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13 - Madeiras

Oct 07, 2015

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Denise Helena

Materiais de construção
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    Materiais e Tecnologias das Construes

    Eng. Geremias Freire Gonalves

    MADEIRAS

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    1. INTRODUO

    A madeira um produto natural, orgnico, vegetal, fibrosa e celulosa, de aspectoslido, compacto e duro, constituda pela raiz, tronco e ramo das arvores, a qualse forma e desenvolve sob uma casca.

    Foi um dos primeiros materiais utilizados pelo homem. J na pr-histria autilizava para se aquecer, cozinhar, para iluminao e como material deconstruo para barcos, cabanas, casas, utenslios etc.

    medida que se iam conhecendo melhor esta e as suas propriedades, surgiramtambm novas aplicaes e diversos derivados extraco de leos, essncias,papel, folheados aglomerados, contraplacados etc.

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    Actualmente largamente utilizada em carpintarias de construo civil (portas,janelas, revestimentos, elementos estruturais, escoramentos, cofragens, etc.) eem marcenarias (mobilirio diverso e peas de adorno).

    de fcil transporte e transformao, e o seu modo de ligao dos maissimples, proporcionando acabamentos diversos.

    Estando a arvore condicionada, durante o seu desenvolvimento, por um numerogrande de factores no possvel obter, dentro da mesma espcie florestal e atda mesma arvore duas amostras de madeiras iguais.

    considerado um material nobre isto devido as suas caractersticas resistentes eapreciveis.

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    2. TIPOS DE RVORES

    As rvores fornecedoras de madeira dividem-se em dois grandes grupos: asresinas e as folhosas.

    2.1. RESINOSAS so assim designadas por possurem resina e os seus frutosterem a forma aproximada de um cone ou pinha.

    2.1.1. Caractersticas comuns das resinosas

    1. Fuste alto e tronco cnico2. Folhas compridas e estreitas, em forma de agulhas ou escamas3. Desenvolvem-se sobretudo em pases de clima frio e hmido, podendotambm aparecer em climas temperados quentes, nas encostas montanhosas e beira-mar (caso de Portugal).

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    2. 2. FOLHOSAS

    Designam-se tambm por rvores de folha caduca quando se desenvolvem emclimas frios que provocam a queda da folhagem.Fornecem madeira das mais diversas variedades, desde as brandas at s maisduras.

    2.1.1. Caractersticas comuns das folhosas

    1. Possuem folha larga e nervurada2. Tronco ovide3. Encontram-se em climas quentes e temperados4. A folhagem caduca em climas frios

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    2. 3. DISTINO FOLHOSAS/RESINOSAS

    A anlise de um corte transversal, sem recurso a qualquer meio auxiliar deobservao, permite-nos distinguir em quase todas as madeiras, camadascirculares constitudas (cada uma) por duas sub-camadas contrastando entre-si:uma mais clara, de textura e porosidade geralmente grosseiras, que correspondeao crescimento no inverno; e outra mais escuras, que correspondem aocrescimento de vero. So estas duas sub-camadas que constituem, como jvimos, os anis de crescimento anual, que se repetem sucessivamente em toda aseco transversal.

    A identificao do tipo estrutural, e portanto das diferentes espcies ou grupos,pode fazer-se por simples observao e permite-nos distinguir os dois gruposfundamentais j referidos: as resinosas e as folhosas.

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    Nas resinosas:Observam-se, predominantemente, elementos fibrosos alongados decomprimento varivel e parede espessa, e elementos constitudos por clulascurtas de paredes simples, isto , sem espaamento. Estas clulas dispostas emfilas singulares no sentido longitudinal constituem estratos radiais de alturalimitada e largura de uma s clula, constituindo os canais resinferosparticularmente abundantes em todas as variedades de pinheiros.

    Nas folhosas:So os vasos, as fibras, os raios medulares e as clulas dispostas em filas nosentido longitudinal que constituem o tecido lenhoso. Os raios medulares soaqui quase sempre visveis vista desarmada por serem multisseriados,constitudos por alinhamentos celulares justapostas lado a lado, ee comdisposio horizontal radial.

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    2.4. INFLUNCIA NO DESENVOLVEMENTIO E QUALIDADE DA MADEIRAAs qualidades e propriedades da madeira, dependem da espessura das camadasde crescimento e variam com o meio em que a arvore se desenvolve, sendofactores influentes a essncia e a procedncia.

    2.4.1. Influncia da essncia (natureza)

    Nas resinosas: a que pertence o pinheiro, tm constante espessura de madeira devero e varivel no inverno. A sua madeira ser tanto mais pesada, dura ou rija,durvel e elstica, quanto mais finas forem as camadas de inverno; pelo contrrioa sua madeira ser mole, ou branda, leve e menos resistentes, se as camadas deinverno forem espessas.

    Nas folhosas: a largura dos anis da madeira de vero, indcio da sua qualidade.A madeira ser pesada, dura, resistente e durvel, se as camadas de inverno foremespessas.

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    2.4.2. Influncia da procedncia (origem)

    O meio em que a arvore se desenvolve, explica as variedades qualidades que amadeira da mesma essncia apresenta. Os principais factores pelos quais o meiointervm so o clima e o solo.

    3. COMPOSIO

    3.1. Composio fsica - a arvore como qualquer outra planta, compem-se de:celulose, fibras e vasos.

    Celulose: so extremamente pequenas e tm forma aproximadamente esfrica oupolidrica.

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    Fibras: so de forma mais alongada e de parede mais espessas e dura. Intercalam-se umas nas outras como um feixe e aderem entre-si. So formadas por clulasligadas entre si. As fibras do rigidez madeira. Segundo a qualidade da madeira,as fibras podem ser curtas ou compridas e determinam o que se chama o fio damadeiras

    As fibras constituem o tecido fibroso que se desenvolve no vero e servem, nasresinosas para a conduo da seiva.

    Vasos: so tubos longos, formados por clulas e fibras, soldados topo a topo,comunicando pelas suas extremidades podendo atingir um comprimento igual altura da rvore. atravs dos vasos que circula a seiva.

    Os vasos constituem o tecido vascular que existe nas folhosas. Transportam oselementos nutritivos da raiz s folhas.

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    3.2. Composio qumica

    Os compostos orgnicos, que aproximadamente compem a madeira, podem serassim indicados.

    celulose ---------------------- 50%

    linhina ---------------------- 30%

    Resina, tanino, amido, gomas e acar ---------------------- 20%

    Estes compostos orgnicos por sua vez so constitudos por:

    carbono ------------------------------------------------------ 46%

    oxignio ------------------------------------------------------ 37%

    hidrognio ------------------------------------------------------ 6%

    azoto ------------------------------------------------------ 1%

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    4. ESTRUTURA QUALIDADE E DEFEITOS DA MADEIRA4.1. Corte transversal da madeira.4.1.1. Estrutura da madeira

    O crescimento das rvores verifica-se durante a primavera e vero, nos climas emque estes perodos so bem diferenciados.Se fizermos um corte transversal no tronco de uma arvore, podemos observarque, em qualquer espcie, este constitudo por uma serie de camadasconcntricas que so os anis de crescimento.

    Temos ento:

    Casca Ritidoma ou epiderme Entrecasco ou liber

    Cmbio vascularLenho borne ou alburne

    cerneMedula

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    Ritidoma ou epiderme: constitudo por clulas vivas, onde circula a seiva eportanto com actividade fisiolgica. Os seus elementos so sobrepostos emcamadas delgadas.Entrecasco ou liber: parte externa da casca, constitudo por tecidos mortos erugosos. Protege a rvore contra as intempries e outros agentes exteriores.Cmbio vascular: constitui a parte activa das rvores que esta em permanenterenovao. aqui que se formam anualmente, os novos tecidos que vo darorigem ao lenho e portanto ao crescimento das rvores.Borne ou alburne: zona mais clara do lenho, constituda por clulas vivas , onde aseiva circula, e por clulas que armazenam os produtos de reserva.Cerne: a parte envelhecida do tronco, constituda por clulas mortas de paredesespessas, onde j no circula a seiva. a parte mais resistente da madeira e a quemelhor durao possui, por estar impregnada de resinas e taninos que lheconferem grande durabilidade.Medula: a parte central do tronco e constitui o centro nervoso da rvore, sendoformado por uma massa mole e esponjosa.

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    4.1.2. Anis de crescimentoNa face interna da rvore produz-se todos os anos uma camada de lenho, que vaienvolver as camadas anteriores e na face externa uma fina camada de liber.Esta circunstncia explica o facto de a madeira ser formada por uma srie decamadas, enfiadas umas nas outras.Cada camada anual compreende madeira de duas formaes.

    Madeira de inverno: porosa, muito leve, mais clara e situada no interior.

    Madeira de vero: compacta, densa, mais dura, e de cor mais escura, situado dolado da casca.

    A sobreposio da madeira de inverno de vero do ano anterior, forma umasrie de anis concntricos, geralmente bem visveis. Como a cada duplo anelcorresponde madeira de um ano, o numero de anis ou camadas indica a idade darvore.

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    Em certos rvores como o carvalho, o castanheiro, o pinheiro, as camadas anuaisso bem ntidas; noutras como o azinho, o buxo, no. Nas madeiras africanas ebrasileiras no se distinguem as camadas anuais, em virtude de no haver grandesdiferenas de temperatura entre o inverno e o vero.

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    4.1.3. Fio (inclinao das fibras)Reduz a resistncia traco, pelo que deve ser limitada. Algumas regras declassificao visual especificam 10% para madeiras de alta qualidade e 20% parabaixa qualidade.

    4.1.4. NsInsero dos ramos no tronco. Tm forma cnica, com o vrtice situada namedula.

    Nas resinosas, os ns (ramos) irrompem em feixes do tronco, a intervalos maisou menos regulares cuja dimenso ditada pela velocidade de crescimento darvore. Na madeira serrada, surgem assim zonas de madeira limpainterrompidas por grupos de ns.

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    Classificao dos ns segundo a norma NP 180 (1962)

    4.1.4.1. Quanto forma

    N circular ou redondo

    N elptico ou oval

    N deitado ou comprido

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    4.1.4.2. Quanto aderncia

    N firme (aderente, fixo, vivo) o de um ramo em desenvolvimento, no qual osanis de crescimento envolvem continuamente o lenho e o ramo

    N soltadio (solto, morto, cadente, rajo) o de um ramo partido ou morto.Deixa de se desenvolver e permanece como intruso no lenho.

    4.1.4.3. Quanto ao estado

    N so no atacado por agentes biolgicosN podre atacado por fungos causadores de podridoN fendido (ou rachado) n com fendasN lascado n incompleto em resultado da laborao da pea

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    4.1.4.4. Quanto a localizao nas peas

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    4.1.4.5. Quanto ao agrupamento

    N isolado no faz parte de nenhum agrupamentoNs agrupados dois ou mais ns de tal modo prximos que as fibrascircundantes esto inflectidas em torno do grupo por eles formadoNinhos de ns caso especial de ns agrupados no qual estes so de pequenasdimensesVerticilo de ns conjunto de ns orientados segundo diferentes direcesradiais e sensivelmente dispostos no mesmo plano transversalNs em orelha de lebre tambm designado ns em bigode, um conjunto dedois ns elpticos ou deitados que se inserem sensivelmente no mesmo ponto.

    4.1.5. Densidade e teor em guaA densidade a mais importante das caractersticas fsicas da madeira, porquecondiciona a maioria das propriedades mecnicas, razo que justifica a inclusode condicionalismo com ela relacionadas nas normas de classificao demadeiras.

    D=MADEIRA/GUA (adimensional)

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    4.1.6. Retraco e inchamentoA madeira incha por intruso de gua entre os microfibras das paredescelulares. No processo oposto, a madeira retrai. Nestes processos, o volumeinterior das clulas permanecem aproximadamente constantes, devendo-se avariao volumtrica aparente essencialmente variao de espessura dasparedes celulares.

    Riscos resultante dos movimentos da madeiraVariaes dimensionais das peas, tanto maiores quanto maior a seco:A retraco origina folgas nas ligaes, que podem ser incompatveis com as

    normais condies de utilizao.A dilatao, se restringida, produz tenses internas. A relaxao do material

    pode depois dar origem a folgas, quanto este voltar a retrair.

    Empeno e distoro das peas em consequncia da anisotropia da retraco.As tenses produzidas pela retraco anisotrpica podem produzir fissurasradiais, tanto maiores quanto maior for a seco e mais rpida a secagem.

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    Colocar imagem

    Observao: a madeira deve ser seca at um valor do teor em gua prximo do valor de equilbrio previsto para as suas condies de aplicao.

    Cuidados com a madeira seca: armazenar de forma a dificultar variaes do W.(teor em agua) pilhas compactas cobertas e sobre base seca permitem armazenamento por uma ou duas semanas sem alterao sensvel. Resinosas, dada a estrutura celular aberta, so susceptveis a rpidas alteraes.

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    4.1.7. Efeito da durao da cargaA madeira perde, em carregamento de longa durao, at cerca de 40% da suacapacidade resistente instantnea inicial.

    4.2. Defeitos e anomaliasEste assunto encontra-se referido nas seguintes normas: NP 987, NP 180, NP 2080.Na NP 987 referem-se os seguintes defeitos e anomalias:

    1. Ns

    CircularElpticoDeitadoEm orelhas de lebreDeArestaagrupados

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    2. fendas

    fendas de facefendas de cantofendas de topofendas anelar

    3. Fio diagonal e fio torcido4. Lenho de compresso (s nas resinosas)5. Lenho de traco (s nas folhosas)6. Bolsa de resina (s nas resinosas)7. Bolsa de goma (s nas folhosas)8. Incluso de borne9. Incluso de casca10. Defeitos devidos a fungos11. Falso cerne12. manchas

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    13. Madeira infestada14. Descaio

    15. Defeitos de serragem

    16. Empeno em arco

    17. Empeno em meia cana18. Empeno em hlice

    Riscos de serraRessaltosDesvio de corteMadeira arrepelada

    Da faceDo canto

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    5. PROPRIEDADES GERAIS

    5.1 AnisotrpiaA madeira um material ortotrpico (as suas propriedades variam consoantetrs direces ortogonais). Existem trs direces distintas: axial, tangencial,Radial.

    H que considerar trs mdulos de elasticidadeEl axial ou longitudinalEt tangencialEr radial

    O mdulo de elasticidade transversal (mdulo de Coloumb G) muito menorque o mdulo de elasticidade longitudinal.

    G=1/15 El

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    5.2 VariabilidadeA variabilidade das propriedades da madeira uma constante. Dentro damesma espcie, conforme o lugar de origem, dentro das arvores da mesmaprovenincia e at dentro da mesma arvore essa variabilidade notria.

    6. PROPRIEDADES FSICAS6.1 Humidade E69/1960O teor de humidade exprime a quantidade de gua existente na madeira

    6.1.1 qualitativamenteQualitativamente o teor de humidade dado pela soma das quantidades degua de constituio com a gua de impregnao (ou saturao) e com a gualivre (ou de embebio). Vejamos ento o que significam cada uma dessasguas.

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    gua de constituio: como o prprio nome indica a agua que faz parte daconstituio da matria (madeira) de tal forma que qualquer tentativa de aeliminar, envolveria a destruio da madeira. O teor de humidade quando existeapenas esta agua 0%.

    Agua de impregnao: ou gua de saturao a agua que satura as paredesdas fibras da madeira.

    Agua livre: ou de embebio a agua de capilaridade que aparece aps seratingido o mximo em agua de saturao.

    6.2 RECTRATIBILIDADE E70/1960A rectratibilidade a propriedade da madeira variar de dimenses quando variao seu teor de humidade, abaixo do ponto de saturao das fibras.A rectratibilidade engloba a dilatao e retraco higroscpicas.

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    6.3 SECAGEMA maior parte dos defeitos que aparecem aps a aplicao da madeira resultamde problemas na secagem.

    Secagem insuficiente: a secagem pode ser insuficiente e a madeira aplicadaverde, com um teor de humidade superior ao que lhe corresponderia depois doequilbrio com a humidade ambiente. Surgem ento retraces que do origema empenos e fendas.

    Secagem rpida: quando a secagem demasiado rpida tambm se originamfendas, que normalmente tm direces radial porque as deformaes nadireco tangencial so muito maiores do que na direco radial.

    Secagem irregular: tem o mesmo efeito que a secagem rpida e ainda conduz aretraces desiguais com o consequente aparecimento de tenses internas, querasgam a madeira. Outras vezes a madeira no chega a fissurar, mas existemempenos por retraco, isto h uma encurvadura da pea.

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    Tudo isso conduz a desperdcios, dificuldades de laborao, possibilidade deataque pelos agentes destruidoras, com a consequente depreciao da madeira.

    Para diminuir a retracoUtilizar madeiras bem secasUtilizar madeiras com um teor de humidade no mximo igual ao que

    corresponde humidade e temperatura do ambiente onde a madeira vai serutilizada, porque assim evitar-se-o alteraes significativas

    Tambm no conveniente secar uma pea de madeira que vai ser utilizadanuma cave onde haja permanentemente humidade

    Tambm no faz sentido secar peas de madeira que vo ser enterradas nosolo e que pelo contrrio deve ser enterrados verdes

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    6.4 SERRAOA retratibilidade tambm depende da maneira como cortada a pea

    O ideal cortar a madeira na direco radial, isso seria invivel sob ponto devista comercial pois levaria a um exagerado desperdcio da madeira.

    Na serrao, a serra tambm pode cortar mal a madeira. Por exemplo, quando aserra corta um tronco de arvore o corte no se faz paralelamente direco dasfibras dizemos que o corte feito segundo um fio diagonal.Outras vezes, a serra tem desvios, apresentando um percurso irregular,sobretudo quando o operador no experiente e ento temos o desvio decorte.

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    6.5 ISOLAMENTO TRMICO

    A madeira tem excelentes qualidades de isolamento trmico.

    Por exemplo uma parede dupla constituda por duas paredes de madeira com3cm de espessura separadas por uma caixa de ar com 4 cm, tem capacidadede isolamento trmico semelhante a uma parede dupla de tijolo com duasparedes de 22 cm de espessura cada uma e uma caixa de ar de 4 cm.

    Nos pases frios, a madeira utilizada na construo de casas para a habitaodevido capacidade de isolamento trmico.

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    6.6 ISOLAMENTO ACSTICO

    A madeira no muito bom sob o ponto de vista do isolamentoacstico.

    Muitas vezes usa-se a madeira como revestimento de paredes e tectospara resolver problemas acstico. Esta aplicao apenas tem comofuno reflectir ou absorver as ondas sonoras, o que completamentediferente da funo de isolamento. Para melhor compreenso destefacto basta referir que uma cortina tambm absorve ou reflecte osom.

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    6.7 ISOLAMENTO AO FOGO

    A madeira arde espontaneamente a cerca de 275C desde que haja oxigniosuficiente para alimentar a combusto.

    Inicialmente a combusto apenas superficial, formando-se, superfcie damadeira uma camada mais ou menos calcinada, que ao atingir cerca de 1 cmde espessura protege o resto da madeira, desde que a temperatura noultrapasse 275C.

    Com base neste facto, h um processo de imunizao da madeira queconsiste na sua queima superficial.

    Num incndio normal, a velocidade de combusto da madeira de cerca de1 cm por quarto de hora. Se a temperatura toma valores superiores a 275Ca madeira vai continuar a alimentar o incndio, mas consome-se lentamenteconservando durante certo tempo as suas caractersticas mecnicas mesmoacima dos 1000C .

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    Assim podemos dizer que a madeira comporta-se melhor que o ao, que,para temperaturas da ordem dos 300C sofre uma diminuio brusca do seumdulo de elasticidade, dilatando-se as estruturas com deformaesenormes que provocam a sua runa de forma brusca.

    Numa estrutura de madeira tal no acontece porque ela comea a carboniza-se superficialmente ficando esta camada carbonizada ainda mais resistentee, se o tempo de durao do incndio no for alm de uma hora as peascontinuaro a resistir perfeitamente s cargas que suportam, o que noacontece nas estruturas de ao que, com o incndio caem ao fim de algunsminutos.

    Em construes de madeira e por razes de resistncia anti-fogo, no devemser utilizadas peas com espessura inferior a 2,5 cm, a menos que estasrecebem tratamento ignfugo.

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    6.8 DURABILIDADE

    A durabilidade das madeiras depende da resistncia corroso.

    Baseia-se na durao eficcia e impregnao da madeira com produtosanticpticos, na dureza e textura mais ou menos fechada da madeira, e,sobretudo no estado de secura do ar ou no estado de embebio debaixo degua.

    A durabilidade varia com as espcies , conforme o ambiente (ar seco,imerso em gua, solo hmido, alternncia de ambiente seco e hmido), eno tem que ver com a qualidade da celulose ou da lenhina cuja composiono difere muito.

    As substncias naturais que protegem a madeira so principalmente o taninoe as resinas

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    As madeiras fortemente mineralizadas resistem melhor.

    Ao ar seco, ao abrigo das chuvas, a madeira dura meio sculo (pinho, faia,choupo, tlia, etc.), at dois sculos e mais (carvalho, castanho, etc.)

    Debaixo de gua, muitas madeiras duram mais de cinco sculos.

    Em interiores secos e aquecidos no inverno, sem contacto com o solo ou comas paredes hmidas, a madeira seca dura eternamente.

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    7. PRODUTOS DERIVADOS DA MADEIRA

    7.1 Folha de madeiraAs caractersticas e beleza de uma folha de madeira esto muito relacionadoscom o modo como se faz o corte e como se apresenta depois de unida.

    O corte pode ser feita perpendicular ou tangencial aos anis de crescimento.No primeiro caso obtemos aquilo que vulgarmente se chama FOLHA LISTADA eno segundo caso FOLHA FIGURADA. Em geral a sua espessura situa-se entre 0.5e 0.7 mm.

    7.1.1 folha listadaO tronco serrado em quartos (quartier) no sentidolongitudinal. A folha obtida por corte feitoperpendicularmente aos anis de3 crescimento, ficacom veios razoavelmente direitos, paralelos e estreitos.

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    7.1.2 folha figuradaDe acordo com o seu dimetro, o tronco serrado a meio no sentido longitudinal ousimplesmente esquartejado. A folha, obtidapor corte feito tangencialmente aos anis decrescimento, apresenta no seu centro veioscom aspecto de parbola bastante alongados ena zona lateral veios razoavelmente paralelos.

    7.1.3 Unio de folhasAps o corte, seja folha listada ou figurada, esta seca a 10-14% de humidade e colocada em lotenos quais mantm a mesma sequncia que seobtm durante o corte. Quando se pretende obteruma face para um revestimento de qualidade, sas folhas de um mesmo lote e unidas segundo asua sequncia de corte podem ser utilizadas.

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    Cada par de folhas aberto como as pginas de um livro e unidas topo a topo. Aface obtida apresenta assim uma simetria e desenho agradvel que qualqueroutro tipo de unio no permita obter. Utilizando um numero par de folhas essasimetria desenvolve-se em relao ao centro da face, o que lhe confere um efeitoainda mais decorativo.

    7.2 ContraplacadoO contraplacado um painel constitudo por um nmero mpar de folhas demadeira, coladas sob presso, de forma a que os veios de uma folha fiquemperpendiculares aos veios das folhas adjacentes.

    Em geral as folhas aplicas no contraplacado so obtidas por desenrolamento dotoro de madeira. Quando se pretende um contraplacado decorativo a folhaexterior uma folha listada ou figurada.

    O contraplacado um material com boa resistncia deformao, fcil de sertrabalhada, durvel e que possibilita um acabamento de qualidade.

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    7.3 AglomeradoO aglomerado um painel de partculas de madeira.Utiliza como matria prima sub-produtos de serrao e rolaria de pinho que soreduzidas a aparas. Estas partculas so secas e separadas de acordo com a suagranulometria. So misturadas com cola base de resina de ureia-fomaldedo eoutros aditivos destinados a melhorar as caractersticas do painel e submetidas aprensagem a elevada temperatura e presso. As partculas mais finas ficam aconstituir as duas camadas exteriores e as partculas intermdias a camadainterior do painel. Este processo permite obter painis de grande estabilidadedimensional em qualquer direco, de fcil revestimento com folha de madeira,papel melamnico ou PVC.

    7.4 Placapan um aglomerado de partculas de madeira de espessura fina (mx. 6mm)Utiliza como matria prima rolaria de pinho descascada reduzidas a aparas planase de espessura fina. Estas partculas so secas e misturadas com cola a base deresina de ureia-fomaldedo. A aglutinao das partculas faz-se entre vrios rolosaquecidos CALAMBRAGEM onde o material comprimido.

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    Este painel rgido, estvel, pouco absorvente e de3 excelentes caractersticaspara uma boa colagem.

    7.5 MDFO aglomerado de fibras de madeira, correntemente designado como MDF(medium density fiberboard), um painel e fibras de madeira de mdiadensidade.Utiliza como matria prima sub-produtos de serrao e rolaria de pinho que sodesagregados em fibras. Estas fibras so misturadas com cola base de resina deureia-fomaldedo e outros aditivos destinados a melhorar as caractersticas dopainel. Esta mistura seca e submetida a prensagem a elevada temperatura epresso.

    Enquanto que o aglomerado apresenta em geral, trs camadas de estruturasdiferentes, o MDF tem apenas uma camada. um material mais denso e homogneo, de fcil maquinao, que pode sermoldurado de forma idntica a madeira macia.

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    7.6 Placa de fibra de madeira

    um painel duro de fibra de madeira, de espessura fina, vulgarmente conhecidapor PLATEX.

    Utiliza como matria prima resduos florestais (pontas de pinho e eucalipto) e deserrao, que so desagregados em fibras por via hmida. A aglutinao das fibras feita por prensagem a altas temperaturas e presso, geralmente sem adio dequalquer resina adesiva. A agua completamente eliminada durante o processode prensagem. Este painel flexvel, estvel, de fcil revestimento e pintura.

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    8. A MADEIRA NA CONSTRUO

    Vantagens fundamentais da madeira como material de construo

    Natural

    Renovvel

    No poluente

    Esteticamente superior

    Baixo custo energtico de produo

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    Material Contedo primrio de energia

    kWh/Kg kWh/m3

    Madeira serrada 0,7 350

    Glulam 2,4 1200

    Aglom. Partculas 3,4 2210

    Aglom. Fibras 3,4 3400

    Contraplacado 5,4 3240

    Cimento 1,4 1750

    Beto 0,3 700

    Tijolo cermico 0,8 1360

    Gesso cartonado 2,4 1820

    Ao 5,9 46000

    PVC 18,0 24700

    Poliuretano 40,0 1800

    alumnio 52,0 141500

    (fonte: T. Vihavainen, STEP-1 lecture A16)

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    Vantagens e desvantagens como material estrutural

    Resistente em traco e compresso e flexo, mas s segundo o fioRazo (resistncia/peso) elevada ->coberturas, pontes pedonaisBaixo mdulo de elasticidade -> solues mais rgidasBoa trabalhabilidadeComplexidade das ligaesVisualmente agradvel -> estrutura vista

    1. ClassificaoProcedimento que consiste em agrupar o material madeira, independentementede espcie ou provenincia, segundo categorias satisfazendo determinadospadres de resistncia, aparncia, durabilidade ou outro critrio relevante para ofim em vista.

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    Classificao visualClassificao mecnica

    Metodologias

    Classificao visualEm classificao visual so fundamentalmente o tamanho e a posio dos nsque determinam a classe a atribuir pea;

    Classificao mecnicaEm classificao mecnica considerada a correlao entre a resistnciamecnica e o mdulo de elasticidade do material, eventualmentecomplementada pela avaliao de outros parmetros.

    VantagensFacilita e sistematiza o projectoPermite manter menores stocks e dar resposta mais rpida e pedidosPermite um melhor aproveitamento das caractersticas mecnicas das peas

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    2. ReconstituioProcesso conducente obteno de peas compostas por juno (colagem emregra) de peas menores, resultante da subdiviso ou corte da madeira original

    Disponibilidade de madeira serradaPeas de 0.150x0.450x20 no passadoPeas de 0.075x0.225x5 hoje em dia (resultado da explorao intensa)

    As tcnicas de reconstituio (lamelados colados, LVL-laminated veneer lumber,etc.) permitem contornar esta carncia.

    VantagensPermite realizar peas de dimenses ou formas difceis ou impossveis derealizar por blocos monolticosAumenta a disperso de defeitos das peas originais, reduzindo a variabilidadedas propriedades mecnicas (geralmente, a variabilidade diminuir com oaumento do grau de processamento da madeira original)

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    Comparao das estruturas de madeira com as de ao

    Ao Madeira

    semelh

    ana

    Seces tubulares Postes

    Perfis e cantoneiras Madeira serrada

    Seco em I Seces em I

    Chapas Painis

    Soldadura Colagem

    Aparafusamento Aparafusamento

    diferen

    as

    Isotropia Anisotropia

    Produzido industrialmente

    Cultivado e classificado

    Uniforme e homogneo Varivel e heterogneo

    Afectado pela temperatura

    Afectado pela humidade

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    Outros aspectos a considerar na concepo de estruturas de madeiraInterfaces com materiais diferentes: cuidado (por exemplo, alvenariasexpandem-se na secagem);Baixa condutibilidade trmica -> no h pontes trmicosBaixo coeficiente de dilatao trmica linear -> beneficio em incndio -> portascorta-fogo em madeira constituem uma soluo frequente. Genericamente, ocomportamento sob incndio fraco, porque arde e liberta gases que ajudam apropagao do fogo. No entanto, o processo de combusto previsvel porque ataxa de combusto das seces aproximadamente constante e as propriedadesno ncleo no ardido permanecem inalterado -> pode prever-se a resistnciaresidual.Risco de degenerescncia biolgica (prodido): 3 tipos de medida:Concepo cuidada de pormenores, por forma a evitar a acumulao de aguana fase liquida. Esta d origem a elevadas teores em agua na madeira, a qualresulta mecanicamente enfraquecida e susceptvel ao ataque por fungos(podrido).Seleco de espcies/qualidade de madeira com aptido e durabilidadeadequadas s condies de servio previsto.Tratamento e preservao da madeira (pinturas e impregnao).