Ano XIII | 234 | Dezembro 2014 ISSN 2178-5781 Feijão com gostinho do Nordeste Caupi é cultivado em Jataí e produtor comemora lucro A união que faz a força Cooperativas agropecuárias auxiliam os produtores em Goiás Peru goiano nos 12 meses Produção da ave no estado dura o ano todo e exportação perde apenas para Paraná
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Ano XIII | 234 | Dezembro 2014
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Feijão com gostinho do Nordeste Caupi é cultivado em Jataí e produtor comemora lucro
A união que faz a força
Cooperativas agropecuárias auxiliam os produtores em Goiás
Peru goiano nos 12 meses Produção da ave no estado dura o ano todo
e exportação perde apenas para Paraná
Soluções para um Mundo em Crescimento
Unir e beneciar agricultores, comunidadecientíca e a sociedade com informação,treinamento e capacitação.
Esta é a melhor maneira para juntospraticarmos uma agricultura responsável,produtiva e segura.
Este é o ciclo da agricultura para a vida!
® TM * Marca registrada da The Dow Chemical Company ("Dow") ou uma companhia afiliada da Dow.
eccomais.com
BOAS PRÁTICAS AGRÍCOLAS:O CICLO DA AGRICULTURA
PARA A VIDA
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Anúncio - Revista Campo - 21 X 29 - Final 001 - 31.10.14.ai 1 31/10/14 16:58
PALAVRA DO PRESIDENTE
A revista Campo é uma publicação da Federação da
Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional
de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela
Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG com
distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos assina-
Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o e-mail: [email protected].
Para falar com a redação ligue: (62) 3096-2114 – (62) 3096-2226.
José Mário SchreinerPresidente do Sistema Faeg
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Soluções para um Mundo em Crescimento
Unir e beneciar agricultores, comunidadecientíca e a sociedade com informação,treinamento e capacitação.
Esta é a melhor maneira para juntospraticarmos uma agricultura responsável,produtiva e segura.
Este é o ciclo da agricultura para a vida!
® TM * Marca registrada da The Dow Chemical Company ("Dow") ou uma companhia afiliada da Dow.
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BOAS PRÁTICAS AGRÍCOLAS:O CICLO DA AGRICULTURA
PARA A VIDA
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Anúncio - Revista Campo - 21 X 29 - Final 001 - 31.10.14.ai 1 31/10/14 16:58
Produtores que se organizam em cooperativas e associações estão entre os protagonistas das histórias de sucesso do setor agropecuário brasileiro. Com inteligência e capacidade de negociação, agropecuaristas organizados adquirem melhores condições de competitividade e produção. Essas são ações de auto-nomia e empreendedorismo que impactam diretamente nos resultados do setor agropecuário de Goiás e do Brasil.
As cooperativas agropecuárias lideram, em número, a quantidade de organi-zações registradas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) de Goiás e empregam cerca de 5 mil pessoas. São 82 entidades que oferecem aos cerca de 30 mil associados não apenas melhores condições de posicionamento no mercado. A organização se converte também em produtos agropecuários a preços acessíveis, assistência técnica especializada, capacitação de trabalhadores, condições facilitadas de compra e pagamento, armazéns para recolhimento da produção, entre outras facilidades.
São organizações como a Cooperativa de Agricultura Familiar de Itapuranga (Cooperafi) que iniciou as atividades em 1998, reunindo 22 produtores de leite e frutas e hoje já envolve mais de 120 famílias. Ou como a Cooperativa Mista dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo), que processa diariamente 5,5 mil toneladas de soja e leva o produto do nosso Estado para comerciali-zação no exterior e em estado como Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo.
Pequena, média ou grande, o papel de uma cooperativa é, antes de tudo, o de promover melhorias na qualidade de vida dos seus associados. O trabalho cooperativista sempre tem por base estratégias que buscam o desenvolvimento econômico sem perder de vista o bem estar social. Resultados como os verifi-cados em histórias como a dos produtores rurais Mozair, Zacarias, e Rozana, relatados nesta edição da Revista Campo.
Sabemos que em Goiás o setor cooperativista rural ainda tem muito que crescer. Principalmente se considerarmos o tamanho dos problemas que o setor agropecuário enfrenta. É preciso que produtores se unam para que possamos não só conseguir melhores condições de comercialização frente ao mercado, como principalmente exigir políticas públicas de atenção ao setor. O Brasil precisa do fortalecimento contínuo da atividade para que possamos nos posicionar definitivamente como o celeiro do mundo, responsável por atender a demanda mun-dial por alimentos.
Associar para fortalecer
Caso de Sucesso
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Avaliação dos trabalhos: o momento de maior riqueza do Agrinho
Radiografia mostra uma educação de qualidade
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Prosa Presidente da Sicoob Credi-Rural, Antônio Chavaglia, fala sobre a participação da cooperativa nos lucros do produtor
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34Goianápolis ficou pequena para a história do apicultor Juarez Conceição da Silva após treinamento de Apicultura Básica e Avançada do Senar Goiás
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Um feijão com gostinho do Nordeste Produção de feijão caupi, como opção de rotação de cultura, no município de Jataí se destaca pela rentabilidade
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Produção de peru em Goiás é realizada o ano todo e exportação alcança 43 toneladasFoto: Fredox Carvalho
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Feijão com gostinho do Nordeste Caupi é cultivado em Jataí e produtor comemora lucro
A união que faz a força
Cooperativas agropecuárias auxiliam os produtores em Goiás
Peru goiano nos 12 meses Produção da ave no estado dura o ano todo
e exportação perde apenas para Paraná
Agenda Rural 06
Fique Sabendo 07
Delícias do Campo 33
Campo Aberto 38
Treinamentos e cursos do Senar 36
Produção da ave em Goiás corresponde a 19,43% do total produzido no Brasil
Peru não só no Natal 22
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18Biocombustíveis em pauta Seminário Canal Sucroeste reúne especialistas para falar sobre lucratividade a biomassa da cana
14A união que faz a forçaConheça histórias de cooperativas agropecuárias que fazem a tarefa de casa e auxiliam os produtores rurais em Goiás
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Dezembro / 2014 CAMPO | 5www.senargo.org.br
AGENDA RURAL
04 a 05 de dezembro 02 a 04 de dezembro Simpósio de Tecnologia
e Gastronomia da Cachaça Local: Escola de Gastronomia e Hotelaria
do Senac - João Pessoa/PB Horário: 8h às 18 horas
Informações: (83) 3961-3699
Simpósio Internacional – X Eugen Warming Lectures in Evolutionary Ecology
Local: Centro de Atividades Didáticas da UFMG – Belo Horizonte/MG
Presidente da Faeg ministra palestra sobre demanda de alimentos
Para falar sobre o setor nacional de
alimentos, os mercados emergentes e
seus cenários atuais além dos impactos
das mudanças dos hábitos alimentares
no mercado oriental, o presidente da
Federação da Agricultura e Pecuária
de Goiás (Faeg), José Mário Schrei-
ner, ministrou palestra para alunos de
cursos técnicos do Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial (Senai).
O evento ocorreu dentro da progra-
mação da Feira de Fornecedores e
Atualização Tecnológica da Indústria
de Alimentação (Ffatia), realizada no
Centro de Convenções, em Goiânia.
Durante sua palestra, José Mário
falou sobre os desafios e as oportu-
nidades para Goiás dentro do setor
alimentício, da importância de uma
atuação institucional e da urgência de
profissionais que entendam o valor
de estratégias empreendedoras. Citou
também a mudança dos hábitos ali-
mentares que teve sua base substituí-
da e passou de cereais e vegetais para
proteína animal.
Quanto às oportunidades, ele ci-
tou a alteração do quadro econômico
mundial, que deve incluir o Brasil no
ranking dos maiores PIBs do mundo
– a expectativa é de que em 2050 o
país esteja em 5º lugar -, e a inclusão
de bilhões de consumidores que de-
vem surgir com o aumento na renda
da população. “Países desenvolvidos
ainda possuem alta renda per capita
direcionando os gastos em alimentos
mais processados”, completou.
Scot
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Pensando nas tremendas mo-
dificações pelas quais a pecuária
brasileira têm passado nos últimos
anos, a Scot Consultoria resolveu
reunir em um só evento, três gran-
des Encontros. O “Encontro de
Adubação de Pastagens”, o “En-
contro de Criadores” e o “Encontro
da Pecuária Leiteira”. Denominado
Encontros, o exemplar esta à venda.
A lista de autores inclui Moacyr
Corsi, da Esalq/USP, Arthur Chine-
lato, da Embrapa Sudeste e Adilson
Aguiar, da Faculdades Associadas de
Uberaba (Fazu) e Consultoria e Pla-
nejamento Pecuário (Consupec). Os
temas giram em torno de adubação
e manejo de pastagens, mercado do
boi gordo e reposição, índices zoo-
técnicos da cria, nutrição, gestão,
controle de custos, conjuntura polí-
tica e econômica da pecuária de cor-
te e de leite brasileira, entre outros.
Pecuária brasileira
PESQUISA
REGISTRO ARMAZÉM
Estudos visam impactos do cultivo de cana sobre recursos hídricosPesquisa liderada pela Empresa Brasileira de Pesqui-
sa Agropecuária busca quantif icar os volumes de água utilizados na produção de cana-de-açúcar, etanol e açúcar nos diferentes sistemas de cultivos irrigados no que se refere ao solo e clima caracter ísticos do Brasil. A pesquisa será feita em São Paulo, Pernambuco, Alago-as, Bahia, Sergipe, Piauí, Mato Grosso do Sul e Goiás, principais produtores do setor sucralcooleiro.
O objetivo da pesquisa é proporcionar melhorias de subsídios para as políticas ambientais e incentivar uma produção mais sustentável, tendo em vista os im-
pactos do cultivo da cana sobre bacias hidrográficas e recursos hídricos. Os resultados da pesquisa serão utilizados para a formação de bancos de dados e apli-cação de diferentes metodologias na quantif icação de água utilizada na produção de etanol. Outro ponto importante será o levantamento de dados específ icos para cada re-gião analisada, contribuindo para o aprofundamento de novos estudos sobre as di-ferentes áreas produtoras.
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Antônio Chavaglia é presidente da Comigo e do Sicoob Credi-Rural
PROSA RURALSa
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Cliente de banco, não. Sócio da instituição financeira
Acreditando no coopera-tivismo de crédito e na possibilidade de fazer
Em 29 de setembro, foi realizada em parceria entre o Sindicato Rural de Arenópolis e a Secretaria Municipal de Educação, o desenvolvimento do Programa Agrinho em Arenópolis. Estiveram presentes no evento o presidente do Sindicato Rural, Flávio Júnior Vilela e a secretária de Educação, Maria Aparecida, além de alunos e colaboradores da Escola Municipal Cirandinha. O objetivo das entidades foi promover, através do programa, a revitalização de uma região da cidade que era abandonada, destacando o plantio de plantas medicinais para as futuras gerações de Arenópolis.
Entre os dias 6 e 9 de outubro, foi realizado, na sede do Sindicato Rural de Indiara, o Treinamento de Bordados de Fitas, mobilizado por Thersy Oliveira e instruído por Marilene Chamon. Durante o treinamento, as participantes foram orientadas quanto ao corte do tecido, definição dos riscos, confecção e acabamento da amostra. Ao todo, 12 pessoas participaram do treinamento.
O Sindicato Rural de Santo Antônio do Descoberto realizou, entre os dias 10 e 11 de outubro, seu primeiro curso de Construção de Cerca Elétrica. Estiveram presente durante o encerramento o presidente do Sindicato Rural, Aleandro Olivio Caldato, o supervisor regional, Dirceu Borges, e o instrutor do curso, Luis Ernesto. Ao todo, seis participantes saíram capacitados.
Agrinho
Bordado
Cerca Elétrica
PIRANHAS
Entre os dias 5 e 7 de junho, o Sindicato Rural de Piranhas promoveu o curso de Derivados do Leite. O curso foi realizado no Centro Educacional Profissional (CEP) de Piranhas e foi instruído por Antônio de Pádua Freire. Ao todo, 14 participantes aprenderam noções sobre produção, acondicionamento e preservação de produtos a partir do leite.
Derivados do Leite
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PIRANHAS
Entre os dias 18 e 20 de agosto, o Sindicato Rural de Piranhas promoveu o curso de Construção de Pomar, realizado no Sítio São João Batista, propriedade de Ana Rosa. O evento foi instruído por Fernando Domingos do Carmo e qualificou 13 participantes. Os interessados tiveram a oportunidade de aprender sobre adubação em cobertura e irrigação, plantio de mudas, controle de pragas e colheita, conservação e aproveitamento das frutas.
Construção de Pomar
Sind
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PIRANHAS
O Sindicato Rural de Piranhas promoveu entre os dias
10 a 12 de julho o curso de Processamento de Peixes. O
evento foi realizado na Fazenda Bananal, propriedade de
Umbilino Vilela (mais conhecido por Tuca), e qualificou
13 participantes. Na ocasião, o curso foi ministrado
pela instrutora Sílvia Vieira da Silva que transmitiu aos
interessados noções sobre conservação e qualidade da
carne, modo de preparo e métodos de embalagem e
conservação de peixes.
Sind
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RIO VERDE
Um dia para ninguém colocar defeito, assim foi marcada a nona festa em homenagem ao dia das crianças do Centro de Equoterapia Primeiro Sorriso do Sindicato Rural de Rio Verde, que aconteceu no dia 9 de outubro, na Fazenda Talhado Rio Doce. O evento reuniu mais de 500 pessoas, entre professores, voluntários, praticantes do Centro de Equoterapia e estudantes do Centro Especial Dunga e Bom Pastor.
Neste ano, a festa contou com atividades físicas, brincadeiras recreativas e músicas, além da colaboração de dois educadores físicos que programaram diferentes atrações. O professor Roberto Cabral, que já havia trabalhado com portadores de necessidades especiais, se sentiu lisonjeado em ter sido convidado para colaborar com o festejo. “Para mim não tem nada que pague isso, pois essas crianças são sinceras, alegres e o retorno que eu encontro aqui é muito grande”, contou Cabral.
O coordenador do Centro de Equoterapia Primeiro Sorriso, Alvanir Vilela Rezende Júnior, se sente afortunado em realizar festas que levam alegria às crianças especiais. Para o presidente do Sindicato Rural, Walter Baylão Júnior, são os pequenos gestos que tornam as coisas belas. “Nós, que estamos sempre na fazenda, muitas vezes não enxergamos o que ela tem para nos oferecer e essas crianças acabam abrindo nossos olhos. Sinto feliz em mais um ano poder participar”, conclui Baylão.
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rdeProcessamento de Peixes
Dia das Crianças
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Com forte papel socioeco-
nômico, as cooperativas
agropecuárias auxiliam
produtores rurais goianos em ati-
vidades que vão desde escoamen-
to e comercialização da produção
até a inserção de novas tecnologias
nas propriedades. Em Goiás, exis-
tem 82 cooperativas agropecuárias,
um número considerado tímido.
Para representantes, os maiores
desafios são mudar o espírito
de união nos cooperados e man-
ter-se competitivo no segmento.
“Cooperativismo em si é a união
de pessoas naquilo que não con-
seguem desempenhar sozinhas,
realizando projetos comuns para
contribuir para a melhoria da renda
do produtor”, resume o presiden-
te da Cooperativa Agroindustrial
dos Produtores Rurais do Sudoes-
te Goiano (Comigo), Antônio Cha-
vaglia. Na prática, as cooperativas
contribuem em vários processos que
garantam o objetivo final do pro-
dutor rural: lucro com a produção.
Uma das principais funções das
cooperativas é abraçar a responsa-
bilidade de escoar e comercializar
a produção de seus associados.
Ao se cooperar a uma entidade,
os produtores tiram de suas cos-
tas a necessidade de correr atrás
de compradores e bons preços,
já que na prática as cooperativas
tendem a praticar preços justos.
Com a força da produção de 6,3
mil cooperados, a Comigo esma-
ga diariamente 5,5 mil toneladas
de soja. As matérias-primas têm
valor agregado na fabricação de
EM BUSCA DE COMPETITIVIDADE
Entidades auxiliam desde o escoamento até comercialização
Feijão caupi, feijão-de-corda ou feijão macassar. O nome não importa e o que vale
mesmo é o sucesso que ele faz no prato de quem experimenta esse grão mais clarinho e com formato arredondado e que t raz o gostinho do nordeste. No interior do estado, Joel Ragagnin prova que o sucesso saiu do prato e chegou às cifras que representam os lucros. Ele produz
feijão caupi, como opção de rota-ção de cultura, no município de Jataí, vende o produto para outros estados e garante que a rentabi-lidade faz o cult ivo valer à pena.
O nordeste lidera a lista de com-pradores do feijão de Ragagnin, que também vende os cerealistas de São Paulo – por causa da co-munidade nordestina que vive na capital. Ele explica que não f ica
responsável pela parte do escoa-mento da produção. “Eu só pro-duzo. Este ano vendi a saca de 60 quilos por R$ 50,00. Em 2013 consegui R$ 40,00 por unidade. Tudo depende da oferta. É ela quem regula o mercado e no ano passado a região Nordeste pro-duziu mais do que o esperado”. Ao todo, no ano passado foram comercializadas aproximada-
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mente 18 mil sacas do grão. Em 2014 o número subiu para 22 mil.
Joel, que também feijão plan-ta carioca, explica que a escolha pelo caupi veio por causa da falta de opção de culturas de rotação na agricultura. “Já tenho uma es-t rutura agr ícola montada e expe-riência no cult ivo de feijão. Além disso, já f iz meus contatos com compradores”. O produtor planta
milho, milheto, soja e possui uma área de integração lavoura pecuá-ria. Ao todo, são 2.700 hectares, dos quais 1.100 são destinados para o cult ivo do caupi, cuja safra inicia-se na segunda quinzena de fevereiro e vai até o f inal de março.
DesafiosPara Joel um dos maiores desafios
de se produzir este tipo de feijão é
encontrar mercado consumidor já que o grão é basicamente consumi-do no nordeste. Além disso, como o clico do cultivo é curto, é preciso contar com o clima e fazer uma figa para que São Pedro mande as chu-vas no período de enchimento dos grãos. Para finalizar a lista de entra-ves, Ragagnin é a busca incansável pela qualidade do feijão, que “tem que estar sempre branquinho”.
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Mesmo com baixo consumo, feijão caupi é comercializado nas feiras de Goiânia
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Caracterizam o feijão caupi a
alta produtividade, riqueza em
proteínas, ferro e zinco, ciclo cur-
to e baixa exigência hídrica e rus-
t icidade para se desenvolver em
solos de baixa fert ilidade. Além
disso, o feijão também é utiliza-
do como forragem verde, feno,
ensilagem, farinha para alimenta-
ção animal e, ainda, como adu-
bação verde e proteção do solo.
Para dentro e fora do BrasilO caupi é cult ivado com destaque
nos estados do Ceará, Bahia, Piauí e
Pará. Nas duas regiões, a produção
é consumida internamente, sendo
base da alimentação das famílias.
Em 2013, o Brasil exportou 24 mil
toneladas de feijão caupi, num to-
tal de US$ 16,5 milhões, segundo
o Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior. Os
maiores compradores foram Índia
e o Egito. Mas o braço exporta-
dor brasileiro alcançou também os
Emirados Árabes, Arábia Saudita,
Irã e Indonésia. Na Europa, Por-
tugal concentra as importações.
Ragagnin produz feijão caupi, como opção de rotação de cultura
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DELÍCIAS DO CAMPO
Rosa de Calabresa
* Enviada pelo instrutor do Sistema Faeg/Senar e tecnólogo em Gastronomia, Cristiano Ferreira da Silveira.
Envie sua sugestão de receita para [email protected] ou ligue (62) 3096-2200
INGREDIENTES:
2 copos de leite (temperatura ambiente)1 copo de água (temperatura ambiente)2 envelopes de fermento seco para pão½ copo de açúcar2 colheres de sopa cheia de margarina2 ovos½ copo de óleo1 colher de sopa de sal1 kg de farinha de trigo ou até dar o ponto
RECHEIO: Linguiça calabresa, sem a película, fatiada bem fina.
PREPARO:
1º passo Em uma bacia, coloque o leite com água, fermento, açúcar, margarina, ovos, óleo, mexa e coloque a farinha de trigo e o sal até o ponto de enrolar.
2º passoDeixe a massa crescer 40 minutos (no mínimo).
3º passoModele a rosa, inserindo a calabresa e fazendo círculo com a massa. Espere dobrar de volume.
4º passoLeve para assar em forno médio pré-aquecido (150ºC a 180ºC), por 40 minutos ou até dourar.
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CASO DE SUCESSO Fr
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O desejo de Juarez em produzir e comercializar mel se consolidou após treinamentos no setor apícola Luiz Fernando Lemes | [email protected]
Sonho cada vez mais próximo de se tornar realidade
Juarez encontrou meios para aperfeiçoar a produção de mel em sua propriedade
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O que era apenas um sonho dis-tante, está se tornando realida-de. Após fazer o treinamento de
Apicultura Básica e Avançada em 2013 através do Serviço Nacional de Aprendi-zagem Rural (Senar) Goiás, Juarez Con-ceição da Silva, 39, conseguiu aperfeiçoar ainda mais a sua produção de mel na cida-de de Goianápolis. Agora, o que era ape-nas uma atividade complementar, começa a ser vista como uma opção prioritária.
Juarez sempre teve vontade e interes-se em produzir mel, mas o rendimento no início da produção era insatisfatório, como classifica o próprio produtor. “Eu coletava as abelhas nas matas e as co-locava nas caixas, mas não rendia mui-ta coisa”, afirma. Após fazer o curso, ministrado pelo instrutor Júlio Elvio, o produtor passou a aproveitar melhor a cera e aumentou a produção. “Só neste ano consegui coletar 350 litros de mel e boa parte disso se deve ao melhor apro-veitamento que estou fazendo dos ele-mentos da produção”, comenta Juarez.
Atualmente, o produtor possui entre 50 e 80 colmeias divididas em três pro-priedades. Para cuidar de todas, Juarez conta com a ajuda de mais três pesso-as na produção: a esposa e as duas fi-lhas. Já pensando no futuro, o apicultor afirma que comprou as colmeias para manter a produção, mas analisa a pos-sibilidade de fabricar as próprias caixas. “Já comecei a fazer as colmeias aqui em casa mesmo. No futuro, penso em fazer todas e deixar de comprar”, diz.
ProfissionalizaçãoDurante o treinamento de Apicul-
tura Básica, Juarez aprendeu sobre a confecção de estrutura de apiário para manejo do sistema apícola. Além dis-so, conheceu métodos de preparo e de colocação de arame e cera, compreen-deu algumas técnicas de manejo de fu-maça, captura e extração de cera. Foi através deste último método que o api-cultor conseguiu aproveitar ainda mais a produção. “Antes eu jogava toda a cera fora, mas aprendi que é possível reaproveitar através dos cursos que fiz”, afirma o produtor.
Já no treinamento de Apicultu-ra Avançada, o apicultor aprendeu questões referentes à extração do mel e a produzir produtos apícolas. Entre os objetivos do curso destacam-se o fornecimento de conhecimento para manejo do apiário e na confecção de produtos provenientes do sistema de apicultura. Atualmente, ele trabalha com mel in natura e afirma que a procura entre os amigos e a comuni-dade é grande.
Em sua chácara, o produtor tra-balha com produção leiteira, mas, já com vistas no futuro, pretende li-dar apenas com mel. “Sempre tive vontade de mexer com isso. Antes já tentava, mas sem nenhum tipo de co-nhecimento. Agora, pretendo explo-rar ainda mais este meio através dos estudos para, daqui em diante, mexer apenas com o mel”, projeta Juarez.
Os interessados em cursos e treinamentos do Senar, em Goiás, no município de Goianápolis devem entrar em contato com o Sindicato Rural de Anápolis pelo telefone (62) 3311-5055.
Dezembro / 2014 CAMPO | 35www.senargo.org.br
EM DEZEMBRO, O SENAR GOIÁS PROMOVEU
337 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* 92 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*
Qualificação de profissionais fomenta indústrias de perus
EM DEZEMBRO, O SENAR GOIÁS PROMOVEU
337 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* 92 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*
4.230 PRODUTORES E
TRABALHADORES
RURAIS
CAPACITADOS
36 125 08 01 08 10 121 28 28 08 04 10 42 0
Na área de
agricultura
Em atividade
de apoio
agrossilvipastoril
Na área de
silvicultura
Na área de
extrativismo
Em
agroindústria
na área de
aquicultura
na área de
pecuária
Em
atividades
relativas à
prestação
de serviços
Alimentação
e nutrição
Organização
comunitária
Saúde e
alimentação
Prevenção de
acidentes
Artesanato Educação para
consumo
Para outras informações sobre treinamentos e cursos oferecidos pelo
Senar Goiás entre em contato pelo telefone (62) 3412-2700 ou pelo
site www.senargo.org.br
Seja no Natal ou em Ação de Gra-ças, um dos principais pratos esco-lhidos pelas famílias é o tradicional peru, justamente por ser mais encor-pado e por alimentar mais gente que uma galinha. Além disso, o Brasil é um dos maiores produtores e expor-tadores da ave, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da União Euro-peia. Entretanto, a produção de pe-rus exige dedicação e manejos indis-pensáveis para garantir a qualidade do animal. Visando essa demanda, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás oferece aos pro-dutores rurais e demais interessados o curso de Sistema Terminador de Pe-rus, com carga horária de 32 horas.
Assim como na produção de fran-gos, os perus necessitam de mais cuidados durante os três primeiros meses. Para isso, o curso oferece conhecimentos aprofundados sobre biossegurança, controle de roedo-res, alojamento de perus e manejo de água, ração e ambiente para que as aves cresçam até se tornarem mais resistentes.
O curso é destinado a produtores, trabalhadores rurais e pessoas que
tenham interesse de atuar na área, desde que tenham condições físicas e mentais para o exercício da ocupação, seja alfabetizado, tenha 18 anos e que não seja claustrofóbico e nem tenha problemas cardíacos. Além da capaci-tação citada acima, os alunos apren-dem durante o curso alguns métodos de regulagem de equipamentos, lim-peza dos silos, lavagem e desinfecção das instalações e equipamentos.
O curso foi criado em 2009 e, des-de então, capacitou 46 participantes. Destes, alguns conseguiram empre-gos em indústrias do ramo alimentí-cio e outros passaram a desenvolver atividades de maneira autônoma. A coordenadora do curso, Samantha Andrade, ressalta que algumas em-presas solicitam os certificados do Senar como prova de capacitação do profissional. “Isso possibilita a inser-ção de quem necessita no mercado de trabalho. É uma capacitação para as pessoas conseguirem um emprego e esse é um dos nossos objetivos”, explica. Para conseguir o certificado de conclusão do curso, o aluno deve obter, no mínimo, 80% de frequência e apresentar uma média satisfatória.
* Cursos promovidos entre os dias 26 de outubro a 25 de novembro
Tecnologia: forte aliada no campo
CAMPO ABERTO
Criar, plantar e produzir. Esse era o dia-a-
-dia do produtor rural. Mas agora, com o
avanço da tecnologia e um acesso mais
fácil à internet, os pecuaristas têm a tecnologia
como forte aliada no campo. O Serviço Nacio-
nal de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás saiu
na frente e inovou ofertando por meio da meto-
dologia de Educação à Distância (EaD) quatro
macro programas gratuitos virtuais com temas
relacionados ao meio rural: Minha Empresa Rural
- compreende 12 cursos; Jovem Empresário Rural
- compreende dois cursos; Agricultura de Preci-
são - compreende sete cursos; Gestão de Riscos
em Saúde e Segurança do Trabalho Rural - com-
preende quatro cursos.
A entidade aceitou o desafio e, de modo a alcan-
çar o ensino e formação profissional para o maior
número de alunos dispersos geograficamente no
Estado de Goiás, vem cumprindo sua missão, que
é realizar a Formação Profissional Rural e Promo-
ção Social de quem vive no meio rural, resultando
em profissionalização, qualidade de vida, exercício
de cidadania e desenvolvimento sustentável.
Além de auxiliar em uma questão relevante,
que é a sucessão familiar, a EaD ajudará o jovem
a ser um empreendedor rural e a se fixar no cam-
po. Isso porque com o deslocamento dos alunos
para estudar na capital, muitos não voltavam para
seus locais de origem, impossibilitando o desen-
volvimento regional.
Antes existia uma grande dificuldade com as
distâncias, isso dificultava para o produtor, tra-