelo contrrio, bastante difcil e s consegue quando for possvel
remover o nion hidreto altamente bsico e reativo, por exemplo, por
oxidao.
SUBSTITUIO NUCLEOFLICA EM COMPOSTOS AROMTICOS ATIVADOS Os
substituintes fortemente eltron-atratores (- I e R), fazem baixar a
densidade eletrnica dos compostos aromticos e por isso dificultam a
SEAr. Porm, favorecem extraordinariamente a substituio nucleoflica
aromtica, sendo classificados como ativadores desse tipo de reao. O
mecanismo das substituies nucleoflicas nos compostos aromticos
ativados, que corresponde a um mecanismo de adio-eliminao, pode ser
exemplificado pelo caso tecnicamente importante da hidrlise do
1-cloro-4-nitrobenzeno para formao do p-nitrofenol.
Cl
NOO
Cl
NOO
Cl
NOO
estruturas de ressonncia
estrutura que favoreceo ataque nucleoflico
Cl
NOO
Cl
NOO
Cl
NOO
OH
NOO
Cl OHCl
OH
NOO
Mecanismo proposto
adio eliminao
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
35
Esta reao tem certo parentesco com a substituio nucleoflica
bimolecular (SN2) nos compostos alifticos. De maneira geral tambm
um mecanismo bimolecular, sendo a formao do nion intermedirio
(mostrado no mecanismo acima), o passo mais lento. Contrariamente a
reao SN2 e em analogia ao complexo da substituio eletroflica
aromtica, no um estado de transio e sim um composto autntico. Para
que ocorra tal reao necessrio que o centro reacional esteja
positivado (como visto nas estruturas de ressonncia mostradas
acima) e que a carga negativa do nion formado no ataque nucleoflico
esteja muito deslocada por conjugao. Estas duas condies cumprem-se
sempre que os substituintes eltron-atratores estejam localizados
nas posies orto ou para em relao ao grupo que vai ser substitudo. A
ao ativadora desses substituintes depende do seu poder de atrair
eltrons, e diminui de acordo com a seguinte srie:
N N > NO2 CN COCH3CHO ClN N Ph> > > > > Pelos
motivos indicados acima, as substituies nucleoflicas aromticas
ocorrem com relativa facilidade em heterocclicos tais como a
piridina e a quinolina (em analogia ao nitrobenzeno). A reao tambm
facilitada quando o centro reacional fica positivado por ao do
grupo que vai ser substitudo, ou grupo abandonador (tal como o
cloro na hidrlise discutida acima). Assim os halognios podem em
geral permutar com maior facilidade, conforme a seguinte srie: iodo
< bromo < cloro bromo > cloro >> flor). Essa
diferena ocorre, pois na SN2 a liberao do halognio ocorre
simultaneamente com o ataque nucleoflico, enquanto que na SNAr esse
passo no simultneo. Dessa forma, a velocidade da reao de SNAr em
compostos ativados depender basicamente da nucleofilicidade da base
utilizada e da capacidade do composto aromtico para atrair eltrons
e positivar o centro reacional. A questo da reatividade de sistemas
aromticos nas SNAr pode ser evidenciada nos exemplos descritos
abaixo. A hidrlise do clorobenzeno a fenol s acontece em condies
muito extremas, enquanto a hidrlise nos derivados de
orto-cloronitrobenzeno e para-cloronitrobenzeno consegue-se em
soluo de carbonato de sdio a 130 oC. Enquanto o cloreto de picrila
(1-cloro-2,4,6-trinitrobenzeno) chega a ter reatividade comparvel a
um cloreto de acila.
Cl OH
+ ClNaOH 15%
350 oC
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
36
ClNaCO 3(aq)
130 oCo ou p-NO2
OH
o ou p-NO2
Cl
NO2
NO2
O2N+ Cl
H2O
50 oC
OH
NO2
NO2
O2N
As SNAr em aromticos ativados apresentam-se com um mtodo muito
interessante para reaes em escala de laboratrio, assim como em
escala industrial. Alguns exemplos so esquematizados abaixo
(procure escrever as equaes qumicas para cada um dos esquemas
apresentados). a) 1-cloro-2,4-dinitrobenzeno + NaOH
2,4-dinitrofenol + HNO3/H2SO4 c. pcrico b)
1-cloro-2,4-dinitrobenzeno + NH2NH2 2,4-dinitrofenilidrazina c)
N,N-dialquil-p-nitrosoanilina + NaOH dialquiamina + p-nitrosofenol
d) p-flornitrobenzeno + CH3O- p-nitroanisol e)
1-bromo-2,4-dinitrobenzeno + etilamina brometo de
N-etil-2,4-dinitroanilinium A SNAr utilizada na identificao de
aminocidos terminais em peptdeos. Onde se faz reagir o peptdeo com
1-Flor-2,4-dinitrobenzeno e, aps a hidrlise, identifica-se o
aminocido terminal na forma de derivado 2,4-difenlico, o qual pode
ser facilmente isolado dos outros aminocidos como mostrado a
seguir.
H2N CH CO
R
Peptdeo
O2N
NO2
F
+
NH CH CO2H
RNO2
O2N
aminocidos
hidrlise
O2N
NO2
HNCH
CO
R
Peptdeo
+
Entre as SNAr em compostos ativados em que se substitui um tomo
de hidrognio, sobretudo importante a sntese de CHICHIBABIN das 2-
ou 4-
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
37
aminopiridinas, ou quinolinas, por meio de amideto de sdio. O
hidreto de sdio que se forma, reage com o hidrognio ativo da
aminopiridina, como mostrado no esquema abaixo:
NNH2
NHNNH2N
H
NH2N
H H2 +
SUBSTITUIO NUCLEOFLICA EM COMPOSTOS AROMTICOS DESATIVADOS
Os tomos de halognio ligados a um anel aromtico que no sejam
ativados por grupos eltron-atratores (- I ou - R), no so
substitudos por nuclefilos, tais como hidroxila, amnia ou cianeto,
em condies brandas. Entretanto, o clorobenzeno pode sofrer
substituio nucleoflica na presena de uma base forte como o on
amideto (NH2-). Dois fatores chamam ateno nessa reao: o haleto de
arila no precisa possuir um grupo fortemente eltron-atrator ligado
posio orto ou para em relao ao grupo de sada, e o substituinte que
entra nem sempre se liga ao carbono que continha o grupo de sada.
Por exemplo, quando o clorobenzeno marcado isotopicamente com 14C
no qual o cloro est ligado, tratado com amida de sdio em amnia
lquida, a anilina gerada apresenta metade das molculas com o grupo
NH2 ligado ao carbono marcado e a outra metade ligada ao carbono
vizinho, como visto abaixo. Cabe destacar que esses so os nicos
produtos obtidos e, no so observados anilinas com o grupo amino
localizado a uma distncia de dois ou trs carbonos do tomo
marcado.
Cl NH2NH2NaNH2
NH3(liq)+
= 14C O fato dos dois produtos serem formados em quantidades
aproximadamente iguais indica que a reao ocorre por um mecanismo
que forma um intermedirio onde os dois carbonos, aos quais o grupo
amina ligado no produto, so equivalentes. O mecanismo que explica
essas observaes experimentais envolve a formao de um intermedirio
benzino. O benzino tem uma ligao tripla entre dois tomos de carbono
adjacentes do benzeno. Na primeira etapa do mecanismo, a base forte
(NH2-) retira um prton da posio orto em relao ao tomo de halognio.
O nion resultante expulsa o on haleto, formando um sistema benzino.
Nessa altura o on NH2-, pode atuar como um nuclefilo e atacar ambos
os tomos de carbono da tripla ligao do benzino. A protonao do nion
resultante leva ao produto de substituio. A reao global uma reao de
eliminao-adio: o benzino formado em uma reao de eliminao e
imediatamente sofre uma reao de adio (vide mecanismo proposto
abaixo).
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
38
Cl
H+ NH2 - NH3
= 14C BENZINO
Cl
- Cl
+ NH 2
- NH2
NH2
NH2
H NH2
H NH2- NH2 NH2
NH2
A reao de substituio no carbono onde o halognio estava
originalmente ligado denominada substituio direta. Enquanto a
substituio no carbono adjacente denominada substituio cine (cine
vem da palavra grega kinesis, que significa movimento). Este fato
pode ser ilustrado no exemplo abaixo.
CH3Br NaNH2
NH3(liq.)
CH3NH2
CH3
NH2
+
produto desubst. direta
produto desubst. cine
Exerccio: escreva a estrutura dos produtos formados nas reaes
abaixo (dica: escreva a estrutura dos benzinos intermedirios em
cada uma das reaes).
NaNH2
NH3(liq.)
CH3
Br
CH3
Br
NaNH2
NH3(liq.)
-
Universidade do Grande Rio Professor Jos de Souza Herdy
Instituto de Cincias Exatas e da Natureza Professor Joo Carlos
Martins Mafra
39
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
1) Bruice, Paula Yurkanis. Qumica orgnica, 4a edio, volumes 1 e
2. So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
2) Becker, Heinz G. O. Organikum: Qumica Orgnica Experimental.
2a edio.
Porto: Fundao Calouste Gulbenkian, 1997.
3) Solomons, T. W. Graham; Fryhle, Craig B. Qumica Orgnica. 7a
edio, volumes 1 e 2. Rio de Janeiro: LTC Livros Tcnicos e
Cientficos Editora S.A., 2002.
4) Norman, R. O. C.; Coxon, J. M. Priciples of Organic
Synthesis. 3rd edition.
Glasgow: Blackie Academic & Profissional, 1993.