• Implementação do Novo programa de Português para o Ensino Básico A docente: Lurdes Nunes Bessa
• Implementação do Novo programa de Português para o Ensino Básico
A docente: Lurdes Nunes Bessa
Organização programática do
1.º CicloGuião de análise
Este ciclo privilegia um desenvolvimento integrado nas actividades e áreas do saber.
Visa facultar aos alunos a apropriação de procedimentos e instrumentos de acesso à informação, nomeadamente a utilização das TIC (tecnologias da informação e comunicação) e de construção do conhecimento, bem como aprendizagens significativas, essenciais no seu crescimento pessoal e social.
Embora se constitua um ciclo único, entende-se aqui que o 1.º Ciclo compreende, pela sua especificidade dois momentos:
Primeiro momento: Composto pelos dois anos iniciais as aprendizagens devem desenvolver nos alunos comportamentos verbais e não verbais adequados a situações de comunicação com diferentes graus de formalidade.A comunicação oral desempenha, nesta etapa, uma dupla função: uma função de carácter adaptativo ao novo ambiente escolar e à consequente integração dos alunos numa nova comunidade de aprendizagem;
uma função de capacitação dos alunos para se exprimirem de modo mais fluente e ajustado às situações (p. ex.: relatando acontecimentos, retendo a informação relevante, formulando perguntas e respostas, etc.).
É também neste momento em que os alunos tomam consciência das relações essenciais entre a língua falada e a língua escrita.
Nele apresentam-se como fundamentais: a aprendizagem de novas convenções sobre o modo como o texto escrito se organiza, o uso correcto da pontuação, o alargamento do repertório lexical e o domínio de uma sintaxe mais elaborada. Em simultâneo, deve processar-se a aprendizagem gradual de procedimentos de compreensão e de interpretação textual, associados à promoção do desenvolvimento linguístico dos alunos, à sua formação como leitores e à ampliação do conhecimento experiencial sobre a vida e sobre o mundo.
Compreensão do oral:
1.º e 2.º anos- Saber escutar para reproduzir pequenas mensagens e para cumprir ordens e pedidos.- Prestar atenção a breves discursos sobre assuntos que lhe são familiares, retendo o essencial da mensagem.- Compreender o essencial de histórias contadas, de poemas e de textos da tradição oral.
3.º e 4.º anos- Saber escutar, para organizar e reter informação essencial, discursos breves em português padrão com algum grau de formalidade.- Distinguir entre facto e opinião, informação implícita e explícita, o que é essencial do que é acessório.
1.º e 2. Anos- Falar de forma clara e audível.- Esperar a sua vez, saber pedir a palavra.- Formular pedidos e perguntas tendo em conta a situação e o interlocutor.- Narrar situações vividas e imaginadas.
3.º e 4.º anos- Pedir e tomar a palavra e respeitar o tempo de palavra dos outros.- Planificar e apresentar exposições breves sobre temas variados.- Produzir breves discursos orais em português padrão com vocabulário e estruturas gramaticais adequados.
TEXTOS LITERÁRIOS E PARALITERÁRIOS: TEXTOS NÃO LITERÁRIOS:
. narrativas de literatura portuguesa clássica e contemporânea (originais ou adaptações). narrativas de literaturas de países de língua oficial portuguesa (originais ou adaptações). narrativas de literatura universal, clássica e contemporânea (originais ou adaptações). textos de literatura popular e tradicional (cancioneiro, contos, mitos, fábulas, lendas…). narrativas de literatura para a infância, portuguesas e estrangeiras:
. textos dos media (notícia, reportagem, entrevista, publicidade). textos de manuais escolares; textos científicos; textos de enciclopédias, de glossários, de dicionários…. cartas, correio electrónico, SMS, convites, avisos, recados. blogue, fórum. textos instrucionais:regulamentos, receitas, regras, normas. índices, ficheiros, catálogos. roteiros, mapas, legendas. planos, agendas, esquemas, gráficos
TEXTOS LITERÁRIOS E PARALITERÁRIOS:
TEXTOS NÃO LITERÁRIOS:
- de aventuras- fantásticas- com forte ligação ao real. textos dramáticos. poemas, canções. biografias; autobiografias. descrições, retratos, auto-retratos. banda desenhada. diários; memórias. relatos de viagem. relato histórico. adaptações para filmes e séries de televisão de obras de literatura para infância ou outras adequadas e esta faixa etária.
No que se refere à escrita, a aprendizagem das correspondências som/letra e a compreensão das diferentes funções da escrita serão o ponto de partida, sempre em estreita relação com a aprendizagem da leitura. A aprendizagem da escrita implica o desenvolvimento de três competências: a competência gráfica (relativa ao desenho das letras); a competência ortográfica (relativa ao domínio das convenções da escrita); a competência compositiva (relativa aos modos de organização das expressões linguísticas para formar um texto). As duas primeiras competências devem ser automatizadas o mais cedo possível para permitir à criança maior disponibilidade para investir nas tarefas que dizem respeito à competência compositiva.
Consideram-se 3 fases no processo de produção de textos:
A Planificação – Aqui equaciona-se o objectivo da comunicação, o tipo de texto mais adequado, geram-se ideias e elabora-se um plano.
A textualização – Corresponde à redacção do texto segundo um plano previamente elaborado. Seleccionamos o vocabulário, organizamos as frases, a organização das palavras em frases, em parágrafos e em texto, ou seja, fazemos com que o texto seja coerente.
A revisão – Fazemos uma leitura para aperfeiçoamento do texto.A realização destas tarefas não é linear podendo ocorrer em diferentes momentos do processo de escrita. Aquando da textualização realizam-se também tarefas de planificação e revisão.
Para o desenvolvimento da autonomia da escrita, numa fase inicial, o espaço sala de aula deve conter referencias expostos que possibilitem à criança descobrir, de forma cada vez mais autónoma, a informação que precisa para produzir os seus escritos.
A partir de textos escritos pelas crianças promover-se-á a reflexão em interacção, orientada pelo professor, com vista à expansão e ao aperfeiçoamento dos mesmos.
Os alunos devem viver situações variadas, aprendendo a produzir diferentes tipos de texto para que desenvolvam da melhor maneira a competência da escrita.
As situações da escrita criadas deverão ser o mais expressivas possível para que as crianças interiorizem as diferentes funcionalidades da escrita e se apropriem dos diferentes tipos de texto.
Para valorizar as produções dos alunos deverão ser criadas contornos que possibilitem a sua divulgação, nomeadamente blogues, jornais de turma e de escola etc.O papel do professor deverá ser de regulador, orientador e de apoio.
1º e 2º anos (1º momento)• A nível do plano Fonológico
Actividades que permitam a identificação do número de palavras numa frase, o número de sílabas e fonemas numa palavra.• Plano Morfológico
Utilizar a flexão dos nomes, adjectivos e verbos na produção de frases e de pequenos textos.• Plano das classes de palavras
Elaborar descrições utilizando adjectivos• Plano sintáctico
Actividades de expansão e redução de frases.Aplicar a noção de concordância sujeito-predicado na produção de frases
• Plano lexical e semânticoAquisição de vocabulário (por temas, áreas de interesse, relativo ao conhecimento do Mundo.Lista de sinónimos, antónimos, de famílias de palavras, como suporte à produção oral e escrita.• Plano discursivo e textual
Actividades que permitam descobrir algumas diferenças entre texto oral e texto escrito: gestos, olhares, pausas, repetições.• Plano das representações gráfica e ortográfica
Actividades que permitam descobrir algumas regularidades. Ex: a ocorrência de “m” antes de “p”ou “b”; o “s” entre vogais.A ordem alfabética: na consulta de dicionários ilustrados; na construção de listas de palavras.
3º e 4º anos (2º momento)
• Plano fonológico – utilizar os diferentes tipos de entoação em actividades de expressão oral
• Plano Morfológico – verbos regulares e verbos regulares mais frequentes: dizer, estar, fazer, ir, poder, querer, ser, ter.
• Plano das classes das palavras – verificação experimental do valor do adjectivo em textos (nos seus diferentes graus).
• Utilizar pronomes para evitar repetição dos nomes.• Plano sintáctico – possibilitar a descoberta do núcleo de cada
constituinte da frase (nome-GN; verbo-GV).
• Plano lexical e semântico – transformar frases afirmativas em frases negativas – não, nunca – e vice-versa.
• Listas de sinónimos, antónimos de famílias de palavras, mapas semânticos como suporte à produção oral e escrita.
• Plano de representação gráfica e ortografia – actividades que permitam utilizar os sinais de pontuação para: representar aspectos da entoação, delimitar constituintes da frase, representar tipos de frase.
• Aplicar os acentos gráficos, diacríticos e sinais auxiliares da escrita na produção de textos.
Este ciclo
privilegia um desenvolvimento integrado nas actividades e áreas do saber.
Visa facultar aos alunos a apropriação de procedimentos e instrumentos de acesso à informação, nomeadamente a utilização das TIC (tecnologias da informação e comunicação) e de construção do conhecimento, bem como aprendizagens significativas, essenciais no seu crescimento pessoal e social.
Organização programática do
2.º CicloGuião de análise
Momento de confronto dos alunos com uma realidade completamente diferente daquela com que estava habituado a trabalhar:
• Pluralidade de disciplinas;
• Pluralidade de professores;
• Sistema de gestão de controlo do tempo mais rígido e fragmentado.
Nível global de desempenho esperado num aluno que conclua o segundo ciclo:
• O aluno deve ser demonstrar um raciocínio mais formal baseado na actividade experimental, em princípios lógicos e em generalizações, revelando um domínio progressivo do português padrão. Pretende-se que a complexificação dos conteúdos seja, igualmente acompanhada por um desenvolvimento progressivo da autonomia e capacidade crescente de utilização de recursos variados.
• Curso de Formação Programa estruturado por ciclo;
• Dividido por competências específicas perfeitamente interligadas;
• Para cada competência específica são apresentados: descritores de desempenho, conteúdos e algumas notas;
• Assenta no princípio da progressão entre ciclos e dentro do próprio ciclo: 5º ano (momento de consolidação do primeiro ciclo, 6º ano (alicerces para o 3º ciclo).
Compreensão do oral: No segundo ciclo espera-se que, como no primeiro ciclo, o aluno seja capaz de escutar, para organizar e reter informação, sendo que a extensão dos discursos, assim como o seu grau de formalidade estão sujeitos a uma maior complexidade. Pretende-se, igualmente, que o aluno, para além de distinguir factos de opiniões, esteja apto a interpretar, emitir e fundamentar opiniões e argumentos, adoptando uma postura mais reflexiva e crítica.
Expressão oral: Enquanto que no primeiro ciclo o aluno é confrontado com a necessidade de recorrer às estruturas elementares do português padrão para se expressar, no segundo ciclo, é esperada uma maior complexidade e formalidade nas estruturas utilizadas. Não só é necessário comunicar oralmente, mas também se espera que sejam capazes de organizar o seu discurso de uma forma coerente, fundamentada e adequada aos objectivos e destinatários.
O programa prevê uma grande flexibilidade na escolha dos textos a tratar, sendo a selecção dos mesmos da responsabilidade do professor, obedecendo a cinco critérios, a saber:
• Representatividade e qualidade dos textos;
• Integridade das obras (é crucial que se respeitem a autoria, a fonte e outros dados de identificação ou origem. Evitar cortes ou adaptações);
• Diversidade textual (experimentar textos com finalidades e funcionalidades diferentes, utilizando vários recursos – TIC, literacia visual apoiada em imagens;
• Progressão (pretende-se passar do que os alunos já conhecem para um patamar gerador de curiosidade, de interesse e entusiasmo pelo que descobrem e mobilizam;
• Intertextualidade (levar os alunos a perceber que o texto não vive por si só, alertando para a existência de redes transtextuais em q se processa a citação, a absorção e a transformação de textos).
Objectivos: Pretende-se intensificar a curiosidade e o desejo de pensar e de conhecer. Espera-se que os alunos consigam constituir-se como uma comunidade de leitores, de intérpretes e de divulgadores de textos.
Escrever para responder a diferentes propostas de trabalho, recorrendo a técnicas de selecção, registo, organização e transmissão de informação;
Utilizar com autonomia processos de planificação, textualização e revisão com recurso a instrumentos de apoio e recursos informáticos;
Escrever em termos pessoais e criativos, em diferentes suportes e num registo adequado ao leitor visado, adoptando as convenções próprias do tipo de texto;
Produzir textos coerentes e coesos em português padrão,com tema de abertura e fecho congruente, com umademarcação clara de parágrafos e períodos e com uso correcto da ortografia e da pontuação.
Promover momentos específicos de trabalho em oficina deescrita, apoiando os alunos na planificação, textualização erevisão dos textos. Assim como, promover, apoiar, regular e orientar na selecção dos recursos a utilizar para a produção do texto.
Algumas sugestões:
Actividades visando o contacto com as diferentes variedades do português;Recurso a listas de palavras para exercitar a voz e o ouvido na manipulação de sons e na identificação de fonemas;Manipulação de palavras com sequências de duas vogais que não pertencem à mesma sílaba;Reconstrução e reinvenção de palavras com base na alteração da estrutura silábica;Actividades para descoberta, comparação e distinção de diferentes processos de formação de palavras compostas;Exercícios de pronominalização;Actividades em laboratório de língua;Jogos de linguagem, leitura de poemas lúdicos, para observar e manipulação de palavras polissémicas. Consulta de dicionários e manipulação de informação lexicográfica;
Exercícios para o estabelecimento de relações classe-elemento e parte-todo;Participação na elaboração de glossários e listas organizadas de termos; produção de textos, em Oficina de Escrita;Transformação de frases afirmativas dos diferentes tipos em frases negativas e vice-versa. Actividades para descoberta e identificação de palavras com significado negativo que determinam a polaridade negativa nas frases em que ocorrem;Actividades de descoberta, produção ou interpretação de diferentes tipos enunciados de acordo com o objectivo discursivo, focando a atenção dos alunos nos seguintes aspectos: selecção de verbos performativos ou de verbos que exprimam adequadamente o propósito ilocutório; modo verbal; advérbios; interjeições; entoação (modo oral); sinais de pontuação (modo escrito);Transformação do discurso directo em indirecto.
• Utilizar criticamente a Internet na busca e no tratamento de informação multimodal, em função de diferentes objectivos de estudo;
• Utilizar programas informáticos tendo em vista uma apresentação cuidada de trabalhos;
• Utilizar programas de processamento e edição de texto para as tarefas de revisão da escrita;
• Trocar e partilhar informação por via electrónica, respeitando regras de comportamento no uso da Internet;
• Ser crítico, relativamente ao uso das TIC no acesso à informação, na resolução de problemas ou na produção de trabalho criativo.
Organização programática do
3.º CicloGuião de análise
Organização por Competências:
- Compreensão/expressão oral- Leitura- Escrita- Conhecimento explícito da Língua
(pp 73,94, 112, 131)
Alargamento e complexificação de formas de raciocínio, deorganização e de comunicação de saberes e pontos de vista:
2º Ciclo - situação nova, identificação e reconhecimento (Classes de palavras, B3, p 94);
3º Ciclo - continuação, alargamento, aprofundamento e complexidade progressivos (Classes de palavras, B3, p131)
Conjunto alargado de textos – escritos, falados, visuais, do quotidiano e dos média: ampliar conhecimentos, construção e partilha de uma cultura literária (pp 136 a 139).
(pp149 e 150)… escrita pessoal e escrita criativa, respondendo de forma concreta às dificuldades dos alunos;Alargamento do trabalho a nível linguístico e textual;Diversificação das actividades propostas aos alunos;…escreve-se para escrever melhor;Circulação dos escritos produzidos;Confronto de textos para tomada de consciência das diferentestipologias;
Papel do professor nas diferentes etapas da escrita processual. (pp149 a 151) Criação de oportunidades pela selecção do corpus, Fazer da sala de aula um espaço de reflexão, de construção
e de partilha dos sentidos do texto, Apoio na interiorização de mecanismos de auto correcção, Promover, apoiar, regular, orientar na selecção de recursos.
Actividades que promovem a transformação do conhecimento explícito da língua. Experiências e saberes dos alunos relativos ao uso da língua
dentro e fora da escola, Estudo sistematizado sobre a língua – reflexão sistemática.
(pp 129,135, 150,151).
Descritores de desempenho/conteúdos/notas:
Classes de palavras - B3 – do 1ºCiclo (p56), para B3 – do 2ºCiclo (p94) e o 3º Ciclo (p131): Alargamento, sistematização e consolidação – do geral para o particular. Nota-se o emprego de uma linguagem mais complexa e que exige maior profundidade.