100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS Edição V, Ano VII Fevereiro de 2011 O 100 Comentários tem o apoio de: O amor é cor, é complexidade, é comoção, é jogo, é fogo, é ferida , é dedi- cação, é conten- tamento, é dor, é querer, é soli- dão e prazer. É antídoto E veneno.
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100 COMENTÁRIOS 100 COMENTÁRIOS 100 ... - esla.edu.pt · Pastiche a partir do soneto “Amor é fogo que arde…” Contracapa, capa e contracapa do ... de forma estrutura-da, o
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aporias, subjacentes às quais se encontra uma der-
relicção paroxística.
Se “ ninguém consegue ver além de si mesmo”,
como afirma Schopenhauer, como justificar o
desejo de poder, convertido em paliativo anagógi-
co?
No mundo dos tíbios em que vivemos, o desejo
de poder, que converte a loucura demencial em
disciplina meritocrática, a melopeia deletérica que
acompanha esta nova necessidade metamorfoseou
-se numa parábola ignóbil, mas eficaz, narrada de
maneira deformada por terceiros, com o objectivo
de modificar, por reacção, os nossos aparentes
perenes códigos religiosos e ético-morais.
Sob a égide do pathos do mal e, tal como os pri-
sioneiros da Alegoria da Caverna de Platão, pro-
curamos a ataraxia dos justos vivendo num simu-
lacro entrópico social ao nos rodearmos de obri-
gações, contratos e sujeições que nos proporcio-
nam a pseudo-invulnerabilidade do poder.
As nossas dissonâncias cognitivas e a manipula-
ção alienatória e instrumentalizadora do outro
permitem a edificação deste novo princípio
moral, convertido em direito absoluto.
Assim, os
novos ágapes
proliferam e
em nome de
um novo
i mp e r a t i v o
ca t egór i co ,
aquém da
astúcia da
razão Hege-
liana, somos
de novo
reféns de nós
próprios, e
felizes por pertencermos a Leviatã, renascemos
para o rebanho, auto-iludidos que mandamos nos
mais fracos, nos néscios e somos mandados por
aqueles que exercem o medo e respectivo autori-
tarismo procaz e concupiscente. Mas é o reduto
da inveja capciosa, pulsante de anagnórise, que
permitirá justificar subliminarmente o desejo e a
vontade de poder.
Imbuída do complexo de Cassandra e face aos
meus émulos, os novos deuses do Olimpo convi-
dam-vos a assinar a nova petição de miséria.
A Vã Glória de Mandar
FEIRA DO LIVRO USADO
A BE da ESLA, no âmbito da semana da leitura dedicada à temática Leitura, Energia e Floresta, organizará uma Feira do Livro Usado. Podes participar de várias formas:
Trazendo um livro (manuais, livros antigos…) para a troca de outro;
Adquirindo um livro pelo valor simbólico de 2€ (aluno) ou 5€ (professor);
Doando livros/ manuais que já não utilizes.
O objectivo desta actividade é dar uma nova vida aos livros que já não usas, reutilizando-os.
O montante reunido pela venda dos livros na Feira reverterá na aquisição de fundo documental para a tua Biblioteca Escolar!!
A Feira do Livro Usado decorrerá nos dias 15 e 16 de Março no período da manhã e no dia 17 de Março no período da tarde, no espaço da BE.
Participa e deixa o teu contributo na BE até final de Fevereiro!!!
A aluna Jun Chen, da tur-
ma 12º B, fez uma apre-
sentação em powerpoint sobre o Ano
Novo Chinês (Ano do Coelho), na
BE, no passado dia 2 de fevereiro.
Teve o prazer de expor o seu traba-
lho aos colegas de turma e animar os
seus espíritos. Segundo ela, na Chi-
na, a passagem de Ano assume um
cariz bastante simbólico. Designa-se
Festa da Primavera, pois os cheiros,
as cores vivas, bem como os maravi-
lhosos sabores perpassam por toda a
parte. Consiste, igualmente, na reu-
nião da família. Para que a sorte se
estenda a todos os elementos é
necessário que se passe a meia- noite
bem desperto. As iguarias são diver-
sas e as sobras também são frequen-
tes, para que o ano floresça cheio de
dinheiro, muita comida e saúde.
Habitualmente o povo chinês faz
candeeiros em papel de seda, onde
escreve desejos, que pretende ver
realizados ao longo do ano e em
grande euforia procedem ao seu lan-
çamento.
…
Saltite com o coelho na BE! Cristina Dias
A atividade «Pinta o que lês» continua em bom ritmo, com as
turmas E, F e H do 8º ano. Neste período a obra de arte cria-
da relacionar-se-á com o livro de
Jorge Amado, O Gato Malhado e a
Andorinha Sinhá. Livro este traba-
lhado no âmbito das disciplinas de
língua portuguesa e educação
visual e tecnológica. O desfecho
mágico revelar-se-á a todos os
olhares indagadores da comunidade
educativa.
Durante o mês de Fevereiro
o ateliê «Filosofia para
Crianças» vai continuar a
desenvolver-se de forma
articulada com as escolas do
primeiro ciclo deste agrupa-
mento. «A Pizza Sociedade»
espevitou as crianças pensantes, motivando-as para aprofun-
darem a sua oralidade e desenvolverem, de forma estrutura-
da, o seu espírito crítico.
O «Dia dos namorados» também foi comemorado neste cen-
tro pedagógico da escola e a atividade promovida foi a
seguinte: «Muda a tua personalidade com amor».
Devidamente preparada pela professora Cristina Dias, os alu-
nos do 11º B entusiasmaram-se com o desafio lançado: cada
um dos mesmos pensou numa figura histórica ou literária
reconhecida pela sua força no amor e «mudou a sua persona-
lidade», imaginando que seria essa a sua história. Ainda neste
dia realizou-se uma sessão sobre «O Património Cultural e
Material». O objetivo deste projeto, promovido pela Compa-
nhia Ao Luar Teatro, consistiu em sensibilizar e envolver os
jovens e a comunidade em geral para a questão do património
e herança cultural da região.
Finalmente, no dia 23 de Fevereiro desenvolveu-se uma
sessão de banda desenhada com José Carlos Fernandes.
A BE já está a preparar para o
mês de Março algumas surpresas
A Turma do 7ºG (da Escola Básica do Agru-
pamento de Escolas Drª Laura Ayres) realizou, no
passado dia 4 de Fevereiro, uma visita de estudo
ao Centro Ambiental da Pena, em Loulé. A visita
decorreu no âmbito do projecto Saúde em Rede,
monitorizado pelas psicólogas Sónia e Maria João,
tendo o acompanhamento da Directora de Turma,
professora Sandra Cavaco, e do professor Orlando
Costa. Ainda antes da chegada do autocarro, já
patenteávamos um sorriso no rosto. Na viagem até
Loulé, a festa foi contínua. Pudemos conversar,
cantar e escutar ainda alguns provérbios populares!
Chegados ao destino e após recepção, assistimos a
uma palestra sobre os três R’s: Reduzir, Reutilizar
e Reciclar. Falaram-nos também do Pilhão e do
Oleão. Após a palestra, foi
tempo para “recarregar as
energias”: fomos lanchar
para o jardim do centro,
aproveitando o sol radian-
te. Pelas 11h00m foi tem-
po de colocar “em prática”
o aprendido. Participámos
num workshop e pudemos
elaborar, com materiais
reciclados, um bloco de
notas personalizado. No final, ainda houve tempo
para o professor Orlando realizar algumas dinâmi-
cas de grupo, que nos proporcionaram alguns
momentos lúdicos mas também bastante instruti-
vos. Pelas 12h30m foi
hora de voltar para a
escola. Uma manhã
diferente, houve de um
pouco de tempo para
tudo: para aprender e
para conviver. Obriga-
do a quem tornou pos-
sível esta Visita de
Estudo.
Visita ao Centro Ambiental da Pena
A turma do 7ºG
Nos dias 24,25 e 26 de Janeiro, os alunos da turma 12ºG
do curso profissional técnico de turismo, do Agrupa-
mento de escolas Dra. Laura Ayres de Quarteira, deslo-
caram-se de avião até ao Porto em visita de
estudo, com o fim de realizarem um city
break, organizado por eles próprios, que con-
siste numa estadia de curta duração para visi-
tar vária atracções da cidade.
Os alunos estiveram alojados na resi-
dencial “Pedra Antiga” localizada numa das
ruas mais movimentadas do Porto, a Rua de
Santa Catarina.
Ao longo dos três dias, os alunos
tiveram a oportunidade de experimentar a
vida no Porto, utilizando os meios de transporte tais
como o metro, o funicular e, claro, o autocarro.
Visitaram os principais pontos turísticos,
como a Casa da Música, a Avenida dos Aliados, o Jar-
dim Botânico, os jardins do Palácio de Cristal, a Torre
dos Clérigos, a Sé do Porto, a Estação de São Bento, a
Ponte Luís I, a Ribeira e os rebelos ,entre outros.
Conheceram ainda os diversos cen-
tros comerciais do Porto (Via Catarina, Plaza
e Dolce Vita), e ficou para não esquecer a
conhecida francesinha.
Assim como também ficará inexorá-
vel a memória da perda da carteira de um dos
alunos e o feliz reencontro da mesma, ou ain-
da no terceiro dia, de manhã, o alarme de
incêndio dado na Residencial. Felizmente não
passou de um pequeno susto: um cano reben-
tou, deitando água para cima de uma salaman-
dra acesa. Automaticamente a Residencial encheu-se de
fumo, provocando o equívoco. Afinal, há fumo sem
fogo!!
Visita de estudo ao Porto
Teddy e Rafaela, 12ºG
“O dia 15 de Dezembro de 2010 foi um dos dias
mais emocionantes das nossas vidas”
Nós, alunos do 7ºC, fizemos, no âmbito da disci-
plina de Área de Projecto, a distribuição dos ali-
mentos que já havíamos juntado ao longo de três
meses. Com a ajuda da Junta de Freguesia, que
nos emprestou duas carrinhas, visitámos várias
casas e famílias, sempre com um espírito de grati-
dão e de compaixão para com as pessoas. Ficá-
mos a saber que só em Quarteira existem dezenas
de pessoas carenciadas que necessitam mais do
que nunca da nossa ajuda.
Conhecemos casos de pessoas sozinhas, paraplé-
gicos, que apenas sobrevivem com a ajuda dos
pais, uma idosa que só com a reforma e muita
ajuda da Junta de Freguesia toma conta dos seus
bisnetos e um casal de idosos isolado sem a filha
por perto.
Estes são alguns dos casos mais marcantes que
ficámos a conhecer.
Pensamos que todas essas pessoas ficaram toca-
das, não só com o nosso gesto amigo, mas tam-
bém com a oferta de cartões de Natal elaborados
e lidos por nós.
Uma tarde destas não é para esquecer, pelo con-
trário, é para todos os dias nos lembrarmos de que
há gente que precisa de ajuda.
A turma do 7ºC
PROJECTO S.O.S. FOME
Carina Silva, Guilherme Santos, Gonçalo Afonso e Rafael Silva, 7º C
Teve lugar, no passado dia 25 de Janeiro,
mais uma actividade do grupo 410, “Professores
de Filosofia conversam sobre livros”.
A actividade, que decorreu no auditório
da nossa escola, preten-
deu dar continuidade
àquela que foi promovida
no ano lectivo anterior e
que visava, essencialmen-
te, divulgar grandes obras
da literatura ou da tradi-
ção filosófica e desenvol-
ver o gosto pela leitura.
Imbuídos deste propósito, os docentes
Vítor Coelho e Iolanda Antunes apresentaram os
livros Fraternidade de Abbe
Pierre e No Castelo do Barba
Azul de Georges Steiner, res-
pectivamente.
Assim, aqueles que
aceitaram o convite tomaram
conhecimento da solução pro-
posta por Abbe Pierre para
estes tempos de crise: a fraternidade e tiveram
oportunidade de compreender os traços caracte-
rísticos da nossa civilização, através do comentá-
rio à obra e da audição e visionamento de um
excerto da ópera de Béla Bartók com o mesmo
nome do livro de Steiner.
Iolanda Antunes
A Beleza dos sonhos - Mafra e Sintra
No âmbito das disciplinas de Português, História
da Cultura e das Artes e Fotografia, fomos, no
passado dia sete, ao Convento de Mafra com o
intuito de conhecer a sua história.
Foi mandado construir por D. João V a propósito
da promessa feita a um frade franciscano - se
conseguisse dar um herdeiro à coroa portuguesa,
no prazo de um ano, mandaria construir um con-
vento para treze frades franciscanos.
Dado que D. Maria Ana de Áustria, sua esposa,
deu à luz a infanta Maria Bárbara, o rei deu início
ao cumprimento da sua promessa. Contudo, pro-
cedeu a várias alterações ao projecto inicial,
aumentando significativamente a sua dimensão.
(O convento passou a poder albergar trezentos
frades.)
O rei absoluto queria ostentação e exigiu que a
obra estivesse pronta no ano de 1730, dia em que
festejaria o seu quadragésimo primeiro aniversá-
rio e que coincidiria com um domingo, dia santo.
As várias alterações ao projecto, e o curto prazo
de concretização, tornaram necessário o acrésci-
mo de mão-de-obra, por isso o rei decretou que
todos os homens do reino fossem obrigados a
trabalhar nela. Tendo o reino cerca de três
milhões de pessoas, trabalharam no convento cer-
ca de cinquenta e dois mil homens, recrutados,
afastados das suas famílias, das suas terras e não
lhes foram dadas quaisquer condições de traba-
lho. Muitos deles deixaram os seus sonhos pes-
soais e morreram pela concretização do sonho do
rei.
Assim em 1730 foi inaugurado o convento de
Mafra, contando com a presença de vários ele-
mentos do clero e da nobreza, embora não esti-
vesse totalmente acabado.
O convento tem cerca de quarenta mil metros
quadrados, com mil e duzentas divisões e cento e
vinte e seis escadarias. É composto por duas tor-
res, a do rei e a da rainha, palácio, igreja e biblio-
teca.
Saramago revisitou este período da história e
acrescentou-lhe a sua criatividade e as suas con-
vicções. Ao “amor” entre o rei e a rainha contra-
põe o AMOR entre Blimunda e Baltasar. Ao abu-
so de poder a exploração de um povo.
Ficámos encantados com a história do convento.
Há muito mais para saber. Aconselhamos os alu-
nos que vão ler Memorial do Convento a visitá-
lo. (Já agora - sabem que D. João V nunca lá
morou? Foi Saramago quem o pôs a percorrer,
com o seu séquito, aqueles infindáveis corredores
para “exercer função”).
Em Sintra visitámos a Quinta da Regaleira, que é
a concretização de um sonho e de uma ideologia.
Carlos Monteiro povoou-a de símbolos, mitos e
ritos, plantas e flores de grande diversidade.
O palácio surpreendeu-
nos pela excentricidade
e requinte, mas a
“descida” pela escada
em espiral ao poço ini-
ciático e a simbólica
procura do caminho por
escuras e labirínticas grutas, bem como a traves-
sia do lago constituíram uma experiência ímpar.
Foi muito interes-
sante conhecer um
pouco mais da nossa
história e do nosso
património cultural.
Texto: alunos e professora de Português do 12º H
Fotos: Raquel Silva, 12º F
Torre da
rainha
Torre
do rei
Esta é uma das imagens que, neste
século XXI, tem entrado na cultu-
ra popular, mais desde que se tor-
nou uma das peças iniciais do
enredo de um livro de 2003.
Quando o famoso Leonardo da
Vinci a pintou, por volta de 1492,
incluiu-a num dos seus diários e
acompanhou-a de notas explicati-
vas. Tinha em mente a simetria
inerente ao Mundo em que vive-
mos e do corpo humano em parti-
cular e Leonardo (como muitos
dos seus contemporâneos) interes-
sava-se pela Matemática e a sua
simetria, demonstrado pelas pro-
porções existentes na Natureza.
Chamou então, ao seu desenho, O
Homem de Vitrúvio. Mas por que
razão Leonardo da Vinci deu este
nome ao seu desenho? Seria Vitrú-
vio algum familiar do grande artis-
ta? Algum amigo chegado? E que
ligação tem este desenho de facto
com o número Fi, como afirma o
livro? (φ «fi» é a chamada «razão
de ouro»).
Vitrúvio existiu de facto e de facto
inspirou Leonardo da Vinci na
realização desta pintura. Mas a
inspiração que deu foi no campo
conceptual e não num plano físico.
Éque Marcus Vitruvius Pollio vive
u entre 75AC e 25AC enquanto
que Leonardo da Vinci viveu entre
1452DC e 1519DC. Mil e quinhen-
tos anos separam os dois e, no
entanto, a mente de um influenciou
a mente de outro. Sabe-se que
Vitrúvio nasceu cidadão romano,
na cidade de Fórmia, na região
italiana de Lácio, berço da civiliza-
ção romana. Foi engenheiro mili-
tar, escritor e arquitecto. Para
Vitrúvio, as 3 qualidades essen-
ciais de um edifício deviam ser:
«firmitas» - solidez, «utilitas» -
utilidade e «venustas» - beleza.
Estas qualidades ainda hoje se pro-
curam na construção de qualquer
edifício. Também a Natureza deve
ser harmoniosa e simétrica e:
No corpo humano [perfeito], o
centro é naturalmente o umbigo.
Se um homem se deitar de costas,
com as mãos e pés estendidos e um
compasso centrado no seu umbigo,
os dedos das mãos e dos pés for-
mam uma circunferência centrada
no umbigo. E da mesma forma que
as extremidades do corpo formam
uma circunferência que circunda o
corpo, um quadrado pode também
ser traçado. Se se medir a distân-
cia da sola dos pés ao topo da
cabeça e se se aplicar esta medida
aos braços entendidos, a amplitu-
de deles será igual à altura [do
corpo].
Leonardo da Vinci, usando os
escritos de Vitrúvio, calculou
então (e colocou nas notas que
acompanham o desenho) as medi-
das no corpo humano «perfeito».
Para Leonardo, as proporções cor-
porais não estão ligadas ao número
fi. O número fi é uma dízima infi-
nita não-periódica, isto é, é um
número com infinitas casas deci-
mais sem padrão reconhecível. O
seu valor aproximado é φ ≈
1,61803... Vitrúvio e da Vinci,
referem-se explicitamente a valo-
res fraccionais (dízimas finitas ou
i n f i n i t a s
periódicas).
É assim um
mero sub-
t e r f ú g i o
literário e
uma grande
dose de
v o n t a d e
pensar ser possível medir os valo-
res de fi nas proporções do corpo
humano, seja ele considerado per-
feito ou não (até porque o que é
belo para uns não o será para
outros). Seguramente Vitrúvio e
Leonardo ficariam horrorizados
pela perspectiva de as proporções
do corpo humano não serem valo-
res obtidos pela divisão de dois
números inteiros... Não há uma
proporção-padrão e o que é belo
varia de cultura para cultura. Se se
medir a altura do corpo e as distân-
cias entre as suas diversas compo-
nentes, não se obterá o valor de fi
nem o abusivo valor 1,618 (que
não é o seu valor, é uma mera
aproximação). A «perfeição» pro-
curada por Vitrúvio e por Leonar-
do da Vinci sofre de erro de locali-
zação. Para mim, se há perfeição
no corpo humano, este encontra-se
no corpo feminino e não no mascu-
lino. Mas esta é um questão de
gosto pessoal, admito...
Talvez o que Vitrúvio e Leonardo
fizeram foi não mais do que cen-
trar, no seu próprio umbigo,
na sua definição de «perfeição», a
felizmente-diversa natureza e bele-
za física humana. Mas a busca da
simetria é inerente ao Ser Huma-
no...
A CIRCUNFERÊNCIA DO UMBIGO
Mauro Maia
O Sol é a estrela mais
próxima da Terra, mas
não é muito grande. É
uma esfera gasosa que
se encontra a uma tem-
peratura muito elevada.
É constituído pelo ven-
to solar (partículas com
carga eléctrica que se libertam para o espaço a grande
velocidade), pela fotosfera (superfície visível do Sol),
protuberâncias (labaredas de gases que saem da cro-
mosfera), cromosfera (atmosfera solar, composta por
gases) e pelas manchas solares (manchas escuras com
menor temperatura).
Como vivemos na Terra não nos apercebemos do seu
movimento e parece-nos que as estrelas e o Sol se
movem de este para oeste. Este movimento chama-se
movimento aparente e permite a orientação pelo Sol
durante o dia. O Sol nasce no ponto cardeal este/
nascente, atinge a altura máxima ao meio-dia e desapa-
rece no ponto cardeal oeste/poente:
Quando o Sol atinge o ponto de altura máxima (em
relação à superfície da Terra), se estivermos virados de
frente para ele, temos à nossa frente, o ponto cardeal
sul.
No Universo, as distâncias são muito grandes e por
isso são medidas em unidades diferentes do habitual.
Dentro do sistema solar, usa-se a Unidade astronómica
(UA), que equivale à distância média da Terra ao Sol,
que corresponde a 150 000 000 de quilómetros.
1 UA → 150 000 000 Km
Fora do sistema solar, usa-se o Ano-luz (a.l.), que cor-
responde à distância que a luz percorre durante um
ano, que são 9460 biliões de metros.
1 a.l. → 9460 biliões de metros
Existe ainda o Parsec (pc) que corresponde a 3,26 anos
-luz.
1 pc = 3,26 a.l.
A luz vinda das estrelas, viaja a uma velocidade de
300 000 m/s. A luz solar demora 8 minutos e 19
segundos a chegar à Terra.
A luz solar é de extrema importância para todos os
seres vivos. Por exemplo, as plantas, sem luz solar, não
são capazes de realizar a fotossíntese, que nos fornece
o oxigénio necessário para a vida.
Não só as plantas, mas também os animais, dependem
do Sol na sua vida! Os animais apresentam fototropis-
mo, ou seja, sensibilidade em relação à luz, pelo que se
podem orientar para ela ou se afastar dela, e realizam
as suas actividades diárias em função da luz solar.
O Sol actua na estimulação da melatonina, que se pen-
sa interferir com outros neurotransmissores, ao provo-
car um efeito anti-depressivo. Quando entram os pri-
meiros raios pela janela, a pessoa acorda e começa a
funcionar; quando ele se põe, desencadeiam-se activi-
dades que induzem o sono. A melatonina é segregada
durante a noite. Em países do norte da Europa, nos
quais o número de horas de sol diário é reduzido, usam
-se em casa, lâmpadas que reproduzem a luz solar.
E quem não se sente mais alegre e bem disposto, quan-
do está um dia solarengo? O Sol é um prazer, que
quando nasce é para todos...
O Sol
Quiz Filosófico
Teste:
Tens o sentimento de ser cínico ?
1 – Que sonharias fazer com o teu dinheiro? a) Distribuí-lo integralmente aos teus semelhantes, porque o dinheiro não tem para ti alguma utilidade. b) Guardá-lo preciosamente.56 c) Investir e frutificá-lo em acções financeiras, nem que seja à custa de terceiros.
2 – Como te vestes? a) Vestes frustes, pés nus e cabelos compridos. b) Como toda a gente. c) Com glamour, ( o hábito faz o monge) e nada é mais eficaz para manipular o seu semelhante que se vestir requin-
tadamente. 3 – O teu chefe, interpela-te com ar ameaçador porque te viu a preguiçar à janela durante o trabalho.
a) Refugias-te no argumento de que o vizinho do gabinete ao lado faz pausas regulares e mais longas. b) Pedes gentilmente de se afastar da frente pois tapa-te o sol. c) Embaraçado, rapidamente retomas o teu trabalho.
4 – Qual é o teu modelo da antiguidade clássica? a) Hércules, livre e heróico, adepto de uma vida de desprendimento. b) Diónisos e Afrodite, porque só os prazeres importam neste mundo. c) Hermes, deus da riqueza e da fortuna, pois é o que esperas obter na tua existência.
5 – Qual é a tua pátria? a) Tu mesmo, pois não acreditas em ninguém. b) O teu país. c) O mundo.
6 - Sofres uma agressão na cara? a) Replicas de forma ainda mais violenta, de modo algum te deixarias agredir sem resposta. b) Hesitas, pois tentas avaliar a força do teu agressor. c) Escreves na testa o nome do teu agressor, como de um nome de artista se tratasse, com o objectivo de o humi-
lhar. 7 - Qual seria a tua hierarquia entre as espécies seguintes:
a) Primeiro o Homem, depois o animal e no fim Deus: privilegias os valores humanos e da vida acima de tudo. b) Acima de tudo Deus porque não está submetido a nenhuma contrariedade; o animal que limita-se a seguir os seus instintos sem complexos de vergonha; por fim o Homem e valorizas sobretudo a liberdade. c) Primeiro o animal que ignora as nossas preocupações; Deus, porque tem a vantagem de ter o poder infinito; por último o Homem, que é pouca coisa e no qual pouco acreditas.
António Justino
Soluções
1. β, b) α, c) γ 5. a) β, b) γ, c) α
2. β, b) α, c) γ 6. a) β, b) α, c) γ
3. γ, b) β, c) α 7. a) β, b) α, c) γ
4. γ , b) α, c) β
Resposta ao teste:
Se obtivestes maioritariamente α: Não és cínico, pois segues os valores e normas morais em vigor.
Humanista e patriota, contudo, estás superiormente atento ao teu
conforto e não procuras notoriedade. Talvez a leitura dos filósofos antigos te condicionaria a ter um olhar
mais cínico sobre o mundo.
Se obtiveste maioritariamente β :
És um cínico no sentido clássico do termo: a felicidade só se atinge
pela virtude, fundada no esforço cujos bens exteriores não servem de
ajuda. A felicidade faz tábua rasa dos costumes e convenções; as virtudes
capitais são o autodomínio, a impassibilidade e a resistência.
A tua determinação é admirável, todavia um sorriso oportuno não deve ser esquecido!
Se obtiveste maioritariamente γ :
És um cínico no sentido moderno do termo ( o que tem pouco a ver
com o cinismo clássico).
Adepto do humor negro e da ironia mordaz, o mundo não tem valores nem sentido, senão aquele do teu bem estar ( conforto ).
A definição de cínico de Òscar Wilde adverte-nos: “Um homem que
sabe o preço de cada coisa, e o valor de nenhuma”.
O que é? O alcoolismo é o conjunto de proces-
sos relacionados com o consumo excessivo
e prolongado do álcool, ou seja, é o vício de
ingestão excessiva de bebidas alcoólicas.
Existem várias variantes
do alcoolismo:
Dependência;
A abstinência;
O abuso;
Intoxicação por
álcool (embriaguez).
O alcoolismo é uma doença
que pode prejudicar a pessoa
que o consome e não só, pois
muitas vezes pode originar
comportamentos violentos.
Estes comportamentos violen-
tos são muitas vezes origina-
dos por frustrações e tensões,
que com o consumo excessivo
de álcool, vêm ao de cima.
Existem diversos motivos para
que uma pessoa consuma
álcool, como:
- Porque o alcoólico tem
necessidade de álcool para
aceitar a realidade;
- Porque tem tendência a fugir
às responsabilidades;
- Sofre de angústia, é agressivo
resiste mal às frustrações e às
tensões;
- Porque nele o nível de cons-
ciência tende a levá-lo a uma
conduta impulsiva;
- Negligência perante a família;
- Frequentes perdas de empre-
go;
- Problemas financeiros;
- Agressividade perante a
sociedade.
Problemas causados pelo Alcoolismo
• Os alcoólicos tornam-se mais susceptíveis a infecções
• Afecta o desejo sexual e pode levar à impotência
• Nas mulheres, leva à diminuição da menstruação, infertili-
dade e afecta certas características sexuais femininas
• Nos homens, pode ocorrer a diminuição das hormonas
masculinas e ocorrer o atrofiamento das células produtoras de
testosterona.
Os alunos do 10ªano da turma F, na disciplina de Desenho A realizaram um projecto de abstracção criando florestas
a partir das linhas da mão.
Prazeres inferiores
Pecados superiores
Carpe diem et...noctem!
Suplemento
Suplemento
Não está, mas devia estar, cientificamente,
provado que o amor é verdadeiramente o
melhor remédio. É algo natural, quase. Tenho
reparado nisso ultimamente, e é verdade. O
amor cura tudo. As pessoas ficam, automatica-
mente, mais bonitas quando estão apaixonadas
e felizes.
Falando por mim, o amor é uma coisa saudá-
vel, se não se tornar doentio, claro. Ao contrá-
rio do que alguns pensam, o amor não se
encontra só na nossa cara-metade, nem nos
filmes repletos de clichés, que passam na tele-
visão ao domingo à
tarde. Não, meus
caros, o amor está
em todas as peque-
nas coisas da vida,
e é cada vez mais
subestimado.
Existe amor no
nosso grupo de
amigos. O que é a
amizade senão uma
forma de amor? Os
amigos são a famí-
lia que escolhemos,
dizem por aí, e vão dizer-me que não amam a
vossa família? Impossível. Sendo assim, é
óbvio que existe amor também na nossa famí-
lia. Sou incapaz de não sentir amor pela minha
mãe quando me deparo com um “manjar”,
digno de realeza, à hora de jantar. Não sei se é
de mim, por ser uma romântica incurável, mas
vejo amor em todo o lado.
É como na história da Maria e do Assis. A
Maria era uma rapariga, uma adolescente,
incompreendida e amargurada, por ser a única
do seu grupo de amigas sem namorado, talvez
por ser muito exigente ou muito diferente de
todas as outras, e, o Assis, seu amigo, outro
rapaz adolescente, amargurado, sofrendo por
vezes em silêncio, por vezes partilhando as
suas mágoas com Maria, na esperança de as
acalmar, por ter perdido aquela rapariga loira
de quem ele tanto gostava. Maria, de tão
desesperada que já estava, começou a injectar
amor em tudo o que no seu caminho se cruza-
va, a forçar sentimentos por quem não os
tinha, e, Assis discutia com ela, por estar a
tentar controlar o
que não era encargo
dela.
Mas, um dia,
ambos pararam
para pensar.
Maria relembrou
que, quando Assis
tinha ido de férias
para fora, ele era
tudo em que ela
conseguia pensar,
e os seus dias
passavam lenta-
mente, melancólicos e pesados, porém vazios.
E Assis sentia-se uma melhor pessoa na com-
panhia dela. Perceberam assim que há muito
que andavam a arranjar distracções para não
encararem o amor que florescera entre eles, o
amor mais bonito, mágico, forte que eles algu-
ma vez tinham sentido.
O pior que lhes podia acontecer era ficarem
um sem o outro, então, ficaram juntos, perce-
bendo que eram as peças que estavam perdidas
dos puzzles que eram os seus corações.
O Amor É O Melhor Remédio Joana Silva , 10ºE
Bu
rn J
on
es,
Lo
ve A
mo
ng
th
e R
uin
s
Dia a dia
Ponho-me a pensar…
O que será o amor?
Não sei explicar.
Família e amigos
O podem despertar…
Afinal o que será?
Ainda não o sei identificar.
Pessoas dizem
Que não vale a pena tentar…
Será verdade?
Não o sei provar.
Outros dizem
Que o melhor é praticar…
Será que têm razão?
Não sei se devo confiar.
Fiquei indecisa.
Não sei com quem concordar…
Será assim tão complicado?
Não, apenas difícil de averiguar.
Iolanda Batista Gonçalves, 8ºD
O amor é
Um livro inacabado
Uma simples palavra
É um achado
Uma onda perdida
É o fado
Cantado pelo freguês
O ser amado
Um português.
Catarina Cândido, 8ºC
Célia Nobre
Dia de São Valentim
O dia 14 de Fevereiro, foi assinala-
do na Escola E.B 2.3 pelo Gabinete
Jovem que contou com a colabora-
ção da turma do CEF de Jardinagem e
Espaços Verdes na montagem do
Mural dos Afectos, na criação de um
cenário para a “fotografia com alguém
especial” e na selecção de músicas
românticas que deliciaram colegas,
professores e funcionários durante
este dia.
Esta gente
Às vezes luminosa
E outras vezes tosca
Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis
Faz renascer o meu gosto
De luta e combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre
Pois a gente que tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
É gente em que
Um país ocupado escreve o seu nome
E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais do que a pedra
Humilhada e calçada
Meu canto se renova
E recomeço a busca de um país liberto
De uma vida limpa
E de um tempo junto
Quero compor um poema
Onde fremente
Cante a vida
Das florestas das águas
E dos ventos
Que o meu canto seja
num meio de um temporal
Uma chicotada de vento
Que estremeçam as estrelas
Desfaça mitos
E rasgue nevoeiros.
Não fales…
Olha no fundo da minha alma
E ouve as palavras que transbordam
Pelos meus olhos
Vindas do coração…
Palavras que anseio dizer-te
Mas que o meu ser não permite
Mantendo-as cativas em si…
Não oiças…
São palavras vãs, tontas
As que vagueiam no ar
Saídas dos meus lábios…
Sente o que o meu gesto demonstra
Interpreta o trejeito do meu olhar
O sorriso tímido de meus lábios
E antecede as palavras
Que tanto deixam por revelar…
As palavras são ocas, vazias
Sem sentir nem querer…
Entende sem quaisquer palavras
Aquilo que por ti sinto…
A verdade do sentimento reside em
mim,
Num olhar, num gesto, num suspiro…
Érico Quínio 12ºD
Milene Martins
Érico Quínio 12ºD
Quem conhece a obra de Orhan Pamuk já
se familiarizou com a melancolia do seu olhar,
com aquela saudade metafísica que nós, portu-
gueses, tomamos como coisa apenas nossa, mas
que encontramos neste autor turco com a mesma
veemência que nos poemas de Pessoa ou nos
livros de Lobo Antunes.
Quem conhece a obra de Orhan Pamuk
sabe do seu amor pela herança otomana, da sua
nostalgia por esse tempo em que a Turquia ainda
não se ocidentalizara e da dor inerente à perda de
identidade, mas também da mágoa de uma civili-
zação que, no confronto com a Europa, sempre
sentiu complexos de inferioridade. É assim em Os
Jardins da Memória, é assim em O Meu Nome é
Vermelho e é assim também noutros romances
menos ambiciosos como a Vida Nova ou A Cida-
dela Branca.
Todavia, quem leu esses
livros, não conheceu ainda o Orhan
Pamuk de O Museu da Inocência.
Contactou com a genialidade da
arquitectura da sua narrativa, com o
brilhantismo da sua incomensurável
erudição literária, com a sua sensi-
bilidade peculiar para o mundo
humano e, no entanto, não tocou
ainda naquele último reduto de
qualquer grande escritor que,
enquanto fingidor, desvela o mais
profundo do seu ser no mesmo acto
em que se camufla.
Essa ostentação até à medula, esse trazer
à luz de sentimentos íntimos, de emoções que
nem ousamos contar para nós próprios, essa obs-
cenidade de uma alma que se desnuda perante nós
e que faz de nós seus cúmplices, essa exposição
constrangedora e dolorosa, só a conhece quem
penetrou neste museu. Mas que museu é este?
Este é um museu erigido em nome de
uma obsessão desmedida, erguido com os objec-
tos que constituem a narrativa de um amor impos-
sível. Kemal, herdeiro de uma família importante
de Istambul,
conta-nos a
história da sua
paixão por
Füsun, do seu
encontro e do
desencontro
que foi a sua
vida. Assim, o
museu não é
apenas o mapa geográfico dos sítios associados
ao seu romance ou o testemunho das desventura-
das horas que passaram juntos, mas, enquanto
espaço devotado aos objectos do seu amor, ele é a
garantia que, nele, esses objectos encontrarão
outra dignidade, serão olhados sob uma outra
perspectiva, encarados como sagrados.
O museu da inocência é o testemu-
nho vivo daquele amor que, exposto
num museu, se torna modelo de
todos os amores que acontecem na
cidade de Istambul e que, como tal,
se encontra preservado no seu
esplendor, justificado eternamente.
O museu salva do tempo o que está
exposto à sua erosão e, ao fazê-lo,
dá sentido às ininteligíveis palavras
de Kemal no final do livro:
Para que todos saibam, vivi uma
vida muito feliz. p.639
Viajei por toda a parte e vi-o com os
meus próprios olhos: enquanto o Ocidente se
orgulha de si, quase todo o resto do mundo vive
cheio de vergonha. Mas se os objectos que nos
fazem sentir envergonhados forem exibidos num
museu, transformar-se-ão imediatamente em pos-
ses das quais nos podemos orgulhar. p.623
O MUSEU DA INOCÊNCIA de Orhan Pamuk
Iolanda Antunes
C arro navalis ou carne vale são pos-
síveis origens da palavra Carnaval.
A etimologia pode ser dúbia, mas o certo é
que todos os anos o Carnaval regressa.
Disfarces, desfiles e excessos duram três dias
e terminam na quarta-feira de cinzas. À terça-
feira chama-se, sem pretender ofendê-la, gor-
da. Mas donde vem esta designação? Pois
muito bem, tempos houve em que era habi-
tual o jejum e a terça-feira era o último dia
em que se podia comer os alimentos mais
gordos, antes de entrar na quaresma que se
queria de abstinência.
A sua celebração tem uma data móvel, depen-
de da Páscoa e esta altera-se com o ciclo da
lua. Decorrem quarenta dias entre estas duas
festas, são os quarenta dias da Quaresma.
Mas voltemos ao Carnaval - período de ale-
gria e de liberdade. As regras do dia-a-dia são
suspensas, as pessoas dançam, desfilam, dis-
farçam-se:
Pierrot ou arlequim, fada, bruxa,
capuchinho vermelho, pirata,
super-homem, bombeiro, polícia,
cozinheiro, sedutor cavaleiro,
princesa encantadora, enigmática
deusa egípcia, índio ou marinhei-
ro aventureiro. Nesta época qual-
quer um, com arte e irreverência,
pode ser o que quiser.
À semelhança de muitas outras
celebrações, também o Carnaval tem um
patrono, o Momo, deus da alegria, da folgan-
ça e do riso é filho da fartura.
Tal como outrora, o
fizera, este deus tem
por missão animar os
banquetes mas agora
“neste nosso Olimpo”.
O seu amigo Como,
deus da comida e da
bebida, filho do apetite
e da sede, para a festa
ser completa, acompa-
nha-o sempre.
Prazeres da mesa, disfarces e ditos oportunos
e espirituosos são os ingredientes desta épo-
ca.
Imagem retirada da internet
Iolanda S.
O Carnaval é
sempre
excesso e
riso, diversão
e prazer.
O Carnaval é
sempre
excesso e
riso, diversão
e prazer.
Zenaida Lima
Um dos mais sublimes prazeres é o prazer de sermos
felizes.
A felicidade, não sendo, lamentavelmente, uma cons-
tante ou um estado de permanência, é caracterizada por
um conjunto de reacções biológicas que promovem
uma sensação de supremo bem-estar, uma variedade de
estados emocionais positivos que quem vivencia quer
preservar a todo o custo. Biologicamente é difícil dis-
cernir se as alterações que este estado provoca a nível
cerebral são a causa ou o efeito da felicidade experi-
mentada pelo indivíduo, mas as Neurociências traba-
lham afincadamente para ultrapassar a fase de especu-
lação, determinar as diferentes interacções entre os
estados de espírito e a bioquímica do corpo humano e
determinar quais os meios passíveis de serem utiliza-
dos para os modificar.
Tudo em nome da felicidade.
Muito provavelmente as alterações evidenciadas pela
sensação de prazer a nível do córtex pré-frontal e da
amígdala, com aumento de actividade destas zonas
cerebrais demonstradas pela "Positron Emission
Tomography" (PET), pela "Functional Magnetic Reso-
nance Imaging" (fMRI) e pela Electroencefalografia
(EEG), são biunívocas, o que leva a concluir que estas
zonas do cérebro são responsáveis por alguns tipos de
felicidade e que, de alguma forma, sugerem a existên-
cia de algumas pessoas geneticamente predispostas a
serem felizes.
Estas são as conclusões do estudo que Richard David-
son, professor de Psicologia da University of Wiscon-
sin-Madison, e director do Laboratory of Affective
Neuroscience e do Waisman Laboratory for Brain Ima-
ging and Behavior, publicou no ano transacto no Rela-
tório da Academia Nacional de Ciências dos USA.
As suas experiências, que envolvem a relação entre o
cérebro e a meditação em monges budistas, parecem
ter estabelecido, neste capítulo, uma relação directa e
crucial entre a dopamina e a transferência de sinais
associados a aspectos da felicidade associados à ante-
cipação de um objectivo, como por exemplo a felicida-
de que atinge os monges que alcançam o estado de
meditação, e a felicidade evidenciada pelos fumadores
autorizados a acender um cigarro após 24 horas de
privação.
Outros neurotransmissores e outras zonas do cérebro
parecem estar implicados no mecanismo do prazer e da
felicidade: Brian Knutson, Professor de Psicologia e
Neurociência na Stanford University, utilizando tam-
bém a fMRI, orientou o seu trabalho para a tentativa de
compreensão da neurofisiologia da motivação e da
tomada de decisão, tendo chegado à conclusão que a
activação cerebral neste modelo se passava no nucleus
accumbens e não no córtex pré-frontal.
Outro estudo de uma investigadora desta área, a psicó-
loga Laura Kubzansky de Harvard, realizado num uni-
verso de 1300 indivíduos do sexo masculino, concluiu
que a taxa de doenças cardíacas nos homens que se
diziam optimistas era metade da taxa daqueles que não
se consideravam como tal, e que a função pulmonar
nos não optimistas era também significativamente pior
do que a do grupo que se considerava optimista. "A
diferenciação do sentimento positivo que experimenta-
mos quando nos aproximamos de um objectivo, ligado
à dopamina, daquele que nos dá o prazer sensório,
ligado ao sistema opióide, é uma área onde se têm feito
importantes progressos", diz o Professor Dacher Kelt-
ner da University of California, Berkeley.
Mas o que para nós humanos é interessante, de todo
este trabalho científico relativo à felicidade e aos seus
mecanismos, é a conquista, para esta área, de um grau
de respeitabilidade científica que poderá vir a fazer a
diferença no futuro próximo das Neurociências,
nomeadamente na área cognitiva, e que nos fará a
todos bem mais felizes, num futuro que se prefigura
não muito distante.
A biologia da felicidade
Qualquer semelhança com a tua realidade é mera coincidência.
Não pretendemos estar dentro dos teus pensamentos...
PRAZER É...
A turma do 12º ano da turma E, na disciplina de Oficina de Artes realizou um trabalho de com-
posição a pastel de Óleo, “Linha Curva” elaborado no seguimento de uma visita de estudo a
Vilamoura, exposição de pintura/desenho com o mesmo nome.
Na disciplina de Desenho A, realizaram um trabalho a grafite com o tema moedas em voo, de abstracção
à Kandinsky.
Na segunda-feira dia 7, um dos grupos da
disciplina de Área de Projecto do 12ºD, realizou uma
celebração do seu tema, Os Direitos
Humanos. Teve também lugar a
exposição de um cartaz alusivo à
violação dos Direitos Humanos, e
ainda uma palestra acompanhada de
um pequeno documentário, realizado
pelos proponentes do projecto. O
objectivo era abordar temas signifi-
cativos e tocantes, provocando a dis-
cussão e o debate entre o público.
O cartaz foi colocado no anfiteatro, e contou
com as assinaturas de todos os que nele repararam. No
primeiro intervalo, houve também a apresentação de
estátuas humanas onde se encarnaram personagens que
haviam sido agredidas e torturadas. Com o intuito de
narrar histórias alusivas à temática da violação dos