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(Trabalho realizado no, ver Conclusão) Ano Lectivo: 2010/2011 Centro de Competências de Artes e Humanidades 1º Ciclo Ciências da Cultura Disciplina: História Contemporânea de Portugal Docente: João Adriano Ribeiro Marinha de Guerra Portuguesa 1880- 1900
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2010 - Marinha de Guerra Portuguesa 1880-1900

Mar 29, 2023

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Page 1: 2010 - Marinha de Guerra Portuguesa 1880-1900

(Trabalho realizado no, ver Conclusão) Ano Lectivo: 2010/2011

Centro de Competências de Artes e Humanidades

1º Ciclo Ciências da Cultura

Disciplina: História Contemporânea de Portugal

Docente: João Adriano Ribeiro

Marinha de GuerraPortuguesa 1880-

1900

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Discente:

António João da Mata Teixeira

N.º 202090

Índice

1. Introdução …………………………………………………………………….p. 3

2. História marítima portuguesa ……………………………………..………….p. 4

2.1 Difusão ……………………………………………………….…………...p. 4

2.2 Consequências

…..................................................

......................................p. 5

2.3 “Armada Invencível”..…………………………………………………….p. 5

3. Marinha de Guerra Portuguesa 1880-1900 ………………………..

….............p. 6

3.1 Canhoneiras..………………………………………………………...........p. 6

3.1.1 Antes de 1880 …………………………………….…....…………p. 7

3.1.2 Após 1880 ………………………………………......…………….p. 7

3.2 Lanchas Canhoneiras ..………………………...………………...

……….p. 8

3.3 Corvetas………………………………………..………………...………..p. 9

3.4 Couraçados……………………………………………………...……….p. 10

3.5 Torpedeiros……………………………………….……………..……….p. 10

2

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3.6 Fragatas…………………………………………..……………..……….p. 11

3.7 Vapores………………………………………….……………..………...p. 11

3.8 Cruzadores……………………………………….…………..…………..p. 11

3.9 Bloqueio da esquadra portuguesa em

Moçambique……………………...p.12

4. “Apontamentos sobre a Marinha de Guerra de diversos

países”.…..………..p. 12

4.1 “Esquadra Inglesa no Tejo”.…………………………………...

………...p. 12

4.2 Couraçado Itália……………………………………………..…………...p. 13

4.3 Couraçado Trafalgar……………………………………………………..p. 13

4.4 Submarino Nordenfeldt………………………………………………….p. 14

5. Esquadras de Navegação

Terrestre…………………………………………...p.14

6. Gravuras……………………………………………………………………...p. 16

7. Conclusão…………………………………………………………..………..p. 24

3

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1-Introdução

No âmbito da disciplina o tema Marinha de Guerra

Portuguesa entre 1880-1890. Primeiramente abordarei os

antecedentes históricos para deste modo, enquadrar o

trabalho na sua época histórica.

Para tentar contrariar alguns trabalhos já realizados

sobre o tema da marinha de guerra portuguesa, pretendo

pormenorizar os aspectos chaves das embarcações: nome, ano,

local de construção, comprimento e largura, motor e

velocidade, armamento.

Começarei pelas canhoneiras, na medida em que foram as

embarcações de maior relevo nas colónias, pois tinham a

capacidade de alcançar lugares que as embarcações de maior

porte não conseguiam.

Considerei oportuno referir alguns aspectos

tecnológicos da época e das suas personagens históricas.

Por último, falarei sobre as carismáticas Esquadras de

Navegação Terrestre.

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2-História marítima portuguesa

“O maior acontecimento desde a criação do mundo, depois da

encarnação e da morte d´ Aquele que o criou.” Francisco López de

Gómera, dedicatória na História Geral da Índias ao imperador

Carlos V, 1552.

“A descoberta da América e a da passagem para as Índias Orientais,

através do cabo da Boa Esperança, são os dois maiores e mais importantes

acontecimentos de que há notícia na história da humanidade.” Adam Smith,

economista político escocês do século XVII.

2.1-Difusão

Portugal desde 1415 até 1975 foi um império colonial,

que abrangia quase todos os continentes. Dos arquipélagos à

América do Sul, por entre as Áfricas ocidentais e orientais

até Ásia, com passagem na Oceânia, a influência portuguesa

ficou marcada por onde passou.

Ainda hoje estas influências estão presentes na

língua, cultura, economia. Com a expansão marítima criaram-

se laços entre os povos indígenas, mas com o passar dos

séculos e tendo em conta a exploração desumana muitos laços

foram destruídos, sendo apenas alguns reatados

recentemente.

Portugal, juntamente com a Espanha foram os principais

propulsionadores da fé cristã para fora da Europa,

ensinando-a aos indígenas tentando convertê-los ao

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Cristianismo, o que só se verificou em grande escala nos

futuros descendentes. Esta propagação da palavra de Cristo

pelos países agora descobertos valeu a bênção do Papa,

visto que era um serviço à Igreja.

O descobrimento de novas rotas marítimas para Índia

foi o principal factor destas viagens, para contrariar as

terrestres realizadas pelos muçulmanos. Esta nova rota

trouxe uma prosperidade económica para a Península Ibérica,

que pôde acompanhar a corrente renascentista que

desabrochava na Europa.

2.2- Consequências

Do ponto de vista dos colonizadores (Portugal,

Espanha, entre outros), a conquista de terras além-mar foi

considerada uma mais-valia para os reinos Ibéricos, que

depois de séculos em luta contra os muçulmanos, agora

procuravam uma oportunidade de prosperar economicamente no

ultramar. As consequências do estabelecimento nessas

regiões trouxeram a prosperidade que tanto Espanha e

Portugal procuravam, mas à custa da subjugação e destruição

dos povos indígenas.

Os países da costa ocidental africana e os índios da

América do Sul e Central foram os que mais sofreram com

estas conquistas ferozes que assassinavam, mutilavam,

violavam e escravizavam estas ricas populações. A imposição

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deste domínio era feita através da manipulação e da força

das armas.

Estas culturas não estavam preparadas para este

desafio desumano, que de um momento para o outro foram

obrigados a fazer, deixando tudo para trás, juntamente com

a esperança de algum dia reaver as suas vidas.

Esta dizimação a que os europeus chamavam de

prosperidade, destruiu grandes civilizações cuja cultura

era inestimável, tais como, os Maias, os Azetecas, entre

outros. Deixaram apenas ruínas, que agora recordam sem

arcar com as culpas.

2.3- “Armada Invencível”1

Em 1588 o Rei Filipe II de Espanha (I de Portugal),

reuniu uma frota de cerca de 135 navios, com 8000

marinheiros e 30000 homens, para atacar Inglaterra. Esta

batalha teve vários pontos de combate, nomeadamente entre

as forças navais Ibéricas e os saxónicos. A frota de Filipe

II era composta por elementos provenientes das várias

nações do Império espanhol, entre os quais, portugueses que

consideravam pouco oportuno estar em navios portugueses e

serem comandados por espanhóis.

O Império espanhol foi derrotado, e o maior

prejudicado foi Portugal, visto que os barcos que foram

destruídos eram utilizados na protecção das colónias. Este

1 História Universal p. 1978-19817

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factor contribuiu para o desmembramento da supremacia

portuguesa nos mares das suas possessões.

3-Marinha de Guerra Portuguesa 1880-1900

A primeira metade do século XIX foi péssima em termos

militares para Portugal devido às invasões napoleónicas, na

qual perderam-se muitos efectivos das já debilitas forças

navais portuguesas.

Em 1831 a frota lusitana estava reduzida a apenas onze

embarcações com 330 peças de artilharia e 1500 homens2, e

só viria a piorar em Julho do dito ano quando o Almirante

Roussin, a comando de uma esquadra francesa irrompeu pelo

Tejo, para atacar Lisboa. Neste ataque seis embarcações

portuguesas foram apreendidas pelos franceses.

Durante as lutas entre absolutistas e liberais a

marinha de guerra teve um papel preponderante para a

vitória dos liberais. Em 1865 o ministro Mendes Leal manda

fabricar oito navios à qual se vai juntar aos seis

adquiridos pelo Marquês Sá da Madeira.

Após três quartos de século atribulado e desorganizado

em termos militares, foi no último quarto que se registou

uma melhor organização. Esta organização trouxe a aquisição

de novos navios para a protecção da zona marítima e das

colónias, que estavam constantemente sobre pressão das

potências europeias3.

2http://www.marinha.pt/pt/amarinha/historia/historiadamarinha/pages/instabilidadepoliticaeepocadecrisenamarinha.aspx3 Revista Occidente, N.º 156, 21 de Abril de 1883, p. 91- Questão doZaire

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3.1- Canhoneiras

Para esta protecção, Portugal adquire a partir de 1880

novas Canhoneiras, navios com deslocamentos médios de 200 t

a 600 t, compostos por 3 peças de artilharia, uma a meio do

navio e outras duas na amurada. Estes eram de baixo custo e

de fácil fabrico, inicialmente construídos em madeira,

passaram a ser de ferro com a evolução tecnológica4. As

aquisições das canhoneiras serão referidas em seguida por

ordem cronológica (ponto 3.1.1.).

3.1.1- Antes de 1880

1- Rio Lima, Sado e Tâmega 1875, Inglaterra, media 48,8

metros de comprimento e 9 metros de largura, os seus

motores debitavam 500 cavalos e atingiam uma velocidade de

16 km/h.

2- Tejo 1869, Douro 1873 e Quanza 1877 – Fabricado no

arsenal da Marinha, Lisboa, media 47 metros de comprimento

e 8 de largura, possuía canhões de 15 cm, motor 550 cv,

atingiam 16 km/h (10 milhas)5.

4http://dicionario.sensagent.com/canhoneira/pt-pt

5 Revista Occidente, N.º 299, 11 de Abril 1885, p. 85 e 86, RevistaOccidente, N.º 418, 1 de Agosto 1890, p. 171

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3- Mandovi e Bengo 1879-1880 – Construídos no estaleiro

Laird Brothers, (Birkenhead, Inglaterra), eram barcos

idênticos, com 38.1 metros (125 pés) de comprimento, 7.3

metros (24 pés) de largura (boca). Os motores eram

constituídos por 420 cavalos com uma velocidade média de

15.3 km/h (9.5 milhas). O seu armamento era composto por

uma peça de 15 cm (6 polegadas) e outras duas de 50 cm (20

polegadas)6.

3.1.2- Após 1880

1- Rio Ave 1880-1882 – Construído no arsenal da Marinha,

tem 36.574 metros (119.9 pés) de comprimento, 6.5 metros

(21.3 pés) de largura. O motor era da canhoneira Guadiana e

tinha uma velocidade média de 12.8 km/h (8 milhas).7

2- Zaire e Liberal 1885 – Construídos no estaleiro Laydrs,

Inglaterra, ambas mediam 42.60 metros (139.7 pés) de

comprimentos e 7 metros (22.9) de boca.8

3- Vouga 1882, modificado em 1885 – Construído no

arsenal da Marinha, tinha 49 metros (160.7 pés) de extensão

e 8 (26) de largura, o motor foi aproveitado de outro

barco, com 600 cavalos, atingia os 14.4 km/h (9 milhas), a

artilharia era composta por 4 peças na amurada.9

6 Revista Occidente, N.º 52, 15 de Fevereiro 1880, p. 287 Revista Occidente, N.º 101, 11 de Outubro 1881, p. 2278 Revista Occidente, N.º 218, 11 de Janeiro 1885, p. 11

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4- Zambeze 1886 - Construído no arsenal da Marinha,

motor de 400 cv com andamento de 14 km/h (9 milhas), era

composto por 3 bocas-de-fogo.10

5- Diu 1889 - Construído no arsenal da Marinha, Lisboa,

era de madeira, media 45 metros comprimento e 8 de largura,

com 500 cavalos e aguentava uma velocidade média de 8

milhas.11

3.2- Lanchas canhoneiras

Dentro da categoria das canhoneiras, surgiram as

lanchas canhoneiras para actuarem sobretudo, nos rios dos

territórios de África. O seu fundo achatado permitia

deslocamentos médios de 20 t a 40 t, cujas principais armas

eram metralhadoras. Elas tiveram um papel importante no

apoio às tropas terrestres e nas campanhas de pacificação

ultramarina da transição do século XIX para o XX. Entre as

lanchas canhoneiras, destacam-se:

9 Revista Occidente, N.º 224, 11 de Março 1885, pp. 60 e 61. RevistaOccidente, N.º 418, 1 de Agosto 1890, p. 17110 Revista Occidente, N.º 372, 21 de Abril 1889, p. 91. Revista Occidente,N.º 418, 1 de Agosto 1890, p. 17111 Revista Occidente, N.º427, 1 de Novembro 1890, p. 242. RevistaOccidente, N.º 431, 11 de Dezembro 1890, p. 274

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1- Lacerda, Roberto Ivens, Hermenegildo Capelto, Serpa Pinto

1895, Construídos no estaleiro naval da Yarrow & C.ª, de

Poplar. Media 27 metros de comprimento e 8 de boca.12

2- Hónorio Barreto, Estaleiro Hugh Parry & Son 1894, media

32.6 metros de comprimento e 6 de largura.13

3.3- Corvetas

A corveta, “1- navio menor que a fragata, semelhante a

ela em mastreação, mas de uma só bateria na tolda e armada

de 20 a 28 peças. Era de maior velocidade. Apareceram nos

finais do século XVIII, para substituir as fragatas e os

brigues em missões de reconhecimento ofensivo, em que estes

eram demasiado fracos para as levar a cabo, e aquelas

poderosas em excesso. Desempenhavam missões de aviso,

transporte de munições; de surpresa; etc. As fragatas

ligeiras de umas 24 bocas-de-fogo, denominadas fragatinhas

passaram a classificar-se corvetas, e, bem assim, as

grandes brigues da mesma força. As fragatinhas Andorinha,

Benjamim, Salamandra, Temível Portuguesa, de 24 peças passaram

depois a corveta; o bergantim Voador, de 24 peças foi mais

tarde considerado corveta. A última corveta de vela

portuguesa dói a Damão (1861-1871). 2- No séc. XIX

apareceram as corvetas mistas de vela e vapor. Eram desta

categoria as corvetas Bartolomeu Dias, Sagres, Estefânia.”14 As12 Revista Occidente, N.º 602, 15 de Setembro 1895, p. 20613 Revista Occidente, N.º 602, 15 de Setembro 1895, p. 20614 Dicionário Ilustrado da Marinha, Comandante António MarquesEsparteiro, editora Livraria Clássica pp. 171 e 172

12

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corvetas tiveram um papel preponderante na marinha de

guerra portuguesa, na medida que trouxeram mais mobilidade.

Neste período (séc. XIX) existiam algumas corvetas,

tais como:

1- Affonso de Albuquerque 1884- Media 62.4 metros (205 pés)

de comprimento e 10 (33 pés) de largura, o seu motor podia

ir até os 1400 cavalos, atingindo uma velocidade máxima de

21 km/h (13.3 milhas), o seu armamento era composto por

duas peças de 0.15 e cinco de 0.1215.

2- Sá da Bandeira, Duque de Palmela, Infante D. João, Duque da

Terceira 1864- Foram construídas no arsenal da Marinha,

Lisboa, a corveta Duque da Terceira media 58.4 metros de

comprimento e 10 de largura, o seu motor debitava poucos

cavalos e tinha uma velocidade média de 11 km/h. As suas

armas eram constituídas por seis peças de 12 cm em bateria

na tolda, duas peças de 65 milímetros nos dois bordos em

cima da ponte e uma metralhadora de 8 no tombadilho16.

3.4- Couraçados

Durante o século XIX e inícios do XX, o grande poder

de uma marinha, residia nos couraçados. Estes navios eram

extremamente protegidos nas suas “partes vitais” e

15 Revista Occidente, N.º 214, 1 de Dezembro 1884, p. 26716 Revista Occidente, N.º 563, 11 de Agosto de 1894, p. 187

13

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empregavam uma artilharia forte capaz de dizimar o que lhes

aparecesse à frente.17

1- Vasco da Gama 1877- Foi construído no estaleiro da

Thames iron Warks & Ships, media 60.9 metros (200 pés) de tamanho

e 12 metros (40 pés) de boca. Tinha dois motores com 500

cavalos nominais e 3200 efectivos, atingia velocidades na

ordem dos 21 km/h (13 milhas). O seu armamento era

constituído por quatro peças de calibre 9, uma

metralhadora18.

3.5- Torpedeiros

O barco torpedeiro e os transportes a vapor, foram

outra aquisição da marinha de guerra portuguesa para a

protecção das suas colónias. Visto que este tipo de

embarcação tinha uma grande tecnologia de ponta, Portugal

pôde assim, marcar impacto para com os países que cobiçavam

as suas possessões e alegavam que Portugal não tinha poder

de fogo.

Existiam diversos torpedeiros, nomeadamente:

1- O Fulminante 1880 – Fabricado na Thames iron Warks & Ships,

media 22 metros de comprimento e 4 de largura. O motor

tinha 159 cavalos e atingia os 15 km/h. Os armamentos eram

compostos essencialmente de torpedos.19

17 Dicionário Ilustrado da Marinha, Comandante António MarquesEsparteiro, editora Livraria Clássica p. 17518 Revista Occidente, N.º 67, 1 de Outubro de 1880, p.15919 Revista Occidente, N.º 66, 15 de Setembro de 1880, p. 151

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2- O Espadarte ou nº1 -1882 – Fabricado em Yarrow Poplar

(Londres, Inglaterra), media 36 de comprimento e 3,6 de

boca. O seu motor possuía 700 cavalos.

3- N.º 2, nº 3, nº4 -1886 – Estaleiro da Yarrow Inglaterra, mediam

36 de comprimento e 3.6 de boca, motor de 700 cavalos, o

armamento era composto por duas metralhadoras e dois tubos

lança torpedos.20

3.6- Fragatas

As fragatas tiveram um papel activo nas esquadras do

século XVIII, na qual tinham como finalidade abrir fogo nos

intervalos que deixavam as naus perseguir os navios em

retirada. Também eram usadas para rebocar navios, como

demonstra o episódio da batalha no cabo S. Vicente, quando

a fragata Tristão salvou a nau Nelson de entre as naus

espanholas a 14 de Fevereiro de 1797. No último quartel do

século XIX, estas já eram couraçadas e a vapor.21

Fragata:

1- D. Fernando - 1843 – construído em Damão, Índia

portuguesa – feito de madeira – navegava à vela, com 19

bocas-de-fogo.

3.7- Vapores

1- Júlio Vilhena? – Construído em Inglaterra sobre ordens

do Sr. Mackrow, media 28.8 metros de longitude e 4.8 de20 Revista Occidente, N.º286, 1 de Dezembro de 1886, p. 26621 Dicionário Ilustrado da Marinha, Comandante António MarquesEsparteiro, editora Livraria Clássica p. 278

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largura. A sua protecção era realizada através de uma

metralhadora22.

2- Massabi, Cacongo 1896 - Construídas em Inglaterra23

3- Mac- Mahon 1889 - Inglaterra24

3.8- Cruzadores

Navio de guerra, menor que o couraçado, fortemente

armado em que a velocidade tinha preferência em relação à

couraça e ao armamento.25

Cruzadores:

1- Adamastor 1896 – Livorno, Itália, tinha 73.8 metros

de comprimento e 10 de largura, o seu motor possuía 4000

cavalos de potência com velocidade de 28 km/h (18 milhas).

O seu armamento era: 2 x Ansaldo 15.0/cm 30 Cal Mod.1895

(Calibre: 150mm/Alcance: 14Km), 4 x Krupp 105mm GR Mod.

1895 (Calibre: 105mm/Alcance: 9Km), 8 x Hotchkiss & Comp.

4.7 cm/44 Mk.I Mod.1886 (Calibre: 47mm/Alcance: 7.2Km), 3

tubos lança-torpedos e 3 metralhadoras26.

2- S. Gabriel e S. Raphael 1900, construídos por Forges et

Chantiers, tinham 75 metros de comprimento e 10 de largura,

com um motor de 2650 cavalos. O armamento era composto por

22 Revista Occidente, N.º116, 11 de Março de 1882, p. 6323 Revista Occidente, N.º 287, 11 de Dezembro de 1886, p. 27624 Revista Occidente, N.º 514, 1 de Abril 1893, p. 7525 Dicionário Ilustrado da Marinha, Comandante António MarquesEsparteiro, editora Livraria Clássica, p. 17526 http://museu.marinha.pt/Museu/Site/PT/Extra/Popups/OcruzadorAdamastor.htm

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dois canhões de tiro rápido, quatro de 12 cm, oito de 47

polegadas, duas metralhadoras e um tubo lança torpedos27.

3.9- Bloqueio da esquadra portuguesa em Moçambique

Este bloqueio decretado pelo governo português em

Moçambique, impôs a paragem das exportações e importações

de armas e munições, à excepção da capital Lourenço

Marques.

Este decreto vem na sequência do tratado de Berlim, do

qual Portugal saiu muito prejudicado, perdendo algumas das

suas possessões coloniais. As embarcações enviadas para

essa região foram as corvetas Affonso de Albuquerque; Mindelo e

Rainha de Portugal, as canhoneiras Tâmega; Liberal; Douro; Zaire e

Quanza, para marcar presença e controlar os nativos.

4-“Apontamentos sobre a Marinha de Guerra de

diversos países”28

4.1- “Esquadra Inglesa no Tejo”

Em 1880, Portugal recebeu uma esquadra inglesa,

composta por quatro fragatas couraçadas: Minotaur,

Northumberland, Agincourt e a Achilles. Estas foram construídas no

27 Revista Occidente, N.º782, 20 de Setembro de 1890, p.20828 Revista Occidente, N.º 431, 11 de Dezembro de 1890 p. 274, (uso dotítulo)

17

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início da década de 60, as primeiras três em estaleiros

particulares, e a Achilles no arsenal real de Chatam, sendo

todas totalmente construídas em ferro. A Minotaur,

Northumberland, Agincourt tinham um comprimento de 121.9 metros

(400 pés) e de boca 17.9 metros (59.3), os seus motores

debitam 1350 com velocidades de 22.5 km/h (14 milhas), o

seu armamento foi melhorado e passou de 4 peças de 9

polegadas e 22 peças de 7 na bateria (“1- Antigamente era o

conjunto de peças de um pavimento onde elas jogavam.

Numeravam-se de baixo para cima, sendo em navios de três

baterias, a do convés denominada terceira bateria e as

outras duas primeira e segunda. O número de baterias

classificava o navio. 2- Hoje as peças de bordo agrupam-se

em baterias de acordo com os seus calibres. Há duas:

bateria principal, ou das peças de grosso calibre, e

secundária ou de pequeno calibre, quer se superfície ou

antiaéreas. Modernamente há ainda baterias de torpedos e de

mísseis.”29) de amurada, para17 peças de 12 toneladas

juntamente com uma bateria para salvas. A quarta fragata

couraçada media 115.8 metros por 17.6, tinha 1250 cavalos

que lhe proporcionava uma velocidade de 22.5 km/h. O seu

armamento era igual aos demais.

Esta esquadra pertencia ao canal da Mancha e era

comandada pelo Almirante A. Hood, tendo à sua disposição

3315 praças.30

29 Dicionário Ilustrado da Marinha, Comandante António MarquesEsparteiro, editora Livraria Clássica p. 8130 Revista Occidente, N.º 51, 1 de Fevereiro 1880, p. 22

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4.2- Couraçado Itália 1880

Este navio esteve em Lisboa para o casamento do

príncipe Carlos. Foi construído em Catellemare, com um

comprimento de 120 metros e 22 de largura, 18000 cavalos o

que lhe garantia uma velocidade de 27 km/h ou 17 milhas. O

seu armamento era constituído por quatro canhões de 100

toneladas, mais dezoito canhões de 4 toneladas31.

4.3- Couraçado Trafalgar 1887Este enorme couraçado foi construído em Portsmouth,

possuía 12000 cavalos de potência e atingia os 28 km/h (18

milhas), tinha quatro canhões de 67 toneladas para sua

protecção32.

4.4- Submarino Nordenfeldt 1885

A tecnologia naval evoluiu tanto, que em 1885 as

experiências realizadas com submarinos tiveram êxito. A

possibilidade de navegar debaixo de água iria mudar as

regras do panorama mundial nos anos vindouros. Este

submarino, Nordenfeldt (ficou com o nome do seu inventor)

tinha 19.50 metros e 3.65 de largura, os torpedos eram

colocados na dianteira. A sua tripulação era constituída

por seis homens33.

31 Revista Occidente, N.º270, 21 de Junho de 1886, p.13932 Revista Occidente, N.º402, 21 de Fevereiro de 1890, p. 4333 Revista Occidente, N.º250, 1 de Dezembro de 1885, p. 267

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Em Portugal o proporcionador deste invento foi o 1º

Tenente da Armada Portuguesa, Sr. João Fontes Pereira de

Mello, no qual estabeleceria algumas mudanças no

comprimento e diâmetro, passando o submarino a medir 20

metros por 5, com duas hélices, e movido a electricidade. O

seu armamento seria composto por quatro torpedos

Nordenfeldt e dois Witehead, seria munido de um aparelho

óptico de modo a permitir visualização sem ter que subir à

superfície.

5- Esquadras de Navegação Terrestre34

As Esquadras de Navegação Terrestre surgiram em 1880,

organizado pelas classes sociais mais altas da Ilha da

Madeira, que tinha como intuito o divertimento e a

convivência entre os seus membros. Com o desencadear da 1ª

Guerra Mundial o entusiasmo desvaneceu e foi sugerido pelo

Comandante Militar da Madeira, Coronel Alencastre, a

desmobilizarem.

A primeira a surgir foi a Esquadra Submarina de

Navegação Terrestre, era designada «submarina» porque

quando «atacavam» as embarcações inimigas (uma adega

predefinida cujo o dono fosse previamente avisado desta

incursão, para os receber benevolentemente), deslocavam-se

furtivamente através de poios, por onde passavam por baixo

da folhagem de canaviais e bananeiras. A dita «navegação

34 As Esquadras de Navegação Terrestre, César Pestana, editora “Ilhatur”, 1981,3ª edição

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terrestre» era assim designada visto que era sobre os

terrenos que a esquadra movimentava-se.

A Esquadra Torpedeira de Navegação Terrestre surgiu em

1903, através de membros desertores da submarina, na qual

estes tinham o objectivo de torpedear a submarina. Por

último, surgiu em 1905 a Esquadra Independente de Navegação

Terrestre.

Com o passar dos anos, estas organizações tiveram um

papel de disciplina para os seus membros, sendo que estes

seguiam os rituais da marinha de guerra portuguesa.

Eram constituídas por Almirante, Vice-almirante,

Contra-almirante, Capitão-de-mar-e-guerra, Capitão-Tenente,

1º Tenente, 2º Tenente, Guarda-marinha, Aspirante a

oficial.

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6- Gravuras

6.1- Canhoneiras

Tejo35

35 Revista Occidente, N.º 299, 11 de Abril 1885, p. 8422

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Mond

avi e Bengo36

Rio Ave37

36 Revista Occidente, N.º 52, 15 de Fevereiro 1880, p. 2937 Revista Occidente, N.º 101, 11 de Outubro 1881, p. 232

23

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Vouga38

Zambeze39

6.2- Corvetas

38 Revista Occidente, N.º 224, 11 de Março 1885, p. 6439 Revista Occidente, N.º419, 11 de Agosto 1890, p 184

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Duque da Palmela e Sagres40

Duque da Terceira41

40 Revista Occidente, N.º290, 11 de Janeiro 1887, p1241 Revista Occidente, N.º563, 11 de Agosto 1894, p189

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Affonso de Albuquerque42

6.3- Couraçados

Vasco da Gama43

42 Revista Occidente, N.º214, 1 de Dezembro 1884, p26943 Revista Occidente N.º67, 1 de Outubro 1880, p. 157

26

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6.4- Cruzador

Adamastor44

6.5- Fragata

D. Fernando45

44 Revista Occidente, N.º666, 30 de Junho 1897, p14045 http://alvarescabral69-71.blogspot.com/2008_10_12_archive.html

27

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6.5- Esquadra Submarina de Navegação

Terrestre46

46 As Esquadras de Navegação Terrestre, César Pestana, editora “Ilhatur”, 1981,3ª edição, p.3

28

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6.6- Esquadra Torpedeira de Navegação

Terrestre47

47 As Esquadras de Navegação Terrestre, César Pestana, editora “Ilhatur”, 1981,3ª edição, p. 29

29

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6.7- Esquadra Independente de Navegação Terrestre48

6.8- Submarino Nordenfeldt49

48 As Esquadras de Navegação Terrestre, César Pestana, editora “Ilhatur”, 1981,3ª edição, p. 4949 Revista Occidente, N.º250, 1 de Derzembro 1885, p. 272

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7- Conclusão

Este trabalho trouxe-me um conhecimento mais profundo

acerca da marinha de guerra do séc. XIX, onde podemos

estabelecer uma linha temporal que nos permitirá ver a

evolução da tecnologia e armamento nos navios das marinhas

mundiais. Fiquei de aprofundar os conhecimentos da

tecnologia submarina.

É de salientar que a marinha de guerra portuguesa foi

muito mais que uma força militar de combate, estas

embarcações também ajudavam no transporte de todo o tipo de

mercadorias, como por exemplo em 1884 no transporte de

animais de África para o zoo de Lisboa, em Portugal.

A marinha portuguesa acompanhava as deslocações da

família real portuguesa ao estrangeiro, contribuía para

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adquirir conhecimentos geográficos, e prestava serviços de

socorro a embarcações naufragadas.

Esta nobre força foi criada com o objectivo de

proteger e preservar os interesses de Portugal além-mar.

O objetivo final deste trabalho para o Dr. João

Adriano Ribeiro era que, nós familiarizássemos com as

fontes periódicas. Decidimos manter o documento original,

para não faltar à verdade académica.

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