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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA DEPARTAMENTO DE MECÂNICA COMPUTACIONAL TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO Daniel Scalioni Carvalho Estudo da simulação de fluidos com o método DPD Campinas / SP 2013
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2012_Estudo da simulação de fluidos com o método DPD%0A_TG2_Daniel_ScacalionI(2)

Nov 25, 2015

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mazzarolo2992
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  • UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

    FACULDADE DE ENGENHARIA MECNICA

    DEPARTAMENTO DE MECNICA COMPUTACIONAL

    TRABALHO DE GRADUAO EM ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAO

    Daniel Scalioni Carvalho

    Estudo da simulao de fluidos com o mtodo DPD

    Campinas / SP 2013

  • Daniel Scalioni Carvalho

    Estudo da simulao de fluidos com o mtodo DPD

    Trabalho de Graduao apresentado como exigncia parcial para obteno do Diploma de Graduao em Engenharia de Controle e Automao da Universidade Estadual de Campinas.

    Orientador: Prof. Dr. Luiz Otvio Saraiva Ferreira

    Campinas / SP 2013

  • 3

    Agradecimentos

    Primeiramente agradeo a Deus por ter me dado sade, inteligncia, pacincia e

    perseverana no s para finalizar este trabalho de graduao, mas tambm, por todo o

    percurso acadmico que realizei nesta to almejada Universidade.

    Minha me, Natalia Scalioni, e, meu pai, Jos C. Carvalho, que sempre me instigaram a

    ter fome de conhecimento e a no me contentar com pouco, a no ser uma das melhores

    universidades do pas.

    Agradeo minha noiva Dbora C. Cantador que sempre esteve ao meu lado, me

    apoiando em qualquer que seja a ocasio, tanto na vida da faculdade quanto fora dela. Sem

    mencionar sua famlia que me apoiavam a cada passo mais duro que eu queria dar.

    Os amigos da faculdade tambm foram essenciais, em especial minha cavalaria de

    estudos, integrada por Leonardo Reis e Leonardo Junqueira, com algumas ajudas essenciais

    de Conrado Miranda.

    Sem se esquecer do grupo de pesquisas, liderados pelo professor Luiz Otvio Saraiva

    Ferreira, que a qualquer dvida ou problemas de software estavam ali prontos para

    compartilhar suas experincias para que todos sassem ganhando.

    Mas ai vai um agradecimento especial ao professor, orientador e amigo que me

    acompanhou por 3 anos, desde o dia em que bati porta dele, como um novato, querendo

    participar de uma iniciao cientfica.

    E finalmente, agradeo a universidade que sempre me forneceu todos os recursos

    necessrios para a melhor formao que eu poderia ter.

  • 4

    Sumrio

    AGRADECIMENTOS ......................................................................................................... 3

    RESUMO ..................................................................................................................... 4

    1. INTRODUO ....................................................................................................... 5

    2. FUNDAMENTAO TERICA ..................................................................................... 7

    3. MTODOS ......................................................................................................... 27

    4. RESULTADOS E DISCUSSES ................................................................................... 32

    5. TRABALHOS FUTUROS .......................................................................................... 41

    6. CONCLUSO ....................................................................................................... 41

    7. BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 43

    ANEXO A ARQUIVO DE CONFIGURAO DO HOOMD-BLUE ................................................... 48

    ANEXO B PROGRAMA EM MATLAB ............................................................................... 50

    Resumo

    Este trabalho trata da validao do simulador Hoomd-blue na simulao de fluidos em

    microcanais usando o mtodo DPD (Dissipative Particle Dynamics). A diferena do Hoomd-

    blue a utilizao intensiva de GPGPUs (General-Purpose Graphics Processing Units) na

    acelerao do processamento dos clculos massivos necessrios em dinmica de partculas.

    O trabalho consiste em gerar um script de simulao que reproduz o deslocamento de um

    fluido num tubo de seo quadrada, e assim, evidenciar, inicialmente, qualitativamente o

    perfil parablico de velocidades. Com isso, ser possvel obter o perfil de velocidades das

    partculas ao longo de uma seo do tubo e compar-lo com resultados analticos e da

    prpria literatura.

    Palavras-chave: SIMULAO, DPD, DINMICA MOLECULAR, GPGPU, SISTEMAS DE

    PARTCULAS.

  • 5

    1. Introduo

    1.1. Apresentao

    A miniaturizao de dispositivos um processo extremamente comum no mbito da

    eletrnica. Visa minimizar perdas em espao fsico, potncia utilizada e principalmente de

    recursos de manufatura, deixando-os mais atrativos para sua comercializao. Com esse

    mesmo intuito, outros tipos de dispositivos esto sendo miniaturizados, e so

    genericamente chamados de MEMS (Micro-Eletro-Mechanical Systems) [1].

    O universo dos dispositivos MEMS extremamente vasto, com aplicaes nas reas de

    telecomunicaes, automobilstica, medicina, farmacutica, qumica, etc. Nas reas de

    qumica e bioqumica, o interesse maior em dispositivos microfluidicos tais como reatores

    [2] [3] ou controladores de formao de gota [4], dentre outras aplicaes [5].

    Estes dispositivos so um subconjunto do MEMS chamados Lab-on-a-chip [6]. Esta

    nova tecnologia representa uma revoluo nos experimentos laboratoriais. Atualmente,

    estas aplicaes so as que mais usufruem das descobertas em microfluidica. O

    desenvolvimento e aperfeioamento destes microlaboratrios se baseiam em simulaes de

    microfluidos. Existem vrios mtodos de simulao fluidica [7] [8], no entanto, foi nesta

    dcada que os mtodos de partculas [9] se tornaram mais acessveis apresentando

    importantes vantagens para microdispositivos.

    A utilizao de mtodos de partculas era restrita devido ao longo tempo de

    processamento requerido em computadores convencionais. No entanto, hoje uma das

    reas que mais h pesquisas em mtodos numricos, pois, com o advento de processadores

    massivamente paralelos, o tempo de execuo reduziu-se a patamares competitivos com os

    mtodos convencionais. Estes processadores so as chamadas GPGPU [10] que, utilizando-se

    do paradigma de processamento e programao paralelos, conseguem ter desempenhos

    muito superiores que das CPUs a custos e consumo de energia muito menores.

    Um dos problemas da comunidade cientfica na utilizao de todo esse potencial a

    migrao para este novo paradigma. Para resolver isso que o Hoomd-blue est sendo

    desenvolvido. No seu estado de desenvolvimento atual o Hoomd-blue roda em uma nica

    GPU NVIDIA, e programado na linguagem CUDA C. Seu desempenho superior a um

  • 6

    simulador semelhante rodando em um cluster de CPUs com qualquer nmero de ncleos

    maior que 32, quantidade, a partir da qual, os custos de comunicao pioram o

    desempenho. Est tambm em desenvolvimento uma verso multi-GPU.

    1.2. Motivao

    O Hoomd-blue utilizado no Laboratrio de Simulaes Multifsicas, dirigido pelo meu

    orientador, Prof. Dr. Luiz Otvio Ferreira, para a simulao de flidos em microcanais, com

    potencial de aplicao em problemas das reas mdica [11], farmacutica [5], qumica [12],

    dentre outras.

    Esse software est sendo utilizado para que o grupo ganhe experincia na modelagem

    de problemas de microfluidica com o mtodo DPD, enquanto um simulador dedicado est

    sendo desenvolvido para execuo em cluster de GPUs. Portanto importante que os

    resultados obtidos com o Hoomd-blue sejam validados, pois sero utilizados posteriormente

    para validao do novo simulador.

    1.3. Objetivos

    1.3.1. Objetivo Geral

    Validar o resultado gerado pelo software Hoomd-blue, utilizando o mtodo DPD, na

    simulao de um sistema fluidico no interior de um tubo retangular com base em literaturas

    e resultados analticos.

    1.3.2. Objetivos Especficos

    1. Configurar um ambiente para a utilizao do software Hoomd-blue.

    2. Programar o software para realizar a simulao proposta.

    3. Avaliar a resposta gerada pelo software do perfil de velocidades do fluido

    tomando-se como base solues analticas consagradas da literatura bem como

    resultados oriundos de outros simuladores padres na comunidade.

  • 7

    2. Fundamentao Terica

    2.1. Microfluidica

    Fluido uma substncia que se deforma continuamente sob a aplicao de uma

    tenso de cisalhamento (tangencial), no importa quo pequena ela seja [13]. No entanto,

    esta definio muito abrangente para os fluidos tratados neste trabalho. Microfluidica

    envolve no s o fluido, mas tambm o trabalho de lidar com pequenos volumes, pequenos

    tamanhos, baixo consumo de energia ou propriedades do fluido distintas das que,

    normalmente, vemos nos fluidos macroscpicos.

    A miniaturizao leva a vrios benefcios. Alm dos benefcios encontrados quando se

    miniaturiza componentes eletrnicos, como reduo da perda de produtos, do custo e de

    energia consumida, existem tambm: facilidade do controle de temperatura, uma vez que

    pequenos volumes facilitam a difuso de calor; rapidez e preciso em reaes qumicas

    devido grande superfcie de contato se comparado ao pequeno volume; e a utilizao do

    fluxo laminar contnuo em microcanais viabilizando novos mtodos para realizao de

    procedimentos qumicos [14].

    Estes novos comportamentos em micro escala se devem ao baixo nmero de Reynolds

    (Equao 1) que tende ao predomnio dos efeitos viscosos na dinmica do fluido. Esta

    propriedade a mais importante para a determinao do regime de escoamento do fluido.

    Nos casos em que o nmero de Reynolds grande, a camada limite se desprende mais

    facilmente fazendo com que o fluxo turbulento predomine, gerando flutuaes caticas nas

    velocidades das partculas e aumentando a queda de presso se comparado ao fluxo

    laminar.

    Equao 1 - Equao do nmero de Reynolds leva em considerao a densidade , a velocidade V, o comprimento caracterstico do canal L e da viscosidade do fluido .

    A seguir, exemplos de fluxos predominantemente laminares em comparao a um

    fluxo turbulento.

  • 8

    Figura 1 - Numero de Raynolds variando de 1 a 100 gerando fluxos laminares.

    Figura 2 - Numero de Re = 104.

    Para um fluxo em um tubo de seo circular o nmero de Reynolds crtico, limiar ao

    regime laminar para o turbulento, de aproximadamente 2.300 [15].

    Figura 3 Simulao de escoamento laminar.

    Figura 4 Simulao de escoamento turbulento.

    Fonte: NVIDIA. [7]

    Considerando estas propriedades, a previso do comportamento de fluidos em regime

    laminar muito mais segura do que em regime turbulento. Logo, simulaes de dispositivos

  • 9

    microfluidicos so ferramentas confiveis para desenvolvimentos e otimizaes de novos

    instrumentos tecnolgicos.

    No entanto, o trabalho com pequenas dimenses no tem somente vantagens. Esse

    comportamento bem determinado pode ser considerado somente para sistemas

    monofsicos, e suas simulaes perdem confiabilidade medida que o sistema passa a ser

    mais complexo. A unio de diferentes fases leva a dinmicas ainda mais complexas como os

    vrtices oriundos de foras centrfugas, chamados vrtices de Dean. Estes vrtices so muito

    comuns em canais complexos, como microreatores qumicos (Figura 5), mas tambm

    aparecem em sistemas simples, como escoamentos de gotas por dentro de microcanais

    (Figura 6).

    Figura 5 Exemplo de um microreator.

    Fonte: Chemical Engeneering Science. [16]

    Figura 6 Uma gota de gua passando por dentro de um

    tubo

    Fonte: Dynamics of microfluidic droplets. [17]

    Portanto, a pesar de sistemas microfluidicos serem bem mais comportados que

    sistemas turbulentos, os simuladores de microdispositivos tm um longo trabalho para

    abranger todas essas dinmicas. Um dos mtodos de simulao que vem sendo muito

    estudado e aperfeioado o mtodo DPD [18].

    2.2. Mtodo de Partculas Fluidicas (MPF)

    H diversos tipos de mtodos de microsimulao [9], sejam eles baseados em malhas

    computacionais, como o mtodo CFD (Computational Fluid Dynamics) [19] [20], mtodos

    baseados em superfcies, como o mtodo meshless Volume of Fluid [21], mtodos hbridos,

    como o SPH (Smoothed Particle Hydrodynamics) [22], ou mesmo mtodos baseados em

    partculas, como SDPD (Smoothed Dissipative Particle Dynamics) [23] e MD (Molecular

    Dynamics) [24].

  • 10

    Figura 7 - Simulao de recirculao

    em CFD.

    Fonte: Biomech Model Mechanobiol [20]

    Figura 8 - Simulao da

    hidrodinmica do peixe com mtodo meshless.

    Fonte: 16 POSMEC [21]

    Figura 9 - Simulao SPH da quebra de

    uma barragem.

    Fonte: Tese Doutorado PUC/RJ [22]

    Figura 10 Simulao de um polmero em SDPD.

    Fonte: IOPScience. [23]

    Figura 11 - Membrana qumica simulada por MD.

    Fonte: Journal of Physical Chemistry [24].

    Cada um desses mtodos de simulao possui diferentes nichos de abrangncia.

    Alguns possuem melhores resultados para simulaes em larga escala, como moldagem de

    metal lquido e dinmica de ondas nas praias, outros modelam melhor iterao entre

    partculas atmicas e propriedades fsicas predominantes no ambiente microscpico.

    De acordo com [18], h duas abordagens a se considerar para saber qual mtodo

    utilizar. A abordagem macro-microscpico e a abordagem micro-macroscpico.

    Na primeira abordagem o estudo inicia-se com as equaes de Navier-Stokes (Equao

    2) para simulaes de fluidos com grandes escalas de viscosidade, de densidade e de tempo.

    A medida com que essas propriedades diminuem, outros mtodos devem ser considerados,

    passando por CFD, SPH e SDPD.

    Equao 2 - Equao classica de Navier-Stokes para fluidos incompressveis, na qual a densidade do fluido e a viscosidade, v o vetor velocidade, g o vetor acelerao de campo e P a presso no fluido.

  • 11

    Na segunda abordagem as simulaes tentam determinar grosseiramente a dinmica

    detalhada do sistema e conforme ele aumenta em tamanho, propriedades microscpicas

    so retiradas por no serem to influenciveis no sistema, e assim os mtodos vo se

    alterando do MD s equaes de Langevin (Equao 3) [25].

    Equao 3 - Equao de Langevin, na qual, alm da fora externa Fi, o coeficiente de atrito e foras aleatrias R influenciam na acelerao da partcula.

    O mtodo DPD proposto por (Steiner, Thomas (2009) [18]) leva em considerao essas

    duas abordagem e indica um mtodo mais robusto da representao realstica de problemas

    microfluidicos.

    2.2.1. Mtodo DPD

    O mtodo DPD que foi originado por Hoogerbrugge e Koelman tinha muitas limitaes

    como a no representao de fluidos complexos como polmeros e fluidos coloidais. O

    mtodo original foi baseado no mtodo LGA (Lattice Gas Automata) [26] e em poucos anos

    teve vrias aplicaes em mecnica estatstica.

    2.2.1.1. Equaes de Movimento

    A dinmica do fluido representada com iteraes entre pares de partculas fluidicas.

    Esta dinmica regida pela 2 Lei de Newton.

    Equao 4 - Equao de movimento de Newton.

    A fora associada ao movimento das partculas pode ser subdividida em quatro foras

    distintas.

    Equao 5 Foras presentes na simulao do mtodo DPD.

  • 12

    A primeira a fora conservativa (Equao 6), atribuda ao potencial suave que pode

    ser aproximado pelo efeito da presso entre diferentes partculas. Por ter esse potencial

    suave, pode se considerar um tempo de integrao grande no momento da simulao,

    muito maior que no caso de MD.

    {

    ( )

    Equao 6 - Fora conservativa da partcula fluidica.

    Esta fora atua at certa distncia ente as partculas, chamada de raio de corte (rc). O

    parmetro define a magnitude da fora entre partculas de diferentes grupos. A funo

    determina a influncia do raio de corte entre as partculas e o vetor a

    direo normal da coliso entre as partculas. A figura a seguir explicita a atuao da fora

    conservativa em magnitude e direo.

    Figura 12 - a) Funo de magnitude da fora conservativa dependente da distncia entre as partculas. b) Exemplificao de uma coliso entre partculas fluidicas e suas respectivas velocidades no momento do choque.

    Fonte: Microfluid Nanofluid (2009) [27].

    A segunda a fora dissipativa (Equao 7), oriunda das foras de atrito entre as

    partculas, tem como objetivo diminui a quantidade de movimento relativo das partculas.

  • 13

    {

    ( )

    Equao 7 - Fora dissipativa.

    Nesta equao tem-se que o coeficiente de amortecimento que governa o

    resfriamento do sistema. O produto escalar a componente da velocidade

    relativa da partcula na direo da coliso, melhor visualizada na Figura 12. E a funo de

    ponderao ser descrita mais adiante, pois depende do teorema da flutuao-

    dissipao que deve ser respeitado atravs das foras dissipativas e aleatrias.

    A terceira a fora aleatria, que estocstica e obedece distribuio Normal [27]

    tendendo a caotizar o sistema. Esta fora responsvel pelo movimento Browniano das

    partculas, ou seja, o movimento aleatrio determinante para o aquecimento do sistema.

    {

    ( )

    Equao 8 - Fora aleatria.

    O coeficiente determina a amplitude da varivel aleatria . Essas duas ltimas

    foras, FD e FR, influenciam diretamente na viscosidade do fluido e agem de forma a deixar o

    sistema em uma temperatura T.

    A ltima fora a fora externa que pode ser exemplificada pela fora da gravidade.

    A varivel aleatria de quem insere a distribuio Gaussiana na equao da fora,

    e desta forma faz com que a esperana da fora aleatria entre duas partculas seja sempre

    zero. Juntamente com a escolha de um valor constante para o coeficiente de amortecimento

    , estas propriedades satisfazem o teorema de flutuao-dissipao que determina os

    outros parmetros das foras, e ( )

    ( )

    ( ), na qual

    a constante de Boltzmann.

    Com estas assertivas pode-se dizer, por saber-se que o sistema obedece 3 Lei de

    Newton e que o nmero e o momento das partculas permanecero constantes, que o

  • 14

    sistema hidrodinmico [18]. Deste modo podem ser determinados os parmetros fsicos

    como presso e densidade.

    2.2.1.2. Abrangendo rotaes

    Com o intuito de ampliar o mbito de sistemas que podem ser simulados pelo mtodo

    DPD, este foi melhorado para que abrangesse tambm sistemas que dependem do

    momento rotacional das partculas. Logo passou a representar no somente uma fora

    no sentido da normal da coliso, mas tambm uma combinao desta com a fora de

    cisalhamento perpendicular normal da coliso.

    Figura 13 - a) Foras dissipativas normais. b) Foras dissipativas perpendiculares.

    Da mesma forma como na equao do movimento linear, o movimento angular

    regido pela Lei de Newton-Euler.

    Equao 9 - Equao de euler do movimento de rotao, sendo que

    um fator referente ao contato de

    partculas de diferentes tamanhos e a inrcia da partcula fluidica.

    Com o incremento desta componente na fora dissipativa, a fora aleatria deve se

    modificar para que o teorema de flutuao-dissipao ainda valha e para que o sistema se

    mantenha na mesma temperatura. Portanto, as novas equaes das foras dissipativas e

    aleatria so:

  • 15

    ( )( )

    ( )( ) ( )

    Equao 10 - Equao da fora dissipativa com dinmica rotacional.

    (

    [

    ] )

    Equao 11 - Equao da fora aleatria para suprir a nova fora dissipativa.

    Sendo que e

    so as componentes simtricas e assimtricas,

    respectivamente, da matriz de rudo da distribuio Gaussiana.

    O mtodo DPD tambm foi aprimorado para tratar fluidos multifsicos e corpos

    rgidos. O leitor encontrar maiores detalhes nas referncias bibliogrficas.

    2.3. Programao paralela e GPU Computing

    Na ultima dcada, as empresas fabricantes de processadores mudaram o conceito no

    desenvolvimento de seus produtos. Pode-se observar que as geraes recentes de

    processadores no possuem maiores frequncia de operao que as geraes passadas, mas

    sim, maior nmero de cores independentes. Esta mudana de pensamento foi oriunda de

    dois motivos: o exagerado aquecimento e consumo de energia necessrios para a

    implementao de um novo processador com frequncia ainda maior; e o surgimento

    promissor dos processadores grfico de propsito geral, as GPGPUs, com dezenas ou

    centenas de processadores independentes.

    Os processadores grficos primrios eram destinados simples transferncia de dados

    para o monitor, avanando, nas verses posteriores, para o processamento de

    transformaes geomtricas e iluminao. A revoluo se iniciou na terceira gerao de

    GPUs, que com o processamento paralelo de texturas proporcionou um mtodo rudimentar

    de programao em suas arquiteturas paralelas [28]. Nas arquiteturas mais novas, as GPUs

    evoluram para unidades de processamento grfico de propsito geral, as quais ganharam

    linguagens de programao de alto nvel [29] e algumas famlias de GPUs foram

    desenvolvidas exclusivamente para este motivo, como o caso da famlia TESLA [30].

  • 16

    Figura 14 - Evoluo desde 2003 da largura de banda das memrias comparando-se CPUs e GPUs

    Fonte: NVIDIA. [30]

    Figura 15 - Evoluo desde 2003 da taxa de processamento de diferentes tipos de GPU comparada de CPUs.

    Fonte: NVIDIA. [30]

    O surgimento das linguagens de programao, que ainda esto em desenvolvimento,

    como o caso do CUDA e do OpenCL, ocasionou um grande impacto na comunidade de

    desenvolvimento de softwares [31]. Criando-se o conceito de GPU Computing, que o

    emprego de placas grficas modernas para processamento de aplicaes altamente

    paralelizveis e com grande volume de dados [28].

    Figura 16 Separao das linguagens para GPUs em diferentes nveis de programao.

    Fonte: GPU Programming Strategies. [29]

  • 17

    Alm das linguagens, vrias tcnicas de programao esto em estudo para tornar

    estas ferramentas ainda mais potentes. O OpenCL uma linguagem open source que foi

    criada recentemente pelo Khronos Group [32], para ser um ambiente de programao de

    processamento paralelo voltado sistemas hbridos, sejam eles constitudos de CPUs, GPUs

    ou ambos. A linguagem CUDA foi criada pela NVIDIA [33], e a mais estabelecida no

    mercado por possuir vrios recursos e alta performance, mas exclusiva de suas prprias

    GPUs.

    A programao paralela est expandindo sua abrangncia para todas as reas da

    computao, desde o projeto de hardwares, como os novos chips da INTEL, at em sites com

    acelerao via GPGPU devido s linguagens como WebGL e WebCL. Logo, o paralelismo de

    informaes ou de tarefas tornou-se o futuro da computao [34], como o caso do

    desenvolvimento do Hoomd-blue [35] e outras aplicaes em simulao de partculas [36].

    2.4. Medio de Propriedades em Simulaes Computacionais

    A utilizao de simulaes computacionais normalmente est relacionada com

    solues numricas de problemas dificilmente resolvidos analiticamente. Para que a

    resposta vinda do computador seja estvel e de acordo com a realidade preciso que os

    erros provenientes da simulao sejam minorados.

    Esses erros so oriundos da discretizao, no tempo e/ou no espao, do problema e do

    erro numrico devido limitao na representao dos nmeros inerente a todo

    computador.

    Visando contornar esse problema, h duas abordagens que podem ser executadas.

    Quando se consegue um modelo matemtico relativamente fiel, o nmero de subdivises

    necessrias no domnio pode ser reduzido deixando a cargo do modelo a correta

    representao do sistema, ou ento, pode-se subdividir o sistema tentando abranger at a

    menor fsica relevante e deixar o modelo como sendo mais simplista, fazendo com que o

    poder computacional seja o limitante na evoluo do sistema. A abordagem dos programas

    de simulao tem partido para a segunda opo levando a um nvel microscpico o clculo

    da fsica das partculas.

  • 18

    No entanto, as propriedades fsicas do fluido que se deseja obter, como a temperatura

    e densidade, no so definidas na escala da simulao, mas sim em uma escala

    macroscpica. Para avaliar essas propriedades so utilizados mtodos estatsticos que a

    partir dos estados de cada partcula determinam o estado macroscpico do sistema. Esse

    problema abrangido pela Teoria Cintica dos Gases.

    A Teoria Cintica dos Gases iniciou-se em 1738 com a definio de que a presso de

    um gs ideal se deve as colises dadas pelas partculas que o constituem na superfcie do

    volume que o abriga.

    Assim, entre muitas propriedades, como energia cintica, temperatura, momento

    vetor e outros, a distribuio da velocidade das partculas em um ambiente esttico pode ser

    determinada pela Lei de Distribuio das Velocidades Moleculares (distribuio de

    velocidade de Maxwell-Boltzman). Dada pela Equao 12.

    [

    ]

    Equao 12 Distribuio de velocidades em uma nica direo.

    Isso mostra que a mdia das velocidades devido agitao das molculas, em uma

    determinada temperatura, zero. Ou seja, a velocidade das partculas puramente

    aleatria e seu desvio padro, nas trs dimenses, pode ser determinado pela Equao 13.

    Equao 13 Desvio padro de uma determinada velocidade nas partculas submetidas a uma temperatura.

    2.4.1. Filtro de Velocidades

    Para um sistema cujas partculas possuem velocidade relativamente baixa, tem-se a

    necessidade de reduzir esse fenmeno de aleatoriedade da energia cintica das partculas

    devido temperatura. Neste caso possvel utilizar um filtro, igualmente feito em filtragem

  • 19

    de imagens, o qual a velocidade do fluido em certo ponto pode ser obtida pela mdia das

    velocidades das partculas ao redor.

    Esta tcnica utilizada em filtragem de imagens para remover rudos pontuais da

    imagem. Como mostrado na figura a seguir.

    Figura 17 Imagem com ruidos chamados Salt and

    Pepper Noise.

    Fonte: Lode's Computer Graphics Tutorial - Image Filtering. [37]

    Figura 18 Imagem aps a aplicao do filtro de mdia.

    Fonte: Lode's Computer Graphics Tutorial - Image Filtering. [37]

    Este filtro realizado pela convoluo dos dados de entrada com uma funo, que no

    caso a funo de mdia. Esta operao sistematizada da seguinte forma:

    Equao 14 Operao de convoluo, na qual h a funo de sada, f a funo de entrada e g a funo filtro.

    Figura 19 Sistema de blocos da convoluo.

    Fonte: Machine Vision Capitulo 4, pg 116. [38]

    A convoluo de duas funes contnuas determinada pela seguinte frmula.

  • 20

    Equao 15 Funo de convoluo de funes contnuas.

    No entanto, em imagens mais comum utilizar a formulao discreta, j que o espao

    discretizado em pixels.

    [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]

    Equao 16 Equao discreta da convoluo.

    Exemplificando, admita-se uma imagem com rudos. Cada pixel (P) da imagem ser

    convoluido com uma matriz de convoluo (A) para a eliminao do rudo. Esta operao

    realizada da seguinte forma.

    Figura 20 Exemplo de convoluo discreta em figuras.

    Fonte: Machine Vision Capitulo 4, pg 117. [38]

    A imagem mostra o pixel (h[i,j]) sendo atualizado pela convoluo de sua matriz P

    (f[i,j]) pela matriz de convoluo A (g[i,j]).

  • 21

    Neste caso temos uma acumulo de brilho (ou energia cintica no caso do estudo das

    velocidades, i.e. no caso aqui abordado) na utilizao deste mtodo. Portanto, ao atualizar

    uma posio h[i,j] necessrio normalizar o resultado. Esta normalizao realizada

    dividindo-se o resultado (h[i,j]) pela soma das grandezas de g[i,j].

    [

    ]

    [

    ]

    (a) (b)

    Figura 21 Exemplo de matriz de convoluo normalizadas. a) uma matriz de convoluo de 3x3 e em b) uma matriz de convoluo 5x5.

    importante ressaltar que as matrizes de convoluo devem ter uma clula central, a

    qual influenciar diretamente no pixel examinado da imagem. Ou seja, as matrizes precisam

    ser de dimenses mpares.

    2.5. Hoomd-blue

    Hoomd-blue um software open source, desenvolvido em CUDA C que usa

    processadores grficos (GPU) da NVIDIA para simulao de dinmica de partculas.

    Desenvolvido pelo departamento de engenharia qumica da universidade de Michigan e teve

    sua primeira verso em 2009.

    Desde l, o programa obteve muitas contribuies e com isso cresceu rapidamente.

    Atualmente, na verso 0.10.1 (momento em que este trabalho foi iniciado), possui

    implementado, diversos mtodos de partculas, vrias condies de contorno, vrios

    mtodos de integrao, alm de ser facilmente configurvel por arquivos externos ao cdigo

    e exportar resultados tanto para anlise quanto para a visualizao da simulao. A seguir,

    imagens dos sistemas que podem ser simulados no software.

  • 22

    Figura 22 - Slide de demonstrao das possveis dinmicas que podem ser simuladas pelo Hoomd-blue.

    Fonte: Slides Advancing GPU Molecular Dynamics. [39]

    Alguns dos mtodos de partculas contidos no software so: CGCMM, EAM (embedded

    atom mthod), Gaussian, Lennard-Jones, Yukawa, alm do DPD que ser estudado neste

    trabalho.

    O projeto Hoomd-blue, tem a finalidade de facilitar o contato com a tecnologia da

    simulao de dinmica de partculas utilizando-se de processamento paralelo. Deste modo, a

    comunidade interessada est alavancando suas pesquisas e desenvolvimentos, devido a sua

    versatilidade na gama de opes de mtodos para simulao, a sua velocidade com o uso do

    processamento paralelo em GPUs e CPUs, e a sua facilidade, com modos de configuraes

    prticos.

    Apesar das facilidades na execuo de um sistema desejado, devido ao seu mtodo

    bsico de configurao via Python script, o software tambm possui recursos avanados.

    Com isso, tem-se a possibilidade de: implementao de plugins para uso de programao

    adicional; utilizao do software VMD para visualizao da simulao online ou gravada em

    arquivo XML; exportao de dados das posies das partculas para arquivo DCD para

    posterior anlise; alm de outros recursos.

  • 23

    2.5.1. Mtodo DPD no Hoomd-blue

    A programao de um mtodo de partculas , basicamente, dividida em trs etapas:

    1) dada uma partcula do sistema, obter a lista de suas partculas vizinhas; 2) calcular as

    foras oriundas da interao entre essas partculas; 3) realizar a dinmica da fora aplicada

    s partculas atravs do tempo discretizado por meio de um mtodo de integrao.

    A evoluo do mtodo DPD, no Hoomd-blue, foi concretizada com base no estudo

    realizado por Phillips et al [40]. Neste estudo, o autor indica uma forma mais rpida,

    utilizando GPUs, de obter nmeros estocsticos para o clculo das foras aleatrias.

    H trs maneiras de simular o comportamento de partculas fluidicas, no software,

    pelo mtodo DPD. Uma forma o mtodo normal, semelhante ao mostrado na seo 2.2.1,

    outro excluindo-se a assertiva da natureza trmica e o ultimo, substituindo-se o clculo da

    fora conservativa por um calculo que inclui a dinmica entre partculas de Lennard Jones.

    2.5.1.1. DPD Termostato (clssico)

    Anlogo ao mtodo descrito por Steiner, o programa implementado utiliza-se das

    equaes de fora conservativa, fora dissipativa e fora aleatria para o clculo das foras

    de contato entre duas partculas. A seguir, as equaes exatas utilizadas pelo simulador

    Hoomd-blue no mtodo DPD.

    ( ) ( )

    ( )

    ( ) ( )( )

    ( )

    ( )

    ( ) {(

    )

    Equao 17 - Equao do mtodo DPD para clculo da fora entre partculas do software Hoomd-blue.

    Pode-se notar a semelhana entre as equaes. Considerando-se que o teorema de

    flutuao-dissipao j est incluso, as diferenas esto no e no que foram

    respectivamente nomeados anteriormente de e .

  • 24

    No script de configurao, a funo a ser utilizada pair.dpd cujos parmetros so o

    raio de corte , a temperatura do sistema , a magnitude da fora conservativa e a

    constante de amortecimento , podendo e serem diferentes para cada grupo de

    partculas criado.

    Esta funo deve ser utilizada conjuntamente com o mtodo de integrao via

    Velocity-Verlet, integrate.nve, que j abrange as necessidades termodinmicas do mtodo. A

    utilizao de outro mtodo de integrao leva o sistema instabilidade.

    2.5.1.2. DPD Conservativo

    Este mtodo se diferencia pela no utilizao dos fatores oriundos da dinmica

    trmica para o clculo da fora entre as partculas. Portanto, os fatores e no so

    utilizados.

    A fora conservativa ento calculada da seguinte maneira:

    {

    Equao 18 - Equao da fora conservativa deste mtodo DPD.

    Deste modo, o sistema deixa as propriedades microscpicas de lado e passa a se

    comportar com uma dinmica macroscpica.

    2.5.1.3. DPD com Lennard Jones

    Neste mtodo, a termodinmica do sistema retorna, mas a fora conservativa no

    dada pelo grfico da Figura 12a, mas sim, dependente da funo de Lennard Jones clssica,

    para o potencial dessas interaes entre partculas.

    Tem-se ento a seguinte alterao na equao de :

    { [(

    )

    (

    )

    ]

    Equao 19 - Equao da fora conservativa utilizando potencial de Lennard Jones.

  • 25

    A implementao do mtodo DPD utilizando-se do potencial de Lennard Jones, possui

    uma diferente abordagem que facilita a parametrizao do sistema de partculas que ser

    simulado [41].

    Portanto, estas opes tornam o Hoomd-blue ainda mais abrangente, no entanto,

    neste trabalho ser utilizado o mtodo DPD clssico.

    2.6. Modelo matemtico do perfil de velocidades

    A hidrodinmica proposta por Hagen-Poiseuille modela muito bem um fluxo

    estacionrio de um lquido no interior de um microcanal cilndrico. Uma vez, que o modelo

    depende de suposies garantidas por um microsistema, como, fluxo laminar, viscoso e

    incompressvel visto na seo 2.1.

    A equao/lei proposta por eles derivada da equao de Navier-Stokes, a qual em

    um microtubo os termos no lineares so desprezados e o perfil de velocidades depende do

    gradiente de presso em uma lmina frontal do lquido [42]. O perfil de velocidades

    oriundo da diferena de presso entre os dois lados do tubo, e permanece parablico,

    devido s foras de atrito e condio de no deslizamento nas paredes do tubo [43].

    Figura 23 Perfil de velocidade determinado pela equao de Hagen-Poiseuille para um microcanal.

    Fonte: Journal of the American Chemical Society [43].

    O perfil parablico, para um fluido viscoso, incompressvel e com escoamento

    permanente, determinado pela equao de Hagen-Poiseuille descrita a seguir:

    Equao 20 - Equao de Hagen-Poiseuille do perfil de velocidade do fluxo em um microcanal. O qual a viscosidade do lquido, o tamanho do tubo, e metade da espessura do tubo.

  • 26

    Esta equao foi utilizada por Gsch et. al. [44] para obter o perfil de velocidade em

    um microcanal de seo retangular de 50x50 m. Ele lembra que, deve-se garantir um

    nmero de Reynolds (Equao 1) abaixo de 2000, e para isso foi admitida uma velocidade

    mxima de V = 70 mm/s.

    2.6.1. Dimetro Hidrulico

    Os experimentos so realizados comumente em tubos de seo cilndrica, pois so os

    mais utilizados, no entanto, no caso aqui descrito vamos utilizar um tubo de seo quadrada.

    Para realizar a correlao entre um tubo de seo quadrada e um tubo cilndrico

    utiliza-se o dimetro hidrulico para os clculos das formulas que levam em considerao o

    raio do tubo.

    Deste modo tem-se a correlao dos seguintes tipos de seo do tubo com seus

    respectivos dimetros hidrulicos na Figura 24.

    Figura 24 - Correlao do dimetro hidrulico com diversos tipos de seo de tubo.

    Com isso fechamos o ambiente fsico e matemtico que sero necessrios na validao

    do experimento realizado.

  • 27

    3. Mtodos

    3.1. Metodologia de validao do software

    O software ser validado com base na comprovao de um dos experimentos

    realizados por Steiner [18] chamado The Gravitational Method, o qual se utiliza da equao

    de Hagen-Poiseuille para comparar o perfil de velocidade de um determinado sistema

    microfluidico.

    Este experimento foi definido por 100.000 partculas no interior de um tubo de seo

    quadrada que sofrem a ao de uma fora externa constante , a qual determina o

    gradiente de presso do tubo gerando um perfil de velocidade. A estrutura do tubo

    constituda por partculas fixas, que geram a propriedade de no deslizamento necessrio

    para o mtodo. A condio de contorno do tubo, no sentido do fluxo, definida pelas

    condies de Lees-Edwards, que periodizam o comprimento, fazendo com que as partculas

    que saiam de um lado do tubo reentrem do outro lado. Deste modo, a conservao de

    matria, indispensvel pelo mtodo DPD, alcanada.

    3.2. Configurao do sistema proposto

    O sistema, determinado para a validao da metodologia, ser interpretado pelo

    software Hoomd-blue, atravs de seu arquivo bsico de configurao em linguagem Python

    (Anexo A Arquivo de Configurao do Hoomd-blue).

    O sistema de partculas ser composto por 3 tipos de partculas: as partculas do tipo

    A, sero o fluido com a dinmica regida pelo mtodo DPD; as partculas do tipo B, sero fixas

    e determinaro as paredes do tubo; e as partculas do tipo C, sero uma fatia do fluido para

    melhor visualizao do efeito de comprimento de entrada e ter uma noo do perfil de

    velocidades.

    O tubo quadrado ter tamanho de 13x13 partculas e comprimento de 39 partculas,

    sendo que as partculas possuiro raio de 1 unidade de comprimento. Todas as partculas

    sero dispostas uniformemente em um paraleleppedo cujas faces, superior e lateral, sero

    do tipo B, e as do interior como partculas do tipo A, exceto, a fatia de partculas mais

    prxima da face peridica que sero do tipo C.

  • 28

    A condio de contorno peridica j , por default, realizada pelo software e no ter a

    necessidade de ser configurada. As dinmicas das partculas A e C sero geridas pelo mtodo

    DPD clssico com e . O coeficiente de amortecimento entre as partculas deve

    ser determinado pela densidade e temperatura do sistema de acordo com a expresso de

    flutuao-dissipao , mas no caso ser adotado por no ser necessria

    a correta representao de algum fluido especfico e para que a simulao seja similar

    apresentada na literatura. O parmetro de repulso foi estudado com cautela por Steiner

    e determinou um nmero relevante de que minimiza o erro relativo da viscosidade

    do fluido simulado. A viscosidade do sistema pode ser obtida alterando-se os seguintes

    parmetros: amplitude da varivel estocstica ; magnitude do parmetro de repulso entre

    partculas ; e a densidade , que tambm determina a presso do sistema atravs

    equao . No caso do Hoomd-blue o parmetro ser calculado da seguinte

    forma:

    Equao 21 Equao da densidade.

    Sendo, no numerador, a somatria da massa de todas as partculas do tipo A e C, e, no

    denominador, o volume do paraleleppedo em nmero de partculas incluindo-se a

    porcentagem do espaamento inicial entre elas.

    O experimento de Steiner determina uma densidade de 5 para suas simulaes. Deste

    modo, o sistema foi alterado atribuindo-se um valor de massa s partculas de modo que o

    fluido chegasse mesma densidade.

    O tempo ser discretizado em passos de 0,002 unidades de tempo, que foi constatado

    ser suficiente para se obter um preciso controle da temperatura do sistema. Inicialmente,

    todas as partculas sero iniciadas automaticamente com velocidades estocsticas para

    determinao da temperatura desejada.

  • 29

    Igualmente realizado no trabalho de validao, sero executadas quatro simulaes.

    Todas elas tero alterao somente na fora de campo aplicada no fluido. Estas foras sero:

    0,0253; 0,0355; 0,0480; 0,0600 [unidades de fora].

    Todas as simulaes sero configuradas para executarem por 40.000 iteraes.

    Os dados das posies das partculas, a cada iterao, sero salvos pelo prprio

    Hoomd-blue em arquivos XML, que sero trabalhados via MatLab para obteno do perfil

    de velocidade (Anexo B Programa em MatLab).

    3.3. Tratamento dos dados

    Os dados obtidos de velocidade das partculas em uma fatia da seo do tubo sero

    comparados com os resultados simulados e tericos da validao da literatura.

    No entanto, para melhor visualizao, os dados sero filtrados utilizando-se a

    convoluo discretizada da velocidade das partculas com uma mscara de mdia para

    minimizar o rudo gaussiano das velocidades devido temperatura do sistema, como

    indicado pela seo 2.4.

    Como no mtodo utilizado em imagens, os pontos utilizados para a descoberta da

    velocidade do fluido sero os centros das clulas de uma malha alocada na seo transversal

    do tubo a uma distncia d do incio.

    Figura 25 - Malha no interior do tubo cujas celulas informaro os valores mdios da velocidade do fluido na regio em que est alocada.

    Mas, a tcnica que ser utilizada no levar em conta outra matriz para a funo de

    convoluo, mas sim realizar uma mdia das partculas com raio menor a uma distncia

    especfica (raio de corte) do centro da clula a ser atualizada. Como ilustrado a seguir:

  • 30

    Figura 26 - Centro da clula com raio de corte definido.

    Com o raio de corte definido, a velocidade do fluido na regio da clula em questo

    ser calculada pela mdia das velocidades das partculas no interior do espao determinado

    pelo raio de corte. Desta forma, as partculas em vermelho sero consideradas no clculo e

    as partculas em verde sero desconsideradas.

    Aps a filtragem dos dados, a matriz das velocidades mdias sofrer uma interpolao

    dos dados para minorar os problemas provindos da discretizao em partculas do sistema.

    Assim, os grficos obtidos do perfil de velocidades sero comparados com os grficos

    presentes no trabalho de Steiner.

    3.3.1. Programa de Tratamento

    O sistema de tratamento de dados foi desenvolvido em MatLab, por ela ser uma

    ferramenta prpria para trabalhar com grande nmero de dados encadeados em forma de

    tabela e por ter uma grande variedade de grficos que melhor representam o problema.

    Assim, a lgica utilizada pode ser dividida em quatro etapas. So elas: Importao,

    Reduo, Convoluo e Exibio.

    A etapa de importao resume-se a importar os arquivos XML gerados pelo programa

    Hoomd-blue de forma a facilitar a manipulao dos dados no interior do programa de

    tratamento.

    Esta etapa foi basicamente realizada por pesquisa bibliogrfica, j que arquivos XML

    so utilizados em vrias aplicaes como arquivo padro de disposio de dados. Assim,

    utilizou-se o programa xml2struct desenvolvido por Wouter Falkena em 2010 [45].

  • 31

    Com os dados corretamente dispostos, o programa de determinao do perfil de

    velocidades recebe os seguintes parmetros.

    Dados do XML j tratados.

    Distncia da origem na qual ser inserida a malha de verificao.

    Raio de corte.

    Porcentagem de refinamento da malha se comparado rea total da

    seo transversal do tubo.

    Visando diminuir o nmero de partculas a serem verificados, a etapa de Reduo

    realiza duas eliminaes na tabela de dados. Uma no incio do programa, visando diminuir

    o sistema de partculas para as partculas que esto a uma distncia rC (raio de corte) da face

    onde a malha foi alocada.

    Figura 27 - Primeira reduo.

    A outra reduo realizada em cada elemento da malha. Que ao iniciar o

    processamento do elemento, o sistema de partculas novamente reduzido s partculas

    que esto somente a uma distncia rC do centro da clula

    Figura 28 - Segunda reduo.

  • 32

    Com cada clula e seus respectivos sistemas locais de partculas, a etapa de

    Convoluo realizada. Esta etapa similar convoluo discreta em processamento de

    imagens com uma malha de filtro mediano. No entanto, a malha de tamanho altervel

    conforme o nmero de partculas na proximidade da clula em execuo.

    Caso haja uma partcula no interior da regio, a velocidade na direo do fluxo

    somada na velocidade da clula. Quando no houver mais partculas ao redor daquela

    clula, o montante da velocidade dividido pelo nmero de partculas que foram

    consideradas. Esta operao visa normalizar a quantidade de movimento da operao de

    convoluo, conforme descrito na seo 2.4.1.

    A ltima etapa a de Exibio dos dados. Foram escolhidos dois grficos para serem

    exibidos que retratam o perfil de velocidade calculado pela malha. Um grfico demonstra o

    perfil de velocidades em trs dimenses averiguando a sua forma geral, e o outro grfico de

    duas dimenses exibe o perfil de velocidade em uma linha transversal da malha.

    Figura 29 - Seo do tubo de partculas denotando a linha transversal utilizada para obteno do perfil de velocidade 2D.

    Este ltimo grfico o que ser comparado com os grficos determinados por Steiner.

    4. Resultados e Discusses

    4.1. Resultado qualitativo

    A execuo da simulao foi realizada pelo software em 10 segundos em um

    computador com GPU NVIDIA GTX 560 Ti. As posies das partculas a cada perodo de 100

  • 33

    iteraes foram exportadas tambm para um arquivo DCD para visualizao pelo software

    VMD [46].

    A seguir imagens da execuo do resultado do sistema pelo software VMD.

    Figura 30 Ilustrao do tubo retangular em roza, partculas do tipo B, e o fluido em azul, partculas do tipo

    A.

    Figura 31 Perfil do tubo com partculas fluidicas com fluxo na direo Z.

    Figura 32 O sistema com as paredes translucidas em sua posio inicial. As partculas em roxo so do tipo C.

    Figura 33 Sistema aps 854 frames mostrando pela posio das partculas do tipo C o fluxo parablico.

  • 34

    Figura 34 No mesmo momento que a figura anterior, agora em perspectiva 3D, mostrando o fluxo parablico em todas as faces do tubo.

    As duas primeiras imagens exibem a configurao do tubo e das partculas em seu

    interior. A terceira indica a posio inicial das partculas para comprovar sua evoluo com o

    tempo. As ltimas mostram o perfil da posio das partculas no momento em que melhor

    despontam o perfil de velocidade, denotando o perfil da regio de entrada do tubo.

    Este perfil pode ser mais bem visualizado na seguinte sequncia de figuras. As

    seguintes simulaes j foram realizadas com a configurao indicada por Steiner. Os dados

    coletados dessas simulaes sero as utilizadas na validao do software.

    Figura 35 - Sequncia de formao do perfil de entrada na simulao com fora de campo de 0,0253.

  • 35

    Figura 36 - Sequncia de formao do perfil de entrada na simulao com fora de campo de 0,0355.

    Figura 37 - Sequncia de formao do perfil de entrada na simulao com fora de campo de 0,0480.

    Figura 38 - Sequncia de formao do perfil de entrada na simulao com fora de campo de 0,0600.

    4.2. Resultado quantitativo

    Realizados os experimentos finais na configurao de Steiner, os dados foram

    angariados e tratados pelo software MatLab.

    A seguir os dados da literatura utilizando 4 campos de fora diferentes.

  • 36

    Figura 39 - Perfil de velocidades obtidos por Steiner, pg 46 [18].

    Este grfico retrata uma das experincias realizadas por Steiner, que a validao pelo

    mtodo gravitacional. Pode-se verificar que foram utilizadas quatro diferentes foras de

    campo, sendo que, com o aumento das foras, h uma maior variao no perfil de

    velocidades.

    Os pontos triangulares do grfico so as amostras de sua experincia, e a linha

    contnua a resposta analtica obtida pela funo de Hagen-Poiseuille.

    A seguir, os quatro grficos deste experimento gerados pelo MatLab, um para cada

    fora de campo, exibindo os dados tratados provenientes das simulaes realizadas no

    Hoomd-blue.

  • 37

    Figura 40 - Resultado obtido com fora de campo de 0,0253 unid. de fora.

    Estes so os dois grficos obtidos na simulao com fora de campo de 0,0253

    unidades de fora.

    Inicialmente no grfico em trs dimenses possvel verificar o paraboloide formado

    pela malha de velocidades indicando uma correta representao do perfil de velocidades. Na

    parte abaixo do grfico h curvas de nvel que indicam um ponto de mximo no centro da

    figura.

    Verifica-se tambm que ao aproximar das bordas, as curvas de nvel passam de

    crculos para retngulos de cantos arredondados. Isso denota o dimetro hidrulico do tubo

    de seo retangular.

    Um erro que pode ser averiguado o pico de velocidade no ponto superior direito da

    figura. Este pico pode ser proveniente da interpolao dos dados prximo borda, gerando

    outro ponto de inflexo. Mas tambm pode ser da prpria simulao, que por ter poucas

    partculas na seo transversal do tubo e pela baixa velocidade constatada, um rudo pode

    ter interferido de forma significativa na interpolao.

    J o grfico de duas dimenses tem perfil parablico e velocidade mxima de 0,27

    unidades de velocidade, ficando muito parecida com a velocidade mxima obtida, tanto no

    experimento de Steiner, quanto na resposta analtica.

  • 38

    Pode-se notar tambm que nos cantos do perfil, as velocidades das partculas se

    tornam negativas. Ou seja, h uma recirculao do fluido no local prximo borda.

    Este fenmeno possvel e encontrado frequentemente em estudos de camada

    limite, como pode ser observado na seguinte figura:

    Figura 41 - Fluxo reverso, indicando velocidade negativa na proximidade da borda.

    O prximo grfico expe os dados da simulao com fora de campo de 0,0355

    unidades de fora.

    Figura 42 - Resultado obtido com fora de campo de 0,0355 unid. de fora.

    O grfico em trs dimenses tem as mesmas propriedades j comentadas da

    simulao anterior, no entanto, no h mais o erro de velocidade na borda do tubo. Isso

    pode ter ocorrido pois neste ponto a velocidade j mais aparente.

  • 39

    Tambm possvel verificar uma acentuao nas curvas de nvel que ficaram ainda

    mais retangulares prximas parede.

    O grfico em duas dimenses do perfil de velocidade tambm tem o perfil parablico e

    seu pico tem uma velocidade de 0,42. Neste caso a velocidade ficou um pouco distante do

    obtido por Steiner, no entanto, o aumento da velocidade mxima com o aumento da fora

    de campo foi respeitada.

    Observa-se, tambm, uma lateralizao do valor mximo, o que ocasionou a diferena

    das velocidades nas duas bordas. Uma possibilidade deste acontecimento, um acmulo de

    partculas do lado esquerdo melhorando a estimativa da velocidade deste lado, em

    detrimento estimativa do outro lado.

    A seguir o grfico da simulao com fora de campo de 0,048 unidades de fora.

    Figura 43 - Resultado obtido com fora de campo de 0,0480 unid. de fora.

    Neste caso vemos uma simetria maior dos grficos devido alta velocidade relativa

    das partculas do centro em relao s partculas perifricas.

    No grfico em trs dimenses observa-se os mesmos pontos levantados no grfico

    anterior.

  • 40

    No grfico em duas dimenses verifica-se a simetria tanto na centralizao do ponto

    de mximo da parbola, como das velocidades prximas parede.

    A velocidade mxima obtida foi de 0,51 unidades de velocidade retornando a

    proximidade com os dados obtidos da literatura.

    A seguir o grfico da simulao realizada com fora de campo de 0,06 unidades de

    fora.

    Figura 44 - Resultado obtido com fora de campo de 0,0600 unid. de fora.

    Pode-se verificar uma grande simetria nos dois grficos. No entanto, ambos grficos

    possuem uma variao no lado esquerdo. Esta variao, nos dois grficos, pode ter sido

    resultada da mesma causa que tambm foi encontrada na primeira simulao. Esta causa

    muito provavelmente determinada pela escassez de partculas prximas aos cantos. Com

    isso gera-se um erro maior na medio da velocidade que ocasiona esta inflexo presente

    nestes dois grficos.

    O grfico em duas dimenses, a pesar de sua pequena descentralizao, confirma as

    propriedades obtidas na simulao anterior.

    A velocidade mxima obtida neste caso foi de 0,65 unidades de velocidade, ficando

    razoavelmente prxima velocidade obtida pela literatura.

  • 41

    interessante tambm averiguar a seguinte figura da ltima simulao.

    Figura 45 - Vista superior do grafico 3D da ltima simulao.

    Pode-se evidenciar neste grfico o dimetro hidrulico do tubo e a transformao de

    curvas de nvel em crculos para retngulos.

    5. Trabalhos Futuros

    Um possvel trabalho futuro desenvolver um software prprio de simulao DPD

    para ganhar know-how e contribuir para um software ainda maior que abranja todas as

    simulaes de partculas, deixando carter do usurio qual mtodo escolher.

    Alm disso, o aprofundamento em tcnicas de paralelizao sejam elas por GPUs,

    CPUs, hibridas ou em rede para tornar vivel estes tipos de simulao alcanando patamares

    em tempo real, independente de qual for o nmero de partculas no domnio.

    6. Concluso

    Os resultados qualitativos atingiram os objetivos na execuo do software Hoomd-blue

    simulando um fluido escoando por dentro de um tubo de seo quadrada. A dinmica do

    fluido foi regida pelo mtodo DPD, que aps ajustes em seus parmetros, salientou o perfil

    de velocidade das partculas exibindo o perfil parablico da posio das partculas roxas,

    como o esperado.

  • 42

    A quantificao do perfil de velocidades foi satisfatria, sendo que o perfil parablico

    de velocidades foi respeitado em todas as simulaes e a velocidade mxima obtida ficou

    prxima esperada observando os dados da literatura. Certamente o resultado das

    simulaes no culminaria em dados exatamente iguais ao da literatura, pois, o modo de

    clculo dos dois programas, considerando hardware e software, diferente, alm de que, a

    aleatoriedade da velocidade determinada pela temperatura do sistema aumenta a

    dificuldade de reproduo de igualdade de dados de duas simulaes com os mesmos

    parmetros.

    Em geral o estudo foi de grande proveito e os resultados obtidos foram os esperados.

    Portanto, por meio deste trabalho, indico a utilizao do software Hoomd-blue para a

    validao de experimentos com simulao microfluidica.

  • 43

    7. Bibliografia

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  • 48

    Anexo A Arquivo de Configurao do Hoomd-blue

    A seguir, o arquivo de configurao do Hoomd-blue (mtodo_DPD.hoomd) para que

    ele simule o sistema corretamente como especificado. Este exemplo utiliza a fora de campo

    como 0,0253 uF.

    From hoomd_script import *

    import random

    # -- Parametros para a construcao do paralelepipedo de particulas

    a = 1.01 # Porcentagem de espacamento entre particulas

    m = 13 # Numero de particulas na largura e altura do paralelepipedo

    ld = 3 # Razao de aspecto (L/D)

    # criando 12x12x39 particulas moveis e uma caixa de (13x13x39)*1,01 com 1%

    de espaco vazio

    system = init.create_empty(N=m*m*m*ld, box=(m*a, m*a, m*a*ld),

    n_particle_types=3)

    # alterando o tipo de particulas para a confeccao do tubo

    lo = - m*a / 2.0;

    for p in system.particles:

    # dividindo as particulas em indices nas direcoes do sistema de

    coordenadas

    (i, j, k) = (p.tag % m, p.tag/m % m, p.tag/m**2 % (m*ld))

    # distribuindo as particulas uniformemente em um paralelepipedo de

    # 20x20x60 particulas com espacamento de 1,01 raio entre elas

    p.position = (lo + i*a + a/2, lo + j*a + a/2, (lo*ld) + k*a + a/2)

    # Ajustando a massa para elevar a densidade

    p.mass = 5.151505

    # Particulas inicialmente sao do tipo A

    p.type = 'A'

    # As particulas nas bordas sao do tipo B

    if i==0 or i==(m-1) or j==0 or j==(m-1):

    p.type = 'B'

    # define uma fatia de particulas como sendo do tipo C

    # para verificar o sentido do fluxo e se ele esta ocorrendo

    if (i>0 and i0 and j=0 and k

  • 49

    py += mass*vy;

    pz += mass*vz;

    # computando a media

    px /= m*m*m*ld;

    py /= m*m*m*ld;

    pz /= m*m*m*ld;

    # subtraindo das particulas a media dos momentos para que a soma seja zero

    no sistema

    for p in system.particles:

    mass = p.mass;

    v = p.velocity;

    # reduzindo a amplitude da aleatoriedade das particulas

    p.velocity = ((v[0] - px/mass)*0.1, (v[1] - py/mass)*0.1, (v[2] -

    pz/mass)*0.1);

    # incluindo a dinamica do sistema pelo metodo DPD

    dpd = pair.dpd(r_cut=1.0, T=1.0, seed=12345)

    dpd.pair_coeff.set('A', 'A', A=25.0, gamma = 0.5)

    dpd.pair_coeff.set('A', 'B', A=25.0, gamma = 0.5)

    dpd.pair_coeff.set('A', 'C', A=25.0, gamma = 0.5)

    dpd.pair_coeff.set('B', 'B', A=25.0, gamma = 0.5)

    dpd.pair_coeff.set('B', 'C', A=25.0, gamma = 0.5)

    dpd.pair_coeff.set('C', 'C', A=25.0, gamma = 0.5)

    # separando em grupos os tipos A, B e C

    groupA = group.type(name='groupA', type='A')

    groupB = group.type(name='groupB', type='B')

    groupC = group.type(name='groupC', type='C')

    # incluindo a forca constante Fb em todas particulas fluidicas

    force.constant(fx=0.0, fy=0, fz=0.0253, group=groupA)

    force.constant(fx=0.0, fy=0, fz=0.0253, group=groupC)

    # realizando a integracao de 0,002 pelo metodo Velocity-Verlet

    integrate.mode_standard(dt=0.002)

    integrate.nve(group=groupA)

    integrate.nve(group=groupC)

    # gerando arquivo de visualizacao online

    xml = dump.xml(filename='dump_metodo_DPD.xml', vis=True)

    # salvando em um arquivo .dcd as posicoes das particulas a cada 100

    periodos

    dump.dcd(filename='dump_metodo_DPD.dcd', period=100)

    # salvando arquivos de log para verificacao do perfil de velocidade pelo

    software MatLab

    dump.xml(filename="atm/atoms_xml", period=1000, velocity=True,

    position=True, type=True)

    # configurando visualizacao online

    analyze.imd(port=54321, period=500)

    # executando 40.000 iteracoes nesta simulacao

    run(4e4)

  • 50

    Anexo B Programa em MatLab

    Programa desenvolvido na plataforma MatLab com objetivo de gerar um grfico do

    perfil de velocidades de certas partculas, dado um arquivo XML que contm as posies e

    velocidades das partculas em determinada iterao da simulao.

    function [filtred_table] = plotPoiseuilleSurf (pos_z, porc_discret, r_cut,

    particles_pos, particles_vel)

    % Faz um filtro da media da velocidade das particulas para cada

    % ponto discretizado desejado gerando a superficie de velocidades

    % dos pontos discretizados.

    % #### VARIAVEIS DE ENTRADA ####

    % pos_z = integer (1) (posicao estcolhida em Z para verificacao do

    perfil

    % de velocidades de Poiseuille)

    % porc_discret = float [0..1] (1) (porcentagem do tamanho do perfil do

    tubo

    % que sera utilizado como subdivisoes

    do

    % dominio)

    % r_cut = float (1) (distancia maxima de influencia da velocidade das

    % particulas na vizinhanca do ponto em que sera

    % calculado a velocidade do fluido

    % particles_pos = float (NumOfParticles x 3) (vetor posicao das

    particulas

    % no dominio)

    % particles_vel = float (NumOfParticles x 3) (vetor velocidade de cada

    % particula do dominio)

    % #### INICIO DO PROGRAMA ####

    % agregar as posicoes e as velocidades em uma matriz soh

    sistema = [particles_pos,particles_vel];

    % filtrar em Z as posicoes e velocidades de acordo com

    % a posicao em Z que se deseja saber a superficie de

    % Poiseuille e o raio de corte de influencia da

    % velocidade das particulas

    sistema = sistema(sistema(:,3)>-r_cut & sistema(:,3)

  • 51

    % filtrar em X e Y o dominio de acordo com a posicao

    % atual de calculo e com o raio de corte

    x = largura_min + step_x * (i-1) + step_x/2;

    y = altura_min + step_y * (j-1) + step_y/2;

    sistema_local = sistema(sistema(:,1)>x - r_cut &

    sistema(:,1)y-r_cut & sistema(:,2)

  • 52

    Z = polyval(f,steps_width);

    plot(steps_width, Z);

    title('Perfil de Hagen-Poiseuille');

    xlabel('largura');

    ylabel('velocidade do fluido');

    hold off;

    end