Capa ZH Menu Por: 20/07/2013 - 16h11min Compartilhar O cadeirante Jeferson Oliveira dos Santos conta com a ajuda de companheiros para se deslocar Foto: Tadeu Vilani / Agencia RBS Luz no cárcere Projeto em galeria do Presídio Central integra presos em tratamento de drogas A advogada Carmela Grüne, 30 anos, desenvolve trabalho voluntário na prisão de Porto Alegre O que está preso é o corpo, não a mente. As palavras que abrem este texto formariam nada mais do que uma frase de efeito, não fosse a dedicação de uma jovem de 30 anos, advogada, jornalista, mestre em Direito e voluntária no Presídio Central de Porto Alegre. Movida pela convicção de que não existe direito se não houver prática, há dois anos Carmela Grüne visita semanalmente o presídio considerado o pior da América Latina para desenvolver um projeto que garanta aos detentos liberdade, pelo menos, para se expressar. — Por que as pessoas que estão presas precisam ser infelizes? Por que as memórias desse tempo no cárcere precisam ser apagadas? — questiona. Leia mais: > "Eles são frutos da sociedade", diz diretor do Presídio Central Criada em 2011, com apoio do Ministério Público do Estado (MP) e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), para atender presidiários em tratamento de dependência química, a galeria batizada com o sugestivo nome de "Luz no cárcere" era o espaço que Carmela buscava desde 2010 para poder agir no Presídio Central. Como era preciso reorganizar a forma como os presos usavam o tempo, Carmela, que já visitava semanalmente a área administrativa do Central, achou uma brecha para colocar cultura e cidadania na agenda dos detentos. Os encontros são sempre registrados em fotos e vídeos, captados e editados por Carmela, com ajuda do realizador audiovisual João Antônio Teixeira Junior, 24 anos, também voluntário. O material é postado em uma página no Facebook que leva o nome do projeto: Direito no Cárcere. Tudo o que é produzido para ser publicado na rede é discutido, pensado e até ensaiado. — Uma coisa é dar a máquina, outra coisa é trabalhar o interior deles e saber o que eles vão transmitir com aquela máquina. Aí eles começam a ver como eles são capazes de dizer o que pensam com legitimidade — frisa Carmela. Taís Seibt
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2013.07.20- ZERO HORA - projeto em galeria do presídio central integra presos em tratamento de drogas
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01/07/2015 Projeto em galeria do Presídio Central integra presos em tratamento de drogas ZH
O cadeirante Jeferson Oliveira dos Santos conta com a ajuda de companheiros para se deslocarFoto: Tadeu Vilani / Agencia RBS
Luz no cárcere
Projeto em galeria do Presídio Central integrapresos em tratamento de drogasA advogada Carmela Grüne, 30 anos, desenvolve trabalho voluntário na prisão de Porto Alegre
O que está preso é o corpo, não a mente. As
palavras que abrem este texto formariam
nada mais do que uma frase de efeito, não
fosse a dedicação de uma jovem de 30 anos,
advogada, jornalista, mestre em Direito e
voluntária no Presídio Central de Porto
Alegre.
Movida pela convicção de que não existe
direito se não houver prática, há dois anos
Carmela Grüne visita semanalmente o
presídio considerado o pior da América
Latina para desenvolver um projeto que
garanta aos detentos liberdade, pelo menos,
para se expressar.
— Por que as pessoas que estão presas
precisam ser infelizes? Por que as memórias desse tempo no cárcere precisam ser apagadas? — questiona.
Leia mais:
> "Eles são frutos da sociedade", diz diretor do Presídio Central
Criada em 2011, com apoio do Ministério Público do Estado (MP) e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), para
atender presidiários em tratamento de dependência química, a galeria batizada com o sugestivo nome de "Luz no cárcere" era o espaço que
Carmela buscava desde 2010 para poder agir no Presídio Central. Como era preciso reorganizar a forma como os presos usavam o tempo,
Carmela, que já visitava semanalmente a área administrativa do Central, achou uma brecha para colocar cultura e cidadania na agenda dos
detentos.
Os encontros são sempre registrados em fotos e vídeos, captados e editados por Carmela, com ajuda do realizador audiovisual João
Antônio Teixeira Junior, 24 anos, também voluntário. O material é postado em uma página no Facebook que leva o nome do projeto:
Direito no Cárcere. Tudo o que é produzido para ser publicado na rede é discutido, pensado e até ensaiado.
— Uma coisa é dar a máquina, outra coisa é trabalhar o interior deles e saber o que eles vão transmitir com aquela máquina. Aí eles
começam a ver como eles são capazes de dizer o que pensam com legitimidade — frisa Carmela.