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CADERNO DE ATENÇÃO BÁSICA N˚ 17 SAÚDE BUCAL - ATUALIZADO E ILUSTRADO - FOUSP, 2012 Caderno de Atenção Básica no 17 - Saúde Bucal - Ministério da Saúde 1 Traumatismo Dentário em Dentes Jovens Objetivos O objetivo é permitir ao cirurgião-dentista atuar sobre os casos de traumatismo dentário, auxiliando-o a identificar o tipo de trauma presente, além de orientar o profissional a tratar com maior segurança e precisão, diminuindo o alto risco de insucesso que ocorrem nas situações de trauma. Este roteiro também se propõe a alertar o cirurgião-dentista para seu papel de educador preventivo junto à sociedade para que os índices de traumatismos dentários diminuam e que se promova saúde bucal a toda população. Aspectos Conceituais e Epidemiológicos O traumatismo dentário é considerado atualmente um problema de cunho social e não apenas mais uma modalidade de acontecido odontológico, pois cerca de 40% das crianças em idade escolar sofreram ou sofrerão algum tipo de injúria traumática que atinge boca e dentes. Pesquisas em âmbito mundial mostram que perto de 5 milhões de dentes são perdidos anualmente devido a: traumas, contusões, quedas, acidentes, violência, atividades esportivas e recreativas, hábitos nocivos, entre muitas outras situações (fig. 1). Figura 1 - Dente perdido Procedimentos básicos de urgência em casos de traumatismos dentários de dentes permanentes jovens. Objetivos Aspectos Conceituais e epidemiológicos Fatores de Risco Página 1 1. Como proceder nos acidentes 2. Atendimento inicial Página 2 3. História do Trauma Página 2 4. O que fazer? Página 5 6. Referências e Créditos Página 5 e 6 Capítulos Atualizado e Ilustrado
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06 Trauma Dental em dentes jovens

Mar 11, 2016

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Capítulo do Caderno de Atenção Básica n.17 - Saúde Bucal, atualizado e ilustrado. FOUSP, 2012.
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Caderno de Atenção Básica no 17 - Saúde Bucal - Ministério da Saúde 1

Traumatismo Dentário em Dentes Jovens

Objetivos! O objetivo é permitir ao cirurgião-dentista atuar sobre os casos de traumatismo dentário, auxiliando-o a identificar o tipo de trauma presente, além de orientar o profissional a tratar com maior segurança e precisão, diminuindo o alto risco de insucesso que ocorrem nas situações de trauma.

! Este roteiro também se propõe a alertar o cirurgião-dentista para seu papel de educador preventivo junto à sociedade para que os índices de traumatismos dentários diminuam e que se promova saúde bucal a toda população.

Aspectos Conceituais e Epidemiológicos! O traumatismo dentário é considerado atualmente um problema de cunho social e não apenas mais uma modalidade de acontecido odontológico, pois cerca de 40% das crianças em idade escolar sofreram ou

sofrerão algum tipo de injúria traumática que atinge boca e dentes.

! Pesquisas em âmbito mundial mostram que perto de 5 milhões de dentes são perdidos anualmente devido a: traumas, contusões, quedas, acidentes, violência, atividades esportivas e recreativas, hábitos nocivos, entre muitas outras situações (fig. 1).

Figura 1 - Dente perdido

Procedimentos básicos de urgência em casos de traumatismos dentários de dentes permanentes jovens.

Objetivos

Aspectos Conceituais e epidemiológicos

Fatores de Risco

Página 1

1. Como proceder nos acidentes

2. Atendimento inicial

Página 2

3. História do Trauma

Página 2

4. O que fazer?

Página 5

6. Referências e Créditos

Página 5 e 6

Capítulos Atualizado e Ilustrado

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Fatores de Risco!

! Algumas crianças têm um risco particular para os traumatismos dentais, principalmente aquelas sem coordenação motora definida, ou as que tem dentes proeminentes (overjet – fig. 2), ou ainda aquelas com deficiência visual.

! Porém, a maioria das ocorrências traumáticas ocorre durante as atividades recreativas ou esportivas (fig. 3), seja no âmbito escolar, clube, espaços como parques e praia, na rua ou, e principalmente, dentro da própria casa.

! Os dentes mais atingidos são os incisivos centrais superiores, seguidos dos laterais e caninos.

Figura 2 – Dentes proeminentes – Overjet

Figura 3 – Trauma em atividade recreativa

! As ocorrências traumáticas dependem das habilidades desenvolvidas e de riscos específicos para cada faixa etária:

! Durante a infância: acidentes envolvendo o carrinho de bebê ou andadores

! Entre 1 e 3 anos de idade ou até mais, a criança começa a desenvolver a coordenação, aprendem a andar e tornam-se mais irrequietos, então os traumas se relacionam com quedas e tombos.

! Crianças em idade escolar, nas brincadeiras em playground, jogos e bicicletas, têm maior índice de trauma devido a quedas ou empurrões.

! Na adolescência e idade adulta são mais comuns os traumas devido a esportes (fig. 4), brigas, acidentes com veículos automotivos e assaltos.

Figura 4 – Trauma em atividade esportiva

! É importante salientar que uma criança tratada com brutalidade pode causar, pelo mau exemplo recebido, situações de traumas em outras crianças de qualquer idade.

1. Como proceder nos acidentes1.1.! O LOCAL DO ACIDENTE

! Assegure-se que a área é segura e protegida de outros acidentes ou de pessoas inabilitadas antes de

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! Se você se sentir inseguro ou não habilitado para realizar qualquer manobra,

busque ajuda imediatamente, mas antes forme uma rápida primeira impressão do acidentado.

1.2.! A PRIMEIRA IMPRESSÃO

! Observe o acidentado, acalmando-o e pedindo para que fique deitado (fig. 5), verificando se lesões graves óbvias estão presentes, quando deve-se CHAMAR RESGATE MÉDICO IMEDIATAMENTE.

Figura 5 – Primeira impressão

! Mesmo que um serviço de emergência seja chamado, este pode demorar alguns minutos.

Neste momento sua ajuda pode ser muito importante, inclusive salvando vidas, ou propiciando um tratamento adequado das áreas atingidas pelo trauma.

! Lesões cervicais podem estar presentes, não movimente o acidentado bruscamente.

! Se o acidentado não responder aos comandos de voz, estabeleça um nível de consciência dando uma leve sacudida em seus ombros segurando a cabeça e o pescoço em linha.

2. Atendimento Inicial2.1.! V E N T I L A Ç Ã O – V I A S A É R E A S – RESPIRAÇÃO

! Avalie se ocorreu avulsão dental, hemorragia, sangue na orofaringe ou se um dente foi deglutido, que podem dificultar a ventilação. Em fraturas da mandíbula, um deslocamento da língua para trás pode também causar obstrução aérea.

! Avalie a cor dos lábios, língua e mucosas; se estiver mais azulada, pode haver comprometimento respiratório.

! Tente escutar se o som da respiração está diferente. Se a ventilação ou a respiração estiver inadequada CHAME O RESGATE MÉDICO IMEDIATAMENTE

! Neste caso, posicione a pessoa deitada, tente oferecer ventilações efetivas (boca–a–boca, boca–a–máscara) se souber fazê-las.

2.2.! CIRCULAÇÃO

!

! Controle pequenas hemorragias com uma pressão firme sobre a área usando pano limpo.

! Se houver “choque” (pele fria e pegajosa, suor abundante, respiração rápida e fraca, sensação de frio, agitação ou inconsciência), pode haver comprometimento com conseqüências gravíssimas. LEVE RAPIDAMENTE PARA ATENDIMENTO HOSPITALAR

2.3.! ESTADO MENTAL

!

! Avalie se ocorre amnésia, períodos de inconsciência, tonturas e dor de cabeça intensa.

! Pupilas dilatadas, olhares fixos ou desiguais, indicam uma concussão cerebral ou injúria cerebral grave.

SE POSSÍVEL LEVE O ACIDENTADO AO HOSPITAL OU CHAME RESGATE

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3.História do Trauma Dental

! Não existe uma ordem cronológica para que os dados a seguir sejam obtidos, pois algumas situações exigem rapidez no atendimento e o questionamento pode acontecer concomitantemente à realização do tratamento.

! Lembre-se que a coleta adequada dos dados e a transcrição para ficha apropriada indica o caminho correto para o tratamento e guarda o cirurgião-dentista do ponto de vista ético e legal.

3.1.! HISTÓRIA MÉDICA DO PACIENTE

! Sempre questione o paciente, pais ou responsáveis, se o paciente é alérgico a algum medicamento ou outro produto, se está sob tratamento médico, qual o problema e quais medicamentos está utilizando e se possui imunização ao tétano.

3.2.! DADOS DO ACIDENTE

! Sempre que o paciente estiver consciente pergunte sobre o que gerou o trauma; se não estiver, para quem o acompanha.

! Verifique o tempo decorrido desde o trauma e questione sobre o local do acidente quanto às condições de higiene, tipo de superfície, e analise que tipo de objeto atingiu o acidentado.

Violência doméstica

! Cabe aos professores e profissionais de saúde também avaliar se uma criança está traumatizada devido a violência doméstica ou abuso infantil.

! Sabe-se que cerca de 70% de crianças hospitalizadas devido a violência doméstica apresentam lesões da cabeça, face e boca.

! Existem alguns indicadores primários para a identificação de crianças maltratadas:

• a criança apresenta-se suja

• queimaduras por pontas de cigarro e outras

• mordidas, marcas de agarrões, marcas de cinto ou correntes

• abrasões e lacerações em locais incomuns e com histórias improváveis

• marcas de estrangulamento no pescoço, orelhas traumatizadas por beliscões ou puxões e lesões incomuns na pele, com diagnóstico dermatológico indefinido.

! No complexo orofacial: contusões na face, nas estruturas periorais, no palato, lábios e assoalho da boca; lacerações na face, nas mucosas e nos freios labial e lingual; queimaduras na face ou em mucosas (resultado do uso de instrumentos, substâncias químicas, tóxicas, e líquidos ferventes), fraturas nos ossos da face; e, injúrias dentárias, como avulsão e escurecimento da coroa.

3.3.! EXAME FÍSICO DETALHADO

! Antes de levar a criança ou adolescente para atendimento especializado, ou no aguardo dos pais ou responsáveis, pode-se realizar uma observação clínica que auxiliará no prognóstico do caso e em algumas situações deve-se intervir imediatamente para que o sucesso posterior seja alcançado.

! Dê atenção particular à região orofacial durante este exame físico inicial. Observe se há uma assimetria facial, edema (inchaço) ou áreas com depressão na face, corpos estranhos ou desvios na mandíbula (perceba ao abrir e fechar a boca).

! Pode-se fazer uma inspeção intraoral anotando o que está alterado, como mudanças de cor nos dentes, áreas com sangramento e cortes.

! Quanto aos dentes, avalie se houve perda de fragmentos, se estão doloridos ou com mobilidade.

! Observe ainda se dentes perdidos ou seus fragmentos estão “encravados” em algum lugar da boca, ou mesmo se estes foram aspirados.

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4.O que fazer?! Qualquer tipo de acidente que envolva traumatismo na região da boca e face deve ser indicado para tratamento odontológico, independentemente da sua aparente gravidade, pois muitas vezes, mesmo que o aspecto visual não demonstre nenhum tipo de alteração, pode haver fraturas de raiz, dentes abalados, fragmentos escondidos no lábio e mucosa, microfraturas na face, entre outros prejuízos ao paciente.

Dentes fraturados (“quebrados”)

Fraturas de esmalte/ esmalte e dentina com ou sem exposição pulpar

Fraturas coronoradiculares

Fraturas radiculares

! Coloque uma gaze apenas umidecida em soro fisiológico (na ausência do soro use água) no local e peça para o paciente morder suavemente.

! Busque os fragmentos perdidos e coloque-os num copo com soro (na ausência, água).

! Encaminhar para tratamento odontológico assim que possível, para realizar colagem ou restaurações e verificar a necessidade de tratamento endodôntico. (fig. 6 a e b).

Figura 6a – Fratura de esmalte e dentina

Figura 6b – Restauração de Fratura de esmalte e dentina

• Fraturas coronoradiculares podem exigir recuperação periodontal ou extrusão ortodôntica (fig.7).!

!

Figura 7 – Fratura coronoradicular

• Fraturas radiculares devem ser reposicionadas rapidamente e contidas com fio rígido por cerca de 3 meses, avaliando-se a necessidade de tratamento endodôntico. (Fig. 8a e b)

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Figura 8a – Fratura radicular

Figura 8b – Fratura radicular estabilizada

Dentes extruídos (dentes deslocados para fora, mas ainda no local)

Luxações extrusivas

• Suavemente reposicione o dente forçando-o em direção ao alvéolo.

• Peça para o paciente morder uma gaze ou manter a boca fechada.

• Encaminhar para tratamento odontológico imediato para realizar contenção flexível (geralmente por 2 semanas) e acompanhar a necessidade ou não de realizar tratamento endodôntico (fig. 9).

Figura 9 – Luxação extrusiva

Dentes deslocados (para frente, para trás ou lateralmente)

Luxações laterais

• Peça para o paciente tentar manter a boca fechada.

• Encaminhar para tratamento odontológico imediato para reposição e contenção por cerca de 2 semanas e acompanhar a necessidade ou não de realizar tratamento endodôntico (fig. 10).

Figura 10 – Luxação lateral

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Dentes intruídos (dentes deslocados para dentro do alvéolo)

Luxações intrusivas

• Aguardar extrusão fisiológica por até 2 semanas . Se não acontecer, buscar extrusão ortodôntica.

• Sempre realizar tratamento endodôntico (fig. 11).

Figura 11 – Luxação intrusiva

Dentes avulsionados (expulsão completa do dente)

Avulsão dentária

• Localize o dente avulsionado.

• Se for um dente decíduo (“de leite”), geralmente em crianças até 6 anos de idade, não há necessidade de reimplante, mas leve o dente e a criança imediatamente ao dentista especializado.

• Em dentes permanentes, segure o dente sempre pela coroa, nunca pela raiz.

• Nunca escove ou esfregue o dente mesmo que esteja com sangue, apenas lave-o com água corrente durante 30 segundos.

• Tenha coragem (lembre-se que o tratamento depende do tempo e o reimplante deve acontecer de preferência em até 60 minutos).

• Reimplante imediatamente o dente, forçando-o suavemente em seu espaço original (figs. 12a, b, c, d).

Figuras 12a - Avulsão dentária; 12b - dente avulsionado; 12c - reposicionamento no alvéolo; 12d - dente

reposicionado com contenção flexível

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4. Referências e CréditosANDREASEN JO, ANDREASEN EM. Traumatismo Dentário. São Paulo: Panamericana, 1991.

CALDEIRA CL Protocolo de Atendimento de Dentes Traumatizados do CADE FOUSP (Centro de Atendimento Dentística e Endodontia da FOUSP), disponível em www.fo.usp.br, acesso em outubro de 2007.

FLORES MT, ANDREASEN JO, BAKLAND LK. Guidelines for the evaluation and management of traumatic dental injuries. 2007.

KENNY DJ, BARRETT EJ, CASAS MJ. Avulsions and Intrusions: The Controversial Displacement Injuries. J Can Dent Assoc 2003; 69(5):308–13.

RAM D, COHENCA N. Therapeutic Protocols for Avulsed Permanent Teeth: Review and Clinical Update. Pediat Dent, 26:3, 2004.

TROPE M. Clinical management of the avulsed tooth: present strategies and future directions. 2002.

CréditosAtualização do Caderno de Atenção Básica em Saúde Bucal (link do original) – 2012:

Prof. Celso Luis Caldeira – FOUSP

Profa. Carmen Vianna Abrão – FOUSP

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