Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre Resgatando Vidas Maio de 2015
“RESGATANDO VIDAS”
1. APRESENTAÇÃO DA ENTIDADE
1.1. Dados de Identificação
a. Razão Social: Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre
b. CNPJ: 92.815.000/0001-68
c. Ano de Fundação: 1803
d. Endereço: Rua Professor Annes Dias, 295, Bairro Centro Histórico – Porto Alegre, CEP: 90.200-090, RS
e. Fone/FAX: (51) 3214 8182
f. E-mail: [email protected]
g. Site: www.santacasa.org.br
h. Nome Fantasia: Santa Casa de Misericórdia
i. Endereço da Execução do Projeto: Rua Professor Annes Dias, 295, Bairro Centro Histórico – Porto Alegre, CEP: 90.200-090, RS
f. Número de registro CMDCA: 828
g. Inscrição CMAS: 229
1.2 Histórico da Instituição
Fundada em 1803, a Santa Casa é o hospital mais antigo do Rio Grande do
Sul. Sua história de dois séculos se confunde com a história da cidade e do
estado. Atravessou o século XIX e chegou ao século XX consagrada como
uma das instituições mais integradas à sociedade local.
Inicialmente ela promoveu a cura baseada nos poucos conhecimentos sobre
medicina que havia na época. No entanto, essa ciência evoluiu e na virada do
século XX, a Santa Casa absorveu os conhecimentos científicos e participou da
criação da primeira Faculdade de Medicina do estado. Hoje, apoiada nas
inovações e avanços tecnológicos, tem promovido a medicina preventiva,
sendo referência em diagnóstico e tratamento de alta complexidade, cumprindo
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assim a sua missão bicentenária de proporcionar assistência de melhor
qualidade a toda a população Riograndense.
Hoje, a Santa Casa de Porto Alegre tem 7 hospitais, com destaque para as
áreas de Clínica Médica, Cirurgia Geral, Cardiologia, Neurocirurgia,
Pneumologia, Oncologia, Pediatria e Transplantes. Além destas
especialidades, a Santa Casa também trabalha com consultas ambulatoriais
eletivas e de urgência ou emergência, serviços auxiliares de diagnóstico e
tratamento, procedimentos cirúrgicos e obstétricos, internações hospitalares,
clínicas e cirúrgicas e muito mais.
Do total dos seus atendimentos, 60% são destinados aos pacientes
provenientes do SUS. É importante destacar a relação deficitária existente na
prestação de serviços a este Sistema, para o qual de cada R$ 100,00 de custo,
recebe, em média, somente R$ 68,00. Esta diferença é subsidiada por esforço
próprio da Instituição, extraída do resultado auferido na assistência dos demais
convênios atendidos. Nos últimos três anos, por exemplo, o subsídio aportado
foi de R$ 62 milhões (2010), R$ 64 milhões (2011) e R$ 51 milhões (até agosto
de 2012).
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2. APRESENTAÇÃO DO PROJETO
2.1 Introdução
O início da década de 80 quando surgiu a ciclosporina (medicamento
imunodepressor destinado a evitar a rejeição, por parte do organismo receptor,
de órgão transplantado), houve uma retomada dos transplantes pulmonares em
todo o mundo. Desde então, o transplante pulmonar vem sendo realizado em
vários centros pelo mundo com bons resultados no tratamento de pacientes
com doença pulmonar avançada, nos quais se esgotaram todas as
possibilidades de tratamento clínico.
Quando realizamos na Santa Casa de Porto Alegre (1989) o primeiro
transplante de pulmão da América Latina, o Brasil foi o sexto País do mundo a
ingressar neste seleto grupo de países transplantadores desse órgão, cujas
exigências e dificuldades são universalmente reconhecidas.
Outros pioneirismos, como o primeiro transplante duplo de pulmões (1993) e o
primeiro transplante de pulmão com doadores vivos, realizado fora dos EUA
(1999), contribuíram para afirmar a nossa instituição como centro de referencia
sul-americana.
Desde então realizamos aqui em Porto Alegre, 410 transplantes de pulmão, o
que representa 2/3 de toda a experiência brasileira.
Infelizmente, o número atual de transplantes realizados, ainda é muito inferior
ao número de pacientes aguardando em lista de espera por um transplante,
resultando na morte de muitos pacientes enquanto aguardam a oferta de um
pulmão.
O evento da morte encefálica provoca uma série de alterações no equilíbrio
fisiológico dos órgãos e, os pulmões, são particularmente afetados. Quando
identificados todos os doadores de múltiplos órgãos, os números mostram que
apenas cerca de 15% destes doadores podem ter os pulmões aproveitados.
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No Rio Grande do Sul, onde o número de doadores por ano é de pouco mais
de 100, temos a possibilidade de realizar cerca de 15 à 20 transplantes
pulmonares/ ano, com doadores do nosso Estado.
Presentemente temos realizado entre 30 e 40 transplantes de pulmão por ano,
contando com doadores de outros estados, especialmente de Santa Catarina, e
esporadicamente do Paraná, que são Estados que por não realizarem este tipo
de transplante, têm oferecido estes órgãos inaproveitados para uso em nossa
instituição.
Entretanto com a lista de espera em crescimento constante, estes números são
insuficientes, e não havendo como sustentar a vida dos nossos pacientes
crônicos, como ocorre com os portadores de insuficiência renal.
Com o objetivo de utilizar os pulmões de doadores em parada cardíaca,
descreveram um método de pessoas em óbito para perfusão de pulmões que
outrora não poderiam ser avaliados enquanto vivos.
Em Toronto, a utilização dessa técnica de preservação, aumentou em cerca de
30% os transplantes de pulmão com o mesmo número de doadores.
Se por um lado, fortalecer as campanhas de doação é fundamental para a
manutenção dos programas ativos, por outro é crítico que o aproveitamento
dos órgãos disponíveis seja o maior possível.
2.2 Justificativa
Em 2011 foram disponibilizados 131 doadores de órgãos pela Secretaria de
Saúde do Rio Grande do Sul, dos quais foram utilizados apenas 21 pulmões (a
maioria dos órgãos inaproveitáveis por problemas relacionados com má
preservação, infecção, aspiração de vômito, etc...). Com esses doadores foram
realizados 25 transplantes (em alguns casos se usa dois pulmões de um
doador em dois diferentes receptores) e perdidos 66 doadores, devido a não
incompatibilidade, por causa de diversos fatores como pulmões danificados ou
de tamanho inadequado para este tipo de procedimento.
Para algumas crianças com doenças crônicas de vários tipos, o transplante
oferece a única oportunidade de sobrevivência. Tendo em vista a realidade
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brasileira em relação à mortalidade infantil por doenças pulmonares, falta de
recursos financeiros e tecnológico para atender esta demanda tanto a nível
preventivo como pontual, destacamos a dificuldade da realização de
transplante em crianças e adolescentes, devido à dificuldade de encontrar um
órgão infantil.
A progressão do acometimento pulmonar e a evolução para insuficiência
respiratória são responsáveis por importante morbimortalidade em pacientes
infantis com fibrose cística. O transplante pulmonar está consolidado como
tratamento de escolha para diversas pneumopatias em estágios terminais e
vem sendo realizado em pacientes com fibrose cística avançada desde a
década de 1980. A seleção de pacientes infantis candidatos ao transplante
envolve a análise cuidadosa de parâmetros clínicos, fisiológicos e laboratoriais.
Preocupados em suprir esta problemática em tela, justificamos tal projeto.
2.3 Objetivos
Objetivo GeralPropor atendimento qualificado e humanizado, a fim de amenizar a vulnerabilidade na qual crianças e adolescentes se encontram em situação de risco permanente pela falta de recursos tecnológicos específicos para realização de transplante de pulmões.Objetivos específicos Ações Prazos
1. Proporcionar atendimento psicossocial aos pais e paciente, com vistas de inclusão da família no processo pré e pós-transplante
- Estruturar uma equipe multiprofissional (médicos, fisioterapeutas, assistentes sociais, enfermeiras e psiquiatras) para avaliação e acompanhamento pré e pós-transplante
Até 06 meses após a aprovação do projeto
- Confeccionar a Cartilha do Transplantado
2. Aumentar o número de transplantes pulmonares em crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade
- Ampliar o número de doadores de pulmão, através do melhor aproveitamento dos órgãos disponíveis
Ao longo do projeto (02 anos)
3. Ampliar e qualificar a promoção e acesso a saúde de forma mais digna e humanizada
- Realizar ações sociais, através de palestras e programa de reabilitação pulmonar
Até 02 meses após a aprovação do projeto
- Qualificar a sala de recreação, Até 06
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através de materiais pedagógicos e brinquedos
meses após a aprovação do projeto
4. Utilizar novas tecnologias para a realização de transplantes pulmonares em crianças/adolescentes
- Adquirir equipamentos imprescindíveis para realização dos transplantes pulmonares
Até 01 ano após aprovação do projeto
2.4 Público Alvo
O público direto beneficiado com o presente projeto serão crianças e
adolescentes, de 05 à 18 anos, oriundos de Porto Alegre, Região Metropolitana
e outros Municípios do Estado.
Os pais e familiares serão os beneficiários indiretos deste projeto.
2.5 Cronograma do Projeto
O período de execução do projeto é de 02 anos, podendo ocorrer à
necessidade de prorrogação deste prazo, em função da captação de recursos.
2.6 Parceiros/Apoiadores do projeto
O projeto conta com a parceria da Federação das Indústrias do Rio Grande do
Sul – FIERGS, para a prospecção de patrocinadores na captação dos recursos.
2.7 Local da execução do projeto
O presente projeto será executado na Irmandade da Santa Casa de
Misericórdia Santa Casa de Porto Alegre – Rua Professor Annes Dias, 295,
Bairro Centro Histórico – Porto Alegre, CEP: 90020-090.
2.8 Metodologia
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- Reunir a equipe multiprofissional (médico, fisioterapeuta, enfermeira,
assistente social e psiquiatra) para revisar a lista de transplante (inclusão e
exclusão), e também discutir o caso de cada paciente.
- Entrevistar o paciente/familiar para avaliar a sua elegibilidade e informá-lo a
respeito dos possíveis riscos e benefícios do transplante, além de uma
avaliação socioeconômica, habitacional, psicossocial e também, se necessário,
visita domiciliar.
- Incluir o paciente pré e pós-transplante no Programa de Reabilitação
Pulmonar para auxiliá-lo na melhora da sua capacidade física, diminuindo a
sensação de falta de ar e conseqüentemente promovendo uma melhora na
qualidade de vida e do convívio social. Outro fator de extrema importância para
pré transplantado, é com relação a preparação do paciente para o transplante
(cirurgia), através da prática de exercícios específicos de força muscular
periférica e respiratória, além do treinamento aeróbico.
- Distribuir aos pacientes e familiares a cartilha do transplantado com o objetivo
de orientar sobre a doença, o tratamento e a internação e também permitir que
as informações mais importantes sejam entendidas de forma simples.
- Organizar palestras mensais aos pacientes e familiares preparadas pela
equipe multiprofissional abordando temas voltados para orientação e educação
sobre transplante.
- Proporcionar às crianças e aos adolescentes um espaço para adaptação ao
ambiente e à rotina hospitalar, procurando atenuar o processo da tríade:
doença, tratamento e hospitalização, com o propósito de amenizar a situação
de vulnerabilidade. As salas de recreação oferecem diversos materiais
recreativos, lúdicos, pedagógicos, TV, DVD e computadores. O brincar no
hospital pediátrico é amplamente utilizado nos atendimentos do setor da
recreação, pois este além de oferecer condições para a criança recuperar-se,
minimiza os efeitos da hospitalização, reforça a relação entre a criança e
equipe de atendimento, contribuindo para que ela se esforce no tratamento
aplicado.
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- Selecionar doadores pediátricos, o que é pouco freqüente pela escassa
probabilidade de morte encefálica nesta faixa etária.
- Fornecer informações ao paciente idealmente em uma data prévia a do
transplante, para que o paciente possa considerar cuidadosamente sua
inclusão no estudo e para que eventuais dúvidas sejam esclarecidas.
- Utilizar lobos de doadores vivos (familiares), com o inconveniente de
submeter ao risco de uma cirurgia a duas pessoas normais.
- Utilizar lobos de pulmões de doadores, o que tem merecido críticas pelo
desperdício dos lobos não usados e que poderiam fazer parte de pulmões
inteiros, aproveitáveis em adultos.
- Transplantar os pulmões com boa função na avaliação, onde serão
transplantados em receptores selecionados seguindo normas padrão.
- Retirar o pulmão do doador de acordo com técnicas padrão.
- Coletar e registrar os dados em um protocolo já existente relativo ao Banco
de Dados de Transplante Pulmonar da Santa Casa de Porto Alegre.
2.9 Resultados
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Com a nova técnica, o projeto espera atender 15 crianças e adolescentes por
ano, que aguardam de quatro a sete anos na fila de espera pelo transplante de
pulmão. Para algumas crianças com doenças crônicas de vários tipos, o
transplante oferece a única oportunidade de sobrevivência. Felizmente, a
medicina fez o possível para que hoje muitas crianças tenham acesso a este
recurso.
2.10 Participação da comunidade no Projeto
O projeto conta com o apoio da sociedade/comunidade, no que se refere à
doação de recursos, através da dedução do IR devido, junto aos empresários e
pessoas físicas.
A Santa Casa realiza anualmente sua Campanha de Responsabilidade Social,
que tem por objetivo buscar recursos junto às pessoas físicas, através da
dedução do IR.
2.11 Interação do Projeto com as Políticas Públicas
Com o presente Projeto, pretende-se estreitar ainda mais as relações com o
Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, com o Conselho
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, além de dar
seqüência ao trabalho já desenvolvido pela Irmandade da Santa Casa de
Misericórdia de Porto Alegre.
2.12 Avaliação do Projeto
Objetivos específicos Indicadores Formas de verificação Periodicidade
1. Proporcionar atendimento psicossocial aos pais e paciente, com vistas de inclusão da família no processo pré e pós-transplante
Número de pacientes em acompanhamento na lista de transplantes
- Lista de espera para o transplante
- Pesquisa de Satisfação
Mensal
2. Aumentar o número de transplantes pulmonares em crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade
Número de pacientes transplantado no ano
- Lista de espera para o transplante Semestral
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3. Ampliar e qualificar a promoção e acesso a saúde de forma mais digna e humanizada
Participação dos pacientes e acompanhantes nas ações propostas
- Lista de presença nas palestras - Pesquisa de Satisfação
Mensal
4. Utilizar novas tecnologias para a realização de transplantes pulmonares em crianças/adolescentes
Número de pacientes transplantados ao ano
- Lista de espera para o transplante Semestral
2.13 Planejamento das atividades de divulgação
Instrumentos Mídias
Quantidade Propósito Custo (R$)
Informativo Notícias da Casa
6.500 exemplar mês
Divulgação do Projeto Contrapartida do Proponente
Banner 10Divulgação da Campanha Interna de Responsabilidade Social
R$ 600,00
Folder 3000Divulgação da Campanha Interna de Responsabilidade Social
R$ 1.500,00
Site20 mil acessos por mês
Divulgação do Projeto e contrapartida para o patrocinador
Contrapartida do Proponente
Mural Interno 50 Divulgação do Projeto Contrapartida do
Proponente
2.14 Orçamento Resumido
Parceiro Valor do Investimento (em R$)FUNCRIANÇA R$ 734.900,00Instituição proponente (contrapartida) R$ 2.100,00
Outros Parceiros 0Total R$ 737.000,00
2.15 Orçamento Físico-Financeiro
6. Material pedagógico, expediente Unidade Custo CUSTO TOTAL
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e recreação unitário6.1 Brinquedos para jardim 04 725,00 R$ 2.900,006.2 Jogos pedagógicos Vários 80,00 R$ 1.200,006.3 Cartilha do Transplantado 300 7,50 R$2.250,00SUB-TOTAL 812,50 R$ 6.350,00
8. Equipamentos e Materiais Permanentes Unidade Custo
unitário CUSTO TOTAL
8.1 Cânulas para Perfusão 40 500,00 R$ 20.000,008.2 Conjunto de Mini CEC 40 2.350,00 R$ 94.000,008.3 Domus 40 1.400,00 R$ 56.000,008.4 Ventilador Servo 01 50.000,00 R$ 50.000,008.5 Monitor de Saturação Continua 01 45.000,00 R$ 45.000,008.6 Hardware completo para ECMO,Mini CEC e X-Vivo 01 185.550,00 R$ 185.550,00
8.7 Filtro de leucócitos 40 365,00 R$ 14.600,008.8 Solução de Steen 200 1.300,00 R$ 260.000,008.9 Tablets 9 Polegadas 02 500,00 R$ 1.000,008.10 TV LCD 29 polegadas 01 1.200,00 R$ 1.200,008.11Video game X-Box 01 1.200,00 R$ 1.200,00TOTAL 289.365,00 R$ 728.550,00
Anexos
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ESQUEMA DO DESENHO DO ESTUDO
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Pulmões de doador que não atingem critérios mínimos da ISHLT
Pulmões de doador que atingem os critérios de inclusão no estudo
Retirada do órgão e contato com potencial receptor
TRANSPLANTEPulmão rejeitado
EVLP por 2 horas
Δ PaO2 < 350mmHg, Funçào pulmonar mantida(resistência vascular, complacência e pressão de pico)
Δ PaO2 > 350mmHgFunção pulmonar mantida (resistência vascular, complacência e pressão de pico) Cirurgião de acordo
Mais 2 horas de EVLP e reavaliaçao
Δ PaO2 > 350 mmHgCirurgião de acordo
Δ PaO2 < 350mmHg oudeterioração da função pulmonar