Top Banner
8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 1/44 JONATHAN EDWARDS E A CRUCIAL JONATHAN EDWARDS E A CRUCIAL  IMPORTÂNCIA DE AVIVAMENTO IMPORTÂNCIA DE AVIVAMENTO D.M. Lloyd-Jones Digitalização: Levita Digital A cópia impressa deste livro, não contém os dados sobre edição, capa e ano de lançamento. Lançamento Digital: www.ebooksgospel.com.br 
44

14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

Apr 07, 2018

Download

Documents

Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
Page 1: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 1/44

JONATHAN EDWARDS E A CRUCIALJONATHAN EDWARDS E A CRUCIAL IMPORTÂNCIA DE AVIVAMENTOIMPORTÂNCIA DE AVIVAMENTO

D.M. Lloyd-Jones

Digitalização: Levita Digital

A cópia impressa deste livro, não contém os dadossobre edição, capa e ano de lançamento.

Lançamento Digital:www.ebooksgospel.com.br 

Page 2: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 2/44

Jonathan Edwards e a CrucialImportância de Avivamento

Ao estudarmos Jonathan Edwards e a crucialimportância de avivamento, realmente estaremosapenas continuando e concluindo o que foi o temageral desta Conferência desde o princípio - aexperiência puritana na Nova Inglaterra1. Por queconsideramos esse tema? Nós o fizemos primaria-mente porque queríamos homenagear os nossos

amigos da América que estão comemorando obicentenário da sua libertação do jugo da Inglaterra,e a celebração da sua independência. Mas tivemosuma razão ou motivo subsidiário, e foi que pudés-semos saber o que aconteceu na nova terra noséculo 17. Noutras palavras, o que estivemos con-

siderando nesta Conferência assinalou ou sublinhoumais uma vez o que constitui a essência do purita-nismo.

Há muito debate atualmente sobre o que opuritanismo é realmente; e eu acredito que a expe-riência ocorrida na Nova Inglaterra nos fez lembrar enos mostrou claramente o que é o puritanismo em

sua essência. Sua preocupação é com a natureza daIgreja Cristã. Alguns gostariam de fazer-nos crer queo puritanismo é essencialmente um interesse pelateologia pastoral; todavia isso era incidental. Aessência do puritanismo era o desejo de levar areforma, que já acontecera no terreno da doutrina, a

penetrar a natureza, a vida e a política da IgrejaCristã. O tema desta Conferência demonstra isso da

1 "A Experiência Puritana no Novo Mundo" foi o título geral para 1976.

Page 3: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 3/44

seguinte maneira: ali estavam muitos homens que,por diversas razões - sendo a principal delas aperseguição - atravessaram o Atlântico e foram vivernaquele novo país. Todos eles tinham sido

anglicanos, porém no momento em que tiveramliberdade para fazer o que realmente criam, deixa-ram de ser anglicanos. Descartaram o episcopado eintroduziram a idéia congregacional da Igreja. Essa éa lição que sobressai com muita clareza. O mesmosucedeu mais tarde neste país com a maioria dospuritanos; mas aqueles homens, com a oportunida-de e a liberdade de fazerem o que queriam, e o quecriam, fizeram imediatamente o que só foi feito uns30 anos mais tarde na Inglaterra no tempo daguerra da rebelião, contra Carlos I, e depois,durante a Comunidade (República), e finalmente naGrande Ejeção de 1662. Meu argumento, pois, é que

o que aconteceu na Nova Inglaterra é uma das maisvitalmente importantes peças de evidência quantoao verdadeiro caráter e natureza do puritanismo.

Contudo, devo falar particularmente sobre Jonathan Edwards. Admito como certos os princi-pais fatos concernentes a ele. Ele nasceu em 1703 e

morreu em 1758. Curiosamente, morreu em con-seqüência de ser vacinado contra a varíola. Tinha elemente muito curiosa e ativa. Interessava-se porquestões científicas, bem como por teologia, e issofoi a causa imediata da sua morte. Ele recebeu aeducação então possível na Nova Inglaterra, e foipara a Universidade de Yale. Em 1727 foi ordenadocomo pastor assistente do seu avô, SolomonStoddard, na cidade de Northampton,

Page 4: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 4/44

Massachusetts. Dentro de um ano, mais ou menos,o ancião morreu, e Jonathan Edwards tornou-se oúnico pastor. Ali permaneceu ate 1750, quando foiliteralmente despejado da sua igreja. Essa foi uma

das coisas mais espantosas que já aconteceram, edeve servir como uma palavra de encorajamentopara os ministros e pregadores. La estava essealtaneiro gênio, esse poderoso pregador, esse ho-mem que estava no centro do grande avivamento -e,todavia, foi derrotado na votação da sua igreja por230 votos a 23, em 1750. Não se surpreendam,portanto, irmãos, quanto ao que possa acontecercom vocês em suas igrejas!

  Tendo sido posto fora da sua igreja emNorthampton daquela maneira, foi para um lugarque, naqueles dias, era fronteira entre os índios-lugar chamado Stockbridge. Creio que pela provi-

dência de Deus ele foi enviado para lá, pois escreveualgumas das suas obras primas enquanto estava lá.Do mesmo modo como o aprisionamento de JoãoBunyan por 12 anos, em Bedford, deu-nos os seusclássicos, assim, creio eu, esse isolamento de  Jonathan Edwards foi o meio pelo qual nos deu

alguns dos seus clássicos. De lá foi chamado paraser o presidente do então Colégio de Nova Jersey("College of New Jersey"), agora conhecido comoUniversidade de Princeton, e depois de breve tempoali, morreu da maneira como acima descrevi.

No entanto, o que sobressai na vida desse ho-mem é o extraordinário avivamento que eclodiu sobo seu ministério em Northampton, iniciado no fim de1734, e em 1735, e então mais tarde, a sua

Page 5: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 5/44

participação com outros no chamado GrandeDespertamento, em conexão com a visita de GeorgeWhitefield e outros, em 1740. São esses os fatossalientes da vida desse grande homem.

Há certos pontos de diferença entre ele eaqueles a respeito de quem ouvimos até aqui nestaConferência. Ele foi um homem do século 18, não doséculo 17. Ele nasceu na América. Muitos daquelesde quem estivemos ouvindo nasceram na Inglaterrae depois foram para a América. Creio também queestamos habilitados a dizer que com JonathanEdwards pode-se ver um novo elemento ou um novofator no puritanismo. Em sua maioria, os grandespuritanos tinham um estilo ou um aspecto que nossentimos compelidos a descrever comoescolasticismo neles. Isso levou ao caráter compli-cado do estilo deles, e às divisões e subdivisões que

caracterizam as suas obras. Edwards está relativa-mente livre disso, e o resultado é que o seu método émais direto, mais vívido. Além disso, vou dar aminha opinião de que o elemento do Espírito Santo émais proeminente em Edwards do que em qualqueroutro puritano.

 Todavia, ele pertence à tradição que estamosexaminando. Ele cria na teologia da aliança, masrejeitava completamente a idéia da aliança parcialou equidistante ("The Halfway Covenant"). Numsentido foi, indiretamente, por essa causa que ele foimandado embora da sua igreja em 1750. Ele nãobatizava os filhos de certas pessoas e insistia numcerto padrão de conduta e comportamento nos quedeveriam ser admitidos à Ceia do Senhor. Acresce

Page 6: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 6/44

que Jonathan Edwards nada tinha a ver com adoutrina do preparacionismo. Ele está ligado a JohnCotton, e não a Thomas Hooker. Ele expressa o seuponto de vista desta maneira: "Tudo no esquema

cristão argumenta no sentido de que o direito ao céue a aptidão para obtê-lo dependem de uma grandeinfluência divina que causa imediatamente umaimensa mudança, e não de uma mudança gradativacomo se supõe que pode ser ocasionada peloshomens no exercício do seu próprio poder. Aexcessiva diversidade das condições dos homens nomundo eterno o comprova" (Obras - "Works", Vol. 2,557). Como irei mostrar, ele acreditava numa diretae imediata influência do Espírito, e numa conversãosúbita e dramática. Entretanto, como os outroshomens, ele gostava de ler as obras de WilliamAmes, e lhes era devedor e, como outros, adotou

grande parte do ensino de Ames em sua pregação.Naturalmente, à semelhança dos outros, ele eracalvinista e congregacionalista e, como todos eles ofaziam, ele dava grande ênfase aos elementos moraise éticos da fé cristã e da vida cristã. Contudo,aventuro-me a asseverar que em Edwards chegamos

ao zénite ou ao ápice do puritanismo, pois neletemos o que vemos em todos os outros, mas, emacréscimo, este espírito, esta vida, esta vitalidadeadicional. Não que nos outros houvesse completafalta disso, porém é uma característica tão salienteque eu afirmo que o puritanismo chegou à sua maiscompleta florescência na vida e ministério de Jonathan Edwards.

Ele entrou em cena depois de um período de

Page 7: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 7/44

considerável falta de vida nas igrejas. É muitoimportante que nos apercebamos disso. É suma-mente confortador para nós, porque vivemos numperíodo similar. Eis uma descrição do período

imediatamente anterior a esse grande avivamento,descrição feita pelo Rev. W. Cooper, um dos minis-tros daquele tempo, em seu prefácio da obra deEdwards, Marcas Distintivas de uma Obra do Espírito de Deus  ("Distinguishing Marks of a Work of theSpirit of God"): "Mas que época morta e estéril temsido a atual, por um grande período, com todas asigrejas da Reforma! As chuvas de ouro foramretidas; as influências do Espírito foram suspensas;e a conseqüência foi que o evangelho não tevenenhum sucesso eminente. As conversões têm sidoraras e duvidosas; poucos filhos e filhas têm nascidode Deus, e os corações dos cristãos já não são tão

cheios de vida, calor e vigor sob as ordenanças,como eram. Que esse tem sido o triste estado dareligião entre nós nesta terra, por muitos anos(exceto um ou dois lugares notáveis que por vezestêm sido visitados por chuvas de misericórdia,enquanto sobre outras cidades e igrejas não tem

caído chuva alguma) será reconhecido por todosquantos tenham os seus sentidos espirituais exerci-tados, como tem sido lamentado por fiéis ministros ecristãos sérios" (Vol. 2, 257).

Como diz o Sr. Cooper, houve alguns toquesaqui e ali, e particularmente na igreja da qual Jonathan Edwards se tornou ministro, sob o minis-tério do seu avô, o velho Sr. Stoddard. Mas não sehaviam espalhado, tinham sido periódicos e tinham

Page 8: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 8/44

acabado mais ou menos completamente. Assim,houvera essa condição de inanição da Igreja; todaviaagora aconteceu algo novo. Após a seca, chuvasabundantes; a vida começou a manifestar-se mais

uma vez. Aconteceu algo que continuou a afetar avida da América muito profundamente durante pelomenos 100 anos, e de fato ate hoje.

É assombroso o novo interesse por JonathanEdwards durante os últimos 40 anos, pouco mais,pouco menos. Posso ilustrar isso com a minhaprópria experiência. Pouco antes de entrar no mi-nistério em 1927, procurei ajuda, quanto à leitura,de um amigo meu que, fazia pouco tempo, havia segraduado com honra em teologia na Universidade deOxford. Ele recomendou grande numero de livrosque estivera lendo com vistas à sua graduação.Entre os livros havia um intitulado Pensamento 

Protestante Antes de Kant  ("Protestant Thoughtbefore Kant"), de autoria de um homem chamadoMcGiffert. A única coisa que me impressionounaquele livro foi um capítulo sobre um homemchamado Jonathan Edwards, apesar de ser tratadocomo filósofo. Mas o meu interesse foi despertado

imediatamente. Na próxima vez que me encontreicom o meu amigo, perguntei: "Você pode, me dizeronde poderei encontrar mais alguma coisa sobre Jonathan Edwards?" "Quem é ele?", disse o outro.Ele não sabia nada sobre Edwards, e apesar de eufazer muita pesquisa, não pude achar ninguém queme dissesse algo sobre Edwards ou sobre as suasobras. Só uns dois anos mais tarde, casualmente,achei os dois volumes das obras completas de

Page 9: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 9/44

  Jonathan Edwards, que comprei então por cincoxelins. Foi como o homem da parábola do nossoSenhor, que achou uma pérola de grande valor. Suainfluência sobre mim não posso expressar com

palavras. Todavia, daquele tempo em diante, e começan-do no princípio da década de 1930, houve umdespertamento do interesse por Edwards, de ma-neira a mais assombrosa. O professor Perry Miller égrandemente responsável por isso, mas não é oúnico. Parece que todo ano surgem livros sobre  Jonathan Edwards. Há dois homens que passamsuas férias na biblioteca da Universidade de Yaleexaminando cuidadosamente os sermões manus-critos de Jonathan Edwards. Noutras palavras, elesestão reeditando as obras completas de Edwards-uma edição definitiva. Tive o privilegio de encon-

trar-me com esses dois homens em 1967 e demanusear alguns dos manuscritos dos sermõesdesse grande homem. Os dois volumes recentementereimpressos pela Banner of Truth Trust muitasvezes têm sido considerados como sendo as ObrasCompletas, contudo não são. Um homem publicou

na década de 1860 um livro que consiste denumerosas outras coisas que não estão naquelesdois volumes, e existem mais - sermões, cartas,anotações ocasionais, miscelâneas, e assim pordiante. Tudo vai ser publicado na edição definitiva.

A explicação desse fato espantoso é, natural-mente, que, entre outras coisas, Jonathan Edwardsé o maior filósofo da América. Todos parecemadmitir isso e, assim, estão interessados nele. Gos-

Page 10: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 10/44

taria de dizer uma palavra de advertência nesteponto: vocês precisam exercer discriminação quandolerem alguns desses livros mais recentes sobre  Jonathan Edwards. Vários deles são escritos por

professores de literatura inglesa, outros por filóso-fos; e eles estão interessados nele mormente comoum grande pensador, como um grande escritor,como um homem que exerceu dominadora influên-cia ate sobre a literatura dos Estados Unidos e que,em certo sentido, foi um precursor do movimentoromântico da literatura inglesa. Mas, como muitosdesses homens não são cristãos, tendem, inconsci-ente e involuntariamente, a interpretá-lo mal e adescrevê-lo mal. Por isso devem ser lidos comdiscernimento. Entretanto estou chamando a aten-ção para o fato de que esse homem admirável, quemorreu há mais de 200 anos, ainda exerce esta

poderosa influência sobre o pensamento vivo daAmérica, como o fez através do século passado.Naturalmente, ele dividiu a opinião. Ele tem sidodenunciado sem medida. Oliver Wendell Holmes, porexemplo, escreve sobre Jonathan Edwards assim:"Edwards tinha uma teologia cujas raízes estavam

nas maiores profundezas do inferno", e escrevianuma "linguagem que choca a sensibilidade de umageração mais recente". Ele continua dizendo:"Tivesse Edwards vivido mais tempo, não tenhodúvida de que o seu credo teria abrandado,tornando-se uma crença amável, humanizada".Noutras palavras, Edwards teria escrito o tipo deliteratura que se vê em O Autocrata à Mesa do Desjejum  ("The Autocrat at the Breakfast Table").

Page 11: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 11/44

Graças a Deus, temos Edwards como ele é, nãocomo Oliver Wendell Holmes, o humanista, quenunca entendeu Edwards de jeito nenhum, gostariaque ele fosse.

Clarence Darrow, o homem que defendeu aque-le mestre-escola, Scopes, que foi perseguido porensinar evolucionismo no início da década de 1920,e que se levantou contra William Jennings Bryan nofamoso "julgamento de macaco", escreveu: "Não ésurpreendente que a principal ocupação de Edwardsno mundo era assustar mulheres tolas e crianças, eblasfemar o Deus que ele professava adorar... Nada,senão uma mente perturbada ou enferma, poderiaproduzir o seu Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado  ("Sinners in the Hands of an Angry God")".Citei isso por causa dessa alusão ao sermão pregadopor Edwards, com o título Pecadores nas Mãos de 

Um Deus Irado. Vocês podem ouvir não infreqüentesreferencias a esse sermão na televisão e alhures. Ofato é que, segundo parece, tudo o que a maioriasabe sobre Edwards é que uma vez ele pregou umsermão com esse título. Isso é tudo que as pessoassabem a respeito dele, e provavelmente nem leram

aquele sermão. Apenas vão repetindo o que osoutros dizem a respeito, e ele é considerado, como seconclui das palavras de Oliver Wendell Holmes,como nada mais que uma agressão, umabombástica agressão à sensibilidade, e como umaviolência à razão, e tudo mais. Está claro que isso écompletamente ridículo.

Quem quer que saiba algo sobre JonathanEdwards sabe que ele estava tão longe quanto é

Page 12: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 12/44

possível um homem estar de ser um orador bom-bástico. Mas ele disse algumas coisas muito fortes ealarmantes, passíveis de serem mal entendidas. Opróprio Edwards deu resposta àquela crítica. Diz ele:

"Outra coisa da qual alguns ministros têm sidomuito acusados, e penso que injustamente, é detransmitir grande terror aos que já estão aterroriza-dos, em vez de animá-los. Na verdade, se em taiscasos os ministros andarem aterrorizando as pesso-as com algo que não é verdadeiro, ou procurandoatemorizá-las descrevendo a situação delas pior doque é, ou modificando-a nalgum aspecto, deverãoser condenados; não obstante, se as aterrorizamtão-somente pelo fato de lançarem mais luz sobreelas, e de as fazerem entender mais da sua situação,deverão ser completamente justificados. Quando asconsciências são grandemente despertadas pelo

Espírito de Deus, é-lhes comunicada alguma luz,capacitando os homens a enxergarem a sua situa-ção, nalguma medida, como ela é; e, se lhes fordirigida mais luz, esta os aterrorizará ainda mais.Contudo, os ministros não deverão, portanto, sercondenados por seu empenho em lançar mais luz à

consciência, em vez de lhes aliviar a dor sob a qualse acham interceptando e obstruindo a luz que jábrilha. Dizer qualquer coisa aos que jamais creramno Senhor Jesus Cristo, descrever a situação delesdoutro modo, senão que é extraordinariamenteterrível, não é pregar-lhes a Palavra de Deus; pois aPalavra de Deus só revela a verdade; mas isso éiludi-los" (Vol. 1,392). Noutras palavras, Edwardscria que a Bíblia diz coisas terríveis sobre quem

Page 13: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 13/44

morre em seus pecados. Isso era tudo que Edwardsfazia. Era puro argumento com as palavras dasEscrituras. Não era o que Edwards dizia; era o queas Escrituras diziam; e ele achava que era seu dever

advertir as pessoas. Mas ele suavizou isso, dizendo:"Sei de um caso apenas em que a verdade deve sersustada e não dita aos pecadores aflitos em suaconsciência, o que se deve dar em caso de melan-colia; e eles deverão ser poupados dela, não como sea verdade tendesse a feri-los, e sim porque, se lhesfalarmos a verdade, poderão as vezes ser enganadose levados ao erro pela estranha disposição que háneles de entender mal as coisas" (Vol. 1, 392).Noutras palavras, ninguém estava mais longe daviolência de um bombástico evangelista itinerante,do que Jonathan Edwards. Essa é a defesa que sedeve fazer quando se ouvem pessoas referindo-se a

ele como aquele homem terrível que pregou umsermão sobre Pecadores nas Mãos de um Deus Irado.

Estudemos agora esse homem que teve tãoduradoura influência e que parece estar se tornandooutra vez uma influência dominadora no pensa-mento religioso da América. Confesso com franqueza

que esta é uma das tarefas mais difíceis que játentei em toda a minha vida. O tema é quaseimpossível, e em grande parte, pela razão que já dei,a saber, a influência de Edwards sobre mim. Receio,e o digo com muito pesar, que devo colocá-lo adianteaté de Daniel Rowland e de George Whitefield. Defato eu tentei, talvez tolamente, comparar ospuritanos com os Alpes, Lutero e Calvino com oHimalaia, e Jonathan Edwards com o Monte

Page 14: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 14/44

Everest! Ele sempre me pareceu ser o homem maissemelhante ao apostolo Paulo. Naturalmente,Whitefield foi um grande e poderoso pregador, comoo foi Daniel Rowland, mas Edwards o foi também.

Nenhum deles teve o intelecto, nenhum deles teve acompreensão da teologia que Edwards teve, nenhumdeles foi o filósofo que ele foi. Ele sobressai, parece-me, inteiramente pelo que ele é, entre os homens.Assim, a tarefa que me confronta, se posso seguir aminha analogia do Monte Everest, será decidir sedevo abordá-lo pelo passo sul ou pelo passo norte.Há muitos meios de abordar aquele grande pináculo;mas não é só isso, a atmosfera é tão espiritualmenterarefeita, e há este fulgurante brancor da santidadedo homem mesmo, e a sua grande ênfase àsantidade e à glória de Deus; e acima de tudo afraqueza do pequeno alpinista quando encara este

altíssimo pico que aponta para o céu. Tudo queposso esperar fazer é dar-lhes alguns vislumbresdeste homem e da sua vida, e do que ele fez, com ofim e objetivo culminante de persuadir cada um acomprar estes dois volumes das suas obras, e a lê-los!

Comecemos com o homem propriamente dito.A primeira coisa que se deve dizer é que ele foi umfenômeno. Aí está esse homem criado naquele paísainda não desenvolvido. Naturalmente havia gentecapaz por lá, e já havia escolas - Harvard e Yaleexistiam. Mas não o explicam. Ele nasceu numaregião relativamente isolada e, todavia, ele sobressaicomo um consumado gênio, pondo em ridículoquaisquer noções de evolução, ou a teoria dos

Page 15: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 15/44

caracteres adquiridos, e assim por diante. Diversa-mente da maioria dos outros homens sobre os quaisestivemos ouvindo nesta Conferência, ele não estevenem em Oxford nem em Cambridge. Ele era um

intelecto vigoroso, capaz de um súbito espocar deflorescência, original, acompanhado de brilhanteimaginação, admirável originalidade, porém, acimade tudo, de honestidade. Ele é um dos maishonestos escritores que já li. Nunca foge de umproblema; enfrenta-os todos. Nunca fica rodeandouma dificuldade; ele tinha esse curioso interessepela verdade em todos os seus aspectos, e depois,com todos aqueles dotes cintilantes, há a sua humil-dade e modéstia e, somada a isso, a sua excepcionalespiritualidade. Ele sabia mais da religião experi-mental do que a maioria dos homens; e dava grandeênfase ao coração. Noutras palavras, o que toca a

gente, quanto a Edwards, quando se olha para ohomem como um todo, é a inteireza, o equilíbrio. Eleera ao mesmo tempo um vigoroso teólogo e umgrande evangelista. Quão tolos nos tornamos nós!Este homem era ambas as coisas, como o fora oapóstolo Paulo. Ele foi também um grande pastor;

cuidava das almas e dos seus problemas. Era igual-mente hábil com os adultos e com as crianças. Eraum grande defensor da conversão das crianças, edava grande atenção às crianças, permitindo-lhesaté que tivessem suas próprias reuniões. Ele pareceque é tudo e que é perfeitamente equilibrado. Ele seopunha ao hiper-calvinismo, e igualmente se opu-nha ao arminianismo. Esse elemento de equilíbrioem seu ensino e em sua posição é demonstrado na

Page 16: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 16/44

seguinte afirmação: "Na graça eficaz não somosmeramente passivos, nem ainda Deus faz um poucoe nós fazemos o restante. Mas Deus faz tudo, e nósfazemos tudo. Deus produz tudo, e nós agimos em

tudo. Pois é isso que ele produz, isto é, os nossosatos. Deus é o único verdadeiro autor e a únicaverdadeira fonte; nós somos tão-somente os verda-deiros agentes. Somos, em diferentes aspectos,totalmente passivos e totalmente ativos" (Vol. 2, 557,parágrafo 64).

Pois bem, essa era a posição de Edwards, enotamos este elemento de equilíbrio que estousalientando. Não há contradição ali; o antinômiofinal é apresentado perfeitamente.

Então, qual era o segredo deste homem? Nãohesito em dizer isto: nele, sempre o espiritualdominava o intelectual. Creio que ele deve ter tido

uma grande luta com o seu elevado intelecto e com oseu pensamento original. Além disso, era um leitorvoraz e, para um homem como esse, teria sido acoisa mais simples do mundo tornar-se um purointelectual, como Oliver Wendell Holmes, PerryMiller e muitos outros queriam que ele se tornasse.

No entanto, como eles o expressavam, a teologiamantinha o comando. Ora, isso constitui a glóriaespecial desse homem - e é isso que o explica -queele sempre mantinha a sua filosofia e as suasespeculações subservientes à Bíblia e as consideravasimples servas. Fosse o que fosse que ele tentassepensar, a Bíblia era suprema: tudo estava subordi-nado a Palavra de Deus. Todos os seus ricos ebrilhantes dons não somente eram mantidos como

Page 17: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 17/44

subservientes, e sim eram usados como servos.Noutras palavras, ele era dominado por Deus.Alguém disse dele que "ele combinava uma apai-xonada devoção com uma mente profundamente

completa".Estudemo-lo agora, por um momento, comopregador, pois ele foi preeminentemente um prega-dor. É isso que ele queria e é isso que ele foi atéaquele breve período em Princeton. Se dependessedele, eu acho que ele teria continuado sempre comopregador, evangelista e mestre. Comecemos exa-minando o seu conceito de religião. Que é averdadeira religião? Eis aqui uma pergunta queprecisamos fazer a nós mesmos; e, no caso deEdwards, a resposta é perfeitamente clara. É o quehoje se chama um encontro existencial com Deus. Éum encontro vivo com Deus. Deus e eu, estas "duas

únicas realidades". A religião é, para Edwards, algoque pertence essencialmente ao coração. Eessencialmente experimental, essencialmente prá-tica. Isto fica claro no famoso relato que ele faz deuma experiência que teve uma vez. Não se esqueçamde que estamos lidando com um dos maiores gênios

que o mundo já conheceu e o maior filósofoamericano de todos os tempos. Eis o que ele nosconta:

"Uma vez, quando cavalgava nas matas pelaminha saúde, em 1737, tendo apeado do meu cavalonum lugar retirado, como tem sido o meu costumecomumente, para buscar contemplação divina eoração, tive uma visão, para mim extraordinária, daglória do Filho de Deus, como Mediador entre Deus

Page 18: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 18/44

e o homem, e a Sua maravilhosa, grande, plena,pura e suave graça e amor, e o Seu terno e gentilamparo. Esta graça que parecia tão calma e suave,parecia também grande, acima dos céus. A Pessoa

de Cristo parecia inefavelmente excelente, com umaexcelência bastante grande para absorver iodo opensamento e concepção - o que continuou, quantoposso julgar, cerca de uma hora; o que me mantevea maior parte do tempo num mar de lágrimas, echorando em voz alta. Senti uma ardência na alma,um anseio por ser, o que não sei expressar doutromodo, esvaziado e aniquilado; jazer no pó e encher-me unicamente de Cristo; amá-lO com um amorsanto e puro; confiar nEle; viver dEle; servi-lO esegui-lO; e ser perfeitamente santificado e tornadopuro, com uma pureza divina e celestial. Váriasoutras vezes tive visões da mesma natureza, as

quais tiveram os mesmos efeitos"."Tendo tido muitas vezes uma percepção da

glória da terceira Pessoa da Trindade, e do Seu ofíciocomo Santificador; em Suas santas operaçõescomunicando luz e vida divina à alma. Deus, nascomunicações do Seu Santo Espírito, tem parecido

uma infinita fonte de divina glória e dulçor; estandocheio e sendo suficiente para encher e satisfazer aalma; derramando-Se em secretas comunicações;como o sol em sua glória, difundindo suave eagradável luz e vida. E as vezes eu tenho umacomovente percepção da excelência da palavra deDeus como palavra da vida; como a luz da vida; umasuave, excelente palavra que dá vida; acompanhadade uma sede dessa palavra, para que ela habite

Page 19: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 19/44

ricamente em meu coração" (Vol. 1,47).Pois bem, isso descreve a sua idéia essencial de

religião.Outra citação também ajuda a expor a mesma

ênfase:"Todos admitirão que a verdadeira virtude ousantidade tem a sua sede mormente no coração, enão na cabeça. Segue-se, pois, do que já foi dito, quea religião consiste principalmente de santos afetos.As coisas da religião têm lugar nos corações doshomens, não mais do que eles são afetados por elas.A informação do entendimento é totalmente vã, senão afeta o coração, ou, o que vem a dar na mesma,se não influencia os afetos. Aqueles cavalheiros quedesconsideram estes elevados afetos na religião, semdúvida admitirão que a religião verdadeira e santa,que tem a sua sede no coração, é apta para

sublimes condições e para altos exercícios da alma"(Vol. 1, 367).

Aí temos a sua idéia essencial de religião; émormente assunto do coração, e se não afetar ocoração, não terá valor, faça o que fizer na cabeça.Mais uma outra citação nos ajudará a acentuar esta

questão. É tirada de um dos mais grandiosos ser-mões de Edwards, que leva o título, "Uma luz divinae sobrenatural, infundida imediatamente na almapelo Espírito de Deus, o que se demonstra que éuma doutrina bíblica, bem como uma doutrinaracional" ("A Divine and Supernatural Light,immediately imparted to the Soul by the Spirit of God, shown to be both a Scriptural and RationalDoctrine"). Inclino-me a concordar aqui com o

Page 20: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 20/44

professor Perry Miller. Diz ele que neste sermão -umsermão relativamente curto - temos uma sinopsede todo o ensino de Edwards. Ele define esta luzespiritual e divina:

"Um sentido verdadeiro da glória divina e su-perlativa presente nestas coisas; uma excelência queé de uma espécie imensamente mais elevada, e denatureza mais sublime do que noutras coisas; umaglória que as distingue grandemente de tudo quantoé terreno e temporal. Aquele que é espiritualmenteiluminado, verdadeiramente apreende e vê isso, outem uma percepção disso. Ele não crê de maneirameramente racional que Deus é glorioso, mas temum sentido da natureza gloriosa de Deus em seucoração. Não há somente uma percepção racional deque Deus é santo, e que a santidade é uma boacoisa, mas há uma percepção do caráter atraente da

santidade de Deus. Não há apenas a conclusãoespeculativa de que Deus é gracioso, porém o sensode quão amável Deus é, por causa da beleza desteatributo divino" (Vol. 2, 14).

  Temos aí, então, uma idéia do conceito deEdwards sobre religião. Religião é isso, e esse é o

teste pelo qual devemos examinar-nos.Passemos agora ao método de pregação deEdwards. Notamos logo que ele pregava sermões, eque não fazia preleções. Edwards não fazia prele-çãosobre verdades cristãs. Freqüentemente me dizemnestes dias que muitos pregadores parecem maispreletores do que pregadores. Pregar não é fazerpreleção. Tampouco Edwards se limitava a fazer umapressado comentário de uma passagem. Isso

Page 21: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 21/44

também não é pregar, embora muitos hoje pareçampensar que é. Não era essa a idéia que Edwardstinha da pregação; e essa nunca foi a idéia clássicada pregação.

Ele começava com um texto. Ele sempre foiescriturístico. Ele nunca tomava meramente umtema e falava sobre ele, exceto quando estavaexpondo uma doutrina, mas mesmo então escolhiaum texto. Ele era sempre expositivo. Também erainvariavelmente analítico. Sua mente era analítica.Ele fazia divisões do seu texto, da sua exposição; elequer chegar à essência da mensagem; assim, oelemento crítico, analítico da sua maravilhosa menteentra em ação. Ele faz isso para poder chegar àdoutrina ensinada no versículo ou na porção; edepois argumenta acerca da doutrina, mostra comoesta pode ser encontrada noutras partes das Escri-

turas, e a sua relação com outras doutrinas, e entãoestabelece a verdade doutrinária. Todavia nuncapára aí. Há sempre a aplicação. Ele estava pregandoao povo, e não fazendo uma dissertação, não dandoexpressão em público dos pensamentos privadosque tivera no gabinete. Ele estava sempre interessa-

do em dar a entender aos ouvintes a verdade, emmostrar-lhes a sua relevância. Entretanto, acima detudo, e eu o cito, ele acreditava que a pregação deviaser sempre "quente e zelosa". Lembro-lhes outra vezque estamos lidando aqui com um intelectogigantesco e com um brilhante filósofo; e, contudo,este é o homem que coloca toda a sua ênfase nocalor e no sentimento. Eis como ele expõe esteprincípio:

Page 22: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 22/44

"A freqüente pregação usada ultimamente temsido, de maneira particular, objetada como sendosem proveito e prejudicial. A objeção é que quandose ouvem muitos sermões seguidamente, um sermão

tende a empurrar o outro para fora, de modo que osouvintes perdem o benefício de todos. Dois ou trêssermões por semana, dizem eles, é quanto podemlembrar e assimilar. Tais objeções à prédicafreqüente, se não procedem de uma inimizade paracom a religião, devem-se à falta da devidaconsideração da maneira pela qual esses sermõesgeralmente dão proveito a um auditório. O principalbenefício feito pela pregação é a impressão causadana mente, na hora, e não algum efeito que surjamais tarde pela lembrança do que foi transmitido. E,embora uma lembrança posterior daquilo que foiouvido num sermão muitas vezes seja proveitosa, na

maior parte, essa lembrança é de uma impressãoque as palavras produziram no coração naquelahora; e a memória tira proveito, na medida em querenova e intensifica aquela impressão" (Vol. 1, 394).

Eu gostaria de acrescentar que muitas vezestenho desestimulado a prática de tomar notas en-

quanto estou pregando. Isso está se tornando umhábito entre muitos evangélicos; mas, ao contráriodo que muitos pensam, não é a marca por excelên-cia da espiritualidade!

O primeiro e primordial objetivo da pregaçãonão é tão-somente dar informação. É, como Edwardsdiz, causar uma impressão. É a impressão na horaque importa, ate mais do que aquilo que se podelembrar subseqüentemente. Neste aspecto Edwards

Page 23: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 23/44

é, num sentido, um crítico de algo que era umaproeminente prática e costume puritano. O paipuritano costumava catequizar e interrogar os filhosquanto ao que o pregador tinha dito. Edwards, em

minha opinião, tem a verdadeira noção da pregação.Não é primariamente transmitir informação; poisenquanto você esta escrevendo as suas notas, podeestar perdendo algo do impacto do Espírito. Comopregadores, não devemos esquecer-nos disso. Nãosomos apenas transmissores de informação.Devemos dizer aos nossos ouvintes que leiam certoslivros e obtenham informação ali. A tarefa dapregação é dar vida à informação. O mesmo seaplica aos preletores nos colégios. A tragédia é quemuitos preletores simplesmente ditam notas e ospobres alunos as escrevem. Não é essa a tarefa deum preletor ou professor. Os alunos podem ter os

livros, eles próprios; a tarefa do professor é dar calora isso, dar-lhe entusiasmo, estimulá-lo, dar-lhe vida.E essa é a tarefa primordial da pregação. Levemosisso a sério. Edwards dava grande ênfase a isso; e oque necessitamos acima de tudo mais hoje épregação comovente, apaixonada, poderosa. Esta

deve ser "quente" e deve ser "zelosa". As vezesEdwards escrevia seu sermão completamente, edepois o lia para a igreja; mas nem sempre. Às vezespregava utilizando anotações.

Agora vejamos Edwards, o teólogo. Só possoolhá-lo de relance nisso; porém tudo pode ser vistonos dois volumes das suas Obras. Naqueles doisvolumes, se vocês não tiverem mais nada, terão umcompêndio de teologia. Lembrem-se de que ele

Page 24: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 24/44

estava ensinando isso a pessoas como nós; naverdade, a pessoas que não tinham a instrução quea maioria tem na atualidade. Ele trata de todos ostemas importantes, O Pecado Original, O Livre-

Arbítrio, A Justificação pela Fé, A História da Obrade Redenção. Ele formula os princípios da evan-gelização em sermões; ele tem Cinco Discursos sobrea Redenção Eterna da Alma. Ele deu muita atençãoà escatologia, à doutrina das últimas coisas, e àglória final que nos aguarda como filhos de Deus.Ele era, como digo, um vigoroso teólogo; e se vocêsquiserem de fato saber algo sobre esses váriostemas, busquem Edwards. Verão a doutrina numaforma que vocês poderão acompanhar facilmente, eo resultado é que vocês serão grandementebeneficiados.

Mas, deixemos isso e passemos ao que é, afinal

de contas, a coisa mais extraordinária de todasacerca de Jonathan Edwards. Ele foi,preeminentemente, o teólogo do avivamento, oteólogo da experiência, ou, como alguns oexpressaram, "o teólogo do coração". A coisa maisespantosa sobre esse fenômeno, esse intelecto

poderoso, é que ninguém sabia mais sobre asfunções do coração humano, regenerado ou não, doque Jonathan Edwards. Se vocês quiserem saberalgo sobre a psicologia da religião, conversão,avivamentos, leiam Jonathan Edwards. Quando olerem, verão que a obra de William James,Variedades da Experiência Religiosa  ("Varieties of Religious Experience"), é como passar de um livrosólido para uma brochura. O mesmo se aplica a

Page 25: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 25/44

Starbuck e, naturalmente, mais ainda às ociosasquimeras de William Sargant, que se refere aofamoso sermão sobre Pecadores nas Mãos de um Deus Irado. Verão a resposta completa a isso tudo,

se lerem as obras de Edwards. Esses homens sãomeros novatos, simplesmente patinhando na praiado mar, ao passo que Edwards os leva àsprofundezas, onde vocês começarão a ver o homemface a face com o seu Criador.

Nesse campo Edwards sobressaisupremamente e sem rival. Um americano de nomeHofstadter publicou na década de 1960 um livrointitulado O Anti-intelectualismo na Vida Americana ("Anti-Intellectualism in American Life"). Algunsevangélicos ingleses parecem ter descoberto issorecentemente e, invertendo a sua prática anterior,agora nos estão incentivando a que demos grande

ênfase ao intelecto. A resposta a isso, mais uma vez,é ler Jonathan Edwards. Não há anti-intelectualismonele. Vocês não podem empregar o termo anti-intelectual quando estão falando de JonathanEdwards! É totalmente o inverso; nele vocês têm umintelecto aquecido pelo Espírito Santo e cheio dEle.

É isso que se deveria poder dizer de todos nós. Aminha alegação é que o queEdwards escreveu nesta conexão é uma

literatura única; e que não há coisa alguma emparte nenhuma que eu saiba ou de que eu tenhaouvido falar, que de algum modo seja comparável aoque ele escreveu. Ele realizou isso de váriasmaneiras. Faz narrativas pessoais de experiênciasdas pessoas; já citei algo da própria experiência dele.

Page 26: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 26/44

Acha-se mais disso em sua Narrativa Pessoal, emseu diário. Ele nos faz um extenso relato de uma dasadmiráveis experiências que sobrevieram à suaesposa. A esposa de Jonathan Edwards foi pessoa

tão santa como o próprio Edwards, e ela tevealgumas experiências quase incríveis. Ele nos dá umrelato delas e as examina. Um dos tratados queconstam nos dois volumes é chamado "Narrativa de Conversões Surpreendentes"  ("A Narrative of Surprising Conversions"). É a mais animadora eemocionante leitura que vocês poderão fazer jamais.Vocês as leram? Bem, leiam-nas! Não serão capazesde parar, se começarem.

Outro importante grupo dos seus escritos con-siste dos seus relatos de avivamentos. Foi-lhe pedidoque o fizesse. Um dos seus tratados foi sobre oavivamento da religião na Nova Inglaterra. Foi

enviado a amigos de Boston e depois a este país, efoi lido com grande avidez por homens da Inglaterrae da Escócia. Há referências a avivamentos e ao queaconteceu neles em muitas das suas cartas, etambém, freqüentemente, em seus sermões. Entre-tanto o que é único e superlativo é o modo como ele

analisa as experiências - tanto as experiênciasindividuais como os avivamentos em geral. É aquique ele é preeminentemente o mestre. Se vocêsquiserem saber algo sobre avivamento verdadeiro,Edwards é o homem que se deve consultar. O seuconhecimento do coração humano e da psicologia danatureza humana é inteiramente incomparável.

Edwards escreveu sobre essas coisas porque,num sentido, ele foi compelido a fazê-lo, devido às

Page 27: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 27/44

críticas e a mal-entendidos. Ele sempre estevelutando em duas frentes, a vida toda. Ocorreu emsua igreja um movimento do Espírito, e se espalhoua outras igrejas, numa área muito extensa, e então

sobreveio o Grande Despertamento de 1740, asso-ciado ao seu nome e também a Whitefield e a outros. Tudo isso dividiu o povo das igrejas em dois grupos.Havia alguns que eram totalmente opostos aoavivamento. Eram homens ortodoxos, quedefendiam a mesma teologia de Edwards. Eramcalvinistas, mas não gostavam de avivamento. Nãogostavam do elemento emocional, não gostavam danovidade. Faziam muitas objeções ao que estavaacontecendo; e Edwards tinha que defender oavivamento contra esses críticos. Mas havia tambémhomens no outro extremo, os homens fogosos; e comeles penetrou o fogo descontrolado, que sempre

tende a entrar em cena durante um avivamento.Estes eram os entusiastas, os homens que iam aextremos, homens culpados de estultícia. Edwardstinha que lidar com eles também; assim, aí estavaele, combatendo em duas frentes. Contudo, claroestá que o seu único interesse era a glória de Deus e

o bem da Igreja. Não tinha desejo de ser polemista,porém tinha que escrever em favor da verdade epara defendê-la.

As principais obras que contêm essas análisesde experiências e essas justificações de experiênciase de avivamentos acham-se em obras como Tratado concernente aos Afetos Religiosos  ("A Treatiseconcerning the Religious Affections"). Esse é um dosseus livros mais famosos. Consistia realmente de

Page 28: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 28/44

uma série de sermões sobre um único versículo - 1Pedro 1:8: "Ao qual, não o havendo visto, amais, noqual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegraiscom gozo inefável e glorioso". O que ele faz nesses

livros é mostrar a diferença entre o verdadeiro e ofalso na esfera da experiência. Esse é o tema detodos esses diferentes tratados, e é desenvolvido nosdois lados, com o fim de lidar com os oponentes ecom os entusiastas ao mesmo tempo. Eis a seguir omodo como ele divide o assunto no Tratado concernente aos Afetos Religiosos. Divide-o em trêspartes. Aqui vão os seus títulos: (1) "Acerca danatureza dos afetos e a importância destes nareligião". Ele tem que provar que eles são legítimos.Os adversários do avivamento pregavam os seusgrandes sermões doutrinários, mas eram frios, etoda emoção e qualquer fervor eram

automaticamente considerados tabus. Por issoEdwards tinha que justificá-los e mostrar que hálugar para eles. Então ele prossegue e mostra que "Areligião verdadeira apóia-se muito nos afetos", edepois, "Inferências disso". A seguir vem a segundaparte, "Mostrando que não há sinais definidos de

que os afetos religiosos são benignos ou não". Isso étípico de Edwards - o negativo e o positivo. Elecontinua, mostrando que o fato de os afetos "seelevarem muito não é sinal" de que são verdadeiros,"a fluência e o fervor não são um sinal", "que nãosejam provocados por nós não é sinal", "que venhamacompanhados de textos das Escrituras não é provade que são reais", "que haja uma aparência de amornão é sinal", "afetos religiosos de muitas espécies

Page 29: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 29/44

não são um sinal", "alegrias que seguem certa ordemnão são um sinal", "muito tempo e zelo no dever","muitas expressões de louvor, de grande confiança,de relações comoventes não são um sinal".

Nenhuma dessas coisas é necessariamente um sinalverdadeiro de que eles são genuínos ou não. Depois,a terceira parte mostra quais são os sinaisdistintivos dos afetos verdadeiramente benignos esantos. "Os afetos benignos provêm da influênciadivina." "Seu objetivo é a excelência das coisasdivinas...". "A prática cristã é o principal para osoutros e para nós mesmos."

Assim era Edwards. Não é crédulo, e não éhipercrítico. Sempre examina os dois lados. Eletinha que defender vários fenômenos incomuns enotáveis que ocorreram no avivamento da década de1740. Ele tinha que defender, e defende, o fato de

que mesmo o corpo pode ser afetado. A mulher deEdwards exibiu, certa ocasião, o fenômenoconhecido como levitação. Ela foi literalmentetransportada de uma parte da sala para outra, semfazer nenhum esforço ou empenho. Às vezes pessoasdesmaiavam e ficavam inconscientes nas reuniões.

Edwards não ensinava que tais fenômenos eram dodiabo. Ele tem algumas coisas surpreendentes paradizer a respeito disso. Ele sempre advertia os doislados, advertindo da extinção do Espírito, eadvertindo também do perigo de a pessoa deixar-selevar pela carne e de ser iludida por satanás pormeio da carne. Ele advertia a todos. Houve umaocasião em que ele advertiu até George Whitefield,que estava morando com ele. Whitefield tinha a

Page 30: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 30/44

tendência de obedecer e dar ouvidos a "impulsos" e aagir baseado neles. Edwards aventurou-se a criticarWhitefield quanto a isso, e a adverti-lo dos possíveisperigos.

Eis algumas ilustrações da maneira pela qualEdwards fazia esse maravilhoso trabalho. Elasmostrarão como ele advertia algumas pessoas doperigo de rejeitar o avivamento como um todo emtermos da filosofia da história, e do perigo deexaminar apenas aspectos particulares doavivamento, em vez de observá-lo como um todo e dereparar nos seus resultados extraordinários. Masnada é mais importante do que o modo como eleadvertia as pessoas do terrível perigo de julgarnestas questões em termos das suas experiênciaspessoais, ao invés de fazê-lo em termos do ensinodas Escrituras. Um dos nossos maiores perigos, na

Igreja Cristã, e particularmente nas igrejas evangé-licas ou conservadoras, hoje, é o hábito de reduziralgumas das grandes afirmações das Escrituras aonível das nossas próprias experiências. Vejam, porexemplo, aquele versículo sobre o qual Edwardspregou em conexão com o seu Tratado sobre os 

Afetos Religiosos:  "Ao qual, não o havendo visto,amais; no qual, não o vendo agora, mas crendo, vosalegrais com gozo inefável e glorioso" (1 Pedro 1:8).Hoje há muitos que interpretam isso em termos dasua experiência pessoal e que nada sabem do "gozoinefável e glorioso". Dizem eles que isso éexperimentado por todos os cristãos. Eis comoEdwards adverte desse perigo:

"Gostaria de propor que se considerasse se é

Page 31: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 31/44

verdade ou não que alguns, em vez de fazerem dasEscrituras a sua única regra para julgar essa obra,fazem da sua própria experiência a regra, e rejeitamtais e quais coisas agora professadas e experimen-

tadas, porque eles mesmos nunca asexperimentaram. Acaso não existem muitos que,principalmente sobre esta base, têm alimentado eventilado suspeitas, se não condenações peremptó-rias, daqueles terrores extremos e daqueles grandes,repentinos e extraordinários descobrimentos dasgloriosas perfeições de Deus, e da beleza e do amorde Cristo? Não teriam condenado tais veementesafetos, tais elevados transportes de amor e dealegria, tal compaixão e pesar pelas almas dosoutros, e exercícios da mente que têm produzido tãograndes efeitos, meramente, ou principalmente,porque nada sabem dessas realidades por experiên-

cia? As pessoas estão muito prontas a suspeitardaquilo que elas mesmas não sentiram. É paratemer-se que muitos bons homens são culpadosdesse erro; o que, porém, não o torna menos insen-sato. E talvez haja alguns que, sobre essa base, nãosomente rejeitam essas coisas extraordinárias, mas

também toda aquela convicção de pecado, os des-cobrimentos da glória de Deus, a excelência deCristo e a convicção interior da veracidade doevangelho, pela influência imediata do Espírito deDeus, que agora se supõem necessários para asalvação. Essas pessoas, que desse modo fazem dassuas experiências pessoais a sua regra para  julgamento, em vez de inclinar-se à sabedoria deDeus e de render-se à Sua Palavra como uma regra

Page 32: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 32/44

infalível, são culpadas de lançarem uma grandecensura sobre o entendimento do Altíssimo" (Vol.1,371).

Ou vejam a sua defesa das incomuns ou eleva-

das experiências com Deus e com a obra do EspíritoSanto. Ele escreve:"Não é nenhum argumento dizer que não é

obra do Espírito de Deus que alguns que são ossujeitos dela estiveram numa espécie de êxtase, noqual foram levados para além de si mesmos, etiveram as suas mentes transportadas por umacorrente de vigorosas e agradáveis imaginações e poruma espécie de visões, como se tivessem sidoarrebatados para o céu e ali tivessem visto coisasmaravilhosas. Conheci bem alguns desses casos, enão vejo necessidade de introduzir o auxílio do diabono relato que fazemos dessas coisas, nem tampouco

de supor que elas são da mesma natureza das visõesdos profetas ou do rapto de Paulo para o paraíso. Anatureza humana, sob esses intensos exercícios eafetos, é tudo que se necessita introduzir no relato"(Vol. 2,263).

Vejamos agora o que ele diz acerca do

testemunho do Espírito junto dos nossos espíritos.Há muita confusão sobre isso no presente. Como éque vocês interpretam Romanos 8:15-16? Eis como Jonathan Edwards trata do testemunho do Espírito:

"Houve casos, anteriormente, de pessoas a bra-darem em transporte de júbilo divino, na Nova Inglaterra. Temos um caso, nas Memórias do CapitãoClap (publicadas pelo Rev. Prince), não de umasimples mulher ou criança, porém de um homem de

Page 33: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 33/44

sólido entendimento, que, num elevado transportede gozo espiritual, pôs se a bradar em seu leito.Suas palavras, p. 9, são: "O Espírito Santo de Deus(creio eu) deu testemunho junto com o meu espírito

de que eu sou um filho de Deus; e encheu o meucoração e a minha alma com tão completasegurança de que Cristo é meu, e de tal maneira metransportou, que me fez bradar em minha cama, emalta voz, Ele veio! Ele veio!" (Vol. 1,370).

Será que todos os cristãos sentem e conhecemesse testemunho do Espírito? Não permita Deus quereduzamos essas gloriosas declarações ao nível dasnossas pobres e débeis experiências. No mesmoparágrafo ele se refere àquela experiênciainesquecível que John Fiável teve certa ocasiãodurante uma viagem.

Eis a sua defesa das assombrosas experiências

que foram dadas à sua esposa. Tendo feito umaextensa narrativa das suas experiências, ele asanalisa e as avalia. Havia muitos naquele tempo, eainda os há, que as poriam de lado como êxtase,fantasia, imaginação exacerbada, etc. Eis comoEdwards comenta isso:

Ora, se essas coisas não passam deentusiasmo, ou do fruto de um cérebro perturbado,oxalá o meu cérebro seja sempre tomado dessa felizperturbação! Se é loucura, oro a Deus para que ahumanidade toda seja presa por essa loucurabenigna, dócil, benéfica, beatífica e gloriosa! Quenoção têm da religião verdadeira aqueles querejeitam o que aqui foi descrito! Que acharemos decorresponder a estas expressões das Escrituras: a

Page 34: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 34/44

paz de Deus que excede todo o entendimento;alegrar-nos com gozo inefável e glorioso; oresplendor de Deus em nossos corações, parailuminação do conhecimento da glória de Deus, na

face de Jesus Cristo; com cara descoberta, refletindocomo um espelho a glória do Senhor, somostransformados de glória em glória na mesmaimagem, como pelo Espírito do Senhor; chamadosdas trevas para a sua maravilhosa luz; e a estrela daalma apareça em nossos corações? (Filipenses 4:7; 1Pedro 1:8; 2 Coríntios 4:6; 3:18; 1 Pedro 2:9; 2Pedro 1:19). O que, permitam-me perguntar, seaquelas coisas mencionadas acima nãocorrespondem a essas expressões, que outra coisapoderemos encontrar, que corresponda a elas?" (Vol.1, 69).

Dessa maneira Edwards defendia as incomuns

e excepcionais experiências que estavam sendo con-cedidas a certas pessoas naquela época particular. Todavia, com toda a análise que faz, e com todo oseu exame, interrogatório e questionamento, elenunca nos deixa confusos e desanimados, como ofaz Thomas Shepard em seu estudo da "Parábola

das Dez Virgens". Edwards sempre nos eleva,sempre nos estimula e não nos leva a sentir-nos semesperança. Ele cria dentro de nós um desejo deconhecer essas coisas.

Permitam-me concluir com uma nota de aplica-ção. Terminar sem fazer aplicação seria ser desleal àmemória desse grande homem de Deus. Quais sãoas lições que nos vêm de Jonathan Edwards parahoje? Nenhum homem é mais relevante para a

Page 35: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 35/44

presente condição do cristianismo do que JonathanEdwards. Nenhum é mais necessário. Tomem

tudo o que estivemos considerando e, acima detudo, tomem o tratado que ele escreveu em 1748,

com o título, Uma Humilde Tentativa de Promover Explícito Acordo e União visível do Povo de Deus em Extraordinária Oração pelo Avivamento da Religião epelo Progresso do Reino de Cristo na Terra. Algunsamigos da Escócia tinham estado reunindo-se emoração desse modo, e escreveram a Edwards e lhefalaram sobre isso. Perguntaram-lhe se eleconcordava com isso e se escreveria a respeito.Assim ele escreve esse grande tratado concitando aspessoas a se juntarem e a concordarem em fazê--louma vez por mês e de diversas outras maneiras. Eleargumenta e pleiteia muito, especialmente emtermos do que ele e eles consideravam então como a

proximidade da segunda vinda de Cristo e da glóriaque haveria de revelar-se. Essa é uma declaraçãovigorosa e gloriosa. Certamente o avivamento é aúnica resposta para a presente necessidade econdição da Igreja. Eu gostaria de expor isto destamaneira: uma apologética que deixe de dar a supre-

ma ênfase à obra do Espírito Santo está condenadaa ser um completo fracasso. Todavia é o que temosestado fazendo. Temos apresentado uma apologéticaaltamente filosófica e argumentativa. Temos argu-mentado acerca da arte moderna, da literaturamoderna, do teatro moderno, de conceitos políticos esociais, como se isso fosse o necessário. O que énecessário é uma efusão, um derramamento doEspírito, e qualquer apologética que não nos leve

Page 36: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 36/44

finalmente à necessidade desse derramamento, emúltima análise será inútil. Creio que estamos denovo quase na mesma situação que prevalecia antesde acontecerem aquelas coisas grandiosas na déca-

da de 30, no século 18. As preleções de Boyletinham sido instituídas no século anterior com o fimde propiciarem uma apologética e a defesa dareligião e do evangelho. E temos continuado a fazero mesmo com muita assiduidade. Não somente isso;a famosa Analogia  ("Analogy") do bispo Butler tinhaaparecido em defesa do evangelho de maneiradiferente. Mas não foram esses os fatores quemudaram a situação toda. Foi o avivamento; e anossa única esperança é o avivamento. Temostentado tudo mais; Edwards lembra-nos mais umavez a suprema necessidade de avivamento.

 Tratemos de ver com clareza o que ele disse a

respeito disso. Precisamos saber o que significaavivamento. Precisamos saber a diferença entre umacampanha evangelística e o avivamento. Não podemser comparados. Precisamos compreender adiferença entre experimentar o poder do Espírito noavivamento e chamar pessoas para tomarem uma

decisão. Há alguns anos um certo líder evangélico,muito conhecido e proeminente, estava insistindocomigo para assistir a certa campanha evangelísticae, cheio de entusiasmo, dizia: "Você deve ir. Émaravilhoso. Magnífico! As pessoas vão para a frenteem grandes grupos. Nada de emoção. Nada deemoção!" Ele ficava repetindo, "Nada de emoção". Elenão tinha lido Jonathan Edwards! Deveríamos ficarseriamente preocupados, se não houver emoção. Se

Page 37: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 37/44

as pessoas podem tomar alguma suposta decisãopor Cristo sem emoção, que é que realmente estaacontecendo? É concebível que uma alma possaaperceber-se do perigo de passar a eternidade no

inferno, conhecer algo da santidade de Deus e crerque o Filho de Deus veio ao mundo e até morreunuma atrós cruz e morreu por nós e ressurgiu dosmortos para que essa alma pudesse ser salva, etodavia não sentir emoção?

Leiam Edwards sobre avivamento. A expressãoque ele sempre usava era "um derramamento doEspírito". Hoje ouvimos falar muito sobre o quechamam "renovação". Não gostam do termo "avi-vamento"; preferem "renovação". O que eles queremdizer com isso é que todos fomos batizados com oEspírito no momento da regeneração, e que,portanto, tudo que temos que fazer é aperceber-nos

do que já temos e render-nos a isso. Isso não éavivamento! Vocês poderão fazer tudo quanto elesensinam e auferir muitos benefícios; mas ainda nãoterão tido avivamento. Avivamento é um derrama-mento do Espírito. É algo que nos sobrevêm, quenos acontece. Não somos os agentes; apenas

estamos cientes de que nos aconteceu algo. AssimEdwards nos lembra de novo o que é realmente oavivamento.

Isso leva a uma advertência aos que estãoextinguindo o Espírito; e há muitos sobre os quaispesa a culpa disso no presente. Um livro escrito pelofinado Ronald Knox sobre Entusiasmo  tornou-sepopular entre certos evangélicos. Ele foi um inte-lectual católico romano, ignorante dessas coisas.

Page 38: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 38/44

Naturalmente, ele menciona Edwards e o famososermão. O Novo Testamento nos adverte do perigode "extinguir o Espírito". Podemos ser culpados defazer isso de várias maneiras. Podemos extinguir o

Espírito interessando-nos exclusivamente por teo-logia. Também podemos fazê-lo interessando-nossomente pela aplicação do cristianismo à industria,à educação, às artes, à política etc. Ao mesmotempo, Edwards faz advertências similares aos quesó dão ênfase à experiência. Nada é mais notável doque o equilíbrio desse homem. Devemos ter teologia;entretanto esta deve ser teologia com fogo. É precisoque haja aquecimento e calor, bem como luz. EmEdwards encontramos a combinação ideal - asgrandes doutrinas com o fogo do Espírito sobre elas.

Encerro com duas palavras especiais de aplica-ção. A primeira é para os pregadores. Temos urgente

necessidade hoje daquilo que Edwards dizia aospregadores em seus dias:

"Acredito que estaria cumprindo o meu deverde elevar os afetos dos meus ouvintes tão altoquanto me fosse possível, posto que eles não sejamafetados por nada, senão pela verdade, e por afetos

que não discordem da natureza do assunto. Sei que já é velha praxe desprezar um modo de pregar muitocaloroso e patético; e só tem sido apreciados comopregadores aqueles que mostram a mais amplacultura, poder de raciocínio e correção nalinguagem. Mas humildemente concebo que foi porfalta de entender ou de estudar devidamente anatureza humana, que já se pensou que ela tem amaior propensão para atender aos fins da pregação;

Page 39: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 39/44

e a experiência da época passada e da atual confir-ma sobejamente o mesmo. Embora seja certo, comoeu disse antes, que a clareza do discernimento, ailustração, o poder de raciocínio e um bom método

de manejo doutrinário das verdades da religião, demuitas maneiras são necessários e proveitosos, enão devem ser negligenciados, todavia, não é oaumento no conhecimento especulativo de teologiaque as pessoas necessitam tanto como algo mais. Oshomens podem ter grande soma de luz, e não ternenhum calor. Quanto dessa espécie de conheci-mento tem havido no mundo cristão na época atual!Porventura já houve alguma época em que o vigor ea penetração da razão, a extensão da cultura, aexatidão do discernimento, a correção do estilo e aclareza de expressão fossem tão abundantes? E,contudo, houve alguma época em que tenha havido

tão pouco senso da malignidade do pecado, tãopouco amor a Deus, disposição celestial e santidadeno viver, entre os que professam a religiãoverdadeira? Nossa gente não precisa ter suas cabe-ças abastecidas, tanto como precisa ter os seuscorações emocionados; e a nossa gente está na

maior necessidade da espécie de pregação maispropensa a fazer isso" (Vol. 1, 391).A seguir, uma palavra aos membros de igreja.

Será que tudo o que eu disse os levou a sentir-sedesesperançados? Levou-os a duvidar, talvez, quesão cristãos? Meu conselho a vocês é: leiam  Jonathan Edwards. Deixem de freqüentar tantasreuniões; desapeguem-se das diversas formas deentretenimento que atualmente são tão populares

Page 40: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 40/44

nos círculos evangélicos. Aprendam a ficar em casa.Reaprendam a ler, e não apenas as historias emoci-onantes de certas pessoas modernas. Retornem aalgo sólido, real e profundo. Vocês estão perdendo a

arte de ler? Muitas vezes os avivamentos começaramcomo resultado da leitura de obras como estes doisvolumes das obras de Edwards. Portanto, leiam estehomem. Tomem a decisão de fazê-lo. Leiam os seussermões; leiam os seus tratados práticos, e depoispassem aos grandes discursos sobre assuntosteológicos.

Mas, acima de tudo, tendo lido este homem,tentemos, todos nós, captar e reter a sua maiorênfase - a glória de Deus. Não nos detenhamos emalgum benefício que tenhamos recebido, nem mesmocom as experiências mais elevadas que tenhamosdesfrutado. Procuremos conhecer mais e mais a

glória de Deus. É isso que sempre leva a umaexperiência genuína. Precisamos conhecer a ma- jestade de Deus, a soberania de Deus, e precisamoster senso de temor, senso do maravilhoso. Temosconhecimento disso? Há em nossas igrejas um sensodo maravilhoso e do espantoso? Essa é a impressão

que Jonathan Edwards sempre comunica e cria. Eleensina que essas coisas são possíveis ao cristãomais humilde. Ele pregava e ministrava a pessoascomuns e, todavia, dizia-lhes que essas coisas erampossíveis a todas elas. Depois, além de tudo, e numaépoca de crise e incerteza como a atual, não conheçonada que seja mais maravilhoso que a sua ênfase à"bendita esperança". Leiam o sermão que ele pregounos funerais de David Brainerd. É uma narrativa

Page 41: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 41/44

sobre o céu e sobre a glória que nos aguarda comofilhos de Deus. Num mundo em colapso, com tudo adissolver-se diante dos nossos olhos, não seria horade levantarmos as nossas cabeças e os nossos olhos,

e olharmos para a glória que há de vir? Ainda que asituação financeira deste país entre em colapso, quetudo entre em colapso, os propósitos de Deus sãocertos e seguros. Nada "poderá fazê-lO renunciar aoSeu propósito"; e há uma glória que nos aguarda,glória que frustra toda tentativa de descrição. Foipreparada para nós, e aguarda a todos os queverdadeiramente buscam essas coisas, "e o apare-cimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo" (Tito 2:13).

Assim, despeçamo-nos de Jonathan Edwardscitando o que ele disse de David Brainerd: não possopensar em algo melhor do que isso para dizer sobre

o próprio Edwards:"Quanta coisa há, em particular, nas coisas

que têm sido observadas sobre esse eminenteministro de Cristo, para animar-nos, a nós quefomos chamados para a mesma obra do ministériodo evangelho, a cuidado e esforços fervorosos, para

que, à semelhança dele, sejamos fiéis em nossotrabalho; para que sejamos cheios do mesmo espí-rito, alentados pela mesma pura e ardente chama deamor a Deus, e pelo mesmo zeloso interesse empromover o reino e a glória do nosso Senhor, e aprosperidade de Sião! Quão amável esses princípiostornaram esse servo de Cristo em sua vida, e quãoabençoado o seu fim! Breve chegará a hora em quenós também teremos que deixar os nossos

Page 42: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 42/44

tabernáculos terrestres, e ir ao nosso Senhor, quenos enviou para trabalhar em Sua seara, para Lheprestar contas de nós mesmos. Ah, como isso dizrespeito a nós, de modo que corramos, não incerta-

mente; lutemos, não como quem esmurra o ar! E oque ouvimos não nos animaria a pôr a nossa confi-ança em Deus, dEle buscando ajuda e assistênciaem nossa grande obra, e a dedicar-nos muito abuscar os influxos do Seu Espírito e êxito em nossoslabores pelo jejum e oração - de que era tão rica areferida pessoa? Essa prática ele recomendou emseu leito de morte, partindo das suas experiênciaspessoais dos seus grandes benefícios, a algunscandidatos ao ministério que se achavam ao lado dasua cama. Ele falou muitas vezes da grande neces-sidade que os ministros têm de muito do Espírito deCristo para realizarem a sua obra, e de quão pouco

benefício provavelmente farão sem Ele; e de como,"quando os ministros estavam sob as influenciasespeciais do Espírito de Deus, isto os ajudava achegar às consciências dos homens, e (como ele oexpressava), por assim dizer, a manuseá-las com asmãos; ao passo que, sem o Espírito de Deus, dizia

ele, sejam quais forem os argumentos e a oratória deque façamos uso, faremos apenas uso de cotos, enão das mãos".

"Ah, que as coisas que foram vistas e ouvidasdessa extraordinária personalidade, a sua santida-de, a excelência do seu caráter, o seu trabalho, e aabnegação da sua vida, a maneira tão notável dedevotar-se, e de devotar tudo quanto lhe pertencia,no coração e na prática, à glória de Deus, e a

Page 43: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 43/44

maravilhosa estrutura mental manifesta de maneiratão firme, sob a expectação da morte, e das dores eagonias que se lhe seguiram, despertem em nós,ministros e povo, um devido senso da grandeza da

obra que nos cabe fazer no mundo, da excelência ecordialidade da religião integral, na experiência e naprática, da bênção do fim de uma vida como essa edo valor infinito da sua recompensa eterna, quandoestaremos ausentes do corpo e presentes com oSenhor; e efetivamente nos estimulem a esforçospara que, nas pegadas dessa vida santa, cheguemosafinal a um fim tão abençoado" (Vol. 2, 35-36).

Jonathan Edwards e a CrucialImportância de Avivamento

Este opúsculo reproduz a palestra proferida

pelo Dr. Lloyd-Jones na Conferência Westminsterem 1976. A mesma constitui o décimo sétimocapítulo do livro Os Puritanos: suas origens e 

Page 44: 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

8/3/2019 14831284 Jonathan Edwards e a Crucial Import an CIA Do to d m Lloyd Jones

http://slidepdf.com/reader/full/14831284-jonathan-edwards-e-a-crucial-import-an-cia-do-to-d-m-lloyd-jones 44/44

seus sucessores  — a ser publicado em breve.

Nestes dias de tanta confusão teológica o Dr.Lloyd-Jones nos lembra dos princípios que

nortearam a vida e ensinos dos puritanos, os quais oinfluenciaram tanto. Diz ele: "Omeu real interesse(nele) surgiu em 1925... Desde aquele tempo umverdadeiro e vivo interesse pelos puritanos e suasobras me prendeu, e sou franco em confessar quetodo o meu ministério tem sido governado por isso...Não há nada que tanto estimule o verdadeiroministério da Palavra, pois aqueles homens foramgrandes modelos nesse aspecto".

PUBLICAÇÕES EVANGÉLICAS SELECIONADASCaixa Postal 1287 — 01059-970 São Paulo — SP