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02. pais e filhos

Jun 15, 2015

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PAIS E FILHOS

Em Sua sabedoria, o Senhor determinou que a família seja o maior dentre todos os fatores educativos. É no lar que a educação da criança deve se iniciar. Ali está a sua primeira escola. Ali, tendo seus pais como instrutores, terá a criança de aprender as lições que a devem guiar por toda a vida - lições de respeito, obediência, reverência e domínio próprio. As influências educativas do lar são uma força decidida para o bem ou para o mal. São, em muitos sentidos, silenciosas e graduais, mas, sendo exercidas na direção devida, tornam-se fator de grande alcance em prol da verdade e justiça. Se a criança não é instruída corretamente ali, Satanás a educará por meio de fatores de sua escolha. Quão importante, pois, é a escola do lar! (CPPE, 107)

A cultura da alma, que dá pureza e elevação aos pensamentos e perfume às palavras e aos atos, requer um esforço mais solícito. É necessário paciência para extirpar do jardim do coração todo o mau intuito. O ensino espiritual em caso algum deve ser negligenciado, pois "o temor do Senhor é o princípio da sabedoria". Sal. 111:10. Para alguns a educação é posta em seguida à religião, mas a verdadeira educação é religião. A Bíblia deve ser o primeiro livro da criança. (CPPE, 108)

Por qualquer razão, muitos pais não gostam de dar aos filhos instrução religiosa; e deixam que eles apanhem na Escola Sabatina o conhecimento que é seu privilégio e dever comunicar. Esses pais deixam de atender à responsabilidade sobre eles posta, de darem aos filhos uma educação cabal. Deus ordena a Seu povo criar os filhos na doutrina e admoestação do Senhor. O que significa doutrina e admoestação do Senhor? Significa ensiná-los a dirigir a vida pelos apelos e lições da Palavra; auxiliá-los a adquirir uma compreensão clara das condições de entrada na cidade de Deus. Não é a todos os que quiserem entrar que se abrirão as portas daquela cidade, mas apenas aos que estudaram para conhecer a vontade de Deus, e entregaram a vida à Sua direção. (CPPE, 109)

A mãe é a rainha do lar, e os filhos são os seus súditos. Deve governar a casa sabiamente, na dignidade de sua maternidade. Sua influência no lar deve ser excelsa; sua palavra, lei. Se é cristã, sob o governo de Deus se imporá ao respeito dos filhos. Dizei a vossos filhos exatamente o que exigis deles. Então compreendam eles que vossa palavra deve ser obedecida. Assim estais a ensiná-los a respeitar os mandamentos de Deus, que positivamente declaram: farás isto ou não farás.

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Poucos pais começam devidamente cedo a ensinar seus filhos a obedecer. Consente-se usualmente que a criança tome aos pais a dianteira aos dois ou três anos, deixando aqueles de discipliná-la por julgarem que seja muito nova para aprender a obedecer. Mas em todo esse tempo o eu está se tornando forte no pequeno ser, e cada dia torna mais difícil a tarefa do pai, de conseguir o domínio. Em mui tenra idade as crianças podem compreender o que lhes é dito clara e simplesmente, e mediante uma direção bondosa e cuidadosa podem ser ensinadas a obedecer. Nunca se lhes deve permitir mostrar desrespeito para com os pais. Nunca se deve permitir que a obstinação passe sem ser reprimida. O futuro bem-estar da criança requer disciplina bondosa e amável, mas firme.

Há uma cega afeição que dá às crianças o privilégio de fazerem como lhes apraz. Consentir, porém, que a criança siga seus impulsos naturais corresponde a consentir que ela se corrompa e se torne hábil no mal. Os pais prudentes não dirão a seus filhos: "Sigam o que quiserem; vão aonde quiserem; façam o que quiserem"; antes dirão: "Ouvi a instrução do Senhor." Devem-se fazer regras e regulamentos sábios, e pôr em execução, a fim de que a beleza da vida doméstica não se perverta. É impossível descrever os males que resultam de deixar a criança entregue à sua própria vontade. (CPPe, 111/ 112)

Quando pais e filhos se encontrarem, no dia do ajuste final, que cena se apresentará! Milhares de filhos que foram escravos do apetite e de vícios degradantes, cujas vidas são ruínas morais, estarão face a face com os pais que os tornaram o que são. Quem, senão os pais, tem de arcar com esta terrível responsabilidade? Foi o Senhor que tornou corruptos esses jovens? Oh, não! Quem, então, perpetrou esta obra terrível? Não foram os pecados dos pais transmitidos aos filhos, na forma de apetites e paixões pervertidos? E não foi completada a obra por aqueles que negligenciaram a sua educação de acordo com o modelo dado por Deus? Tão certo como eles existem, terão esses pais de passar em revista diante de Deus. Christian Temperance and Bible Hygiene, págs. 76 e 77. (CSRA, 38)

Grande é a responsabilidade posta sobre pais e mães, e a honra a eles conferida nesse fato de que devem ocupar o lugar de Deus para com os filhos. Seu caráter, vida diária e métodos de educação serão para os pequeninos a interpretação das palavras de Deus. Sua influência há de atrair ou alienar a confiança dos pequeninos seres nas promessas divinas. (CBV, 375)

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O Lar é o Coração de Toda Atividade

A sociedade compõe-se de famílias, e é o que a façam os chefes de família. Do coração "procedem as saídas da vida" (Prov. 4:23), e o coração da sociedade, da igreja e da nação, é o lar. A felicidade da sociedade, o êxito da igreja, a prosperidade da nação, dependem das influências domésticas. (Ciência do Bom Viver, pág. 349.)

A elevação ou decadência do futuro da sociedade serão determinadas pelos costumes e a moral da juventude que cresce ao nosso redor. Como a juventude é educada e como é moldado o seu caráter na infância em hábitos virtuosos, domínio próprio e temperança, assim será sua influência na sociedade. Se os jovens são deixados sem esclarecimento e sem controle, tornando-se em conseqüência voluntariosos, intemperantes em apetite e paixão, assim será sua influência futura em moldar a sociedade. As companhias que a juventude mantém agora, os hábitos que forma, os princípios que adota, são uma indicação da espécie de sociedade do futuro. Pacific Health Journal, junho de 1890. (L.A, 15)

O Privilégio dos Pais na Educação dos Filhos

Os pais devem considerar isso. Eles precisam compreender os princípios que fundamentam o cuidado e a educação das crianças. Devem ser capazes de criá-las sadias física, espiritual e moralmente. Os pais devem estudar as leis da natureza. Cumpre-lhes familiarizar-se com o organismo humano. Devem conhecer as funções dos vários órgãos, suas relações e dependências mútuas. Devem estudar a relação entre as faculdades mentais e físicas, e as condições exigidas para a ação saudável de cada uma delas. Assumir as responsabilidades da paternidade sem esse preparo é um pecado. (CBV, 380)

Grande é a responsabilidade posta sobre pais e mães, e a honra a eles conferida nesse fato de que devem ocupar o lugar de Deus para com os filhos. Seu caráter, vida diária e métodos de educação serão para os pequeninos a interpretação das palavras de Deus. Sua influência há de atrair ou alienar a confiança dos pequeninos seres nas promessas divinas. (CBV, 375)

Todo lar cristão deve ter regulamentos; e os pais, em palavras e comportamento de um para com o outro, devem dar aos filhos um exemplo precioso e vivo do que desejam que eles sejam. A pureza da linguagem e a verdadeira cortesia cristã devem ser constantemente praticadas. Ensinai as crianças e os jovens a se respeitarem a si mesmos, a serem leais para com Deus, leais aos princípios; ensinai-os a respeitar e obedecer à lei de Deus.

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Esses princípios lhes regerão a vida e serão guiados em suas relações com os demais. Eles criarão uma atmosfera pura, cuja influência encorajará as almas débeis no caminho ascendente que conduz à santidade e ao Céu. Seja cada lição de molde a elevar e enobrecer o caráter, e os registros feitos nos livros do Céu serão de tal natureza que vos não envergonhareis de contemplá-los no juízo.

As crianças que recebem esta espécie de instrução... estarão aptas a ocupar lugares de responsabilidade e, por preceito e exemplo, estarão constantemente ajudando outros a procederem retamente. Aqueles cujas sensibilidades morais não foram entorpecidas, apreciarão os retos princípios; darão justo valor aos seus dotes naturais, e farão o melhor uso de suas faculdades físicas, mentais e morais. Tais almas são vigorosamente fortalecidas contra a tentação; estarão protegidas por um muro que não será facilmente derribado. Special Testimonies, Série B, nº 16, págs. 4 e 5. (L. A, 17)

Muito depende do pai e mãe. Devem eles ser firmes e bondosos em sua disciplina, e devem trabalhar o mais diligentemente a fim de terem uma família bem ordenada, correta, e possam os anjos celestiais serem aí atraídos a fim de comunicar paz e uma influência odorífera. Manuscrito 14, 1905. (L.A, 17).

Administrai as regras do lar com sabedoria e amor, e não com vara de ferro. As crianças corresponderão com uma obediência voluntária, à regra do amor. Elogiai vossos filhos sempre que possível. Tornai sua vida tão feliz quanto possível. ... Conservai macio o terreno do coração, por meio da manifestação de amor e afeto, preparando-o assim para a semente da verdade. Lembrai-vos de que o Senhor dá à terra não somente nuvens e chuva, mas a linda e risonha luz solar, fazendo com que a semente germine e apareçam as flores. Lembrai-vos de que as crianças necessitam não somente de repreensão e correção, mas também de animação e elogio, a grata satisfação das boas palavras. Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, pág. 114.

O vínculo da família é o mais íntimo, o mais terno e sagrado de todos na Terra. Foi designado a ser uma bênção à humanidade. E assim o é sempre que se entre para o casamento inteligentemente, no temor de Deus, e tomando em devida consideração as suas responsabilidades. A Ciência do Bom Viver, págs. 356 e 357.

Desde a infância necessitam os jovens que uma firme barreira se levante entre eles e o mundo, para que a influência corruptora deste não os possa afetar. Conselhos aos Pais. Professores e Estudantes, pág. 119.

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A primeira obra a ser feita no lar cristão é ver que o Espírito de Deus aí habite, que todo membro da família seja capaz de tomar sua cruz e seguir aonde Jesus o conduzir. Manuscrito 17, 1891. (L. A, 19)

O lar deve ser para as crianças o mais atrativo lugar do mundo, e sua maior atração deve ser a presença da mãe. As crianças têm natureza sensível e amorosa. Facilmente se consegue agradá-las, e facilmente também se sentem infelizes. Mediante uma disciplina branda, com palavras e atos amáveis, as mães podem unir os filhos ao seu coração. A Ciência do Bom Viver, pág. 388.

Os filhos são a herança do Senhor e Lhe somos responsáveis pela administração de Sua propriedade. ... Trabalhem igualmente os pais para a família com amor, fé e oração, até que possam ir a Deus com alegria e dizer: "Eis-me aqui, com os filhos que me deu o Senhor." Isa. 8:18. Parábolas de Jesus, págs. 195 e 196.

Os filhos são entregues aos pais como precioso depósito, o qual Deus um dia requererá de suas mãos. Devemos dedicar mais tempo a sua educação mais cuidado e mais oração. Eles necessitam mais da justa espécie de instrução. ...

Lembrai-vos de que vossos filhos são os mais jovens membros da família de Deus. Ele os tem entregue ao vosso cuidado, para que os prepareis e eduqueis para o Céu. Tereis que dar conta a Ele pela maneira como desempenhastes vosso sagrado dever. (L.A, 161)

Em vista da responsabilidade que recai sobre os pais, deve ser cuidadosamente considerado se é melhor trazer filhos à família. Tem a mãe suficiente força para deles cuidar? E pode o pai dar-se à prerrogativa de bem modelar e retamente educar a criança? Quão pouco é o destino da criança considerado! A satisfação da paixão é o único pensamento, e cargas são impostas à esposa e mãe, que lhe minam a vitalidade e paralisam a faculdade espiritual. Com a saúde enfraquecida e o espírito desencorajado ela se cerca de um pequeno rebanho do qual não pode cuidar como devia. Faltando-lhes a instrução que deviam ter, eles crescem para desonrar a Deus e comunicar a outros os males de sua própria natureza, e assim se forma um exército que Satanás maneja como bem entende. Review and Herald, 25 de outubro de 1892. (LA, 163)

Deus deseja que os pais ajam como seres racionais e vivam de maneira que cada filho possa ser devidamente educado, a fim de que a mãe tenha força e tempo para empregar suas faculdades mentais para disciplinar os

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pequenos para a associação com os anjos. Ela deve ter coragem de desempenhar nobremente sua parte e fazer sua obra no temor e amor de Deus, a fim de que seus filhos se mostrem uma bênção para a família e para a sociedade. O esposo e pai deve considerar todas estas coisas, não venha a esposa e mãe de seus filhos a ser sobrecarregada e oprimida com o desânimo. Deve ele cuidar que a mãe de seus filhos não seja colocada em posição de não poder cuidar devidamente de seus numerosos pequenos, vindo a crescerem sem a educação apropriada. Review and Herald, 24 de junho de 1890.

Os pais não devem aumentar a família mais depressa do que possam os filhos serem bem cuidados e educados. Uma criança nos braços da mãe cada ano é para esta grande injustiça. Isto debilita, e não raro destrói, o prazer social e aumenta as misérias domésticas. Rouba aos filhos aquele cuidado, educação e felicidade que os pais sentem dever propiciar-lhes. Solemn Appeal, págs. 110 e 111. (LA, 163)

Se não governais vossos filhos e não lhes modelais o caráter de modo que correspondam aos reclamos de Deus, então quanto menos filhos houver para sofrer as conseqüências de uma educação defeituosa, tanto melhor para vós, seus pais, e melhor para a sociedade. A menos que os filhos possam ser educados e disciplinados desde o berço por uma mãe sábia e judiciosa, que seja conscienciosa e diligente, e que governe sua casa no temor do Senhor, talhando e moldando o caráter deles para que possam estar à altura das normas de justiça, é pecado aumentar a família. Deus vos deu raciocínio, e quer que o useis. Testimonies, vol. 5, págs. 323 e 324.

Pais e mães, quando sabeis que sois deficientes no conhecimento de como educar vossos filhos para o Mestre, por que não aprendeis vossa lição? Por que continuais a trazer filhos ao mundo para engrossar as fileiras de Satanás? Está Deus contente com esta demonstração? Quando vedes que uma grande família sobrecarregará duramente vossos recursos; quando vedes que a mãe está cheia de filhos, e que ela não tem o tempo entre os nascimentos para fazer a obra que cada mãe necessita fazer, por que não considerais os resultados? Cada filho suga a vitalidade da mãe, e quando pais e mães não usam a razão neste assunto, que oportunidade têm os pais ou os filhos de ser devidamente disciplinados? O Senhor convida os pais a que considerem devidamente este assunto à luz de realidades eternas. Carta 107, 1890. (L A, 163-164)

Devem [os pais] considerar com calma que provisões podem ser feitas para os filhos. Não têm direito de os porem no mundo para serem uma carga aos

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outros. Têm eles um meio de vida em que podem confiar quanto ao sustento da família, de maneira a não se tornarem pesados aos outros?

Se o não têm, cometem um crime em trazer filhos ao mundo para sofrerem por falta do necessário cuidado, alimento e vestuário. Testimonies, vol. 2, pág. 380. (LA, 165)

Males de Intemperança São Perpetuados

Vida de dissipação e o uso de vinho corrompem o sangue, inflamam as paixões e produzem enfermidades de toda espécie. Mas os males não terminam aqui. Os pais deixam enfermidades como legado a seus filhos. Como regra, cada intemperante que gera filhos transmite à descendência suas inclinações e más tendências; outorga-lhes enfermidades de seu sangue corrupto e inflamado. Licenciosidade, doenças e imbecilidade são transmitidas como uma herança de ais dos pais aos filhos e de geração a geração, e isto traz angústia e sofrimento ao mundo e não é menos que uma repetição da queda do homem. ...

E no entanto com que descuido ou indiferença homens e mulheres da presente geração se entregam à intemperança no comer e beber, deixando assim como legado às gerações futuras, enfermidades, intelecto debilitado, moral poluída. Testimonies, vol. 4, págs. 30 e 31. (LA, 173)

Os que têm a seu cargo a propriedade de Deus na alma e corpo dos filhos formados a Sua imagem, devem erguer barreiras contra a condescendência sensual deste século que está arruinando a saúde física e moral de milhares. Se muitos crimes deste tempo pudessem ter revelada sua verdadeira causa, ver-se-ia que são atribuíveis à ignorância dos pais e mães que são indiferentes nesta questão. A saúde e a própria vida estão sendo sacrificadas nesta lamentável ignorância. Pais, se deixais de dar aos filhos a educação que Deus tornou vosso dever dar-lhes, tanto por preceito como por exemplo, tereis de responder a vosso Deus pelos resultados. Estes resultados não serão confinados meramente a vossos filhos, mas alcançarão gerações. Assim como um cardo que se permite crescer no campo produz uma colheita segundo a sua espécie, os pecados resultantes de vossa negligência realizarão a ruína de todos que estiverem em sua esfera de influência. Manuscrito 58, 1899. (LA, 173)

A mais elevada de todas as ciências é a de salvar almas. A maior obra a que podem aspirar criaturas humanas é a obra de atrair homens do pecado para a santidade. Para a realização desta obra, é mister lançarem-se sólidos fundamentos. É necessária uma educação adequada - uma educação que exigirá dos pais e mestres tanta reflexão e esforço como não requer a mera instrução. Pede-se mais alguma coisa além da cultura do intelecto. A educação não se

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acha completa a menos que o corpo, a mente e o coração se achem igualmente educados. O caráter deve receber a devida disciplina, para seu inteiro e mais elevado desenvolvimento. Todas as faculdades da mente e do corpo devem ser desenvolvidas e devidamente exercitadas. É um dever cultivar e exercitar toda aptidão que nos tornará mais eficientes como obreiros de Deus.

Que levam consigo os estudantes ao deixarem a escola? Para onde vão? Que terão de fazer? Possuirão eles o conhecimento que os habilitará a ensinar outros? Terão sido educados para serem verdadeiros pais e mães? Poderão colocar-se à frente de uma família como sábios instrutores? A única educação digna desse nome é a que leva rapazes e moças a se tornarem semelhantes a Cristo, que os habilita a se desempenhar das responsabilidades da vida e dirigir sua família. Tal educação não se adquire pelo estudo dos clássicos pagãos. (CBV, 444)

Façam os pais e mães solene promessa a Deus, a quem professam amar e obedecer, de que por Sua graça não contenderão entre si, mas que em sua própria vida e temperamento manifestarão o espírito que desejam os filhos acariciem. Manuscrito 38, 1895.

Devem os pais ser cuidadosos em não permitir que o espírito de dissensão se insinue no lar; pois este é um dos instrumentos de Satanás para fazer sua impressão no caráter. Se os pais se empenharem pela unidade no lar mediante o inculcar os princípios que governaram a vida de Cristo, a dissensão será expulsa, e união e amor habitarão ali. Pais e filhos partilharão do dom do Espírito Santo. Manuscrito 53, 1912. (LA, 178)

Pais e mestres acham-se igualmente inaptos para educar devidamente as crianças, se não aprenderam primeiro a lição do domínio próprio, a paciência, a tolerância, a brandura e o amor. (CPPE, 73)

Na primeira educação das crianças, muitos pais e mestres deixam de compreender que a primeira atenção precisa ser dada à constituição física, para garantir-se saúde física e mental. Tem sido costume animar crianças a freqüentar a escola quando simples bebês, necessitadas dos cuidados maternos. Numa idade delicada, são freqüentemente metidas em apinhadas salas de aula sem ventilação, onde se sentam em posição errônea em bancos malconstruídos e, em resultado, as tenras estruturas de alguns se têm deformado.

Não se espera, no entanto, que os professores façam a obra dos pais. Tem havido, da parte de muitos pais, terrível negligência do dever. Como Eli, falham quanto a exercer a devida restrição; e depois, mandam os

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indisciplinados filhos para o colégio a fim de receber a educação que os pais lhes deviam ter ministrado em casa. (CPPE, 91)

Não somente os hábitos da mãe, mas a educação da criança se achava incluída nas instruções dadas pelo anjo aos pais hebreus. Não bastava que Sansão, a criança que devia libertar Israel, devesse receber boa herança ao nascer. Esta deveria ser secundada por uma educação cuidadosa. Desde a infância, ele deveria ser exercitado em hábitos de estrita temperança.

Nunca se pode acentuar demasiado a importância da educação ministrada à criança em seus primeiros anos de existência. As lições aprendidas, os hábitos formados durante os anos da infância, têm mais que ver com o caráter e a direção da vida do que todas as instruções e educação dos anos posteriores.

O lar é a primeira escola da criança, e é aí que se devem lançar as bases para uma vida de serviço. Estes princípios não devem ser ensinados meramente em teoria. Devem orientar toda a educação da vida. (CBV, 400)

Toda criança e todo jovem devem conhecer-se a si mesmos. Convém que compreendam a habitação física que Deus lhes deu, e as leis mediante as quais se mantêm com saúde. Todos devem ter base sólida nos ramos comuns de educação. E devem ser exercitados em indústrias que os tornem homens e mulheres de habilidade prática, aptos para os deveres da vida diária. A isso devem acrescentar-se conhecimentos e experiência prática em vários ramos de trabalho missionário.

Fazer com que o homem volte à harmonia com Deus, de maneira a elevar e enobrecer sua natureza moral a fim de que ele de novo possa refletir a imagem do Criador, é o grande propósito de toda a educação e disciplina da vida. Tão importante era essa obra que o Salvador deixou os palácios celestiais e veio em pessoa à Terra para ensinar aos homens como obter a habilitação para a vida mais elevada. Durante trinta anos, Ele habitou como homem entre os homens, passou pelas experiências da vida humana como criança, como jovem, como homem; A educação da criança, em casa e na escola, não deve ser como o ensino dos mudos animais; pois as crianças têm vontade inteligente, a qual deve ser dirigida de maneira a reger todas as suas faculdades. Os mudos animais devem ser exercitados, pois não possuem razão nem inteligência. À mente humana, porém, deve ser ensinado o domínio próprio. Ela deve ser educada a fim de governar o ser, ao passo que os animais são governados por um dono, e exercitados a ser-lhe submissos. O dono serve de mente, juízo e vontade para o animal.

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Em Sua sabedoria, o Senhor determinou que a família seja o maior dentre todos os fatores educativos. É no lar que a educação da criança deve se iniciar. Ali está a sua primeira escola. Ali, tendo seus pais como instrutores, terá a criança de aprender as lições que a devem guiar por toda a vida - lições de respeito, obediência, reverência e domínio próprio. As influências educativas do lar são uma força decidida para o bem ou para o mal. São, em muitos sentidos, silenciosas e graduais, mas, sendo exercidas na direção devida, tornam-se fator de grande alcance em prol da verdade (CPPE,107)

A educação da criança, em casa ou na escola, não deve ser como o ensino dos mudos animais; pois as crianças têm vontade inteligente, a qual deve ser dirigida de maneira a reger todas as suas faculdades. Os mudos animais devem ser treinados, pois não possuem razão nem inteligência. À mente humana, porém, deve ser ensinado o domínio próprio. Ela deve ser educada a fim de governar o ser humano, ao passo que os animais são governados por um dono, e ensinados a ser-lhe submissos. O dono serve de mente, juízo e vontade para o animal. Uma criança pode ser ensinada de maneira a, como o animal, não ter vontade própria. Sua individualidade pode imergir na da pessoa que lhe dirige o ensino; sua vontade, para todos os intentos e desígnios, está sujeita à de seu mestre. (CSE, 2)

Mas, pais, não desanimeis vossos filhos. Combinai o afeto com a autoridade, a bondade e simpatia com a firme restrição. Dedicai a vossos filhos algumas de vossas horas de lazer; relacionai-vos com eles; associai-vos com eles em seus trabalhos e brinquedos e captai-lhes a confiança. Cultivai a

Em vossos negócios, nas amizades das horas de lazer, e no casamento, que todas as relações sociais que tiverdes sejam empreendidas com fervorosa e humilde oração. Mostrareis assim que honrais a Deus e Deus vos honrará a vós. (CBV, 513)

Concedei algumas de vossas horas de lazer aos filhos; associai-vos com eles no trabalho e nos esportes, e ganhai-lhes a confiança. Cultivai-lhes a amizade. Dai-lhes responsabilidades, pequenas a princípio, e maiores à medida que ficam com mais idade. Vejam eles que vós achais que vos são um auxílio. Nunca, nunca ouçam eles dizerdes: "Mais me estorvam do que me ajudam."

O trabalho árduo é um tônico para a humanidade. Torna o fraco vigoroso, rico o pobre, feliz o desgraçado. Satanás se encontra de emboscada, pronto a destruir aqueles cujo ócio lhe dá oportunidade de os abordar sob qualquer atrativo disfarce. Nunca é ele tão bem-sucedido como quando se aproxima dos homens em suas horas de lazer. (CPPE, 278)

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Os pais devem desprender-se de sua falsa dignidade, negando a si mesmo alguma pequena satisfação em tempo e lazer, a fim de se associarem com os filhos, simpatizando com seus pequenos problemas, ligando-os a seu coração pelos fortes laços do amor, exercendo tal influência sobre sua mente em expansão que seus conselhos sejam considerados sagrados. Signs of the Times, 6 de dezembro de 1877. (L A, 220)

É seu direito compreender o mecanismo do corpo humano e os princípios de higiene, os assuntos relacionados com o regime alimentar e o vestuário, trabalho e recreação, e outros pormenores sem conta que intimamente dizem respeito ao bem-estar de sua casa. É seu direito obter tal conhecimento dos melhores métodos de tratar as enfermidades que possa cuidar dos filhos quando enfermos, em vez de deixar seus preciosos tesouros nas mãos de enfermeiras e médicos estranhos.

A idéia de que a ignorância de ocupação útil é uma característica essencial do verdadeiro homem ou mulher é contrária ao desígnio de Deus na criação do homem. A indolência é um pecado, e a ignorância de deveres comuns, o resultado de estultícia que no decurso da vida dará ampla ocasião para amargo arrependimento. (FEC, 75)

Pais... combinai o afeto com a autoridade, a bondade e simpatia com a firme restrição. Dedicai a vossos filhos algumas de vossas horas de lazer; relacionai-vos com eles; associai-vos com eles em seus trabalhos e brinquedos e captai-lhes a confiança. Cultivai a camaradagem com eles, especialmente os meninos. Tornar-vos-eis, assim, uma forte influência para o bem. A Ciência do Bom Viver, págs. 391 e 392.

Deus proveu para cada qual recreações que podem ser desfrutados por pobres e ricos igualmente - o lazer que se encontra em cultivar a pureza de pensamentos e a ação abnegada, a satisfação que provém de falar palavras de simpatia e praticar atos de bondade. Dos que executam esse serviço, irradia a luz de Cristo para iluminar vidas obscurecidas por muitas mágoas. Testimonies, vol. 9, pág. 57.

Desânimo, Fruto de Excessivo Lazer

Enquanto procuramos recrear o espírito e revigorar o corpo, Deus requer que, a todo momento, ponhamos nossas faculdades ao serviço dos melhores propósitos. Podemos associar-nos, como fazemos hoje, aqui, e fazer tudo para a glória de Deus. Podemos e devemos conduzir nossas recreações de tal maneira que sejamos habilitados a desempenhar com mais êxito os deveres que se nos apresentam, e para que nossa influência seja mais benéfica sobre aqueles com

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quem nos associamos. Uma ocasião como esta deve ter por principal objetivo despertar-nos o ânimo, habilitando-nos a regressar a nossos lares melhores física e mentalmente e prontos para nos ocuparmos de novo na obra, com mais esperança e novo alento.

O cristão não se deve contentar em ser meramente ativo homem de negócios. Não deve estar tão absorvido com os negócios mundanos que mal tenha um tempo de lazer ou um pensamento para a recreação e amizade, para o bem de outros, para o cultivo da mente ou o bem-estar da alma. São louváveis a energia e a diligência nas ocupações, mas estas não devem levar-nos a negligenciar o amor para com Deus e os semelhantes, ordenado pela Bíblia. ...

Se trabalhassem inteligentemente, dando tanto ao corpo como à mente a devida quantidade de exercício, os pastores não sucumbiriam tão prontamente à doença. Se todos os nossos obreiros se achassem localizados de maneira que pudessem passar algumas horas, diariamente, em trabalho ao ar livre, e se sentissem na liberdade de o fazer, isso lhes seria uma bênção; seriam capazes de se desempenhar com mais êxito dos deveres de seu ofício. Se eles não têm lazer para afrouxar a tensão completamente, poderiam fazer planos e orar enquanto trabalham com as mãos, e voltariam à sua ocupação refrigerados no corpo e no espírito. ( OC, 494)

Não há tempo para entregar-se a entretenimentos levianos, à satisfação de inclinações egoístas. É tempo de que vos ocupeis com pensamentos sérios. E não podereis participar da vida abnegada do Redentor do mundo, pronta para sacrificar-se, e ao mesmo tempo achar prazer em matar tolamente o tempo em ócio, brincadeiras e gracejos. Tendes grande necessidade de uma experiência prática na vida cristã. Precisais educar a mente para a obra de Deus. A experiência religiosa é em grande parte determinada pela espécie de livros que ledes em vossos momentos de lazer.( TS III, 188)

Quando Começar a Educação da Criança

A Educação Começa com o Bebê

A palavra "educação" significa mais que um curso de estudos num colégio. A educação começa com o bebê, nos braços da mãe. Enquanto a mãe está moldando e formando o caráter dos filhos, ela os está educando. Good Health, julho de 1880.

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Os pais mandam os filhos à escola; e ao fazê-lo pensam que os têm educado. Mas a educação é uma questão de maior amplitude do que muitos pensam: compreende todo o processo pelo qual a criança é instruída, desde o berço à infância, da infância à juventude, e da juventude à maturidade. Logo que uma criança é capaz de formar uma idéia, deve começar sua educação. Review and Herald, 27 de junho de 1899.

Começar Quando a Mente é Mais Susceptível

Deve a obra de educação e preparo começar na infância da criança; pois então a mente é mais susceptível de receber impressões, e as lições dadas são lembradas. Carta 1, 1877.

Devem as crianças ser virtualmente educadas do berço à maturidade na escola do lar. E, como no caso de qualquer escola bem organizada, os próprios professores obtêm importantes conhecimentos; especialmente a mãe, que é o principal mestre do lar, deve aí aprender as mais valiosas lições de sua vida. Pacific Health Journal, maio de 1890.

É dever dos pais falarem palavras retas. ... Dia a dia devem os pais aprender na escola de Cristo lições de Alguém que os ama. Então a história do eterno amor de Deus será repetida no lar ao tenro rebanho. Assim, antes de a razão estar completamente desenvolvida, podem as crianças receber dos pais um espírito reto. .Manuscrito 84, 1897.

Estudar o Preparo Precoce

O primeiro preparo dos filhos é assunto que todos devem estudar cuidadosamente. Precisamos tornar a educação de nossos filhos uma preocupação, pois sua salvação depende em grande parte da educação que lhes é dada na infância. Devem os pais e tutores manter eles mesmos pureza de coração e vida, se quiserem que os filhos sejam puros. Como pais e mães, devemos educar e disciplinar a nós mesmos. Então, como mestres do lar, poderemos ensinar a nossos filhos, preparando-os para a herança imortal. Review and Herald, 8 de setembro de 1904.

Começar Bem

Vossos filhos são a propriedade de Deus, comprados por preço. Sede muito escrupulosos, ó pais e mães, ao tratá-los de maneira cristã. Manuscrito 126, 1897.

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A juventude deve ser cuidadosa e judiciosamente educada, pois os maus hábitos formados na infância e na juventude freqüentemente se apegam à experiência de toda a vida. Queira Deus ajudar-nos a ver a necessidade de começar direito. The Gospel Herald, 24 de dezembro de 1902.

A Importância de Educar o Primeiro Filho

O primeiro filho, especialmente, deve ser educado com grande cuidado, pois ele educará o resto. As crianças crescem segundo a influência daqueles que os rodeiam. Se são tratados pelos que são barulhentos e violentos, tornam-se barulhentos e quase insuportáveis. Manuscrito 64, 1899.

A Planta: uma Lição Objetiva no Preparo da Criança

O desenvolvimento gradual das plantas desde a semente é uma lição objetiva na educação das crianças. Há "primeiro, a erva, depois, a espiga, e, por último, o grão cheio na espiga". Mar. 4:28.

Aquele que deu esta parábola, criou a minúscula semente, deu-lhe propriedades vitais e determinou as leis que governam seu desenvolvimento. E as verdades ensinadas pela parábola foram uma realidade em Sua própria vida. Ele, a Majestade dos Céus, o Rei da glória, tornou-Se um recém-nascido em Belém, e por algum tempo representou a indefesa criança sob os cuidados da mãe. Na infância falou e agiu como criança, honrando Seus pais, satisfazendo-lhes os desejos de modo a ajudá-los. Desde o raiar de Sua inteligência, porém, esteve Ele constantemente a crescer em graça e conhecimento da verdade. Educação, págs. 106 e 107.

Domínio Próprio

Preparar os Filhos Para a Vida e Seus Deveres

Bem pode a mãe indagar com profunda ansiedade, ao contemplar os filhos postos sob os seus cuidados: Qual é o grande alvo e objetivo de sua educação? Será prepará-los para a vida e seus deveres, habilitá-los para assumir uma posição honrosa no mundo, fazer o bem, beneficiar os seus semelhantes, alcançar a seu tempo a recompensa dos justos? Se assim for, então a primeira lição a lhes ser ensinada é a do domínio próprio; pois nenhuma pessoa indisciplinada, cabeçuda, pode esperar alcançar êxito neste mundo, ou recompensa no vindouro. Pacific Health Journal, maio de 1890.

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Ensinar a Criança a Ceder

Antes de terem um ano de idade, os pequenos ouvem e compreendem o que se diz a seu respeito, e sabem até que ponto serão tolerados. Mães, deveis ensinar vossos filhos a ceder a vossa vontade. Esse ponto deve ser alcançado, se quiserdes manter o controle sobre vossos filhos e preservar vossa dignidade como mãe. Vossos filhos aprenderão depressa justamente o que deles esperais; sabem quando sua vontade conquista a vossa, e tirarão a maior vantagem de sua vitória. Signs of the Times, 16 de março de 1891.

É uma grande crueldade permitir que desenvolvam hábitos errôneos, colocar a lei nas mãos da criança e deixá-la governar. Christian Temperance and Bible Hygiene, pág 68.

Não Satisfazer Desejos Egoístas

Caso os pais não sejam cuidadosos, de tal maneira tratarão os filhos que os levarão a exigir atenção e privilégios que exigirão dos pais que se sacrifiquem para condescender com eles.

Os filhos exigirão dos pais que façam coisas para eles, que lhes satisfaçam os desejos, e os pais o farão, a despeito do fato de isso estar incentivando neles o egoísmo. Mas assim fazendo, os pais estão prejudicando os filhos. Mais tarde, verificarão que coisa difícil é neutralizar a influência da educação dos primeiros anos da vida de uma criança. Cedo devem as crianças aprender que não podem ser satisfeitas quando os seus desejos são movidos pelo egoísmo. Signs of the Times, 13 de agosto de 1896.(EDC, 92)

Não Dar Coisa Alguma Pela Qual a Criança Grita

Uma preciosa lição que a mãe precisará repetir freqüentemente é a de que a criança não deve governar; ela não é o chefe, mas a vontade e desejos da mãe devem ser supremos. Assim lhe está ela ensinando o domínio próprio. Não lhe deis nada pelo qual grita, mesmo que o vosso terno coração muito deseje fazer isso; pois se uma vez alcançarem a vitória gritando, esperarão fazê-lo de novo. Da segunda vez, a luta será mais veemente. Manuscrito 43, 1900.

Nunca Permitir Demonstração de Temperamento Irascível

Entre as primeiras tarefas da mãe está a de restringir o temperamento dos pequeninos. Não se deve permitir os filhos manifestarem ira; não se lhes deve permitir atirar-se ao solo, bater e gritar por lhe ter sido negado algo que não era

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para o seu máximo bem. Tenho sido angustiada ao ver como muitos pais condescendem com os filhos na demonstração de temperamento irascível. As mães parecem olhar para essas explosões de ira como algo que deva ser suportado, e parecem indiferentes ao comportamento da criança. Mas uma vez permitido um mal, será repetido, e sua repetição resultará em hábito e assim o caráter da criança será malformado. Signs of the Times, 16 de março de 1891.

Quando Repreender um Espírito Mau

Freqüentemente tenho visto o pequeno jogar-se e gritar se sua vontade foi contrariada de qualquer maneira. Esse é o tempo de repreender o mau espírito. O inimigo procurará dominar a mente de nossos filhos; permitir-lhe-emos nós moldá-los segundo a sua vontade? Esses pequenos não podem discernir que espírito os está influenciando, e é dever dos pais exercer juízo e prudência por eles. Seus hábitos devem ser cuidadosamente vigiados. As más tendências devem ser restringidas, e a mente estimulada em favor do direito. A criança deve ser encorajada em todo o esforço de dominar a si mesma. Christian Temperance and Bible Hygiene, pág. 61.

Começar com os "Cânticos de Belém"

As mães devem educar os bebês que têm ao colo de acordo com princípios e hábitos corretos. Não devem permitir que batam com a cabeça no chão. ... Eduquem-nos as mães na infância. Comecem com os cânticos de Belém. Essas suaves melodias terão uma influência tranqüilizadora. Cantai-lhes em voz baixa essas melodias quanto a Cristo e Seu amor. Manuscrito 9, 1893.

Nenhuma Vacilação ou Indecisão

Logo que possível o temperamento perverso deve ser reprimido na criança; pois quanto mais for adiado esse dever, tanto mais difícil será realizá-lo. As crianças de disposição viva e agitada, necessitam de um cuidado especial dos pais. Devem ser tratadas de maneira especialmente bondosa mas firme; no seu caso não deve haver vacilação ou indecisão da parte dos pais. Os traços de caráter, que naturalmente impediriam o crescimento de suas faltas peculiares, devem ser cuidadosamente alimentados e fortalecidos. A condescendência para com as crianças de disposição impetuosa e perversa resultará a sua ruína. Suas faltas se fortalecerão com os anos, retardar-lhe-ão o desenvolvimento do espírito e preponderarão sobre todos os bons e nobres traços de seu caráter. Pacific Health Journal,

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Ensinar o Respeito à Voz da Experiência

As crianças devem ser ensinadas a respeitar a voz da experiência, e serem guiadas pelos pais e professores. Sejam educadas de maneira que sua mente se ache unida com a dos pais e professores, instruídas de modo a poderem ver a conveniência de atender a seus conselhos. Então, ao sair de sob a mão guiadora deles, seu caráter não será como a cana agitada pelo vento. Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, pág 75.

A Frouxidão dos Pais Incentiva o Desrespeito

Se em sua própria casa é permitido aos filhos serem desrespeitosos, desobedientes, ingratos e impertinentes, seu pecado jaz à porta dos pais. Carta 104, 1897.

A mãe... deve governar a casa sabiamente, na dignidade de sua maternidade. Sua influência no lar deve ser excelsa; sua palavra, lei. Se é cristã, sob o governo de Deus, se imporá ao respeito dos filhos. Dizei a vossos filhos exatamente o que exigis deles. Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, pág. 111.

Quando os pais não mantêm sua autoridade, ao irem os filhos para a escola não têm o devido respeito aos professores ou ao diretor da escola. A reverência e o respeito que devem ter nunca lhes foram ensinados em casa. O pai e a mãe ficavam no mesmo nível dos filhos. Manuscrito 14, 1894.

Começar Cedo a Educação Sobre Saúde

O Criador do homem organizou a estrutura viva de nosso corpo. Toda função é maravilhosa e sabiamente desempenhada. E Deus Se encarregou de manter este sistema em saudável funcionamento se o instrumento humano obedecer a Suas leis e cooperar com Deus. ... Podemos contemplar e admirar a obra de Deus no mundo natural, mas a habitação humana é a mais maravilhosa.

Desde o romper da razão, a mente humana deve tornar-se inteligente com relação à estrutura física. Aqui deu Jeová uma amostra de si mesmo, pois o homem foi feito à imagem de Deus. Medicina e Salvação, pág. 221.

O primeiro estudo da criança deve ser conhecer a si mesma, e saber como conservar o corpo com saúde. Testimonies, vol. 3, pág. 142.

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Lições Importantes

Na primeira educação da criança muitos pais e professores deixam de compreender que se deve dar a maior atenção à constituição física, para que se possa assegurar uma condição sadia do corpo e da mente. Health Reformer, dezembro de 1872.

A felicidade futura de vossa família e o bem-estar da sociedade dependem, em grande parte, da educação física e moral que vossos filhos recebam nos primeiros anos de vida. Fundamentos da Educação Cristã.

Os filhos são a herança do Senhor e Lhe somos responsáveis pela administração de Sua propriedade. ... Trabalhem igualmente os pais para a família com amor, fé e oração, até que possam ir a Deus com alegria e dizer: "Eis-me aqui, com os filhos que me deu o Senhor." Isa. 8:18. Parábolas de Jesus, págs. 195 e 196.

Os filhos são entregues aos pais como precioso depósito, o qual Deus um dia requererá de suas mãos. Devemos dedicar mais tempo a sua educação mais cuidado e mais oração. Eles necessitam mais da justa espécie de instrução. ...

Lembrai-vos de que vossos filhos são os mais jovens membros da família de Deus. Ele os tem entregue ao vosso cuidado, para que os prepareis e eduqueis para o Céu. Tereis que dar conta a Ele pela maneira como desempenhastes vosso sagrado dever. Review and Herald, 13 de junho de 1882. Lar Adventista, 24.

A Lei da Hereditariedade

A condição física e mental dos pais é perpetuada nos filhos. Esta é uma questão que não tem sido devidamente considerada. Sempre que os hábitos dos pais contrariam leis físicas, o dano que fazem a si mesmos se repetirá nas gerações futuras. ...

Pela cultura física, mental e moral todos podem tornar-se coobreiros de Cristo. Muito depende dos pais. Depende deles se trarão ao mundo filhos que se mostrarão uma bênção ou uma maldição. Manuscrito 3, 1897.

Quanto mais nobres os objetivos, mais elevados os dotes mentais e espirituais, e mais desenvolvidas as faculdades físicas dos pais. Cultivando a parte melhor de si mesmos, os pais exercem influência no moldar a sociedade e erguer as gerações futuras. A Ciência do Bom Viver, pág. 371.

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Muitos Pais São Lamentavelmente Ignorantes

Os que têm a seu cargo a propriedade de Deus na alma e corpo dos filhos formados a Sua imagem, devem erguer barreiras contra a condescendência sensual deste século que está arruinando a saúde física e moral de milhares. Se muitos crimes deste tempo pudessem ter revelada sua verdadeira causa, ver-se-ia que são atribuíveis à ignorância dos pais e mães que são indiferentes nesta questão. A saúde e a própria vida estão sendo sacrificadas nesta lamentável ignorância. Pais, se deixais de dar aos filhos a educação que Deus tornou vosso dever dar-lhes, tanto por preceito como por exemplo, tereis de responder a vosso Deus pelos resultados. Estes resultados não serão confinados meramente a vossos filhos, mas alcançarão gerações. Assim como um cardo que se permite crescer no campo produz uma colheita segundo a sua espécie, os pecados resultantes de vossa negligência realizarão a ruína de todos que estiverem em sua esfera de influência. Manuscrito 58, 1899.

Alguns pais pensam que podem deixar os filhinhos seguirem seus próprios caminhos na infância, e então, quando ficarem maiores, argumentarão com eles, mas isso é um engano. Começai no tempo da infância a ensinar a obediência. ... Exigi obediência em vossa escola do lar. Carta 74, 1898. (OC, 82)

Males de Intemperança São Perpetuados

Pais e mães podem estudar o próprio caráter nos filhos. Podem muitas vezes ler humilhantes lições ao verem suas próprias imperfeições reproduzidas nos filhos e filhas. Enquanto procuram reprimir e corrigir nos filhos tendências hereditárias para o mal, devem os pais chamar em seu auxílio dupla paciência, perseverança e amor. Review and Herald, 30 de agosto de 1881.

Quando um filho revela maus traços de caráter herdados dos pais, deverão enfurecer-se por esta reprodução de seus próprios defeitos? Não, não! Vigiem os pais cuidadosamente a si mesmos, evitando toda grosseria e rudeza, não venham estes defeitos a serem vistos uma vez mais em seus filhos. Signs of the Times, 25 de setembro de 1901.

Manifestai a mansidão e docilidade de Cristo no trato com os pequenos caprichosos. Tende sempre em mente que eles receberam sua obstinação como herança do pai e da mãe. Então tratai com os filhos que herdaram vossos próprios traços de caráter. Manuscrito 142, 1898.

Indaguei se essa torrente de aflição não podia ser evitada e alguma coisa ser feita para salvar os jovens desta geração da ruína que os ameaça. Foi-me

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mostrado que uma grande causa do deplorável estado de coisas existente é que os pais não se sentem na obrigação de criar os filhos em conformidade com as leis físicas. As mães amam os filhos com amor idólatra, e condescendem com o apetite deles quando sabem que isso é nocivo á saúde, trazendo assim sobre eles doença e infelicidade. Esta cruel bondade manifesta-se em grande escala na geração atual. Os desejos das crianças são satisfeitos á custa da saúde e da boa disposição, porque é mais fácil para a mãe, no momento, satisfazer-las do que negar aquilo que elas exigem.

Assim semeiam elas próprias a semente que brotará e dará frutos. As crianças não são educadas a renunciar ao apetite e restringir os desejos, e tornam-se egoístas, exigentes, desobedientes, ingratas e profanas. As mães que estão fazendo esta obra colherão com amargura o fruto da semente por elas lançada. Pecaram contra o Céu e conta aos próprios filhos, e Deus as considerará responsáveis.

Se, gerações atrás, a educação houvesse sido dirigida por plano inteiramente diverso, a juventude de hoje não seria tão depravada e inútil. (III TI, 141)

Não ensinais vossas filhas a exercerem abnegação e domínio próprio. Elas são mimadas e seu orgulho acariciado. Permite-se-lhes seguir o seu próprio caminho até que se tornam obstinadas e rebeldes, e ficais sem saber o que fazer para salvá-las da ruína. Satanás as está levando a se tornarem um provérbio na boca dos descrentes, por causa de sua audácia, falta de discrição e modéstia femininas. Semelhantemente, permite-se aos meninos seguirem seu próprio caminho. Mal atingem a adolescência, já são vistos ao lado de garotas da mesma idade, acompanhando-as até a casa e namorando-as. E os pais estão de tal maneira escravizados em virtude da própria condescendência e falso amor a seus filhos, que não ousam seguir uma conduta decisiva para fazer uma mudança e refrear seus filhos demasiado ousados nesta época difícil.Testimonies, vol. 2, pág. 460.

Quebrando o Quinto Mandamento

Nestes últimos dias os filhos se fazem notar tanto por sua desobediência e desrespeito, que Deus os tem observado especialmente, e isto constitui um sinal da proximidade do fim. É um indício de que Satanás tem completo domínio sobre a mente dos jovens. Por parte de muitos, já não há respeito para com a idade. Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 76.

Quando os pais permitem que os filhos lhes mostrem desrespeito na infância, admitindo que falem irritada e até asperamente, uma terrível colheita terá que

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ser ceifada nos anos futuros. Quando os pais deixam de exigir de seus filhos obediência pronta e perfeita, falharão em lançar-lhes para o caráter o fundamento correto. Eles preparam os filhos para que os desonrem quando na velhice, e levem tristeza ao seu coração quando estão próximos da sepultura, a menos que a graça de Cristo mude o coração e transforme o caráter de seus filhos. (LA, 361)

Os primeiros anos da infância são de pesada responsabilidade para os pais e mães. Os pais têm um dever sagrado a cumprir, ensinando os filhos a auxiliar nos encargos do lar, a estar contentes com alimentos singelos e simples, e vestuário limpo e pouco dispendioso. As exigências dos pais sempre devem ser razoáveis; manifestem bondade, não em tola condescendência, mas em uma sábia. (CPPE, 158)

Se os pais se apercebessem de que Deus impõe sobre eles o solene dever de educar os filhos para serem úteis nesta vida; se adornassem o templo interior da alma de seus filhos e filhas para a vida imortal, veríamos uma notável mudança para melhor na sociedade. Então não seria manifestada tão grande indiferença para com a piedade prática, e não seria tão difícil despertar as sensibilidades morais dos filhos para compreenderem os reclamos de Deus a seu respeito. Os pais tornam-se, porém, cada vez mais descuidados na educação de seus filhos nos ramos de utilidade. Muitos pais consentem que os filhos formem maus hábitos e sigam sua própria inclinação, deixando de impressionar-lhes a mente com o perigo de fazerem isso e com a necessidade de serem controlados por princípios. (CSE, 17)

A indagação de pais e mães deve ser: "Que faremos com o filho que nos vai nascer?" Temos apresentado ao leitor o que Deus disse acerca do procedimento da mãe antes do nascimento de seus filhos. Isto, porém, não é tudo. O anjo Gabriel foi enviado das cortes celestes para dar instruções quanto ao cuidado dos filhos ao nascerem, a fim de que os pais compreendessem plenamente seu dever. (CSRA, 225)

Se as crianças e os jovens fossem treinados e educados em hábitos de abnegação e domínio próprio, se se lhes ensinasse que eles comem para viver em vez de viver para comer, haveria então menos doenças e menos corrupção moral. Pouca necessidade haveria de campanhas de temperança, que já são muito reduzidas, se na juventude formadora e modeladora da sociedade, pudessem ser implantados princípios retos com respeito à temperança. Possuiriam então valor e integridade morais para resistir, na força de Jesus, às poluições destes últimos dias. ... Pais podem ter transmitido aos filhos tendências ao apetite e paixão, as quais tornarão mais difícil a obra de educar e

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preparar esses filhos no sentido de serem estritamente temperantes, e terem hábitos puros e virtuosos. Se o desejo de alimento insalubre e de estimulantes e narcóticos lhes foi transmitido como legado dos pais, que responsabilidade terrivelmente solene repousa sobre aqueles, de combater as más tendências que proporcionaram aos filhos! Quão fervorosa e diligentemente devem os pais agir para, com fé e esperança, cumprir seu dever para com a sua infeliz prole! (CSRA, 237)

Ao formar relações com Cristo, o homem renovado está simplesmente volvendo à relação com Deus que lhe era designada. ... Seu primeiro dever é para com seus filhos e parentes mais próximos. Coisa alguma o pode desculpar de negligenciar o círculo mais íntimo pelo círculo mais largo, exterior. No dia do final ajuste de contas, ... será perguntado aos pais e mães que fizeram para assegurar a salvação das pessoas que tomaram a responsabilidade de trazer ao mundo. Negligenciaram eles seus cordeirinhos, deixando-os ao cuidado dos estranhos? General Conference Bulletin, 1899. (MM, Cuidado de Deus, 39)

Há duas maneiras de lidar com os filhos - maneiras que diferem vastamente nos princípios e nos resultados. A fidelidade e o amor, unidos à sabedoria e à firmeza, em harmonia com a Palavra de Deus, trarão felicidade nesta vida e na vindoura. A negligência do dever, insensata condescendência, o fracasso no restringir e corrigir as tolices da juventude, darão em resultado a infelicidade e a ruína final dos filhos, decepção e angústia para os pais. . (MM Filhos e Filhas de Deus, 257)

Se os pais se apercebessem de que Deus impõe sobre eles o solene dever de educar os filhos para serem úteis nesta vida; se adornassem o templo interior da alma de seus filhos e filhas para a vida imortal, veríamos uma notável mudança para melhor na sociedade. Então não seria manifestada tão grande indiferença para com a piedade prática, e não seria tão difícil despertar as sensibilidades morais dos filhos para compreenderem os reclamos de Deus a seu respeito. Os pais tornam-se, porém, cada vez mais descuidados na educação de seus filhos nos ramos de utilidade. Muitos pais consentem que os filhos formem maus hábitos e sigam sua própria inclinação, deixando de impressionar-lhes a mente com o perigo de fazerem isso e com a necessidade de serem controlados por princípios. (FEC, 32)

Alguns desses filhos mimados se encontram entre os estudantes que freqüentam nosso colégio. Os professores e todos os que se interessam pelos estudantes e desejam ajudá-los têm a não invejável tarefa de procurar auxiliar a essa classe de jovens insubmissos. Não estiveram sujeitos a seus pais no lar, e não fazem uma idéia do que é ter um dirigente na escola ou nos lares em que se

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hospedam. Quanta fé, paciência, graça e sabedoria são necessárias para lidar com esses jovens negligenciados e de que se deve ter muita comiseração! Os pais enganados talvez se coloquem até ao lado dos filhos contra a disciplina da escola e do lar. Querem impedir os outros de cumprir o dever que Deus deles requer e que negligenciaram abertamente. Quanta sabedoria divina é necessária para lidar com justiça e amar a misericórdia sob tais circunstâncias difíceis! Quão difícil é equilibrar na direção certa a mentes deturpadas por esse desleixo! Alguns não têm sido reprimidos, ao passo que outros têm sido governados em demasia; e quando estão longe das vigilantes mãos que mantinham rigorosamente as rédeas do controle, deixando o amor e a misericórdia fora de cogitação, decidem não receber ordens de ninguém. Desdenham até da própria idéia de restrição. (FEC, 53)

Por via de regra, verifica-se que os estudantes mais propensos a queixar-se da disciplina escolar, são os que receberam uma educação superficial. Jamais tendo aprendido a necessidade de inteireza, encaram-na com desagrado. Os pais têm negligenciado instruir seus filhos e filhas para o fiel desempenho dos deveres domésticos. Permite-se que as crianças passem o tempo brincando, enquanto o pai e a mãe labutam incessantemente. Poucos jovens sentem que é seu dever arcar com uma parte dos encargos da família. Não lhes é ensinado que a condescendência com o apetite ou a busca de comodidade ou prazer não constituem o principal objetivo da vida. (FEC, 65)

Esses precisam estudar mais de perto os ensinos da Bíblia. Em suas páginas acharão revelado o seu dever para com os pais e seus irmãos na fé. Diz o quinto mandamento: "Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá." Êxo. 20:12. E lemos noutra parte: "Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo." Efés. 6:1. Um dos sinais de estarmos vivendo nos últimos dias é o fato de serem os filhos desobedientes aos pais, ingratos, profanos. A Palavra de Deus é abundante em preceitos e conselhos que mandam respeitar os pais. Impõe aos jovens o sagrado dever de amar e ajudar os que os guiaram através da infância, da meninice e da juventude, até à varonilidade e feminilidade, e que se acham agora em grande parte dependentes deles, quanto à paz e felicidade. A Bíblia não dá sonido incerto quanto a esse assunto; contudo, seus ensinos têm sido muito desrespeitados. (FEC, 101)

A obra da mãe começa com o bebê em seus braços. Tenho visto freqüentemente o pequenino ser jogar-se ao solo e gritar, se o contrariavam nalguma coisa. Este é o momento para repreender o mau espírito. O inimigo procurará governar a mente de nossos filhos; temos de consentir, porém, que

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ele os plasme segundo sua vontade? Esses pequeninos não podem discernir qual é o espírito que os domina, e é o dever dos pais manifestar juízo e discrição em seu lugar. Seus hábitos devem ser vigiados cuidadosamente. É necessário restringir as más tendências e estimular a mente a inclinar-se para o que é correto. Deve-se animar a criança em cada esforço que faz para governar-se a si mesma. (FEC, 150)

Deus tem dado mentes pesquisadoras aos jovens e às crianças. Suas faculdades de raciocínio lhes são confiadas como preciosos talentos. É dever dos pais manter diante deles o assunto da educação em seu verdadeiro significado, pois abrange muitos aspectos. Devem ser ensinados a desenvolver todo talento e órgão, com vistas a serem usados no serviço de Cristo para soerguimento da humanidade caída. Nossas escolas são o instrumento especial do Senhor para preparar as crianças e os jovens para a obra missionária. Os pais devem compreender sua responsabilidade e fazer com que seus filhos apreciem os grandes privilégios e bênçãos que Deus proveu para eles por meio das vantagens educacionais. (FEC, 368)

Pais e mães devem sentir que se lhes impõe o dever de guiar as afeições dos jovens, a fim de que possam ser colocadas naqueles que hajam de ser companheiros convenientes. Devem sentir como seu dever, pelo seu próprio ensino e exemplo com a graça auxiliadora de Deus, modelar de tal maneira o caráter de seus filhos desde os seus mais tenros anos, que sejam puros e nobres, e sejam atraídos para o bem e para o verdadeiro. Os semelhantes atraem os semelhantes; os semelhantes apreciam os semelhantes. Que o amor pela verdade, pureza e bondade seja cedo implantado na alma, e o jovem procurará a companhia daqueles que possuem essas características. Patriarcas e Profetas, pág. 176.

Quando, como pais, assumis vosso dever na força de Deus, com a firme determinação de jamais relaxar vossos esforços nem desertar de vosso posto de dever em procurar que vossos filhos sejam o que Deus quer que sejam, então Deus olha para vós com aprovação. Ele sabe que estais fazendo o melhor que podeis, e acrescentará vosso poder. Ele mesmo fará a parte de trabalho que a mãe e o pai não podem fazer, e trabalhará com os esforços sábios, pacientes e bem dirigidos da mãe temente. Pais, Deus não Se propõe fazer a obra que deixou para que façais em vosso lar. Não vos deveis entregar à indolência de servos negligentes, se quereis ver vossos filhos salvos dos perigos que os cercam no mundo. Review and Herald, 10 de julho de 1888. (Lar Aventista, 207)

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Haverá de o povo que tem uma mensagem solene a proclamar, para a iluminação e salvação do mundo, fazer pouco ou nenhum esforço em favor dos membros de sua própria família, que não se converteram à verdade? Hão de os pais permitir que sua mente fique absorta em ninharias, com negligência da importantíssima questão: "Está minha família preparada para ir ao encontro do Senhor?" Hão de eles concordar com as grandes verdades que são verdade presente para estes últimos dias, e interessar-se em tratar que essa mensagem vá a outros povos e terras, enquanto permitem que seus filhos, sua posse mais preciosa, prossigam inadvertidos de seu perigo e não preparados para o futuro? Hão de aqueles que, da Palavra de Deus e mediante o testemunho de Seu Espírito, tiveram clara luz acerca de seu dever, permitir que os anos transcorram sem fazer esforços positivos para salvar seus filhos?" (MM, Lugares Celestias, 219)

Os que acrescentam o número de seus filhos, quando, se consultassem a razão, deveriam saber que a fraqueza física e mental tem de ser sua herança, são transgressores dos últimos seis preceitos da lei de Deus, que especificam o dever do homem para com seus semelhantes. Eles fazem sua parte em acrescentar a degenerescência da raça, e no imergir a sociedade mais baixo, prejudicando assim seus semelhantes. Se Deus assim considera os direitos do próximo, não tem Ele cuidado quanto à relação mais estreita e mais sagrada? Se nem uma andorinha cai em terra sem que Ele o note, não Se aperceberá das crianças nascidas no mundo, física e mentalmente enfermas, sofrendo em maior ou menor grau, toda a sua vida? Não chamará a contas os pais, aos quais deu a faculdade do raciocínio, por colocarem essas faculdades superiores para trás, e tornarem-se escravos da paixão quando, em resultado disso, gerações terão de levar sobre si o estigma de suas deficiências físicas, mentais e morais? Em acréscimo ao sofrimento que eles legam a seus filhos, não têm nenhum quinhão senão pobreza a deixar a seu lamentável rebanho. (II ME, 424)

O Senhor deseja que cultivemos a religião doméstica, possibilitando o temor de Deus a circular através da família. Quando os pais negligenciam seu dever para com os filhos, deixando de os dirigir conforme os retos princípios, o inimigo tem oportunidade de obter controle sobre eles. Os filhos que têm permissão de desconsiderar a autoridade dos pais nunca são felizes. Os primeiros anos de vida são o tempo para todos se prepararem para se tornarem membros da família real. Pais e jovens deveriam agradecer ao Senhor em oração e louvá-Lo pelo privilégio de se tornarem filhos de Deus e cidadãos de Seu reino. (MM, Olhando para o Alto, 243)

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Da Palavra de Deus e dos testemunhos de Seu Espírito, tem irradiado luz, para que ninguém precise errar quanto ao seu dever. Deus deseja que os pais criem os filhos para conhecê-Lo e respeitar Suas leis e devem ensinar seus pequeninos, como membros mais novos da família, para que tenham belo caráter e temperamento amável, a fim de estarem preparados para brilhar nas cortes celestes. Negligenciando seu dever e transigindo com os filhos no mal, fecham-lhes as portas da cidade de Deus. Esses fatos devem ser inculcados nos pais; devem eles levantar-se e assumir sua obra, há muito negligenciada. Testimonies, vol. 5, págs. 325 e 326.

É-nos ensinado nas Escrituras o cuidado com que a mãe deve vigiar seus hábitos de vida. Quando o Senhor quis levantar Sansão como libertador de Israel, "o anjo do Senhor" (Juí. 13:13) apareceu à mãe, dando-lhe instruções especiais com relação a seus hábitos, e também quanto ao cuidado da criança. "Agora, pois, não bebas vinho nem bebida forte e não comas coisa imunda." Juízes 13:7.

Nas palavras dirigidas à mãe hebréia, Deus fala a todas as mães de todas as épocas. "De tudo quanto Eu disse à mulher se guardará ela." Juí. 13:13. A felicidade da criança será afetada pelos hábitos da mãe. Seus apetites e paixões devem ser regidos por princípios. Existem coisas que lhe convém evitar, coisas a combater, se quer cumprir o desígnio de Deus a seu respeito ao dar-lhe um filho. Se antes do nascimento de seu filho, ela é condescendente consigo mesma, egoísta, impaciente e exigente, esses traços se refletirão na disposição da criança (CBV, 372)

Não somente os hábitos da mãe, mas a educação da criança se achava incluída nas instruções dadas pelo anjo aos pais hebreus. Não bastava que Sansão, a criança que devia libertar Israel, devesse receber boa herança ao nascer. Esta deveria ser secundada por uma educação cuidadosa. Desde a infância, ele deveria ser exercitado em hábitos de estrita temperança.

No registro celeste dos homens nobres, declarou o Salvador que nenhum existe maior que João Batista. A obra que lhe foi confiada não exigia somente energia física e resistência, mas as mais elevadas qualidades do espírito e da alma. Tão importante era exercitar o pequeno em hábitos sãos de vida para prepará-lo para essa obra que o mais elevado dos anjos foi enviado com uma mensagem de instrução aos seus pais. (CBV, 379)

Nunca se pode acentuar demasiado a importância da educação ministrada à criança em seus primeiros anos de existência. As lições aprendidas, os hábitos formados durante os anos da infância, têm mais que ver com o caráter e a

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direção da vida do que todas as instruções e educação dos anos posteriores. (CBV, 380)

Mal se pode apreciar devidamente a importância de habituar bem as crianças quanto a um são regime alimentar. As crianças devem aprender que têm de comer para viver, e não viver para comer. Esses hábitos devem começar a ser implantados já na criancinha de braço. Ela só deve tomar alimentos a intervalos regulares, e menos freqüentemente, à medida que vai tendo mais idade. Não convém dar-lhe doces, ou comidas dos adultos, que é incapaz de digerir. O cuidado e a regularidade na alimentação dos pequeninos não somente promove a saúde, tendendo assim a torná-los sossegados e mansos, mas lançará o fundamento para os hábitos que lhes serão uma bênção nos anos posteriores. (CBV, 383)

Penetrando em seus sentimentos, dirigindo-lhes os brinquedos e as ocupações, a mãe conquistará a confiança dos filhos, podendo com mais eficácia corrigir-lhes os hábitos errôneos, ou combater-lhes as manifestações de egoísmo ou mau gênio. Uma palavra de advertência ou de reprovação, dita oportunamente, será de grande valor. Mediante paciente e vigilante amor, ela poderá dar à mente das crianças a verdadeira direção, nelas cultivando belos e atrativos traços de caráter. (CBV, 389)

Criadas sob a sábia e amorosa guia de um lar verdadeiro, as crianças não terão desejo de ausentar-se em busca de prazer e camaradagem. O espírito que prevalece no lar moldará seu caráter; formarão hábitos e princípios que serão uma forte defesa contra a tentação, quando deixarem o abrigo do lar e assumirem sua posição no mundo. (CBV, 394)

A Palavra de Deus salienta grandemente a influência das companhias, mesmo sobre homens e mulheres. Quão maior não será sua força sobre a mente e caráter em desenvolvimento, das crianças e dos jovens! Aqueles com quem andam, os princípios que adotam, os hábitos que formam decidirão a questão de sua utilidade aqui, e de seus interesses futuros e eternos. (CBV, 402)

A disposição e os hábitos da primeira idade muito facilmente se manifestam na idade madura. Podeis curvar uma árvore nova em quase qualquer forma que desejardes, e se ela permanecer e crescer como a pusestes, será uma árvore deformada, denunciando sempre o dano e o mau trato recebido de vossas mãos. Podeis, depois de anos de crescimento procurar endireita - lá, mas todos os esforços se demonstrarão infrutíferos. (CPPE, 80)

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Tal é o caso com a mente das crianças. Estas devem ser cuidadosa e ternamente educadas na infância. Podem ser exercitadas na devida direção ou em direção errada, e em sua vida futura seguirão aquela em que foram dirigidas na tenra idade. Os hábitos então formados crescerão à medida que elas se desenvolverem, e se fortalecerão na proporção em que se robustecerem. (CPPE, 81)

Muitos pais conservam os filhos na escola quase o ano inteiro. Essas crianças seguem mecanicamente a rotina do estudo, mas não retêm o que aprendem. Muitos desses estudantes contínuos parecem quase destituídos de vida intelectual. A monotonia do estudo seguido fatiga o cérebro, e pouco é o interesse que tomam nas lições; e para muitos, torna-se penosa a aplicação aos livros. Não têm íntimo amor ao pensar, nem ambição de adquirir conhecimentos. Não estimulam em si mesmos hábitos de reflexão e pesquisa. (CPPE, 84)

As crianças carecem grandemente de educação apropriada, afim de virem a ser de utilidade ao mundo. Qualquer esforço, porém, que exalte a cultura intelectual acima da educação moral, é mal orientado. Instruir, cultivar, polir e refinar jovens e crianças, deve ser a principal preocupação de pais e mestres. (CPPE, 84/ 85)

É impossível descrever os males que resultam de deixar a criança entregue à sua própria vontade. Alguns que se extraviam porque são negligenciados na infância, mais tarde, incutindo-se-lhes lições práticas, voltarão a si; mas muitos se perdem para sempre porque na infância e juventude receberam apenas uma cultura parcial, unilateral. A criança que é assim prejudicada tem um pesado fardo a levar por toda a vida. Nas provações, nos desapontamentos, nas tentações, ela seguirá sua vontade indisciplinada e mal dirigida. As crianças que nunca aprenderam a obedecer, terão caráter fraco e impulsivo.

Procuram governar, mas não aprenderam a sujeitar-se. Não têm força moral para restringir seu temperamento extravagante, corrigir seus maus hábitos ou subjugar a vontade insubmissa. Os desvarios da meninice não adestrada, não disciplinada, tornam-se herança da idade madura. O intelecto pervertido mal pode discernir entre o verdadeiro e o falso. (CPPE, 112 e 113)

Em vez de mandar que os filhos se afastem dela, a fim de não ser molestada pelo barulho que fazem, ou perturbada por suas pequeninas necessidades, imagine a mãe algum divertimento ou trabalho leve, para entreter a mente e suas ativas mãozinhas. Penetrando em seus sentimentos, dirigindo-lhes os brinquedos e as ocupações, a mãe conquistará a confiança dos

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filhos; assim poderá ela mais eficazmente corrigir os maus hábitos, ou impedir a manifestação do egoísmo ou paixão. Uma palavra de aviso ou reprovação proferida no devido tempo será de grande valor. Mediante paciente e vigilante amor, ela poderá dar à mente das crianças a verdadeira direção, nelas cultivando belos e atrativos traços de caráter. (CPPE, 115)

Pais, resguardai os princípios e hábitos de vossos filhos como a menina de vossos olhos. Não permitais que se associem com qualquer pessoa cujo caráter não conheçais bem. Não consintais que tomem intimidade antes que estejais certos de que isso não lhes fará mal. Acostumai vossos filhos a confiarem em vosso discernimento e experiência. Ensinai-lhes que vós tendes percepção mais clara do caráter do que eles em sua inexperiência podem ter, e que vossas decisões não devem ser desatendidas. (CPPE, 12)

Uma das mais seguras salvaguardas da juventude é a ocupação útil. As crianças que são adestradas nos hábitos de trabalho, de maneira que todas as suas horas sejam útil e agradavelmente empregadas, não têm inclinação para queixar-se de sua sorte, nem tempo para ociosas ilusões. Correm pouco perigo de adquirir hábitos ou camaradagem viciosos. (CPPE, 122)

Da mãe, devem as crianças aprender hábitos de limpeza, perfeição e desenvoltura. Consentir que a criança leve uma hora ou duas para fazer certa porção de trabalho que facilmente poderia ser feita em meia hora, é consentir em que adquira hábitos de lentidão. Hábitos de laboriosidade e perfeição uma benção indizível aos jovens na escola mais ampla da vida, para a qual deverão entrar quando forem mais velhos. (CPPE, 122/ 123)

Não se deve permitir que as crianças pensem que tudo na casa são brinquedos seus, para fazerem com tudo como lhes apraz. Deve ser ministrada instrução neste sentido, mesmo às crianças menores. Corrigindo este hábito, vós o destruireis. É intento de Deus que as perversidades que são naturais à meninice sejam desarraigadas antes que se tornem hábitos. Não deis às crianças brinquedos que facilmente se quebrem. Fazer isso corresponde a dar lições de destruição. Tenham elas alguns brinquedos, e que sejam fortes e duráveis. Tais sugestões, por pequenas que possam parecer, muito significam na educação da criança. (CPPE, 123)

O melhor meio de impedir o crescimento do mal é ocupar previamente o terreno. Em vez de recomendar a vossos filhos que leiam "Robinson Crusoé" ou histórias fascinantes da vida real como "A Cabana do Pai Tomás", abri-lhes as Escrituras e gastai algum tempo cada dia, lendo e estudando a Palavra de Deus. O gosto mental deve ser disciplinado e educado com o máximo cuidado.

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Devem os pais começar cedo a desvendar as Escrituras à mente em desenvolvimento de seus filhos a fim de que se possam formar hábitos convenientes de pensamento.

Nenhum esforço deve ser poupado no sentido de estabelecer hábitos corretos de estudo. Se a mente divaga, fazei-a voltar. Se o gosto intelectual e moral foi pervertido pelos absorventes contos de ficção, de maneira a não haver inclinação para o espírito se aplicar, há uma batalha a ser travada a fim de vencer esse hábito. O amor à leitura de ficção deve ser imediatamente vencido. Regras severas devem ser postas em execução para conservar o espírito na direção certa. (CPPE, 136)

A mãe deve ser a mestra, e o lar a escola em que toda criança receba suas primeiras lições; e estas lições devem incluir hábitos de atividade. Mães, permiti que as crianças brinquem ao ar livre, escutem o canto dos pássaros, e aprendam....

Sua educação doméstica, porém, precisa manter-se a par com a educação que recebem no sentido missionário. Na infância e juventude, o preparo prático e literário deve ser combinado. As crianças devem ser ensinadas a ter parte nos deveres domésticos. Ser ensinadas quanto à maneira de ajudar ao pai e à mãe nas pequeninas coisas que lhes é possível fazer. A mente deve ser exercitada em pensar, a memória em lembrar a tarefa que lhes foi designada; e na formação de hábitos de utilidade no lar, estão sendo educadas a cumprir deveres práticos apropriados à sua idade.

Caso tenham as crianças a devida educação no lar, não serão vistas pelas ruas, recebendo ensinos ao acaso, como acontece com muitas. Os pais que amam os filhos de maneira cuidadosa, não lhes permitem crescer com hábitos de preguiça ou ignorantes quanto à maneira de cumprir os deveres domésticos. A ignorância não é aceitável a Deus, e é desfavorável à realização de Sua obra. (CPPE, 149)

Crianças Pouco Promissoras

Há algumas crianças que necessitam, mais do que outras, disciplina paciente e benévolo ensino. Receberam como legado traços de caráter não prometedores, e por causa disso necessitam de mais simpatia e amor.

Mediante trabalho perseverante esses transviados podem preparar-se para um lugar na obra do Mestre. Podem possuir faculdades não desenvolvidas, as

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quais, sendo despertadas, os habilitarão a preencher lugares muito antes do que aqueles de quem mais se esperou.

Se tendes filhos de natureza peculiar, não caia por tal motivo sobre sua vida o peso do desânimo. Não deve haver ordens dadas em alta voz, palavras descorteses e iradas, nem expressões ásperas, severas ou sombrias. Auxiliai-os, manifestando perdão e simpatia. Fortalecei-os com palavras amoráveis e ações bondosas a fim de que vençam seus defeitos de caráter.

A ação de "quebrar a vontade" é contrária aos princípios de Cristo. A vontade da criança dever ser dirigida e guiada. Poupai toda força da vontade, pois o ser humano necessita de toda ela, mas dai-lhe a devida direção. Tratai-a com sabedoria e ternura, como um tesouro sagrado. Não a despedaceis; antes, mediante preceito e verdadeiro exemplo, moldai-a sabiamente até que a criança chegue aos anos em que será responsável por si mesma. (CPPE, 115/ 116¨)

Quando e Como Punir

A mãe pode perguntar: "Nunca deverei castigar meu filho?" A vara pode ser necessária quando falharam outros recursos; contudo não deve fazer uso dela se for possível evitar. Mas, se medidas mais brandas se mostrarem insuficientes, deve administrar-se com amor o castigo que levará a criança à compreensão de seus deveres. Freqüentemente um só destes corretivos será suficiente para mostrar por toda a vida que não está observando a disciplina.

E, quando este passo se torna necessário, deve impressionar-se seriamente a criança com o pensamento de que isto não é feito para a satisfação dos pais, ou para comprazer uma autoridade arbitrária, mas para o bem da própria criança. Deve-se ensinar a ela que cada falta que não é corrigida, trará infelicidade a ela, e desagradará a Deus. Sob disciplina tal, as crianças encontrarão sua maior felicidade em sujeitar sua vontade à vontade de seu Pai celestial.

Freqüentemente fazemos mais para provocar do que para ganhá-las. Vi uma mãe arrebatar da mão do filho algo que lhe estava proporcionando prazer especial. A criança não soube a razão disso, e naturalmente sentiu-se ofendida. Seguiu-se então uma rixa entre mãe e filho, e um castigo severo finalizou a cena quanto ao que respeitava às aparências exteriores; mas tal batalha deixou naquele espírito tenro uma impressão que não se apagaria facilmente. Essa mãe agiu imprudentemente. Não raciocinou partindo da causa para o efeito. Seu procedimento ríspido e insensato suscitou as piores paixões no coração do

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filho, e em toda ocasião semelhante tais paixões se despertavam e fortaleciam. (CPPE, 117)

Não corrijais nunca vossos filhos em ira. A mostra de paixão de vossa parte não curará o mau temperamento de vosso filho. Esta é a ocasião por excelência em que deveis agir com humildade, paciência e oração. É então o momento para ajoelhar com as crianças, e do Senhor pedir perdão.

Pais cristãos, antes de ocasionar dor física a vossos filhos, revelai o amor que tendes por eles, que são sujeitos a errar. Prostrando-vos perante Deus com vosso filho, apresentareis diante do Redentor, que é cheio de simpatia, as Suas próprias palavras: "Deixai vir os pequeninos a Mim e não os impeçais, porque dos tais é o reino de Deus." Mar. 10:14. Esta oração trará anjos ao vosso lado. Vosso filho não se esquecerá destas experiências, e a bênção de Deus repousará sobre tal instrução, levando-o a Cristo.

Quando as crianças compreendem que seus pais estão procurando ajudá-las, elas aplicam suas energias na devida direção. E para as crianças que têm a instrução conveniente no lar, serão maiores as vantagens de nossas escolas do que para aqueles a quem se permite crescerem sem auxílio espiritual em casa. (Idem, 117/ 118)

As crianças que não experimentaram o poder purificador de Jesus são presa legítima do inimigo, e anjos maus têm fácil acesso a elas. Alguns pais são descuidosos e permitem que seus filhos cresçam com poucas restrições. Os pais têm uma grande obra a fazer quanto a corrigir e ensinarem os filhos, levá-los a Deus e reivindicar Suas bênçãos sobre eles. Mediante esforços fiéis e incansáveis por parte dos pais, e a bênção e graça conferidas às crianças em resposta às orações dos pais, pode quebrar-se o poder dos anjos maus, derramando-se uma influência santificadora sobre as crianças. Serão assim repelidas as potestades das trevas. (Idem, 118)

A mente susceptível e expansiva da criança almeja o saber. Devem os pais manter-se bem informados para que possam dar ao espírito de seus filhos o alimento conveniente. Semelhante ao corpo, a mente deriva sua força do alimento que recebe. Ela se alarga e eleva por meio de pensamentos puros, fortalecedores; mas estreita-se e degrada-se com pensamentos terrenos, rasteiros.

Pais, sois vós os que haveis de decidir se o espírito de vossos filhos se encherá de pensamentos enobrecedores, ou de sentimentos viciosos. Não podeis conservar desocupada sua mente ativa, tampouco podeis expulsar o mal

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com um simples gesto de enfado. Unicamente incutindo princípios corretos, podeis excluir maus pensamentos. A não ser que os pais plantem no coração dos filhos as sementes da verdade, o inimigo semeará o joio. A instrução boa e sã é o único preventivo contra as más conversas que corrompem os bons costumes. A verdade protegerá a alma das intermináveis tentações que terão de ser enfrentadas. (CPPE, 121)

Hoje é o dia da vossa incumbência, o dia de vossa responsabilidade e oportunidade. Breve chegará o dia de vossa prestação de contas. Assumi o vosso trabalho com oração fervorosa e fiel esforço. Ensinai vossos filhos que têm o privilégio de receber cada dia o batismo do Espírito Santo. Que Cristo ache em vós Sua mão auxiliadora a fim de executar os Seus propósitos. Pela oração podeis adquirir uma experiência que faça de vosso ministério em prol de vossos filhos um perfeito êxito. (CPPE, 131)

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