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Assistncia pr-natal: competncias...Assistncia pr-natal:
competncias...Assistncia pr-natal: competncias...Assistncia
pr-natal: competncias...Assistncia pr-natal: competncias...Cunha
MA, Mamede MV, Dotto LMG, Mamede FVEsc Anna Nery Rev Enferm 2009
jan-mar; 13 (1): 00-00
ASSISTNCIA PR-NATAL: COMPETNCIAS ESSENCIAISDESEMPENHADAS POR
ENFERMEIROS
Esc Anna Nery Rev Enferm 2009 jan-mar; 13 (1): 00-00
RESUMOPesquisa com objetivo de analisar as competncias
essenciais desenvolvidas, na prtica, pelos enfermeiros que atuam na
atenoao pr-natal. Trata-se de estudo descritivo com abordagem
quantitativa, realizado em 16 unidades da rede bsica de sade
domunicpio de Rio Branco-AC. A coleta de dados foi realizada por
meio de observao sistemtica e no participante. Dosenfermeiros que
realizam a consulta pr-natal, apenas dois (11,76%) cursaram
especializao em obstetrcia. Constatamos quea grande maioria das
competncias essenciais esperadas na assistncia pr-natal foi
desenvolvida; entretanto, algumas foramrealizadas com baixa
frequncia, ou seja, no foram realizadas em todas as consultas. Os
resultados revelaram que, apesar dobom desempenho dos enfermeiros,
pertinente avaliar a necessidade de esclarecimentos sobre a
importncia da incorporaode protocolos assistenciais para a melhoria
da qualidade dos servios, a fim de alcanar um nvel timo de
competncia naateno pr-natal.
PPPPPalaalaalaalaalavrvrvrvrvras-cas-cas-cas-cas-chahahahahavvvvveeeee:
Cuidado Pr-natal. Enfermagem Obsttrica. Sade da Mulher. Competncia
Profissional.
Abstract Resumen
This research aimed to analyze the core competencies developedin
practice by nurses working in prenatal care. This descriptivestudy
with a quantitative approach was carried out at 16 basichealth
network units in Rio Branco-AC, Brazil, in 2006. Data werecollected
through systematic and non-participant observation.Only two
(11.76%) of the nurses working in prenatal consultationshad taken a
specialization course in obstetrics. Although thelarge majority of
core competencies expected in prenatal carewere developed, some
were practiced with low frequency levels,that is, not in all
consultations. The results revealed that, despitethe nurses good
performance, the need for clarifications shouldbe assessed, about
the importance of incorporating careprotocols to improve service
quality, with a view to reach anexcellent competency level in
prenatal care.
Keywords: Prenatal care. Obstetric nursing. Womens
health.Professional competency.
1 Enfermeira Obsttrica, Doutora em Enfermagem, Professora
Adjunta da Universidade Federal do Acre. Brasil E-mail:
[email protected], 2 EnfermeiraObsttrica, Professora Titular da
Escola de Enfermagem de Ribeiro Preto da Universidade de So Paulo.
Brasil. E-mail: [email protected], 3 EnfermeiraObsttrica, Doutora
em Enfermagem em Sade Pblica, Professora Adjunta da Universidade
Federal do Acre. Brasil. E-mail: [email protected], 4
Enfermeira Obsttrica, Professora Doutora do Depar tamento de
Enfermagem Materno-Infantil e Sade Pblica da Escola de Enfermagem
de RibeiroPreto da Universidade de So Paulo. Brasil. E-mail:
[email protected].
PESQUISARESEARCH - INVESTIGACIN
Margarida de Aquino Cunha 1
Leila Maria Geromel Dotto3
Investigacin con objetivo de analizar las competenciasesenciales
desarrolladas en La prctica por enfermeros queactan en la atencin
al prenatal. Se trata de estudio descriptivocon aproximacin
cuantitativa, realizado en 16 unidades de lared bsica de salud del
municipio de Rio Branco-AC en 2006.La recolecta de datos fue
realizada mediante observacinsistemtica y no participante. De los
enfermeros que realizanla consulta prenatal, slo 02 (11,76%) cur
saronespecializacin en obstetricia. Constatamos que la gran
mayorade las competencias esenciales esperadas en la
atencinprenatal fue desarrollada, entretanto, algunas fueron
realizadascon baja frecuencia, o sea, no fueron realizadas en todas
lasconsultas. Los resultados revelaron que, a pesar del
buendesempeo de los enfermeros, es pertinente evaluar lanecesidad
de esclarecimientos sobre la importancia de laincorporacin de
protocolos asistenciales para mejorar lacalidad de los servicios a
fin de alcanzar un nivel ptimo decompetencia en la atencin
prenatal.
Palabras clave: Cuidado prenatal. Enfermera obsttrica. Saludde
la mujer. Competencia profesional
Prenatal care: core competencies performed by nurses
Atencin prenatal: competencias esenciales desempeadas
porenfermeros
Marli Villela Mamede 2
Fabiana Villela Mamede4
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Esc Anna Nery Rev Enferm 2009 jan-mar; 13 (1): 00-00
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Assistncia pr-natal: competncias...Assistncia pr-natal:
competncias...Assistncia pr-natal: competncias...Assistncia
pr-natal: competncias...Assistncia pr-natal: competncias...Cunha
MA, Mamede MV, Dotto LMG, Mamede FV
INTRODUO
No mundo, a cada ano, ocorrem 120 milhes de gravidezes,entre as
quais mais de meio milho de mulheres morrem emconsequncia de
complicaes, durante a gravidez ou o parto,e mais de 50 milhes
sofrem enfermidades ou incapacidadessrias relacionadas
gravidez1.
A razo da mortalidade materna no Brasil, segundo oMinistrio da
Sade (MS), em 2002, foi de 50,3 por cem milnascidos vivos. A regio
Nordeste teve o maior ndice, 60,8,seguida da regio Centro-Oeste,
com 60,3, regio Sul, com56,6, e Norte, com 53,2; o menor ndice foi
encontrado naregio Sudeste, com 45,92.
Um atendimento de qualidade no pr-natal podedesempenhar um papel
importante na reduo da mortalidadematerna, alm de evidenciar outros
benefcios sade maternae infantil3.
Vrias instncias internacionais e nacionais tm definidometas na
busca de tornar as gravidezes e partos mais seguros.Uma das
estratgias para o alcance desta meta a participaode um profissional
qualificado no atendimento mulher nociclo gravdico-puerperal1.
O profissional de sade qualificado aquele que tenha sidoeducado
e treinado, com proficincia nas habilidadesnecessrias para o
cuidado e acompanhamento de gravidezese nascimentos normais e
perodo ps-parto imediato4.
No documento da Confederao Internacional das Parteiras(ICM)
sobre as Competncias Essenciais para o Exerccio Bsicoda Obstetrcia
preconizado, para o alcance de uma prticasegura, que os
profissionais tenham conhecimentos ehabilidades especficos e
essenciais na ateno, durante agravidez. O documento salienta que o
Modelo de Cuidado emObstetrcia deva estar baseado na premissa de
que gravidez enascimento so eventos normais de vida, e que os
profissionaisdevem assumir a responsabilidade e responder por sua
prticaprofissional, aplicando conhecimentos e habilidades
atualizadosnos cuidados de sade de cada mulher, de forma
competente5.
A competncia pode ser definida como a habilidade dedesempenhar
uma tarefa especfica, de modo a produzirresultados desejveis. A
competncia considerada o principalmarco do desenvolvimento
profissional, mas ao mesmo tempono o ponto final. Ela vem com a
proficincia e o resultado destatus de expert e com muitos anos de
experincia e crescimentoprofissional6.
Desempenhar e desenvolver as competncias, de acordocom os
padres, a base de sustentao para um adequadodesempenho de
atividades e para garantia da qualidade nasade. A importncia de
desempenhar tarefas, de acordo comos padres estabelecidos, est na
definio para ambos,profissionais e clientes, da necessidade de
realizar um serviode qualidade7.
As normas de ateno ao pr-natal do Ministrio da Sadetm o propsito
de oferecer aos profissionais de sade que
prestam assistncia gestante a normatizao deprocedimentos e
condutas a ser realizada em toda consultapr-natal8. Os padres e
protocolos nacionais que definem otipo de cuidado que se oferece em
cada nvel do sistema desade so essenciais para orientar e apoiar a
prtica da atenode qualidade1.
De acordo com a Lei do Exerccio Profissional daEnfermagem, o
pr-natal de baixo risco pode ser acompanhadointegralmente pela
enfermeira8. A enfermeira possuiembasamento terico-cientfico e
respaldo legal para prestarassistncia pr-natal de baixo risco, e se
esperam dela oacompanhamento e a assistncia populao de
gestantes.
As altas taxas de morbimor talidade materna aindapermanecem como
um desafio a vencer, e a ateno qualificadano pr-natal pode
contribuir significativamente na reduodessas taxas e promover uma
maternidade segura. No entanto,o oferecimento de uma ateno
qualificada est na dependnciado desempenho qualificado por parte
dos profissionais queassistem mulheres na gestao. Nesse sentido, a
ICM vemassumindo o compromisso de estabelecer as
competnciasessenciais em obstetrcia de que um profissional
necessita paraatender de forma competente.
Do exposto, pressupomos que a melhoria da qualidade deassistncia
ao pr-natal e a participao de um profissionalqualificado possam
contribuir significativamente para a reduoda mortalidade materna.
Esse estudo tem como objetivoanalisar as competncias essenciais
desenvolvidas, na prtica,pelos enfermeiros que atuam na ateno ao
pr-natal.
No mundo, a cada ano, ocorrem 120 milhes de gravidezes,entre as
quais mais de meio milho de mulheres morrem emconsequncia de
complicaes, durante a gravidez ou o parto,e mais de 50 milhes
sofrem enfermidades ou incapacidadessrias relacionadas
gravidez1.
A razo da mortalidade materna no Brasil, segundo oMinistrio da
Sade (MS), em 2002, foi de 50,3 por cem milnascidos vivos. A regio
Nordeste teve o maior ndice, 60,8,seguida da regio Centro-Oeste,
com 60,3, regio Sul, com56,6, e Norte, com 53,2; o menor ndice foi
encontrado naregio Sudeste, com 45,92.
Um atendimento de qualidade no pr-natal podedesempenhar um papel
importante na reduo da mortalidadematerna, alm de evidenciar outros
benefcios sade maternae infantil3.
Vrias instncias internacionais e nacionais tm definidometas na
busca de tornar as gravidezes e partos mais seguros.Uma das
estratgias para o alcance desta meta a participaode um profissional
qualificado no atendimento mulher nociclo gravdico-puerperal1.
O profissional de sade qualificado aquele que tenha sidoeducado
e treinado, com proficincia nas habilidadesnecessrias para o
cuidado e acompanhamento de gravidezese nascimentos normais e
perodo ps-parto imediato4.
No documento da Confederao Internacional das Parteiras(ICM)
sobre as Competncias Essenciais para o Exerccio Bsico
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Assistncia pr-natal: competncias...Assistncia pr-natal:
competncias...Assistncia pr-natal: competncias...Assistncia
pr-natal: competncias...Assistncia pr-natal: competncias...Cunha
MA, Mamede MV, Dotto LMG, Mamede FVEsc Anna Nery Rev Enferm 2009
jan-mar; 13 (1): 00-00
METODOLOGIAda Obstetrcia preconizado, para o alcance de uma
prticasegura, que os profissionais tenham conhecimentos
ehabilidades especficos e essenciais na ateno, durante agravidez. O
documento salienta que o Modelo de Cuidado emObstetrcia deva estar
baseado na premissa de que gravidez enascimento so eventos normais
de vida, e que os profissionaisdevem assumir a responsabilidade e
responder por sua prticaprofissional, aplicando conhecimentos e
habilidades atualizadosnos cuidados de sade de cada mulher, de
forma competente5.
A competncia pode ser definida como a habilidade dedesempenhar
uma tarefa especfica, de modo a produzirresultados desejveis. A
competncia considerada o principalmarco do desenvolvimento
profissional, mas ao mesmo tempono o ponto final. Ela vem com a
proficincia e o resultado destatus de exper t e com muitos anos de
experincia ecrescimento profissional6.
Desempenhar e desenvolver as competncias, de acordocom os
padres, a base de sustentao para um adequadodesempenho de
atividades e para garantia da qualidade nasade. A importncia de
desempenhar tarefas, de acordo comos padres estabelecidos, est na
definio para ambos,profissionais e clientes, da necessidade de
realizar um serviode qualidade7.
As normas de ateno ao pr-natal do Ministrio da Sadetm o propsito
de oferecer aos profissionais de sade queprestam assistncia
gestante a normatizao deprocedimentos e condutas a ser realizada em
toda consultapr-natal8. Os padres e protocolos nacionais que
definem otipo de cuidado que se oferece em cada nvel do sistema
desade so essenciais para orientar e apoiar a prtica da atenode
qualidade1.
De acordo com a Lei do Exerccio Profissional daEnfermagem, o
pr-natal de baixo risco pode ser acompanhadointegralmente pela
enfermeira8. A enfermeira possuiembasamento terico-cientfico e
respaldo legal para prestarassistncia pr-natal de baixo risco, e se
esperam dela oacompanhamento e a assistncia populao de
gestantes.
As altas taxas de morbimor talidade materna aindapermanecem como
um desafio a vencer, e a ateno qualificadano pr-natal pode
contribuir significativamente na reduodessas taxas e promover uma
maternidade segura. No entanto,o oferecimento de uma ateno
qualificada est na dependnciado desempenho qualificado por parte
dos profissionais queassistem mulheres na gestao. Nesse sentido, a
ICM vemassumindo o compromisso de estabelecer as
competnciasessenciais em obstetrcia de que um profissional
necessita paraatender de forma competente.
Do exposto, pressupomos que a melhoria da qualidade deassistncia
ao pr-natal e a participao de um profissionalqualificado possam
contribuir significativamente para a reduoda mortalidade materna.
Esse estudo tem como objetivoanalisar as competncias essenciais
desenvolvidas, na prtica,pelos enfermeiros que atuam na ateno ao
pr-natal.
O delineamento do estudo descritivo com abordagemquantitativa. O
local de estudo foi Rio Branco (Acre). Aamostragem aleatria simples
foi composta por 13 Centros deSade (CSs) e 52 Unidades de Sade da
Famlia (USFs), deforma a contemplar 50% do total das unidades.
Foram sorteadostrs CSs (25%) e 13 USFs (25%). A seleo se deu da
seguinteforma: foram enumerados todos os servios, dando a cada
umdeles um nmero e utilizando uma tabela de nmeros
aleatrios;procedeu-se ao sorteio. A amostra final foi constituda
por 16unidades de sade.
A coleta de dados foi feita atravs de observao sistemticae no
participante do desempenho das atividades desenvolvidaspelos
profissionais de enfermagem na ateno pr-natal. Asobservaes, neste
estudo, foram realizadas em todas asunidades pesquisadas, no perodo
da manh ou tarde. No total,foram observadas 61 gestantes.
O instrumento de coleta de dados da observaosistemtica, neste
estudo, foi construdo com base emdocumentos que traduzem os padres
baseados em evidnciacientfica na prtica obsttrica, como segue:
Competnciasessenciais para o exerccio bsico da obstetrcia
(ICM);Assistncia Pr-Natal (2000) Manual Tcnico do MS.
Esteinstrumento foi elaborado na forma de check-list. Ele
foisubmetido a um estudo piloto em uma unidade no selecionada,no
havendo necessidade de reformulao do mesmo.
Esta pesquisa foi desenvolvida de acordo com os parmetrosda
Resoluo 196/96 do Conselho Nacional de Sade eMinistrio da Sade
(1997) que dispem sobre pesquisa queenvolve seres humanos. O Termo
de Consentimento Livre eEsclarecido foi assinado pelas gestantes, e
todas foraminformadas sobre os objetivos da pesquisa, o sigilo e a
no-identificao como participante.
Solicitamos Secretaria Municipal de Sade permisso parao
desenvolvimento da pesquisa, antes de submeter o projeto depesquisa
ao Comit de tica em Pesquisa, da Escola deEnfermagem de Ribeiro
Preto. A coleta de dados foi iniciadaaps a aprovao pelo Comit de
tica em Pesquisa (Protocolo054/2006).
As observaes do atendimento gestante nos CSs foramrealizadas, no
perodo da manh, das 7 s 12 horas e, no perododa tarde, das 12 s 17
horas, enquanto nas USFs foramrealizadas das 7 s 12 horas, e em
apenas uma unidade foramrealizadas das 13 s 17 horas. Foram
efetuadas 61 observaesrelativas consulta pr-natal, todas realizadas
por enfermeiros;17 dessas foram de primeira vez.
Em todas as unidades estudadas, os enfermeiros soresponsveis
pela assistncia pr-natal, diferindo apenas nonmero de consultas
entre os CSs e as USFs. Nas USFs, osenfermeiros realizam menos
consultas em virtude de a clientelade abrangncia ser em menor nmero
e de o atendimento depr-natal no ser realizado todos os dias. Nos
dois modelos
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Esc Anna Nery Rev Enferm 2009 jan-mar; 13 (1): 00-00
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Assistncia pr-natal: competncias...Assistncia pr-natal:
competncias...Assistncia pr-natal: competncias...Assistncia
pr-natal: competncias...Assistncia pr-natal: competncias...Cunha
MA, Mamede MV, Dotto LMG, Mamede FV
estudados, os enfermeiros so responsveis por outrasatividades
alm do pr-natal.
Quanto qualificao profissional, observamos que 11,76%so
enfermeiras obsttricas, e os demais (88,24%) fizeramuma capacitao
para a assistncia pr-natal de 24 a 40 horasde durao.
Os dados foram analisados tendo como parmetros osdocumentos que
estabelecem as polticas e normas de atenoao pr-natal, que so:
competncias essenciais publicadas pelaICM/OMS/OPAS e Manual Tcnico
de Assistncia Pr-Natalpublicado pelo MS. Foi utilizada a estatstica
descritiva para adescrio dos dados, os quais foram apresentados por
meio detabelas de contingncias, frequncia absoluta e
percentual.
ANLISE E DISCUSSO DOS DADOS
Identificamos, em nossa pesquisa, que a anamnese, naprimeira
consulta, foi realizada na maioria das consultas.Realizar a histria
inicial em cada consulta pr-natal uma dashabilidades bsicas
preconizadas pela ConfederaoInternacional das Parteiras.
A Tabela 1 apresenta a frequncia de informaes, durantea
anamnese, na primeira consulta de pr-natal realizada nosCSs e nas
USFs. As informaes sobre antecedentes pessoais,obsttricos, a data
da ltima menstruao e idade gestacionalforam feitas em 94,12% das
consultas, enquanto osantecedentes familiares e ginecolgicos foram
realizados em88,24%, e a informao sobre a data provvel do parto
foifeita em 82,35% das 17 consultas observadas. Vale destacarque,
para uma gestante, a enfermeira solicitou o testeimunolgico de
gravidez (TIG) para diagnstico de gestao, esomente a partir de ento
iniciou o pr-natal.
Conforme as diretrizes do ICM, no levantamento de dadospara o
histrico, devem estar inclusos dados que possibilitemorientao e
educao sobre o cuidado com a sade da mulhere da criana. Esse
cuidado inclui: preparao para a maternidade;o oferecimento de
mtodos de planejamento familiar;identificao de condies anormais na
me e criana; atenoespecializada, quando necessrio, e assistncia de
emergnciaprimria e secundria, na ausncia do mdico5.
TTTTTabela 1 - Distribuio da frequncia do contedo da anamnese na
primeira consulta feita pelosabela 1 - Distribuio da frequncia do
contedo da anamnese na primeira consulta feita pelosabela 1 -
Distribuio da frequncia do contedo da anamnese na primeira consulta
feita pelosabela 1 - Distribuio da frequncia do contedo da anamnese
na primeira consulta feita pelosabela 1 - Distribuio da frequncia
do contedo da anamnese na primeira consulta feita pelosenfermeiros
da rede bsica do municpio de Rio Branco (AC), durante a consulta
pr-natal de 17enfermeiros da rede bsica do municpio de Rio Branco
(AC), durante a consulta pr-natal de 17enfermeiros da rede bsica do
municpio de Rio Branco (AC), durante a consulta pr-natal de
17enfermeiros da rede bsica do municpio de Rio Branco (AC), durante
a consulta pr-natal de 17enfermeiros da rede bsica do municpio de
Rio Branco (AC), durante a consulta pr-natal de 17gestantes
observadas. Rio Branco, 2006.gestantes observadas. Rio Branco,
2006.gestantes observadas. Rio Branco, 2006.gestantes observadas.
Rio Branco, 2006.gestantes observadas. Rio Branco, 2006.
Das 17 consultas de primeira vez, observamos que o clculoda data
da ltima menstruao foi realizado em 94,12% dasconsultas. Este
resultado foi similar ao de Cricima (SC), em2003, onde foi
constatado um percentual de 96,9% pararealizao destes
procedimentos, durante as consultas de pr-natal9.
Os clculos da data provvel do parto e da idade gestacionalforam
realizados em 82,35% e 94,12% das consultas,respectivamente, no
presente estudo. Em uma pesquisa sobreo desempenho profissional de
enfermeiras na assistncia pr-natal, realizada em 2002, no Estado do
Cear (Baturit), foiobservado que a data provvel do parto foi
calculada em 87,5%,e a idade gestacional, em 100% das
consultas10.
A confirmao da idade gestacional na consulta de pr-natal
importante tanto para a avaliao do estado nutricionalda gestante
como para a avaliao do crescimento fetal. Os
clculos da data da ltima menstruao e a data provvel doparto
tambm so parmetros importantes para o profissionalidentificar a
possibilidade de parto prematuro ou ps-datismo,assim como so
informaes que permitem um melhorplanejamento da gestante quanto ao
parto e puerprio10.
Quando analisamos os dados da anamnese a partir dasegunda
consulta em diante, mostrados na Tabela 2,observamos que os
percentuais das informaes foram menorescom exceo do clculo da idade
gestacional que foi verificadoem um pouco mais de 90% das
consultas. Em conformidadecom as normas tcnicas do MS8, no item
roteiro das consultassubsequentes, esto preconizados a reviso da
ficha perinatale anamnese atual e o clculo e anotao da idade
gestacional.Portanto os resultados corroboram, em parte, o
recomendadopelo MS.
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Assistncia pr-natal: competncias...Assistncia pr-natal:
competncias...Assistncia pr-natal: competncias...Assistncia
pr-natal: competncias...Assistncia pr-natal: competncias...Cunha
MA, Mamede MV, Dotto LMG, Mamede FVEsc Anna Nery Rev Enferm 2009
jan-mar; 13 (1): 00-00
TTTTTabela 2 - Distribuio de frequncias do contedo da anamnese a
partir da segunda consulta feitaabela 2 - Distribuio de frequncias
do contedo da anamnese a partir da segunda consulta feitaabela 2 -
Distribuio de frequncias do contedo da anamnese a partir da segunda
consulta feitaabela 2 - Distribuio de frequncias do contedo da
anamnese a partir da segunda consulta feitaabela 2 - Distribuio de
frequncias do contedo da anamnese a partir da segunda consulta
feitapelos enfermeiros da rede bsica do municpio de Rio Branco
(AC), durante a consulta pr-natal depelos enfermeiros da rede bsica
do municpio de Rio Branco (AC), durante a consulta pr-natal depelos
enfermeiros da rede bsica do municpio de Rio Branco (AC), durante a
consulta pr-natal depelos enfermeiros da rede bsica do municpio de
Rio Branco (AC), durante a consulta pr-natal depelos enfermeiros da
rede bsica do municpio de Rio Branco (AC), durante a consulta
pr-natal de44 gestantes observadas. Rio Branco, 2006.44 gestantes
observadas. Rio Branco, 2006.44 gestantes observadas. Rio Branco,
2006.44 gestantes observadas. Rio Branco, 2006.44 gestantes
observadas. Rio Branco, 2006.
Os procedimentos realizados no exame fsico das gestantes pelos
enfermeiros, durante o perodo de observao, foram:avaliao do estado
nutricional, inspeo da pele e mucosas, palpao da tireoide, exame de
membros inferiores (MMII) epesquisa de edema (Tabela 3).
TTTTTabela 3 - Distribuio de frequncias dos procedimentos
realizados no exame fsico pelos enfermeirosabela 3 - Distribuio de
frequncias dos procedimentos realizados no exame fsico pelos
enfermeirosabela 3 - Distribuio de frequncias dos procedimentos
realizados no exame fsico pelos enfermeirosabela 3 - Distribuio de
frequncias dos procedimentos realizados no exame fsico pelos
enfermeirosabela 3 - Distribuio de frequncias dos procedimentos
realizados no exame fsico pelos enfermeirosda rede bsica do
municpio de Rio Branco (AC), segundo a instituio estudada, durante
61 consultasda rede bsica do municpio de Rio Branco (AC), segundo a
instituio estudada, durante 61 consultasda rede bsica do municpio
de Rio Branco (AC), segundo a instituio estudada, durante 61
consultasda rede bsica do municpio de Rio Branco (AC), segundo a
instituio estudada, durante 61 consultasda rede bsica do municpio
de Rio Branco (AC), segundo a instituio estudada, durante 61
consultasde pr-natal observadas. Rio Branco, 2006.de pr-natal
observadas. Rio Branco, 2006.de pr-natal observadas. Rio Branco,
2006.de pr-natal observadas. Rio Branco, 2006.de pr-natal
observadas. Rio Branco, 2006.
Observamos que a avaliao do estado nutricional dasgestantes foi
realizada em 24,59% das consultas. Esse achadodifere do estudo
realizado no Estado do Cear, em 2002, queconstatou que 87,5% das
enfermeiras realizaram a avaliaodo estado nutricional das
gestantes10. Outro estudo realizadoem Campina Grande (Paraba), com
enfermeiros que trabalhamem PSF e atuam no pr-natal, verificou que
apenas 4,16% dosenfermeiros referiram realizar tal avaliao11.
Avaliar a nutrio materna e sua relao com o crescimentofetal um
procedimento recomendado pelo MS8 e tambm umadas habilidades bsicas
adotadas pelas competncias essenciaisda ICM5. um procedimento de
grande importncia, poispermite a identificao das gestantes com
dficit nutricional oucom sobrepeso. O aumento insuficiente de peso
materno estassociado ao crescimento intrauterino retardado,
hipermesegravdica, s infeces, parasitoses, anemias e a outras
doenasdebilitantes, enquanto o aumento excessivo de peso predispe
macrossomia fetal, ao polidrmnio, ao edema e gravidez
mltipla. Na deteco desses casos, a gestante dever serencaminhada
ao servio de alto risco8.
Durante as consultas, observamos que a inspeo da pelee mucosas
foi realizada em apenas 20 consultas (32,79%),percentual baixo
quando se considera que esse tipo deinformao muitas vezes orienta a
presena de anemia, situaodeletria tanto para a gestante quanto para
o feto; da aimpor tncia da realizao desse procedimento
pelosenfermeiros12. Esse resultado foi similar ao da
pesquisarealizada no Cear, em 2002, onde se verificou que
esseprocedimento foi feito em 25% das consultas realizadas
pelasenfermeiras10.
O procedimento de palpao da tireoide, no presenteestudo, foi
realizado apenas pelos profissionais dos CSs emduas consultas. Este
um procedimento que faz parte do examefsico geral da gestante,
preconizado pelo MS8; o profissionaldeve estar atento para o
aumento fisiolgico da glndula datireoide e, na dvida, deve
solicitar exames ou encaminhar agestante para o servio
especializado12.
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Assistncia pr-natal: competncias...Assistncia pr-natal:
competncias...Assistncia pr-natal: competncias...Assistncia
pr-natal: competncias...Assistncia pr-natal: competncias...Cunha
MA, Mamede MV, Dotto LMG, Mamede FV
A pesquisa de edema e o exame dos MMIIs podem estarassociados ao
quadro de pr-eclmpsia ou outras situaespatolgicas8. Em nosso
estudo, essa avaliao foi realizada emmais de 60% das consultas,
enquanto na pesquisa de Moura eRodrigues (2002) foi apenas em 37,5%
10. O objetivo desseprocedimento detectar precocemente a ocorrncia
de edemapatolgico. Contudo, algumas caractersticas, como
localizao,associao do edema com a postura, perodo do dia em que
omesmo ocorre, aumento de temperatura, tipo de calado e se omesmo
est limitado aos MMIIs, devem ser averiguadas. Nessas
situaes, orientaes sobre repouso e acompanhamento dacondio so de
vital importncia para a sade materna efetal. Em caso de edema
generalizado (face, tronco e membros)ou que o edema se manifesta ao
acordar, a gestante deve serencaminhada ao pr-natal de risco8.
A Tabela 4 descreve a frequncia dos procedimentos
clnico-obsttricos que so atividades fundamentais noacompanhamento
pr-natal e so prticas recomendadas peloMS e pela ICM. Constaram do
exame das mamas, da ausculta dobatimento cardiofetal (BCF) e da
medida da altura uterina epalpao, realizados durante a consulta,
por instituioestudada.
TTTTTabela 4 - Distribuio de frequncias dos procedimentos
realizados durante o exame obsttrico pelosabela 4 - Distribuio de
frequncias dos procedimentos realizados durante o exame obsttrico
pelosabela 4 - Distribuio de frequncias dos procedimentos
realizados durante o exame obsttrico pelosabela 4 - Distribuio de
frequncias dos procedimentos realizados durante o exame obsttrico
pelosabela 4 - Distribuio de frequncias dos procedimentos
realizados durante o exame obsttrico pelosenfermeiros da rede bsica
do municpio de Rio Branco (AC), segundo a instituio estudada,
duranteenfermeiros da rede bsica do municpio de Rio Branco (AC),
segundo a instituio estudada, duranteenfermeiros da rede bsica do
municpio de Rio Branco (AC), segundo a instituio estudada,
duranteenfermeiros da rede bsica do municpio de Rio Branco (AC),
segundo a instituio estudada, duranteenfermeiros da rede bsica do
municpio de Rio Branco (AC), segundo a instituio estudada,
durante61 consultas de pr-natal observadas. Rio Branco, 2006.61
consultas de pr-natal observadas. Rio Branco, 2006.61 consultas de
pr-natal observadas. Rio Branco, 2006.61 consultas de pr-natal
observadas. Rio Branco, 2006.61 consultas de pr-natal observadas.
Rio Branco, 2006.
A baixa frequncia (39,34%) da realizao do exame demamas chama
ateno em nossa observao. Esse um exameobsttrico recomendado pelo MS
e que traz importantessubsdios para orientaes relativas ao
aleitamento materno8.Outros estudos relacionados prtica pr-natal de
enfermeirosencontraram resultados superiores aos nossos, ou seja,
50% e41,66%, respectivamente 10,11.
A enfermeira, durante a realizao do exame de mama,deve
aproveitar deste momento para orientar sobre os
aspectosrelacionados ao cuidado com as mamas e mamilos e amamentao,
e o contedo da conversa deve estar de acordocom o perodo
gestacional em que se encontra a gestante ecom o tipo de mamilos
identificado. Deve-se averiguar a presenade ndulos ou
anormalidades, assim como a presena desecreo sanguinolenta. Nesses
casos, a enfermeira deveencaminhar a gestante a servios
especializados para arealizao de propedutica complementar13.
A ausculta dos batimentos cardiofetais uma atividadefundamental
no acompanhamento pr-natal. No presenteestudo, devemos considerar
que, nos locais estudados, haviaunidade que no possua Sonar Doppler
ou estetoscpio dePinard e seis gestantes estavam com menos de 23
semanas degestao, e, em unidades de atendimento que contavam
comestetoscpio de Pinard, a ausculta s no foi feita em
duasgestantes. De acordo com o manual de normas do MS, a auscultade
BCF se torna mais vivel entre a stima e a dcima semanasde gestao
com auxlio do Sonar Doppler, e com o estetoscpiode Pinard, aps a 24
semana8.
O procedimento de ausculta de BCF no pr-natal tem comoobjetivo a
constatao da presena, ritmo, frequncia e anormalidade dos
batimentos cardiofetais8.
Uma pesquisa realizada em uma instituio de So Paulo(SP), cujo
atendimento pr-natal de gestantes de baixo risco de
responsabilidade de enfermeiras obsttricas, docentes deenfermagem,
alunos da ps-graduao e graduao emenfermagem, constatou um registro
de 96,7% de realizaoda ausculta de batimentos cardiofetais14.
Em nosso estudo, em todas as auscultas, os
enfermeirosregistraram os valores da frequncia cardaca fetal.
Entretanto,observamos que muitos deles no realizaram a palpao
dotero em todas as gestantes, quando auscultadas. Cabe salientarque
a identificao do dorso fetal um dos parmetros para aausculta dos
BCFs8.
O procedimento de verificao da apresentao fetal foiobservado em
apenas 32,79% das consultas, diferindo doresultado encontrado em
pesquisa realizada, em 2005, emSo Paulo, regio Sudeste, que
verificou que 97,6% dospronturios das gestantes tinham registro da
realizao de talprocedimento14.
A verificao da apresentao fetal realizada atravs dapalpao
obsttrica com a finalidade de identificar os plosceflico e plvico.
As apresentaes mais frequentes so aceflica e a plvica. Em caso de
situao transversa e plvicano final da gestao, o MS recomenda
encaminhar a gestantepara parto hospitalar, porque essas situaes
podem significarrisco no momento do parto8.
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Assistncia pr-natal: competncias...Assistncia pr-natal:
competncias...Assistncia pr-natal: competncias...Assistncia
pr-natal: competncias...Assistncia pr-natal: competncias...Cunha
MA, Mamede MV, Dotto LMG, Mamede FVEsc Anna Nery Rev Enferm 2009
jan-mar; 13 (1): 00-00
A medida da altura uterina recomendada pelo MS comosendo de
grande importncia para identificar o crescimentonormal do feto e
detectar seus desvios. possvel fazer odiagnstico das causas do
desvio do crescimento fetal e suasrespectivas intervenes8.
Neste estudo, observamos que a verificao da altura uterinafoi
uma habilidade desenvolvida pelos enfermeiros na maioriadas
consultas (90,16%). Outros estudos, realizados nas regiesSudeste e
Nordeste do pas, encontraram que o procedimentoda medida da altura
uterina foi realizado em 97,0% e 100%respectivamente, em todas as
consultas realizadas porenfermeiros 11,14.
O MS preconiza a realizao dos seguintes exameslaboratoriais de
rotina na primeira consulta: grupo sanguneo efator Rh (quando no
realizado anteriormente); sorologia para
sfilis (VDRL); urina (tipo I); hemoglobina (Hb); glicemia
dejejum; colpocitologia onctica (se necessrio); bacterioscopiado
contedo vaginal (se necessrio); teste anti-HIV (deve sersempre
voluntrio) 8.
A Tabela 5 mostra os exames solicitados para as gestantesque
estavam na primeira consulta pr-natal. Das 17 consultasde primeira
vez, 5 gestantes trouxeram os exames realizadosno momento da
consulta; para uma gestante, a enfermeirasolicitou o TIG para
posteriormente iniciar o pr-natal; e outragestante estava na 36
semana de gestao. Para a gestantede 36 semanas, a enfermeira no
solicitou os exames,justificando a demora destes tanto na realizao
como naentrega dos resultados, o que no daria mais tempo antes
doparto. Excluindo essas gestantes, ficou um total de 10
consultasde primeira vez para serem solicitados os exames.
TTTTTabela 5 - Distribuio de frequncias de exames solicitados na
primeira consulta realizada pelosabela 5 - Distribuio de frequncias
de exames solicitados na primeira consulta realizada pelosabela 5 -
Distribuio de frequncias de exames solicitados na primeira consulta
realizada pelosabela 5 - Distribuio de frequncias de exames
solicitados na primeira consulta realizada pelosabela 5 -
Distribuio de frequncias de exames solicitados na primeira consulta
realizada pelosenfermeiros da rede bsica do municpio de Rio Branco
(AC), durante 17 consultas de pr-natalenfermeiros da rede bsica do
municpio de Rio Branco (AC), durante 17 consultas de
pr-natalenfermeiros da rede bsica do municpio de Rio Branco (AC),
durante 17 consultas de pr-natalenfermeiros da rede bsica do
municpio de Rio Branco (AC), durante 17 consultas de
pr-natalenfermeiros da rede bsica do municpio de Rio Branco (AC),
durante 17 consultas de pr-natalobservadas. Rio Branco,
2006observadas. Rio Branco, 2006observadas. Rio Branco,
2006observadas. Rio Branco, 2006observadas. Rio Branco, 2006
Observamos que a maioria dos exames laboratoriais,preconizados
pelo MS, foi solicitada em 100% das consultas,considerando que
apenas para uma gestante no foramsolicitados o grupo sanguneo e o
fator Rh, porque ela j oshavia realizado anteriormente. Um estudo
realizado na regioNordeste do pas, em 2002, mostrou dados
semelhantes,apontando que 100% dos exames laboratoriais de rotina,
naprimeira consulta, foram solicitados pelas enfermeiras
nasunidades estudadas10.
Alm dos exames de rotina, observamos que os
enfermeirossolicitaram tambm os exames considerados
comocomplementares, de acordo com as normas do MS para aassistncia
pr-natal, e tambm outros que no constam emtais normas8.
Foram solicitados os exames para sorologia de hepatite
etoxoplasmose, diferindo do encontrado na pesquisa realizada
no Estado da Paraba, quando constataram que esses examesno so
solicitados pelos enfermeiros entrevistados. Comrelao ao exame de
hemograma, essa mesma pesquisa mostrouresultado similar (100%) ao
nosso, j o exame parasitolgicode fezes foi solicitado com menor
frequncia (75%) do queeste estudo que foi de 100%11.
O exame de ultrassonografia foi solicitado, em nossapesquisa,
para a metade das gestantes, na primeira consulta.Um estudo de
corte transversal com um grupo de 702 purperasconstatou que 96,8%
delas confirmaram ter se submetido aexames de ultrassonografia
durante a gestao15.
A recomendao do MS que deve ser solicitado o examede ultrassom
quando no for possvel determinar a idadegestacional clinicamente8.
Por outro lado, justifica-se arealizao deste exame no primeiro
trimestre gestacional (11-14 semanas), para determinar a medida da
translucncia
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Esc Anna Nery Rev Enferm 2009 jan-mar; 13 (1): 00-00
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Assistncia pr-natal: competncias...Assistncia pr-natal:
competncias...Assistncia pr-natal: competncias...Assistncia
pr-natal: competncias...Assistncia pr-natal: competncias...Cunha
MA, Mamede MV, Dotto LMG, Mamede FV
nucal, a fim de rastrear anomalias cromossmicas, dentre elasa
sndrome de Down, alm de confirmar a presena de batimentoscardacos
fetais para estabelecer a vitalidade embrionria16.
Cabe destacar que os enfermeiros participantes deste
estudoexplicaram s gestantes o motivo para a solicitao dos
exames.Acreditamos que, ao esclarecer as usurias sobre a
importnciae o motivo sobre a indicao dos exames
laboratoriaissolicitados, os enfermeiros esto contribuindo para
ofortalecimento de uma relao de confiana e proximidade dagestante
com o servio e melhoria da qualidade da assistnciano atendimento
pr-natal.
Portanto, a consulta de enfermagem voltada para oatendimento a
gestantes de baixo risco visa a oferecerassistncia integral
clnico-ginecolgica e educativa, atentandopara o aprimoramento do
controle pr-natal, do parto epuerprio18.
CONSIDERAES FINAIS
REFERNCIAS
Identificamos, na realidade estudada, que so as enfermeirasque
acompanham integralmente as gestantes de baixo risco naassistncia
pr-natal. Do universo estudado, apenas duas(11,76%) enfermeiras tm
especializao em obstetrcia, ecom os demais enfermeiros, estas tm
contribudosobremaneira no atendimento mulher no processo de
gestaono municpio de Rio Branco. No entanto, cabe ressaltar
que,pela formao da enfermeira obsttrica, esta detentora
deconhecimentos e habilidades complementares que a
tornamqualificada para prestar assistncia de enfermagem
gestante,podendo contribuir de maneira significativa para a reduo
dosndices de mortalidade materna e perinatal13.
A participao de enfermeiros tem fundamental importnciapara o
fortalecimento da assistncia pr-natal; entretanto, sonecessrios
investimentos na formao de pessoal qualificadopara o atendimento
mulher no ciclo gravdico-puerperal, oque poder ser suprido com a
formao de especialistas emenfermagem obsttrica.
Os resultados deste estudo revelam que as competnciasessenciais
esperadas na assistncia pr-natal, preconizadaspelo Manual de Normas
Tcnicas para Assistncia Pr-Nataldo MS e Confederao Internacional
das Parteiras (ICM), foramdesenvolvidas, entretanto algumas foram
realizadas com baixafrequncia, ou seja, no foram realizadas em
todas as consultas.
As aes e procedimentos mais frequentemente realizadosforam:
realizao da histria inicial (anamnese), data de ltimamenstruao,
data provvel do parto, idade gestacional, examede MMII, pesquisa de
edema, ausculta do BCF, medida da alturauterina, solicitao de
exames laboratoriais. Os menosfrequentes foram: avaliao do estado
nutricional, inspeo depele e mucosas, palpao da tireoide, exame
clnico de mamase palpao abdominal para verificao da posio e
apresentaofetal.
A anlise das competncias essenciais desenvolvidas naassistncia
pr-natal no municpio estudado aponta para a
necessidade de esclarecimentos aos enfermeiros sobre aimportncia
da incorporao de protocolos assistenciais equalificao dos
enfermeiros atravs de cursos deespecializao. Estudos sobre avaliao
de qualidade e impactodo atendimento pr-natal realizado por
enfermeiros na reduode morbimortalidade materna e neonatal no
municpio seriamde grande relevncia para a consolidao de uma prtica
bem-sucedida em Rio Branco.
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Recebido em 30/04/2008Reapresentado em 16/07/2008
Aprovado em 04/10/2008