10 Passos Para Segurana Do Paciente
Passo 1- Identificao
A identificao do paciente prtica indispensvel para garantir a
segurana do paciente em qualquer ambiente de cuidado sade,
incluindo, por exemplo, unidades de pronto atendimento, coleta de
exames laboratoriais, atendimento domiciliar e em ambulatrios.Erros
de identificao podem acarretar srias consequncias para a segurana
do paciente. Falhas na identificao do paciente podem resultar em
erros de medicao, erros durante a transfuso de hemocomponentes, em
testes diagnsticos, procedimentos realizados em pacientes errados
e/ou em locaiserrados, entrega de bebs s famlias erradas, entre
outros. Para assegurar que o paciente seja corretamente
identificado, todos os profissionais devem participar ativamente do
processo de identificao, da admisso, da transferncia ou recebimento
de pacientes de outra unidade ou instituio, antes do incio dos
cuidados, de qualquer tratamento ou procedimento, da administrao de
medicamentos e solues. A identificao deve ser feita por meio de
pulseira de identificao, pronturio, etiquetas, solicitaes de
exames, com a participao ativa do paciente e familiares, durante a
confirmao da sua identidade.
Medidas sugeridas1. Enfatize a responsabilidade dos
profissionais de sade na identificao correta de pacientes antes da
realizao de exames, procedimentos cirrgicos, administrao de
medicamentos / hemocomponentes e realizao de cuidados.2. Incentive
o uso de pelo menos dois identificadores (ex.: nome e data de
nascimento) para confirmar a identidade de um paciente na admisso,
transferncia para outro hospital e antes da prestao de cuidados. Em
pediatria, tambm indicada a utilizao do nome da me da criana. 3.
Padronize a identificao do paciente na instituio de sade, como os
dados a serem preenchidos, o membro de posicionamento da pulseira
ou de colocao da etiqueta de identificao, uso de cores para
identificao de riscos, placas do leito.4. Desenvolva protocolos
para identificao de pacientes com identidade desconhecida,
comatosos, confusos ou sob efeito de ao medicamentosa.5. Desenvolva
formas para distinguir pacientes com o mesmo nome.6. Encoraje o
paciente e a famlia a participar de todas as fases do processo de
identificao e esclarea sua importncia.7. Realize a identificao dos
frascos de amostra de exames na presena do paciente, com
identificaes que permaneam nos frascos durante todas as fases de
anlise (pr-analtica, analtica e ps-analtica).8. Confirme a
identificao do paciente na pulseira, na prescrio mdica e no rtulo
do medicamento/hemocomponente, antes de sua administrao.9.
Verifique rotineiramente a integridade das informaes nos locais e
identificao do paciente (ex.: pulseiras, placas do leito).10.
Desenvolva estratgias de capacitao para identificar o paciente e a
checagem da identificao, de forma contnua, para todos os
profissionais de sade.
Pontos de ateno1. Nunca utilize idade, sexo, diagnstico, nmero
do leito ou do quarto para identificar o paciente.2. Verifique
continuamente a integridade da pele do membro no qual a pulseira
est posicionada.3. No caso de no aceitao de qualquer tipo de
identificao aparente (ex.: pulseira ou etiqueta), por parte do
paciente ou dos familiares, utilize outras formas para confirmar os
dados antes da prestao dos cuidados, como uso de etiquetas com a
identificao do paciente posicionadas no lado interno das
roupas.
Passo 2 Lavagem das Mos
Higienizar as mos remover a sujidade, suor, oleosidade, pelos e
clulas descamativas da microbiota da pele, com a finalidade de
prevenir e reduzir as infeces relacionadas a assistncia sade.Quando
proceder higienizao das mos:1. Antes e aps o contato com o
paciente.2. Antes e aps a realizao de procedimentos asspticos.3.
Aps contato com material biolgico.4. Aps contato com o mobilirio e
equipamentos prximos ao paciente.
Medidas sugeridasI. Higienizao das mos com gua e sabo1. Molhe as
mos com gua.2. Aplique sabo.3. Esfregue as palmas das mos.4.
Esfregue a palma da mo sobre o dorso da mo oposta com os dedos
entrelaados.5. Esfregue as palmas das mos com os dedos
entrelaados.6. Esfregue o dorso dos dedos virados para a palma da
mo oposta.7. Envolva o polegar esquerdo com a palma e os dedos da
mo direita, realize movimentos circulares e vice-versa.8. Esfregue
as polpas digitais e unhas contra a palma da mo oposta, com
movimentos circulares.9. Friccione os punhos com movimentos
circulares.10. Enxgue com gua.11. Seque as mos com papel-toalha
descartvel e use o papel para fechar a torneira.
II. Higienizao das mos com frmula base de lcool1. Posicione a mo
em forma de concha e coloque o produto, em seguida espalhe-o por
toda a superfcie das mos.2. Esfregue as palmas das mos.3. Esfregue
a palma da mo sobre o dorso da mo oposta com os dedos
entrelaados.4. Esfregue as palmas das mos com os dedos
entrelaados.5. Esfregue o dorso dos dedos virados para a palma da
mo oposta.6. Envolva o polegar esquerdo com a palma e os dedos da
mo direita, realize movimentos circulares e vice-versa.7. Esfregue
as polpas digitais e unhas contra a palma da mo oposta, com
movimentos circulares.8. Friccione os punhos com movimentos
circulares.9. Espere que o produto seque naturalmente. No utilize
papel-toalha.Pontos de ateno1. Lave as mos com gua e sabo quando
visivelmente sujas, contaminadas com sangue ou outros fluidos
corporais.2. Use preferencialmente produtos para higienizao das mos
base de lcool para antissepsia rotineira, se as mos no estiverem
visivelmente sujas. 3. Lave as mos com gua e sabo, com antissptico
ou as higienize com uma formulao alcolica antes e aps a realizao de
procedimentos.4. Nunca use simultaneamente produtos base de lcool
com sabo antissptico.5. O uso de luvas no substitui a necessidade
de higienizao das mos.6. Na ausncia de pia com gua e sabo, utilize
soluo base de lcool.7. Encoraje os pacientes e suas famlias a
solicitar que os profissionais higienizem as mos.8. Estimule os
familiares e visitantes a higienizar suas mos, antes e aps o
contato com o paciente.
Passo 3 - Cateteres e Sondas
A administrao de frmacos e solues por cateteres, sondas e
seringas prtica de enfermagem comum que pode ser desenvolvida em
ambientes de atendimento sade.A infuso de solues em vias erradas,
como solues que deveriam ser administradas em sondas enterais serem
realizadas em cateteres intravenosos, devido a possibilidade de
conexo errada, um evento frequente, porm pouco documentado, que
pode causar graves consequncias e at a morte do paciente. A
capacitao, a orientao e o acompanhamento contnuo sobre os riscos
segurana do paciente frente s conexes erradas devem ser destinados
a todos os profissionais de sade. Medidas sugeridas1. Oriente os
pacientes e familiares a no manusear os dispositivos, no devendo
realizar conexes ou desconexes, e que sempre solicitem a presena do
profissional de enfermagem.2. Identifique cateteres arteriais,
venosos, peridurais e intratecais com cores diferentes para
garantir o manuseio seguro. 3. Evite a utilizao de injetores
laterais nos sistemas arteriais, venosos, peridurais e
intratecais.4. Realize a higienizao das mos antes de manipular os
sistemas de infuso.5. Realize a desinfeco das conexes de cateteres
com soluo antissptica alcolica e gaze, por trs vezes com movimentos
circulares, antes de desconectar os sistemas. 6. Verifique todos os
dispositivos, desde a insero at a conexo, antes de realizar as
reconexes, desconexes ou administrao de medicamentos e solues.
7. Posicione os sistemas de infuso (equipos, buretas, extenses)
em diferentes sentidos, como os de infuso intravenosa posicionados
para a poro superior do leito, no sentido da cabea do paciente, e
sistemas de infuso de dietas enterais em direo poro inferior, no
sentido dos ps.8. Realize a passagem de planto entre turnos e entre
unidades de internao com dupla checagem das conexes dos
dispositivos.9. Padronize o uso de seringas especficas e sistemas
de infuso com conexo Luer Lock para administrao de medicamentos por
via oral ou por sondas enterais.10. Utilize somente equipos de cor
azul para infuso de dietas enterais.11. Identifique a bomba de
infuso na qual a dieta est sendo administrada.12. Lembre-se de que
toda a instituio deve fornecer capacitao para usode novos
dispositivos.13. Priorize a escolha de cateteres, sondas e seringas
desenvolvidos com dispositivos que previnam conexes incorretas e
contribuam para a segurana do paciente.14. Incentive o paciente e
seus familiares a participar da confirmao dos medicamentos e solues
que sero administrados, a fim de assegurar a infuso correta durante
os cuidados domiciliares e nas instituies de sade.
Passo 4 Cirurgia Segura
Este passo apresenta medidas para tornar o procedimento cirrgico
mais seguro e ajudar a equipe de sade a reduzir a possibilidade de
ocorrncia de danos ao paciente, promovendo a realizao do
procedimento certo, no local e paciente corretos.A utilizao de uma
ou de vrias listas de verificao (check-list) traz inmeras
vantagens. Os servios devem elaborar suas listas especficas,
dependendo da complexidade dos procedimentos que so
realizados.Medidas sugeridas1. Estimule a comunicao eficaz e
adequada entre os membros da equipe, eliminando quaisquer dvidas a
respeito de quais procedimentos sero realizados e os materiais que
devero ser utilizados.2. Identifique corretamente o paciente e o
oriente para participar da marcao do local da interveno cirrgica.3.
Verifique se o pronturio pertence ao paciente, se os procedimentos
cirrgicos e anestsicos foram planejados e se esto anotados no
pronturio, e se os exames laboratoriais e de imagem so de fato do
paciente.4. Confirme se os materiais imprescindveis para realizar o
procedimento encontram-se na sala e se o carrinho de emergncia est
completo.5. Desenvolva listas de verificao especficas e as utilize
nas diferentes etapas do processo. Por exemplo: lista de montagem
de sala cirrgica, lista de conferncia dos documentos em pronturio,
lista de verificao do carrinho de anestesia.6. Estimule a cultura
de segurana do paciente, implantando a lista de verificao
recomendada pela Organizao Mundial de Sade (OMS) que define trs
fases distintas: checar imediatamente antes (sign in - realizado
antes da induo anestsica); checar antes (time out - realizado antes
da inciso na pele) e checar depois (sign out - realizado antes de o
paciente sair da sala de cirurgia):
a. Checar imediatamente antes (Sign in - antes da induo
anestsica): Confirmao do paciente: identificao do paciente, do
local da cirurgia, do procedimento a ser realizado e preenchimento
do consentimento informado. Marcao do local da interveno cirrgica
pelo profissional que ir realizar o procedimento e/ou pelo
paciente. Realizao dos procedimentos de segurana para anestesia,
pelo anestesista, como a conferncia do equipamento de anestesia.
Monitoramento de oximetria. Verificao de alergias. Verificao das
dificuldades de ventilao ou risco de aspirao. Avaliao de possveis
perdas sanguneas ou risco de aspirao.b. Checar antes (Time out -
antes da inciso na pele): Confirmao de todos os membros que compem
a equipe, apresentando-se pelo nome e funo. Confirmao do paciente,
local da cirurgia e tipo de procedimento. Verificao pelo cirurgio
dos pontos crticos da cirurgia, durao do procedimento e perdas
sanguneas. Verificao pelo anestesista dos pontos crticos da
anestesia. Verificao pela enfermagem dos pontos crticos da
assistncia, como indicadores de esterilizao e equipamentos
necessrios para a cirurgia. Realizao de antibioticoterapia
profiltica. Verificao da necessidade de equipamentos
radiogrficos.c. Checar depois (Sign out - antes do paciente sair da
sala de cirurgia): Confirmao do procedimento realizado. Conferncia
dos instrumentais, compressas e agulhas. Conferncia, identificao e
armazenamento correto de material para bipsia. Anotao e
encaminhamento de problemas com algum equipamento. Cuidados
necessrios na recuperao anestsica.7. Solicite uma pausa nas
atividades dos profissionais para a realizao de cada etapa da lista
de verificao, que dever ser feita em voz alta.8. Registre no
pronturio que o procedimento de verificao foi realizado, bem como
os nomes dos profissionais que participaram.
Pontos de ateno1. A marcao cirrgica deve ser clara e sem
ambiguidade, devendo ser visvel mesmo aps o paciente preparado e
coberto. 2. O local marcado em todos os casos que envolvam
lateralidade (direito/esquerdo), mltiplas estruturas (dedos das
mos/ps, leses) ou mltiplos nveis (coluna vertebral).3. Se houver
recusa do paciente em demarcar determinada regio, ou o paciente no
estiver orientado, a instituio dever adotar mecanismos que
assegurem o local correto, a interveno correta e o paciente
correto.5 Passo Sangue e HemocomponentesA administrao intravenosa
de sangue total ou hemocomponentes pode ser definida como a
transferncia de sangue e hemocomponentes de um indivduo (doador)
para outro (receptor). Est indicada para pacientes que sofreram
perda sangunea significante ou alteraes hematolgicas decorrentes de
doenas ou procedimentos (ex.: choque, traumatismo, hemorragia,
doenas sanguneas, intervenes cirrgicas, entre outros). A infuso s
poder ocorrer aps a confirmao da identidade do paciente e sua
compatibilidade com o produto (glbulos vermelhos, plaquetas,
fatores da coagulao, plasma fresco congelado, glbulos brancos). A
administrao deve limitar-se, sempre que possvel, ao componente
sanguneo que o indivduo necessita, pois a administrao do produto
especfico mais segura e evita reaes em decorrncia da infuso de
componentes desnecessrios.Erros na administrao de sangue total e
hemocomponentes comprometem a segurana do paciente. Medidas
sugeridas1. Confirme a identificao do paciente na pulseira, na
prescrio mdica e no rtulo do hemocomponente, antes da sua
administrao. Esta verificao dever ocorrer DUAS vezes antes de
iniciar a infuso.2. Administre sangue total ou hemocomponentes
provenientes de bancos de sangue qualificados, que realizam testes
de identificao de doenas transmitidas pelo sangue (HIV, hepatite,
sfilis) e mantm controle de qualidade dos seus produtos quanto a
coleta, anlise, preparo, armazenamento e transporte.3. Mantenha o
sangue e alguns componentes por no mximo 30 minutos em temperatura
ambiente antes de iniciar a infuso, ou de acordo com o protocolo
institucional.4. Aquea os componentes apenas em equipamentos
apropriados e em temperatura controlada. Nunca utilize aquecimento
em banho-maria ou microondas.
5. Avalie os sinais vitais do paciente imediatamente antes do
procedimento.6. Avalie a permeabilidade do cateter intravenoso e a
ausncia de complicaes, como infiltrao ou flebite, antes da instalao
do produto.7. Realize a infuso em via exclusiva.8. Permanea junto
ao paciente nos primeiros 15 minutos aps a instalao para
identificar possveis sinais de reaes adversas (aumento da
temperatura corprea, exantema ou rash cutneo, prurido, edema,
vertigem, cefaleia, tremores, calafrios e dor). Aps este perodo
avalie o paciente a cada 30 ou 45 minutos. 9. Interrompa
imediatamente a administrao na vigncia de um ou mais sinais de reao
adversa e mantenha a permeabilidade do cateter intravenoso com
soluo salina. Proteja a extremidade do equipo para evitar
contaminao e encaminhe a bolsa contendo o sangue total ou
hemocomponente ao banco de sangue para anlise. Verifique a presso
arterial, frequncia cardaca, frequncia respiratria e temperatura do
paciente.10. Comunique imediatamente o ocorrido ao mdico responsvel
pelo atendimento do paciente.11. Mantenha a infuso por no mximo
quatro horas, devido ao risco de contaminao e ou alteraes do
produto, seguindo o protocolo da instituio. 12. Realize a infuso de
soluo salina, aps a administrao do produto, com o objetivo de
manter a permeabilidade do cateter.13. Despreze a bolsa de sangue
aps a infuso em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e
resistam s aes de punctura e ruptura, conforme RDC - Resoluo da
Diretoria Colegiada RDC n 306, ANVISA, que dispe sobre o
regulamento tcnico para o gerenciamento de resduos de servios de
sade. Pontos de ateno1. Quanto utilizao de bomba de infuso,
certifique-se do respaldo tcnico e cientfico do fabricante para
esta indicao, atentando ocorrncia de hemlise.2. Certifique-se de
que o paciente declarou consentimento para a infuso de sangue e
hemocomponentes.
Passo 6 Paciente Envolvido com a Sua Segurana
O paciente pode e deve contribuir para a qualidade dos cuidados
sua sade, fornecendo informaes importantes a respeito de si mesmo e
interagindo com os profissionais da sade. Ele deve ser estimulado a
participar da assistncia prestada e encorajado a fazer
questionamentos, uma vez que ele quem tem o conhecimento de seu
histrico de sade, da progresso de sua doena e dos sintomas e
experincias com os tratamentos aos quais j foi submetido. Alm
disso, desenvolver um ambiente que proporcione cuidados centrados
no paciente, tornando-o, bem como seus familiares, agentes ativos
na busca de sua segurana, promove interesse, motivao e satisfao com
o cuidado prestado, aspectos que possibilitam ter um bom resultado
nas condies de sade.Medidas sugeridas1. Estimule o paciente ou
algum responsvel (famlia, responsvel legal, advogado) a participar
das decises do cuidado.2. Identifique caractersticas especficas
quanto maturidade, condies clnicas e legais que possibilitam
assumir suas responsabilidades, como pacientes peditricos,
psiquitricos, anestesiados, em tratamento intensivo ou
emergencial.3. Analise as fragilidades do paciente e a fase do
tratamento ou doena, como a fadiga, estresse, dor e desconforto,
associadas ansiedade e ao medo, uma vez que estes aspectos podem
influenciar as respostas do paciente.4. Propicie o fortalecimento
do vnculo do paciente e famlia com a equipe, pois estes fornecem
informaes sobre os sintomas, a histria e o tratamento.5.
Compartilhe decises sobre o tratamento e procedimento, por meio de
informaes referentes aos potenciais benefcios, riscos e prejuzos
sobre cada opo que for apresentada.6. Avalie as dificuldades de
comunicao, barreiras de linguagem, falta de entendimento das
orientaes, fatores sociais e de personalidade que prejudicam a
tomada de deciso adequada. Deve-se proceder resoluo desses aspectos
por meio de processos institucionais e envolvimento da famlia.7.
Utilize meios adequados e linguagem compreensvel para
disponibilizar as informaes aos diferentes grupos de pessoas.8.
Utilize recursos que se adaptem aos pacientes que tenham barreiras
visuais, auditivas e de fala.9. Respeite o tempo de cada paciente
para compreender as informaes fornecidas.10. Crie estratgias para
verificar se o paciente compreendeu as informaes, repetindo-as,
caso os objetivos no tenham sido alcanados.11. Permita que o
paciente consulte as informaes registradas no pronturio a respeito
dos seus cuidados e tratamento, mantendo os documentos devidamente
preenchidos, claros e sem rasuras.12. Entenda que o paciente tem o
direito de saber se os profissionais que iro cuidar dele so
competentes para prestar uma assistncia segura.13. Leve em
considerao perguntas, queixas e observaes do paciente, pois ele a
ltima barreira para impedir que eventos adversos ocorram. 14.
Eduque o paciente para a cidadania, estimulando-o a conhecer seus
direitos e responsabilidades.15. Disponibilize tempo para responder
aos questionamentos do paciente e famlia, ouvir suas observaes e
promover a educao para a sade.Passo 7 Comunicao Efetiva
A comunicao um processo recproco, uma fora dinmica capaz de
interferir nas relaes, facilitar e promover o desenvolvimento e o
amadurecimento das pessoas e influenciar comportamentos. Existem
diversas formas de comunicao, como verbal, no verbal, escrita,
telefnica, eletrnica, entre outras, sendo fundamental que ocorra de
forma adequada permitindo o entendimento entre as pessoas. O
paciente recebe cuidados de diversos profissionais e em diferentes
locais, o que torna imprescindvel a comunicao eficaz entre os
envolvidos no processo.Medidas sugeridasI Passagem de planto1.
Transmita informaes sobre o paciente em ambiente tranquilo, livre
de interrupes e com tempo disponvel para esclarecer as dvidas do
outro profissional.2. Comunique as condies do paciente, os
medicamentos que utiliza, os resultados de exames, a previso do
tratamento, as recomendaes sobre os cuidados e as alteraes
significativas em sua evoluo.3. Informe sobre os procedimentos
realizados e, no caso de crianas, qual familiar acompanhou sua
realizao.4. Registre as informaes em instrumento padronizado na
instituio para que a comunicao seja efetiva e segura.II Registro em
pronturio1. Verifique se os formulrios onde esto sendo realizados
os registros so do paciente.2. Coloque data e horrio antes de
iniciar o registro da informao.3. Registre as informaes em local
adequado, com letra legvel e sem rasuras.
4. Faa uso apenas de abreviaturas e siglas padronizadas,
observando as que no devem ser utilizadas.5. Realize o registro de
modo completo e objetivo, desprovido de impresses pessoais.6. Siga
o roteiro de registro da informao estabelecido pela instituio.7.
Coloque a identificao do profissional ao final de cada registro
realizado.
Pontos de ateno1. Recomenda-se a padronizao dos instrumentos
para o registro das informaes e dos mtodos de comunicao entre os
profissionais.2. A gravidade do paciente e a complexidade dos
cuidados favorecem a ocorrncia de erros de omisso ou de distoro da
comunicao entre os profissionais, comprometendo, assim, a segurana
do paciente.3. O paciente tem o direito de conhecer os registros
realizados em seu pronturio clnico.4. As informaes referentes s
condies clnicas do paciente so restritas a ele prprio, aos
profissionais envolvidos e aos que so autorizados pelo paciente ou
legalmente estabelecidos.5. As instituies definem a forma de
identificao dos profissionais, que normalmente incluem o nome
completo, assinatura, categoria, registro profissional e carimbo.6.
As prescries verbais ou telefnicas s podero ocorrer em situaes de
emergncia, cujo procedimento deve estar claramente definido pela
instituio. Medidas de segurana devem ser implementadas, como
repetir em voz alta, de modo completo, a informao dada pelo
emissor, com documentao em formulrio, prazo para a validao da
prescrio e conferncia com outro profissional.
Passo 8 Preveno de Queda
A queda pode ser definida como a situao na qual o paciente, no
intencionalmente, vai ao cho ou a algum plano mais baixo em relao
sua posio inicial. A avaliao peridica dos riscos que cada paciente
apresenta para ocorrncia de queda orienta os profissionais a
desenvolver estratgias para sua preveno.
Fatores de risco para ocorrncia de queda:1. Idade menor que 5
anos ou maior que 65 anos.
2. Agitao/confuso.3. Dficit sensitivo.4. Distrbios
neurolgicos.5. Uso de sedativos.6. Viso reduzida (glaucoma,
catarata).7. Dificuldades de marcha.8. Hiperatividade.9. Mobilirio
(bero, cama, escadas, tapetes).10. Riscos ambientais (iluminao
inadequada, pisos escorregadios, superfcies irregulares).11. Calado
e vesturio no apropriado.12. Bengalas ou andadores no
apropriados.Medidas sugeridas1. Identifique os pacientes de risco
com a utilizao de pulseiras de alerta.2. Oriente os profissionais e
familiares a manter as grades da cama elevadas.3. Oriente o
paciente e acompanhante a solicitar ao profissional auxlio para a
sada do leito ou poltrona.4. Oriente o acompanhante a no dormir com
criana no colo.5. Oriente o acompanhante a avisar a equipe toda vez
que for se ausentar do quarto.6. Disponibilize equipamentos de
auxlio marcha, quando necessrio.7. Crie ambiente fsico que minimize
o risco de ocorrncia de quedas, como barras de segurana nos
banheiros, corrimes nas escadas, utilizao de fitas antiderrapantes,
placas de informao.8. Adeque os horrios dos medicamentos que possam
causar sonolncia.9. Oriente a utilizao de calados com sola
antiderrapante e adequados ao formato dos ps.10. Realize
periodicamente manuteno das camas, beros e grades. 11. Monitore e
documente as intervenes preventivas realizadas.
Pontos de ateno1. O uso de conteno mecnica, em caso de agitao ou
confuso do paciente, deve ser criteriosamente analisado, uma vez
que requer a autorizao de familiares, definio de protocolos
institucionais e utilizao de equipamentos apropriados. 2. Oriente o
profissional de sade a comunicar e registrar casos de queda,
implementando medidas necessrias para diminuir danos relacionados
sua ocorrncia.
Passo 9 Preveno de lcera Por Presso
lcera por presso uma leso na pele e ou nos tecidos ou estruturas
subjacentes, geralmente localizada sobre uma proeminncia ssea,
resultante de presso isolada, ou combinada com frico e/ou
cisalhamento. A avaliao peridica dos riscos que cada paciente
apresenta para a ocorrncia de lceras por presso orienta os
profissionais a desenvolver estratgias para sua preveno.Fatores de
risco para lcera por presso:1. Grau de mobilidade alterado.2.
Incontinncia urinria e/ou fecal.3. Alteraes da sensibilidade
cutnea.4. Alteraes do estado de conscincia.5. Presena de doena
vascular.6. Estado nutricional alterado.Medidas sugeridas1. Avalie
o risco do paciente para desenvolvimento de lceras por presso na
admisso em qualquer servio de sade, realize reavaliaes peridicas e
utilize escalas especficas.2. Proteja a pele do paciente do excesso
de umidade, ressecamento, frico e cisalhamento.3. Mantenha os lenis
secos, sem vincos e sem restos alimentares4. Utilize dispositivos
de elevao (elevador, trapzio), rolamentos ou lenis ao realizar a
transferncia do paciente da cama para a maca, da cama para a
poltrona, entre outras.5. Hidrate a pele do paciente com cremes
base de cidos graxos essenciais.6. Realize mudana de decbito
conforme protocolos institucionais.7. Incentive a mobilizao precoce
passiva e/ou ativa, respeitando as condies clnicas do paciente.8.
Utilize superfcies de suporte e alvio da carga mecnica para
minimizar os efeitos do excesso de presso causado pela imobilidade,
como o uso de almofadas, travesseiros ou coxins apropriados.9.
Providencie colcho de poliuretano (colcho caixa de ovo) para o
paciente acamado. Pontos de ateno1. No recomendada a utilizao de
luvas com gua em substituio aos dispositivos de preveno.2. Havendo
o aparecimento de lceras por presso, deve-se trat-las conforme
protocolos institucionais, monitorando e documentando sua evoluo.3.
Utilize escalas para avaliao de lceras por presso, como a Escala de
Braden e a Escala de Norton.
Passo 10 Segurana no Uso da Tecnologia
A segurana na utilizao da tecnologia compreende o benefcio e o
impacto no uso de um ou mais recursos, em prol do restabelecimento
da sade do paciente. Visa identificar solues que tm como propsito
promover melhorias especficas em reas de maior risco na assistncia
sade, para que a tecnologia seja utilizada de maneira apropriada. A
seguir esto descritas algumas medidas para promoo de segurana na
utilizao de alguns equipamentos utilizados na rea da sade.Medidas
sugeridas1. Consulte o manual do fabricante de qualquer
equipamento.2. Avalie se o equipamento apresenta condies adequadas
para o uso.3. Simule o funcionamento normal do aparelho, desconecte
o plugue da tomada e verifique se o alarme de bateria comea a soar.
4. Efetue a limpeza programada do equipamento e/ou sempre que
necessrio.5. Verifique o adequado funcionamento do equipamento.6.
Verifique em que condies encontra-se o equipamento, se foi
realizada a manuteno e a programao para manuteno preventiva e
calibrao do equipamento.7. Pea orientaes ao servio de engenharia ou
manuteno da instituio sobre o uso adequado de equipamentos quando
houver qualquer dvida.8. Leia o manual simplificado do equipamento
desenvolvido pela instituio, que deve estar visvel e legvel no
aparelho. Siga a sequncia correta para o manuseio. 9. Informe as
condies de uso, disparo do alarme e anormalidades ao paciente e/ou
familiar. 10. Explique ao paciente como acionar o profissional em
caso de urgncias.11. Posicione o equipamento em local seguro para
prevenir quedas e acidentes.12. Faa as anotaes na ficha de
atendimento ou no pronturio do paciente descrevendo a orientao
fornecida, as condies do equipamento e o uso no paciente.13.
Monitore o paciente com frequncia, analisando as condies do
equipamento em uso.14. Analise se o equipamento tem condies tcnicas
para o atendimento das necessidades clnicas do paciente,
participando do processo de adequao da tecnologia aplicada ao
cuidado de enfermagem.Pontos de ateno1. Conhea as diferentes
alternativas tecnolgicas, auxiliando na escolha do equipamento mais
adequado.2. Verifique e aplique as legislaes pertinentes.3. Conhea
e siga os protocolos especficos no uso e manuseio de cada
equipamento.4. Conhea as condies de substituio, emprstimo,
obsolescncia e ou alocao do recurso tecnolgico.5. Certifique-se de
que possui habilidade e conhecimento tcnico para o manuseio do
equipamento com segurana.6. Em caso de falta do recurso tecnolgico
necessrio, o enfermeiro deve verificar se h alternativas.7. Se o
paciente referir alergia a algum produto / conexo / tubo do
equipamento, registre na ficha de atendimento ou no pronturio e
realize a substituio.8. Na recusa do paciente em utilizar o
equipamento, explique os benefcios e indicaes para o tratamento de
sade e identifique os motivos para a rejeio. Se necessrio o
enfermeiro deve avaliar as condies do paciente, sua opinio e a
possibilidade de substituio do equipamento.
SAE Ferramenta Para Segurana do Paciente
SAE Sistematizao da Assistncia de Enfermagem
Foi criado no Brasil, na dcada de 70 pela Enfermeira Wanda
Horta.Segundo a resoluo do COFEN 272/2002: O SAE uma atividade
privativa do enfermeiro, onde se utiliza mtodo e estratgia de
trabalho cientfico para a identificao das situaes de sade/doena,
subsidiando aes de assistncia de Enfermagem que possam contribuir
para a promoo, preveno, recuperao e reabilitao da sade do indivduo,
famlia e comunidade.
A implementao da SAE constitui, efetivamente, melhora na
qualidade da Assistncia de Enfermagem e consequentemente reflete na
segurana do paciente.A SAE deve ser realizada seguindo as seguintes
etapas:1. Histrico de Enfermagem
2. Diagnstico de Enfermagem3. Planejamento da Assistncia4.
Prescrio de Enfermagem5. Evoluo de Enfermagem
Bibliografia
Cartilha do Coren 10 PASSOS PARA A SEGURANA DO PACIENTE -
CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DO ESTADO DE SO PAULO COREN-SP REDE
BRASILEIRA DE ENFERMAGEM E SEGURANA DO PACIENTE REBRAENSP POLO SO
PAULO 2010