UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEORIA E PRÁTICA Preferência Alimentar de Sitophilus oryzae (Linnaeus, 1763) (Coleoptera: Dryophthoridae) a diferentes variedades de arroz e avaliação de perdas. Gabriel Alan Crein Rodrigues Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana . 07/2013
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07/2013ib.rc.unesp.br/Home/Pesquisa58/CEIS-CentrodeEstudosdeInsetosSocia... · enquanto que em grãos armazenados os danos são definitivos e ... encontram em tecidos vegetais teores
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEORIA E PRÁTICA
Preferência Alimentar de Sitophilus oryzae (Linnaeus, 1763) (Coleoptera: Dryophthoridae) a diferentes variedades de arroz
e avaliação de perdas.
Gabriel Alan Crein Rodrigues
Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana .
07/2013
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEORIA E PRÁTICA
Preferência Alimentar de Sitophilus oryzae (Linnaeus, 1763) (Coleoptera: Dryophthoridae) a diferentes variedades de arroz
e avaliação de perdas
Gabriel Alan Crein Rodrigues
ORIENTADORA: Dra. Ana Eugênia de Carvalho Campos CO-ORIENTADOR: PqC. Francisco José Zorzenon
Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana .
07/2013
Resumo
O arroz é um alimento de extrema importância mundial, fornecedor de 20% da energia
alimentar para o conjunto de países em desenvolvimento. O Brasil é o maior produtor e
consumidor de arroz entre os países ocidentais. Algumas das principais e mais
destrutivas pragas infestantes do arroz armazenado pertencem ao gênero Sitophilus.
Diversas pesquisas apontam a preferência alimentar de insetos relacionada com a
qualidade nutricional do alimento. O objetivo deste trabalho foi averiguar a
reprodutividade de Sitophilus oryzae (Linnaeus, 1763) (Coleoptera: Dryophthoridae) em
oito diferentes variedades de arroz e avaliar as perdas causadas por esta praga. Para a
condução do experimento foi utilizado oito variedades de arroz: arroz agulha branco,
houve uma diferença estatística significativa (H=31.191; p<0,0001) ao nível de
significância de 5% com 7 graus de liberdade. O teste de post-hoc de Bonferroni, indica
que a diferença entre os postos médios das abundâncias numéricas de S. oryzae
quando se compara as variedades de arroz agulha branco com arroz agulha preto,
arroz aromático jasmine com arroz agulha integral, arroz jasmine com arroz agulha
preto e arroz sasanishiki com arroz preto foram as diferenças responsáveis pelo valor
muito significante da análise de Kruska-Wallis (Tabela 3).
Tabela 3: Diferenças significativas entre os postos médios das abundâncias de S. oryzae que se desenvolvem em variedades distintas de arroz por meio do teste de post-hoc de Bonferroni.
A comparação do consumo nas oito diferentes variedades de arroz estudadas, a
análise de Kruskal-Wallis (H) também mostrou que houve uma diferença estatística
muito significante (H=33.989; p<0,0001) com nível de significância de 5% com 7 graus
de liberdade. O teste de post-hoc de Bonferroni indicou que a diferença entre os postos
médios do consumo de arroz pelo S. oryzae, quando se compara as variedades de
arroz agulha branco com arroz agulha vermelho, arroz agulha branco com arroz agulha
preto, arroz aromático jasmine com arroz agulha vermelho, arroz aromático jasmine
com arroz agulha preto e arroz sasanishiki com arroz agulha preto foram as diferenças
responsáveis pelo valor muito significante da análise de Kruskal-Wallis (Tabela 4).
Tabela 4: Diferenças significativas entre os postos médios do consumo de S. oryzae em variedades distintas de arroz por meio do teste de post-hoc de Bonferroni.
Tanto a produtividade como o consumo de S.oryzae foram maiores em
variedades de arroz integrais. E as diferenças significativas da analise de Kruskal-
Wallis também se deu entre as variedades de arroz integrais e arroz polido. Os
Comparações Dif. Postos z calculado
arroz branco-arroz preto 27,2 3,6788
arroz jasmine-arroz agulha integral 25,2 3,4083
arroz jasmine-arroz preto 31,4 4,2469
arroz sasanishiki-arroz preto 24,2 3,2731
(p<0.05; Zcrítico = 3.125).
Comparações Dif. Postos z calculado
Arroz branco - Arroz agulha vermelho 24 3,246
Arroz branco - Arroz preto 30,6 4,1387
Arroz jasmine - Arroz agulha vermelho 25 3,3813
Arroz jasmine - Arroz preto 31,6 4,2739
Arroz sasanishiki - Arroz preto 25,8 3,4895
(p<0.05; Zcrítico = 3.125).
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resultados nesta pesquisa demonstraram que a preferência do S. oryzae é maior por
variedades de arroz integrais.
O arroz integral é obtido da descascagem, que é a separação da casca da
cariopse do grão. Este por sua vez pode ser polido para a remoção do farelo
(pericarpo, tegumento, camada de aleurona e gérmen) para obtenção do arroz branco
polido. A camada de aleurona removida nesse processo apresenta grãos de aleurona
que são os principais materiais de reserva de proteínas em sementes (WALTER et al.,
2008). No arroz a composição média de proteína em grãos integrais é de 10,46%,
maior que a média em arroz branco polido que é de 8,94% (STORCK, 2004). Portanto
provavelmente a preferência do S. oryzae está ligada com a composição protéica das
variedades de arroz integrais.
Resultados semelhantes foram obtidos por Pacheco (2009), que pesquisou a
preferência de Sitophilus sp. em arroz cultivado em diferentes manejos de solo. Nesse
trabalho foi observada a preferência foi maior por variedades de arroz adubadas que
tiveram maior quantidade de proteína.
Walter (2009) em pesquisa para diferenciar componentes químicos entre
variedades de arroz com pericarpo marrom-claro, vermelho e preto, avaliou maiores
concentrações de proteína em grãos com pericarpo vermelho e preto. Variedades estas
que foram preferência no presente estudo. Matsue & Ogata em 1998 também
verificaram valores maiores de proteína em variedades de arroz vermelho e preto em
comparação com arroz branco.
Souza et al., (2012) em estudo de preferência alimentar de S. oryzae em relação
a arroz, milho e trigo verificaram a preferência por trigo, também relacionada a maiores
concentrações de proteína nesse cereal.
Altos valores protéicos disponibilizam maiores quantias de aminoácidos que são
essenciais para a produção de tecidos e enzimas, alem disso o nitrogênio tem função
em todos os processos metabólicos e em codificação genética, sendo a quantidade
deste um fator que limita o crescimento e fecundidade de insetos (PARRA, 1991).
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6. Conclusões
• Devido as maiores taxas protéicas, as variedades de arroz integrais foram
preferidas pelo S. oryzae, devendo ser adotadas medidas de controle e
prevenção mais minuciosas.
• Pelos resultados obtidos as variedades de arroz integrais são as mais
recomendadas para uma criação de S. oryzae em laboratório.
• Vale a consideração de que esta pesquisa em processo piloto obteve um
resultado diferente deste, no qual foi utilizado arroz de outra marca. O arroz
utilizado anteriormente não permitiu o desenvolvimento dos insetos, o que
provavelmente era por resíduos de agrotóxicos. Isso abre possibilidade para
novos estudos com metodologia semelhante, que indique a possível presença
de resíduos químicos.
NÃO SERIA INTERESSANTE ALGO ASSIM:
RECOMENDAÇÃO: DESTACAR A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DE INSETICIDAS
EM TRABALHOS DESTE TIPO?????
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7. Referências Bibliográficas
ATHIÉ, I., CESAR DE PAULA, D. Insetos de Grãos Armazenados. Aspectos
Biológicos e Identificação. 2º Ed. São Paulo: Livraria Varela, 224p. 2002.
BOIÇA JUNIOR, A. L.; LARA, F. M.; LUCCIN, L. M.; COSTA, G. M. Avaliação dos
efeitos da adubação em genótipos de milho sobre a incidência de Spodoptera
frugiperda (SMITH, 1797), Helicoverpa zea (BODDIE, 1850) e Sitophilus
zeamais Mots., 1855. Cultura Agronomica, Ilha Solteira, vol.5, n.1, p.39-50,
1996.
CAMPOS, T.C., ZORZENON, F.J. Pragas dos Grãos e Produtos Armazenados.
Boletim Técnico – Instituto Biológico. n.17. São Paulo – SP. 47p. 2006.
CHABOUSSOU, F. Plantas doentes pelo uso de agrotóxicos: teoria da trofobiose.
Porto Alegre: L&PM, 256p. 1987.
FAO, Food and Agriculture Organization of United Nations. International Year of Rice