1 MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA M ANUAL DE E MPREGO DO B ASTÃO T ONFA
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MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
MANUAL DE EMPREGO
DO BASTÃO TONFA
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MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
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MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
MANUAL DE EMPREGO
DO BASTÃO TONFA
Belo Horizonte-MG.Centro de Pesquisa e Pós-graduação.
2009.
Flávio Cristino PiresOlímpio Garcia Pereira Júnior
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MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS. Manual de Empregodo Bastão Tonfa. - Belo Horizonte: Centro de Pesquisa e Pós-Graduação, 2009.
148 p.: il.
1. Manual. 2. Abordagem policial. 3. Técnica Policial. 4. Equipamentopolical. I. Pires, Flávio Cristino. II. Pereira Júnior, Olímpio Garcia. III.Título.
CDD. 355.8CDU. 355.587
Direitos Autorais: patrimoniais, da Polícia Militar de Minas Gerais; morais ou intelectuais,dos Autores de texto, desenhos, fotografias e engenhos publicitários.
Texto: Maj. PM Flávio Cristino Pires, Cap. PM Olímpio Garcia Pereira Júnior.
Fotografia: 1º Sgt. PM Alexandre Clínio de Souza.
Edição de fotos: 3º Sgt. PM Emanuel Fernandes de Souza e Cb PM Elias Sabino Soares.
Equipe de Apoio: Cap. PM Micael Henrique Silva, 1º Sgt. PM Anderson Pereira deSousa, 1º Sgt. PM Wesley Durand Gonçalves Rodrigues, 1º Sgt. PM Valdeci Luís deGoes, 1º Sgt. PM Gelvânio Leandro Gonçalves, 1º Sgt. PM Gielvane Celso de Miranda, 3ºSgt. PM César Augusto Vilaça Júnior.
Revisão Gramatical: Professor Hugo de Moura.
Tiragem: três mil exemplares.
ADMINISTRAÇÃO
Centro de Pesquisa e PÓS-Graduação da PMMG
Rua Diábase, 320 - Prado
Belo Horizonte - MG
CEP 30.410-440
Tel: (0xx31) 2123-9513
Fax: (0xx31) 2123-9512
E-mail: [email protected]
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MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
RESOLUÇÃO Nº , DE DE DE 2008.
Aprova o Manual de Emprego do Bastão Tonfada Polícia Militar de Minas Gerais e o reconhececomo Trabalho Técnico-Profissional.
O CORONEL PM COMANDANTE-GERAL DAPOLÍCIA MILIT AR DE MINAS GERAIS, no uso da competência quelhe confere o art. 6º, inciso VI e XI, do R-100, aprovado pelo Decreto-Leinº 18.445, de 15 de abril de 1977, c/c Resolução nº 3.425, de 18 de junhode 1998, que dispõe sobre Trabalho Técnico-Profissional na Corporação,considerando que:
__ após análise e avaliação procedida pelo EMPM, reconheceu-se aexcelência do trabalho elaborado pelos autores;
__ o MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA da PolíciaMilitar de Minas Gerais, de acordo com o § 1º, do art. 4º, da Resolução nº3.425, possui aplicabilidade imediata nas atividades policiais-militares,ilustração adequada e pertinente, linguagem simplificada e compreensível ese encontra adequada às normas regulamentares da Corporação.
RESOLVE:
Ar t 1º – Fica aprovado e reconhecido como Trabalho Técnico-Profissional o M ANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA da PMMG, deautoria do Major PM Flávio Cristino Pires, Capitão PM Olímpio GarciaPereira Júnior, haja vista ser obra de interesse para as atividades da PMMG.
Ar t. 2º – A APM, por meio do Centro de Pesquisas e Pós-Graduação, deverá adotar as providências decorrentes.
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MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
Art. 3º – Esta Resolução entra em vigor na data de suapublicação, revogando-se as disposições em contrário.
QCG em Belo Horizonte, _____ de __________ de 2009.
(a) RENATO VIEIRA DE SOUZA, CORONEL PM,COMANDANTE-GERAL.
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MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1
Figura 2
Figura 3
Figura 4
Figura 5
Figura 6
Figura 7
Figura 8
Figura 9
Figura 10
Figura 11
Figura 12
Figura 13
Figura 14
Figura 15
Figura 16
Figura 17
Figura 18
Figura 19
Figura 20
Figura 21
Nomenclatura das partes componentes do bastão tonfa ...........
Zonas de prioridade (frente) ...................................................
Zonas de prioridade (costas)..................................................
Modelo da PMMG sobre o uso progressivo da força .............
Postura (cinto de guarnição) ...................................................
Postura (colete tático) .............................................................
Procedimento para localização do bastão tonfa .......................
Seqüência demonstrando saque defensivo com movimento degiro ........................................................................................
Seqüência demonstrando saque defensivo com estocada curta.
Detalhe da empunhadura do bastão .........................................
Empunhadura básica .................................................................
Empunhadura ostensiva ..........................................................
Empunhadura espada .............................................................
Empunhadura martelo .............................................................
Empunhadura gancho. Primeira variação .................................
Empunhadura gancho. Segunda variação ................................
Postura defensiva ....................................................................
Distância de segurança. Suspeito desarmado ..........................
Distância de segurança. Suspeito portando arma branca ........
Esquema ilustrando o pensamento tático de emprego dobastão tonfa............................................................................
Ângulos de segurança para aproximação técnica .....................
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Figura 38
Posição 2½ para aproximação ...............................................
Posição 3 para aproximação .................................................
Posição 1 para aproximação pela frente ................................
Representação gráfica e explicativa sobre as técnicas deesquiva ..................................................................................
Detalhamento das possibilidades técnicas de esquiva ..............
Defesa contra ataque na altura da cabeça. Empunhadurabásica. Imagem lateral ............................................................
Defesa contra ataque na altura da cabeça. Empunhadurabásica. Imagem frontal ............................................................
Defesa contra ataque na altura da cabeça. Policial próximoao suspeito ...........................................................................
Defesa contra ataque na altura da cabeça. Empunhaduraostensiva. Imagem lateral .......................................................
Defesa contra ataque na altura da cabeça. Empunhaduraostensiva. Imagem frontal .......................................................
Defesa contra ataque na cabeça. Empunhadura ostensiva.Em destaque: forma correta de segurar o bastão ....................
Defesa contra ataque na altura do tórax. Primeira hipótese .....
Postura para defesa de ataque na altura do tórax. Empregoda primeira hipótese ...............................................................
Defesa contra ataque na altura do tórax. Segunda hipótese...
Postura para defesa de ataque na altura do tórax. Empregoda segunda hipótese .........................................................
Defesa contra golpe na região do baixo ventre ..................
Postura para aplicação de defesa contra golpe na região dobaixo ventre .....................................................................
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Figura 57
Defesa contra ataque na região do baixo ventre.Empunhadura ostensiva. Imagem lateral .............................
Defesa contra ataque na região do baixo ventre.Empunhadura ostensiva. Imagem frontal ..............................
Defesa contra ataque baixo. Empunhadura ostensiva. Emdestaque: forma correta de segurar o bastão .......................
Defesa contra chute baixo .................................................
Projeção do agressor ........................................................
Giro do quadril. Estocada curta ..........................................
Estocada curta .................................................................
Estocada longa .................................................................
Preparação para estocada longa ........................................
Estocada longa. Apoio de ambas as mãos ..........................
Forma correta de empunhar o bastão com as duas mãos .....
Demonstração de golpe curto, com nota explicativa sobre ocorreto emprego da técnica ...............................................
Golpe curto, primeira hipótese ...........................................
Golpe curto, segunda hipótese ...........................................
Seqüência demonstrando o giro de pulso para os contragolpesde varredura .....................................................................
Seqüência demonstrando o emprego do quadril e do ombroem um movimento de giro ..................................................
Seqüência demonstrando movimento de giro vertical ..........
Seqüência demonstrando o movimento de giro horizontal .....
Seqüência demonstrando o movimento de giro diagonal .......
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Varredura em “X”, com setas indicando a direção dosmovimentos .....................................................................
Seqüência de varredura em “X”, com letras referindo-se aospontos destacados na Figura 58 ........................................
Seqüência demonstrando o movimento do pulso nos golpesde swing .........................................................................
Golpe de swing. Empunhadura martelo .............................
Golpe de swing. Empunhadura espada .............................
Seqüência demonstrando técnica de chicote. Empunhaduraostensiva .........................................................................
Seqüência demonstrando técnica de chicote. Empunhaduramartelo ..........................................................................
Posição para aproximação ...............................................
Bastão sob as axilas ........................................................
Travamento do braço ......................................................
Apoio da mão sobre o corpo secundário do bastão ...........
Detalhe da técnica. Direção da força do cotovelo .............
Detalhe da técnica. Direção da força da mão ....................
Postura para deslocamento ..............................................
Técnica de condução .......................................................
Seqüência demonstrando processo de condução com“chave de bíceps” ..........................................................
Técnica inicial do processo de condução com “chave deomoplata”. Em destaque: correto posicionamento das mãos...
Deslocamento para as costas do preso ..............................
Movimento inicial da técnica de estrangulamento ...............
Figura 58
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Técnica de estrangulamento para condução. Em destaque:forma correta de segurar o bastão .....................................
Seqüência completa da técnica de condução com “chavede omoplata” ..................................................................
Seqüência inicial do processo de condução de presoalgemado ........................................................................
Técnica de imobilização do braço do suspeito ...................
Forma correta de prender o braço do suspeito algemado.Em destaque: forçamento de articulação do pulso dosuspeito .........................................................................
Procedimento final para a condução .................................
Seqüência completa do processo de condução de suspeitoalgemado ........................................................................
Imobilização de suspeito em decúbito ventral ...................
Aproximação ..................................................................
Imobilização do pulso do suspeito .....................................
Forma correta de segurar o pulso do suspeito ...................
Direcionamento da força para aplicação da técnica ............
Deslocamento para realizar torção e projeção ...................
Posicionamento do policial após derrubar o suspeito .........
Deslocamento do policial com o suspeito deitado no chão...
Técnica de imobilização inicial ..........................................
Posicionamento final. Suspeito imobilizado ........................
Seqüência demonstrando técnica de projeção paraimobilização ....................................................................
Figura 77
Figura 78
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Seqüência demonstrando técnica de imobilização desuspeito em decúbito ventral ...........................................
Policial com postura defensiva .........................................
Recuo rápido e contragolpe de giro vertical ......................
Postura defensiva ...........................................................
Recuo rápido ..................................................................
Avanço e contragolpe com estocada ................................
Postura defensiva.Empunhadura martelo.........................
Recuo e primeiro contragolpe ..........................................
Preparação e finta para o segundo contragolpe ..................
Avanço e segundo contragolpe .........................................
Seqüência de contragolpe com chicote. Empunhaduramartelo ...........................................................................
Primeiro movimento varredura em “X” ..............................
Preparação para o segundo contragolpe .............................
Segundo contragolpe da varredura em “X” .........................
Postura defensiva. Empunhadura espada ............................
Esquiva lateral (indicada pela seta). Contragolpe de swing...
Postura defensiva. Empunhadura básica .............................
Esquiva lateral (indicada pela seta) e defesa ......................
Preparação para contragolpe de estocada ........................
Estocada longa ................................................................
Seqüência de defesa de golpe na região do baixo ventre,esquiva e contragolpe .......................................................
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Postura defensiva. Empunhadura martelo ........................
Esquiva diagonal à frente e contragolpe de swing .............
Postura defensiva. Empunhadura básica .........................
Esquiva diagonal à frente, combinada com o primeiromovimento do contragolpe de varredura em “X” ............
Passo lateral e preparação para o segundo contragolpe ......
Segundo contragolpe com varredura em “X” .................
Seqüência demonstrando esquiva e contragolpes comvarredura em “X” .........................................................
Bloqueio de golpe contra o rosto ...................................
Contragolpe de estocada curta .......................................
Bloqueio de golpe contra o rosto ....................................
Contragolpe e giro diagonal ..........................................
Postura defensiva. Empunhadura básica ..........................
Defesa contra ataque ao rosto. Em destaque: formacorreta de empunhar o bastão. Empunhadura ostensiva....
Contragolpe de giro vertical ...........................................
Bloqueio de ataque contra o rosto ..................................
Golpe curto ...................................................................
Defesa de ataque ao tórax ..............................................
Golpe curto .....................................................................
Defesa atingindo o braço do suspeito .............................
Golpe curto ..................................................................
Defesa com golpe de swing ...........................................
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Golpe de swing .............................................................
Primeiro movimento do contragolpe de chicote.Empunhadura martelo ....................................................
Preparação para o segundo contragolpe ...........................
Segundo movimento. Golpe atinge o joelho do suspeito....
Defesa contra chute baixo ..............................................
Contragolpe com giro diagonal .......................................
Defesa de joelhada ........................................................
Estocada curta ..............................................................
Defesa contra joelhada. Empunhadura ostensiva. Emdestaque: forma correta de segurar o bastão tonfa ...........
Troca de empunhadura ...................................................
Estocada longa ..............................................................
Defesa do soco .............................................................
Empunhadura ostensiva. Preparação para o contragolpe...
Primeiro contragolpe ......................................................
Preparação para o segundo contragolpe ..........................
Segundo contragolpe .....................................................
Suspeito tenta arrebatar bastão .......................................
Procedimentos iniciais com notas explicativas. Destaques:técnica inicial de proteger o bastão e contragolpe com opé .................................................................................
Finta. Seta indicativa da direção da força ........................
Movimento inicial de retomada do bastão .......................
Movimento final da retomada do bastão ..........................
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Passo à retaguarda (indicado pela seta) ..........................
Postura defensiva. Empunhadura martelo ........................
Seqüência ininterrupta demonstrando técnica dedesvencilhamento .................................................................
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MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
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MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
2.1
2.2
SUMÁRIO
PARTE I - FUNDAMENT OS ............................................
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO ..................................................
CAPÍTULO II - PRINCÍPIOS DO EMPREGO POLICIAL DOBASTÃO TONFA .........................................................................
Pontos vulneráveis do corpo humano .......................................
O bastão tonfa e o uso progressivo da força ............................
3.1
3.2
3.3
3.3.1
3.3.2
3.3.3
3.3.4
3.3.5
CAPÍTULO III - CONDUÇÃO, SAQUE E EMPUNHADURAS
Condução do bastão tonfa no cinto de guarnição e no colete táticocompartimentado ...................................................................
Saque do bastão tonfa ............................................................
Empunhaduras .......................................................................
Empunhadura básica (ou guarda curta) ....................................
Empunhadura ostensiva (ou guarda longa) ...............................
Empunhadura espada .............................................................
Empunhadura martelo .............................................................
Empunhadura gancho ..............................................................
CAPÍTULO IV - POSTURA E POSICONAMENTO TÁTICOINDIVIDUAL .................................................................
Postura ..................................................................................
Posicionamento tático individual ..............................................
4.1
4.2
CAPÍTULO V - ESQUIVA ................................................
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MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
PARTE II - TÉCNICAS BÁSICAS DE EMPREGO ......49
CAPÍTULO I - TÉCNICAS DE BLOQUEIO ..................................49
1.1 Bloqueios de ataques à cabeça...................................................49
1.2 Bloqueios de ataques na altura do tronco....................................53
1.3 Bloqueios de ataques ao baixo ventre.........................................56
CAPÍTULO II - TÉCNICAS DE CONTRAGOLPES .....................61
2.1 A defesa como contra-ataque......................................................61
2.2 Estocadas....................................................................................62
2.2.1 Estocada curta.............................................................................63
2.2.2 Estocada longa............................................................................63
2.3 Golpes curtos..............................................................................66
2.4 Movimentos de giro (ou varreduras)...........................................68
2.4.1 Movimento de giro vertical (ou varredura vertical)......................69
2.4.2 Movimento de giro horizontal (ou varredura horizontal)..............71
2.4.3 Movimento de giro diagonal (ou varredura diagonal)..................72
2.4.4 Movimento de giro em “X” (ou varredura em “X”).....................73
2.5 Swing...........................................................................................75
2.6 Chicote........................................................................................77
CAPÍTULO III - TÉCNICAS DE CONDUÇÃO DE PRESOE IMOBILIZAÇÃO .............................................................................81
3.1 Técnicas de condução de pessoa presa......................................81
3.1.1 Condução com forçamento da articulação do antebraço (“chave de bíceps”).....................................................................82
3.1.2 Condução com forçamento da articulação do ombro (“chave de omoplata”).................................................................88
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MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
3.1.3 Condução de suspeito algemado com forçamento da articulação do punho.....................................................................................92
3.2 Técnicas para imobilização..........................................................96
PARTE III - TÉCNICAS COMBINADAS ..................107
CAPÍTULO I - ESQUIVAS E CONTRAGOLPES ........................107
1.1 Recuo e contragolpe rápido......................................................108
1.1.1 Primeira Técnica........................................................................108
1.1.2 Segunda técnica.........................................................................109
1.1.3 Terceira técnica..........................................................................110
1.1.4 Quarta técnica...........................................................................113
1.2 Esquiva lateral e contragolpe.....................................................114
1.2.1 Primeira técnica.........................................................................114
1.2.2 Segunda técnica.........................................................................115
1.2.3 Terceira técnica..........................................................................119
CAPÍTULO II - DEFESAS E CONTRAGOLPES........................123
2.1 Defesa contra agressões na altura da cabeça............................123
2.1.1 Combinada com estocada curta................................................123
2.1.2 Combinada com golpe de giro...................................................124
2.1.3 Combinada com golpe curto......................................................127
2.2 Defesa contra golpes no tórax...................................................128
2.2.1 Combinada com golpe curto......................................................128
2.2.2 Combinada com golpe de swing................................................130
2.2.3 Combinada com chicote............................................................131
2.3 Defesa contra golpes na região do baixo ventre........................132
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MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
2.3.1 Combinada com giro horizontal.................................................132
2.3.2 Combinada com estocada curta................................................133
2.3.3 Combinada com varedura em “X”.............................................136
2.4 Técnica de desvencilhamento (proteção do bastão tonfa).........138
CONCLUSÃO .....................................................................................144
REFERÊNCIAS .................................................................................146
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MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
PARTE I
FUNDAMENTOS
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
1.1 Histórico
Os primeiros registros confiáveis sobre uso do tonfa datam do séculoXVI, na ilha de Okinawa, Japão.
No início do século XVI, o Japão era uma país fragmentado politicae administrativamente. Mais de duzentos e cinquenta senhores feudaisbeligerantes (daimiôs) dividiam regionalmente a administração do país. Algunsdesses daimiôs pretendiam usar o poder regional para projetarem-senacionalmente e, assim, conseguir o poder hegemônico sobre o país. OdaNobunaga (1534-1582) foi o primeiro daimiô a conseguir expandir o controlesobre todo o país. Ele começou a unificar administrativamente o Japão.
Oda Nobunaga foi assassinado. Toyotomi Hideyoshi (1536 - 1598)assumiu o poder e deu continuidade ao processo de unificação do país.Hideyoshi tomou duas medidas importantes para resolver os problemasestruturais: primeiro, separou a classe dos samurais da classe doscamponeses e,segundo, colocou em prática um novo sistema de impostos.
A primeira medida foi importante para a administração pois no Japãoainda resisitiam ao poder central alguns pequenos daimiôs. Eles dividiam otempo entre a agricultura e a guerra e viviam em aldeias rurais fortementearmadas. Samurais e camponeses mantinham um vínculo comunitário estreito.
A separação entre as classes teve por objetivo diminuir a influênciados samurais sobre os camponeses e, assim, permitir que o poder centralexercesse maior influência sobre a sociedade camponesa. Paralelamente,
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MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
Hideyoshi decretou que apenas os samurais podiam portar armas (espadas).Os camponeses foram proibibidos de usar armas. Por todo o país foramrealizados exaustivos confiscos de armas. Essa época foi conhecida com “aera da caça aos sabres.”
Os camponeses estavam insatisfeitos com o poder central e queriamenfrentar os cobradores de impostos, pois não concordavam em pagar otributo. Havia penas severas para aqueles que portassem espadas, então, opovo começou a adaptar como armas ferramentas de caça e de pesca.
O tonfa (também conhecido por tonqua, toifa ou tonkuwa) era,segundo a maioria das fontes, a manivela que girava um moinho de pedradestinado a moer grãos. Em caso de necessidade, o tonfa erarapidamente retirado do moinho e usado como arma de defesa e ataque.
Alguns autores reportam que a origem do tonfa seria na China. Outrosautores defendem que o bastão foi criado na Índia. Todos apresentamargumentos válidos, entretanto, é no Japão que existem registros oficiais,datados do século XVI, descrevendo pessoas usando o bastão tonfa paraenfrentar soldados do governo. Também são japonesas as pesquisas históricasque cientificamente indicam a origem do tonfa. Daí vem a opção dos autorespor essa vertente histórico-cietífica sobre a origem do bastão tonfa.
Mais tarde, já no início dos anos de 1970, a polícia da Califórnia,nos Estados Unidos, começou a empregar o tonfa como bastão policial.Especialistas em artes marciais pesquisaram sobre a melhor configuração deuma bastão policial, levando em conta os métodos mais eficientes paraneutralizar um suspeito, sem causar danos graves à integridade física dapessoa.
Da pesquisa, surgiu o bastão PR-24 que, hoje, é utilizadosistematicamente pelos policiais americanos. A PMMG distribuiu os primerosbastão tonfa no ano de 2000.
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MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
Punho
Corpo secundário
Ponta
Corpo principal
Figura 1 - Nomenclatura das partes componentes do bastão tonfa.
Neste manual, devem ser entendidos como sinônimos os termos“bastão tonfa”, “tonfa” e “bastão”.
1.2 Especificações
A maioria dos bastões que foram distribuídos - e hoje sãousados diuturnamente por nosso policiais - têm comprimento que variaentre 30 e 35 cm, por 4 cm de diâmetro. O punho tem aproximadamente 14cm. A distância entre o punho e a ponta mais próxima (corpo secundário) éde 14 cm.
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CAPÍTULO II
PRINCÍPIOS DO EMPREGO POLICIALDO BASTÃO TONFA
Inicialmente, o bastão tonfa foi arma de guerra, usada para amorte. O que o torna um equipamento de defesa da vida é a qualificaçãoprofissional do policial, por meio do aprendizado de técnicas específicas,pré-selecionadas para a atividade dos encarregados de aplicação da lei.
No serviço policial-militar, o bastão tonfa se destaca por:
- ser excelente dissuasor psicológico;
- ser de fácil manejo, porte e condução;
- permitir velocidade nos movimentos de defesa e contra-ataque;
- auxiliar em imobilizações e conduções de suspeitos;
- permitir ao policial usar progressivamente a força.
2.1 Pontos vulneráveis do corpo humano
Há restrições quanto aos pontos do corpo humano que podemser golpeados com o tonfa. É a análise do caso concreto que vai determinaressas restrições, entretanto, o militar deve priorizar golpes nos pontosvulneráveis que possibilitem máxima eficiência na proteção do policial e deterceiros, mas que provoquem mínimas lesões no suspeito. Seguindo essalógica, podemos classificar as zonas de impacto de um golpe de bastão nocorpo humano conforme a lesão que provoca. Essas zonas de impacto são:
25
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2.1.1 Zonas verdes. São as partes do corpo humano que,atingidas por golpes do bastão tonfa, sofrem lesões leves e com efeitostemporários. As zonas de primeira prioridade são: os braços, os antebraços,os punhos, as mãos, as pernas, os pés e os tornozelos.
2.1.2 Zonas amarelas. São aquelas partes do corpo que atingidaspor golpes de tonfa sofrem lesões relativamente mais graves, entretanto,sem risco à vida do suspeito. Compreendem as articulações dosjoelhos, dos cotovelos, dos ombros, as clavículas, a região da cintura(osso ilíaco), órgãos genitais e as costelas.
2.1.3 Zonas vermelhas. As zonas vermelhas são: a cabeça, a nuca,o pescoço, a porção central do tórax, os rins, a coluna vertebral e os pulmões.São regiões em que golpes de tonfa podem provocar lesões graves, comrisco de morte.
As zonas verdes e amarelas são aquelas em que o policial devepriorizar contra-ataques.
As zonas vermelhas podem ser atingidas? Sim. O que o policial deveter em mente é que golpes nessas regiões do corpo humano podem causarum efeito traumático muito grande e que isso pode, dependendo do caso,extrapolar a força que seria necessária para neutralizar o agressor.
Logo, toda vez que o policial se vir obrigado a golpear um pontoincluído nas zonas de terceira prioridade deve avaliar as conseqüências dessegolpe. Em caso de dúvida, sugerimos que adapte o golpe e procure atingiras zonas de primeira e segunda prioridades.
Veja, nas FIG. 2 e 3 a seguir, a indicação das zonas de prioridade.
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Figura 2 -Pontos vulneráveis do corpo humano (frente). Zonas de impacto.
Legenda:
VermelhaVerdeAmarela
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Legenda:VermelhaVerdeAmarela
Figura 2 -Pontos vulneráveis do corpo humano (costas). Zonas de impacto.
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2.2 O bastão tonfa e o uso progressivo da força
O uso da força, para ser legal e legítimo, deve pautar-se nosprincípios da legalidade (conhecimento da lei e preparo técnico),necessidade (objetivo a ser atingido, observando se o uso da força éestritamente necessário ou indispensável), proporcionalidade (a força a serempregada é proporcional ao nível de resistência oferecida) e, por último,um princípio incorporado pela Polícia Militar de Minas Gerais noManual de Prática Policial I: a conveniência (avaliação do momento e local).
O Manual de Prática Policial I da PMMG apresenta um modelo quepermite ao policial, por meio de um gráfico, avaliar o nível de força necessárioem determinada situação. O modelo demonstra que a resposta do policial (onível de força a ser empregado) depende da conduta do suspeito.
AGRESSÃO LETAL FORÇA LETAL
AGRESSÃO NÃO LETALTÁTICAS DEFENSIVAS
NÃO LETAIS
RESISTÊNCIA ATIVA CONTROLE FÍSICO
RESISTÊNCIA CONTROLES DE CONTATO
COOPERATIVO VERBALIZAÇÃO
NORMALIDADE PRESENÇA POLICIAL
SUSPEITO POLICIAL
Figura 4 - Modelo adotado pela PMMG sobre o uso progressivo daforça, constante no Manual de Prática Policial I, pág. 83.
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CAPÍTULO III
CONDUÇÃO, SAQUES E EMPUNHADURAS
3.1 Condução do bastão tonfa no cinto de guarnição e no colete táticocompartimentado
Quando não houver necessidade de emprego do bastão tonfa e opolicial não estiver em veículo de quatro rodas, o bastão é conduzido noporta-tonfa do colete tático compartimentado ou no porta-tonfa do cinto deguarnição.
Figura 6 - Postura (colete tático).
Figura 5 - Postura (cinto de guarnição).
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3.2 Saque do bastão tonfa
Em uma situação relativamente tranqüila, o policial pode sacar obastão simplesmente retirando-o do porta-tonfa. Quando houver demandade pronto emprego do bastão tonfa, o saque pode ser usado comomovimento defensivo, se combinado a um golpe de varredura paralela ou aum golpe de estocada curta (sobre esses golpes, vide Parte II).
As técnicas demonstradas a seguir também podem ser usadas se opolicial estiver de colete tático.
Para realizar o saque de forma defensiva, o policial localiza o bastão,segurando a argola do porta-tonfa entre os dedos polegar e indicador,conforme indica a FIG. 7.
Figura 7 - Procedimento para localizaçãodo bastão tonfa.
Em seguida, posiciona o bastão para o saque, segura-o pelopunho e faz um movimento de varredura paralela (ver capítulo II, daParte II deste Manual) e gira o bastão até que fique na posição daempunhadura básica.
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a) b)
Figura 8 – Seqüência demonstrando saque defensivo com movimento de giro.
c) d)
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O saque defensivo também pode ser realizado com uma estocadacurta. Vejamos nas imagens a seguir:
a)
Figura 9 - Seqüência demonstrando saque defensivo com estocada curta.
Já que o policial saca o tonfa na iminência de empregá-lo, não pode,no momento do saque, olhar para o bastão. Se o policial abaixar a cabeça,perde de vista o suspeito, que pode aproveitar a oportunidade para atacarou fugir.
3.3 Empunhaduras
A maneira com que o tonfa é empunhado influencia diretamente naforma com que é usado. O tipo de empunhadura dita os movimentos quepodem ser empregados, logo, é importante que o policial militar empunhecorretamente o bastão.
b)
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Para segurar corretamente o bastão tonfa, devemos pegá-lo com osdedos indicador e polegar. São esses dois dedos que dão firmeza àempunhadura. Os outros dedos compõem a pegada. Essa é a técnica correta,independentemente do tipo de empunhadura usada.
Figura 10 - Detalhe da empunhadura do bastão.
Devemos segurar o bastão tonfa com firmeza, entretanto, nãopodemos empregar muita força na empunhadura. Quando o policial militarsegura o bastão tonfa com muita força, se cansa rapidamente, torna maislentos os movimentos e ineficientes os golpes.
Há cinco tipos fundamentais de empunhaduras:
- básica;
- ostensiva;
- espada;
- martelo;
- gancho.
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Figura 11 - Empunhadura básica.
3.3.1 Empunhadura básica (ou guarda curta)
É a mais utilizada para as técnicas de defesa e permite ao policialcontra-ataques com golpes de estocada, golpes curtos e de giro. Obastão fica rente ao antebraço do policial. Para que tenha firmeza, opolicial deve usar a articulação do pulso e pressionar o bastão tonfa contrao antebraço
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Figura 12 - Empunhadura ostensiva.
3.3.2 Empunhadura ostensiva (ou guarda longa)
Permite ao policial defender-se e contra-atacar com golpes devarredura e estocada longa. Possibilita maior velocidade e amplitude aosgolpes, além de dar grande mobilidade ao policial. Também é usada nastécnicas de condução de suspeitos.
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Figura 13 - Empunhadura espada.
3.3.3 Empunhadura espada
O policial empunha o bastão tonfa pelo corpo secundário. Comessa empunhadura, o bastão é usado como os antigos cacetetes (ou bastõescurtos).
Conforme é demonstrado na próxima imagem, para realizar aempunhadura correta, o policial deve deixar o punho do bastão voltadopara o próprio corpo: isso evita que o suspeito segure o bastão pelo punhoe tente arrebatá-lo das mãos do policial (FIG.13).
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Figura 14 - Empunhadura martelo.
3.3.4 Empunhadura martelo
O policial segura o bastão pelo corpo principal, deixando o punhodo tonfa voltado para a frente. Empunha o bastão deixando algunscentímetros entre a mão e a parte final do tonfa. Esse procedimento éimportante, pois o corpo principal do bastão não permite firmeza napegada e o tonfa pode escorregar da mão do policial. (FIG. 14).
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Figura 16 - Empunhadura gancho. Segunda variação.
3.3.5 Empunhadura gancho
O policial segura o bastão tonfa pelo corpo principal, mantendo opunho virado para frente ou para cima. Essa empunhadura é utilizada,principalmente, nas técnicas de projeção e nos processos de condução. (FIG.15 e 16).
Figura 15 - Empunhadura gancho. Primeira variação.
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CAPÍTULO IV
POSTURA E POSICIONAMENTOTÁTICO INDIVIDUAL
4.1 Postura
No momento do emprego do bastão tonfa (em defesas, contra-ataques, projeções, etc.), várias posturas defensivas podem ser adotadaspelo policial. Elas variam de acordo com o local e a técnica a serutilizada. A postura interfere diretamente na eficiência do uso do tonfa,pois influencia na mobilidade, no equilíbrio, na estabilidade e navulnerabilidade.
A postura ideal é aquela em que o policial se sinta confortável, masque também possibilite maior mobilidade, dê equilíbrio, estabilidade e nãodeixe o policial vulnerável.
Uma postura que permite ao policial maior efetividade no uso dotonfa é aquela em que o corpo é posicionado com as pernas abertas nalargura dos ombros, joelhos semi-flexionados, um pé um pouco à frente dooutro, o peso do corpo distribuído igualmente entre as pernas. Queixoligeiramente retraído e protegido pelos punhos. O centro de gravidade estáno meio do corpo do policial. O bastão pode ficar no antebraço que está àfrente ou no que está à retaguarda. Importante que fique parcialmente emfrente ao tórax do policial, facilitando tanto as defesas quanto os contra-ataques. A mão que não segura o bastão fica erguida (aberta ou de punhocerrado), auxiliando nas defesas. Essa é a postura defensiva ou deprontidão (FIG. 17).
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Figura 17 - Postura defensiva.
Figura 18 - Distância de segurança. Suspeito desarmado.
4.2 Posicionamento tático individual
A distância entre o policial e o suspeito é fator determinante em umaocorrência. A distância mais eficaz para persuadir o suspeito a cooperarvoluntariamente é de aproximadamente 3 metros. Essa é, também, a distânciaque, inicialmente, proporciona maior segurança ao policial.
3 metros
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O policial permanece na postura defensiva, pronto para agir caso osuspeito se torne agressivo.
Se o suspeito portar alguma arma branca (faca, gargalo de garrafa,bastão, etc.), o policial deve aumentar a distância para seis metros ou mais,pois o tempo para a ação do policial é maior que o tempo gasto para osuspeito agir. (FIG. 19).
Figura 19 - Distância de segurança. Suspeito portando arma branca.
Quando houver necessidade de reduzir a distância, o policialdeve, primeiro, confirmar se o suspeito porta ou não arma de fogo. Emcaso de dúvida, o suspeito deve ser considerado armado.
Vejamos o esquema a seguir que demonstra o raciocínio tático dopolicial antes do emprego do bastão tonfa:
6 metros
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Suspeito cooperativo ?
Suspeito portando arma de fogo ?
Tonfa
Sim
Sim
Não
Não
Dúvida
Figura 20 -Pensamento tático de emprego do bastão tonfa.
O esquema indica a possibilidade ou não de o policial empregar obastão tonfa: se o suspeito agir agressivamente à intervenção e o policialtiver a certeza de que o agressor não porta arma de fogo, o tonfa é umaopção tática.Confirmado que há condições de emprego do bastão e dianteda necessidade de se aproximar do suspeito, o policial deve adotar a posturadefensiva (ou de prontidão) e, com segurança, reduzir a distância. Reduzindoa distância, não pode descuidar das mãos, pés e cabeça do suspeito.
O policial deve se aproximar pelas costas ou pelos flancos do suspeito(na FIG.21 a seguir esses ângulos ideais de aproximação vêm representadospelos números 1, 2, 2½ e 3). Esses ângulos são ideais porque o policial estáde frente para o suspeito e em condições de se esquivar, imobilizar ou aplicarum contragolpe, enquanto o suspeito terá que girar o corpo para tentaragredir o policial.
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1 1
2 2
3
2½ 2½
Figura 21 - Ângulos de segurança para aproximação técnica.
A aproximação realizada pelos flancos (representados pelo número2 e 2½ na FIG. 21) é a mais segura: se o suspeito quiser agredir o policial,terá que se virar completamente.
É fácil para o policial, nessa posição, empregar técnicas decontragolpes, processos de imobilização e condução, bem como se esquivarde agressões ou se afastar rapidamente.
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Figura 22 - Posição 2½ para aproximação.
A aproximação realizada por trás (representada pelo ângulo de número3) é ideal para imobilizar suspeitos violentos ou que estejam em luta corporalcom outra pessoa.
Figura 23 - Posição 3 para aproximação.
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O policial deve se aproximar e, de imediato, aplicar a técnicaque melhor resolva a situação, evitando, assim, permanecer próximo ouatrás do suspeito por muito tempo. Mesmo de costas, o suspeito pode tentaragredir o policial com chutes, cabeçadas e cotoveladas.
A aproximação realizada pela frente é a que oferece maiorrisco para o policial, pois, comumente, o ser humano ataca e luta paraa frente.
Se não for possível aproximar-se pelos flancos ou por trás, o policialdeve redobrar os cuidados e evitar se postar na “posição interna” do suspeito,ou seja, de frente e entre os braços dele.
A posição 1 é a melhor para aproximação pela frente.
Figura 24 - Posição 1 para aproximação pela frente.
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CAPÍTULO V
ESQUIVA
A esquiva tem por finalidade evitar que o policial seja atingidopelo agressor. Quando bem realizada, além de evitar o ataque, facilita aaplicação de uma técnica de contragolpe.
A experiência nos mostra que o uniforme, os armamentos e osequipamentos utilizados pelo policial limitam significativamente a mobilidade.
Por conseguinte, as técnicas básicas de esquiva que aqui sãoapresentadas foram selecionadas levando-se em consideração essasparticularidades e características da atuação policial-militar.
Neste capítulo, apresentaremos apenas a fundamentação teóricasobre as técnicas de esquiva, para que o policial possa visualizá-las eentendê-las. Na Parte III do presente manual, demonstraremos a aplicaçãoprática das técnicas de esquiva, isto é, mostraremos o policial esquivando-se de golpes e contra- atacando.
Com base na representação gráfica abaixo, explicaremos as técnicasde esquiva mais simples e eficientes para a atividade policial.
No desenho, as linhasretas representamas possibilidades deesquiva de um policial.O círculo representa oalcance doscontragolpes
O ponto central representao centro de gravidade dopolicial. Se o policial fizera esquiva certa, ficarálonge do ataque, maspermanecerá dentro docírculo, isto é, terá alcancepara contra-atacar.
Figura 25 - Representação gráfica e explicativa sobre as técnicas de esquiva.
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Partindo do centro de gravidade, o policial pode se esquivar de umataque:
Avançando meio passoem diagonal à esquerda.
Avançando meio passoem diagonal à direita.
Movendo-se
para o lado
esquerdo.
Movendo-se
para o lado
direito.
Recuando meio passo emdiagonal à esquerda.
Recuando meio passo emdiagonal à direita.
Recuando um passoou diminuindo a base.
Figura 26 - Detalhamento das possibil idades técnicas de esquiva.
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PARTE II
TÉCNICAS BÁSICAS DE EMPREGO
CAPÍTULO I
TÉCNICAS DE BLOQUEIO
1.1 Bloqueios de ataques à cabeça
Para se defender de um ataque contra a cabeça, o policial deve erguero bastão tonfa, mantendo-o firme no alinhamento do antebraço. O tonfadeve ficar na diagonal, para que o braço não suporte todo o impactodo ataque.
Figura 27 - Defesa contra ataque naaltura da cabeça. Empunhadura básica.Imagem lateral.
Figura 28 - Defesa contra ataque na alturada cabeça. Empunhadura básica. Imagemfrontal.
50
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Quando o policial é agredido, há uma resposta natural deafastar-se do agressor, recuando um pouco. Devemos lembrar que se oagressor desfere um golpe de cima para baixo (com uma barra de ferro oupedaço de madeira, por exemplo), quanto mais distante das mãos dosuspeito, maior será a força da agressão. Logo, para realizar esse tipo dedefesa, o policial deve controlar esse impulso de se afastar do agressor.
Figura 29 - Defesa contra ataque na altura da cabeça.Policial próximo ao suspeito.
51
MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
Há outra maneira de defender-se de golpes contra a cabeça. Partindoda empunhadura ostensiva, o policial ergue o bastão tonfa, neutralizando oataque.
Figura 31 - Defesa contra ataque na altura dacabeça. Empunhadura ostensiva.Imagem frontal.
Figura 30 - Defesa contra ataque na altura dacabeça. Empunhadura ostensiva.Imagem lateral.
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MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
O policial mantém o tonfa seguro pelo punho e, com a outra mão,ajuda a dar firmeza. As imagens a seguir demonstram que não se segura ocorpo principal do bastão. Empunhando-o de forma correta, os dedos dopolicial não serão atingidos pelo ataque.
Figura 32 - Defesa contra ataque na cabeça. Empunhadura ostensiva. Em destaque: formacorreta de segurar o bastão.
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1.2 Bloqueios de ataques na altura do tronco
Partindo da empunhadura básica, o policial ergue o tonfa, bloqueandoo ataque e, ao mesmo tempo, gira o tronco, protegendo o corpo atrás dobastão.
Figura 33 - Defesa contra ataque na alturado tórax. Primeira hipótese.
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O policial deve adotar uma base flexível, com os joelhosligeiramente flexionados e as pernas abertas na largura dos ombros. Elepode distribuir o peso do corpo de forma desigual nos membros inferiores,para que a posição se torne confortável e, ao mesmo tempo, permita o rápidocontragolpe.
Figura 34 - Postura para defesa de ataque na altura do tórax.Emprego da primeira hipótese.
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Para que o policial se defenda contra golpes vindos de outra direção,basta que ele erga o tonfa e gire o tronco, protegendo o corpo.
Figura 35 - Defesa contra ataque na altura do tórax.Segunda hipótese.
O corpo principal do tonfa fica no prolongamento do antebraçodo policial. Para que o bastão fique firme, basta usar a articulação dopunho. (FIG. 36).
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MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
Figura 36 - Postura para defesa de ataque na altura do tórax. Emprego da segunda hipótese.
1.3 Bloqueios de ataques ao baixo ventre
Para bloquear ataques contra a região do baixo ventre, o policial fazum movimento descendente com o bastão tonfa. O tronco gira ligeiramente,dando mais força e segurança ao movimento.
Figura 37 - Defesa contra golpe na região do baixo ventre.
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A cabeça permanece erguida e o tronco ereto. Erro muito comum éabaixar a cabeça no momento de se defender contra golpes na região dobaixo ventre. Isso é grave, pois ficam vulneráveis a cabeça e o pescoço.
Figura 38 - Postura para aplicação de defesa contra golpe na região do baixo ventre.
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Há outra maneira de defesa de golpes contra a região do baixo ventre:o policial gira o bastão para a empunhadura ostensiva e, com ajuda da outramão, bloqueia o golpe.
Figura 39 - Defesa contra ataque na regiãodo baixo ventre. Empunhaduraostensiva. Imagem lateral.
Figura 40 - Defesa contra ataque na regiãodo baixo ventre. Empunhaduraostensiva. Imagem frontal.
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O policial não segura o bastão tonfa com a outra mão. Ela deve ficarespalmada: isso evita que os dedos sejam atingidos pelo ataque.
Figura 41 - Defesa contra ataque baixo. Empunhadura ostensiva. Em destaque: formacorreta de segurar o bastão.
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MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
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CAPÍTULO II
TÉCNICAS DE CONTRAGOLPES
2.1 A defesa como contra-ataque
Todos os movimentos de defesa vistos no capítulo anterior sãomovimentos de contragolpe, isto é, servem para que o policial se protejae contra-ataque ao mesmo tempo. Por exemplo: o policial pode sedefender de chute na região do baixo ventre com um golpe vigoroso naperna do suspeito.
Figura 42 - Defesa contra chute baixo.
Figura 43 - Projeção do agressor.
62
MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
A defesa executada de forma correta protege o policial e ajuda aneutralizar o suspeito: o primeiro contragolpe desferido pelo policial é opróprio movimento de defesa contra a agressão sofrida.
Apresentaremos, a seguir, técnicas de contra-ataque selecionadaspara a atividade policial. Relembramos que se essas técnicas forem usadascom força excessiva, contra pontos vitais do corpo humano, podem provocara morte, logo, é importante o estudo das Zonas de Prioridade, apresentadasno primeiro capítulo.
2.2 Estocadas
Os contragolpes básicos com o bastão tonfa são as estocadas. Opolicial emprega o bastão como um prolongamento do próprio punho, comose fosse desferir um soco. Há dois tipos de estocada: a estocada curta e aestocada longa.
Nos movimentos de estocada, é o quadril que dá amplitude epotência aos golpes. Nas fotos seguintes, destaca-se o giro do quadrilrealizado pelo policial no momento do contragolpe.
O policial, ao desferir a estocada, não se limita a esticar o braço. Elegira o quadril e projeta todo o corpo. Atingindo ou não o suspeito, o policialdeve rapidamente recuar o tonfa, evitando que o bastão seja arrebatadopelo agressor.
Figura 44 - Giro do quadril. Estocada curta.
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2.2.1 Estocada curta
Como demonstra a imagem abaixo, o movimento de estocada curtase assemelha a um soco. (FIG. 45)
A extremidade do corpo secundário do bastão atinge o agressor.O pulso garante firmeza ao movimento, evitando que o tonfa gire na mãodo policial. O quadril gira, imprimindo potência ao golpe.
Figura 45 - Estocada curta.
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Figura 46 - Estocada longa.
Há uma variação nesta técnica: o policial faz a empunhaduraostensiva e com a outra mão segura no corpo principal do bastão. Esseprocedimento dá maior estabilidade e firmeza, embora diminua a velocidadedo contragolpe. (FIG. 47, 48 e 49).
2.2.2 Estocada longa
Na estocada longa, o bastão se torna uma extensão do braço dopolicial. Assim, permite um golpe mais longo, com maior penetração, alémde manter o suspeito à distância. (FIG. 46).
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Figura 47 - Preparação para estocada longa.
Figura 48 - Estocada longa. Apoio de ambas as mãos.
Figura 49 - Forma correta de empunharo bastão com as duas mãos.
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2.3 Golpes curtos
Golpes curtos são eficientes quando empregados como contra-ataques, estando o suspeito muito próximo ao policial. Servem,simultaneamente, como ataque e defesa, se aplicados contra o braço ouperna que o agressor usou para tentar atingir o policial.
A parte inferior do punho dobastão tonfa que atinge o agressor.
Figura 50 - Demonstração de golpe curto, com nota explicativa sobre o corretoemprego da técnica.
É importante que o policial vire a parte inferior do punho do tonfana direção do ponto a ser atingido. Golpes com a parte inferior do punho dãomaior potência e estabilidade.
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Os golpes curtos têm duplafinalidade: servem como defesa econtra-ataque simultâneos, ouseja, ao mesmo tempo em queo policial se protege da agressão,contra-ataca o agressor.
Figura 51 - Golpe curto, primeira hipótese.
Os golpes curtos podem serdesferidos de cima para baixo, emdireção à esquerda ou em direção àdireita.
Figura 52 - Golpe curto, segunda hipótese.
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2.4 Movimentos de varreduras
Contra-ataques de varreduras são muito eficientes para a atividadepolicial. São de fácil execução e permitem golpes velozes.
O policial pode iniciar um golpe de varredura partindo daempunhadura básica ou da empunhadura ostensiva.
No momento em que atinge o agressor, o bastão tonfa deve estarfirme na mão do policial. O que faz o bastão se movimentar e ajuda napotência dos golpes é o movimento de giro do pulso.
Figura 53 - Seqüência demostrando o giro de pulso para os contragolpes devarredura.
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Para o movimento de varredura ter potência, o policial deve giraro quadril no momento do contra-ataque e deixar que o ombro amplifiquea força à frente. É muito comum acreditarem, erroneamente, que a potêncianos movimentos de giro depende de força nos braços. Na verdade, é o girode quadril que dá força ao movimento.
a) b)
Figura 54 - Seqüência demostrando o emprego do quadril e do ombro em um movimento de giro.
Recomendamos quatro tipos de golpes de varredura: vertical,horizontal (ou paralela), diagonal e em “X”.
2.4.1 Movimento de varredura vertical
Movimento que tem eficiência não só para contra-atacar suspeitos,mas também para desarmá-los (contra armas brancas). Empunhando obastão tonfa de forma ostensiva (ou com empunhadura básica), o policialfaz um movimento de giro descendente. Quando o tonfa está na posiçãomais baixa ( foto “c” ), a postura do policial permanece ereta, ele não abaixaa cabeça, nem inclina a coluna. Isso evita que a cabeça fique vulnerável aataques. (FIG. 55).
70
MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
c)
b)
a)
Figura 55 - Seqüência demonstrando movimento de varredura vertical.
71
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a)
2.4.2 Movimento de varredura horizontal
A varredura horizontal é um contra-ataque eficiente e tambémpode ser usada para afastar o suspeito para longe do policial.
b)
c)
Figura 56 - Seqüência demonstrando o movimento de giro horizontal.
72
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2.4.3 Movimento de varredura diagonal
A varredura diagonal é ideal para golpes rápidos. Deve ser usada,principalmente, para contra- ataques que atinjam braços, pernas e ombrosdo suspeito.
b)
a)
c)
Figura 57 - Seqüência demonstrando o movimento de giro diagonal.
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MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
2.4.4 Movimento de giro em “X” (ou varredura em “X”)
O movimento de varredura em “X” permite ao policial contra-atacar o suspeito com uma seqüência de golpes diagonais potentes e velozes.
A C
B
D
Figura 58 - Varredura em “X”, com setas indicando a direção dos movimentos.
Partindo da postura defensiva, com o tonfa empunhado naforma ostensiva (ou com a empunhadura básica), o policial faz ummovimento em “X”, conforme indicam os números na seqüência de fotos aseguir.
Deve ser usado para atingir diferentes pontos do corpo do suspeito:ombros, braços, coxas, joelhos, cotovelos e outros.
74
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Vejamos a seqüência de figuras que demonstra o policial realizandoa varredura em “X”.
a) a.1) b)
c)c.1) d)
Figura 59 - Seqüência de varredura em “X”, com letras referindo-se aos pontos destacados na Figura 58.
75
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O policial pode, se necessário, repetir essa seqüência, desde queprocure atingir pontos diferentes do corpo do suspeito (se tentar atingirsempre os mesmos pontos, o suspeito saberá onde virá o próximo golpe,isso facilitará a defesa). Por exemplo: se o policial usou a varredura em “X”para atingir o ombro e o braço do suspeito, pode repetir novamente avarredura, desde que atinja a perna e depois as mãos do agressor.
2.5 Swing (balanço)
Movimentos de swing são contragolpes desferidos de cima para baixo.Para que tenham eficiência e surpreendam o agressor, o policial deve iniciá-los da postura defensiva, evitando levar o braço à retaguarda (se levar obraço à retaguarda para contra-atacar, o policial dará tempo para que oagressor se defenda).
Os movimentos de swing partem das empunhaduras espada emartelo; para que tenham velocidade e força, basta fazer com que opulso imprima movimento ao bastão tonfa. A figura a seguir demonstrao movimento correto do pulso nos golpes de swing.
a)
b)
Figura 60 - Seqüência demonstrando o movimento da articulação do pulso nos golpes de swing.
a) posição inicial;b) posição do pulso à frente.
76
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Nos golpes de swing, o movimento da articulação do punho éfundamental para a eficiência, velocidade e precisão no ataque. A força vemdas musculaturas do ombro e do quadril.
Figura 61 - Golpe de swing. Empunhadura martelo.
Pessoas com pouco treinamento acreditam que a força nesse tipo demovimento depende dos braços. Isso é um engano. O giro do corpo e a forçado ombro que dão potência ao golpe.
Este tipo de contragolpe é muito fácil de ser executado e, se o policial oaplicar de forma correta, pode rapidamente neutralizar um agressor.
Dedos, mão, articulação dos punhos, cotovelos, ombros e joelhos sãoos pontos que mais facilmente podem ser atigindos com esta técnica.
77
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Figura 62 - Golpe de swing. Empunhadura espada.
2.6 Chicote
O chicote é uma técnica que surpreende o suspeito. Pode ser usadacom as empunhaduras ostensiva, espada e martelo. O policial desfere umgolpe circular, passa o tonfa sobre a própria cabeça e desfere um novogolpe, em ponto diferente do corpo do suspeito.
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a) c)
Figura 63 - Seqüência demonstrando técnica de chicote. Empunhadura ostensiva.
b) d)
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Empregando a técnica com a empunhadura martelo, o policial develembrar-se de direcionar o punho do tonfa para a parte do corpo do suspeitoque pretende atingir.
Figura 64 - Seqüencia demonstrando técnica de chicote. Empunhadura martelo.
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CAPÍTULO III
TÉCNICAS DE CONDUÇÃO DE PRESO E IMOBILIZAÇÃO
Observação: o estudo deste capítulo deve serprecedido da leitura do Capítulo IV da Parte Ideste manual.
3.1 Técnicas de condução de pessoa presa
O bastão tonfa é importante auxiliar na condução de pessoas presas,algemadas ou não.
Sempre é mais seguro algemar imediatamente os suspeitos presos,entretanto certas situações não permitem o uso imediato das algemas (porexemplo, prisão de suspeito brigando em uma torcida organizada, naarquibancada do estádio de futebol). Em casos assim, o bastão tonfa servecomo importante ferramenta para auxiliar o policial na condução de um preso.
As técnicas de condução demonstradas a seguir permitem ao policialdosar o nível da força usada de acordo com as atitudes do suspeito. Opolicial deve lembrar-se que a condução de pessoas é momento crítico daatuação policial pela existência de alguns fatores de risco, dentre os quais sedestacam: primeiro, estreito contato físico entre policial e suspeito; segundo,estresse do suspeito pela prisão.
Por conseguinte, deve redobrar a atenção e lembrar que a melhorposição para conduzir o suspeito é a representada pelo ângulo 2½ (ver FIG.21- Parte I deste Manual) e, se possível, com a arma de fogo o mais afastadapossível do suspeito (se o policial porta a arma no coldre do lado direito docorpo, deverá conduzir o suspeito do lado esquerdo).
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3.1.1 Condução com forçamento da articulação do antebraço (“chavede bíceps”)
Técnica utilizada para conduzir o suspeito sem emprego imediatodas algemas. Embora possa ser realizada pela frente do suspeito, é maissegura se executada pelo flanco, na posição 2½ (conforme FIG. 21 - ParteI deste manual).
O policial se aproxima com o tonfa na posição intermediária entreas empunhaduras básica e ostensiva, coloca o tonfa sob o braço do suspeitoe sob a própria axila.
Figura 65 - Posição para aproximação.
Figura 66 - Bastão sob as axilas.
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Em seguida, o policial eleva o braço do conduzido até o meiodo corpo dele, traz esse braço à retaguarda, ajustando a posição efazendo com que o antebraço do suspeito fique preso na articulação docotovelo do policial. Depois de girar a mão sobre o corpo secundário dobastão, o policial puxa o punho do tonfa na direção do próprio peito.
Figura 67 - Travamento do braço.
Figura 68 - Apoio da mão sobre o corposecundário do bastão.
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As figuras a seguir mostram que, para realizar a condução, o policialdeve:
1) erguer o cotovelo, levantando o braço do suspeito;
Figura 69 - Detalhe da técnica.Direção da força do cotovelo.
2) empurrar, com a mão espalmada, o corpo secundário do tonfa emdireção à barriga do suspeito.
Figura 70 - Detalhe da técnica.Direção da força da mão.
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O correto direcionamento das forças do cotovelo e da articulaçãodo punho, conforme mostrado nas figuras anteriores, faz com que osuspeito fique desequilibrado. Isso facilita o processo de condução eproporciona maior segurança para o policial.
Para se deslocar conduzindo o suspeito, o policial deve permanecercom a coluna reta, em uma postura equilibrada, conforme é demonstrado nafigura a seguir.
Figura 71 - Postura para deslocamento.
86
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Para ter maior segurança, o policial pode mandar o conduzido colocar amão sobre a cabeça.
Figura 72 - Técnica de condução.
Para conduzir o suspeito, o policial deve permanecer com a baseestável, os pés na largura dos ombros, a coluna reta e andar naturalmente.O suspeito fica sem base, nas pontas dos pés e com a coluna desalinhada, oque impede que dê chutes fortes contra o policial.
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Com o objetivo de facilitar a aprendizagem, a seguir é apresentada amesma seqüência de movimentos passo-a-passo.
a) b)
c) d)
Figura 73 - Seqüência demonstrando processo de condução com “chave de bíceps”.
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3.1.2 Condução com forçamento da articulação do ombro (“chave deomoplata”)
O policial se aproxima, com o tonfa na empunhadura ostensiva, eprende o braço da pessoa a ser conduzida. O polegar segura o punho dobastão. Os demais dedos prendem o pulso do suspeito.
A aproximação foi realizada pela posição 1, mas também pode ser feitapelas posições 2 e 2½.
Figura 74 - Técnica inicial do processo de condução com “chave de omoplata”.Em destaque: correto posicionamento das mão.
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O policial gira para as costas do suspeito, torcendo o braço e forçandoa articulação do ombro.
Figura 75 - Deslocamento para as costas do preso.
A arma de fogo deve ficar o mais afastada possível das mãos dosuspeito; para isso, o policial adota uma postura que, além de proporcionarequilíbrio e força, também proteja os equipamento que porta.
Em seguida, o policial solta o corpo principal do bastão tonfa, passao braço por cima do ombro do suspeito e aplica uma técnica deestrangulamento, segurando a ponta do bastão, conforme é mostrado nas(FIG. 76 e 77) a seguir. É ideal que o cotovelo do policial fique alinhadocom o queixo do suspeito.
90
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Figura 76 - Movimento inicial da técnicade estrangulamento.
Figura 77 - Técnica de estrangulamento para condução. Em destaque:forma correta de segurar o bastão.
91
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c)
a) b)
d)
Para facilitar a aprendizagem, a seguir reapresentamos toda a seqüênciados movimentos.
Figura 78 - Seqüência completa da técnica de condução com “chave de omoplata”.
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3.1.3 Condução de pessoa algemada com forçamento da articulaçãodo punho
Popularmente conhecida como “mão de vaca”, essa técnica éusada para conduzir suspeitos algemados. Usa-se a empunhadura gancho.
O policial segura o braço do conduzido. Em seguida, coloca o punhodo bastão sobre o cotovelo do suspeito e prende firmemente o braço dapessoa conduzida.
Figura 79 - Seqüência inicial do processo de condução de preso algemado.
Figura 80 - Técnica de imobilização dobraço do suspeito.
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A mão do conduzido é presa na articulação do cotovelo do policial que,com a empunhadura gancho, apóia o punho do bastão na altura do cotovelo dapessoa conduzida.
Vejamos esses detalhes na figura a seguir. Nela é demonstrada a formacorreta de imobilizar o braço do suspeito.
Figura 81- Forma de imobilizar o braço do indivíduo algemado. Em destaque:forçamento da articulação do punho do conduzido.
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Para que a técnica tenha efetividade, basta o policial levantar obraço, projetando o próprio cotovelo para a frente, e trazer o punho dobastão em direção ao próprio corpo.
Figura 82 - Procedimento final para a condução.
Em qualquer processo de condução, o policial deve preocupar-seem proteger o “saque da arma”, isto é, a direção em que a arma de fogo éretirada do coldre. Tanto no colete compartimentado quanto no cinto deguarnição, o saque da arma é feito para a direita (se o policial for destro).
Logo, o suspeito deve ser conduzido do lado esquerdo. Esseprocedimento garante maior segurança para o policial durante a conduçãode um suspeito.
A seguir, a técnica de condução com forçamento da articulação dopunho é demonstrada de maneira sequencial.
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a)
b)
c)
Figura 83 - Seqüência completa do processo de condução de pessoa algemada.
96
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3.2 Técnicas para imobilização
As técnicas para imobilização com apoio do bastão tonfa que melhorse adequam à atividade policial são as que facilitam o uso das algemas.Sabemos que o suspeito algemado oferece menos risco.
Uma das posições mais seguras de algemação e que, ao mesmotempo, se adapta aos fundamentos aqui apresentados, é aquela em que osuspeito é algemado na posição de decúbito ventral.
Figura 84 - Imobilização de suspeito em decúbito ventral.
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A técnica apresentada a seguir será de imobilização do suspeito emdecúbito ventral.
Esta técnica é usada, principalmente, quando o suspeito estiverde costas para o policial que, agindo com surpresa, pode derrubá-lo eimobilizá-lo.
O policial se aproxima conduzindo o tonfa com a empunhaduragancho. Prende o punho do indivíduo, segurando no punho do bastão coma outra mão.
a)
b)
Figura 85 - Aproximação.
Figura 86 - Imobilização da articulação do punho.
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O punho do indivíduo deve estar preso entre o punho do policial e obastão tonfa. Para que a técnica tenha máxima eficiência, o policial deveaplicá-la entre o osso do pulso e a mão do suspeito.
Não pode haver espaço entre o braço do policial e o bastão tonfa.Isso evita que o suspeito consiga livrar o braço e fugir.
A força não é necessária neste tipo de técnica. Basta que o policialaplique uma pressão moderada sobre o ponto certo do pulso do suspeito.
Figura 87 - Forma correta de segurar o pulso do suspeito.
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O que proporciona eficiência à técnica é a forma com que o policiala executa: além de posicionar o bastão tonfa de forma correta, o policialdeve segurá-lo pelo punho, com a palma da mão virada para cima. O cotovelodo outro braço exerce uma força para baixo, prendendo o punho do indivíduo,como mostra a figura a seguir.
As setas indicam as direções das forças exercidas, respectivamente,pela mão que empunha o corpo principal do tonfa e pelo cotovelo do policial.
Figura 88 - Direcionamento da força para aplicação da técnica.
100
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Com o punho do suspeito preso, o policial dá um passosemicircular na frente do suspeito.
Simultaneamente, dá um golpe rápido empurrando o tonfa e forçandoo próprio cotovelo para baixo.
Figura 89 - Deslocamento para realizar torção e projeção.
Ato contínuo, o policial gira o braço do indivíduo. Esse movimentode alavanca derruba o suspeito.
101
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O policial mantém preso o braço do suspeito e continua a pressionaro bastão tonfa contra a articulação do punho.
Figura 90 - Posicionamento do policial após derrubar o suspeito.
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O policial muda de lado, forçando o braço e obrigando o suspeito agirar para a posição decúbito ventral.
Figura 91 - Deslocamento do policial com o suspeito deitado no chão.
Para facilitar o giro, o policial deve mover o tonfa circularmente. O policialpassa para o outro lado do suspeito.
103
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O policial coloca um joelhosobre a nuca, outro sobre as costas,e prende o braço da pessoa entre aspernas, aplicando uma torção nobraço.
Figura 92 - Técnica de imobilização inicial.
O policial pode guardar o bastão tonfa.A pesspa está em posição para ser algemada.
Figura 93 - Posicionamento final. Pessoa imobilizada.
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Para facilitar o entendimento da técnica de projeção e imobilização,vejamos a seqüência initerrupta.
Figura 94 - Seqüência demonstrando técnica de projeção para imobilização.
a)
b)
c)
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d)
e)
f)
Figura 95 - Seqüência demonstrando técnica de imobilização em decúbito ventral.
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PARTE III
TÉCNICAS COMBINADAS
CAPÍTULO I
ESQUIVAS E CONTRAGOLPES
Observação: o estudo deste capítulo deve serprecedido da leitura das Partes I e II destemanual.
Na atividade policial-militar, os diferentes movimentos de defesaconvergem para um ponto: a algemação do suspeito. O policial esquiva-se, defende-se, contra-ataca, projeta, imobiliza, etc. No final deve algemara pessoa e conduzi-la a uma repartição, onde será redigida e encerrada aocorrência.
É pacífico que conduzir o suspeito algemado é muito mais seguro.Ideal, então, que as técnicas de defesa propiciem o uso das algemas. Sobessa lógica devem ser vistas as seqüências de defesa e contragolpesapresentadas a seguir.
Lembramos, ainda, que inúmeras são as possibilidades decombinações de esquivas, defesas e contragolpes. Assim como são diversosos tipos de ataque que o policial pode sofrer. Por isso, as técnicas apresentadasa seguir são combinações básicas de movimentos, que podem ser utilizadasna maioria das situações, mas que não esgotam, absolutamente, o assunto.
108
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1.1 Recuo e contragolpe rápido
1.1.1 Defesa contra soco
O suspeito ataca com um soco. O policial diminui a base e,simultaneamente, desfere um golpe de giro vertical contra o braço do agressor.
Figura 96 - Policial com postura defensiva.
O policial recua aperna da frente, dando meiopasso à retaguarda e, aomesmo tempo, desfere ogolpe, atingindo o antebraçodo suspeito. A seta naimagem ao lado indica orecuo feito pelo policial.
Figura 97 - Recuo rápido e contragolpe de giro vertical.
109
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1.1.2 Recuo e estocada curta
O agressor ataca. O policial diminui a base, recuando um pouco e, emseguida, dá um passo à frente, golpeando com uma estocada curta, na regiãodas costelas.
O policial recua, diminuindo abase, afastando-se do suspeito eevitando o ataque. Na Fig. 99, a setaindica a direção do recuo do policial.
Em seguida, avança, desferindo ogolpe e surpreendendo o agressor. A setaindica a direção do avanço realizado pelopolicial.
Figura 98 - Postura defensiva.
Figura 99 - Recuo rápido.
Figura 100 - Avanço e contragolpecom estocada.
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1.1.3 Defesa e contragolpe de chicote
O suspeito desfere um soco contra o policial, que se afastacom um passo largo à retaguarda. Enquanto recua, o policial faz oprimeiro movimento de um golpe de chicote para, em seguida, avançarcompletando a técnica de chicote com o segundo golpe.
Figura 101 - Postura defensiva. Empunhadura martelo.
Figura 102 - Recuo e primeiro contragolpe.
O policial recua, diminuindo abase e afastando-se do alcance dogolpe. Ao mesmo tempo, desfereum golpe contra o braço que oagressor usou para tentar atingi- lo.A seta indica a direção do recuo feitopelo policial.
111
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Após desferir oprimeiro golpe, o policialgira o bastão sobre a própriacabeça, para aumentar aforça e a velocidade dosegundo golpe.
Desfere o segundo golpe em umponto diferente do corpo do suspeito,aumentando a base e avançando emdireção ao agressor. A seta indica oavanço feito pelo policial
Figura 103 - Preparação e finta para o segundo contragolpe.
Figura 104 - Avanço e segundo contragolpe.
112
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A seguir a seqüência de movimentos apresentada anteriormente édemonstrada initerruptamente.
a)
b)
c)
d)
Figura 105 - Seqüência de contragolpe com chicote. Empunhadura martelo.
113
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1.1.4 Defesa e varredura em “X”
O suspeito ataca com uma bofetada. O policial defende e contra-atacacom uma só técnica: a varredura em “X”.
Figura 106 - Primeiro movimentovarredura em “X”.
O policial completa oprimeiro giro da varredura em “X”.
Figura 107 - Preparação para o segundocontragolpe.
Desfere o segundo contragolpe,atingindo o ombro do suspeito.
Figura 108 - Segundo contragolpe da varredura em “X”.
114
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1.2 Esquiva lateral e contragolpe
1.2.1 Contragolpe de swing (balanço)
O policial está na posição defensiva e emprega a técnica deempunhadura espada.
O agressor avança e desfereum soco. O policial se esquiva, dandoum passo para ao lado e contra-atacadesferindo um golpe de Swing no braçodo agressor.
Figura 109 - Postura defensiva. Empunhadura espada.
O policial dá um passopara o lado com a perna que estáà retaguarda, fazendo ummovimento de pivô sobre a pernada frente. Em seguida, deslocatodo o corpo, saindo da direçãoem que o agressor desfere osoco.
O policial não retirou dolugar a perna que está na frente.Simplesmente girou sobre ela.
Figura 110 - Esquiva lateral (indicada pela seta).Contragolpe de swing.
115
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1.2.2 Defesa e estocada longa
Pode ser empregada outra técnica de esquiva lateral: o policial sedesloca na diagonal, avançando apenas a perna que está na frente e, aomesmo tempo, desfere um golpe curto, protegendo-se e contra-atacandoao mesmo tempo.
Figura 111 - Postura defensiva. Empunhadura básica.
Na (FIG. 112), a seta indicaa direção em que o policial sedeslocou.
Figura 112 - Esquiva lateral (indicada pela seta)e defesa.
116
MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
Aproveitando-se do desequilíbirio do agressor, o policial muda aempunhadura com que segura o bastão tonfa (FIG. 113).
Figura 113 - Preparação para contragolpe de estocada.
Desfere uma estocada longacontra a coxa do suspeito (golpepopularmente conhecimento como“tostão”).
Figura 114 - Estocada longa.
117
MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
a)
d)
c)
b)
Figura 115 - Seqüência de defesa de golpe na região dobaixo ventre, esquiva e contragolpe.
Vejamos a seqüência de movimentos initerruptamente.
118
MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
Empregando semelhante técnica de esquiva, o policial desfere umgolpe de swing (balanço), reduzindo a silhueta, ao mesmo tempo em queavança meio passo diagonalmente em direção ao suspeito.
Figura 116 - Postura defensiva. Empunhadura martelo.
Empregando a técnica deesquiva, o policial sai da linha de açãodo suspeito. A seta da (FIG. 117),indica a direção em que o policialavançou.
Figura 117 - Esquiva diagonal à frente e contragolpede swing.
119
MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
1.2.3 Terceira técnica
Combinando as duas técnicas de esquiva demonstradas anteriormente,o policial pode desferir uma seqüência de contra-ataques, empregando atécnica de varredura em “X”.
O policial se esquiva doataque avançando meio passona diagonal e, ao mesmo tempodesfere um golpe de girohorizontal contra as pernas doagressor.
Figura 118 - Postura defensiva. Empunhadura básica.
A esquiva e o contra-ataquesão simultâneos. Na (FIG.119), a setaindica a direção em o policial avançou.
Figura 119 - Esquiva diagonal à frente, combinada como primeiro movimento do contragolpe devarredura em “X”.
120
MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
Em seguida, faz ummovimento de pivô, girando aperna que está atrás, e preparao segundo golpe com o bastãotonfa. A seta da (FIG.120),indica a direção da esquiva.
Figura 120 - Passo lateral e preparação para o segundo contragolpe.
O policial completa a técnica edesfere um golpe de giro diagonalcontra o ombro do suspeito.
Figura 121- Segundo contragolpe com varredura em “X”.
121
MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
Para facilitar o entendimento, a ténica anterior é apresentadaininterruptamente.
a)
b)
c)
d)
Figura 122 - Seqüência demonstrando esquiva e contragolpes com varredura em “X”.
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123
MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
CAPÍTULO II
DEFESAS E CONTRAGOLPES
Observação: o estudo deste capítulo deve serprecedido da leitura das Partes I, II e da Introduçãodo Capítulo I desta Parte III.
2.1 Defesa contra agressões na altura da cabeça
2.1.1 Combinada com estocada curta
O suspeito ataca. O policial bloqueia o ataque e contra-ataca comuma estocada curta, atingindo a axila do suspeito.
Figura 123 - Bloqueio de golpecontra o rosto.
Figura 124 - Contragolpe de estocada curta.
124
MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
2.1.2 Combinada com golpe de giro
O agressor ataca. O policial bloqueia a agressão, desferindo um fortecontragolpe contra o braço do agressor, e contra-ataca com um golpe de girohorizontal.
Figura 125 - Bloqueio de golpe contra o rosto.
Figura 126 - Contragolpe e giro diagonal.
125
MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
O policial também pode defender o ataque empunhando o bastão naforma ostensiva.
Figura 127 - Postura defensiva. Empunhadura básica.
Figura 128 - Defesa contra ataque ao rosto. Em destaque: forma correta de empunhar obastão. Empunhadura ostensiva.
126
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O policial completa a defesa, desferindo o cantra-ataque com umgolpe de giro vertical contra o ombro do agressor.
Devido à inclinação dada ao bastão no momento da defesa, é normalque o suspeito se desequilibre para frente, facilitando, para o policial, oemprego de um contra-ataque.
Figura 129 - Contragolpe de giro vertical.
Na técnica de defesa em que empunha o bastão tonfa com as duasmãos, o policial se protege contra golpes mais fortes, entretanto, perde umpouco de velocidade na hora de realizar a defesa.
Os movimentos de giro são os contra-ataques que têm maior eficiênciaapós uma defesa realizada com as duas mãos, conforme foi demonstrado noexemplo anterior.
127
MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
2.1.3 Combinada com golpe curto
O suspeito desfere um soco contra o rosto do policial que bloqueia oataque e, em seguida, atinge o agressor com um golpe curto.
Figura 130 - Bloqueio de ataque contra o rosto.
O golpe curto foi desferido,de cima para baixo, contra a clavículado agressor.
Figura 131 - Golpe curto.
128
MANUAL DE EMPREGO DO BASTÃO TONFA
2.2 Defesa contra golpes no tórax
2.2.1 Combinada com golpe curto
O suspeito desfere um golpe na direção do peito do policial. O policialse defende e contra-ataca com um golpe curto no ombro do agressor.
Esse tipo de seqüência (defesa – contragolpe) permite golpes muitovelozes e eficazes.
A defesa é usada com um contragolpe: o policial, para se defenderdo soco, desfere um golpecontra o braço do agressor e, em seguida, aplica-lhe o segundo contragolpe, atingindo o ombro.
Figura 132 - Defesa de ataque ao tórax.
Figura 133 - Golpe curto.
129
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A mesma seqüência da técnica pode ser usada se o agressor desferir oataque com o outro braço: o policial bloqueia o ataque, desferindo um golpecontra o braço do suspeito.
Figura 134 - Defesa atingindo o braço do suspeito.
Em sequida, o policial contra-ataca, atingindo o ombro do suspeito comum golpe curto.
Figura 135 - Golpe curto.
130
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2.2.2 Combinada com golpe de swing (balanço)
O suspeito ataca. O policial desfere um golpe de swing contra o braçodo agressor, neutralizando o ataque. As setas nas (FIG. 136 e 137) indicam adireção do movimento do bastão tonfa.
Figura 136 - Defesa com golpe de swing (balanço).
O policial porta o bastão com a empunhadura espada. Tão logodesfere o primeiro golpe de swing, representado pela (FIG. 136), gira opulso e direciona um segundo contragolpe, atingindo o ombro do suspeito.
Figura 137 - Golpe de swing (balanço).
131
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2.2.3 Combinada com chicote
O suspeito ataca o policial que emprega o golpe de chicote para,simultaneamente, se defender e contra-atacar. O primeiro giro do bastão bloqueiao ataque. O segundo giro neutraliza o agressor.
Figura 138 - Primeiro movimento do contragolpede chicote. Empunhadura martelo.
Figura 139 - Preparação para o segundocontragolpe.
Figura 140 - Segundo movimento. O golpe atingeo joelho do agressor.
132
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2.3 Defesa contra golpes na região do baixo ventre
2.3.1 Combinada com giro horizontal
Figura 141 - Defesa contra chute baixo.
Com a defesa, o policial joga a perna do agressor para o lado e aproveitapara contra-atacar, atingindo-lhe a parte de trás da perna.
Figura 142 - Contragolpe com giro diagonal.
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2.3.2 Combinada com estocada curta
O suspeito ataca com uma joelhada. O policial se defende e contra-ataca com uma estocada curta, atingindo-lhe a axila.
Figura 143 - Defesa de joelhada.
Figura 144 - Estocada curta.
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A defesa também pode ser realizada empunhando-se o bastão com asduas mãos.
Figura 145 - Defesa contra joelhada. Empunhadura ostensiva. Em destaque:forma correta de segurar o bastão tonfa.
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Realizada a defesa, o policialtranfere o peso do corpo para a pernade trás, muda a empunhadura e segurao bastão tonfa com as duas mãos.
Figura 146 - Troca de empunhadura.
Desfere uma estocada longa,transferindo, simultaneamente aogolpe, todo o peso do próprio corpopara a perna da frente.
Figura 147 - Estocada longa.
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2.3.3 Combinada com varedura em “X”
O suspeito tenta agredir o policial com um soco na barriga. O policialbloqueia o ataque.
Figura 148 - Defesa do soco.
Com a defesa, o policial impulsiona o braço do agressor para o lado egira o bastão para a empunhadura ostensiva.
Figura 149 - Empunhadura ostensiva. Preparaçãopara o contragolpe.
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O policial desfere o primeirocontragolpe contra a clavícula dosuspeito.
Figura 150 - Primeiro contragolpe.
Gira o bastão tonfa e preparao segundo golpe.
O segundo golpe atinge oombro do suspeito.
Figura 151 - Preparação para o segundocontragolpe.
Figura 152 - Segundo contragolpe.
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2.4 Técnica de desvencilhamento (proteção do bastão tonfa)
Há casos em que o suspeito tenta arrebatar o bastão tonfa das mãosdo policial.
Esta é uma situação perigosa. A proximidade com o suspeito devealertar o policial para os riscos de perder o bastão ou de sofrer agressões.O suspeito pode soltar o tonfa e agarrar outros equipamentos do policial,dentre eles, a arma de fogo.
A técnica de desvencilhamento é a forma segura que o policial tempara evitar que um suspeito arrebate o bastão tonfa.
Na grande maioria das vezes, é inútil o policial desferir chutes ousocos contra o suspeito. Tais golpes, nessas circunstâncias, têm pouco efeitotraumático e, ademais, fazem o policial perder estabilidade, o que facilita aação do agressor.
Demonstraremos uma técnica básica para que o policial consiga, nagrande maioria dos casos, evitar que o suspeito, depois de agarrar obastão tonfa, o arrebate das mãos do policial. A técnica é simples e seaplica aos casos em que o suspeito agarra o bastão com uma ou ambas asmãos.
Figura 153 - Suspeito tenta arrebatar bastão.
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O suspeito agarra o bastão tonfa. O policial dá um passo à frente, contra-atacando com um “pisão” no pé do agressor.
O policial segura a pontado tonfa e, ao mesmo tempo, pisano pé do agressor.
O “pisão” é desferidocom o calcanhar.
Figura 154 - Procedimentos iniciais com notas explicativas. Destaques: técnicainicial de proteger o bastão e contragolpe com o pé.
O policial mantém amaior parte do peso na pernade trás, o que proporcionamaior estabilidade.
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Na execução do movimento, o policial permanece de frente para osuspeito: virar de lado ou de costas é um erro gravíssimo. Os joelhos ficamsemi-flexionados, proporcionando um base estável.
Uma observação importante: se possível, o policial deve segurar otonfa no punho, para ter mais “firmeza na pegada”.
Figura 155 - Finta. Seta indicativa dadireção da força.
Dominada a ponta do tonfa, opolicial finta um ataque (de estocada),empurrando o bastão na direção dobaixo ventre do suspeito, conformeindica a seta na (FIG. 155).
Enquanto o suspeito estápreocupado com o falso ataque (finta),o policial puxa o tonfa para cima.
Figura 156 - Movimento inicial deretomada do bastão.
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Para tirar o tonfa das mãos dosuspeito, o policial usa não apenas aforça dos braços, mas todo o peso dopróprio corpo, impulsionando-se àretaguarda.
Figura 157 - Movimento final da retomada do bastão.
O policial dá um passopara trás, retirando o pé queestava sobre o pé do suspeito, econtinua girando o bastão.
Figura 158 - Passo à retaguarda (indicado pela seta).
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O policial completa o movimento: recua um passo, afastando-se dosuspeito, e gira o bastão empunhando-o na forma de martelo.
Figura 159 - Postura defensiva. Empunhadura martelo.
O policial retorna a distância de segurança; empunhando o tonfa naforma de martelo, assume uma postura defensiva e tem um excelente dissuasorpsicológico. Se o suspeito investir contra o policial, basta desferir um golpede swing contra os braços ou o ombro do agressor.
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Para facilitar o entendimento, vejamos a seqüência de movimentosininterruptamnente.
c) d)
e) f)
a) b)
Figura 160 - Seqüência ininterrupta demonstrando técnica de desvencilhamento.
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CONCLUSÃO
Há mais de vinte anos um grande mestre e praticante de artes marciaisnos disse que “a distância que existe entre quem não treina e quem treina élonga, mas a distância entre quem treina e quem não treina é muito curta efácil.”
Sinceramente, naquela época não entedemos o que essa fraserepresentava e durante muito tempo nem pensamos mais no que ele tentounos ensinar. Tinhamos outras preocupações, iniciávamos nossa jornada deartistas marciais e queríamos aprender esquivas, golpes e contragolpes:achávamos que em ataques e defesas se resumia uma arte marcial.
Vinte anos é pouco tempo para quem pretende aprender algumacoisa no caminho das artes marciais. Mas nessa pequena jornada quetrilhamos até agora aprendemos que a disciplina e a persistência notreinamento são essenciais para os que pretendem aprender alguma coisa.
Depois que descobrimos isso, aquela frase dita pelo antigo mestrehá mais de vinte anos voltou pujante à nossa mente. Finalmente fomos capazesde enteder o que ele nos havia dito. Aprendemos que para alcançar um nívelelevado de treinamento é necessário esforço e dedicação por um tempolongo, mas basta parar de treinar para rápida e facilmente perder tudo o quefoi aprendido.
A realidade do policial militar não é muito diferente. O trabalho exigetreinamento constante e dedicação. Ser um artista marcial não se resume aconhecer ataques e defesa. Da mesma forma, ser um policial militar nãosignifica apenas usar a farda e atirar com precisão. O policial deve acreditarno que faz e dedicar-se ao caminho (profissão) que escolheu. É essencialque o policial estude e treine constantemente.
Esperamos que esse manual ajude àqueles que, assim como nós,escolheram a honrosa profissão policial militar.
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Os dez anos de docência sobre o tema na PMMG nos mostraramque, na atualidade, há urgência de um compêndio sobre o emprego policialdo bastão tonfa. Não foi objetivo dos autores, absolutamente, esgotar otema, mesmo porque a vastidão do assunto não é comportada em um manual.Esperamos que as técnicas básicas aqui apresentadas ajudem àquelesdedicados ao treinamento.
Nossa pesquisa continua. Em breve, traremos novas conclusões sobreo tema aqui apresentado. Já nos adiantamos nos estudos do uso do bastãotonfa em defesas contra armas brancas, técnicas de projeção e imobilizaçãoe técnicas de desvencilhamento. Um segundo volume deste manual, comtécnicas mais avançadas, já está em fase final de produção.
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REFERÊNCIAS
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