76 Revista Linha Direta tecido A rede pública de ensino do município de Santa Teresa/ES tem sido amplamente bene- ficiada com o uso das tecnologias a serviço da educação. Após qua- tro anos utilizando os materiais do Sistema Microkids, a cidade agora figura entre as cem melhores edu- cações públicas do País, na lista criada pelo Encontro Nacional dos Secretários de Educação (Educa Brasil). Foram avaliadas mais de 5 mil cidades, e Santa Teresa rece- beu a Palma de Ouro no prêmio Diamantes da Educação Brasileira. Para a secretária de Educação do município, Luzia Sperandio, é uma forma de reconhecimento do tra- balho desenvolvido. “É o resultado de um esforço conjunto de todos os servidores e reflete a prioridade dada ao sistema municipal de ensi- no.” Essa aposta nos materiais digi- tais tem provocado transformações econômicas e sociais na vida de es- tudantes da rede pública local. “A nossa proposta é possibilitar a inclusão não só do aluno, mas das pessoas próximas, e até mesmo da comunidade. Dessa forma, é possível pensarmos em integração social a partir da inclusão digital”, explica a diretora pedagógica do Sistema Microkids, Roselita Ca- margo. Os alunos são motivados a compartilhar o conhecimento adquirido com as famílias e, para isso, têm a autonomia de levar o material para casa. Os estudantes descobrem conhecimentos e atuam como protagonistas. A organização dos conteúdos está fundamentada nos Parâmetros e Diretrizes Curri- culares Nacionais e em referências teóricas atuais, articulados em um contexto que condiz com a realida- de dos alunos, de maneira lúdica e significativa. A cidade de Santa Teresa se torna modelo de educação como colabo- radora no processo de diminuição de desigualdades. A integração da gestão administrativa e pedagógica é parte essencial para se alcançar sucesso na implantação da educa- ção tecnológica nas escolas públi- cas. “A tecnologia educacional, por meio da Microkids, vem contribuin- do para alavancar a educação pú- blica no município de Santa Tere- sa”, comemora Valdirene Magenski, gerente pedagógica da Secretaria Municipal de Educação. Aprendendo com tecnologia A simples inclusão de computado- res em sala de aula, sem contexto ou metodologia correta, não sig- nifica aprendizagem por meio da tecnologia. Luiz Gouveia, em Cida- des e regiões digitais: impacte nas cidades e nas pessoas , afirma que o processo de construção do conhe- cimento deve ser acompanhado de mudanças não só educacionais, mas também sociais. Para isso, o ensino público precisa partir para ações e enxergar as possibilidades educativas. Na escola Ethevaldo Damázio, algu- mas experiências colaboram para o reconhecimento do sucesso educa- cional da região de Santa Teresa. O estudante Enzo Salviato, de 12 anos, por exemplo, desenvolveu um blog interativo sobre sua banda favorita, a partir de conhecimentos adquiridos durante as aulas. Ele posta tutoriais, agenda de shows e outras informações. Além disso, o aluno também descobriu sua afini- dade com programas de edição de imagens. “Quem sabe posso até vir a trabalhar com essa área da tec- nologia no futuro?”, sugere Enzo. Para o professor do laboratório de informática do 6º ao 9º ano, Geral- do Loss, a cultura da escola é bas- tante promissora. “Nós lançamos os desafios, apresentamos aos alunos o material didático da Microkids e direcionamos as atividades, mas muitos deles, a exemplo do Enzo, se dedicam a novos projetos em outros espaços, já que o material didático fica à disposição dos alu- nos”, destaca o professor. Outra parceria que tem dado cer- to nessa escola acontece entre as professoras Thayzi Salvador, res- ponsável por um dos laboratórios de informática, e a professora de arte, Cláudia Pedro. As educado- ras já realizaram projetos sobre preservação ambiental e música, entre outros, em que os alunos utilizam os softwares educacionais para realizar as atividades. “A pró- xima iniciativa será a produção de uma animação a partir das ativida- des feitas com massa de modelar”, conta a professora Cláudia. Na rede pública