Juzes 1 (O Livro)
Juzes 1 (O Livro)
Juzes 1
Israel luta contra os restantes cananeus1Aps a morte de Josu, a
nao de Israel consultou o Senhor para receber as suas instrues.
Qual ser a tribo que dever ir primeiro guerra contra os cananeus?,
perguntaram.
2A resposta de Deus foi: Jud. E dar-lhe-ei uma grande
vitria.
3Os lderes da tribo de Jud, contudo, pediram auxlio tribo de
Simeo: Venham connosco lutar contra o povo que est ainda na poro de
terra que nos coube em sorte, e depois seremos ns a ajudar-vos a
conquistar o vossa parte. E assim o exrcito de Simeo foi com o de
Jud.
4 -5O Senhor ajudou-os a derrotarem os cananeus e os perizeus,
de tal forma que houve dez mil baixas, da parte do inimigo, em
Bezeque.
6O rei Adoni-Bezeque conseguiu fugir, mas o exrcito de Israel em
breve o capturou, e cortaram-lhe os dedos polegares dos ps e das
mos.
7Fiz isto mesmo a setenta outros reis que depois andavam a
apanhar migalhas debaixo da minha mesa!, dizia o rei Adoni-Bezeque.
Agora Deus pagou-me da mesma moeda. Foi levado para Jerusalm e l
morreu.
8Jud tinha conquistado Jerusalm e destrudo o seu povo, pondo
fogo cidade.
9 -11Depois o exrcito de Jud combateu os cananeus na regio das
colinas, no Negueve e nas plancies costeiras. Posteriormente
retomou a luta contra eles em Hebrom (antigamente chamada
Quiriate-Arba), destruindo-lhes as cidades de Sesai, Aim e Talmai.
Por ltimo atacaram a cidade de Debir (antigamente chamada
Quiriate-Sefer).
12Quem vai comandar o ataque contra Debir?, desafiou Calebe.
Quem a conquistar ter a minha filha Acsa como mulher!
13O sobrinho de Calebe, Otniel, filho do seu irmo mais novo
Quenaz, ofereceu-se voluntariamente para chefiar o ataque.
Conquistou assim a cidade e obteve Acsa como esposa.
14Quando estavam para ir viver juntos para o seu novo lar, ele
pediu-lhe insistentemente que pedisse ao pai mais terra para eles.
E foi ela prpria que, vendo seu pai Calebe, desceu da montada em
que ia para lhe falar no assunto. Que pretendes?, disse-lhe o pai
ao v-la aproximar-se.
15Foi muito bom da tua parte dares-me terra no Negueve, mas
peo-te que nos ds tambm fontes de gua. E dessa forma Calebe deu-lhe
fontes de gua superiores e inferiores.
16Quando a tribo de Jud foi instalar-se no seu novo territrio,
no deserto do Negueve, ao sul de Arade, os descendentes do sogro de
Moiss - membros do grupo dos queneus - acompanharam-nos. Deixaram
as suas casas em Jeric, a cidade das palmeiras, e passaram assim a
viver juntos com a tribo de Jud.
17Posteriormente a tribo de Jud juntou-se de Simeo para combater
os cananeus na cidade de Zefate, e destruram a populao. Assim a
cidade passou a ser chamada Orma (que quer dizer, massacrado).
18O exrcito de Jud conquistou igualmente as cidades de Gaza, de
Asquelon e de Ecrom, com as localidades da sua jurisdio.
19O Senhor ajudou a tribo de Jud a exterminar o povo das
colinas, ainda que tivessem falhado na tentativa de conquistar o do
vale, que tinha carros de ferro.
20A cidade de Hebrom foi dada a Calebe, conforme a promessa do
Senhor. Assim Calebe lanou fora os seus habitantes, que eram
descendentes dos trs filhos de Anaque.
21A tribo de Benjamim no exterminou os jebuseus que viviam em
Jerusalm; por isso ainda l vivem hoje misturados com os
israelitas.
22 -26Quanto aos da tribo de Jos, atacaram a cidade de Betel,
anteriormente conhecida por Luz, e o Senhor esteve com eles.
Primeiro enviaram espias que capturaram um homem que vinha a sair
da cidade. Propuseram-lhe poupar a vida dele e da sua famlia se
desse a conhecer a passagem atravs da muralha para entrar na
cidade. O homem concordou, mostrou-lhes como entrar l dentro, e
eles massacraram a populao toda excepto o homem com a sua famlia.
Mais tarde aquele indivduo foi para a Sria e edificou l uma cidade
a que chamou tambm Luz, como ainda conhecida hoje.
27 -29A tribo de Manasss tambm no expulsou o povo que vivia em
Bete-Se, Taanaque, Dor, Ebleo e Megido, nem to pouco nos lugares
circunvizinhos; e assim os cananeus continuaram a viver ali. Anos
mais tarde, quando os israelitas se tornaram mais fortes, puseram
os cananeus a trabalhar como escravos, mas nunca os foraram a
deixar o territrio. Aconteceu o mesmo alis com os cananeus que
viviam em Gezer; ainda l esto habitando no meio da tribo de
Efraim.
30 -33A tribo de Zebulo tambm no destruiu o povo de Quitrom, nem
de Naalol, mas fizeram-nos seus escravos; a tribo de Aser da mesma
forma no expulsou os residentes de Aco, de Sidom, de Alabe, de
Aczibe, de Helba, de Afeca, nem de Reobe; assim os israelitas vivem
ainda entre os cananeus que eram o povo indgena daquela terra. O
mesmo se deu com a tribo de Naftali que no ps fora o povo de
Bete-Semes nem de Bete-Anate; e essa gente continua a viver com
eles como servos.
34 -36Quanto tribo de Dan, os amorreus foraram-nos a
circunscreverem-se regio das colinas e no os deixaram descer para
os vales; mas quando mais tarde os amorreus tentaram espalhar-se
pelas montanhas de Heres, de Aijalom e de Saalabim, a tribo de Jos
dominou-os e fez deles escravos. A fronteira dos amorreus comea na
subida da passagem do escorpio, desce a um lugar chamado a rocha e
continua dali para cima.
Juzes 2 (O Livro)
Juzes 2
O anjo do Senhor em Boquim
1 -2Certo dia, o anjo do Senhor chegou a Boquim, vindo de
Gilgal, e fez este anncio ao povo de Israel: Tirei-vos do Egipto,
trouxe-vos para esta terra que prometi aos vossos antepassados e
garanti-vos que nunca quebraria a aliana que fiz convosco na condio
de, da vossa parte, no fazerem qualquer espcie de tratado com o
povo que vive aqui; disse-vos pois que deveriam destruir os altares
desta gente. Porque no obedeceram?
3Agora, visto que quebraram a aliana feita comigo, esta deixou
de ter efeito, e j no vos prometo mais destruir as naes que vivem
nesta terra; pelo contrrio, elas vos sero como espinhos na carne;
os seus deuses tornar-se-o uma tentao constante para vocs.
4 -5O povo comeou a lamentar-se e a chorar quando o anjo acabou
de falar; por isso o nome daquele lugar ficou a chamar-se Boquim .
Ento ofereceram sacrifcios ao Senhor.
Josu morre
6 -9Quando Josu finalmente licenciou os exrcitos de Israel, cada
tribo foi para os seus novos territrios e tomaram posse das terras
que lhes tinham sido doadas. Josu, o homem de Deus, morreu na idade
de 110 anos; foi enterrado no limite da sua propriedade, em
Timnate-Heres, nas colinas de Efraim, a norte do Monte Gas. O povo
permaneceu fiel ao Senhor durante o tempo da vida de Josu, e tambm
enquanto viveram aqueles ancios da sua gerao, que tinham visto os
poderosos milagres feitos pelo Senhor a favor de Israel.
Desobedincia e derrota
10 -14Mas essa gerao acabou por morrer toda; veio depois outra
que ignorou o Senhor e tudo o que ele tinha feito por Israel.
Fizeram mesmo muitas coisas que o Senhor tinha expressamente
proibido, incluindo a adorao de dolos pagos. Abandonaram Jeov, o
Deus dos seus antecessores, que os tinha arrancado do Egipto.
Puseram-se a prestar adorao aos dolos das naes vizinhas. Por isso a
ira do Senhor se acendeu contra Israel, e entregou-os nas mos dos
seus inimigos, pois que se afastaram de Jeov e se puseram a adorar
a Baal e os dolos astarotes.
15 -19Assim, sempre que a nao de Israel saa a combater os seus
inimigos, o Senhor dificultava-lhes a aco. Tinha-os avisado disso
mesmo, tinha-lhes at prometido que o faria. Mas quando o povo se
encontrava em grande aperto, o Senhor fez levantarem-se juzes para
os livrar dos inimigos. Pois mesmo assim Israel no quis ouvir esses
juzes, faltou s suas promessas com Jeov, pondo-se a adorar outros
deuses. Bem depressa se desviaram da verdadeira f dos seus pais,
pois recusaram obedecer aos mandamentos de Deus. Cada juiz salvava
o povo de Israel dos seus inimigos enquanto vivia, porque o Senhor
se apiedava com o clamor do povo sob o peso da opresso; e assim os
ajudava enquanto o juiz vivia. Mas quando este morria deixavam de
viver com justia e faziam ainda pior do que os seus pais. Dirigiam
preces aos dolos pagos, novamente, lanando-se ao cho em atitudes de
humilde adorao. Volviam obstinadamente aos hbitos malvados das naes
que se situavam sua volta.
20 -22Ento a ira do Senhor tornava-se a acender contra Israel. E
declarava: Visto que este povo violou a aliana que fiz com os seus
antecessores, nunca mais expulsarei as naes que Josu deixou por
conquistar quando morreu. Pelo contrrio, us-las-ei mesmo para
testar o meu povo, para me certificar se sim ou no obedecem ao
Senhor, como fizeram seus pais.
23Foi assim que o Senhor deixou esses povos na terra, e no os
expulsou; to pouco Israel os destruiu.
Juzes 3 (O Livro)
Juzes 3
Os povos que Israel no expulsou
1 -2Segue-se uma lista dos povos que o Senhor deixou na terra
para experimentar as novas geraes de Israel, que ainda no tinha
passado pelas guerras de Cana. Porque Deus pretendia dar
oportunidade juventude de Israel de pr prova a sua f e a sua
obedincia, dominando os inimigos.
3So eles: os filisteus, com cinco cidades, os cananeus, os
sidnios e os heveus, que viviam nas montanhas do Lbano, desde
BaalHermon at entrada de Hamate.
4Estes povos pois foram um teste para a nova gerao de Israel
para ver se obedeceriam aos mandamentos que o Senhor lhes tinha
dado atravs de Moiss.
5E assim viveu Israel entre os cananeus, os heteus, os heveus,
os perizeus, os amorreus e os jebuseus.
6 -7Mas em vez de os destruir, o povo de Israel cruzou-se com
eles, atravs de casamentos. Os moos israelitas tomaram as raparigas
deles como mulheres, e vice-versa. E da, at que Israel comeasse a
adorar tambm os seus deuses, foi um pequeno passo. Por isso o povo
de Israel estava muito mal visto aos olhos de Deus visto que se
rebelaram contra Jeov o seu Deus e puseram-se a dar adorao a Baal e
aos dolos asterotes.
O juiz Otniel
8 -10A ira do Senhor inflamou-se contra Israel e permitiu que o
rei Cus-Risataim da Sria oriental os vencesse na guerra. E ficaram
sob o seu domnio durante oito anos. Mas quando Israel gritou ao
Senhor por socorro, deu-lhes o sobrinho de Calebe, Otniel (filho de
Quenaz, irmo mais novo de Calebe), que os salvou. O Esprito do
Senhor tomou posse dele e pde assim reformar e limpar Israel, de
tal forma que quando conduziu as foras militares de Israel contra o
rei Cus-Risataim, o Senhor ajudou Israel a venc-lo duma forma
absoluta.
11 -14Depois, durante quarenta anos que estiveram sob a chefia
de Otniel, houve paz na terra. No entanto quando Otniel faleceu, o
povo de Israel regressou novamente aos maus caminhos de
antigamente, e Deus deixou que o rei Eglom de Moabe os vencesse,
naquela altura. Por sinal tinham-se aliado a esse rei os exrcitos
dos amonitas e dos amalequitas. Essas foras derrotaram os
israelitas e tomaram posse de Jeric, frequentemente chamada cidade
das palmeiras. E durante dezoito anos o povo de Israel esteve
sujeito ao rei Eglom.
Eude
15 -23Mas quando clamaram ao Senhor, mandou-lhes um libertador,
Eude, filho de Gera, benjamita, que era canhoto. Eude era o homem
que devia levar o imposto anual de Israel at capital moabita. Ora
antes de encetar a viagem mandou fazer uma espada de dois gumes, de
meio metro de comprimento, e escondeu-a na roupa que vestia, junto
coxa direita. Depois de ter entregue o dinheiro ao rei Eglom, que
era muito gordo, foi-se embora. J fora da cidade, junto das
pedreiras de Gilgal, despediu os companheiros e voltou sozinho ter
com o rei. Tenho uma mensagem secreta para ti, disse-lhe rei mandou
imediatamente sair toda a gente que ali se encontrava, de forma a
poder conversar em privado com ele. Estavam numa sala fresca, nos
andares superiores. Eude avanou ento e disse: uma mensagem de Deus!
O rei levantou-se logo. Eude, com a mo esquerda puxou da espada que
tinha escondida junto perna direita e cravou-lha no ventre. O
prprio punho da espada ficou enterrado na gordura do corpo. Eude
deixou assim a espada, fechou as portas atrs de si e escapou-se por
uma sada secundria.
24 -25Quando os servos do rei chegaram, mais tarde, viram as
portas fechadas e esperaram, pensando que talvez ele estivesse na
casa de banho. Mas depois de passar muito tempo sem que o rei
aparecesse, comearam a estar preocupados e foram buscar uma chave.
Ao abrirem a porta depararam com o seu senhor morto, estendido por
terra.
26 -27Entretanto Eude, chegando de novo s pedreiras, fugira em
direco a Seir. Quando chegou s colinas de Efraim fez um apelo s
armas, ao som de trombetas, e organizou um exrcito sob o seu prprio
comando.
28 -30Sigam-me, gritou porque o Senhor entregou j os vossos
inimigos, os moabitas, nas vossas mos! Inicialmente a sua aco
consistiu em ocupar os baixios do Jordo, perto de Moabe, para
evitar que os outros passassem por ali, atravessando o rio a p.
Seguidamente foram atacar os moabitas, matando aproximadamente uns
dez mil dos seus mais fortes e mais hbeis guerreiros, no deixando
escapar ningum. E dessa maneira Moabe foi conquistado por Israel
naquele mesmo dia. A terra ficou em paz durante os oitenta anos
seguintes.
Sangar
31O juiz que veio a seguir a Eude foi Sangar, filho de Anate.
Duma vez conseguiu matar seiscentos filisteus com uma vara de bois.
Por meio desse golpe salvou Israel dum desastre.
Juzes 4 (O Livro)
Juzes 4
Dbora
1 -2Posteriormente morte de Eude Israel tornou a cair no pecado
contra o Senhor, o qual deixou que o rei Jabim de Hazor em Cana os
vencesse e dominasse. O comandante das suas foras militares era
Ssera, que vivia em Harosete-Ha-Goiim.
3Este mandou fazer novecentos carros de combate em ferro; e
tornou a vida para os israelitas insuportvel durante vinte anos.
Mas por fim, rogaram muito ao Senhor, que os socorreu.
4 -5A pessoa que chefiava Israel nessa altura era Dbora, uma
mulher profetisa, casada com Lapidote. Vivia num lugar agora
chamado Palmeira de Dbora, entre Rama e Betel nas colinas de
Efraim; e era ali que os israelitas vinham ter com ela para
resolver questes e problemas, assim como para a ouvir falar de
Deus.
6 -7Um dia ela mandou chamar Baraque (filho de Abinoo), que
vivia em Quedes no territrio de Naftali, e disse-lhe: O Senhor Deus
de Israel manda que mobilizes dez mil homens das tribos de Naftali
e de Zebulo. Leva-os ao monte Tabor para combaterem o poderoso
exrcito de Jabim mais os seus carros de combate todos, que esto sob
as ordens do general Ssera. O Senhor diz-te, 'Atra-los-ei para
junto do ribeiro de Quisom e derrot-los-s ali.'
8Estou de acordo em partir; mas s se fores comigo! disse-lhe
Baraque.
9Est bem. Irei contigo. Mas desde j te aviso que a honra de ter
conquistado Ssera ir assim recair sobre uma mulher e no sobre ti!
Foi portanto com ele at Quedes.
10Quando Baraque convocou os homens mobilizveis de Zebulo e de
Naftali em Quedes, dez mil ofereceram-se voluntariamente. E Dbora
marchou com eles.
11(Heber o queneu - os queneus eram os descentes de Hobabe, o
sogro de Moiss - tinha-se separado do resto do seu cl, e tinha
passado a viver em vrios stios, chegando a estabelecer-se ao p do
carvalhal de Zaananim perto de Quedes.)
12 -13Quando o general Ssera foi informado de que Baraque e o
seu exrcito estava acampado no monte Tabor, tratou de mobilizar
todo o exrcito, incluindo os novecentos carros de combate em ferro,
e ps-se em marcha de Harosete-Ha-Goiim para o ribeiro de
Quisom.
14 -16Ento Dbora disse a Baraque: Agora a altura de entrar em
aco! o Senhor que te vai dar Ssera nas tuas mos! Baraque pois levou
os seus dez mil homens at base do monte Tabor, preparando-se para o
combate. Mas o Senhor lanou o pnico nas hostes inimigas, tanto nas
de infantaria como nos condutores dos carros. Ssera saltou mesmo do
seu carro e fugiu a p. Baraque e os seus homens perseguiram-nos,
aos que iam a p como aos dos carros, at Harosete-Ha-Goiim. No os
deixaram sem que estivessem todos liquidados. Ningum foi deixado
com vida.
17Entretanto Ssera escapara para a tenda de Jael, a mulher de
Heber o queneu, pois que havia como que um acordo de auxlio mtuo
entre o rei Jabim de Hazor e a cl de Heber.
18Jael saiu ao encontro de Ssera e disse-lhe: Vem para a minha
tenda, senhor! Ficars seguro sob a nossa proteco. Nada receies. Ele
aceitou o convite, e ela cobriu-o com uma manta.
19 -20Por favor, d-me gua, estou morto de sede, disse-lhe. Jael
deu-lhe leite a beber e tornou a cobri-lo. Olha, pe-te a entrada,
pediu ele. Se algum vier minha procura, dizes-lhe que no est c
ningum, claro.
21Foi ento que Jael pegou numa estaca de tenda e num martelo;
aproximou-se mansamente dele enquanto dormia num profundo sono, e
cravou-lhe a estaca nas fontes, pregando-lhe a cabea no cho. E
morreu dessa forma, pois que estava carregado de sono e de
cansao.
22Quando Baraque se chegou procura dele, Jael veio logo ao seu
encontro, exclamando: Anda, vou mostrar-te o homem que procuras.
Baraque entrou com ela na tenda e deparou com Ssera ali prostrado,
sem vida, com a estaca cravada na cabea.
23 -24Nesse dia pois o Senhor usou Israel para subjugar o rei
Jabim de Cana. A partir dessa altura Israel foi ganhando cada vez
mais supremacia sobre a nao do rei Jabim, at que acabou por ser
toda destruda.
Juzes 5 (O Livro)
Juzes 5
O cntico de Dbora
1Dbora e Baraque compuseram ento e cantaram este cntico de
vitria:
2Louvem o Senhor! Os lderes de Israel conduziram corajosamente o
povo. Este seguiu-os de cabea erguida.Sim, bendito seja o
Senhor!
3Escutem, vocs, reis e governantes,porque vou cantar ao Senhor,
o Deus de Israel.
4Quando nos fizeste sair de Seir,e nos levaste atravs dos campos
de Edom, a terra tremeu,os cus derramaram chuvas.
5Sim, at o Monte Sinai tremeu na presena do Deus de Israel.
6Nos dias de Sangar, o filho de Anate; e nos dias de Jael,as
grandes estradas ficaram desertas;e os viajantes preferiram ir
pelos estreitos atalhos retorcidos.
7O povo de Israel estava a decair a olhos vistos;at que apareceu
Dbora,que se tornou como que uma me para Israel.
8Quando Israel vai atrs de deuses estrangeiros, a derrocada de
tudo, guerra. Os senhores que nos dominavam no permitiam sequer que
tivssemos um escudo ou uma lana nas nossas mos. Entre quarenta mil
soldados israelitas no se encontra uma s arma!
9Como me alegro nos chefes de Israel,que to generosamente se
deram a si prprios! Louvem o Senhor!
10Que Israel inteiro, ricos e pobres, se juntem nos seus
louvores, tanto os que andam montados em brancos jumentos e pisam
tapetes ricos em casa,como os que tm de andar a p pelos
caminhos.
11Os msicos de cada povoao juntam-se no poo da vila,para exaltar
os triunfos do Senhor. Sem cessar, fazem suceder os hinos e
baladas,sobre como o Senhor salvou Israelcom um exrcito de
combatentes! O povo do Senhor passou as portas das cidades.
12Levanta-te, Dbora, e canta! Ergue-te, Baraque! Tu, filho de
Abinoo,chega-te, com os teus prisioneiros!
13Descendo o monte Tabor via-se o nobre resto do povo. O povo do
Senhor desceu avanando contra grandes pessoas.
14Vieram de Efraim e de Benjamim, de Maquir e de Zebulo.
15Veio at ao vale essa nobre gente de Issacar,com Dbora e com
Baraque. ordem de Deus acorreram todos ao vale. Contudo, a tribo de
Rben no se deslocou.
16Porque ficas sentado em casa, no meio dos rebanhos, ouvindo os
balidos dos animais e as flautas dos pastores? Sim, a tribo de Rben
no pode estar com a conscincia descansada.
17Porque ficou tambm Gileade do lado de l do Jordo, e porque
razo Dan ficou beira dos seus barcos? E qual a razo que levou Aser
a deixar-se estar impassvel, nas praias, descansando junto aos seus
portos?
18Mas as tribos de Zebulo e de Naftali no tiveram medo de morrer
nos campos de batalha.
19Os reis de Cana lutaram em Taanaque, junto s fontes de Megido,
mas no foram vitoriosos.
20At as prprias estrelas do cu lutaram contra Ssera.
21O veloz ribeiro de Quisom os arrastou, os varreu. Avante, alma
minha, corajosamente!
22Ouve o trotar dos cascos da cavalaria inimiga! Observa o
galopar dos seus corcis!
23Pois apesar disso o anjo de Jeov amaldioou Meroz, Que os seus
habitantes sejam asperamente amaldioados, disse. Porque no quiseram
empenhar-se na luta do Senhorcontra os seus inimigos.
24Bendita seja Jael, a mulher de Heber, o queneu. Sim, que ela
seja abenoada,acima de todas as mulheres, nos seus lares.
25Pediu-lhe gua, e ela deu-lhe leite, numa bela chvena.
26Mas depois, pegou numa estaca, num martelo,cravou-a na fonte
de Ssera, rachando-lhe a cabea, atravessando-a de lado a lado.
27Ele ali ficou prostrado a seus ps, sem vida.
28A me de Ssera bem olhava pela janela, esperando o seu
regresso: Mas porque que o seu carro demora tanto a regressar?
Porque que no se ouve ainda o barulho do rodado dos carros pelo
caminho?
29As amigas que lhe faziam companhia, respondiam-lhe, e ela
concordava:
30 que deve haver grande despojo a repartir. E isso leva tempo.
Cada homem fica com uma ou duas raparigas. Sim, acrescentava ela,
Ssera h-de trazer vestidos de lindas cores,e muitos presentes para
me oferecer.
31 Senhor, que todos os teus inimigos peream como Ssera,mas
aqueles que te amam, que sejam como o Sol,quando se levanta na sua
fora!
Depois disto acontecer, houve paz na terra durante quarenta
anos.
Juzes 6 (O Livro)
Juzes 6
Deus chama Gedeo
1No entanto, novamente o povo de Israel comeou a prestar adorao
a outros deuses, e mais uma vez o Senhor permitiu que os seus
inimigos os castigassem. Desta vez foram os midianitas, e durante
sete anos.
2 -5Estes foram to cruis que os israelitas tiveram de se
refugiar nas montanhas, indo viver para cavernas e esconderijos.
Quando semeavam os campos, vinham bandos de Midi, de Ameleque e de
outros povos vizinhos destruir as searas e pilhar toda a regio at
Gaza, no deixando uma migalha para comer, levando tudo o que era
gado, carneiros, bois, jumentos. Estas hordes inimigas chegavam
montadas numa multido de camelos, nem se podiam contar, e s
deixavam a terra depois de a terem completamente desvastado e
saqueado.
6 -7Israel ficou assim progressivamente reduzido misria por
causa daquela gente. At que, por fim, o povo de Israel comeou a
clamar pela ajuda do Senhor.
8 -10Jeov respondeu, no entanto, atravs dum profeta que lhes foi
enviado com esta mensagem: O Senhor Deus de Israel arrancou-vos
escravido do Egipto, salvou-vos dos egpcios, e de todos os que vos
dominavam cruelmente, expeliu os vossos inimigos da vossa frente e
deu-vos esta terra. Alm disso afirmou-vos que, sendo ele o Senhor
vosso Deus, no deveriam venerar os deuses dos amorreus que vivem
vossa volta. Mas vocs no deram ouvidos s suas recomendaes.
11Um dia o anjo do Senhor chegou-se e sentou-se sob o carvalho
de Ofra, na propriedade de Jos, o abiezrita. O filho de Jos, Gedeo,
estava a malhar trigo. Mas tinha ido fazer isso para o lagar, para
se esconder dos midianitas e salvar o gro do vandalismo deles.
12O anjo dirigiu-se-lhe dizendo assim: O Senhor contigo, homem
corajoso!
13Se o Senhor connosco, respondeu-lhe Gedeo, porque que nos tem
acontecido tudo isto? Por que razo no se do entre ns aqueles
famosos milagres que os nossos pais nos contam - como por exemplo,
quando Deus nos tirou do Egipto? O Senhor desamparou-nos e deixou
que os midianitas nos arruinassem completamente.
14Ento o Senhor, voltando-se para ele, declarou-lhe: Vai com a
fora que te dou. Livrars Israel das mos dos midianitas. Sou eu
mesmo quem te envia!
15Gedeo replicou: Mas, ento como posso ser eu a salvar Israel? A
minha famlia a mais pobre de toda a tribo de Manasss, e na minha
casa eu sou aquele a quem menos ateno se d.
16Eu, Jeov , serei contigo! E tu destruirs os midianitas todos
duma s vez!
17 -18Se realmente assim, que me irs ajudar dessa maneira, ento
rogo que faa agora um milagre qualquer que me d prova disso. Que me
prove que realmente Jeov que me est a falar desta maneira. Mas
entretanto peo-lhe que no se v j embora porque eu queria ir buscar
um presente para si.O Senhor respondeu: Est bem, ficarei aqui at
que voltes.
19Gedeo foi a correr a casa, preparou um cabrito, mediu 22
litros de farinha e amassou uns bolos, sem fermento; ps a carne e o
caldo numa panela e trouxe tudo ao anjo, que continuava debaixo do
carvalho.
20O anjo disse-lhe: Pe a carne e os bolos sobre aquela rocha, e
o caldo, derrama-o por cima. Depois de Gedeo ter obedecido,
21o anjo tocou na carne com a ponta do seu cajado, e saiu fogo
da rocha que consumiu aquilo tudo. De repente, o anjo desapareceu
da frente dele.
22Gedeo deu-se ento verdadeiramente conta de que era mesmo o
anjo do Senhor quem tinha estado ali com ele, e exclamou: Ai de
mim, Senhor Deus, porque vi o anjo do Senhor face a face!
23Fica tranquilo, respondeu-lhe o Senhor. No tenhas receio, no
morrers.
24Gedeo construiu ali mesmo um altar e ps-lhe o nome de altar da
Paz com Deus. Est ainda em Ofra, na terra dos abiezritas.
25Nessa noite o Senhor disse-lhe para amarrar o melhor boi do
seu pai ao altar de famlia consagrado a Baal, e deit-lo assim
abaixo com a fora do animal; mandou-lhe tambm que derrubasse o dolo
de madeira da deusa Asera que ali estava perto.
26Substitui-o por um altar ao Senhor vosso Deus; constri-o aqui
nesta colina, colocando as pedras com todo o cuidado. Depois
sacrifica o boi como holocausto ao Senhor, usando a madeira do dolo
como lenha para o fogo do altar.
27Gedeo tomou dez homens dos seus criados e cumpriu com o que o
Senhor lhe mandara. Mas fez tudo de noite, com medo da reaco das
outras pessoas que viviam na casa do seu pai e da gente da cidade;
pois dava-se bem conta do que aconteceria quando verificassem o que
tinha feito.
28Logo bem cedo na manh seguinte, quando a vida na cidade
recomeava, algum descobriu que o altar de Baal tinha sido
derrubado, o dolo ali perto tinha desaparecido e que um novo altar
fora construdo, vendo-se ainda nele os restos de um sacrifcio.
29Quem foi que fez isto?, perguntava toda a gente. Depois de
investigarem cuidadosamente acabaram por descobrir que tinha sido
Gedeo, o filho de Jos.
30Traz o teu filho c fora!, gritaram defronte da casa de Jos.
Ter que morrer porque insultou o altar de Baal e deitou abaixo o
smbolo de Asera que estava junto dele.
31No entanto Jos respondeu quela gente amotinada: Ser que Baal
precisa mesmo da vossa ajuda? Isso seria um insulto para qualquer
deus! Vocs que deveriam morrer por estarem assim a insultar Baal!
Se Baal realmente um deus, deixem que seja ele a cuidar de si
prprio e a aniquilar quem foi que lhe destruiu o altar.
32Da em diante Gedeo passou a ser conhecido por Jerubaal, que
queria dizer: Deixem Baal cuidar de si prprio!
33Algum tempo depois os exrcitos de Midi, de Ameleque e de
outras naes vizinhas uniram-se numa vasta aliana contra Israel.
Atravessaram o Jordo e acamparam no vale de Jizreel.
34 -35Ento o Esprito do Senhor veio sobre Gedeo. Este tocou a
trombeta de chamada s armas, e os homens de Abiezer juntaram-se a
ele. Mandou tambm mensageiros atravs de Manasss, de Aser, de Zebulo
e de Naftali, congregando as suas foras de combate, e todos
responderam.
36 -37Gedeo disse a Deus: Se vais na verdade empregar-me para
salvar Israel, tal como me prometeste, d-me a prova disso desta
maneira: Vou pr um pedao de l esta noite no cho da eira, e se pela
manh o novelo estiver hmido, mas todo o resto do cho estiver seco,
saberei por essa forma que irs ajudar-me!
38E aconteceu precisamente assim. Quando se levantou na manh
seguinte foi apertar o novelo de l e estava cheio de gua; encheu
mesmo uma taa com a gua que tinha!
39Ento Gedeo disse ao Senhor: Peo-te que no te enfasties comigo,
mas deixa-me fazer um novo teste: desta vez que seja o novelo a
ficar seco e o cho volta molhado!
40O Senhor fez como ele lhe pediu; nessa noite o novelo ficou
seco mas em contrapartida o cho estava todo coberto de orvalho!
Juzes 7 (O Livro)
Juzes 7
Gedeo vence os midianitas
1Jerubaal (ou seja, Gedeo) e o seu exrcito partiram muito cedo
pela manh e chegaram at fonte de Harode. Os exrcitos de Midi
estavam acampados a norte, no fundo do vale, por detrs da colina de
Mor.
2 -3O Senhor disse ento a Gedeo: H gente demais contigo. No
posso deixar todos esses homens lutar contra os midianitas, porque
se assim fosse o povo de Israel haveria de se gabar de que por si
prprios se tinham salvo, devido sua prpria fora! Manda para casa
todos os que estiverem receosos e acobardados. E foi assim que nada
menos do que vinte e dois mil homens se foram embora, e s dez mil
ficaram, decididos a combater.
4Mas o Senhor tornou a dizer a Gedeo: H ainda gente a mais!
Leva-os at fonte e mostrar-te-ei l quais so os que iro contigo e
quais os que tero de ficar de parte.
5 -6Gedeo juntou-os beira da gua, e ali mesmo o Senhor lhe
disse: Divide-os em dois grupos, de acordo com o modo como bebem.
Pors de um lado os que beberem a gua, lambendo-a como os ces, do
outro ficaro os que se ajoelharem e puserem a boca mesmo na gua
para beberem. E apenas trezentos homens beberam com as mos; todos
os outros se inclinaram com a boca at corrente.
7Conquistarei os midianitas com estes trezentos, disse o Senhor
a Gedeo. Manda o resto para casa!
8Gedeo, fez recolher todos os jarros de barro e as trombetas que
havia entre eles, e enviou-os para casa, ficando apenas com os tais
trezentos.
9Nessa noite, com os midianitas ali acampados em baixo no vale,
o Senhor disse a Gedeo: Levanta-te. Manda formar os teus homens e
ataca os midianitas, pois farei com que os derrotes.
10 -11No entanto, se houver em ti ainda algum receio, desce
primeiro ao acampamento inimigo; leva s contigo o teu ajudante Pur,
se quiseres; e escuta o que l esto a dizer em baixo. Vais ver que
isso te dar muito alento e desejo de atacar!Ele pegou em Pur e
desceu na escurido at ao limite do acampamento deles, junto das
sentinelas mais avanadas do inimigo.
12Ali se encontravam todos aqueles vastos exrcitos de Midi, de
Ameleque e das outras naes orientais, concentrados por todo o vale,
numa multido compacta que lembrava uma praga de gafanhotos, dava at
a ideia da areia da praia; e eram incontveis os seus camelos!
13Gedeo rastejou em direco a uma das tendas; quando l chegou
junto, acabava de acordar um dos homens, o qual tinha tido um
pesadelo e contava-o ao camarada: Sonhei com uma coisa muito
estranha, estava ele a dizer, era um grande po de cevada que vinha
rolando l de cima sobre o nosso campo, caa em cima das tendas e
deitava-as todas abaixo!
14O outro soldado respondeu-lhe: Podes ter a certeza de que esse
teu sonho s pode ter um significado. Gedeo filho de Jos, o
israelita, que vai vir massacrar todas as foras aliadas de
Midi!
15Quando Gedeo ouviu aquilo, tanto o sonho como a interpretao,
louvou o Senhor. Aps o que regressou para junto dos seus homens e
gritou-lhes: Todos de p! O Senhor vai usar-vos para derrotar estes
grandes exrcitos de Midi!
16 -18Dividiu os trezentos soldados em trs grupos, deu a cada um
dos homens uma trombeta e um jarro de barro com uma tocha acesa
dentro. Depois explicou-lhes o seu plano. Quando chegarmos s
primeiras sentinelas do campo inimigo faam todos como eu. Assim que
me ouvirem a mim e aos que esto comigo soprarmos nas trombetas,
devem fazer o mesmo em toda a volta do acampamento e gritem assim:
Combatemos por Deus e por Gedeo!
19 -20Passava pouco da meia-noite e da altura do render das
sentinelas, quando Gedeo e os cem que ficaram com ele rastejaram at
ao limite do campo dos midianitas. Subitamente sopraram nas
trombetas; logo a seguir partiram os jarros de forma que as luzes
que ardiam l dentro brilharam na noite. Os outros duzentos fizeram
imediatamente o mesmo, soprando as trombetas com a mo direita,
levantando as tochas acesas com a outra, e todos gritando. Uma
espada pelo Senhor e por Gedeo!
21 -22Ficaram-se assim a ver o que acontecia; todo aquele imenso
exrcito inimigo comeou a andar s voltas sem tino, gritando de pnico
e desatando a fugir. Naquela confuso toda, o Senhor fez com que as
tropas inimigas comeassem a lutar entre si, matando-se uns aos
outros, e isto duma ponta outra do acampamento; muitos conseguiram
fugir, correndo at Bete-Sita perto de Zerar, e at entrada de
Abel-Meol acima de Tabate.
23 -25Gedeo mandou mensageiros s tropas de Naftali, de Aser e de
Manasss para que os perseguissem, e destrussem aquela gente toda do
exrcito de Midi que fugia. Mandou igualmente mensageiros pelas
colinas de Efraim, convocando tropas para que tomassem os baixios
do Jordo, em Bete-Bar, a fim de evitar que os midianitas passassem
ali a p para o outro lado e escapassem. Orebe e Zeebe, dois
generais midianitas, foram capturados. Orebe foi morto numa rocha
agora conhecida pelo seu nome, e Zeebe foi morto no lagar de Zeebe,
tal como tambm conhecido hoje em dia. Os israelitas pegaram nas
cabeas dum e doutro, atravessaram o Jordo e trouxeram-nas a
Gedeo.
Juzes 8 (O Livro)
Juzes 8
Gedeo persegue dois reis
1Os chefes tribais de Efraim ficaram muito contrariados contra
Gedeo. Porque que no nos mandaste chamar quando foste lutar contra
os midianitas?, perguntaram.
2 -3Gedeo respondeu-lhes: Deus permitiu que fossem vocs a
capturar Orebe e Zeebe, os generais do exrcito midianita. Que
fizemos ns em comparao com isso? As vossas aces na parte final do
combate foram muito mais importantes do que as nossas no princpio!
E foi assim que os outros se acalmaram.
4 -5Gedeo, entretanto, tinha atravessado o Jordo com os seus
trezentos homens. Estavam todos muito cansados, mas continuavam
sempre a perseguir os inimigos. E pediram alimentos gente de
Sucote: Estamos esgotados de energias, por causa de andarmos a
perseguir Zeba e Zalmuna, os reis de Midi.
6Contudo os lderes de Sucote retorquiram-lhes: Vocs ainda no
conseguiram apanh-los! Se vos dermos alimento e se vocs no chegarem
a captur-los, vai acontecer que eles voltaro e nos liquidaro.
7Ao ouvir isto Gedeo avisou-os: Pois ento, quando o Senhor os
entregar nas nossas mos, regressarei aqui e hei-de rasgar a vossa
carne com espinhos e abrolhos do deserto.
8 -9Depois foi-se a Penuel e pediu ali alimento, mas obteve a
mesma resposta. A estes disse tambm: Quando toda a campanha acabar,
tornarei aqui e derrubarei esta torre.
10Por esta altura esses tais reis midianitas, Zeba e Zalmuna,
encontravam-se em Carcor com um resto de uns quinze mil soldados
das suas tropas. Era alis tudo o que restava daqueles exrcitos
aliados do oriente, pois que cento e vinte mil tinham j sido
mortos.
11 -14Ento Gedeo contornou a zona em que estavam os fugitivos
indo pelo caminho das caravanas, a oriente de Noba e de Jogbea,
caindo de surpresa sobre aquele resto do exrcito midianita, que no
estava a contar com o ataque. Os dois reis fugiram mas Gedeo
perseguiu-os e capturou-os, derrotando o exrcito inteiro. Algum
tempo depois, Gedeo regressou pelo caminho de Heres. Ali prendeu um
moo de Sucote e disse-lhe que escrevesse os nomes dos setenta e
sete chefes polticos e religiosos da cidade.
15Aps isso regressou a Sucote, e disse quela gente: Vocs
escarneceram de mim, dizendo que eu nunca haveria de apanhar os
reis Zeba e Zalmuna e recusaram-me alimento numa altura em que
estava extenuado e debilitado pela fome. Pois bem, eles aqui
esto!
16 -17Ento, pegou nos chefes da cidade, deu-lhes uma lio, com
espinhos e abrolhos. Foi tambm a Penuel e deitou abaixo a torre da
cidade, matando toda a populao.
18Gedeo perguntou a esses reis, Zeba e Zalmuna: A gente que vocs
mataram em Tabor, como que eram eles?Vestiam como tu, como filhos
de reis!
19Pois eram certamente os meus irmos!, exclamou Gedeo. Podem ter
a certeza de que no vos mataria se no lhes tivessem tirado a
vida.
20Seguidamente, voltando-se para Jeter, seu filho mais velho,
mandou que os matasse. No entanto o rapaz, que ainda era novinho,
teve receio.
21Zeba e Zalmuna disseram a Gedeo: Mata-nos tu mesmo. Preferimos
morrer s mos dum homem! E ento Gedeo matou-os e guardou para si os
ornamentos que estavam nos pescoos dos camelos deles.
O fode de Gedeo
22Os homens de Israel pediram-lhe que fosse o seu rei: Que tu,
os teus filhos e todos os teus descendentes sejam quem nos h-de
reger, pois que nos salvaste dos midianitas.
23 -24Mas a resposta de Gedeo foi: Eu no serei o vosso rei, nem
to pouco o meu filho. O Senhor, sim, o vosso rei! No entanto
pretendo fazer-vos um pedido: dem-me todos os pendentes das orelhas
dos nossos inimigos, que vocs guardaram por despojo. Porque as
tropas midianitas, sendo ismaelitas como eram, traziam pendentes de
ouro.
25 -27De boa vontade o faremos! E logo estenderam ali uma capa
onde toda a gente foi pr os pendentes que tinha guardado. O valor
total daquilo foi calculado nuns vinte quilos de ouro, sem contar
os crescentes, as cadeias, os fatos reais em prpura e os ornamentos
dos pescoos dos camelos. Gedeo fez um fode de todo esse ouro e p-lo
em Ofra, a sua prpria cidade. Em breve Israel inteiro comeou a
prestar adorao quilo. Foi uma coisa muita m que Gedeo e a sua
famlia fizeram.
A morte de Gedeo
28 -32Esta pois a narrativa de como Midi foi subjugado por
Israel. Os midianitas nunca mais levantaram a cabea, e a terra
permaneceu em paz por quarenta anos - ou seja, todo o tempo de vida
de Gedeo. Este viveu sempre na sua prpria casa, chegou a ter
setenta filhos, pois que teve muitas mulheres. Teve igualmente uma
concubina em Siquem, que lhe deu um filho de nome Abimeleque.
Quando faleceu era velho, j muito velho, e foi posto no sepulcro do
seu pai Jos em Ofra, na terra dos abiezritas.
33 -35No entanto, logo que Gedeo morreu, os israelitas comearam
a adorar os dolos de Baal e de Baal-Berite. Deixaram de considerar
o Senhor como o seu Deus, ainda que tivesse sido ele quem os salvou
de todos os seus inimigos ao redor. To pouco mostraram bondade
alguma para com a famlia de Gedeo, apesar de tudo o que este fez
por eles.
Juzes 9 (O Livro)
Juzes 9
Abimeleque feito rei
1Um dia, o filho de Gedeo, Abimeleque, veio visitar os tios - os
irmos da sua me - em Siquem.
2Vo falar com os lderes de Siquem, pediu ele, e perguntem-lhes o
que preferem, se serem governados por setenta reis - que so os
filhos de Gedeo - ou se por um s homem, ou seja, eu, que sou da
vossa carne e do vosso sangue.
3 -6Os tios assim fizeram; foram ter com os chefes da cidade e
expuseram-lhes a proposta de Abimeleque. Decidiram ento que, sendo
a me dele uma filha da cidade, eles segui-lo-iam. Deram-lhe
dinheiro das ofertas do templo do dolo de Baal-Berite, e com ele
contratou uns quantos indivduos, de baixa condio, que faziam tudo o
que lhes mandava. Levou-os casa do seu pai em Ofra, e ali, sobre
uma pedra, matou todos os seus setenta meio-irmos, com excepo do
mais novo, Joto, que conseguiu escapar e esconder-se. Ento os
cidados de Siquem e os de Bete-Milo convocaram toda a gente para se
reunir sob o carvalho, junto guarnio militar de Siquem, e ali foi
Abimeleque aclamado rei de Israel.
7 -9Quando Joto ouviu isto, ps-se no cimo do monte Gerizim e
gritou para a gente de Siquem: Se pretendem ser abenoados por Deus,
escutem-me. Um dia, as rvores decidiram eleger um rei. Primeiro
pediram oliveira, mas ela recusou: 'Haveria eu de deixar de
produzir azeite que serve para honrar Deus e abenoar o homem, s
para me pr a a abanar de um lado para o outro, sobre as outras
rvores?
10 -11Seguidamente foram ter com a figueira e fizeram a mesma
proposta: Queres governar-nos? Mas tambm ela recusou: 'Porque razo
havia eu de parar de produzir figos doces, apenas para ter a
possibilidade de levantar a cabea acima das outras rvores?'
12Ento foram ter com a videira: 'Vem reger-nos!' E a resposta
desta foi tambm assim:
13'No vou parar de produzir vinho, que alegra tanto Deus como os
homens, s para ter poder acima das outras!'
14Ento as rvores todas voltaram-se para o espinheiro: 's tu quem
ser o nosso rei!'
15E o espinheiro respondeu: 'Se realmente me querem, venham e
submetam-se docilmente sob a minha sombra. Se recusarem, que saia
fogo de mim que reduza a cinzas os grandes cedros do Lbano!'
16 -20Portanto agora, vejam bem se agiram correctamente ao fazer
de Abimeleque o vosso rei, e se se esto a conduzir honestamente
para com Gedeo e todos os seus descendentes. Porque o meu pai lutou
por vocs e arriscou a sua vida para vos livrar dos midianitas, e
apesar disso revoltaram-se contra ele e mataram-lhe os setenta
filhos sobre uma rocha, acabando por escolher para rei o filho da
sua escrava, Abimeleque, apenas porque vosso parente. Se tm a
certeza de ter feito o que justo para com Gedeo e os seus
descendentes, ento que tenham, tanto vocs como Abimeleque, uma
longa vida, felizes todos juntos. Mas caso contrrio, se a vossa
conduta no foi a que deveria ter sido para com Gedeo, ento que saia
fogo de Abimeleque e consuma os cidados de Siquem e de Bete-Milo. E
que saia fogo destes cidados e consumam Abimeleque!
21 -27Joto fugiu e passou a viver em Beer, com receio do seu
irmo Abimeleque. Trs anos mais tarde Deus fez despertar um conflito
entre o rei Abimeleque e os cidados de Siquem, os quais se
revoltaram. Atravs dos acontecimentos que se seguiram, tanto
Abimeleque como os homens de Siquem que o ajudaram na sua
carnificina contra os filhos de Gedeo foram castigados por esses
assassnios. Os de Siquem armaram uma emboscada a Abimeleque, no
cimo da montanha, no caminho que por l passa. E enquanto o
esperavam, iam assaltando e roubando qualquer pessoa que por ali
passasse. No entanto algum foi avisar Abimeleque do que estavam a
urdir contra ele. Por essa altura, Gaal, filho de Ebede, mudou-se
para Siquem com os seus irmos e tornou-se um dos chefes da cidade.
Durante a festa das colheitas em Siquem naquele ano, realizada no
templo do deus local, o vinho abundou e toda a gente bebeu
livremente, comeando as pessoas a amaldioar Abimeleque.
28 -29Quem esse Abimeleque, gritou Gaal, e por que que ele havia
de ser nosso rei? Qual a razo porque havemos de ser seus servos?
Ele, mais o seu amigo Zebul, que deviam ser os nossos servos. Morra
Abimeleque! Faam-me vosso rei e vero o que em breve acontecer a
Abimeleque! Mandar-lhe-ei um ultimato: 'Junta um exrcito e vem
combater comigo!'
30 -33Mas quando Zebul, o governador de Siquem, ouviu o que Gaal
estava a dizer, ficou furioso. Mandou logo mensageiros ter com
Abimeleque em Aruma, dizendo-lhe: Gaal, filho de Ebede, veio viver
aqui para a cidade, acompanhado da famlia, e agora est a fomentar a
insurreio da populao contra ti. Vem de noite com um exrcito e
esconde-te nos campos; pela manh, logo que o dia desponte, cai
sobre a cidade. Quando ele e os que o acompanham vierem ao teu
encontro, poders fazer-lhes o que melhor te parecer!
34 -35E assim foi que Abimeleque com a sua gente se chegaram de
noite, se repartiram em quatro e se puseram volta da cidade. Pela
manh, na altura em que Gaal se punha porta da cidade, deliberando
sobre diversos assuntos locais com os outros dirigentes, Abimeleque
com os seus homens avanaram contra a cidade.
36Quando Gaal os viu, exclamou para Zebul: Olha ali para cima,
para aquela elevao! No te parece que gente que vem a descer?No!,
disse Zebul. O que ests a ver so sombras que te parecem ser
pessoas.
37Olha que no. Repara bem; estou certo que gente que vem contra
ns. Alis vm ali mais, pelo caminho do carvalho de Meonenim!
38Nessa altura Zebul voltou-se triunfantemente para ele e disse:
E agora, onde que est aquela tua fanfarronice? Onde est aquele que
perguntava quem era Abimeleque e porque razo seria ele nosso rei?
As pessoas, de quem escarnecias e que amaldioavas, esto a a chegar
cidade. Vai ao encontro deles e luta!
39 -41Gaal assim fez. Levou os homens de Siquem ao combate e
bateu-se contra Abimeleque; contudo foi derrotado, tendo ficado no
campo de batalha muitos feridos de Siquem, parte dos quais iam-se
deixando ficar pelo caminho de regresso at cidade. Abimeleque
estava pois a viver nessa altura em Aruma. Zebul expulsou Gaal e os
seus parentes da cidade, no permitindo mais que ficassem a viver
ali.
42 -45No dia seguinte os habitantes de Siquem tentaram novamente
travar combate com os outros. No entanto algum avisou previamente
Abimeleque daquele plano. Este dividiu os seus homens em trs
grupos, que se esconderam pelos campos. E quando os de Siquem
sairam ao ataque, os outros saltaram dos seus esconderijos e
caram-lhe em cima, comeando a mat-los. Abimeleque, mais os do seu
grupo, correram para a entrada de Siquem para impedir que os
adversrios viessem refugiar-se l. Os outros dois grupos
liquidaram-nos ali no campo. Mas a luta ainda se prolongou pelo dia
todo, antes que Abimeleque pudesse tomar conta da cidade, matasse
os habitantes e a deixasse em runas.
46O povo da localidade vizinha de Migdal viu o que acontecera e
foi refugiar-se num forte que havia perto do templo de
Baal-Berite.
47 -49Quando Abimeleque tomou conhecimento disso, mandou a sua
gente acompanh-lo ao monte Zalmom, onde comeou a cortar e a juntar
lenha e que transportou depois aos ombros. Faam depressa como eu,
disse-lhes Abimeleque. Cada homem trouxe assim um fardo de lenha
que veio depositar junto da fortaleza, seguindo o exemplo do seu
chefe, fazendo uma pilha encostada s muralhas e pegando-lhe fogo.
Dessa maneira todo o povo que l estava no interior acabou por
morrer; eram perto dum milhar de homens e mulheres.
50 -53Abimeleque, de seguida, atacou a povoao de Tebez e
capturou-a. Havia dentro da prpria povoao um fortim, e a populao
fugiu para l, barricando-se no interior e subindo para o terrao
para ver o que se passaria. Abimeleque preparava-se para fazer o
mesmo que aos outros e mat-los pelo fogo; mas uma mulher lanou l de
cima uma m sobre ele que lhe esmagou o crnio.
54Ainda com vida pde gritar: Mata-me!, exclamou para o seu moo
de armas. Que no se venha a dizer que foi uma mulher quem matou
Abimeleque! Por isso o moo o trespassou com a espada e ele
morreu.
55Quando a sua gente o viu morto, resolveram todos voltar para
as suas casas.
56 -57Assim Deus castigou tanto Abimeleque como os habitantes de
Siquem por causa do assassnio dos filhos de Gedeo, que eram
setenta. Desse forma se cumpriu a maldio de Joto, o filho de
Gedeo.
Juzes 10 (O Livro)
Juzes 10
Tola
1 -2Aps a morte de Abimeleque, o juiz seguinte que chefiou
Israel foi Tola, filho de Puva e neto de Dodo da tribo de Issacar,
mas que vivia na cidade de Samir, nas colinas de Efraim. Foi juiz
de Israel durante vinte e trs anos. Quando morreu foi enterrado em
Samir.
Jair
3 -5Sucedeu-lhe Jair, um homem de Gileade, que julgou Israel por
vinte e dois anos. Os seus trinta filhos deslocavam-se sempre
montados sobre jumentos; cada um deles governava uma cidade na
terra de Gileade, e que ainda so conhecidas por cidades de Jair.
Quando morreu, Jair foi enterrado em Camom.
Jefta
6 -10O povo de Israel voltou a afastar-se do Senhor e a adorar
os deuses dos pagos, Baal e Astarote, assim como os deuses de Sria,
de Sidom, de Moabe, de Amom e da Filstia. E no contentes, puseram
ainda de lado o culto a Jeov, o qual ficou irado contra o seu povo;
pelo que imediatamente permitiu aos filisteus e aos amonitas que
comeassem a atorment-los. Estes ataques tiveram lugar no s a
oriente do rio Jordo, na terra dos amorreus, ou seja em Gileade,
mas tambm em Jud, em Benjamim e Efraim, pois que os amonitas no
tinham dvidas em atravessar o Jordo para assediar os israelitas. E
esta situao prolongou-se por dezoito anos. At que os israelitas se
voltaram para Jeov novamente e imploraram-lhe que os salvasse.
Pecmos contra ti; esquecemo-nos de ti como nosso Deus e adormos
dolos, confessaram.
11 -14Mas o Senhor respondeu-lhes: No fui eu mesmo quem vos
salvou dos egpcios, dos amorreus, dos amonitas, dos filisteus, dos
sidnios, dos amalequitas e dos amonitas? Houve porventura alguma
vez em que vocs tenham clamado a mim e eu vos no tenha livrado?
Mesmo assim continuam a pr-me de lado e a adorar outros deuses. Por
isso agora continuem como esto; vo-se embora, pois no vos salvarei
mais. Vo dirigir preces a esses novos deuses que arranjaram. Que
eles vos salvem agora dessa vossa angstia.
15Mas continuaram a insistir e a implorar: Sim, ns sabemos que
pecmos. Castiga-nos como melhor entenderes, mas em todo o caso
salva-nos uma vez mais dos nossos inimigos!
16Ento destruram os deuses estranhos que tinham, e passaram a
adorar somente o Senhor, o qual ficou sensibilizado perante a
misria deles.
17Os batalhes dos amonitas tinham sido mobilizados e reunidos em
Gileade, preparando-se para um ataque ao exrcito de Israel em
Mizp.
18Quem vai comandar as nossas tropas contra os amonitas?,
perguntavam-se uns aos outros os chefes de Gileade. Quem se
apresentar voluntariamente ser o nosso rei.
Juzes 11 (O Livro)
Juzes 11
1 -2Acontecia que Jefta era um valente soldado da terra de
Gileade, mas a me era uma meretriz. O pai, que se chamava Gileade,
tinha vrias filhos da legtima mulher. Quando se tornaram crescidos,
estes meio-irmos de Jefta expulsaram-no da regio: s filho duma
prostituta! No herdars nada do nosso pai.
3Por isso Jefta fugiu dali e passou a viver na terra de Tobe. Em
breve juntou sua volta toda uma banda de gente marginal que passou
a movimentar-se com ele.
4 -7Foi por esse tempo que os amonitas iniciaram a guerra contra
Israel. Os lderes de Gileade decidiram ir buscar Jefta, pedindo-lhe
que viesse comandar as foras militares contra os amonitas. No
entanto Jefta respondeu-lhes: Por que que me mandam buscar se me
odeiam e me expulsaram da casa do meu pai? Agora que esto em
dificuldades que vm minha procura?
8 porque precisamos de ti, replicaram-lhe. Se aceitares ser o
nosso comandante contra os amonitas, fazemos-te rei de Gileade.
9Como isso!, exclamou Jefta. Vocs esto a contar que eu acredite
numa coisa dessas?
10Mas ns juramos-te que ser assim. Prometemos-te isso sob solene
juramento.
11 -13Jefta aceitou a proposta e foi feito comandante chefe.
Esse contrato foi ratificado perante o Senhor em Mizpa, numa
assembleia geral a que assistiu todo o povo. Ento Jefta enviou
mensageiros ao rei de Amom, inquirindo das razes porque Israel
estava a ser atacado. E a resposta que deram que aquela terra
pertencia ao povo de Amom; tinha-lhes sido roubada - disse o rei
amonita - quando os israelitas vieram do Egipto. Todo aquele
territrio, desde o rio Arnom at Jaboque e at ao Jordo, era seu -
clamou ele. Devolvam-nos a nossa terra pacificamente, pediu o rei
amonita.
14 -22Jefta respondeu-lhe: Israel no roubou nada. O que
aconteceu foi isto: Quando o povo israelita chegou a Cades, vindo
do Egipto, depois de ter atravessado o Mar Vermelho, foi enviada
uma mensagem ao rei de Edom pedindo-lhe licena para atravessar o
seu territrio. Mas ele recusou autorizao. Ento pediram licena
semelhante ao rei de Moabe. E aconteceu o mesmo com este. Por isso
o povo de Israel teve de ficar em Cades. Finalmente resolveram
rodear Edom e Moabe, atravs do deserto, viajando ao longo da
fronteira oriental deles, chegando enfim ao rio Arnom, para alm dos
limites de Moabe. Mas nunca chegaram a atravessar Moabe. Ento
Israel enviou mensageiros ao rei Siom dos amorreus, que vivia em
Hesbom, e pediu-lhe autorizao para atravessar a sua terra a fim de
atingirem o seu destino. No entanto o rei Siom no confiou em
Israel, antes mandou mobilizar um exrcito, f-lo concentrar-se em
Jaza e atacou-os. O Senhor nosso Deus ajudou Israel a derrotar o
rei Siom e todo o seu povo. Foi por essa razo que Israel se
apoderou da terra que vai do rio Arnom at Jaboque, e do deserto at
ao rio Jordo.
23 -27Como vs, foi o Senhor Deus de Israel quem tirou esse
territrio aos amorreus e o deu a Israel. Porque que havamos ento de
vos devolver isso? Vocs guardam bem tudo o que o vosso deus Quems
vos d, e ns guardaremos tudo o que Jeov o nosso Deus nos d! Alm
disso, quem pensam vocs que so? Julgam-se melhores do que o rei
Balaque de Moabe? Tentou ele recuperar a terra que Israel lhe
conquistou, depois de o derrotar? Sabem bem que no. E agora, ao fim
de trezentos anos vm levantar um conflito por causa disto! Israel
tem vivido aqui, espalhou-se por toda a terra, desde Hesbom at
Aroer e ao longo de todo o rio Arnom. Porque no fizeram
anteriormente uma tentativa para retomarem aquilo que reclamam? No,
no somos ns que estamos em falta contra vocs. So antes vocs que nos
hostilizaram, declarando-nos guerra. Mas em breve Jeov, o supremo
juiz, revelar quem de ns est na razo - se Israel, se Amom.
28O rei de Amom nem sequer ligou mensagem de Jefta.
29Foi ento que o Esprito do Senhor veio sobre Jefta, e conduziu
o seu exrcito atravs de Gileade e de Manasss, ainda para alm de
Mizpa em Gileade, e atacou o exrcito de Amom.
30 -31Entretanto Jefta tinha formulado uma promessa que era: se
Deus ajudasse Israel a vencer os amonitas, ento quando voltasse
para casa qualquer pessoa que lhe sasse ao encontro seria
sacrificada ao Senhor como holocausto.
32 -33Jefta levou os seus soldados contra os amonitas e o Senhor
deu-lhe a vitria, tendo-os liquidado com uma terrvel matana por
todo o caminho desde Aroer at Minite, incluindo vinte povoaes que
foram destrudas nessa zona que atingiu mesmo a campina das Vinhas.
Desta forma os amonitas ficaram subjugados ao povo de Israel.
34 -35Quando Jefta regressou a casa, a sua filha - e ele no
tinha outro filho - veio a correr ao seu encontro, tocando uma
pandeireta e danando de alegria. Mas ele, quando a viu, rasgou as
vestes que trazia, em sinal de profunda angstia. Ai, minha filha!,
gritou. Deste cabo de mim agora! Porque fiz um voto ao Senhor e no
posso voltar atrs.
36 -37Ela respondeu. Pai, deves fazer conforme tudo o que
prometeste ao Senhor porque ele deu-te uma grande vitria sobre os
inimigos, os amonitas. Mas deixa-me ir para as colinas e andar por
l durante dois meses com as minhas amigas, chorando o facto de
nunca mais casar.
38 -40Pois sim, vai. E foi o que ela fez, lamentando assim o seu
destino, na companhia das companheiras, pelo espao de dois meses.
Aps o que regressou junto do pai, o qual fez conforme o seu voto.
Ela nunca mais casou . Foi na sequncia disso que se tornou um
costume em Israel que as raparigas vo por quatro dias em cada ano
lamentar o destino da filha de Jefta.
Juzes 12 (O Livro)
Juzes 12
Efraim contra Jefta
1Ento a tribo de Efraim mobilizou a sua tropa, reuniu-a em Zafom
e mandou uma nota a Jefta: Porque que no nos chamaste para te
ajudarmos quando foste combater contra os amonitas? Por isso agora
vamos queimar-te a casa, contigo dentro!
2 -3Eu convoquei-vos, mas vocs que recusaram vir!, retorquiu
Jefta. Foram vocs quem recusou vir ajudar-nos quando precisvamos, e
por essa razo pus a minha vida em risco indo combater sem vocs, e o
Senhor ajudou-me a derrotar os adversrios. H alguma justificao para
que agora venham contra mim?
4 -6Ento Jefta, furioso tambm pelo facto de Efraim ter insultado
a ente de Gileade, considerando-os como meros marginais, mobilizou
os seus homens e atacou a tropa de Efraim. Ocupou os baixios do
Jordo na retaguarda deles e quando um fugitivo de Efraim tentava
escapar atravs do rio, a sentinela de Gileade perguntavam-lhe: s
membro da tribo de Efraim? Se respondia que no, ento mandavam-lhe
dizer a palavra Chibolete. Se ele dizia Sibolete, porque no era
capaz de a pronunciar correctamente, pegavam nele e matavam-no. Ao
todo morreram quarenta e duas mil pessoas de Efraim nessa
ocasio.
7Jefta foi juiz em Israel durante seis anos. Quando morreu
enterraram-no numa das cidades de Gileade.
Ibz, Elom e Abdom
8 -10O juiz seguinte chamavam-se Ibz, o qual vivia em Belm.
Tinha sessenta filhos, trinta rapazes e trinta meninas. As
raparigas, casou-as fora do seu cl; e trouxe trinta moas para casar
com os filhos. Chefiou Israel por sete anos. Na sua morte foi
enterrado em Belm.
11 -12Depois seguiu-se-lhe Elom, de Zebulo. Governou Israel por
dez anos e est enterrado em Aijalom, na terra de Zebulo.
13 -15Sudeceu-lhe Abdom, filho de Hilel de Piratom. Tinha
quarenta filhos e trinta netos que se deslocavam montados em
setenta jumentos. Foi juiz em Israel por oito anos. Est sepultado
em Piratom em Efraim, nas colinas dos amalequitas.
Juzes 13 (O Livro)
Juzes 13
O nascimento de Sanso
1Mas Israel mais uma vez pecou, pondo-se a adorar deuses
estranhos. Por isso o Senhor permitiu que fossem derrotados pelos
filisteus, que sujeitaram o povo por quarenta anos.
2 -5Um dia o anjo do Senhor apareceu mulher de Mano, um homem da
tribo de Dan, que vivia na cidade de Zora. Ela no tinha filhos mas
o Senhor disse-lhe: Ainda que tenhas sido estril durante tanto
tempo, em breve concebers e ters um filho. No bebas vinho nem outra
bebida alcolica qualquer, nem comida alguma que no seja ritualmente
pura. O cabelo do teu filho nunca dever ser cortado, pois que ser
um nazireu de Deus, mesmo logo desde o nascimento; ser ele quem
comear a salvar Israel dos filisteus.
6 -7A mulher correu a contar isto ao marido: Um homem de Deus
apareceu-me; penso que dever ter sido um anjo do Senhor, porque
tinha uma aparncia gloriosa e ofuscante. Eu nem lhe perguntei donde
que ele era e ele tambm no me disse sequer como se chamava, mas
afirmou-me o seguinte: 'Vais ter um filho rapaz!'Mandou que no
bebesse vinho nem qualquer outra bebida alcolica, e que no comesse
nada que fosse impuro, porque o rapaz que hei-de dar luz ser
nazireu - dedicado ao Senhor desde o seu nascimento at morrer!
8Ento Mano orou assim: Senhor, peo-te que o homem de Deus venha
de novo ter connosco e nos d mais instrues quanto ao filho que nos
vais dar.
9 -10O Senhor respondeu sua orao e o anjo apareceu novamente
mulher quando estava sentada no campo. Ao ver que estava novamente
sozinha, sem o marido, foi cham-lo a correr: Est ali outra vez o
mesmo homem!
11Mano acompanhou-a at junto do anjo e perguntou-lhe: s aquele
que falou com a minha mulher no outro dia?Sim, sou eu.
12Podes ento dar-nos mais algumas instrues acerca de como
haveremos de criar o beb depois dele nascer?, perguntou Mano.
13 -14O anjo do Senhor respondeu: Tem muito cuidado em que a tua
mulher siga as instrues que lhe dei. Ela no deve comer produto da
vinha, nem beber vinho ou outra bebida alcolica, nem to pouco
ingerir alimentos no puros.
15Mano ento disse para o anjo: Por favor, fica aqui at que te
possamos trazer qualquer coisa para comer.
16 -17Pois sim, ficarei. Mas no comerei nada. Se desejam trazer
alguma coisa, tragam um sacrifcio ao Senhor. Mano no se dava conta
de que estava a falar com o anjo do Senhor. Ento perguntou-lhe como
se chamava: Depois disso acontecer e do beb nascer, queremos dizer
a toda a gente que foste tu quem o predisse!
18No me perguntes sequer pelo meu nome. um nome misterioso.
19 -21Ento Mano pegou num cabrito, numa oferta de cereais e
apresentou-a ao Senhor como sacrifcio. O anjo nessa altura fez algo
de maravilhoso, porque ao mesmo tempo que as chamas se iam erguendo
para o ar sob os olhos de Mano e da sua mulher, ergueu-se com as
chamas at ao cu! Mano e a mulher caram com os rostos em terra e foi
essa a ltima vez que o viram. Mano deu-se finalmente conta de que
se tratava verdadeiramente do anjo do Senhor.
22Vamos morrer, Mano exclamou para a mulher, pois que vimos
Deus!
23Se o Senhor nos quisesse matar, disse-lhe ela, no teria
aceitado as nossas ofertas nem nos teria aparecido, dizendo-nos
assim estas coisas maravilhosas e fazendo estes milagres.
24 -25Quando lhes nasceu o menino puseram-lhe o nome de Sanso, e
o Senhor abenoava-o medida que ia crescendo. O Esprito do Senhor
comeou a manifestar-se regularmente na sua vida, sempre que
visitava os campos das tropas de Dan, entre as cidades de Zora e de
Estaol.
Juzes 14 (O Livro)
Juzes 14
O casamento de Sanso
1 -2Um dia em que Sanso se encontrava em Timna, reparou numa
rapariga filisteia, e quando veio para casa disse ao pai e me que
queria casar com ela.
3Eles opuseram-se firmemente: Porque que no casas com uma
rapariga judia? Porque hs-de ir buscar uma moa desses filisteus
pagos? Ser que no h entre todo o povo de Israel uma rapariga que te
agrade e com quem possas casar?Mas Sanso disse ao pai: S ela que eu
quero. Peam-na para mim.
4O pai e a me no percebiam que era o Senhor que estava por detrs
deste pedido; era Deus preparando como que uma armadilha aos
filisteus que nessa altura dominavam Israel.
5 -7Quando Sanso mais os pais iam a caminho de Timna, um leo
ainda novo atacou Sanso, saltando sobre ele das vinhas, j perto da
cidade. O Esprito do Senhor apoderou-se fortemente dele e mesmo sem
ter nada nas mos abriu-lhe as mandbulas e fendeu-o, como se se
tratasse dum cabritinho! Contudo nada disse aos pais do que
acontecera. Ao chegarem a Timna, foi falar com a moa e viu que lhe
agradava muito; por isso logo trataram do casamento.
8 -9Quando voltou mais tarde para as bodas, desviou-se do
caminho para ver o que tinha sido feito do corpo do leo morto. L
estava a carcaa do animal, mas havia um enxame de abelhas volta e
aquilo estava cheio de mel! Tirou um pouco do mel para levar
consigo e ir comendo enquanto caminhava, e deu tambm a comer ao pai
e me. Mas no lhes disse onde o tinha obtido.
10 -13Enquanto o pai estava a fazer os ltimos arranjos para o
casamento, Sanso fez uma festa para a qual convidou trinta jovens
da cidade, como era costume fazer. Sanso perguntou-lhes a certa
altura se queriam ouvir uma adivinha, ao que eles anuiram: Se forem
capazes de dar resposta minha adivinha durante os sete dias desta
festa, dar-vos-ei trinta lenis e trinta fatos. Caso contrrio, se no
conseguirem encontrar a resposta, sero vocs a dar-me a mesma
coisa!Est certo! Venha de l a adivinha.
14Era pois este o enigma que lhes apresentou: Saiu comida do
comedor, e doura da fera. Trs dias mais tarde ainda eles estavam
procura de resposta adivinha.
15No quarto dia disseram noiva: V l se consegues que Sanso diga
a resposta, porque se no, lanamos fogo tua casa contigo dentro. Ou
teremos sido ns convidados a esta festa para ficarmos a
mendigar?
16Ento a rapariga comeou a debulhar-se em lgrimas frente dele
dizendo: Tu no gostas de mim. Tu odeias-me, porque disseste uma
adivinha ao meu povo e no me ds a conhecer a mim a resposta!Mas que
eu no disse a soluo nem sequer aos meus pais; porque que ta diria a
ti?, disse-lhe ele.
17 -18Ela continuou a chorar sempre que estava com ele e
continuou naquilo o resto dos dias da festa. Por fim, no stimo dia
ele cedeu em dizer-lhe o que era a adivinha, e ela foi logo diz-lo
aos outros jovens. Antes que o Sol se pusesse nesse ltimo dia, eles
deram a resposta a Sanso. Que h mais doce que o mel, e mais feroz
que um leo?Se vocs no tivessem andado a lavrar com a minha novilha,
no teriam sido capazes de encontrar resposta!, retorquiu.
19 -20Ento o Esprito do Senhor veio sobre ele, foi cidade de
Asquelom, matou trinta homens, pegou na roupa deles e trouxe-a aos
rapazes que tinham sabido dar soluo adivinha. No entanto ficou
furioso com o que se passou e voltou para casa, continuando a viver
com o pai e com a me. A mulher acabou por casar com o rapaz que
tinha servido de mestre de cerimnias na boda.
Juzes 15 (O Livro)
Juzes 15
A vingana de Sanso sobre os filisteus
1Mais tarde, durante a ceifa do trigo, Sanso trouxe um cabrito,
ainda novo, como presente para a mulher de Timna, com a inteno de
passar a noite com ela. Mas o pai da rapariga no o deixou
entrar.
2Eu pensei que certamente a odiavas, explicou-lhe, por isso
casei-a com o teu companheiro, que tinha servido de mestre de
cerimnias. Mas repara, a irm dela mais nova e mais bonita. Casa
antes com ela.
3Sanso ficou furioso: Se assim , no me podero censurar pelo que
venha a fazer!
4 -5Ento retirou-se, apanhou trezentas raposas, atou-lhes as
caudas duas a duas e prendeu-lhes uma tocha. Depois pegou fogo s
tochas e largou as raposas nos campos dos filisteus, o que fez
incendiar-se todo o trigo, mais os molhos j atados, assim como as
vinhas e os olivais.
6Quem foi que fez isto?, perguntavam os filisteus.Foi Sanso, era
a resposta, por causa do sogro ter dado a mulher a outro. Ento os
filisteus pegaram fogo casa da rapariga que morreu, ela e o
pai.
7Pois agora vou vingar-me de vocs!, prometeu Sanso.
8Ento caiu sobre eles com fria e matou grande nmero deles. Aps o
que foi viver numa gruta na rocha de Et.
9Pelo seu lado os filisteus enviaram uma vasta companhia de
soldados contra Jud e atacaram Lai.
10Porque que esto a atacar-nos, perguntou a populao de Jud os
filisteus responderam: Pretendemos capturar Sanso e fazer-lhe tanto
como nos fez a ns.
11Dessa forma foram mandados trs mil homens de Jud para apanhar
Sanso na rocha de Et. Tu no vs como nos ests a prejudicar?,
perguntaram-lhe. No te ds conta de que so os filisteus quem nos
dominam?Mas Sanso replicou-lhes: Eu apenas me vinguei daquilo que
me fizeram.
12 -14Pois ento ns viemos capturar-te e entregar-te aos
filisteus.Est bem, mas prometam-me antes que vocs no me mataro.Com
certeza que no te faremos uma coisa dessas.Ento amarraram-no com
duas cordas novas e mandaram-no seguir frente deles. Quando
chegaram a Lai, os filisteus gritaram de contentamento; mas nessa
altura a fora do Senhor apoderou-se de Sanso e rompeu com as cordas
que o amarravam, que lhe caram dos pulsos como se fossem simples
fios de linho j queimados pelo fogo!
15Pegou ento na queixada dum jumento que ali estava pelo cho e
matou com ela um milhar de filisteus.
16 -17Sanso, na sua alegria, fez o seguinte poema: Eles vo
caindo uns sobre os outros, aos montes!Tudo com uma queixada de
jumento! Matei mil homens,tudo com uma queixada de jumento!
E aquele lugar at ficou conhecido como o alto da Queixada.
18Depois, estando com muita sede, orou ao Senhor: Deste a Israel
uma vitria to grande por meu intermdio hoje! Ser que irei agora
morrer de sede e ficar merc destes pagos?
19Ento o Senhor fez sair gua duma rocha. Sanso bebeu e ficou com
as foras renovadas. Em consequncia passou a chamar quele lugar a
Fonte daquele que Ora. Essa fonte ainda l est hoje.
20Sanso foi juiz de Israel durante aproximadamente vinte anos.
Mas os filisteus ainda controlavam a terra.
Juzes 16 (O Livro)
Juzes 16
Sanso e Dalila
1Um dia Sanso foi a Gaza, cidade dos filisteus, e passou a noite
em casa de uma meretriz.
2Depressa correu a notcia de que fora visto na cidade. As
autoridades foram alertadas e muita gente decidiu ficar de noite
espiando as sadas da cidade, a fim de o capturar quando tentasse
escapar. Pela manh, pensaram eles, quando houver a luz do dia,
havemos de o encontrar e podemos mat-lo.
3Quando era meia-noite, Sanso levantou-se, veio para a rua,
dirigiu-se sada da cidade, pegou nos portes juntamente com as
ombreiras mais a tranca, levantou-os do cho, p-los aos ombros e
levou-os at ao cimo da elevao que est defronte de Hebrom.
4 -5Mais tarde apaixonou-se por uma rapariga chamada Dalila, l
para os lados do vale de Soreque. Os cinco chefes dos filisteus
foram pessoalmente ter com ela, pedindo que procurasse descobrir o
que que fazia de Sanso um homem to forte, para que soubessem como
venc-lo, subjug-lo e prend-lo. Damos-te cada um de ns mil e cem
moedas de prata por esse servio, prometeram .
6Ento Dalila comeou a pedir a Sanso que lhe dissesse o segredo
da sua fora. Por favor, Sanso, diz-me a razo porque s to forte.
Acho que ningum seria capaz de te capturar!
7Olha, disse-lhe ele, se me atarem com sete vergas de vimes
frescos, tornar-me-ia to fraco como qualquer pessoa.
8Ento trouxeram-lhe as sete vergas, e enquanto dormia ela atou-o
com aquilo.
9Uns quantos homens esconderam-se no quarto contguo, e aps o ter
atado, ela gritou: Sanso! Esto aqui os filisteus para te atacarem!
Ele partiu as vergas como se fosse fio de estopa sobre fogo. E
continuaram a ignorar o segredo da sua fora.
10Dalila insistiu: Estiveste a fazer pouco de mim! Mentiste-me!
Sanso, diz-me, peo-te, como que te podem capturar.
11Pois bem, se eu for atado com cordas novas, que nunca tenham
sido usadas, serei to fraco como qualquer outra pessoa.
12Ento novamente, enquanto dormia, Dalila atou-o com cordas
novas. Os homens estavam no quarto ao lado como da outra vez. E
Dalila gritou: Sanso! Os filisteus vm a para te atacar! Ele logo
quebrou as cordas como meros fios.
13Tens estado todo este tempo a rires-te de mim, e a
mentires-me! Diz-me l, Sanso, como que realmente te podem
prender.Escuta, se teceres os meus cabelos no teu tear ...
14Enquanto ele dormia, ela fez isso e gritou-lhe: Esto a os
filisteus, Sanso! Ele despertou, arrancou o cabelo que estava
preso, partindo o tear.
15Como podes tu dizer que me amas, se no fazes confiana em mim?
disse ela. J por trs vezes que fazes pouco de mim, e ainda no me
disseste onde est o teu segredo da tua fora!
16 -17E dia aps dia ela insistia de tal forma que, no podendo
aguentar aquilo mais tempo, ele lhe disse o seu segredo.O meu
cabelo nunca foi cortado, confessou, porque tenho sido um nazireu
de Deus, desde o meu nascimento. Se o meu cabelo fosse cortado,
perderia a fora e tornar-me-ia igual a qualquer outro.
18 -20Dalila viu bem que desta vez ele lhe dizia a verdade, por
isso mandou chamar os chefes dos filisteus: Venham j, s mais esta
vez, porque agora que me disse tudo. Os outros vieram, trouxeram
logo o dinheiro; ela f-lo adormecer com a cabea no seu colo;
disseram a um barbeiro para vir cortar-lhe o cabelo. Dalila comeou
ento a bater-lhe, mas via-se logo que j no possuia a fora que tinha
antes. Ela gritou: Chegaram os filisteus que vm para te capturar,
Sanso!Ele acordou e pensou consigo: Bom, farei como antes; basta-me
um pouco de fora e fico livre. Mas ainda no tinha constatado que o
Senhor o deixara.
21Ento os filisteus amarraram-no, esvaziaram-lhe os olhos,
levaram-no para Gaza, onde o prenderam com duplas cadeias de bronze
e o faziam mover uma m para gros, na priso.
22Mas ao cabo de algum tempo, o cabelo comeou a crescer-lhe
novamente.
A morte de Sanso
23 -26Os chefes filisteus organizaram uma grande festa para
celebrar a captura de Sanso. O povo fez sacrifcios ao seu deus
Dagom e louvavam-no: O nosso deus entregou-nos o nosso inimigo,
Sanso!, diziam eles com satisfao, olhando para ele na priso. O
flagelo da nossa nao, que matou tantos de ns, est agora em nosso
poder. A certa altura, aquela gente, excitada, pediu: Tragam c para
fora Sanso, para que possamos rir como a sua figura!Ele foi tirado
da cela e puseram-no no templo, entre os pilares que suportavam o
tecto. Sanso disse para o rapaz que o levava pela mo: Deixa-me
apalpar e ver onde esto as colunas, para que descanse um pouco
contra elas.
27Naquela altura o templo estava repleto de gente. L estavam
igualmente os cinco reis dos filisteus. S no terrao havia algumas
trs mil pessoas, pretendendo ver Sanso com os seus prprios olhos, a
fazer palhaadas diante deles.
28Ento Sanso orou ao Senhor assim: Senhor Jeov, lembra-te de mim
mais uma vez, d-me novamente fora, para que possa fazer estes
filisteus pagarem-me a perda dos meus olhos.
29Sanso abraou as colunas e aplicou nelas toda a sua fora.
30Que eu morra com os filisteus, foi a sua ltima frase. O templo
ruiu, soterrando o povo todo, incluindo os cinco chefes deles. Os
que matou s naquela ocasio, na sua prpria morte, foram mais do que
os que matou em toda a vida.
31Mais tarde os irmos e outros parentes vieram buscar o corpo e
foram-no enterrar entre Zora e Estaol, onde o pai, Mano, tambm
estava sepultado. Tinha sido juiz em Israel por vinte anos.
Juzes 17 (O Livro)
Juzes 17
Os dolos do Mica
1Nas colinas de Efraim vivia um homem chamado Mica.
2Um dia ele disse para a me: Aquelas mil e cem moedas de prata
que julgas terem-te roubado, tendo amaldioado o ladro, fui eu quem
as tirou!Que Deus te abenoe por teres confessado tal coisa.
3E assim lhe devolveu o dinheiro. Eu quero dar este dinheiro ao
Senhor, para que seja contado a teu favor, declarou ela. Vou mandar
esculpir uma imagem e cobri-la de prata.
4 -6A me pegou ento em duzentas das moedas, levou-as a um
ourives, que lhes fez um dolo e que ela colocou num nicho em casa.
Mica j tinha uma coleco de dolos, alm de um fode e de alguns
terafins, e designou um dos seus prprios filhos como sacerdote.
(Porque nesses dias Israel no tinha rei, de tal forma que cada qual
fazia o que melhor parecia aos seus olhos.)
7 -8Entretanto houve um levita da cidade de Belm em Jud que
chegou quela regio de Efraim, procurando um lugar onde se
instalasse para viver. Aconteceu passar ali pela casa de Mica.
9Donde vens?, perguntou-lhe Mica.Sou levita, de Belm em Jud, e
procuro lugar para viver.
10 -12Fica aqui comigo. Sers o meu sacerdote e conselheiro.
Dou-te cento e dez gramas de prata por ano, mais roupa para te
vestires e alimentao, alm de um quarto. O jovem aceitou e ficou a
viver com Mica. Este consagrou-o como seu sacerdote pessoal.
13Agora tenho a certeza de que o Senhor me abenoar, exclamou
Mica, porque tenho levita como sacerdote!
Juzes 18 (O Livro)
Juzes 18
A tribo de Dan estabelece-se em Las
1No havia rei em Israel, nesse tempo. A tribo de Dan estava
ainda a tentar achar um territrio para se estabelecer, visto que at
data no tinham expulso as gentes que viviam na terra que lhes tinha
sido consignada.
2Os homens de Dan escolheram ento cinco valentes soldados das
cidades de Zora e de Estaol, para, escondidamente, irem observar a
terra onde pensavam estabelecer-se. Chegados s colinas de Efraim
ficaram na casa de Mica.
3Reparando no sotaque da fala do jovem levita, tomaram-no parte
e perguntaram-lhe: Que ests a fazer aqui? Porque que vieste para
c?
4Ele contou-lhes o contracto que tinha feito com Mica e que era
presentemente o seu sacerdote pessoal.
5Ento, disseram-lhe eles, pergunta a Deus se a nossa incurso ser
bem sucedida.
6Sim, tudo correr bem. O Senhor est a tomar conta de vocs.
7 -8E assim os cinco homens continuaram at cidade de Las; ali
repararam como toda a gente se sentia segura, confiante. Viviam
maneira dos fencios; era um povo prspero, pacfico, e nem sequer
estava preparado para a eventualidade de algum ataque do exterior,
pois que naquela rea no havia gente bastante forte para o tentar.
Estavam a grande distncia dos sidnios, com quem se aparentavam
ainda, e tinham pouco ou nenhum contacto com as povoaes vizinhas.
Da os espias voltaram para os seus, em Zora e em Estaol.Ento, o que
que tm a contar-nos, perguntaram-lhes os outros. O que foi que
encontraram?
9 -10Devemos atacar! Vimos uma terra que perfeitamente o que nos
convmo- espaosa, frtil, um territrio formidvel, um verdadeiro
paraso. O povo nem sequer est preparado para se defender! Vamos,
despachem-se! Deus quem j nos deu esta terra!
11Dessa forma, seiscentos homens armados da tribo de Dan
partiram de Zora e de Estaol.
12 -13Acamparam primeiro num lugar a ocidente de Quiriate-Jearim
em Jud (que ainda se chama hoje Campo de Dan), e continuaram depois
at s colinas de Efraim.
14Ao passarem pela casa de Mica, os tais cinco soldados disseram
aos outros: H ali um santurio, com um fode, alguns terafins e
muitos dolos de prata. No devemos deixar de l ir!
15 -17Foi o que fizeram. Dirigiram-se casa e, com os soldados do
lado de fora, saudaram o jovem sacerdote. Depois os cinco espias
foram l dentro, ao santurio, e comearam a pegar nos dolos, no fode
e nos terafins.
18Mas o que que esto a fazer?, perguntou o sacerdote, quando viu
que levavam tudo com eles.
19Sossega, vem connosco. Sers sacerdote de ns todos. No muito
melhor para ti seres sacerdote de toda uma tribo do que s de um
homem, numa casa particular?
20 -21O moo sacerdote, muito satisfeito com a ideia, acomodou
tudo, o fode, os terafins e os dolos. Assim retomaram o caminho,
colocando as crianas, o gado e os seus haveres frente da
coluna.
22 -23Quando j se encontravam a uma distncia razovel da casa de
Mica, viram este, mais uns vizinhos, correndo atrs deles,
gritando-lhes que parassem.O que pretendes tu, vindo assim a correr
atrs da gente?, perguntaram os de Dan.
24Ento vocs ainda me perguntam o que que eu pretendo depois de
me levarem todos os meus deuses, o meu sacerdote e sem me deixarem
nada!
25Tu tem mas cuidado com a maneira como falas. Pode algum com
nimo exaltado atirar-se a ti e matar-te.
26Os homens de Dan continuaram o seu caminho. Quanto a Mica, ao
constatar que no se podia haver com eles, pois que eram muito
numerosos, voltou para casa.
27 -29Os outros, na posse dos dolos de Mica e do sacerdote, l
chegaram cidade de Las, que nem sequer tinha guardas; por isso foi
s entrar e comear a matana do povo, acabando por incendiar a
cidade, deixando-a em runas. No houve ningum que pudesse auxiliar
aqueles habitantes, pois estavam muito longe de Sidom e no tinham
aliados na vizinhana, pois no se relacionavam com ningum. Isso
aconteceu num vale perto de Bete-Reobe. O povo de Dan reconstruiu
depois a cidade e ficou a viver ali. A localidade passou a
chamar-se Dan, o nome do pai da tribo, filho de Israel. No entanto
(como j foi referido) antes chamava-se Las.
30Ento instalaram os dolos e designaram Jnatas, filho de Gerson
e neto de Moiss, mais os seus filhos, para serem sacerdotes. Esta
famlia manteve-se como sacerdotes at altura em que a cidade foi
conquistada pelos seus inimigos.
31Portanto os dolos de Mica foram adorados pela tribo de Dan
todo o tempo que o tabernculo permanceu em Silo.
Juzes 19 (O Livro)
Juzes 19
O levita e a sua concubina
1Nesse tempo, em que ainda no havia rei em Israel, havia um
homem da tribo de Levi, vivendo num extremo da regio das colinas de
Efraim, que trouxe para sua casa uma rapariga de Belm para ficar a
viver com ele como concubina.
2 -3Porm a certa altura ela abandonou-o por outro e regressou
para casa do pai, em Belm, l ficando por uns quatro meses. O marido
pegou num criado e preparou-se para ir a Belm; aparelhou tambm mais
um jumento, que levou sem ningum. O seu intuito era trazer a
rapariga para casa de volta. Quando chegou a casa dela, ela
recebeu-o, apresentou-o ao pai, e mostrou-se alegre de o tornar a
ver.
4O pai pediu-lhe muito que ficasse l uns tempos, e ele aceitou,
ficando trs dias, mostrando-se satisfeitos de estarem juntos.
5 -8No quarto dia levantaram-se cedo, prontos para partir, mas o
pai insistiu para que tomassem ao menos o pequeno almoo antes da
viagem. Entretanto fez presso sobre ele para que ficasse mais um
dia, visto que tinham passado uns bons tempos juntos. A princpio o
levita recusou, mas o pai da moa tanto fez que ele acabou por
aceitar. Na manh seguinte, tornaram a levantar-se cedo e novamente
o pai instou: Fiquem mais hoje, e partam esta tarde, ao fim do dia.
E foi mais um dia de festa l em casa.
9De tarde, quando o casal mais o criado se preparavam para a
viagem, chega-se outra vez o pai: No vem que j tarde. Fiquem mais
esta noite. Fazemos um belo sero e amanh cedo podem iniciar a
viagem.
10Mas desta feita o homem foi inflexvel e partiram mesmo, tendo
chegado a Jerusalm (tambm chamada Jebus) j muito tarde.
11O criado disse-lhe: J muito tarde para viajar; fiquemos aqui
esta noite.
12 -13No. No podemos ficar aqui numa cidade pag, onde no h
ningum israelita. Vamos continuar at Gibe, ou mesmo se possvel at
Ram.
14 -15E assim continuaram a viagem. O Sol tinha-se posto h muito
quando atingiram Gibe, uma povoao da tribo de Benjamim; por isso
resolveram entrar e passar ali a noite. Mas como ningum os convidou
para os recolher em casa, decidiram dormir ali mesmo no meio da
praa.
16Nessa altura chegou-se um homem idoso, que regressava do
trabalho no campo, a caminho de casa. Era originrio das colinas de
Efraim, mas vivia agora em Gibe, apesar daquele ser o territrio de
Benjamim.
17Quando viu aqueles viajantes assim acampados em plena praa,
perguntou-lhes donde eram e para onde iam.
18 -19Estamos a caminho da nossa casa em Belm de Jud, respondeu
o levita. Vivo no extremo da regio das colinas de Efraim, perto de
Silo. Ficmos aqui porque ningum fez o gesto de nos recolher para
passar a noite, ainda que tenhamos suficiente alimento para os
nossos jumentos e comida e vinho que baste para ns prprios.
20No se preocupem. Vocs sero meus hspedes. Mas aqui que no vo
ficar. demasiado perigoso.
21E assim levou-os para casa. Deu de comer aos animais e depois
foram todos juntos jantar.
22Quando o ambiente comeava a aquecer, na alegria daquele
convvio, um bando de gente pervertida comeou a juntar-se em frente
da casa, batendo na porta, gritando para o velho dono da casa que
trouxesse para fora o homem que estava com eles, para que o
levassem.
23O homem idoso veio c fora falar com eles: No, meus irmos, no
faam um tal acto de tamanha loucura! Ele meu hspede. Ouam.
24Levem a minha filha, que virgem, e a mulher dele. Trago-as
aqui e faam delas o que quiserem, mas no levem por diante uma
coisas dessas com este homem.
25 -26Os outros contudo no aceitaram. Ento o levita trouxe a sua
concubina para fora, e empurrou-a para junto deles; aquela gente
abusou dela a noite inteira; pela madrugada deixaram-na. Ela
arrastou-se at entrada da casa e ali ficou at o dia clarear.
27Quando o levita ia a abrir a porta para seguir viagem, viu-a
cada, com as mos sobre o limiar da moradia.
28Levanta-te, disse-lhe, vamos embora.Mas no obteve resposta;
estava morta. Ento p-la sobre o jumento e levou-a para casa.
29 -30Chegado ao seu destino pegou num cutelo, partiu o corpo em
pedaos, e enviou um pedao a cada uma das tribos de Israel. A nao
inteira ficou escandalizada. Nunca se ouviu falar em tal crime,
desde que Israel saiu do Egipto, dizia toda a gente. Temos de fazer
qualquer coisa.
Juzes 20 (O Livro)
Juzes 20
Os israelitas lutam contra os benjamitas
1Assim toda a nao de Israel, atravs dos seus chefes, conseguiu
reunir uma tropa de quatrocentos mil homens, que se juntaram numa s
vontade perante o Senhor em Mizp.
2Vinham de toda a parte, desde Dan at Berseba, e mesmo do outro
lado do Jordo da terra de Gileade.
3A notcia daquela mobilizao geral em Mizp depressa chegou aos
ouvidos do povo de Benjamim. Entretanto os lderes de Israel
mandaram chamar o marido da mulher assassinada e quiseram saber
como tinha acontecido.
4 -7Chegmos de viagem a Gibe, na terra de Benjamim, para ali
passar a noite, comeou ele. Nessa mesma noite, homens de Gibe
chegaram-se casa onde estvamos, e quiseram matar-me; violaram a
minha mulher, que acabou por morrer. Por isso lhe separei o corpo
em doze pedaos que mandei por todo o Israel, pois que essa gente
cometeu um crime execrvel. Agora, filhos de Israel, digam o que
pensam; dem-me um conselho!
8 -10Todos, como um s homem, responderam: Nem um s dentre ns
regressar a casa antes de termos castigado a povoao de Gibe. Um
dcimo do exrcito ser escolhido, tirando sorte, para nos fornecer
mantimentos, e o resto de todos ns iremos destruir Gibe, vingando
esta horrvel aco.
11A nao inteira se uniu nesta tarefa.
12 -17Foram enviados mensageiros tribo de Benjamim, perguntando:
Vocs esto ao corrente do que aconteceu de terrvel no vosso meio?
Entreguem-nos essa gente m, da cidade de Gibe, para que os
executemos e expurguemos este mal de Israel.No entanto o povo de
Benjamim no quis dar seguimento a esta mensagem. Em vez disso
reuniram vinte e seis mil homens armados, que foram juntar-se aos
setecentos guardas locais de Gibe, para os ajudar a defenderem-se
do ataque do resto de Israel. (Entre estes havia tambm uns
setecentos homens canhotos, que eram esplndidos atiradores com a mo
esquerda. Eram capazes de acertar num alvo formado por um simples
cabelo; e nunca erravam.) O exrcito de Israel, sem contar com os
homens de Benjamim, eram quatrocentos mil.
18Antes da batalha a tropa de Israel foi primeiro a Betel para
pedir conselho a Deus: Qual a tribo que nos conduzir contra o povo
de Benjamim?O Senhor respondeu-lhes: Jud ir frente.
19 -25O exrcito todo iniciou a marcha na manh seguinte,
dirigindo-se a Gibe para atacar os de Benjamim. Mas o certo que a
tropa que defendia a cidade irrompeu de l corajosamente e conseguiu
matar, s naquele dia, vinte e dois mil israelitas. O exrcito de
Israel lamentou-se perante o Senhor, at noite, perguntando: Ser
justo continuarmos a lutar contra os nossos irmos de Benjamim?O
Senhor respondeu-lhes: Sim. Ento os soldados israelitas encheram-se
de coragem e encetaram um novo ataque no dia seguinte no mesmo
lugar. E mais uma vez perderam, nesse dia, dezoito mil homens de
guerra, todos experientes soldados.
26 -28Toda a nao foi chorar de novo perante o Senhor, em Betel,
jejuando at ao anoitecer, oferecendo holocaustos e ofertas de paz.
(Naqueles dias, a arca de Deus encontrava-se em Betel, e Finias,
filho de Eleazar, neto de Aro, era o sacerdote.)Os homens de Israel
perguntaram ao Senhor: Iremos de novo atacar os nossos irmos de
Benjamim, ou suspendemos a luta?Vo, pois que amanh sero vocs quem
h-de derrotar Benjamim, foi a resposta.
29 -31Os israelitas puseram emboscadas ao redor da cidade, e
atacaram uma terceira vez, formando em ordem de combate, como
habitualmente. Quando os de Benjamim sairam da cidade para os
enfrentar, a tropa de Israel recuou, com a inteno de afastar os
benjamitas da cidade. E tal como antes, estes ltimos comearam a
matar alguns adversrios, ao longo do caminho entre Betel e Gibe;
sempre houve uns trinta homens que morreram, assim.
32As tropas de Benjamim j gritavam: Estamos a derrot-los
novamente!, mas no percebiam que se tratava de um movimento
estratgico, combinado antecipadamente, fazendo com que os
benjamitas, ao persegui-los, se afastassem suficientemente da
cidade.
33 -45Assim, quando o grosso do exrcito israelita chegou a
Baal-Tamar, resolveu voltar-se e atacar a srio; os dez mil que
estavam emboscados a ocidente de Gibe mostraram-se, e avanaram
contra a retaguarda dos benjamitas, os quais nem sequer se davam
bem conta do tremendo desastre que lhes ia acontecer. Assim o
Senhor ajudou Israel a derrotar Benjamim, matando vinte e cinco mil
e cem homens deles nesse dia, tendo ficado apenas um pequeno resto
das suas foras militares.(Resumo da batalha:) O exrcito de Israel
recuou perante as tropas de Benjamim a fim de dar aos contingentes
que se achavam emboscados mais campo de manobra. Quando os de
Benjamim j tinham morto uns trinta israelitas, comearam a pensar
que estava segura uma nova matana massia, semelhana do que
acontecera antes. Mas nessa altura, os soldados emboscados saltaram
sobre a cidade, mataram todos os habitantes e incendiaram-na. A
grande nuvem de fumo que se levantou para o cu foi o sinal para os
israelitas se voltarem e atacarem a srio o exrcito benjamita, que
agora, olhando para trs, ficou apavorado ao verificar que a sua
cidade fora incendiada e que ficavam numa situao angustiosa. Assim
comearam a fugir para o deserto; os israelitas contudo
perseguiram-nos. As tropas que tinham ficado emboscadas,
juntaram-se a eles para liquidar a retaguarda dos adversrios.
Cercaram dessa forma as foras de Benjamim a oriente de Gibe e
mataram muitos deles ali. Dezoito mil soldados de Benjamim morreram
nesse dia. O resto fugiu para o deserto em direco da rocha de
Rimom, mas cinco mil ainda foram mortos no caminho para l e mais
dois mil perto de Gidom.
46 -48Desta maneira a tribo de Benjamim perdeu vinte e cinco mil
bravos combatentes nesse dia, ficando apenas uns seiscentos que
escaparam refugiados no rochedo de Rimom, onde se esconderam
durante quatro meses. O exrcito de Israel voltou e matou toda a
populao de Benjamim - homens, mulheres, crianas, gado - incendiando
todas as cidades e povoaes em toda a terra deles.
Juzes 21 (O Livro)
Juzes 21
Mulheres para os benjamitas
1 -2Os lderes de Israel tinham prometido em Mizp nunca mais
deixar as suas filhas casarem com homens da tribo de Benjamim. Os
chefes israelitas reuniram-se depois em Betel, diante de Deus,
chorando amargamente at noite.
3 Senhor Deus de Israel, clamavam eles, porque que isto teve de
acontecer, que agora falte uma das nossas tribos?
4 -5Na manh seguinte levantaram-se cedo e construram um altar,
oferecendo sacrifcios e ofertas de paz sobre ele. Ento uma pergunta
lhes veio a