-
Anlise comparativa de solues de lajes para edifcios estruturados
em ao
Ygor Dias da Costa Lima1
Alex Sander Clemente de Souza2
1 Mestre em Construo Civil pelo Programa de Ps-Graduao em
Construo Civil
UFSCar 2 Prof. Dr. Universidade Federal de So Carlos Programa de
Ps-Graduao em Construo
Civil
Resumo
Este trabalho apresenta uma anlise comparativa entre algumas
solues para as lajes de
edifcios estruturados em ao. So comparados o comportamento
estrutural do sistema de laje
e sua interferncia no comportamento global da edificao bem como
os custos finais do
sistema de piso e da estrutura como um todo considerando tambm
os aspectos construtivos.
Foram consideradas lajes macias, lajes pr-fabricadas com vigotas
protendidas, lajes pr-
fabricadas alveolares, lajes nervuradas e lajes mistas de ao e
concreto com forma de ao
incorporada. Para todas as situaes a estabilidade global do
edifcio foi garantida por um
ncleo rgido, o plano de vigas foi definido em funo das
caractersticas das lajes e a locao
dos pilares permaneceu a mesma para os diferentes tipos de
lajes. Para a comparao de
custos foram includos desde custo de material, mo-de-obra,
montagem e transporte. Os
resultados obtidos permitem avaliar os custos relativos dos
diversos componentes necessrios
a execuo das lajes e da estrutura e o seu impacto no custo total
da obra. Alm disso,
possvel avaliar quais as caractersticas mais competitivas de
cada tipo de laje que subsidia
uma deciso racional sobre a soluo estrutural para lajes de
edifcios em ao.
CONSTRUMETAL 2010 CONGRESSO LATINO-AMERICANO DA CONSTRUO
METLICASo Paulo Brasil 31 de agosto a 2 de setembro 2010
Pag. 1
-
Introduo
Com o desenvolvimento tecnolgico atual e exigncias cada vez mais
rigorosas de racionalizao dos processos construtivos, qualidade,
reduo de prazos e reduo de custos as estruturas em ao despontam
como uma soluo vivel e competitiva. Pesquisas e divulgao de
conhecimentos relativos construo metlica tm contribudo para mudar
paradigmas e para o incremento do uso do ao na construo de edifcios
comerciais, residenciais, grandes coberturas, pontes e passarelas
entre outras aplicaes. No que se refere a edifcios estruturados em
ao so vrias as possibilidades para o sistema estrutural, seja para
as aes horizontais (sistemas de contraventamento) ou para as aes
verticais resistidas e distribudas pelas lajes (DIAS, 2000; SALES
et al. , 1994). No caso das lajes, independentemente do material
estrutural, estas normalmente so em concreto armado ou protendido,
moldadas no local ou pr-moldadas. Nomeado os tipos de lajes mais
usuais tem-se: lajes macias, lajes nervuradas, lajes com vigotas
pr-fabricadas, lajes alveolares entre outras. O comportamento
estrutural e os critrios de anlise e projeto para essas tipologias
de lajes tem sido tema recorrente de estudos e pesquisas tericas e
experimentais com destaque para os seguintes trabalhos: Droppa
(1999), Albuquerque (1999), Mello (2005), Ferreira (2005), Santine
(2005), Petrucelli (2009). Cada um dos diferentes tipo de lajes tem
caractersticas particulares no que se refere a comportamento
estrutural e aos aspectos construtivos que determinam sua escolha
dentro de certos parmetros da estrutura. Neste sentido, Albuquerque
(1999) desenvolveu um estudo comparativo a fim de correlacionar os
ndices de consumo de materiais (concreto, ao e forma) e os
respectivos custos, dentre vrios sistemas estruturais em concreto
armado. O autor estudou um edifcio residencial com opes de laje
macia convencional, laje nervurada, lajes pr-fabricadas, laje
nervurada e laje protendida com monocordoalhas engraxadas. Para o
caso em anlise a estrutura com laje macia convencional resultou com
o maio custo, enquanto a estrutura com laje nervurada apresentou o
menor custo com diferena de 15% em relao opo com laje convencional
macia. Particularmente, para as estruturas metlicas alm das
tipologias de lajes comuns em edifcios de concreto armado h ainda a
possibilidade das lajes mistas de ao e concreto (ou lajes mistas
com forma de ao incorporada). O comportamento e aplicabilidade de
elementos misto de ao e concreto e de lajes mistas em particular
tem sido tema de investigao experimental e terica no Brasil e em
vrios outros pases. (BELTRO, 2003; ANDRADE et al, 2004; CRISINEL
& MARIMON, 2004; VIANNA, 2005, LIMA, 2009) Nas lajes mistas de
ao e concreto assim como nas lajes macias convencionas e mesmo nas
lajes pr-moldadas h a necessidade de lanamento de concreto no
local. No entanto, nas lajes mitas e pr-moldadas se reduz
significativamente os custo com formas e escoramento o que pode ser
interessante para a construo metlica. A utilizao de lajes
nervuradas ou lajes protendidas (excerto as pr-fabricadas) pouco
comum em estruturas de ao mas so possibilidades que merecem anlise
quanto a sua viabilidade estrutural e construtiva. Em edifcios em
ao, normalmente se deseja explorar o comportamento conjunto entre
vigas de ao e a laje de concreto resultando nas vigas mistas de ao
e concreto. Em principio qualquer tipo de lajes pode ser utilizado
para esse fim desde que se detalhe adequadamente a ligao entre laje
e viga para garantir o comportamento conjunto. (De NARDIN et al.
2005, ; De NARDIN & SOUZA, 2008). Neste sentido, David (2007)
investiga o comportamento conjunto em vigas mistas em perfis
formados a frio com lajes treliadas incluindo o material de
enchimento na largura efetiva da laje. Os resultados apontam para
uma reduo no
CONSTRUMETAL 2010 CONGRESSO LATINO-AMERICANO DA CONSTRUO
METLICASo Paulo Brasil 31 de agosto a 2 de setembro 2010
Pag. 2
-
momento fletor resistente de clculo em relao ao momento de
plastificao total da seo mista. Alm disso, constatou-se que a posio
e a taxa de armadura transversal tm pequena influncia na resistncia
da viga mista, embora influenciem o padro de fissurao da laje.
Diante do exposto este trabalho pretende fazer um estudo
comparativo entre as vrias possibilidades de lajes para um edifcio
estruturado em ao considerando aspectos estruturais, construtivos e
econmicos.
Estudo de caso A fim de comparar a influncia do tipo de laje no
comportamento e, sobretudo no custo final da estrutura um edifcio
comercial foi projetado com diferentes sistemas de lajes. O edifcio
escolhido o apresentado na Figura 1 e Figura 2 que uma adaptao do
exemplo apresentado em Bellei et al. (2008). Trata-se de um edifcio
de 8 lajes, com rea total de 4320 m2, com p direiro de 3m, e
espaamento entre pilares de 6m, com arquitetura bastante compatvel
com a que utilizada nas construes de edifcios comerciais em ao.
Figura 1 Edifcio exemplo Planta (cotas em cm)
Figura 2 Elevao do eixo 3 e filas A e D (cotas em cm)
CONSTRUMETAL 2010 CONGRESSO LATINO-AMERICANO DA CONSTRUO
METLICASo Paulo Brasil 31 de agosto a 2 de setembro 2010
Pag. 3
-
Os sistemas de lajes escolhidos para a anlise foram aqueles mais
comumente utilizados em construes de edifcios residenciais e
comerciais, ou seja: lajes macias, laje com vigota pr-moldada
protendida, laje nervurada, laje mista ao-concreto e laje
pr-moldada alveolar. Para cada tipo de laje analisada foi lanada
uma plano de viga compatvel e visando otimizar o pavimento. Em
todos os caso a estabilidade lateral do edifcio garantida por um
ncleo rgido de concreto com ligaes viga-pilar flexveis. A anlise e
o dimensionamento do ncleo rgido no foram includos neste trabalho.
As estruturas foram analisadas no software CAD-TQS utilizando
modelo de prtico espacial. O dimensionamento das lajes, com exceo
das lajes mistas com forma de ao incorpora, foi feito com base nos
procedimentos da NBR 6118:2003 utilizando o software CAD-TQS. Para
a estrutura em ao foi adotado ao do tipo ASTM A36 utilizando sees
tipo I soldadas e /ou laminadas. As sees metlicas foram
dimensionadas segundo os procedimentos da NBR 8800:2008. Foram
consideradas as seguintes aes no pavimento: peso prprio (gerado
automaticamente), piso + revestimento de 150kg/m2 e sobrecarga de
500kg/m2.
Lajes analisadas
Na seqncia (Figura 3 a Figura 8) apresentam-se os planos de
vigas para cada uma das alternativas de lajes analisadas, ou seja:
laje macia, laje com vigota protendida, laje nervurada, laje
pr-moldada alveolar e laje com forma de ao incorporada. Percebe-se
pelas Figura 3 e Figura 4 que foi mantido o mesmo plano de vigas
para as alternativas com laje macia e laje com vigota, no entanto o
sistema construtivos de ambas pode trazer diferenas significativas
nos custos finais. Para a laje macia foi considerado concreto C25,
ao CA 50 e classe de agressividade II de acordo com as prescries da
NBR 6118:2008. O dimensionamento conduziu a uma laje com espessura
de 10 cm e peso prprio de 2,5kN/m2.
Figura 3 Plano de vigas para a alternativa laje macia
No caso da alternativa com laje macia (Figura 3) as vigas foram
dimensionadas com vigas mistas trabalhando em conjunto com laje. J
no caso da laje com vigota (Figura 4) as vigas foram dimensionadas
com vigas de ao isoladas, ou seja, no foi considerada a interao
entre vigas e lajes. Para isso seria necessrio concretar uma regio
de laje macia sobre a viga, pois o material de enchimento da laje
no tem resistncia para compor um sistema misto. Essa
Pag. 4
-
concretagem exigiria acrscimos de formas e escoramentos,
reduzindo a eficincia do sistema de laje com elementos
pr-fabricados.
Figura 4 Plano de vigas para a alternativa laje com vigotas
protendidas
Nas lajes com vigotas protendidas (Figura 4) foi utilizado
concreto C25, ao CA 50 e classe de agressividade II de acordo com
as prescries da NBR 6118:2008, enchimentos com lajotas cermicas,
malha de armadura de distribuio Q-61 e capeamento com espessura de
4cm. O peso prprio da laje com vigotas protendidas atingiu o valor
de 1,8kN/m2. Para o vo da laje adotado de 3m no foi necessrio
escoramento.
Figura 5 Plano de vigas para alternativa laje nervurada
Para a soluo em laje nervurada (Figura 5) foram mantidas somente
as vigas de ao do contorno dimensionadas como vigas de ao isoladas.
Obviamente foi necessrio regies
Pag. 5
-
macias no entorno dos pilares para combater os problemas de
puno. Foi utilizado forma plstica com altura de 32,5cm com
capeamento de 5cm o que resultou em espessura total da laje de
37,5cm com peso prprio de 4,33kN/m2.
Figura 6 Plano de viga laje alveolar
Para a opo de piso com laje alveolar (Figura 6) foram utilizados
painis alveolares protendidos com espessura de 16cm com peso prprio
de 2,5kN/m2. Os painis so produzidos com concretos C45. A direo dos
painis foram alternadas para melhor aproveitamento das vigas tambm
como travamento da estrutura. Na alternativa em laje alveolar as
vigas foram dimensionadas como viga de ao isolada. Obviamente
possvel utilizar vigas mistas com lajes alveolares, porm necessrio
um detalhamento especfico para a conexo laje-viga; essa questo no
foi trabalhada para que a soluo seja a mais convencional possvel. A
Figura 7 e a Figura 8 apresentam os planos de vigas para a
alternativa de laje com forma de ao incorporada. Foram analisadas 2
alternativas: i) Forma metlica com altura de 50mm e espaamento
entre vigas de 2m (Figura 7) afim de reduzir ou eliminar
escoramentos. ii) Forma metlica com altura de 75mm e espaamento
entre vigas de 3m (Figura 7). Em ambos os casos as vigas foram
dimensionadas como vigas mistas de ao e concreto promovendo o
comportamento conjunto laje-viga por meio de conectores de
cisalhamento tipo pino com cabea.
Pag. 6
-
Figura 7 Plano de viga para laje mista com forma de ao
incorporada opo 1
Figura 8 - Plano de viga para laje mista com forma de ao
incorporada opo 2
Para o levantamento de custos de cada alternativa de laje foram
includos custo de material, mo-de-obra e encargo sociais. Esses
custos foram considerados para a cidade de Ribeiro Preto no estado
de So Paulo com eventuais custos com transporte j incluso no custo
dos materiais. No clculo dos custos de escoramentos e formas para a
soluo com laje macia foram consideras duas situaes. Na primeira
situao considerou-se a execuo de uma laje a cada 28 dias utilizando
um nico jogo formas. Na segunda situao foi considerada a execuo de
uma laje a cada sete dias utilizando trs jogos de formas.
Anlise dos resultados Neste item apresentam-se as composies de
custos para cada soluo de laje estudada como tambm uma anlise
comparativa entre essas solues. Procura-se fazer uma anlise
Pag. 7
-
quantitativa dos custos sem, no entanto deixar em segundo plano
uma anlise qualitativa no que tange a racionalizao do processo
construtivo e os prazos de execuo. Nas Tabela 1 a Tabela 6 so
apresentados os custos totais da estrutura para cada uma das
alternativas de lajes analisadas.
Tabela 1 Custos para laje macia Item Descrio Un Quant. Unitrio
Total %
Material M. Obra Material M.Obra Total
1B Laje Macia 2 903.123,12 399.552,00 1.302.675,12 100,00
1. Forma chapa resinada 12mm (reutilizao) m2 4.032,00 45,78
20,00 184.584,96 80.640,00 265.224,96 20,36
2. Armao Aco CA-50 kg 24.000,00 4,10 1,00 98.400,00 24.000,00
122.400,00 9,40
3. Concreto Usinado C25 m3 408,00 257,25 60,00 104.958,00
24.480,00 129.438,00 9,94
4. Escoramento m2 4.032,00 5,63 6,00 22.700,16 24.192,00
46.892,16 3,60
5. Pilares Metlicos Kg 29.520,00 6,00 3,00 177.120,00 88.560,00
265.680,00 20,39
6. Vigas metlicas kg 52.560,00 6,00 3,00 315.360,00 157.680,00
473.040,00 36,31 Como se pode observar na alternativa em laje macia
(Tabela 1) a estrutura metlica representa 56% do custo total,
enquanto formas representam cerca de 20% deste custo o que bastante
elevado. O percentual de custos com forma para a soluo em laje
macia compatvel com o que se obtm em uma estrutura de concreto
armado convencional, levando-se em considerao que, no caso em
estudo, as vigas e pilares so em ao e, portanto, no h formas para
esses elementos.
Tabela 2 Custos para laje pr-moldada com vigotas protendidos
Item Descrio Un Quant. Unitrio Total %
Material M. Obra Material M.Obra Total
2 Laje pr-moldada c/ trilhos protendidos - Superestrutura
888.018,84 399.528,00 1.287.546,84 100,00
1. Armao Ao CA-60 ( tela p/ fiss- Q-61) m2 4.032,00 4,01 1,00
16.168,32 4.032,00 20.200,32 1,57
2. Concreto Usinado C25 m3 204,00 257,25 60,00 52.479,00
12.240,00 64.719,00 5,03
3. Laje pr moldada protendida m2 4.032,00 33,11 10,00 133.499,52
40.320,00 173.819,52 13,50
4. Pilares metlicos kg 28.296,00 6,00 3,00 169.776,00 84.888,00
254.664,00 19,78
5. Vigas metlicas kg 86.016,00 6,00 3,00 516.096,00 258.048,00
774.144,00 60,13 Percebe-se pela Tabela 2 que a participao dos
pilares no custo total no se modificou em relao soluo em laje
macia, porm as vigas no foram dimensionadas como mista acarretando
um aumento percentual do custo das vigas em relao ao custo total.
No entanto o custo desta soluo estrutural com laje pr-moldada com
vigota protendida ainda resultou menor que o custo da soluo em laje
macia. Deve-se considerar tambm o fato do processo construtivo para
as lajes pr-fabricadas com vigotas protendida ser mais racional,
eliminando ou reduzindo formas e escoramentos e, conseqentemente,
reduzindo tempo de execuo.
Tabela 3 Custos para laje nervurada Item Descrio Un Quant.
Unitrio Total %
Material Mo Obra Material M.Obra Total
3 835.930,04 305.553,60 1.141.483,64 100,00
1. Forma 1 - Caambas (472unX7dias/lajeX8lajes) un. 26.432,00
0,80 0,30 21.145,60 7.929,60 29.075,20 2,55
2. Forma chapa resinada 12mm m2 850,00 15,26 20,00 12.971,00
17.000,00 29.971,00 2,63
3. Armao Ao CA-60 ( tela p/ fiss- Q-138) m2 4.032,00 10,14 1,00
40.884,48 4.032,00 44.916,48 3,93
4. Concreto Usinado C25 m3 752,00 257,25 60,00 193.452,00
45.120,00 238.572,00 20,90
5. Armao Aco CA-50 kg 59.608,00 4,10 1,00 244.392,80 59.608,00
304.000,80 26,63
6. Escoramento m2 4.032,00 6,88 6,00 27.740,16 24.192,00
51.932,16 4,55
7. Pilares metlicos kg 33.096,00 6,00 3,00 198.576,00 99.288,00
297.864,00 26,09
8. Vigas metlicas kg 16.128,00 6,00 3,00 96.768,00 48.384,00
145.152,00 12,72
Laje Nervurada - Superestrutura
Pag. 8
-
Obviamente, na opo laje nervurada o custo da estrutura de ao
(Tabela 3) representa um percentual pequeno, quando comparado s
demais solues estruturais. Os custos com a laje aumentaram, mas o
custo total desta soluo ainda resultou inferior aos custos das
solues com lajes macias e com laje com vigota pr-moldada
protentida. Como pode ser perceber na Tabela 4 a soluo em
estrutural com laje alveolar apresenta o maior custo, porm como um
processo construtivo sem formas e escoramentos. H ainda nesta soluo
um custo adicional de mobilizao de equipe e equipamento de montagem
dos painis alveolares.
Tabela 4 Custos para laje alveolar Item Descrio Un Quant.
Unitrio Total %
Material Mo Obra Material M.Obra Total
4 978.808,98 401.676,00 1.380.484,98 100,00
1. Armao Ao CA-60 ( tela p/ fiss- Q-138) m2 4.032,00 10,14 1,00
40.884,48 4.032,00 44.916,48 3,25
2. Laje Alveolar Protendida m2 4.032,00 88,50 356.832,00 -
356.832,00 25,85
3. Concreto Usinado C25 ( capa + rejunte) m3 202,00 257,25 60,00
51.964,50 12.120,00 64.084,50 4,64
4. Pilares Metlicos kg 29.724,00 6,00 3,00 178.344,00 89.172,00
267.516,00 19,38
5. Vigas metlicas kg 58.464,00 6,00 3,00 350.784,00 175.392,00
526.176,00 38,12
6. Mo de obra + equipamentos m2 4.032,00 30,00 - 120.960,00
120.960,00 8,76
Laje Alveolar - Superestrutura
Na laje mista com forma metlica com 50mm de altura apesar de ter
sido utilizado um nmero maior de vigas, para eliminar o escoramento
da laje, ainda apresentou um custo inferior s demais solues de
lajes analisadas Tabela 5.
Tabelas 5 Custos para laje com forma de ao incorporada
(h=50mm)
Item Descrio Un Quant. Unitrio Total %
Material Mo Obra Material M.Obra Total
5 Laje mista MF-50 - Superestrutura 694.488,90 288.561,60
983.050,50 100,00
1. Armao Ao CA-60 ( tela p/ fiss- Q-75) m2 4.032,00 5,03 1,00
20.280,96 4.032,00 24.312,96 2,47
2. Concreto Usinado C25 m3 344,00 257,25 60,00 88.494,00
20.640,00 109.134,00 11,10
3. Escoramento das vigas un. 62,00 33,27 6,00 2.062,74 372,00
2.434,74 0,25
4. Steel deck m2 4.032,00 36,60 147.571,20 - 147.571,20
15,01
5. Pilares metlicos kg 27.840,00 6,00 3,00 167.040,00 83.520,00
250.560,00 25,49
6. Vigas metlicas kg 44.140,00 6,00 3,00 264.840,00 132.420,00
397.260,00 40,41
7. Mobilizao montagem do steel deck vb 1,00 1.900,00 1.900,00 -
1.900,00 0,19
8. Mobilizao mquina stud bolt vb 1,00 2.300,00 2.300,00 -
2.300,00 0,23
9. Mo de obra de montagem do steel deck m2 4.032,00 11,80 -
47.577,60 47.577,60 4,84
Dentre todos os sistemas de laje analisados a soluo de laje
mista com forma metlica de altura 75mm apresentou o menor custo
total. O custo final para as duas solues adotadas para as lajes
mistas foram praticamente os mesmos (Tabela 5 e Tabela 6). Nas
solues em lajes mistas devem-se considerados adicionalmente os
custos com mobilizao de mo-de-obra para montagem do steel deck.
Pag. 9
-
Tabelas 6 Custos para laje com forma de ao incorporada (h=75mm)
Item Descrio Un Quant. Unitrio Total %
Material Mo Obra Material M.Obra Total
6 Laje mista MF-75 - Superestrutura 703.197,48 279.603,60
982.801,08 100,00
1. Armao Ao CA-60 ( tela p/ fiss- Q-75) m2 4.032,00 5,03 1,00
20.280,96 4.032,00 24.312,96 2,47
2. Concreto Usinado C25 m3 416,00 257,25 60,00 107.016,00
24.960,00 131.976,00 13,43
3. Escoramento das vigas un. 44,00 33,03 6,00 1.453,32 264,00
1.717,32 0,17
4. Steel deck m2 4.032,00 40,85 164.707,20 - 164.707,20
16,76
5. Pilares metlicos kg 27.552,00 6,00 3,00 165.312,00 82.656,00
247.968,00 25,23
6. Vigas metlicas kg 40.038,00 6,00 3,00 240.228,00 120.114,00
360.342,00 36,66
7. Mobilizao montagem do steel deck vb 1,00 1.900,00 1.900,00 -
1.900,00 0,19
8. Mobilizao mquina stud bolt vb 1,00 2.300,00 2.300,00 -
2.300,00 0,23
9. Mo de obra de montagem do steel deck m2 4.032,00 11,80 -
47.577,60 47.577,60 4,84 Nos grficos das Figura 9 a Figura 12
apresenta-se um comparativo de custo para os materiais isolados em
cada tipo de laje.
Figura 9 Custo de armadura Figura 10 Custo concreto
Figura 11 Custo com escoramento Figura 12 Custo estrutura de ao
Pode-se observar pelos grficos e tabelas anteriores que os custo
relativos dos materiais variam significativamente entre os tipos de
lajes estudados. O custo relativo da estrutura metlica varia de 38%
(para a laje nervurada) a 79% (para laje com vigota protendida).
Enquanto o custo com concreto moldado no local variou de 4,6% (para
a laje alveolar) a 13,5% (para a laje com forma de ao incorporada).
Essas variaes dificultam a anlise de custo em funo dos insumos
individualmente, e deixa claro que variaes no preo de mercado de
alguns desses insumos pode alterar significativamente o custo
global de cada uma das solues estudadas.
Pag. 10
-
No h diferenas significativas no custo total das estruturas com
lajes mistas em funo da altura da forma metlica adotada. Os grficos
da Figura 13 e Figura 14 apresenta uma comparao do custo global
(relativo e absoluto) da estrutura para as solues de laje
analisadas separando custo de material e custo de mo-de-obra.
Figura 13 Custo total Figura 14 Acrscimos de custos
relativos
Pelo comparativo do grfico da Figura 13 percebe-se que a
estrutura de menor custo foi aquela com laje mista com forma de ao
incorporada (forma metlica com 75mm de altura); enquanto o maior
custo foi a estrutura com laje alveolar sendo o custo desta soluo
40% superior a soluo com laje mista. No grfico da Figura 14
apresenta-se a diferena percentual no custo das estruturas em relao
a soluo mais econmica , ou seja laje mista com forma metlica de
altura 75mm. No houve diferenas significativas no custo total das
estruturas com lajes mistas em funo da altura da forma metlica. A
soluo com laje nervurada foi a soluo mais econmica depois das
estruturas com lajes mistas. Ressalta-se que esta uma soluo pouco
usual porm competitiva em termos de custos, podendo ser uma
alternativa a ser considerada aos edifcios totalmente com concreto
armado.
Comentrios finais Foi feito um estudo com vrios sistemas de laje
para edifcios em estruturas metlicas com o objetivo de avaliar o
comportamento estrutural e a influencia do tipo de laje no custo
global da estrutura. Um edifcio de oito pavimentos, com arquitetura
e estrutura compatveis com as construes realizadas comercialmente,
foi projetado com os seguintes sistemas de lajes: laje macia, laje
pr-moldada, laje nervurada, laje alveolar, laje mista com forma de
ao incorporada. A estrutura resultou com menor custo quando se
considerou a laje mista de ao e concreto com forma metlica de
altura 75mm. A soluo de maior custo resultou a estrutura com laje
alveolar. Comparativamente o custo da estrutura com laje alveolar
resultou 40% superior ao edifcio com laje mista. A alternativa com
laje nervurada, que uma soluo pouco usual para laje de edifcios em
ao resultou na soluo com o terceiro menor custo perdendo apenas
para as duas alternativas com lajes mistas de ao e concreto. No
entanto, para essa soluo com laje nervurada, o custo da laje
representa 58% do custo total.
Pag. 11
-
No se pretende, com este trabalho, indicar uma soluo-padro ou
ideal, essas diferenas de custos numricos no podem ser analisadas
friamente, devem ser avaliadas dentro do contexto do
empreendimento. Alm dos custos devem ser verificadas as condies
construtivas, a equipe de trabalho, a mo de obra e os materiais
disponveis na regio. Ressalta-se tambm que extrapolaes desses
resultados para outras tipologias de edifcios devem ser feitas com
muito cuidado, no h garantias que esses resultados se verifiquem
para situaes diferentes das analisadas aqui.
Bibliografia
ALBUQUERQUE, A. T. Anlise de alternativas estruturais para
edifcios em concreto
armado. 202p. 1999. Dissertao (Mestrado em Engenharia de
Estruturas). Escola de
Engenharia de So Carlos, Universidade de So Paulo, So
Carlos,1999.
ANDRADE, A., VELLASCO, P., SILVA, J., TAKEY, T. Standardized
composite slab
systems for building constructions. Journal of Constructional
Steel Research, 60, p. 493
524. 2004.
BELLEI, I. H. ; PINHO, F. O. ; PINHO. M. O. Edifcios mltiplos
andares em ao. 2 Ed.
Editora Pini. So Paulo. 2008.
BELTRO, A. J. N. Comportamento estrutural de lajes mistas com
corrugaes na alma de
perfis de chapa dobrada. Rio de Janeiro: Departamento de
Engenharia Civil PUCRio,
2003. 124p. (Dissertao de Mestrado).
c. A new method for the design of composite slabs. Journal of
Constructional Steel
Research, 60, p. 481491. 2004.
CSA S13601. orth american specification for the design of
coldformed steel structural
members, AISI Committee on Specifications, CSA's S136 Committee
and CANACERO,
2001.
De NARDIN, S. ; SOUZA, A. S. C. ; EL DEBS, A.L. Comportamento
conjunto em elementos mistos
de ao e concreto: dispositivos mecnicos. In: Congresso Latino
Americano de Construo Metlica -
Construmetal 2008, So Paulo.
De NARDIN, S. ; SOUZA, A.S.C. ; EL DEBS, A.L. ; EL DEBS, M. K..
Estruturas mistas ao-
concreto: origem, desenvolvimento e perspectivas. In: 47
CONGRESSO BRASILEIRO DO
CONCRETO, Olinda, 2005.
DAVID, D. L. Anlise terica e experimental de conectores de
cisalhamento e vigas mistas
constitudas por perfis de ao formados a frio e laje de vigotas
pr-moldadas. 220p. 2007.
Pag. 12
-
Tese (Doutorado em Engenharia de Estruturas). Escola de
Engenharia de So Carlos,
Universidade de So Paulo, So Carlos, 2007.
DIAS, L. A. M. Estruturas de ao: Conceitos, Tcnicas e Linguagem.
1 Ed. Editora
Zigurate. So Paulo. 2000
DROPPA, A J. Anlise estrutural de lajes frmadas por elementos
pr-moldados tipo
vigota com armao treliada. 177 p. Dissertao (Mestrado em
Engenharia de Estruturas).
Escola de Engenharia de So Carlos, Universidade de So Paulo, So
Carlos,1999.
MELLO, A. L. Clculo de lajes lisas com protenso parcial e
limitada. 128P. 2005.
Dissertao (Mestrado em Construo Civil). Universidade Federal de
So Carlos. 2005.
FERREIRA, A. M. Clculo de lajes lisas com protenso parcial e
limitada. 182. 2005. Dissertao
(Mestrado em Construo Civil). Universidade Federal de So Carlos.
2005.
PETRUCELLI, N. S. Consideraes sobre projeto e fabricao de lajes
alveolares
protendidas. 190p. 2009. Dissertao (Mestrado em Construo Civil).
Universidade Federal
de So Carlos. 2009.
PETER A. ; NACCARATO, P.E., Vice-president of ODonnell &
accarato, (2001). Steel &
Precast slab construction system for mid and high-rise
residential buildings.
LIMA, Y.D.C. Alternativas de sistemas de lajes para edificios
estruturados em ao. 119p. 2009.
Dissertao (Mestrado em Construo Civil). Universidade Federal de
So Carlos. 2009.
SALES, J. J. ; MALITE, M.; GONALVES, R. M. Construes em ao:
Projeto - So
Carlos, (apostila) Escola de Engenharia de So Carlos, 1994.
SANTINE, C. R. Projeto e construo de lajes pr-moldades de
concreto armado, 180p. 2005.
Dissertao (Mestrado em Construo Civil). Universidade Federal de
So Carlos. 2005.
VIANNA, J. C. Sistema de laje mista para edificaes residenciais
com uso de perfis
embossados de chapa dobrada. 2005. 189p. (Dissertao de Mestrado)
Departamento de
Engenharia Civil PUCRio. 2005.
Pag. 13